Upload
internet
View
102
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
1. LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS (arts. 25.º - 31º do Tratado CE) Mercadorias abrangidas: delimitação negativa (tudo o que não são serviços ou moedas com curso legal) Mercadorias relevantes para efeitos de liberdade de circulação:
Originárias: critério da última transformação ou da operação substancial de complemento de fabrico que conduza a um produto novo originalLivre prática: mercadorias que cumpriram as formalidades de importação e pagaram os direitos estabelecidos na pauta aduaneira comum
Eliminação dos direitos aduaneiros e dos encargos de natureza equivalente (Art. 25º do Tratado CE)
Encargo pecuniário, qualquer que seja a designação, unilateralmente imposto incidindo sobre mercadorias nacionais ou estrangeiras, em razão do simples facto de transporem uma fronteira, qualquer que seja o momento da cobrança)
Conexão comunitária
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
Eliminação das restrições quantitativas e das medidas de efeito equivalente (Arts. 28º e 29º do Tratado CE)
Contingentação de importações ou exportações
Medidas de efeito equivalenteMedidas regulamentares referentes às características do produto (composição , rotulagem), salvo circunstâncias excepcionais; mas não às condições de venda não discriminatórias (proibição da venda com prejuízo ou horários dos estabelecimentos) (Ac Keck e Mithouard):
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
2. LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS O art, 18.º e a cidadania europeia: uma liberdade economicamente desfuncionalizada
A liberdade de circulação de trabalhadores assalariados (Art. 39º do Tratado CE)
A extensão à família do trabalhadorO princípio da não discriminação
As excepções Os empregos da administração pública: uma noção funcional de AP (empregos que comportam uma participação, directa ou indirecta, no exercício do poder público em funções que tenham por objecto a salvaguarda de interesses gerais do Estado ou de outras colectividades públicas)
A saúde pública e a ordem pública (comportamento pessoal do indivíduo)
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
Liberdade de estabelecimento (Arts. 43º, 48º, 12º do Tratado CE)
Acesso às actividades não assalariadas e seu exercícioConstituição e gestão de empresas
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
Liberdade de estabelecimento (Arts. 43º, 48º, 12º do Tratado CE)
Acesso às actividades não assalariadas e seu exercícioConstituição e gestão de empresasAgências, sucursais e filiais
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
Liberdade de estabelecimento
Estabilidade e permanência (distinção da livre prestação de serviços)Pessoas singulares e colectivas (que prossigam um fim lucrativo, que tenham a sua sede social num Estado-Membro e que a sua actividade apresente uma conexão efectiva e contínua com a economia de um dos Estados-Membros)
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
• Directivas que estabelecem sistemas gerais de reconhecimento de diplomas, certificados e títulos: princípio da confiança mútua)
•89/48/CEE (diplomas do ensino superior)•92/51/CEE (diplomas com duração mínima de um ano)
•Aplicação subsidiária, quando não existe directiva específica•Possibilidade de prova de aptidão e estágio de adaptação
•Não discriminação em função da nacionalidade
•Excepções, restrições (art. 45 e 46): autoridade pública
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
LIBERDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (Art. 49º do Tratado CE)
-Carácter transitório da deslocação do prestador ou do destinatário-Emissão de sinais magnéticos, digitais ou outros-Vantagem de carácter económico
3. LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DE CAPITAIS De movimentos de capitais (Art. 56º/1 do Tratado CE)
De pagamentos correntes (Arts. 56º/2 do Tratado CE)
Restrição: Supervisão prudencial das instituições financeiras
4. LIBERDADE DE CONCORRÊNCIA (Arts. 81º-89º do Tratado CE)
Direito da Economia 2004-2005Sumário 3 LIBERDADES ECONÓMICAS FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA
Direito da Economia 2004-2005
Sumário 3
Tendências A desnacionalização da Constituição económica:
Compatibilidade entre os modelos subjacentes a cada um dos textos constitucionais (CRP e Tratado da CE)
Efeitos da desnacionalização sobre os direitos e garantias e demais princípios e normas que se mantêm no texto das constituições nacionais. Reforço ou compressão? Um impulso regulatório, um impulso desregulatório ou ambos em simultâneo?
Direito da Economia 2004-2005
Sumário 3
A desnacionalização da Constituição económica:
O impulso regulatório (exemplos) Os direitos dos consumidores e das suas associações
A protecção ambiental
A defesa da concorrência
Direito da Economia 2004-2005
Sumário 3
O impulso desregulatório (exemplos) O investimento estrangeiro
O Estado promotor
Os serviços públicos
A desnacionalização da Constituição económica:
A desnacionalização da Constituição económica:
• O Tratado CE: art. 16 (serviços de interesse económico geral); e art. 86 (serviços de interesse económico geral)
• A Comunidade Europeia pressionou os Estados-Membros à liberalização dos sectores de serviços públicos, muitas vezes através da privatização de empresas que os prestavam (telecomunicações, electricidade, gás etc.).
Direito da Economia 2004-2005
Sumário 3
Direito da Economia 2004-2005
Sumário 3
A desnacionalização da Constituição económica:
A neutralidade em matéria de regime de propriedade (art.º 295,º do Tratado CE)
A evolução da jurisprudência do Tribunal no sentido de tornar excepcional a própria existência em si de monopólios públicos
A aplicação das regras da concorrência ao sector público (art. 86.ºdo Tratado CE)
O direito dos cidadãos aos serviços públicos
Direito da Economia 2004-2005
Sumário 3
Bibliografia
- SANTOS, António. C., M. Eduarda GONÇALVES e Maria Manuel LEITÃO MARQUES, Direito Económico, 5.ª Ed. Coimbra: Almedina. 2005 (p 87-118)
- Ferreira, Eduardo Paz (1997), A Constituição económica e a União Económica e Monetária: da Construção do Socialismo ao Credo Monetarista, in Em torno da revisão do Tratado da União Europeia, Coimbra: Almedina.
Direito da Economia 2004-2005
Sumário 3
Outra bibliografia
- Maduro, Miguel (1998), We the Court - The European Court of Justice and European Economic Constitution. Oxford: Hart.
- MARQUES, Maria Manuel Leitão, “Constituição e integração. A desnacionalização da Constituição económica”, Oficina do CES, N.º 141. Coimbra : Centro de Estudos Sociais.
Direito da Economia 2004-2005
Sumário 3
Bibliografia
SANTOS, António. C., M. Eduarda GONÇALVES e Maria Manuel LEITÃO MARQUES, Direito Económico, 5.ª Ed. Coimbra: Almedina. 2004 (p 85-118)
3 acções por incumprimento dos Tratados instauradas pela Comissão baseadas no mesmo quadro jurídico:
• a compatibilidade com a legislação comunitária de regimes nacionais que reservam ao executivo determinadas prerrogativas de intervenção na estrutura accionista e na gestão de empresas privatizadas pertencentes ao âmbito da economia estratégica.
• Estas faculdades especiais, que se revestem de formas diversas (expedientes de autorização administrativa, acções privilegiadas, nomeação de membros dos órgãos sociais) e apresentam conteúdos diferentes (poder de oposição a entradas no capital, direitos de intervenção na gestão dos activos), são vulgarmente conhecidas por «acções de ouro» («golden shares»).
Acórdão do Tribunal de Justiça8 de Março de 2001processo C-405/98
Sumário:• Livre circulação de mercadorias – arts. 28º e 30º do TCE• Livre prestação serviços – arts. 46º e 49º TCE• Legislação sueca sobre a publicidade às bebidas alcoólicas• Modalidades de venda• Medida de efeito equivalente a uma restrição quantitativa• Justificação decorrente da protecção da saúde
A LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Konsumentombudsmsnnen (KO)
Provedor sueco encarregado da defesa dos consumidores
VS
Gourmet International Products AB (GIP)
A LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Pedido:
Proibição de inserir anúncios publicitários de bebidas alcoólicas em publicações periódicas
A LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Alkoholreklamlagen
art.1º- a lei é aplicável à promoção, pelos industriais e comerciantes, de bebidas alcoólicas dirigida aos consumidores.
art.2º- atentos aos riscos que o consumo de álcool representa para a saúde, importa ser especialmente moderado na promoção das bebidas alcoólicas. (...) Para efeitos da promoção das bebidas alcoólicas, fica proibida a utilização de anúncios comerciais na rádio ou na televisão. Para efeitos da promoção de bebidas espirituosas, do vinho ou da cerveja forte, fica proibida a utilização de anúncios comerciais nas publicações periódicas ou noutras publicações. (...) No entanto, esta proibição não se aplica às publicações distribuídas apenas nos locais de venda dessas bebidas.
A LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Alkohollagen:
“(...) São bebidas alcoólicas as que contenham um volume de álcool superior a 2,25%.”
“(...) São bebidas alcoólicas as bebidas espirituosas, o vinho, a “cerveja forte” (...), e a cerveja.”
A LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Argumentos das partes no processo principal pendente
• GIP
• KO
A LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Questões prejudiciais:
Os arts. 28º e 49º TCE devem ser interpretados no sentido de que se opõem a uma legislação nacional que contém uma proibição geral de publicidade de bebidas alcoólicas, como a proibição do art. 2º da Alkoholreklamlagen?
No caso de resposta afirmativa: pode tal proibição ser então justificada e proporcional com vista à protecção da saúde e da vida das pessoas?
A LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Art. 28º TCE“São proibidas, entre os Estados-membros, as restrições quantitativas à importação, bem como todas as medidas de
efeito equivalente.”
LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Ac. Keck e Mithouard
24 de Novembro de 1993
LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS
Art. 30º TCE
Requisitos:• Proporcionalidade da medida?• Meio de discriminação arbitrário?• Restrição dissimulada entre os Estados-membros?
LIVRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Art. 49º TCE“No âmbito das disposições seguintes, as restrições à livre prestação
de serviços na Comunidade serão proibidas em relação aos nacionais dos Estados-membros estabelecidos num Estado da Comunidade que não seja o do destinatário da prestação (...).”
LIVRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Art. 46º TCE1. “As disposições do presente capítulo e as medidas tomadas em sua
execução não prejudicam a aplicabilidade das disposições legislativas, regulamentares e administrativas que prevejam um
regime especial para os estrangeiros e sejam justificadas por razões de (...) saúde pública.”
Liberdade de Estabelecimento
Acórdão do TJ, 31 de Maio 2001- proc. NºC283/99
Regulamentação nacional italiana
• A actividade de segurança privada apenas pode ser exercida no território italiano por empresas de segurança privada de nacionalidade italiana;
• «Os guardas privados devem satisfazer as necessidades seguintes: 1º ter nacionalidade italiana; ...»
Argumentação da Comissão
• A condição de nacionalidade imposta é obstáculo à liberdade de estabelecimento, pois impede o acesso às actividades de segurança privada das empresas estabelecidas noutros Estados-membros;
• As restrições dos artigos 45º e 55º da CE, não são aplicáveis as actividades de segurança privada pois não implicam «participação directa e específica» no exercício da autoridade pública
Argumentação do Governo italiano
• Embora admitindo que as cláusulas de nacionalidade possam constituir restrições à liberdade de estabelecimento sustenta:
• elementos que caracterizam a actividade em causa permitem concluir que estas actividades respeitam ao exercício da autoridade pública;
• as empresas de segurança privada estão sujeitas a um controlo profundo por parte da autoridade pública, existindo nesta actividades uma subordinação ás autoridades policiais.
Apreciação do Tribunal de Justiça
• A actividade das empresas de guarda ou segurança não constitui, em princípio, uma participação directa e específica no exercício da autoridade pública;
• A condição de nacionalidade estabelecida no art. 134.º do texto único para as actividades de segurança privada constitui um entrave à liberdade de estabelecimento que não pode ser justificada.