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DIREITO DIREITO DAS DAS OBRIGAÇÕES OBRIGAÇÕES

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES. OBRIGAÇÕES Propter rem É a obrigação que deriva da natureza do bem ou do respectivo encargo, por causa da coisa, em razão da coisa

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OBRIGAÇÕES Propter rem

É a obrigação que deriva da natureza do bem ou do respectivo encargo, por causa da coisa, em razão da coisa.

É um direito misto, de fisionomia autônoma, que revela a existência de direitos que não são puramente reais nem essencialmente obrigacionais.

Estão situadas no limite entre os direitos reais e as obrigações pessoais.

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OBRIGAÇÕES Propter rem

Três características das obrigações propter rem: - Vinculação a um direito real;- Possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do direito real;- Transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, caso em que a obrigação recairá sobre o adquirente;

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OBRIGAÇÕES Propter rem

Maria Helena Diniz Sílvio Rodrigues Sílvio Venosa" vinculação a um direito real, ou seja, a determinada coisa de que o devedor é proprietário ou possuidor";

"ela prende o titular de um direito real, seja ele quem for, em virtude de sua condição de proprietário ou possuidor";

"trata-se de relação obrigacional que se caracteriza por sua vinculação à coisa";

"possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do direito real, renunciando o direito sobre a coisa";

"o devedor se livra da obrigação pelo abandono do direito real";

"o nascimento, a transmissão e a extinção da obrigação propter rem seguem o direito real, com uma vinculação de

acessoriedade"; "transmissibilidade por meio de negócios jurídicos, caso em que a obrigação recairá sobre o adquirente".

"a obrigação se transmite aos sucessores a título singular do devedor".

"a obrigação dita real forma, de certo modo, parte do conteúdo do direito real, e sua eficácia perante os sucessores singulares do devedor confere estabilidade ao conteúdo do direito".

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OBRIGAÇÕES Propter rem

São exemplos de obrigações propter rem:

-A obrigação dos proprietários de imóveis confinantes de concorrer para as despesas de demarcação e renovação dos marcos divisórios destruídos;-A obrigação negativa no caso da servidão, onde o dono do prédio serviente não pode embaraçar o uso legítimo da servidão;-A obrigação do proprietário de prestar caução referente a dano iminente em prédio vizinho;-As obrigações atinentes ao direito de vizinhança;

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OBRIGAÇÕES Propter rem

São exemplos de obrigações propter rem:- A obrigação que tem o condômino de contribuir para a conservação ou divisão do bem comum;-A obrigação dos proprietários de imóveis vizinhos de concorrer para as despesas de construção de tapumes divisórios;-A obrigação do adquirente de um bem hipotecado de saldar a dívida que a este onera se quiser liberá-lo;-A obrigação que tem o proprietário de coisas incorporadas ao patrimônio histórico e artístico nacional de não destruir ou realizar obras que modifique a aparência destes;-Etc.

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OBRIGAÇÕES Propter rem

Embargos de declaração. Agravo regimental. Fundamentação.1. A omissão apontada pelo embargante não ocorreu. O Acórdão possui ampla e suficiente fundamentação, no sentido de que foi regularmente aplicado o entendimento jurisprudencial desta Corte quando se afirmou que a ação de cobrança de cotas condominiais, por se tratar de obrigação propter rem, deve ser proposta contra quem figure como proprietário do imóvel.2. Afirmou o Tribunal, ainda, que o atual proprietário, parte legitimada para figurar no pólo passivo, caso sinta-se lesado, poderá tomar as medidas judiciais cabíveis contra o alienante do bem.3. Omissão alguma há no Acórdão, não se podendo falar em desrespeito aos artigos ventilados nos embargos.4. Embargos de declaração rejeitados. STJ

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OBRIGAÇÃO SIMPLES X

OBRIGAÇÃO COMPLEXA OU COMPOSTA

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OBRIGAÇÃO SIMPLES XOBRIGAÇÃO COMPLEXA OU COMPOSTA

A obrigação simples ocorre quando objetiva uma só prestação;

A obrigação complexa ou composta quando há pluralidade nas prestações, podendo ser de três modalidades: Obrigação Conjuntiva; Obrigação Alternativa; Obrigação Facultativa;

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OBRIGAÇÃO CONJUNTIVA

A obrigação cumulativa ou conjuntiva é uma relação obrigacional múltipla, por conter duas ou mais prestações de dar, de fazer ou de não fazer, decorrentes da mesma causa ou do mesmo título, que deverão realizar-se totalmente, pois o inadimplemento de uma envolve o seu descumprimento total;

Assim, a oferta de uma delas origina um inadimplemento parcial, visto que o credor não está obrigado a receber uma sem a outra.

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OBRIGAÇÃO CONJUNTIVA

Consiste num vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a realizar diversas prestações, de tal modo que não se considerará cumprida a obrigação até a execução de todas as prestações prometidas, sem exclusão de uma só. Quem contrai esse tipo de obrigação terá de satisfazer as várias prestações como se fora uma só.

P. ex.: na de vender o carro “x” e de pagar certa soma de dinheiro, em que o sujeito passivo só se liberará do liame obrigacional se fornecer ambas prestações.

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OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

A obrigação alternativa ou disjuntiva é a que contém duas ou mais prestações com objetos distintos, da qual o devedor se libera com o cumprimento de uma só delas, mediante escolha sua ou do credor.

P. ex.: se o sujeito passivo se obrigar a construir uma piscina ou a pagar quantia equivalente ao seu valor, alforriar-se-á do vínculo obrigacional se realizar uma dessas prestações.

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OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

Caracteriza-se por:

a)haver dualidade ou multiplicidade de prestações heterogêneas; e

b) operar a exoneração do devedor pela satisfação de uma única prestação, escolhida para pagamento ao credor.

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OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

A alternativa, que é de início relativamente indeterminada, determina-se antes da execução pela escolha de uma das prestações.

Logo, é uma só obrigação, que oferece ao devedor o poder de exonerar-se com o cumprimento de uma das prestações a que se obrigara.

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Concentração do débito naOBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

O cerne da obrigação alternativa está na concentração da prestação, que de múltipla e indeterminada passa a ser, então, simples e determinada, pois, uma vez escolhida, o débito se concentrará na prestação selecionada.

A escolha da prestação é, elemento constitutivo essencial da obrigação alternativa.

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Concentração do débito naOBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

O ato de escolha, denominado concentração, é feito por quem tem o direito de fazê-lo:

CC.: Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.[...]

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Concentração do débito naOBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

Ocorrendo a pluralidade subjetiva, cabendo a vários credores ou vários devedores o direito de escolha, esta deve ser feita por unanimidade.

Não chegando a acordo, a outra parte requererá lhes seja assinado prazo, findo o qual, sem uma definição, o juiz decidirá.

Ao juiz, igualmente, é deferida a opção, se as partes houverem estipulado que a escolha cabe a um terceiro e este não puder ou não quiser, desenganadamente, assumir o encargo.

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Concentração do débito naOBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

CC. Art. 252. [...].

§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.

§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

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Concentração do débito naOBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

Não pode o credor ser compelido a receber parte em uma prestação e parte em outra, nem o devedor a pagar desta maneira:

CC. Art. 252. [...].

§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. [...]

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Concentração do débito naOBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

Sendo a obrigação de prestações periódicas, devolve-se o direito de escolha para cada período (ano, semestre, mês etc.).

CC. Art. 252. [...].

§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.

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Concentração do débito naOBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

A escolha é definitiva e irrevogável. Uma vez realizada, concentra-se a obrigação, como se desde o início já fosse simples, salvo se as partes houverem pactuado a retratação.

Não existe requisito formal para a escolha. Basta uma declaração de vontade daquele a quem é reconhecida. Pode ela ser feita mediante comunicação escrita ou notificação judicial, ou até pela simples entrega de uma das coisas, se competir ao devedor.

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Concentração do débito naOBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

Uma vez operada a concentração, pela declaração de vontade ou pela oferta, produz a escolha o efeito de converter a obrigação alternativa numa obrigação simples, sujeita às regras gerais a esta pertinentes.

Aquela natureza alternativa, que perdura por toda a vida da obrigação, até o momento da concentração, desaparece com esta.

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OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

Caso uma das prestações não possa ser objeto da obrigação ou se torne inexeqüível sem culpa do devedor: a obrigação subsiste quanto à outra.

Há, nessa hipótese uma concentração automática, de vez que independe da vontade de qualquer das partes.

CC: Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.

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OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

Caso uma das prestações não possa ser objeto da obrigação ou se torne inexeqüível com culpa do devedor, sendo a escolha do credor: o credor terá o direito de exigir a prestação subsistente, ou o valor da outra, mais perdas e danos.

CC: Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; [...].

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OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

Caso ambas prestações se tornarem impossíveis com culpa do devedor, não sendo a escolha do credor: deverá o devedor pagar a que por último se impossibilitou, mais perdas e danos:

CC: Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

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OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

Caso ambas prestações se tornarem impossíveis com culpa do devedor, sendo a escolha do credor, deverá o devedor pagar o valor de qualquer das duas, conforme a escolha do credor, mais perdas e danos:

CC: Art. 255. Quando a escolha couber ao credor [...]; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

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OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

No caso de todas as prestações se tornarem impossíveis (sucessivamente ou simultaneamente), sem culpa do devedor, a obrigação se extinguirá por falta de objeto:

CC: Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.

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OBRIGAÇÃO FACULTATIVA

É aquela cujo objeto da prestação é único, mas confere ao devedor o direito excepcional de substituí-lo por outro.

É prevista em lei ou em contrato.

Ao nascer a obrigação o objeto é único, mas para facilitar o pagamento, o devedor tem a excepcional faculdade de se liberar mediante prestação diferente.  É vantajosa assim para o devedor.

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OBRIGAÇÃO FACULTATIVA

Na obrigação facultativa, ao contrário da alternativa, o credor nunca tem a opção e só pode exigir a prestação principal, pois a prestação devida é única e só o devedor pode optar pela prestação facultativa. A impossibilidade de cumprimento da prestação principal extingue a obrigação, resolvendo-se em perdas e danos, não se aplicando o art. 253, pois, como já dito, a prestação acessória não é obrigação, mas faculdade do devedor.

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OBRIGAÇÃO FACULTATIVA

Exemplo 1: art. 1234. Quem encontra coisa perdida deve restituí-la ao dono, e o dono fica obrigado a recompensar quem encontrou; mas o dono pode, ao invés de pagar a recompensa, abandonar a coisa, e aí quem encontrou poderá ficar com ela; pagar a recompensa é a prestação principal do devedor, já abandonar a coisa é prestação acessória do seu dono. O abandono da coisa não é obrigação, mas faculdade do seu dono.  Ao invés de pagar a recompensa, tem o devedor a faculdade de dar a coisa ao credor.

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OBRIGAÇÃO FACULTATIVA

Exemplo 2: art. 1382. Da Fazenda A sai um aqueduto para a Fazenda B, levando água, com a obrigação, ajustada em contrato, de que o dono da Fazenda A deverá conservar a obra.  Pois bem, ao invés de manter o aqueduto, tem o dono da Fazenda A a obrigação facultativa de abandonar suas terras para o dono da Fazenda B.  Ao invés de conservar o aqueduto, o devedor tem a faculdade de abandonar suas terras, dando-as ao vizinho.

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OBRIGAÇÃO LÍQUIDA

A obrigação líquida é aquela obrigação certa, quanto à sua existência e determinada quanto ao seu objeto.

Seu objeto é certo e individuado. Sua prestação é relativa a coisa determinada quanto à espécie, quantidade e qualidade.

É expressa por um algarismo, que se traduz por uma cifra.

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OBRIGAÇÃO ILÍQUIDA

A obrigação ilíquida é aquela incerta quanto à sua quantidade e que se torna certa pela liquidação, que é o ato de fixar o valor da prestação momentaneamente indeterminada, para que se possa cumprir.

Logo, sem liquidação dessa obrigação, o credor não terá possibilidade de cobrar seu crédito. Depende, portanto, de prévia apuração, por ser incerto o montante de sua prestação, tendendo a converter-se em obrigação líquida.

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OBRIGAÇÃO ILÍQUIDA

Tal conversão se realiza, processualmente, mediante liquidação (CPC, art. 586 e parágrafos.)

Pode também advir de transação (CC, art. 840), quando os transigentes acomodam seus interesses como julgarem conveniente.