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José Carlos Teixeira Giorgis José Carlos Teixeira Giorgis Direito de Família Direito de Família José Carlos Teixeira Giorgis Escola Superior da Magistratura

Direito de Família

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Direito de Família. José Carlos Teixeira Giorgis Escola Superior da Magistratura. Sumário. Introdução ao direito de família 1. O moderno direito de família 2. Direito de família: generalidades Do direito matrimonial e da união estável 1. Do casamento 2. Da união estável. - PowerPoint PPT Presentation

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PowerPoint Presentation1. O moderno direito de família
2. Direito de família: generalidades
Do direito matrimonial e da união estável
1. Do casamento
2. Da união estável
“O direito de família evoluiu para um estágio em que as relações familiares se impregnam de autenticidade, sinceridade, amor, compreensão, diálogos, paridade e realidade.
Trata-se de afastar a hipocrisia, a falsidade institucionalizada, o fingimento, o obscurecer dos fatos sociais, fazendo emergir as verdadeiras valorações que orientam as conveniências grupais”
Sérgio Gischkow Pereira
1. O MODERNO DIREITO DE FAMÍLIA
1.1. A Família
1.1.3. A família e a legislação brasileira
1.1.4. A família e seus novos paradigmas
1.1.5. As famílias constitucionais
1.1.6. A família futura
1.2.1. Princípios, normas e regras
1.2.2. Princípios constitucionais e a família
2. DIREITO DE FAMÍLIA: GENERALIDADES
2.1. Conceito e conteúdo
1. DO CASAMENTO
1.1. Notas Iniciais
1.16.1. Da Separação
1.16.2. Do Divórcio
2.2.3. Lei 8.791 até Lei 9.278/96
2.2.4. Lei 9.278/96 até Código Civil/2002
2.2.5. Código Civil/2002
Entidade histórica e ancestral
Construção social Intervenção do Estado => Casamento
Legislador não cria a família
Família antiga vínculo religioso não sangüíneo
não afetivo (Fustel de Coulanges)
FAMÍLIA ROMANA família patriarcal: pater, chefe da comunidade, ascendente mais velho
MODIFICAÇÕES
Direito Germânico => família paternal (poder do “pai”)
Direito Moderno = > família eudemonista ou funcional
1ª forma de agrupamento humano (‘celula mater’)
BASE
1.1.2. A Família, uma noção plurivalente
. Indivíduos ligados pela consangüinidade ou afinidade.
. Indivíduos ligados pelo casamento e filiação.
. Comunidade formada por pais e seus descendentes.
. Agrupamento natural, unido por elemento espiritual.
. Agrupamento que realiza os sentidos material, intelectual e espiritual do homem
. Célula da sociedade
Ordenações Filipinas
Proibição de alforriar escravos
José Carlos Teixeira Giorgis
1.1.3. A Família e a legislação brasileira (cont.)
Código Civil de 1916
Adoção do sobrenome marital
Marido “cabeça” do casal
Marido decidia onde viviam e trabalhavam a mulher e filhos
Marido era o administrador dos bens
Marido representava a família em juízo
Mulher:
Considerada “incapaz” para os negócios legais como os deficientes mentais, os mendigos, os menores e os indígenas;
Divididas em “honestas” e “desonestas”.
O defloramento??? Erro essencial (art. 219, IV, CP) deserdação.
Filhos “legítimos” e “ilegítimos”
1.1.3. A Família e a legislação brasileira (cont.)
Estatuto da mulher casada
Lei do Divórcio
Instituição do divórcio
Reconhecimento de filhos ilegítimos e igualdade na herança, faculdade de acréscimo do nome do marido
Dispensa da investigação quando houvesse alimentos
Constituição Federal de 1988
União estável
CÓDIGO CIVIL DE 2003
Proibição de intervenção estatal (Art. 1.513)
Disciplina do casamento religioso (Art. 1.515)
Gratuidade do casamento (Art. 1.512)
Acréscimo do sobrenome pelo marido (Art. 1.565, 81º)
Igualdade entre homem e mulher (Art. 1º)
Defloramento a mulher
Emancipação concedida pelos pais (Art. 9º, 81º)
Poder familiar substituindo “pátrio poder”
Direção conjunta da sociedade conjugal (Art. 1.567 e único)
Guarda dos filhos sob as “melhores condições” (Art. 1.584 e único)
Entidades familiares
Igualdade entre os filhos (Art. 1.596)
Perda do poder familiar (Art. 1.638)
Possibilidade de alteração do regime de bens do casamento (art. 1639 e § 2º)
Autorização para fiança ou aval
Dívida superior à meação não obriga ao outro cônjuge
Alimentos:
Obrigação dos cônjuges ou companheiros com parentes (art. 1.694)
Cessação dos alimentos em caso de casamento, união estável ou concubinato (art. 1.708, parágrafo único)
Limitação do parentesco colateral (art. 1.723 e §1º)
Concubinato (art. 1.727)
Casamento e concorrência
1.1.3. A Família e a legislação brasileira (cont.)
José Carlos Teixeira Giorgis
I – Introdução do Direito de Família (cont.)
1.1.4. A Família e seus novos paradigmas
A importância do AFETO, antes “sentimento”, agora “elemento” do mundo jurídico
Afeto passou a dar visibilidade às relações familiares, ganhando espaço no Direito de Família.
Noção clássica de família na sociedade rural unidade de produção (famílias extensas)
Estrutura:
mulher esposas e mãe
Filhos respeito e obediência
José Carlos Teixeira Giorgis
Modelo clássico de família:
2. TRANSPESSOAL
- Zelo pela unidade familiar
- Preocupação com a continuidade e não com os interesses individuais dos integrantes.
3. MATRIMONIALIZADA
- Presunção “pater is est”
- Indissolubilidade do matrimônio
Michelle Perrot: “Família é nome, sangue, patrimônio herdado e transmitido”.
1.1.4. A Família e seus novos paradigmas (cont.)
José Carlos Teixeira Giorgis
1.1.4. A Família e seus novos paradigmas (cont.)
Transformações (causas):
Maior convívio entre pais e filhos
Maior coesão familiar
INDUSTRIALIZAÇÃO
Maior atuação social, política e jurídica da mulher
Transformação de condições social do jovem
Mudança de paradigma: casamento (CC/1916) => família (CF/1988)
FAMÍLIA EUDEMONISTA:
Cada um busca na família sua realização, felicidade e bem estar
Tutela funcionalizada à dignidade dos membros da família
José Carlos Teixeira Giorgis
1.1.4. A Família e seus novos paradigmas (cont.)
CARACTERÍSTICAS (CC/1916)
Relações entre os cônjuges:
Administração marital dos bens comuns (art. 233, II)
Fixação do domicílio (art. 233, III)
Autorização à mulher para prática dos atos de vida civil (art. 242) (incapacidade jurídica; “proteção”
Relação com os filhos “paz doméstica”
Poder para o processo educacional (castigos)
Reconhecimento do filho adulterino (dissolução do casamento após 5 anos de separação de fato)
Supremacia do vínculo paterno legítimo
Presunção de paternidade: quase absoluta (art. 343 e 346); contestação excepcional de paternidade (prazos exíguos)
José Carlos Teixeira Giorgis
1.1.4. A Família e seus novos paradigmas (cont.)
CONSEQÜÊNCIAS
Reconstrução de vidas afetivas e soluções legais de proteção
Dissolubilidade do vínculo
1.1.5. As famílias constitucionais
MODELO CONSTITUCIONAL
Proteção de todas as entidades familiares (não há hierarquia ou privilégio entre elas)
Igualdade entre homem e mulher
Direção conjunta da família => valorização da pessoa
Verdade sócio-afetiva => valorização do sentimento
Interesse maior dos filhos
TRAÇOS GERAIS
Despatrimonialização das relações entre pais e filhos
Desvinculação entre a proteção dos filhos e a espécie de relação entre os genitores
Cf. OLIVEIRA, José Sebastião de. Fundamentos constitucionais do Direito de Família. São Paulo: RT, 2002.
José Carlos Teixeira Giorgis
1.1.5. As famílias constitucionais (Cont.)
CARACTERÍSTICAS
B) AFETIVIDADE => Respeito mútuo, solidariedade, diálogo
C) DESPATRIMONIALIZAÇÃO => Regras materiais inovadoras
D) REPERSONALIZAÇÃO =: Resgate de valores imateriais, liberdade, carinho.
E) ESTATUTO DE IGUALDADE ENTRE FILHOS
Reconhecimento dos filhos naturais (CF/1937, art. 126)
Proibição da origem, no registro legítimo ou ilegítimo (D. 3.200/41)
Reconhecimento dos filhos ilegítimos após desquite (D. 4.737/42)
Reconhecimento depois da dissolução da sociedade conjugal e igualdade sucessória (Lei 883/93)
Reconhecimento por testamento cerrado (L. 6.515/77)
Reconhecimento após cinco anos de separação (L. 7.250/84)
Averbações de sentenças que julgam filhos legítimos ou ilegítimos (L. 6.015/71)
Conceito de menor em situação irregular (L. 6.697/79, Código de Menores)
CF/1988
L. 8.560/92 Investigação oficiosa da paternidade.
José Carlos Teixeira Giorgis
1.1.5. As famílias constitucionais (Cont.)
F) RESPEITO À CRIANÇA, AO ADOLESCENTE E AO IDOSO
Art. 227, 1º, único, I, II e III; art. 3º, IV e V; arts. 229 e 230 (CF/88)
G) IGUALDADE NAS FAMÍLIAS
estabilização dos adultos na sociedade)
Função socializadora família é “base da sociedade” – art. 226, CF
Função instrumental realização de sés membros
desenvolvimento social, afetivo, educacional e profissional
Função assistencial
Função educacional
Função procriativa
1.1.6. A Família do futuro
FAMÍLIA
Liberdade de escolha sexual
Armazenamento de óvulos e espermatozóides
“Cafeterias de contracepção”
“Restaurante de produção”
José Carlos Teixeira Giorgis
Leituras recomendadas
GOMES, Orlando. Raízes históricas e sociológicas do Códio Civil Brasileiro. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2003.
GRINBERG, Keila. Código Civil e Cidadania. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
FACHIN, Luiz Edson. Repensando fundamentos do Direito Civil Brasileiro Contemporâneo. Rio de Janeiro: Renovar, 1998.
FACHIN, Rosana Amara Girardi. Em busca da família do novo milênio. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.
PEREIRA, Sérgio Gischkow. Tendências modernas do Direito de Família. São Paulo: RT.
GIORGIS, José Carlos Teixeira. O direito de família e a Constituição. Artigo. Disponível em: http://www.giorgis.com.br
______. A violência doméstica e o filho. Disponível em: http://www.giorgis.com.br
______. A paternidade fragmentada. Artigo. Disponível em: http://www.giorgis.com.br
José Carlos Teixeira Giorgis
1.2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Normas
Princípios: mandamentos de otimização cumpridos em diferentes graus, de acordo com possibilidades reais ou jurídicas.
Regras: normas que podem ser cumpridas ou não ou determinações no âmbito do possível (Alexy)
1.2.2. Princípios constitucionais e a família
Proteção das entidades familiares não fundados no casamento (CF, art. 226, 88, 3º e 4º)
Igualdade de direitos entre homens e mulheres (CF, art. 226, 85º)
Garantia de possibilidade de dissolução da sociedade condjugal, independente de culpa (CF, art. 226, 86º)
Planejamento familiar voltado para a dignidade da pessoa e paternidade responsável (CF, art. 226, 87º)
Intervenção estatal no núcleo familiar para proteger seus integrantes e coibir a violência (CF, art. 226, 88º)
Igualdade entre os filhos (CF, art. 227, 86º)
José Carlos Teixeira Giorgis
2. DIREITO DE FAMÍLIA: GENERALIDADES
2.1. Conceito, Objeto e Conteúdo
CONCEITO
Conjunto de normas que regulam a celebração do CASAMENTO, sua validade e os efeitos que dele resultam, as RELAÇÕES pessoais e econômicas da SOCIEDADE CONJUGAL, ou a dissolução, a UNIÃO ESTÁVEL, as RELAÇÕES ENTRE PAIS E FILHOS, o vínculo de PARENTESCO e os institutos complementares de TUTELA e da CURATELA (M. H. Diniz, Clóvis Beviláqua, Orlando Gomes)
Exposição dos PRINCÍPIOS queregem as RELAÇÕES DA FAMÍLIA e a influência delas sobre as PESSOAS e seus BENS (Lafayette)
Normas que regulam as relações decorrentes das entidades familiares e a relação de parentescos.
Normas que regulam as relações entre pessoas ligadas pelo casamento, união estável ou parentesco (consangüíneo, afim ou civil)
José Carlos Teixeira Giorgis
2.1. Conceito, Objeto e Conteúdo (cont.)
VERTENTES
poder familiar, alimentos, tutela e curatela
José Carlos Teixeira Giorgis
2.2. Natureza Jurídica
Predominância do direito público sobre o direito privado (normas cogentes)
Intervenção do Estado (importância social da família)
Natureza personalíssima (irrenunciável, intransmissível, sem condições ou termo ou procurador)
2.3. Princípios
Princípio da igualdade jurídica (cônjuges; filhos)
Princípio da liberdade: casar => planejamento familiar; regime de bens; aquisição e administração dos bens; educação)
Princípio do pluralismo familiar
Princípio do poder familiar
Princípio da afetividade e comunhão de vida.
José Carlos Teixeira Giorgis
2.4. Relações interdisciplinares
Direito Civil
Direito das Obrigações: alienação de bens; doação, venda; reparação do dano
Direito das Coisas: hipoteca legal
Direito das Sucessões: sucessão legítima e testamentária
Direito Público
Direito Tributário: isenções e reduções tributárias
Direito Administrativo: cargos públicos
Direito Processual Civil: suspeição pelo parentesco, impedimento de testemunha, remição.
Direito Processual Penal: impedimento de testemunha
Direito Penal: crimes contra o casamento, estado de filiação, assistência, poder familiar.
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1. DO CASAMENTO
1.1. Notas iniciais
1.16.1. Separação
1.16.2. Divórcio
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.1. NOTAS INICIAIS
1.2. CONCEITO
União entre pessoas de sexos diversos com fim de constituir família (Lafayette)
Contrato bilateral e solene estabelecendo comunhão de vida e de interesses (Clóvis)
Contrato de direito de família que regule a união entre homem e mulher (Pontes)
Comunhão de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges (CC, art. 1.511)
1.3. NATUREZA JURÍDICA
Ato complexo natureza eclética ou mista
1.4. CARACTERÍSTICAS
Ato solene
Normas de ordem pública (submissas)
Comunhão de vida com base na igualdade (afeto – união exclusiva e permanente)
Diversidade de sexos
Liberdade de escolha do nubente (ato pessoal)
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II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.5. FINALIDADES
Procriação (concepção canônica)
Educação da prole
1.6. ESPÉCIES
Civil (CF, art. 226 § 1º; CC, art. 1.512) => união formal perante autoridade legal.
Religioso (CF, art. 226 § 2º; CC, art. 1.515 e 1.516).
Nuncupativo (CC, arts. 1.540 e 1.541) => “in extremis”.
Putativo (CC, arts. 1.561 e 1.563) => “boa fé”.
Consular (CC, art. 1.544) => realizado no estrangeiro.
Conversão de união estável (CF, art. 226, § 3º; CC, art. 1.726)
Procuração (CC, art. 1.542) => instrumento público
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.7. CAPACIDADE
> de 18 anos capacidade
> de 16 anos < 18 anos relativamente incapaz autorização dos pais (CC, art. 1.517)
< de 16 anos
gravidez
separação de bens (CC, art. 1.641, III)
EMENTA:  APELAÇÃO. CASAMENTO. AUTORIZAÇÃO. SUPRIMENTO DE IDADE. IDADE NÚBIL. O direito civil brasileiro atual estabelece que a idade núbil é 16 (dezesseis) anos (CC, art. 1.517). A autorização para casamento de menores de 16 anos somente se admite em hipóteses excepcionais (CC, art. 1.520), as quais não ocorrem no caso. NEGARAM PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70013925904, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 23/02/2006)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.8. IMPEDIMENTO
Antes dirimentes absolutos (CC/1916)
São exigências para a validade e regularidade do casamento, que visam preservar a eugenia, a moral familiar, a monogamia, etc.
CLASSIFICAÇÃO:
a1) Consagüinidade (art. 1521 – I e IV)
Proibição de núpcias incestuosos (filiação defeituosa)
Irmãos => parentes colaterais de 3º grau; Dec. 3.200/41: revogação XCC (lei geral prevalece) => salvo inconveniência (laudo)
Primos => não são atingidos.
Resulta do casamento ou da união estável (linha reta)
Não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável (art. 1.595 § 2º)
Afinidade colateral => não impede o casamento (cônjuge viúvo X cunhado)
a3) Adoção (art. 1.521, III e V)
Proibição da ordem moral (adoção e “imitações” de família) pai ou mãe adotivos não podem correr com a viúva ou viúvo dos filhos adotivos
V => adotados em “posição de irmãos”
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
b) IMPEDIMENTOS DERIVADOS DE CASAMENTO ANTERIOR (Art. 1.521, VI)
Prestígio do princípio monogâmico
Desaparece com a morte, invalidade divórcio ou ausência (art. 1.571, 81º)
Bigamia => nulidade do 2º casamento
Casamento religioso ainda não registrado => não impede (ato inexistente)
c) IMPEDIMENTOS DERIVADOS DE CRIME (Art. 1.521, VI)
Juízo ético de reprovabilidade
Condenação posterior
Tentativa cônjuge se divorcia após o ato: não está impedido.
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS (Art. 1.522)
Legitimação Qualquer pessoa capaz (interesse da sociedade)
Omissão juiz ou oficial: sanções administrativas e indenizatórias.
Oportunidade até celebração
Forma art. 1.529/30 e LRP, art. 67, § 5º
EMENTA:  HABILITAÇÃO DE CASAMENTO. OPOSIÇÃO DE IMPEDIMENTO. FALTA DE CAPACIDADE. INEXISTÊNCIA DE PROVA. A inexistência de prova da alegada falta de capacidade é causa de rejeição da impugnação. ALEGAÇÃO DE INCAPACIDADE FÍSICA PARA EFETIVAÇÃO DO ATO SEXUAL. A incapacidade física não é causa de impedimento para o casamento. Mesmo se restasse provada - o que não foi - tal fato, por si só, não levaria ao acolhimento do pedido. NEGARAM PROVIMENTO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70006876031, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 01/10/2003)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.9. CAUSAS SUSPENSIVAS (art. 1.523 e incisos)
Antes => impedimentos impedientes
Vedam temporariamente a realização do casamento, mas não afetam sua validade.
Não há nulidade ou anulação, apenas conseqüência de natureza patrimonial (regime da separação)
BUSCA EVITAR
Confusão de patrimônios (art. 1.523, I e art. 1.489, II)
a) inventário negativo
c) homologação da partilha no divórcio (art. 1.523, III)
Confusão de sangue (art. 1.523, II)
a) dúvida sobre a paternidade (art. 1.597, I e II)
b) Nascimento ou inexistência de gravidez (art. 1.523, in fine)
c) Aborto ou gravidez evidente (viuvez ou anulação do casamento)
d) casamento anterior anulado (impotência)
Coação moral (art. 1.523, IV)
a) proteção do patrimônio do incapaz
b) extensão e afastamento (art. 1.523, único)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.9. CAUSAS SUSPENSIVAS (cont.)
NÃO CONSTITUEM CAUSAS SUSPENSIVAS
c) Doenças
d) Crença
e) Raça
normas de interesse de família e terceiros (eventual)
inexistência de prejuízo (art. 1.523, único)
inovação cunhados (afim em 2º grau)
b) MOMENTO curso de habilitação, até 15 dias da publicação.
c) FORMA
Procedimento: sumário + LRP (Lei 6.015/73, art. 67, § 5º); residências plurilocais: editais, oposição no ofício local => remessa.
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II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.10. HABILITAÇÃO (Art. 1.525 e ss. e LRP, art. 67/69)
Oficial do registro o Juiz (impugnação pelo MP)
Certidões => autorização ou ato judicial=> declaração de testemunhas e do casal => certidão de óbito.
1.11. CELEBRAÇÃO (Art. 1.533 / 1.535)
Ato solene
Local cartório de registro civil ou outro local.
Autoridade juiz de paz ou juiz de casamento (SP) ou oficial “ad hoc”
Momento art. 1.535
Suspensão art. 1.538
SUSPENSÃO (Art. 1.538)
CASAMENTO POR PROCURAÇÃO
Efeitos: - anulabilidade (art. 1.550, V); - Inexistência => morte; loucura superveniente (revogação (Pontes); lucidez e relação sexual => sanções (Pontes)) Art. 1.542, 2º => casamento nuncupativo.
EMENTA:  APELAÇÃO CIVIL. PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO DE REGISTRO DE CASAMENTO. MOLÉSTIA GRAVE DE UM DOS NUBENTES. ART. 1539, CCB. A urgência do ato dispensa os atos preparatórios da habilitação e proclamas. RECURSO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70013292107, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Raupp Ruschel, Julgado em 11/01/2006)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.12. PROVAS (Art. 1.543 / 1.547)
Certidão de registro (art. 1.543) => para pré-constituída
Prova supletiva (art. 1.543, único) => ação declaratória => efeitos civis
Posse de estado (art. 1.545 / 1.547) não equivale ao casamento, mas faz prova.
Pessoas falecidas (filhos e mortos os cônjuges; objetivo => proteção da prole comum; em vida dos cônjuges (art. 1.547)
Casamento no estrangeiro (art. 1.544)
Processo judicial => art. 1.546; efeitos => data celebração
Oficial do registro o Juiz (impugnação pelo MP)
Certidões => autorização ou ato judicial=> declaração de testemunhas e do casal => certidão de óbito.
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.13. INVALIDADES
art. 1.516, §§ 1º e 2º
efeitos – art. 1.515 / 1.516
falecimento do cônjuge => registro possível (art. 1.516 § 1º)
EMENTA:  REGISTRO CIVIL DE CASAMENTO RELIGIOSO. IMPOSIÇÃO JUDICIAL OU SUPRIMENTO DA MANIFESTAÇÃO DA VONTADE. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. A propositura de ação, objetivando compelir um dos cônjuges a registrar o casamento religioso junto ao competente Ofício Civil, constitui pedido juridicamente impossível. O casamento é um ato volitivo bilateral cuja manifestação da vontade é requisito essencial para a sua realização. Extinto o feito. (Apelação Cível Nº 70006870877, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Berenice Dias, Julgado em 10/11/2003)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
Casamento putativo
art. 1.561
filhos => art. 1.561
bens => dissolução ou comunhão (boa-fé de um deles) => art. 1.564
alimentos => até a data da sentença (STJ)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.13. INVALIDADES
Moléstia grave => pode causar a morte
Iminente risco de vida => ferimento, grave, acidente.
e) casamento consular (art. 1.544)
competência do agente consular => art. 18, LICC
registro => LRP, art. 32 § 1º
D.n. 24.113/34 => cônjuges brasileiros e lei loca reconhecer efeitos civis.
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
f) Conversão de união estável em casamento
(art. 1.726)
CF. art. 226 § 3º
Pedido dirigido ao juiz
EMENTA:  APELAÇÃO CÍVEL. CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO. A recepção pela Constituição Federal da união estável como entidade familiar e a determinação para que sua conversão em casamento seja facilitada (§ 3º do art. 226) repercutiu no art. 1.726 do CCB, estabelecendo que o pedido dos companheiros será feito ao juiz com conseqüente assento no Registro Civil, e na regulamentação desse procedimento pelos Provimentos nºs 027/03 e 039/03 da CGJ. O requisito para a conversão é, antes de mais nada, a comprovação da existência da própria união estável e, cumpridas as exigências previstas no mencionado Provimento, há que ser acolhida a conversão. A expressa dispensa de proclamas e editais em nada fere a verificação de fato obstativo ao casamento, pois eventuais impedimentos que inviabilizariam a realização do casamento por expressa disposição legal inibem, igualmente, a constituição da união estável (§ 1º do art. 1.723 do CCB). O casamento nuncupativo e o casamento por conversão da união estável têm em comum o fato de que exigem procedimento judicial exatamente como forma de suprir a inexistência das chamadas formalidades preliminares, consistentes no processo de habilitação matrimonial. E, por isso, neles é dispensada a publicação de editais e proclamas. Assim, há que ser declarada judicialmente a convivência more uxorio (em processo anterior ou incidentalmente) para que, homologada a conversão, seja lançado o assento do casamento no Cartório do Registro Civil, em livro próprio (B-Auxiliar). PROVERAM EM PARTE, À UNANIMIDADE. (Apelação Cível Nº 70010060564, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 22/12/2004)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.13. INVALIDADES
CASAMENTO INEXISTENTE: Ato típico, sem existência no mundo jurídico (“nada” jurídico)
a) Diversidade de sexos
Arts. 1.517, 1.565
Transexual: mudança de sexo e nome (TJRS); cabimento, salvo alegação de erro essencial.
b) Falta de consentimento
Procuração sem poderes especiais
Coação absoluta
Formalidades => LRP
Presidente => não é juiz de paz ou de casamento (ex: delegado, promotor)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.13. INVALIDADES
CASAMENTO INEXISTENTE: Ato típico, sem existência no mundo jurídico (“nada” jurídico)
CASAMENTO NULO
CASOS DE NULIDADE: Art. 1.548
a) enfermo mental sem discernimento
insanidade permanente e duradoura (incapacidade absoluta, art. 3º, II)
incapacidade relativa => causa de anulabilidade
b) impedimentos
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
LEGITIMAÇÃO: Art. 1.549
Moral => cônjuges, ascendentes, descendentes, irmãos, cunhados e 1º cônjuge do bígamo.
Econômico => herdeiros sucessíveis, credores dos cônjuges, adquirentes dos bens, companheiros
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE
Ação de estado (direitos indisponíveis)
Pode ser antecedida de separação de corpos (art. 1.562) => alimentos (CPC, art. 852, I)
Rito ordinário
Confissão X direitos indisponíveis
Intervenção do MP (CPC, art. 82/84)
Sentença transita => registro civil e álbum imobiliário
Mulher => foro de residência (CPC, art. 100,§ 1º), embora competência relativa.
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
LEGITIMAÇÃO: Art. 1.549
Efeitos
não antecipa a maioridade, salvo boa-fé
afeta a existência do pacto antenupcial (acessório)
filhos => art. 1.587
bens => desaparecimento do regime de bens; caso de boa fé => casamento putativo; caso de má-fé => sociedade de fato.
Não há reexame necessário
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
CASAMENTO ANULÁVEL
Defeito de idade
LEGITIMAÇÃO (art. 1.552)
Prazo => 180 dias (art. 1.560, § 1º)
Pode casar: para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal; gravidez (art. 1.520 e 1.641, III)
Confirmação (ratificação perante o oficial do cartório ou o juiz de pa) (art. 1.552, II e III, 1.553, 1.641, III))
falta de autorização do representante legal
Art. 1.555, § 2º
Falecimento do incapaz: ação proposta => herdeiros prosseguem; ação não proposta => herdeiros propõem, em 180 dias após a morte.
Após aquisição de capacidade => não há direito de ação
Após a aquisição, mas antes de 180 dias => há direito dos herdeiros (Caio Mário)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
Erro essencial sobre a pessoa do cônjuge
Art. 1.556 e 1.556
LEGITIMAÇÃO => cônjuge equivocado
ERRO => falta de representação da realidade, que conhecido ao ensejaria o ato.
Defloramento da mulher => não é mais causa de anulação (CC/1916, art. 219, IV)
Erro sobre a identidade do outro cônjuge
Identidade física (“error in corpore”) => pessoa diversa
identidade civil => atributo inesperado (toxicômanos, gravidez de terceiro, desvio de comportamento, relações sexuais anômalas, recusa ao débito conjugal, impotência)
Erro sobre a honra e boa fama
Honra => dignidade e moralidade
Boa fama => estima social
Requisitos: defeito preexistente; a descoberta torna a vida conjugal insuportável
Não constituem erro essencial: desemprego; ociosidade; condição de fortuna; profissão
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
Ignorância de crime ultrajante
Se era inimputável => erro quanto à honra e boa fama
Sentença posterior ao casamento => não afaste
Ignorância de defeito físico irremediável ou moléstia grave
Art. 1.557, III
Defeito => impede a realização dos fins matrimoniais (em geral, ato sexual). Ex: sexo dúbio, hermafroditismo, infantilismo, vaginismo, impotência instrumental
Não anula => esterilidade (impotência generandi ou concipiendi)
Moléstia grave => transmissível por contágio ou herança, anterior ao casamento. Ex: tuberculose, lepra, AIDS. Não se exige que seja moléstia incurável, mas grave, capaz de contagiar o consorte ou sua prole.
Ignorância de doença mental grave
Art. 1.557, IV
Grave e não incurável => esquizofrenia, oligofrenia, paranóia, epilepsia, psicose maníaco-depressiva.
Manifestada após o casamento => causa de separação judicial (art. 1.572, § 2º)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
Vício de vontade por coação
Art. 1.558 => coação moral ou psicológica
Coação absoluta (violência) => casamento inexistente
LEGITIMAÇÃO => pessoa coacta
Prazo => 4 anos da celebração
Coabitação => validade do ato, salvo: ignorância do defeito ou moléstia grave (art. 1.559); doença mental grave.
Prova de coação => art. 152/153
Incapacidade de manifestar o consentimento
Art. 1.550, V => capacidade reduzida (art. 4º, II e III; art. 1.767, III e IV)
LEGITIMAÇÃO => cônjuge, representante, herdeiro (interesse econômico)
Prazo => 180 dias de celebração (art. 1.560, I)
Realização do casamento por mandatário, revogado o mandato
Art. 1.550, V
Prazo => 180 dias do conhecimento pelo mandante (art. 1560 § 2º)
COABITAÇÃO => não há anulação (art. 1.550, V)
Autoridade incompetente
Autoridade incompetente em razão da matéria => casamento inexistente, salvo art. 1.554
Autoridade competente => CF (art. 98, II, e 30 ADCT) e COJE.
CASAMENTO IRREGULAR
- Art. 1.523, I a IV => regime de separação dos bens (art. 1.641, I)
- Súmula 377, STF
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
INVALIDADES
NULIDADES
Vício que afeta a ordem pública
Pretensão de declaração imprescritível
Pretensão decadencial, com prazos exíguos
Invalidade sanável
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.14. EFICÁCIA
EFEITOS JURÍDICOS
EFEITOS SOCIAIS
Planejamento familiar (CC, art. 1.565, § 2º
EFEITOS PESSOAIS
Encargos comuns (art. 1.565)
EFEITOS PATRIMONIAIS
Instituição do bem de família (art. 1.711/1.722)
Direito de herança ao cônjuge sobrevivo (art. 1.829)
Direito real de habitação (art. 1.831)
DEVERES DOS CÔNJUGES (Art. 1.566)
Fidelidade recíproca
Respeito e consideração mútuas
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.5. REGIME DE BENS
Regras que disciplina as relações econômicas entre os cônjuges e com terceiros.
Princípios
b) a convenção não pode contrariar a lei (art. 1.655)
c) a convenção deve ser celebrada por escritura pública (art. 1.653)
d) adota-se o regime legal no silêncio de convenção (art. 1.640)
e) regime se inicia na data do casamento (art. 1.639)
f) o regime pode ser alterado (art. 1.639, § 2º)
Mudança de regime
e) averbação no Registro Civil, junta comercial
Art. 2.039 => mantém as peculiaridades dos regimes anteriores
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
Atos que exigem autorização
b) pleitear, como autor ou réu, acerca de tais bens
c) prestar fiança ou aval
d) fazer doação de bens comuns ou futuros
Suprimento judicial => art. 1.647 / 1.648
PACTO ANTENUPCIAL
Art. 1.653 => ineficácia
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL
I – Causas suspensivas (art. 1.641, I)
Conseqüências => casamento irregular => sanção (regime da separação)
II – Pessoa com mais de sessenta anos (art. 1.641, II)
Cláusula incompatível com a dignidade humana
Súmula 370, STF
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
BENS EXCLUÍDOS
art. 1.661 (bem reivindicado, enquanto solteiro, dinheiro de venda)
art. 1.659 (Bens particulares – bens sub-rogados –obrigações anteriores – obrigações derivadas de atos ilícitos – bens de uso pessoal – proventos do trabalho pessoal – pensões, soldos, montepio)
BENS QUE INTEGRAM A COMUNHÃO
Art. 1.660: fato eventual => loteria, jogo, aposta, desconhecimento de tesouro
REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL
Art. 1.972: superação total (casamento) => comunhão parcial (separação judicial)
REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL
Art. 1.687 / 1.647, I
Não pode ser suprimida (ordem pública)
Presença facultativa dos advogados (LD, art. 3º § 3º)
A) SEPARAÇÃO POR MÚTUO CONSENTIMENTO
Art. 1.574 e único
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
Requisito: um ano de casamento.
Procedimento
Recusa judicial
Instrução do pedido
certidão de casamento
guarda dos filhos
nome da separanda
Intervenção do MP
Acordo com vício
Não cabe ação rescisória
Renúncia aos alimentos
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
B) SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA
Art. 1.572 e §§ / 1.573
Separação => falência (§ 1º) => decurso de tempo
Separação => remédio (§ 2º) => doença mental grave
CULPA
Retrocesso
Conseqüência
perda do sobrenome (art. 1.578)
Reconvenção
ROL EXPLICATIVO => art. 1.573, único
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
B1) INFRAÇÃO AOS DEVERES DO CASAMENTO
Art. 1.572
B1.1) ADULTÉRIO
=> ato sexual
- estupro
- coação
Adultério não consumado (atos pré-sexuais)
Inseminação artificial => não há cópula
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
B1.2.) ABANDONO VOLUNTÁRIO DO LAR
Dever de coabitação (art. 1.566, II) art. 1.573, IV e art. 1.569)
Requisitos
agressão
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
B1.3) SEVÍCIA E INJÚRIA GRAVE
Dever de mútUa assistência (art. 1.566, III e art. 1.573, III)
Atos agressivos, palavras ultrajantes, abandono moral, desprezo marital
B1.4) ABANDONO MATERIAL E MORAL DOS FILHOS
Dever de sustento, guarda e educação dos filhos (art. 1.566, IV)
B1.5) IMPUTAÇÃO CALUNIOSA
Lealdade recíproca
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
B2) CONFISSÃO
ficta (revelia)
admissibilidade => direitos disponíveis
STJ - revelia não induz procedência e nem afasta o exame das circunstâncias
posição mista
direitos disponíveis => causas de dissolução
B3) INSUPORTABILIDADE DA VIDA EM COMUM
Art. 1.572 / 1.573
Atentado à vida => antes da separação
Conduta desonrosa => comportamento imoral e anti-social
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
B4) RUPTURA DA VIDA EM COMUM
Art. 1.572, § 1º => Separação, falência
Requisitos
Não se considera qualquer responsabilidade, mas motivos objetivos (falta de coabitação, desarmonia, separação carcerária)
B5) SEPARAÇÃO POR MOTIVO DE GRAVE DOENÇA MENTAL
Art. 1.572 § 2º
epilepsia
esquizofrenismo
Aferimento judicial, após perícia
Sanção => art. 1.572 § 3º
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
B6) CONSEQÜÊNCIAS
incidental
Procedimento => petição => prova de existÊncia de casamento => exame breve => alvará
Súmula 10, TJRS => o deferimento não se submete à eficácia do prazo do art. 806, CPC.
Casos concretos
não admite a conversão em divórcio
não é incompatível com a permanência do cônjuge no lar
razões econômicas
cessam deveres
Separação
litigiosa => art. 1.578 e §§
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
B7) RESTABELECIMENTO DA SOCIEDADE CONJUGAL
Art. 1.577
Requerimento conjunto => juízo da separação => termo => homologação => averbação (LRP, art. 101)
Conseqüências
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.16. DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL
Art. 1.571
Separação judicial ou divórcio
Real (art. 1.571)
Presumida (art. 1571 § 1º e art. 7º, I, II e único { retorno => ineficácia}
2. NULIDADE ou ANULAÇÃO
Inexistência e invalidades (retro)
1.16.1.) DA SEPARAÇÃO JUDICIAL
Art. 1.572 e ss.
Natureza personalíssima (art. 1.576 e único) { Cônjuge morto => ação rescisória incabível; Cônjuge morto => prosseguimento pelos filhos => partilha}
Exceções => incapacidade do cônjuge (art. 1.576, único => ordem preferencial: separação amigável ou litigiosa
Distrato por procuração => assinaturas (tabelião, LD)
Só a morte e o divórcio dissolvem o vínculo matrimonial.
José Carlos Teixeira Giorgis
1.16.2.) DO DIVÓRCIO
Partilha prévia => art. 1.581 e Súmula 197, STJ
Legitimação
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
1.16.2.1.) DIVÓRCIO – CONVERSÃO
litigioso => não se admite reconvenção
Requisito => um ano de trânsito da sentença (separação judicial ou separação de corpos)
Pode no juízo do domicílio de qualquer dos cônjuges
Apensação dos autos da separação
Eventual reconciliação => não interrompe ou suspende o prazo (prazo peremptório)
Contagem de separação de corpos => imprescindível o trânsito de sentença da separação judicial
Honorários => jurisdição necessária
1.16.2.2. DIVÓRCIO DIRETO
consensual => CPC, art. 1.120 / 1.124 => audiência de concílios (dispensa advogados)
litigioso => procedimento ordinário
admite-se => guarda dos filhos
partilha => juízo de execução
Número de pedidos => mais de uma vez
Novo casamento => só com o registro de sentença do divórcio (art. 1.525. V)
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. CASAMENTO)
16.11.3) DA PROTEÇÃO DOS FILHOS E DO DIREITO DE VISITA
A) PROTEÇÃO DOS FILHOS
consensual => acordo, salvo recusa judicial (art. 1.574, único e 1.590)
litigiosa => decisão judicial (art. 1.584)
Divórcio
Culpa
2. DA UNIÃO ESTÁVEL
2.1. CONCEITO E EVOLUÇÃO
2.2.3. Lei 8.791 até Lei 9.278/96
2.2.4. Lei 9.278/96 até Código Civil/2002
2.2.5. Código Civil/2002
2.11. A união homoerótica
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. UNIÃO ESTÁVEL)
2.2. DIREITOS RECONHECIDOS
Direito obrigacional, como sociedade de fato
Indenização por serviços prestados
Alimentos (jurisprudência)
2.2.3. Lei 8.791 até Lei 9.278/96
Alimentos
Direitos sucessórios (vocação hereditária)
Duração de 5 anos
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. UNIÃO ESTÁVEL)
2.2.4. Lei 9.278/96 até Código Civil/2002
Alimento
Direito real de habitação
Sem exigência de prazo
Direitos patrimoniais => meação e regime de comunhão parcial
Direitos sucessórios
Concorrência com herdeiros e parentes sucessíveis
Conversão judicial em casamento
Direito real de habitação => controvérsia => igualdade com o cônjuge
Noção de concubinato
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. UNIÃO ESTÁVEL)
2.3. Pressupostos
“É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.” Art. 1.723.
2.3.1. Relação estável
C.C./2002 => sem prazo
Período de namoro
Sugestão de leitura:
GIORGIS, José Carlos Teixeira. A união estável e os pressupostos subjacentes. In: Novo Código Civil. Questões controvertidas do Direito de Família e das Sucessões. São Paulo: Método, 2005, v. 3, p. 225 e ss.
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. UNIÃO ESTÁVEL)
2.3.2. Diversidade de sexos
Lei 8.278/97 => homem e mulher
C.C./2002 => homem emulher
GIORGIS, José Carlos Teixeira. A natureza jurídica da relação homoerótica. Revista da Associação de Juízes do RS, n. 88, t. I, p. 224 e ss.
FIGUERAS, Fernanda Louro. Aspectos constitucionais da união das pesoas do mesmo sexo. In: Tendências constitucionais no Direito de Família. Estudo em homenagem ao Prof. José Carlos Teixeira Giorgis. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.
DIAS, Maria Berenice Dias. Homoafetividade: o que diz a Justiça! Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. UNIÃO ESTÁVEL)
2.3.3. Convivência
Súmula 382, STF => não é indispensável para caracterizar o concubinato
Exceções => necessidade profissional ou familiar
STJ => não é requisito essencial
2.3.4. Publicidade
Art. 1.708 e único
José Carlos Teixeira Giorgis
II – Do Direito Matrimonial e da União Estável (cont. UNIÃO ESTÁVEL)
2.7. Regime de bens
2.8. Sucessão
Art. 1.790
Art. 1.830
Concubinato adulterino (jurisprudência)
2.11. União Homoerótica
Sugestão de leitura:
SANTOS, Luis Felipe Brasil. União estável, concubinato e sociedade de fato: uma distinção necessária. In: Novo Código Civil. Questões controvertidas do Direito de Família e das Sucessões. São Paulo: Método, 2005, v. 3, p. 225 e ss.
OLIVEIRA, Euclides de; HIRONAKA, Giselda Maria Novaes. Distinção jurídica entre união estável e concubinato. In: Novo Código Civil. Questões controvertidas do Direito de Família e das Sucessões. São Paulo: Método, 2005, v. 3, p. 239 e ss.
GIORGIS, José Carlos Teixeira. A concubina desamparada. Disponível em: <http://www.giorgis.com.br>.
José Carlos Teixeira Giorgis
III – Do Direito Parental
1. Relações de parentesco
Afinidade
III – Do Direito Parental (cont.)
1. Relações de parentesco (cont.)
Parentesco: relação que vincula pessoas descendentes de um tronco comum ou de autor comum (consangüinidade), que aproxima o cônjuge dos parentes de outro (afinidade), ou que se estabelece por ficção jurídica (adoção).
Agnação: parentesco pelo lado masculino
Cognação: parentesco pelo lado feminino
Art. 1593
Outra origem (reprodução assistida)
José Carlos Teixeira Giorgis
Vínculos do parentesco
Linha reta
Linha Colateral
1. Linha reta: os parentes descendem uns dos outros (art. 1.591). Sem limites.
a) Ascendente: parentesco retilíneo para cima => pai, avô, etc. (paterna e materna)
b) Descendente: parentesco retilíneo para baixo => filho, neto, etc.
2. Linha colateral ou transversal: proveniência de tronco comum => irmãos, tios, sobrinhos, primos. Limite: art. 1592 e art. 1839.
Efeitos
Obrigação alimentar: 2º grau (art. 1.697)
Sucessão: 4º grau (art. 1.839)
Exclusão dos colaterais mais remotos (art. 1.840)
José Carlos Teixeira Giorgis
III – Do Direito Parental (cont.)
1. Relações de parentesco (cont.)
Graus: distância entre gerações, ou seja, relações entre o genitor e o gerado.
Linha reta: número de gerações
Pai e filho => parentes em 1º grau (uma geração)
Avô e neto => parentes em 2º grau (duas gerações)
Linha colateral: número de gerações até o tronco comum e daí em movimento descendente.
Irmãos => colaterais em 2º grau
Tio e sobrinho => colaterais em 3º grau
Primo => 4º grau
José Carlos Teixeira Giorgis
III – Do Direito Parental (cont.)
1. Relações de parentesco (cont.)
Na linha colateral não há 1º grau => não se conta o ascendente comum.
Irmãos
Unilaterais: mesma mães (uterinos) ou mesmo pai (consangüíneos)
Linha colateral
Igual => mesma distância do ascendente comum => irmãos
Desigual => diferentes gerações em relação ao tronco comum => tio e sobrinho
Afinidade: vínculo jurídico
Art. 1.595 => limites. Não se estende aos parentes dos cônjuges ou companheiros. Ex: concunhados não são afins.
José Carlos Teixeira Giorgis
III – Do Direito Parental (cont.)
1. Relações de parentesco (cont.)
Extinção: art. 1.595, § 2º dissolução do casamento ou da união estável impedimento (art. 1.521, II e 1.723 § 1º)
Ocorre na linha colateral
Filiação
Relação que liga o filho ao pai ou à mãe
CF/88: igualdade entre os filhos (art. 227, § 6º)
Art. 1.596
PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE
1. Paternidade jurídica presumida
Pater is este quem justae nupciae demonstrant => presunção do filho de mulher casada.
Art. 1.597, I a V => convivência conjugal
Art. 1.598 e causa suspensiva (art. 1.523, II)
2. Paternidade biológica (científica ou genética): conquistas médicas
Filiação se assenta num “jogo de presunções”
Caio Mário.
3. Paternidade socioafetiva: dado cultural, baseado no afeto.
Paternidade não se afasta
Confissão materna (art. 1.602)
Paternidade elide-se com prova de impotência (art. 1.599)
José Carlos Teixeira Giorgis
AÇÕES DE ESTADO
Buscam o acentamento do estado de pessoa, para afirmá-lo ou contestá-lo.
Ações que fixam a relação de parentesco.
Divisão
Positivas ou de vindicação: reclamam a filiação legítima (art. 1.606)
Negativas ou de contestação: rejeitam a paternidade legítima (art. 1.601)
Natureza
Declaratória, admitindo cumulação (alimentos, herança, etc.)
A relação, antes biológica => fica relação civil (declara-se uma relação já existente) “a criança não nasce com a sentença, mas é sua filiação que se declara”.
Ações
Negatória de paternidade – art. 1.601.
Impugnação da paternidade – art. 1.614.
Declaratória negativa de paternidade – rumores
Anulatória de reconhecimento (ou de desconstituição de registro) – vício de vontade – art. 1.604.
José Carlos Teixeira Giorgis
Prescrição
Investigação avoenge
Art. 1.604 => presunção quase absoluta.
Falta ou defeito do registro => art. 1.605
Posse do estado de filho
Tractatus => tratamento públco
Fama => reputação de filho
José Carlos Teixeira Giorgis
Reconhecimento dos filhos
Voluntário: art. 1.607
Judicial: art. 1.600
ALIMENTOS
Prestação fornecida à pessoa, em dinheiro ou espécie, para atender as necessidades da vida.
ORIGEM
Lei, vontade humana, sentença judicial ou conseqüência de ato ilícito.
ESPÉCIES
FORMAS
Pensão
Bens
AÇÕES
Revisão
Majoração
Redução
Exoneração
Maioridade
EXTINÇÃO
PROCEDIMENTO Lei 5.478/98
Preliminar em separação
Oferta art. 24
ADOÇÃO
Podem adotar art. 1.618, 1.619, 1.622 e único; art. 42, 2º e 3º
Não podem adotar art. 1.622
PROCEDIMENTO
Art. 47, E.C.A.
Ato solene, observados os requisitos legais, que estabelece um vínculo de filiação, trazendo alguém estranho para o âmbito da família, na condição de filho
José Carlos Teixeira Giorgis
V – Da Adoção (cont.)
IRREVOGABILIDADE art. 1.620, 4º X art. 48 E.C.A.
PODER FAMILIAR art. 49, E.C.A.
EFEITOS DO PARENTESCO
Critérios para expedição de mandado
José Carlos Teixeira Giorgis
CARACTERES
Obrigatória
Irrenunciável
Gratuita
Indivisível
CESSAÇÃO DA TUTELA
REMUNERAÇÃO
Poder conferido por lei a uma pessoa capaz, para proteger
e reger os bens dos menores que estão fora de seu poder familiar.
José Carlos Teixeira Giorgis
LEGITIMIDADE art. 1.768/96
ABRANGÊNCIA art. 1.778
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA tutela
PRODÍGIOS art. 1.782
NASCITURO art. 1.779
É o encargo de reger e administrar bens de menores ou maiores incapazes, afetados por enfermidades físicas ou mentais (proteção do incapaz)
José Carlos Teixeira Giorgis