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APOSTILA DE DIREITO DO TRABALHO ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AUTOR: ALEXANDRE WALKER RIBEIRO

DIREITO DO TRABALHO (Apostila AJAJ - TRT-SP).doc

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CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO CLT

APOSTILA DE DIREITO DO TRABALHO

ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA

AUTOR: ALEXANDRE WALKER RIBEIROConfeccionada com base no contedo programtico do TRT-SP 2008SUMRIO51. JUSTIA DO TRABALHO

62. JORNADA DE TRABALHO

62.1 Tempo Residual Disposio

62.2 Tempo In Itinere

72.3 Jornadas No Controladas

72.4 Trabalho em Regime de Tempo Parcial

73. TRABALHO EXTRAORDINRIO

73.1 Atividades ou Circunstncias Insalubres

83.2 Empregado Menor de 18 Anos de Idade

83.3 Algumas Situaes Especiais

83.4 Regime de Compensao de Horas

93.5 Prorrogao em Virtude de Fora Maior

103.6 Prorrogao em Razo de Servios Inadiveis

103.7 Prorrogao Para Reposio de Paralisaes Empresariais

103.8 Trabalho em Tempo Parcial

104. TRABALHO NOTURNO

114.1 Jornada Noturna

114.2 Remunerao das Horas Noturnas

124.3 Restries Jornada Noturna

125. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO E FERIADOS

125.1 DSR

125.2 Princpios especficos que regem o DSR

135.3 Feriados

146. FRIAS E EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHO

146.1 Princpios

146.2 Frias no Regime de Tempo Integral

156.3 Frias no Regime de Tempo Parcial

156.4 Perodo Aquisitivo

156.5 Perodo Concessivo

166.6 Perda do Direito s Frias

166.7 Concesso das Frias

166.7.1 Frias individuais

176.7.2 Frias Coletivas

176.8 Frias Vencidas

176.9 Frias Proporcionais

186.10 Remunerao das Frias

186.11 Abono de Frias

186.12 Natureza Jurdica das Frias

197. CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

197.1 Contrato Individual de Trabalho

197.2 Forma

197.3 Caractersticas do Contrato de Trabalho

207.4 Classificao

207.5 Empregador

207.6 Sucesso de Empregadores

217.6.1 Princpios

217.6.2 Requisitos da Sucesso de Empregadores

217.7 As Diversas Relaes de Trabalho

227.7.1 Distino entre empregado e trabalhador autnomo

227.7.2 Distino entre empregado e trabalhador eventual

227.7.3 Distino entre empregado e trabalhador avulso

227.7.4 Distino entre empregado e estagirio

237.8 Contrato Por Prazo Determinado CLT

237.8.1 Extino do Contrato a Termo

237.9 Contrato Por Prazo Determinado Lei 9.601/98

248. SALRIO E REMUNERAO

248.1 Elementos que Caracterizam a Remunerao

258.2 Composio do Salrio

268.3 Meios de Pagamento do Salrio

268.3.1 Pagamento em Dinheiro

268.3.2 Pagamento em Cheque ou Depsito Bancrio

278.3.3 Pagamento em Utilidades (In Natura)

288.4 Parcelas Salariais: Modalidades Especiais de Trabalho

288.4.1 Salrio Bsico

288.4.2 Abono

288.4.3 Adicionais

318.4.4 Comisses

318.4.5 Gratificaes

328.4.6 13 Salrio

338.4.7 Gorjetas

338.4.8 Prmios

338.4.9 Quebra de Caixa

338.5 Equiparao Salarial

349. SALRIO MNIMO: IRREDUTIBILIDADE E GARANTIA

349.1 Garantia

359.2 Irredutibilidade

3510. LICENA PATERNIDADE

3610.1 Nascimento Durante As Frias

3610.2 Nascimento Nos Dias Que Antecedem As Frias

3610.3 Forma De Contagem Da Licena-Paternidade

3611. SALRIO-FAMLIA

3712. CAUSAS DE DISSOLUO DO CONTRATO DE TRABALHO: FALTAS COMETIDAS PELO EMPREGADO E FALTAS COMETIDAS PELO EMPREGADOR

4713. AVISO-PRVIO

4713.1 Prazos Para Pagamento

4814. ESTABILIDADE SINDICAL

4815. GARANTIA DE EMPREGO

4815.1 Estabilidade Decenal

4915.2 Dirigente Sindical

4915.3 Gestante

4915.4 Acidente de Trabalho

4915.5 Diretor de Cooperativa de Empregados

5015.6 Servidor Pblico

5015.7 Cipeiro

5015.8 Comisso de Conciliao Prvia

5115.9 Estabilidades no Contrato a Termo

5116. FGTS

5117. CONVENO COLETIVA E ACORDO COLETIVO DE TRABALHO

5217.1 Conceito de Conveno Coletiva

5217.2 Conceito de Acordo Coletivo

5217.3 Aspectos formais

5217.4 Prazo

5318. DAS COMISSES DE CONCILIAO PRVIA

5318.1 Definio

5318.2 Caractersticas e Composio

5418.3 Estabilidade Provisria dos Representantes dos Empregados

5418.4 Atribuies das Comisses de Conciliao Prvia

5518.5 Do Procedimento

5618.6 Suspenso do prazo prescricional

5619. DIREITO DE GREVE LEI N. 7.789/89

5619.1 Conceito

5619.2 Requisitos

5619.3 Aviso Prvio

5720. EXTRAS

5720.1 Seguro Desemprego

5820.2 Salrio-Educao

5820.3 Estabilidades Provisrias

6120.4 Trabalho da Mulher

6120.5 Bancrios

6220.6 Telefonia

6220.7 Operadores Cinematogrficos

6220.8 Segurana e Sade no Trabalho

6620.9 Interrupo Contratual

6620.10 Suspenso Contratual

6720.11 Factum Principis ou Fato do Prncipe

6720.12 Indenizaes Peculiares a Determinados Tipos de Contratos

1. JUSTIA DO TRABALHO

Art. 111 - So rgos da Justia do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juzes do TrabalhoArt. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se- de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da Repblica aps aprovao pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministrio Pblico do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exerccio, observado o disposto no art. 94;

II - os demais dentre juizes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo prprio Tribunal Superior.

1 A lei dispor sobre a competncia do Tribunal Superior do Trabalho.

2 Funcionaro junto ao Tribunal Superior do Trabalho:

I - a Escola Nacional de Formao e Aperfeioamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funes, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoo na carreira;

II - o Conselho Superior da Justia do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a superviso administrativa, oramentria, financeira e patrimonial da Justia do Trabalho de primeiro e segundo graus, como rgo central do sistema, cujas decises tero efeito vinculante.

2. JORNADA DE TRABALHO

Art. 58 - A durao normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, no exceder de 8 (oito) horas dirias, desde que no seja fixado expressamente outro limite.

Na CF:

Art. 7:

XIII - durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociao coletiva;

Jornada Diurna

Trabalhador urbano -> entre 5h e 22hTrabalhador rural (lavoura) -> entre 5h e 21h (Lei n. 5.889/73).Trabalhador rural (pecuria) -> entre 4h e 20h (Lei n. 5.889/73).Trabalhador porturio -> entre 7h e 19h (Lei n. 4.860/65).

2.1 Tempo Residual Disposio

Art. 58.

1 - No sero descontadas nem computadas como jornada extraordinria as variaes de horrio no registro de ponto no excedentes de cinco minutos, observado o limite mximo de dez minutos dirios.

- Para no considerar os minutos excedentes como extras, eles esto limitados a 10 minutos dirios, sendo que ao incio e ao fim da jornada, no podem ultrapassar os 5 minutos. So requisitos cumulativos.

- Se desrespeitados estes limites, todo o excedente ao horrio normal ser considerado extra. (Smula n. 366).2.2 Tempo In ItinereRequisitos para o cmputo do tempo in itinere na jornada de trabalho:

1) O local de trabalho deve ser de difcil acesso OU no servido por transporte pblico, OU o transporte pblico existente funcionar em horrio incompatvel com o comeo e o fim da jornada do empregado;

2) A conduo deve ser fornecida pelo empregador.

Obs.: Smula 320: O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou no, importncia pelo transporte fornecido, para local de difcil acesso ou no servido por transporte regular, no afasta o direito percepo das horas in itinere.2.3 Jornadas No Controladas

Empregados que, por sua situao empregatcia, no permitem o efetivo controle de jornada:

a) Os trabalhadores que exercem atividade externa incompatvel com a fixao de horrio de trabalho;

b) os gerentes, desde que exeram cargo de gesto e recebedores de acrscimo salarial igual ou superior a 40% do cargo efetivo (CLT, art. 62, I, II e PU).

Obs.: Presuno iuris tantum, ou seja, pode haver prova, em contrrio, de que havia controle mesmo nesses casos.

2.4 Trabalho em Regime de Tempo ParcialArt. 58-A - Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja durao no exceda a 25 horas semanais.3. TRABALHO EXTRAORDINRIOArt. 59 - A durao normal do trabalho poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.Remunerao:

Na CF:

Art. 7:

XVI - remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento do normal.

Obs.: O adicional de horas extras possui natureza salarial e as horas-extras prestadas com habitualidade pelo empregado, e seu respectivo adicional, integram seu salrio para todos os fins trabalhistas e parcelas previdencirias.Smula 291 - Horas extrasA supresso, pelo empregador, do servio suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito indenizao correspondente ao valor de 1 (um) ms das horas suprimidas para cada ano ou frao igual ou superior a seis meses de prestao de servio acima da jornada normal. O clculo observar a mdia das horas suplementares efetivamente trabalhadas nos ltimos 12 (doze) meses, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supresso.3.1 Atividades ou Circunstncias Insalubres

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no captulo "Da Segurana e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser includas por ato do Ministro do Trabalho, quaisquer prorrogaes s podero ser acordadas mediante licena prvia das autoridades competentes em matria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procedero aos necessrios exames locais e verificao dos mtodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermdio de autoridades sanitrias federais, estaduais e municipais, com quem entraro em entendimento para tal fim.Smula 349 - Acordo de compensao de horrio em atividade insalubre, celebrado por acordo coletivo.A validade de acordo coletivo ou conveno coletiva de compensao de jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeo prvia da autoridade competente em matria de higiene do trabalho (art. 7, XIII, da CF/1988; art. 60 da CLT).Obs.: A jurisprudncia do TST no exige mais licena prvia da fiscalizao do trabalho para a realizao de horas extras mediante acordo de compensao nas atividades insalubres. Assim, entende-se que tal exigncia no mais aplicvel s horas extras decorrentes de acordo de compensao.

3.2 Empregado Menor de 18 Anos de Idade

Para o empregado menor de 18 anos de idade no permitida a celebrao de acordo de prorrogao de horas, conforme dispe o art. 413 da CLT. Ao menos s possvel a realizao de horas extraordinrias nas hipteses de compensao ou de fora maior, devendo respeitar o limite mximo de um total de 12 horas de trabalho por dia.3.3 Algumas Situaes Especiais

- O Cabineiro de elevadores est proibido de fazer horas extras e, em conseqncia, de firmar acordo de prorrogao de horas (Lei n. 3.270, de 1957).

- O trabalhador contratado a tempo parcial no poder celebrar com o empregador acordo de prorrogao de horas, em razo da expressa vedao constante do art. 59, 4, da CLT.

- O empregado domstico no tem direito ao pagamento de horas extraordinrias, no existindo, portanto, razes para a celebrao de acordo.

- Quanto ao bancrio, a CLT s permite a prestao de horas extras excepcionalmente, impedindo que seja ajustado acordo de prorrogao de horas para esse trabalhador, pois um acordo nesse sentido permitiria a exigncia habitual de prorrogao da durao mxima diria de trabalho (art. 225). Assim, nula a pr-contratao de horas extraordinrias na admisso do bancrio (TST, Smula n. 199).

3.4 Regime de Compensao de Horas

Art. 59.

2 - Poder ser dispensado o acrscimo de salrio se, por fora de acordo ou conveno coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuio em outro dia, de maneira que no exceda, no perodo mximo de um ano, soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite mximo de dez horas dirias. 3 - Na hiptese de resciso do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensao integral da jornada extraordinria, na forma do pargrafo anterior, far o trabalhador jus ao pagamento das horas extras no compensadas, calculadas sobre o valor da remunerao na data da resciso.O TST entendeu, ao contrrio do que dispe a CF e o art. 59 da CLT, que a compensao de jornada pode ser acordada por ato bilateral, ou seja, acordo individual entre empregado e empregador, desde que escrito, conforme a Smula 85 a seguir:

Smula 85 - Compensao de jornada

I. A compensao de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou conveno coletiva.

II. O acordo individual para compensao de horas vlido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrrio.

III. O mero no-atendimento das exigncias legais para a compensao de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tcito, no implica a repetio do pagamento das horas excedentes jornada normal diria, se no dilatada a jornada mxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.

IV. A prestao de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensao de jornada. Nesta hiptese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal devero ser pagas como horas extraordinrias e, quanto quelas destinadas compensao, dever ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinrio.3.5 Prorrogao em Virtude de Fora MaiorArt. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poder a durao do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de fora maior, seja para atender realizao ou concluso de servios inadiveis ou cuja inexecuo possa acarretar prejuzo manifesto.

1 - O excesso, nos casos deste Art., poder ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e dever ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, autoridade competente em matria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalizao sem prejuzo dessa comunicao.

2 - Nos casos de excesso de horrio por motivo de fora maior, a remunerao da hora excedente no ser inferior da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste Art., a remunerao ser, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior da hora normal, e o trabalho no poder exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei no fixe expressamente outro limite.

Obs.: Com o advento da CF de 1998, que fixa, sem excees, o adicional mnimo de 50% para a hora extraordinria, restou derrogada a parte inicial do pargrafo segundo do art. 62 da CLT. Entende-se que devido, pois, o adicional de, no mnimo, 50% sobre a hora normal, no mais prevalecendo a parte inicial do art. 61, 2, da CLT.

Obs. 2: A CLT no estabelece um limite mximo para a jornada de empregado maior de 18 anos em virtude de fora maior, ficando, assim, sem limite a prestao de horas suplementares nessa hiptese.3.6 Prorrogao em Razo de Servios InadiveisTambm prevista no art. 61 da CLT.Servios inadiveis so os que devem ser concludos na mesma jornada de trabalho, pela sua prpria natureza, no podendo ser adiados sem acarretar prejuzos ao empregador.Da mesma forma que na prorrogao por motivo de fora maior, no necessita de previso contratual, pois se trata de uma hiptese de jus variandi do empregador (art. 2).Diferente do que ocorre na prorrogao por motivos de fora maior, a prorrogao em virtude de servios inadiveis no permitida ao trabalhador menor de 18 anos.Com relao limitao do perodo de prestao da sobrejornada nos servios inadiveis, a CLT dispe que o trabalho no poder exceder de 12 horas, desde que a lei no fixe outro limite (art. 61, 2).3.7 Prorrogao Para Reposio de Paralisaes Empresariais 3 - Sempre que ocorrer interrupo do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de fora maior, que determinem a impossibilidade de sua realizao, a durao do trabalho poder ser prorrogada pelo tempo necessrio at o mximo de 2 (duas) horas, durante o nmero de dias indispensveis recuperao do tempo perdido, desde que no exceda de 10 (dez) horas dirias, em perodo no superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperao prvia autorizao da autoridade competente.Tambm no autorizada para trabalhadores menores de 18 anos.

3.8 Trabalho em Tempo Parcial

Art. 59.

4 - Os empregados sob o regime de tempo parcial no podero prestar horas extras.

4. TRABALHO NOTURNO

Art. 73 - Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno ter remunerao superior do diurno e, para esse efeito, sua remunerao ter um acrscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

1 - A hora do trabalho noturno ser computada como de 52 (cinqenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

2 - Considera-se noturno, para os efeitos deste Art., o trabalho executado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte.

3 - O acrscimo a que se refere o presente Art., em se tratando de empresas que no mantm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, ser feito tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relao s empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumento ser calculado sobre o salrio mnimo geral vigente na regio, no sendo devido quando exceder desse limite, j acrescido da percentagem.

4 - Nos horrios mistos, assim entendidos os que abrangem perodos diurnos e noturnos, aplica-se s horas de trabalho noturno o disposto neste Art. e seus pargrafos.

5 - s prorrogaes do trabalho noturno aplica-se o disposto neste Captulo

Obs.: INCONSTITUCIONAL a primeira parte do caput do supracitado artigo, pois o adicional noturno devido em qualquer regime de prestao de servios.

Existem 3 formas principais de diferenciao da jornada noturna com relao jornada diurna, a saber:

a) Conjunto de restries prestao do trabalho noturno (por exemplo, proibido ao menor de 18 anos);

b) Favorecimento compensatrio no clculo da jornada noturna (por exemplo, atravs da reduo ficta da hora noturna);

c) Favorecimento compensatrio na prpria remunerao (por exemplo, mediante pagamento do adicional especfico).

4.1 Jornada Noturna

Trabalhador urbano -> entre 22h e 5h do dia seguinte (includas as suas prorrogaes, ainda que posteriores s 5h).

Trabalhador rural (lavoura) -> entre 21h e 5h do dia seguinte. (Lei n. 5.889/73).Trabalhador rural (pecuria) - > entre 20h e 4h do dia seguinte. (Lei n. 5.889/73).Trabalhador porturio -> entre 19h e 7h do dia seguinte (Lei n. 4.860/65).Obs.: A hora noturna do empregado URBANO contabilizada como de 52 minutos e 30 segundos. A hora noturna do empregado RURAL e do PORTURIO contabilizada normalmente.

Obs. 2: Se a prorrogao da jornada normal/diurna se estender no perodo noturno, ser considerada jornada noturna.4.2 Remunerao das Horas NoturnasTrabalhador urbano -> Adicional noturno de 20% sobre o valor da hora ou frao trabalhada ou disposio (CLT, art. 73, caput).Trabalhador rural -> Adicional noturno de 25% sobre a remunerao normal do perodo laborado (Lei n. 5.889/73).

Trabalhador porturio -> Adicional de 20%.STF - Smula 213

Adicional de Servio Noturno - Regime de Revezamento

devido o adicional de servio noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento.

STF - Smula 214

Durao Legal da Hora de Servio Noturno - Vantagem Suplementar - Salrio Adicional

A durao legal da hora de servio noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui vantagem suplementar, que no dispensa o salrio adicional.

4.3 Restries Jornada Noturna

A restrio ao trabalho noturno mais notvel a que veda a prestao do trabalho noturno ao empregado menor de 18 anos de idade (CF/88, art. 7, XXXIII e CLT, art. 404).

Para o setor bancrio, via de regra, o trabalho noturno proibido (CLT, art. 224, 1). No se aplicando queles ocupantes de funo de direo, gerncia, fiscalizao, chefia e etc.

5. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO E FERIADOS

5.1 DSR

Art. 67 - Ser assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de convenincia pblica ou necessidade imperiosa do servio, dever coincidir com o domingo, no todo ou em parte.

Pargrafo nico - Nos servios que exijam trabalho aos domingos, com exceo quanto aos elencos teatrais, ser estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito fiscalizao.

Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do art. 67 , ser sempre subordinado permisso prvia da autoridade competente em matria de trabalho.

Pargrafo nico - A permisso ser concedida a ttulo permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela convenincia pblica, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro do Trabalho expedir instrues em que sejam especificadas tais atividades. Nos demais casos, ela ser dada sob forma transitria, com discriminao do perodo autorizado, o qual, de cada vez, no exceder de 60 (sessenta) dias.

Art. 70 - Salvo o disposto nos arts. 68 e 69 , vedado o trabalho em dias feriados nacionais e feriados religiosos, nos termos da legislao prpria.

Na CF:

Art. 7:

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

5.2 Princpios especficos que regem o DSR

Conforme Vicente Paulo:

Semanalidade: uma vez que em cada semana de 7 dias deve ser concedido o repouso de 24 horas;

Dominicalidade: uma vez que recai preferencialmente aos domingos, embora no obrigatoriamente;

Remunerabilidade: pois deve ser integralmente remunerado, como nos demais dias teis, incluindo-se at mesmo as horas extras habituais.

Smula 113 - Bancrio. Sbado. Dia tilO sbado do bancrio dia til no trabalhado, no dia de repouso remunerado. No cabe a repercusso do pagamento de horas extras habituais em sua remunerao.

A Lei 11.603/07, alterando o art. 6 da Lei 10.101/00, autorizou para o comrcio o trabalho tambm aos domingos, desde que observada a legislao municipal respectiva. Ficou expressa a possibilidade de trabalho aos domingos s atividades do comrcio em geral, desde que o descanso seja transferido para outro dia da semana, resguardando a sua coincidncia, pelo menos uma vez no perodo mximo de trs semanas, com o domingo.Se no foi cumprida integralmente a jornada devida na semana precedente, o empregado perde o direito remunerao do descanso, mas conserva o direito ao repouso. As faltas justificadas, legais, no prejudicam o direito. Perceba que o que est em disponibilidade a remunerao e no o gozo do DSR, que um direito indisponvel.So tratados pelo Decreto n. 27.048/49, regulamentado pelo Decreto-Lei n. 605/49.

Enfatiza-se que a lei no prev a possibilidade de o empregador no conceder DSR ao empregado. Todavia, a Smula 146 do TST admite que o trabalho prestado no descanso remunerado seja pago em dobro, sem que isso afaste a remunerao do descanso, a qual j est includa na remunerao mensal do empregado. Assim, o trabalho realizado em domingos e feriados, sem folga compensatria, deve ser remunerado de forma dobrada. Alm desse extra, o valor simples do dia de descanso j deve estar includo no salrio do empregado, ao qual deve ser acrescido aquela dobra pelos dias trabalhados.5.3 Feriados

Os critrios jurdicos a serem aplicados so basicamente os mesmos do DSR, como j firmado. Existem, porm, 2 aspectos que distinguem os feriados do DSR:

- No foram mencionados no texto constitucional;

- Podem ser parcialmente regidos por legislao regional e local.Smula 225 - Repouso semanal. Clculo. Gratificaes por tempo de servio e produtividade

As gratificaes por tempo de servio e produtividade, pagas mensalmente, NO repercutem no clculo do repouso semanal remunerado.

Smula 354 - Gorjetas. Natureza jurdica. Repercusses

As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de servio ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remunerao do empregado, NO servindo de base de clculo para as parcelas de aviso-prvio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

Smula 27- Comissionista

devida a remunerao do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista.6. FRIAS E EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHONa CF:

Art. 7.XVII - gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal;

Art. 129 - Todo empregado ter direito anualmente ao gozo de um perodo de frias, sem prejuzo da remunerao.

6.1 Princpiosa) Anualidade - devido ao perodo de 12 meses de trabalho necessrio para aquisio do direito ao gozo de frias;

b) Remunerabilidade - devido ao direito percepo do salrio integral durante o gozo das frias;

c) Continuidade - refere-se ao gozo das frias de forma contnua, utilizando o mximo de dias contnuos possvel. Por isso, a Lei limita a pulverizao, o fracionamento do perodo;

d) Irrenunciabilidade - devido proibio de venda integral das frias por parte do empregado. O que se admite a venda parcial do perodo de frias, com percepo do abono de frias. Caso fosse possvel a venda total, o que se estaria colocando em risco seria prpria integridade fsica e mental do trabalhador, que trabalharia em seu limite da exausto;

e) Proporcionalidade - pois o perodo de frias depende da assiduidade do trabalhador. Assim, em funo do numero de faltas, suas frias podem ser reduzidas.

6.2 Frias no Regime de Tempo IntegralArt. 130 - Aps cada perodo de 12 (doze) meses de vigncia do contrato de trabalho, o empregado ter direito a frias, na seguinte proporo:

I - 30 (trinta) dias corridos, quando no houver faltado ao servio mais de 5 (cinco) vezes;

II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;

III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e trs) faltas;

IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.

Dica:

Diminuem-se 6 dias das frias e acrescentam-se 9 nas faltas. Ex.: 30 6 = 24 e 5 + 9 = 14.Vedao ao desconto das faltas do empregado ao perodo de frias:

Art. 130.

1 - vedado descontar, do perodo de frias, as faltas do empregado ao servio.

Smula 46 - Acidente de trabalho

As faltas ou ausncias decorrentes de acidente do trabalho no so consideradas para os efeitos de durao de frias e clculo da gratificao natalina.

Smula 89 - Falta ao servio

Se as faltas j so justificadas pela lei, consideram-se como ausncias legais e no sero descontadas para o clculo do perodo de frias.

Cmputo como tempo de servio:Art. 130.

2 - O perodo das frias ser computado, para todos os efeitos, como tempo de servio.

6.3 Frias no Regime de Tempo Parcial

Art. 130-A - Na modalidade do regime de tempo parcial, aps cada perodo de doze meses de vigncia do contrato de trabalho, o empregado ter direito a frias, na seguinte proporo:

I - 18, para a durao do trabalho semanal superior a 22 horas, at 25 horas;

II - 16 dias, para a durao do trabalho semanal superior a 20 horas, at 22 horas;

III - 14 dias, para a durao do trabalho semanal superior a 15 horas, at 20 horas;

IV - 12 dias, para a durao do trabalho semanal superior a 10 horas, at 15 horas;

V - 10 dias, para a durao do trabalho semanal superior a 5 horas, at 10 horas;

VI - 8 dias, para a durao do trabalho semanal igual ou inferior a 5 horas.

Reduo do Perodo de Frias

Pargrafo nico - O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de 7 faltas injustificadas ao longo do perodo aquisitivo ter o seu perodo de frias reduzido metade. (NR).6.4 Perodo Aquisitivo

O perodo de 12 meses contados a partir da vigncia do contrato de trabalho.

A frao superior a 14 dias contada como ms de trabalho.

O aviso-prvio, ainda que indenizado, integra o perodo aquisitivo de frias (art. 487, 1, CLT).

6.5 Perodo Concessivo

Aps completado o perodo aquisitivo, o empregador dispe de um perodo de mais 12 meses para conceder as frias a seu empregado. Cabe ao empregador a escolha da data de incio das frias.

Se, findo o perodo concessivo, o empregador ainda no tiver concedido as frias ao trabalhador, dever pagar os dias em atraso em dobro.

Smula 81 - Frias

Os dias de frias gozados aps o perodo legal de concesso devero ser remunerados em dobro.

* Vale lembrar que o pagamento em dobro no exclui a obrigatoriedade de concesso das frias. Alm disso, o empregador perde a prerrogativa legal de escolher a data de concesso que melhor se adapte aos interesses de sua empresa.Art. 132 - O tempo de trabalho anterior apresentao do empregado para servio militar obrigatrio ser computado no perodo aquisitivo, desde que ele comparea ao estabelecimento dentro de 90 (noventa) dias da data em que se verificar a respectiva baixa.

6.6 Perda do Direito s FriasArt. 133 - No ter direito a frias o empregado que, no curso do perodo aquisitivo:

I - deixar o emprego e no for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqentes sua sada;

II - permanecer em gozo de licena, com percepo de salrios, por mais de 30 (trinta) dias;

III - deixar de trabalhar, com percepo do salrio, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisao parcial ou total dos servios da empresa; e

IV - tiver percebido da Previdncia Social prestaes de acidente de trabalho ou de auxlio-doena por mais de 6 (seis) meses, embora descontnuos.

Obs.: Alm disso, interpretando-se o art. 130 e seus incisos, entende-se que o empregado que faltar mais que 32 dias durante o perodo aquisitivo perde, tambm, o direito s frias.

6.7 Concesso das Frias

6.7.1 Frias individuais

Art. 134 - As frias sero concedidas por ato do empregador, em um s perodo, nos 12 (doze) meses subseqentes data em que o empregado tiver adquirido o direito.

Excees:

1 - Somente em casos excepcionais sero as frias concedidas em 2 (dois) perodos, um dos quais no poder ser inferior a 10 (dez) dias corridos.

Obs.:

2 - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqenta) anos de idade, as frias sero SEMPRE concedidas de uma s vez.poca de Concesso

Art. 136 - A poca da concesso das frias ser a que melhor consulte os interesses do empregador.

1 - Os membros de uma famlia, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, tero direito a gozar frias no mesmo perodo, se assim o desejarem e se disto no resultar prejuzo para o servio.

2 - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, ter direito a fazer coincidir suas frias com as frias escolares.* H que se atentar que o incio das frias, coletivas ou individuais, no poder coincidir com sbado, domingo, feriado ou dia de compensao de repouso semanal (TST, PN n. 100).Proibio de Trabalho Durante as Frias

Art. 138 - Durante as frias, o empregado no poder prestar servios a outro empregador, salvo se estiver obrigado a faz-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.

6.7.2 Frias ColetivasArt. 139 - Podero ser concedidas frias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.

1 - As frias podero ser gozadas em 2 (dois) perodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.

Portanto, o fracionamento difere do das frias individuais, pelo fato de que naquele, nenhum dos perodos seja inferior a 10 dias corridos, enquanto que nesta apenas 1 deles no pode ser inferior a 10 dias corridos.

Empregados Contratados H Menos de 12 Meses

O art. 140 da CLT trata da concesso de frias coletivas a empregados contratados h menos de 12 meses. Esses trabalhadores gozaro e recebero as frias proporcionais e, ao retornarem ao servio, ser iniciado um novo perodo aquisitivo.

Exemplo:

Assim, se o empregado contar com 2/12 avos de seu perodo aquisitivo trabalhado poca da concesso das frias coletivas, considerando que ele, por assiduidade considerada nestes 2 meses de trabalho, disporia de 30 dias de frias poca do perodo concessivo, efetuando-se uma regra de trs simples, conclui-se que o empregado poder usufruir 5 dias de frias coletivas. Aps os 5 dias, ele retornar ao servio e dar incio contagem de novo perodo aquisitivo.

6.8 Frias VencidasSo direito adquirido do empregado. Portanto, sempre so devidas ao trabalhador, independente da causa da resciso.

6.9 Frias ProporcionaisSmula 14 - Culpa recprocaReconhecida a culpa recproca na resciso do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqenta por cento) do valor do aviso prvio, do dcimo terceiro salrio e das frias proporcionais.

Smula 171 - Frias Proporcionais. Contrato de Trabalho. Extino Salvo na hiptese de dispensa do empregado por justa causa, a extino do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remunerao das frias proporcionais, ainda que incompleto o perodo aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT). Ex-prejulgado n 51.

Smula 261 - Frias proporcionais. Pedido de demisso. Contrato vigente h menos de um anoO empregado que se demite antes de completar 12 (doze) meses de servio tem direito a frias proporcionais.

Ou seja, as frias proporcionais apenas NO sero devidas na dispensa por JUSTA CAUSA.6.10 Remunerao das FriasO art. 7, inciso XVII, da CF/88 c/c o artigo 142 da CLT c/c a Smula 328 do TST determinam que o empregado, durante as frias, deve receber a mesma remunerao, como se estivesse em servio, devendo seu valor ser idntico ao de seu salrio na data da concesso, acrescido de 1/3.De maneira geral, pode-se sintetizar que as parcelas no integradas ao salrio, isto , que no possuam natureza salarial, no compem a remunerao de frias. Ento, por exemplo, os vale-transportes no integraro o clculo do perodo.

A regra que, apenas, as parcelas de natureza salarial que compem a remunerao de frias.

Obs.: Exceo: gratificao semestral (por se tratar de verba devida em poca prpria, no compe remunerao de frias; Smula 253, TST).

O art. 145 da CLT determina que o pagamento das frias e, se for o caso, o do respectivo abono de frias sero efetuados at 2 dias antes do incio do respectivo perodo de gozo, devendo o empregado dar quitao do recebimento.6.11 Abono de Frias

Art. 143 - facultado ao empregado converter 1/3 (um tero) do perodo de frias a que tiver direito em abono pecunirio, no valor da remunerao que lhe seria devida nos dias correspondentes.

Prazo Para Requerimento

1 - O abono de frias dever ser requerido at 15 (quinze) dias antes do trmino do perodo aquisitivo.

Frias Coletivas

2 - Tratando-se de frias coletivas, a converso a que se refere este Art. dever ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concesso do abono.

Proibio

3 - O disposto neste artigo no se aplica aos empregados sob o regime de tempo parcial.* Ressalta-se que o valor do abono (1/3) calculado sobre a remunerao acrescida do tero constitucional. Ento, por exemplo, um empregado que receba R$ 1.000 por ms, no ms de frias receber 1/3 de R$ 1.333,33 (R$ 1.000 + 1/3 Constitucional), que so R$ 444,44.6.12 Natureza Jurdica das Frias

Caso as frias sejam usufrudas ao longo do contrato de trabalho tero natureza jurdica de salrio. Caso contrrio, assumem natureza indenizatria.

NO possuem natureza salarial as seguintes verbas de frias:

a) O dobro de frias vencidas (apenas o dobro);

b) As parcelas devidas e pagas a ttulo de frias no gozadas (vencidas ou proporcionais);

c) O abono de frias;

d) As parcelas suplementares pagas ao empregado no instante de incio do usufruto das frias, por fora do contrato, regulamento empresarial ou norma coletiva, desde que no superior a 20 dias de salrio mensal do trabalhador.7. CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

Como todo contrato civil, o contrato de trabalho, tambm, exige aqueles 3 pressupostos de validade, do art. 104 do Cdigo Civil, quais sejam:

a) Agente Capazb) Objeto Lcitoc) Forma Prescrita ou No Defesa em Lei7.1 Contrato Individual de Trabalho

Art. 442 - Contrato individual de trabalho o acordo tcito ou expresso, correspondente relao de emprego.

Proibio de Vnculo em Cooperativas

Pargrafo nico - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, no existe vnculo empregatcio entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de servios daquela.Proibio de Exigncia de Experincia Superior a 6 Meses

Art. 442-A. Para fins de contratao, o empregador no exigir do candidato a emprego comprovao de experincia prvia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade. (Artigo acrescentado pela Lei n. 11.644, de 10-03-08, DOU 11-03-08)7.2 Forma

Art. 443 - O contrato individual de trabalho poder ser acordado tcita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.7.3 Caractersticas do Contrato de Trabalho

a) bilateral - possui 2 plos, sendo que um deles necessariamente preenchido por uma pessoa natural (pessoalidade);

b) consensual - independe de forma solene, salvo em situaes especficas;

c) sinalagmtico - ambos os plos possuem prestaes recprocas;

d) oneroso - a fora de trabalho despendida remunerada;

e) subordinao jurdica - o empregado se sujeita s ordens do empregador;

f) no-eventual (difere de continuidade) - as prestaes e contrataes se prolongam indefinidamente, observando-se certa temporariedade na liquidao destas obrigaes.Obs.: para concursos, tem-se admitido apenas 5 caractersticas, sendo a dica:SHOPP

Subordinao

Habitualidade

Onerosidade

Pessoalidade

Pessoa fsica

7.4 Classificao

a) Quanto forma - expressos ou tcitos.

b) Quanto ao nmero de sujeitos - individuais ou plrimos (ex.: orquestra).

c) Quanto ao prazo - determinado ou indeterminado (regra).

d) Quanto regulamentao - comuns (CLT) ou especiais (Leis especiais; ex.: bancrios, ferrovirios, etc.).7.5 EmpregadorArt. 2 - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econmica, admite, assalaria e dirige a prestao pessoal de servio.

Equiparados a Empregador

1 - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relao de emprego, os profissionais liberais, as instituies de beneficncia, as associaes recreativas ou outras instituies sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

Grupo Econmico 2 - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurdica prpria, estiverem sob a direo, controle ou administrao de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econmica, sero, para os efeitos da relao de emprego, solidariamente responsveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.Obs.: Igualmente previsto na Lei 5889/73 (Trabalho Rural), em seu art. 3, 2.

Smula 129. Contrato de Trabalho. Grupo Econmico

A prestao de servios a mais de uma empresa do mesmo grupo econmico, durante a mesma jornada de trabalho, no caracteriza a coexistncia de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrrio.

7.6 Sucesso de EmpregadoresA sucesso de empregadores ocorre quando o sujeito passivo da relao empregatcia modificado, transferindo-se a titularidade da empresa ou de uma universalidade considervel a outrem, que assume os crditos e dvidas trabalhistas existentes, passadas, presentes e futuras. De fato, o contrato de trabalho se vincula ao empreendimento empresarial, independentemente do seu efetivo titular, razo pela qual, de acordo com a CLT, quaisquer alteraes intra ou interempresariais no afetam os contratos de trabalho respectivos.

Art. 10 - Qualquer alterao na estrutura jurdica da empresa no afetar os direitos adquiridos por seus empregados.Art. 448 - A mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa no afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados.Excees:

Trabalho domstico - fica claro que o contrato firmado intuitu personae tambm com relao famlia para a qual o servio prestado, e que o trabalho no possui contedo econmico. Portanto, o princpio da despersonalizao do empregador mitigado nesta relao.Falecimento do Empregador Empresa Individual eximindo ambas as partes das multas correspondentes.

Relao Empregatcia de Carter Ideolgico - quando implicar sucedido com idias completamente incompatveis com as anteriores.

Carter Pblico - o desmembramento de Estado e/ou Municpio, ainda que absorva parte da mo-de-obra pblica celetista, no enseja assuno dos crditos e dbitos trabalhistas pelos sucessores, em virtude do princpio constitucional da autonomia poltico-administrativa de tais entes.7.6.1 Princpios

a) Despersonalizao do Empregadorb) Intangibilidade Objetiva do Contrato de Trabalhoc) Continuidade da Relao Trabalhista7.6.2 Requisitos da Sucesso de Empregadores

Duas Correntes:

Modelo Tradicional - so 2 requisitos para se verificar a ocorrncia da sucesso de empregadores: que uma unidade econmico-jurdica da empresa seja transferida a outrem, e que haja soluo de continuidade, ou seja, que no haja cessao do contrato de trabalho.

Modelo Extensivo - considera que figurando apenas 1 dos requisitos inegvel a ocorrncia da sucesso.* A OJ n 225 do TST mitigou a responsabilizao total do sucessor, ao permitir que, em sendo comprovada sua fragilidade, e com intuito de evitar prejuzos ao trabalhador, pode-se responsabilizar subsidiariamente o sucedido.

* Ressalte-se, ainda, que, caso seja detectada simulao ou fraude na sucesso, invoca-se o art. 9 da CLT, considerando-se todos os atos nulos e os envolvidos solidariamente responsveis.7.7 As Diversas Relaes de Trabalho

7.7.1 Distino entre empregado e trabalhador autnomo

O trabalhador autnomo a pessoa fsica que presta servios habituais por conta prpria a uma ou mais pessoas, assumindo os riscos de sua atividade.

O elemento fundamental que o distingue do empregado a subordinao.

7.7.2 Distino entre empregado e trabalhador eventualO trabalhador eventual aquele que no se fixa a uma fonte de trabalho, enquanto o empregado, em contrapartida, trabalhador que se fixa a uma fonte de trabalho.

A distino entre trabalhador eventual e empregado deve ser feita considerando-se a natureza da atividade em relao empresa. Se a atividade relaciona-se com os fins normais da empresa, no se trata de trabalhador eventual; trata-se de empregado contratado a prazo determinado ou at trabalhador temporrio, contratado nos estritos termos da Lei 6.019/1974.

Se a atividade de curta durao no se relaciona com os fins normais da empresa, pode tratar-se de trabalho eventual. Ex.: trabalhador contratado para consertar encanamento, pintar o estabelecimento, etc.7.7.3 Distino entre empregado e trabalhador avulso

Os avulsos, por excelncia, so os trabalhadores da orla martima e porturia, mas so tambm trabalhadores avulsos o classificador de frutas, que trabalha no meio rural, o ensacador de caf, etc.

Tais trabalhadores prestam servios a diversos tomadores, sem se fixarem em nenhum especificamente. O que os distingue dos demais tipos de trabalhadores o fato de serem intermediados atravs do OGMO - rgo gestor de mo-de-obra, presente exclusivamente nos portos, conforme dispe a Lei 8.630/93.

Caractersticas:

a) intermediao do sindicado do trabalhador ou do OGMO;

b) liberdade na prestao do servio;

c) curta durao dos servios prestados a um beneficiado;

d) pagamento da remunerao basicamente em forma de rateio.Obs.: O operador porturio responsvel solidrio pela remunerao devida ao trabalhador porturio avulso.7.7.4 Distino entre empregado e estagirioLei n. 6494/97

Inicialmente, deve-se enfatizar que o estagirio no empregado, no lhe sendo assegurados os direitos previstos na CLT. Poder receber apenas bolsa de estudos ou outra forma de contraprestao que vier a ser combinada (art. 4) e ter uma jornada de trabalho compatvel com o seu horrio escolar (art. 5).Na contratao do estagirio obrigatria a interveno da instituio de ensino.

O estagirio ser encaminhado empresa por intermdio da faculdade ou escola tcnica, de maneira que a atividade que vir a desempenhar deve guardar relao com sua formao, sob risco de descaracterizar a relao de estgio.A contratao possui objetivo educacional.7.8 Contrato Por Prazo Determinado CLT

Art. 443 [...] 2 O contrato por prazo determinado s ser vlido em se tratando:

a) de servio cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminao do prazo;

b) de atividades empresariais de carter transitrio;

c) de contrato de experincia. (prazo mximo = 90 dias)( Prazo mximo = 2 anos.

( Art. 451. O contrato de trabalho por prazo determinado que, tcita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez, passar a vigorar sem determinao de prazo.

7.8.1 Extino do Contrato a Termo

O contrato pode se extinguir normalmente quando atingido o termo estipulado (que pode ser cronolgico ou dependente de uma ocasio). Nestes casos, paga-se ao empregado o saldo de salrio do ms da resciso, frias vencidas e proporcionais e 13 salrio. No h aviso prvio, porque ambas as partes tinham conhecimento de que o contrato era por prazo certo.7.8.1.1 Extino Sem Justa Causa

Por Parte do Empregador

Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado ser obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenizao, e por metade, a remunerao a que teria direito at o termo do contrato.

Por Parte do Empregado

Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado no se poder desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuzos que desse fato lhe resultarem.

1 - A indenizao, porm, no poder exceder quela a que teria direito o empregado em idnticas condies.Exceo:

Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem clusula assecuratria do direito recproco de resciso antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princpios que regem a resciso dos contratos por prazo indeterminado.

7.9 Contrato Por Prazo Determinado Lei 9.601/98

( As admisses por esse tipo de contrato tm de representar acrscimo no nmero de empregados da empresa.( Prazo mximo = 2 anos.

( Nos contratos por prazo determinado previstos na Lei n. 9.601, de 1998, institudos mediante negociao coletiva, a indenizao decorrente da resciso antecipada fixada em conveno ou acordo coletivo de trabalho, no se aplicando os arts. 479 e 480 da CLT.Assim, vale para qualquer atividade desenvolvida.

( No aplicado o disposto no art. 451 da CLT, ou seja, o contrato pode ser prorrogado vrias vezes, desde que no ultrapasse o limite de 2 anos.( Uma das condies para a validade deste pacto sua previso em conveno ou acordo coletivo da categoria.

( H limites percentuais de contrataes impostos pela Lei 9.601/98.

* Neste tipo de contrato, so asseguradas todos os tipos de estabilidades provisrias, durante a vigncia do contrato, que no poder ser rescindido antes do prazo estipulado pelas partes.

8. SALRIO E REMUNERAOSalrio, segundo Maurcio Godinho, o conjunto de parcelas contraprestativas pagas pelo empregador para o empregado em funo do contrato de trabalho.

J a Remunerao o salrio mais as gorjetas, segundo o art. 457 da CLT:

Art. 457 - Compreendem-se na remunerao do empregado, para todos os efeitos legais, alm do salrio devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestao do servio, as gorjetas que receber.

GORJETA o que pago por terceiros em funo do servio prestado, portanto NO tem carter salarial, mas, sim, remuneratrio. (TST, Smula n 354).

Art. 457.

3 - Considera-se gorjeta no s a importncia espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como tambm aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer ttulo, e destinada distribuio aos empregados.

Smula 354 - Gorjetas. Natureza jurdica. Repercusses

As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de servio ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remunerao do empregado, no servindo de base de clculo para as parcelas de aviso-prvio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

8.1 Elementos que Caracterizam a Remuneraoa) Habitualidade - o pagamento deve ser habitual.

b) Periodicidade - quer dizer que o pagamento deve ocorrer com regularidade constante, dentro de certos prazos fixados em lei.

c) Quantificao - a remunerao deve ser previamente acordada, no podendo o obreiro ficar sujeito lea. O salrio deve ser certo, no se admitindo que dependa de fatos futuros e incertos.

Este requisito probe, ainda, o chamado salrio complessivo, isto , aquele que engloba numa nica prestao pecuniria o pagamento de diferentes parcelas, sem discriminao das verbas componentes de seu valor, como salrio, horas extras e outros adicionais.

Smula 91 - Salrio Complessivo

Nula a clusula contratual que fixa determinada importncia ou percentagem para atender englobadamente vrios direitos legais ou contratuais do trabalhador.

d) Essencialidade - a onerosidade, a remunerao, essencial para a configurao da relao de emprego, uma vez que compe os elementos fticos da relao empregatcia.

e) Reciprocidade - refere-se natureza sinalagmtica da relao de emprego, em que se encontram presentes direitos e obrigaes para ambas as partes.

8.2 Composio do Salrio

A) Parcelas Salariais

Lembre-se de que nem sempre estas parcelas so de carter estritamente contraprestativo, na forma de salrio bsico, como bem demonstra o art. 457, 1, da CLT:

Art. 457.[...]

1 - Integram o salrio no s a importncia fixa estipulada, como tambm as comisses, percentagens, gratificaes ajustadas, dirias para viagens e abonos pagos pelo empregador.

Alm dessas, possuem natureza salarial as utilidades fornecidas pelo empregador ao obreiro com carter prestativo, as quais sero tratadas futuramente.Art. 458 - Alm do pagamento em dinheiro, compreende-se no salrio, para todos os efeitos legais, a alimentao, habitao, vesturio ou outras prestaes in natura que a empresa, por fora do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum ser permitido o pagamento com bebidas alcolicas ou drogas nocivas.

Existem, ainda, algumas parcelas que originalmente no teriam natureza salarial, porm, so utilizadas de forma fraudulenta e por esse motivo assumem carter de verba salarial.Art. 457, 2 - No se incluem nos salrios as ajudas de custo, assim como as dirias para viagem que no excedam de 50% do salrio percebido pelo empregado.Imagine um trabalhador que receba mensalmente o salrio bsico de R$ 500,00 e, pela natureza de sua atividade, realiza viagens regularmente para o cumprimento de seu contrato de trabalho. Caso os custos com as dirias excedem o montante de R$ 250,00, assumiro natureza salarial, com todas as suas repercusses.Porm, se o empregado tiver de prestar contas quanto aos valores recebidos como dirias e, de fato, viajar o suficiente para demandar aquela quantia, as dirias estaro cumprindo a sua finalidade: a de assegurar a manuteno do trabalhador enquanto estiver prestando servios em local diverso daquele em que foi contratado. Assim, as dirias no assumiro natureza salarial.

Veja que todo o valor da diria ser considerado salrio, para todos os fins, e no apenas o excedente, conforme interpretao da Smula 101 do TST:

Smula 101 - Dirias de viagem. Salrio.

Integram o salrio, pelo seu valor total e para efeitos indenizatrios, as dirias de viagem que excedam a 50% (cinqenta por cento) do salrio do empregado, enquanto perdurarem as viagens.

B) Parcelas No Salariais

De acordo com Maurcio Godinho, podemos considerar as parcelas no salariais segundo a natureza jurdica em parcelas de natureza indenizatria, parcelas de natureza meramente instrumental, parcelas pagas a ttulo de direito intelectual, parcelas de participao nos lucros empresariais, parcelas previdencirias e parcelas pagas ao empregado por terceiros.

8.3 Meios de Pagamento do Salrio

8.3.1 Pagamento em Dinheiro

Conforme prev o art. 463 da CLT, o salrio deve ser pago em dinheiro, embora seja admitido o pagamento parte em dinheiro e parte em utilidades.

Art. 463 - A prestao, em espcie, do salrio ser paga em moeda corrente do Pas.

Pargrafo nico - O pagamento do salrio realizado com inobservncia deste Art. considera-se como no feito.

Conforme determina o art. 465 da CLT, o pagamento dever ser feito em dia til e no local do trabalho, dentro do horrio do servio ou imediatamente aps o encerramento deste, salvo quando efetuado por depsito em conta bancria.

Alm disso, o pagamento ser feito mediante recibo (CLT, art. 464).

8.3.2 Pagamento em Cheque ou Depsito Bancrio

O pargrafo nico do art. 464 da CLT permite o depsito do salrio em conta bancria individual, desde que aberta em nome de cada empregado, em estabelecimento de crdito prximo ao local de trabalho.

Art. 464 - O pagamento do salrio dever ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impresso digital, ou, no sendo esta possvel, a seu rogo.

Pargrafo nico - Ter fora de recibo o comprovante de depsito em conta bancria, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crdito prximo ao local de trabalho.

Assim, a lei impe 3 condies para a efetivao do pagamento mediante depsito em conta bancria, quais sejam: o consentimento do empregado para a abertura da conta bancria, conta individual, aberta em seu nome para esse fim, sendo vedado o pagamento em conta coletiva, e a proximidade da instituio bancria ao local de trabalho.

8.3.3 Pagamento em Utilidades (In Natura)Possuem natureza salarial, ainda, as utilidades fornecidas pelo empregador ao obreiro com carter prestativo.

A CLT, no 2 do art. 458, afasta expressamente a natureza salarial de algumas utilidades:

2 - Para os efeitos previstos neste Art., no sero consideradas como salrio as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:

I - vesturios, equipamentos e outros acessrios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestao do servio;

II - educao, em estabelecimento de ensino prprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrcula, mensalidade, anuidade, livros e material didtico;

III - transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou no por transporte pblico;

IV - assistncia mdica, hospitalar e odontolgica, prestada diretamente ou mediante seguro-sade;

V - seguros de vida e de acidentes pessoais;

VI - previdncia privada

Da mesma maneira, a habitao, a energia eltrica e veculo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensveis para a realizao do trabalho, no tm natureza salarial, ainda que, no caso de veculo, seja ele utilizado pelo empregado tambm em atividades particulares (TST, Smula 367).

No se permite, ainda, o pagamento em utilidade com bebidas alcolicas ou drogas nocivas (TST, Smula 367).Smula 367 - Utilidades "in natura". Habitao. Energia eltrica. Veculo. Cigarro. No integrao ao salrio.

I - A habitao, a energia eltrica e veculo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensveis para a realizao do trabalho, no tm natureza salarial, ainda que, no caso de veculo, seja ele utilizado pelo empregado tambm em atividades particulares.

II - O cigarro no se considera salrio utilidade em face de sua nocividade sade.

Caso o salrio-utilidade seja fornecido em cumprimento a dever legal do empregador, fica descaracterizado seu carter retributivo. Podemos citar nesse rol o fornecimento de servios educacionais, os vale-transporte e os equipamentos de proteo individual (EPI).

Assim, se a utilidade for fornecida PELO trabalho, com retribuio ao servio prestado, TER natureza salarial. Se a utilidade for fornecida PARA o trabalho, NO ter natureza salarial.

Requisitos para a caracterizao:

- Habitualidade- Gratuidade- Carter contraprestativo( No mnimo, 30% do salrio devem ser pagos EM DINHEIRO. (art. 82, pargrafo nico).Lembre-se de que o empregado domstico possui regras prprias, sendo vedado ao empregador domstico efetuar descontos no salrio do empregado por fornecimento de alimentao, vesturio, higiene ou moradia. (art. 2-A da Lei n 5.859/1972).

Valores das utilidades (art. 458, 3):

Trabalhador urbano:

- Mximo de 20% para a alimentao.

- Mximo de 25% para a habitao.

Trabalhador rural:- Mximo de 25% para a alimentao.

- Mximo de 20% para a habitao.

Obs.: Para o trabalhador urbano, os percentuais incidem sobre o salrio contratual, seja ele mnimo ou no; para o trabalhador rural, os percentuais incidem to-somente sobre o salrio mnimo; mesmo recebendo salrio acima do mnimo.8.4 Parcelas Salariais: Modalidades Especiais de Trabalho

8.4.1 Salrio Bsico

8.4.2 Abono

Abono quer dizer antecipao salarial. Assim, o empregador adianta parte do salrio ao empregado para atender a uma necessidade urgente e transitria, podendo, ao final, ser absorvido definitivamente pelo salrio ou ter o seu pagamento cessado.

Os abonos tm natureza salarial (CLT, art. 457, 1) e a jurisprudncia conferiu a eles todos os efeitos prprios do salrio bsico.

Ateno: a legislao trabalhista acabou por criar algumas figuras jurdicas que foram denominadas de "abono" de maneira equivocada, j que no correspondem definio de antecipao salarial. Cite-se, como exemplo, o abono de frias ou abono pecunirio.

8.4.3 Adicionais

Segundo Amauri Mascaro Nascimento, "adicional um acrscimo salarial que tem como causa o trabalho em condies mais gravosas para quem o presta".

Adicionais recebidos com habitualidade, durante o perodo de sua percepo, integram o salrio do empregado com reflexos no 13 salrio, frias com 1/3, FGTS, aviso prvio e contribuio previdenciria.

8.4.3.1 Adicional de Horas-Extras

O adicional de horas-extras uma garantia constitucional do empregado, exceto do empregado domstico, que impe que o empregador remunere o servio extraordinrio com o acrscimo de, no mnimo, 50% sobre a hora normal (CF, art. 7, XVI).8.4.3.2 Adicional Noturno

Adicional noturno devido pelos trabalhos prestados aps s 22h nos centros urbanos, remunerado na base de 20% sobre o salrio contratual. (Obs.: Ver o tpico 2. Jornada de Trabalho).8.4.3.3 Adicional de InsalubridadeO art. 189 da CLT apresenta a definio de atividades insalubres:

Art. 189 - Sero consideradas atividades ou operaes insalubres aquelas que, por sua natureza, condies ou mtodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos sade, acima dos limites de tolerncia fixados em razo da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposio aos seus efeitos.

Grau de insalubridade mnimo: 10%Grau de insalubridade mdio: 20%Grau de insalubridade mximo: 40%- Esses percentuais incidem sobre o SALRIO MNIMO.

Obs.: Porm, quando o trabalhador, por fora de lei, conveno ou sentena normativa, perceba salrio profissional, os percentuais incidiro sobre este.

Enquanto percebido pelo empregado, o adicional de insalubridade integra a sua remunerao para todos os efeitos legais.

Quanto diminuio da nocividadeA simples diminuio da nocividade do local de trabalho, no exime o empregador de pagar o adicional de insalubridade.Smula 289 - Insalubridade. Adicional. Fornecimento do aparelho de proteo. Efeito.

O simples fornecimento do aparelho de proteo pelo empregador no o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam diminuio ou eliminao da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.

Quanto descaracterizao ou eliminao

A reclassificao ou descaracterizao da insalubridade por ato da autoridade competente, ou a sua eliminao mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo rgo competente do Poder Executivo cessa o direito percepo do respectivo adicional.

Smula 80 - Insalubridade

A eliminao da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo rgo competente do Poder Executivo exclui a percepo do respectivo adicional.

Smula 248 - Adicional de insalubridade. Direito adquirido.

A reclassificao ou a descaracterizao da insalubridade, por ato da autoridade competente, repercute na satisfao do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princpio da irredutibilidade salarial.

8.4.3.4 Adicional de PericulosidadeO adicional de periculosidade devido ao empregado que presta servios em contato permanente ou intermitente com explosivos ou inflamveis em condies de risco acentuado, conforme art. 193 da CLT. Tambm foi estendido para as atividades com explosivos, energia eltrica (Lei n. 7.369/85) e radiaes ionizantes (Portaria SIT 3.393/87).- Valor de 30% sobre o salrio contratual.

Eletricitrios: 30% sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial (Smula 191).

NO podem ser acumulados os adicionais de insalubridade com o de periculosidade.Smula 364. Adicional de Periculosidade. Exposio Eventual, Permanente e Intermitente.I - Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condies de risco. Indevido, apenas, quando o contato d-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, d-se por tempo extremamente reduzido.

II - A fixao do adicional de periculosidade, em percentual inferior ao legal e proporcional ao tempo de exposio ao risco, deve ser respeitada, desde que pactuada em acordos ou convenes coletivos.Smula 191. Adicional. Periculosidade. Incidncia

O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salrio bsico e no sobre este acrescido de outros adicionais. Em relao aos eletricitrios, o clculo do adicional de periculosidade dever ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.

Smula 361. Adicional de Periculosidade. Eletricitrios. Exposio IntermitenteO trabalho exercido em condies perigosas, embora de forma intermitente, d direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma integral, porque a Lei n 7.369, de 20.09.1985 no estabeleceu nenhuma proporcionalidade em relao ao seu pagamento.

Smula 132. Adicional de Periculosidade. Integrao O adicional de periculosidade, pago em carter permanente, integra o clculo de indenizao e de horas extras.

II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado no se encontra em condies de risco, razo pela qual incabvel a integrao do adicional de periculosidade sobre as mencionadas horas.

Smula 39. Periculosidade

Os empregados que operam em bomba de gasolina tm direito ao adicional de periculosidade (Lei n 2.573, de 15.08.1955).

8.4.3.5 Adicional de Transferncia- Requisitos:- Anuncia do empregado

- Necessidade de servio

- Mudana de domiclio do empregado

- Transitoriedade- Art. 470 - As despesas relativas transferncia correro por parte do empregador.Obs.: Pode haver transferncia sem anuncia do empregado, mas sempre observando a necessidade de servio. Um exemplo disso quando h extino do estabelecimento. Na verdade, neste caso, a transferncia favorvel ao empregado que no perder o emprego.

Outros casos so os cargos de confiana e quando est previsto no contrato tal transferncia.

Proibies de transferncia:

- Dirigente sindical

- Membro titular eleito do CIPA

8.4.4 Comisses

Trata-se de "parcelas contraprestativas pagas pelo empregador ao empregado em decorrncia de uma produo alcanada pelo obreiro no contexto do contrato, calculando-se, variavelmente, em contrapartida a essa produo", nos dizeres de Maurcio Godinho.A comisso no se confunde com a participao nos lucros, que referente participao do empregado nos resultados positivos da empresa, sem natureza de salrio.O pagamento, a quitao, da comisso deve se dar mensalmente (Lei n. 3.207, art. 4, caput), salvo acordo bilateral, quando se pode dar at 3 meses aps a aceitao do negcio (art. 4, par. nico).8.4.5 Gratificaes

Gratificaes representam parcelas contraprestativas originadas de um evento ou circunstncia tida como relevante pelo empregador (gratificaes convencionais) ou por norma jurdica (gratificaes normativas).

Smula 152 - Gratificao. Ajuste tcito.

O fato de constar do recibo de pagamento de gratificao o carter de liberalidade no basta, por si s, para excluir a existncia de ajuste tcito.

Smula 207, STF

As gratificaes habituais, inclusive a de natal, consideram-se tacitamente convencionadas, integrando o salrio.

Observaes Importantes

- As gratificaes de produtividade e de tempo de servio, pagas mensalmente, no repercutem no clculo do descanso semanal remunerado.

- A gratificao semestral no repercute nos clculos das horas extras, das frias e do aviso prvio, ainda que indenizados.8.4.6 13 Salrio

Trata-se de gratificao legal, compulsria, em decorrncia do texto da Constituio Federal de 1998 (CF, art. 7, VIII), devida em dezembro de cada ano ou no ltimo ms contratual, caso o contrato seja rompido antecipadamente.O 13 salrio tem por base a remunerao integral ou valor da aposentadoria percebida no ms de dezembro. Se o contrato for rompido anteriormente ao ms de dezembro, a parcela devida proporcionalmente aos meses de servio, na ordem de 1/12 por ms, considerando-se a frao igual ou superior a 15 dias como ms inteiro, desprezando-se a frao menor.

O pagamento dever ser efetuado em duas parcelas: a primeira metade paga entre os meses de fevereiro e novembro ou, se o empregado o requerer no ms de janeiro do correspondente ano, por ocasio das suas frias, e equivalente metade do salrio do empregado no ms anterior ao pagamento; a segunda metade paga at 20 de dezembro, e equivale remunerao do ms de dezembro, compensando-se a importncia paga na primeira parcela, sem nenhuma correo monetria.Se o obreiro for despedido por justa causa perde o direito percepo do 13 salrio proporcional e, se j recebeu a primeira metade, a lei autoriza a compensao desse valor com qualquer crdito trabalhista, tais como saldo de salrio e frias vencidas.No caso de culpa recproca, o 13 salrio devido pela metade.

Smula 14. Culpa Recproca.Reconhecida a culpa recproca na resciso do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinqenta por cento) do valor do aviso prvio, do dcimo terceiro salrio e das frias proporcionais.

Se o empregado permanecer afastado durante o ano, gozando de benefcio previdencirio, a empresa pagar o 13 salrio proporcional ao perodo trabalhado, mais o referente aos 15 primeiros dias do afastamento. O restante ser pago pelo INSS, na forma de abono anual.

Ressalta-se, por fim, que sobre o 13 salrio incidem o FGTS e as contribuies previdencirias.8.4.7 Gorjetas

Conforme o 3 do art. 457 da CLT:

3 - Considera-se gorjeta no s a importncia espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como tambm aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer ttulo, e destinada distribuio aos empregados.8.4.8 Prmios

Prmios so contraprestaes decorrentes de evento ou circunstncia vinculada conduta individual ou coletiva do empregado ou dos empregadores da empresa.

Quando pagos com habitualidade, possuem natureza salarial, integrando as demais verbas trabalhistas pela mdia de seus valores.STF Smula 209

O salrio-produo, como outras modalidades de salrio-prmio, devido, desde que verificada a condio a que estiver subordinado, e no pode ser suprimido unilateralmente, pelo empregador, quando pago com habitualidade.8.4.9 Quebra de Caixa

A "quebra de caixa" constituda, geralmente, por verba paga a empregados que lidam com numerrio (dinheiro), tais como caixa de banco ou instituies financeiras, caixa de loja de comrcio em geral, etc., e tem por finalidade compensar eventuais prejuzos sofridos por esses mesmos empregados, em funo das caractersticas de sua atividade.Smula 247 - Quebra de caixa. Natureza jurdica

A parcela paga aos bancrios sob a denominao "quebra de caixa" possui natureza salarial, integrando o salrio do prestador de servios, para todos os efeitos legais.

8.5 Equiparao SalarialRequisitos

1) Identidade e tempo de funo:

Empregados que exercem A MESMA FUNO (e no cargo) devem ter o mesmo salrio, desde que NO haja diferena de tempo de servio superior a 2 anos.

Em face dessa interpretao, o prazo de 2 anos deve ser contado na funo e no no emprego. Ou seja, o prazo de 2 anos na mesma funo e no no trabalho ou emprego.

O que se deve levar em conta a produtividade e no a produo do empregado. Ou seja, a capacidade de trabalho e no a produo.

2) Identidade do empregador e do local de trabalho:

Os empregados devem prestar o trabalho ao mesmo empregador para configurar a equiparao salarial.

Da mesma forma, devem prestar o trabalho na mesma localidade (art. 461). Entendida esta, consoante jurisprudncia dominante, como no mesmo municpio ou regio metropolitana (Smula n 6).3) Simultaneidade na prestao do servio:

Os empregados devem ter prestado servio em uma mesma poca, ou ento no h que se falar em equiparao salarial. (Smula n 6, IV).4) Quadro de carreira:

Art. 461, 2 - Os dispositivos deste artigo no prevalecero quando o empregador tiver pessoal organizado em QUADRO DE CARREIRA, hiptese em que as promoes devero obedecer aos critrios de antigidade e merecimento.

Assim, havendo REGULAR quadro de carreiras em operao na empresa, NO h que se falar em equiparao salarial.

9. SALRIO MNIMO: IRREDUTIBILIDADE E GARANTIAO conceito de salrio mnimo trazido pela CLT encontra-se no art. 76:

Art. 76 - Salrio mnimo a contraprestao mnima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distino de sexo, por dia normal de servio, e capaz de satisfazer, em determinada poca e regio do Pas, as suas necessidades normais de alimentao, habitao, vesturio, higiene e transporte

Na CF:Art. 7 - So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social:

IV - salrio mnimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais bsicas e s de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim.9.1 Garantia

O salrio mnimo deve ser garantido a todo trabalhador, inclusive queles que so remunerados de forma varivel. Esta uma garantia constitucional, encontrada no art. 7, VII:

VII - garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo, para os que percebem remunerao varivel;

Da mesma forma, a CLT trouxe esta garantia, em seu art. 78:

Art. 78 - Quando o salrio for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou pea, ser garantida ao trabalhador uma remunerao diria nunca inferior do salrio mnimo por dia normal.

Pargrafo nico - Quando o salrio mnimo mensal do empregado comisso ou que tenha direito percentagem for integrado por parte fixa e parte varivel, ser-lhe- sempre garantido o salrio mnimo, vedado qualquer desconto em ms subseqente a ttulo de compensao.

E, ainda, em seu art. 83:

Art. 83 - devido o salrio mnimo ao trabalhador em domiclio, considerado este como o executado na habitao do empregado ou em oficina de famlia, por conta de empregador que o remunere.

Assim, v-se que direito do trabalhador a garantia de salrio nunca inferior ao mnimo, qualquer que seja a forma de sua remunerao. Devendo-se levar em considerao o salrio mnimo por dia normal de trabalho. Por isso, quando o empregado for contratado por tempo parcial, isto , aquele cuja durao no exceda a 25 horas semanais, o salrio pode ser inferior ao mnimo, j que ele estar prestando menos horas de trabalho por dia.

H de se falar, ainda, da garantia de recebimento de um salrio mnimo como benefcio mensal s pessoas portadoras de deficincia e ao idoso que comprovem no possuir meios de prover a prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia, como estabeleceu a Constituio Federal de 1988, em seu artigo 203:

a assistncia social ser prestada a quem dela necessitar, independentemente da contribuio seguridade social e tem como objetivos: [...] V - a garantia de um salrio mnimo de benefcio mensal s pessoas portadoras de deficincia e ao idoso que comprovem no possuir meios de prover a prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia, conforme dispuser a lei.A Lei 8.742, de 03.12.93, tambm denominada Lei Orgnica da Assistncia Social LOAS veio a regulamentar o inciso V, do artigo 203.

9.2 Irredutibilidade

A irredutibilidade do salrio , tambm, uma garantia constitucional, prevista no art. 7, VI:Art. 7. [...]

VI - irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo.Desta forma, a irredutibilidade salarial a regra, sendo a exceo quando acordado em conveno ou acordo coletivo de trabalho que, por algum motivo, haver reduo salarial.

Interpretando-se o inciso VI do art. 7 da CF, verifica-se que o pequeno rol de excees taxativo, ou seja, somente atravs de conveno ou acordo coletivo de trabalho que se pode haver reduo salarial, sendo nulo de pleno direito o acordo feito individualmente.10. LICENA PATERNIDADELicena paternidade o direito do homem de afastar-se do trabalho, sem prejuzo em seu salrio, para auxiliar a me de seu filho (natural ou adotivo), que no precisa ser necessariamente sua esposa.

mais uma garantia constitucional, prevista no inciso XIX, art. 7, da CF:

XIX - licena-paternidade, nos termos fixados em lei;

E, tambm, nos ADCT, em seu art. 10, 1:

Art. 10 - At que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7, I, da Constituio:

1 - At que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7, XIX, da Constituio, o prazo da licena-paternidade a que se refere o inciso de 5 dias.

Assim, o perodo de 5 dias, enquanto no houver lei que a discipline.

Para ter acesso a este direito basta notificar o empregador sobre o nascimento de seu filho. O empregador no pode negar a licena, pois a no concesso do direito pode implicar em reclamaes trabalhistas, como, por exemplo, o direito do empregado em receber o pagamento dos dias da licena que no usufruiu. Contudo, importante, ressaltar que no autorizado ao empregado faltar injustificadamente ao trabalho alegando posteriormente que estava em licena paternidade, sem que o empregador tenha cincia inequvoca do nascimento.A licena concedida computando-se, inclusive, o dia do nascimento do(s) respectivo(s) filho(s) (independente do horrio de nascimento), quando filho natural.10.1 Nascimento Durante As Frias

Quando o nascimento da criana ocorrer nos dias em que se aproxima o trmino das frias e a contagem dos 5 (cinco) dias ultrapassarem-no, deve-se conceder a licena-paternidade, ou seja, o empregado dever retornar ao trabalho aps o trnsito dos 5 (cinco) dias da data do nascimento da criana.

10.2 Nascimento Nos Dias Que Antecedem As Frias

Ocorrendo o nascimento da criana em dias que antecedem o incio do gozo das frias e adentrar a este incio, este dever ser protelado para o 6 (sexto) dia de trabalho subseqente.

10.3 Forma De Contagem Da Licena-PaternidadeA contagem da licena-paternidade deve iniciar-se em dia til a partir da data do nascimento da criana. Dia til porque uma licena remunerada, na qual o empregado poder faltar ao trabalho sem implicaes trabalhistas, conforme determina o artigo 473, III da CLT, no existindo coerncia na insistncia em iniciar a licena-paternidade em dia no til, na qual o empregado no teria da mesma forma prejuzo no seu salrio.

11. SALRIO-FAMLIA

Garantia constitucional prevista no inciso XII, do art. 7, da CF:

XII - salrio-famlia pago em razo do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.Devido a todos os trabalhadores que possuam filhos ou equiparados com at 14 anos que freqente a escola. No caso de filhos com alguma deficincia que os invalide, NO h limite de idade.

Tambm faz jus o aposentado por invalidez, de qualquer idade, e os demais aposentados com 65 anos ou mais, se do sexo masculino, ou 60 anos ou mais, se do sexo feminino, sendo reduzida a idade em 5 anos quando se tratar de empregado trabalhador rural.

- Apesar do nome, NO salrio.

- O empregado domstico NO possui esse benefcio.- NO h limite de nmero de filhos. O requisito objetivo a remunerao do empregado, que deve estar no limite da lei que o concede.12. CAUSAS DE DISSOLUO DO CONTRATO DE TRABALHO: FALTAS COMETIDAS PELO EMPREGADO E FALTAS COMETIDAS PELO EMPREGADOR12.1 Resilio do contrato de emprego por falta grave do empregado

12.1.2. Tipos de Falta Grave

A) Ato de ImprobidadeNo sentido lato e popular, mprobo o desonesto, o que serviu para enquadrar no tipo improbidade, diversas outras condutas elencadas no artigo 482 da CLT como diferentes tipos de falta grave.

Por isso, a doutrina e a jurisprudncia reservaram o tipo improbidade como desinncia de atos desonestos do empregado contra bens materiais. Pode ser praticado por ao ou omisso. uma falta em concreto, ou seja, exige resultado. Admitindo-se a tentativa.

Porm alguns autores admitem o tipo como falta formal. Wagner Giglio, citado por Emmanuel Tefilo Furtado (Terminao do Contrato de Trabalho, LTr, So Paulo, 1997, p. 83), refere-se a simples ameaa do motorista de danificar a frota da empresa como exemplo de ato de improbidade. Para Emmanuel, basta apenas o risco, a potencialidade de vir a acontecer o prejuzo.

Tal como no Direito Penal, entendo que a simples inteno de praticar o ato, cogitao, ou a adoo de atos preparatrios no seriam suficientes para caracterizao da improbidade. Defendemos que haja pelo menos atos de execuo.

Devemos frisar que o ato de improbidade deve guardar correspondncia com a vida funcional do empregado, dizendo respeito ao patrimnio do empregador, de colegas de trabalho ou de terceiro no mbito da empresa ou relacionados aos seus clientes ou fornecedores.

Para a corrente da teoria subjetiva da justa causa, para a configurao da improbidade basta a inteno de causar o dano, pois a relao de emprego tem por base a fidcia, enquanto para a corrente objetiva a caracterizao dessa falta grave dependeria da efetividade do ato danoso.

Basta um nico ato para caracterizar a improbidade. Alguns autores no consideram o valor ou extenso do dano.

Obs.: falar sobre a possibilidade de reverso do motivo da dispensa sem justa causa para com justa causa.

Se o ato de improbidade ocorrer fora do ambiente e no tiver conexo com a vida funcional do empregado, no haver motivo para justa causa, posto no haver prejuzo para o empregador.

Pode-se alegar que a conduta leva o empregador a perder a confiana no empregado, porm isso seria muito subjetivo, dependendo do grau de intolerncia de cada empregador. Para solucionar esse problema, Wagner Giglio vincula a gravidade do ato ou grau de confiana do empregado na empresa, em ordem inversa: se maior a confiana, menor a gravidade do ato e vice-versa.

Obs.: falar sobre a prova da falta grave e as conseqncias da despedida injuriosa.

B) Incontinncia de Conduta e Mau ProcedimentoMau procedimento: para Emmanuel Tefilo Furtado - Terminao do Contrato de Trabalho: LTr, 1997, p. 91 " o ato praticado pelo empregado que foge aos padres normais do conceito pessoal do obreiro e de sua boa convivncia, educao e mnimos modos no trabalho, bem como na vida particular, de tal sorte que torne impraticvel a continuidade da relao de emprego, por conta do desgaste que tal postura propiciou naquela relao, onde a pessoalidade um dos aspectos inafastveis."

Incontinncia de conduta: "pendula para o aspecto do desregramento sexual do empregado, que de uma forma ou de outra se exterioriza em seu mundo do trabalho, seja por meio de obscenidades que pratica, falta de respeito ao sexo oposto e demais atos de libertinagem e pornografia. A pessoa que diretamente ofendida pela prtica da incontinncia de conduta pode ser um colega de trabalho, como ao mesmo tempo, todos os colegas de trabalho do empregado que pratica tal ato faltoso, bem assim um inferior hierrquico ou mesmo terceiros." (Emmanuel Tefilo Furtado, p. 91).

A incontinncia de conduta cairia bem no assdio sexual, to discutido hoje em dia, ou na abordagem inconveniente.

Contrariamente doutrina, entendemos que a incontinncia de conduta pode ocorrer fora do local de trabalho, mas haver a necessidade de interao com a vida funcional do empregado, sob pena de se admitir possa o empregador se intrometer na vida particular e sexual do empregado. No devemos esquecer que a Constituio preserva o direito intimidade e probe a discriminao em razo da opo sexual de cada um.

Emmanuel Tefilo compara a situao de um professor que freqenta bordis e de um servente de pedreiro que tem a mesma conduta.

So exemplos clssicos de incontinncia de conduta: palavres, gestos obscenos, fofocas, uso das dependncias da empresa para prtica de atos libidinosos, conjuno carnal ou masturbao, assdio sexual etc.

Exemplos de mau procedimento: marcar ponto de colega ausente, uso de atestado mdico falso para abonar faltas, telefonista que atende o cliente com falta de educao.

C) Negociao Habitual por Conta Prpria ou Alheia sem Permisso do Empregador, e Quando Constituir Ato de Concorrncia Empresa Para a Qual Trabalha o Empregado, ou for Prejudicial ao Servio

Esse ilcito trabalhista abrange todas as atividades do empregado prejudiciais aos servios ou concorrentes com as atividades da empresa.

Tratando-se de falta que exige o requisito objetivo da habitualidade, necessria a repetio do ato, deve haver uma pluralidade significativa.

Para a configurao da falta exige-se que a atividade habitual seja concorrente e prejudicial ao empregador e que no tenha sido por ele tolerada. Para alguns autores a concordncia teria que ser expressa, no sendo admissvel a concordncia tcita.

Entendemos que o desvio de clientes, tido por alguns como exemplo de negociao habitual, na verdade seria um ato de improbidade.

Professor de cursinho que monta a sua prpria escola ou que d aula particular estaria fazendo concorrncia ao empregador?

Sobre Negociao Habitual, diz ETF - p. 99: "Haveria justa causa para o despedimento se o empregado, sem autorizao do empregador, expressa por escrito ou verbalmente, exercer de forma habitual atividade concorrente, isto , explorar o mesmo ramo de negcio, como subordinado de outro empregador, trabalhador autnomo ou como empresrio, ou exercer habitualmente outra atividade que, embora no concorrente, prejudique o exerccio de suas funes na empresa".

Atuar como "camel" dentro da empresa vendendo coisas no concorre com os negcios do patro, mas geralmente prejudicial aos servios.

D) Condenao Criminal do Empregado, Passada em Julgado, Caso No Tenha Havido Suspenso da Execuo da PenaA condenao criminal transitada em julgado configura a justa causa para dispensa do empregado somente quando a execuo da pena privativa de liberdade importa na impossibilidade material absoluta da prestao de servios pelo empregado, ou seja, quando o servio exige a sua presena fsica na empresa.

Ressalta-se que o motivo da condenao criminal no precisa ter ligao com a atividade funcional do empregado.

E) Desdia no Desempenho das Respectivas FunesConfigura-se a desdia quando o empregado negligente no exerccio de suas ocupaes na empresa, desde que para elas esteja habilitado e que elas integrem funo para qual fora contratado (ver art. 456, pargrafo nico, da CLT). A negligncia pode ser revelada por atos de preguia, inrcia, incria, descaso, ociosidade, omisses, indolncias e desleixo, entre outros.

O empregado tem o dever de trabalhar com produtividade, ser diligente, honesto, leal e fiel para com o empregador. O trabalho cujo resultado seja imperfeito e no atenda aos interesses da empresa por negligncia do empregado, configura a desdia ensejadora da justa causa.

Haver desdia somente quando ocorrer culpa do empregado. Se os motivos de fora maior ou alheios a sua vontade forem determinantes para o resultado insatisfatrio do trabalho, no haver desdia.

Se o empregador atribui ao empregado tarefas fora de suas funes ou para as quais ele no possui habilitao e o trabalho no tem resultado satisfatrio, no poder o empregado ser tachado de desidioso.

Para encerrar este tpico de forma conclusiva e absoluta, transcrevemos a lio de E.T.F., p. 110/111: "O fundamento da justa causa de desdia reside no fato de ser direito do empregador, fora da bilateralidade e onerosidade do contrato de trabalho, receber como contraprestao pelo salrio que paga no to-somente o servio de seu empregado, mas receb-lo com operosidade, com diligncia, com produtividade, com qualidade, a contento, e no com negligncia, com descuido, com desinteresse, com falta de exao. Ocorrendo, pois, estas ltimas circunstncias, no resta satisfeito o direito do empregador, que por tal razo pode dispensar o seu obreiro com justa causa, a saber, a de desdia. A exteriorizao da desdia dar-se- ou pela produo defeituosa ou pela diminuio em referida produo."

Se a conduta do empregado no for culposa e sim dolosa, o ato configuraria improbidade e no mais desdia.

Tambm so elementos caracterizadores da desdia a imprudncia e a impercia.

A conduta investigada dever ter como parmetro o padro do homem mdio.

A desdia pode se caracterizar com a ocorrncia de uma s falta, porm geralmente a sua configurao depende de uma conduta reiterada, com repetio das faltas em pequenos espaos de tempo.F) Embriaguez Habitual ou em ServioPara a doutrina, a embriaguez do empregado no precisa estar ligada a sua vida funcional, bastando que comprometa o seu conceito em sociedade, porm entendemos que a embriaguez habitual uma doena, devendo o empregado ser submetido a tratamento mdico e no punio, conclumos pela inaplicabilidade da parte primeira da norma do art. 482, f, da CLT.

* Embriaguez em servioBasta que o empregado se apresente bbado em servio uma nica vez para caracterizar essa falta grave.

A embriaguez em servio aquela que no resulta da condio de alcolatra do empregado.

Para caracterizao da falta grave no basta que o empregado esteja no mbito da empresa, necessrio que ele esteja em servio, mesmo que seja externo.

G) Violao de Segredo da EmpresaO segredo profissional uma decorrncia natural do dever de lealdade e fidelidade do empregado para com o patro, e como diz ETF, p. 124: "a idia de segredo compreendida no como circunstncia ligada ao mistrio, ao enigma, ou seja, ao sentido vulgar da palavra, mas sim ao seu aspecto jurdico, que vem a significar algo da privacidade da empresa, seja em relao sua situao financeira, seja pertinente sua estratgia de marketing, seja tangente descoberta de frmula atravs da qual pretende colocar produto indito no mercado e assim por diante".

necessrio que o segredo tenha sido conhecido em razo do servio que o empregado presta empresa e envolva os segredos de fbrica ou de produtos ou segredos de negcio. O receptor do segredo deve ser um terceiro interessado e capaz de causar prejuzo empresa.

H) Atos de Indisciplina e InsubordinaoCaracteriza-se a indisciplina quando o empregado descumpre ordens gerais, destinadas a todos os empregados da empresa, setor ou servio. Enquanto a insubordinao refere-se a ordens especiais dadas a determinado empregado, a ele direcionadas pelo empregador ou preposto investido de poder na empresa e que tenha ascendncia sobre o empregado.

Ressalta-se que o dever de obedincia guarda consonncia com o direito de resistncia, no sendo o empregado obrigado a obedecer ordens ilegais, que fira a sua dignidade pessoal ou que esteja em desacordo com a sua capacidade fsica e intelectual ou com o contrato, ou atente contra a moral e os