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DIREITO DO TRABALHO Noção de trabalho Formas e modelos de organizaçãodo trabalho Atualidades e perspectivas Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

Direito do trabalho - silviabertani.files.wordpress.com · São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência

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DIREITO DO TRABALHO

Noção de trabalho

Formas e modelos de organização do trabalho

Atualidades e perspectivas

Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

NOÇÃO DE TRABALHO

O trabalho é forma de relação entre os homens em sociedade e a natureza.

é a essência do homem, na medida em que é a forma pela qual ele serelaciona com a natureza e a transforma em bens a que confere valor.

Karl Marx

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A EVOLUÇÃO DO TRABALHO

Escravidão

Servidão

Corporações de ofício

Livre contratação

Limitação contratual Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

TRABALHO DO HOMEM PRÉ HISTÓRICO

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Trabalho comunitário

Recolha dos bens da natureza

Tarefas distribuídas em função do sexo e da idade:

Divisão natural do trabalho, associada ao homem como ser nómade e recoletor.

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Pastorícia

Agricultura

Artesanato

Divisão social do trabalho, associada ao à divisão social de tarefas, em função de alguma especialização

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A economia assentava na mão-de-obra escrava

O escravo era uma ferramenta viva

Desigualdade da condição humana

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Feudalismo e trabalho servil

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Trabalho dependente

Trabalho servil (o trabalhador pagava tributos ao senhor feudal).

Sem direitos (subordinado ao senhor feudal, de forma hereditária)

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Século XII: A burguesia

Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

Renascimento comercial

Ressurgimento da vida urbana

Falta de mão-de-obra:

Surgem as corporações (associações de artesãos e de mercadores, com leis e estatutos que regulavam a respectiva atividade)

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O exercício da atividade dependia da autorização da corporação.

As corporações eram motivo de privilégios para quem lhes pertencia

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Século XVIII: A revolução francesa

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Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA

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Projeto de liberdade, igualdade e fraternidade

Fim do feudalismo

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Século XIX: A revolução industrial

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Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Trabalhadores

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Protesto de trabalhadores

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Crianças trabalhadoras

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

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SÉCULOS XVI - XVIII

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Mundialização da Economia

O Trabalho começa a ser remunerado com salário

Trabalho assalariado

Nova Classe Social

Burguesia

Novo Sistema Económico: o Capitalismo

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O CAPITALISMO

Propriedade Privada

Acumulação de Capital

Mercado Livre

Lucro como motor

Distinção entre mão-de-obra e capitalistas

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LIBERALISMO CAPITALISTA

Liberdade econômica

Livre iniciativa dos proprietários dos bens de produção

Ausência de Intervenção do Estado na Regulação das Relações de Trabalho

Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

SINDICALISMO

Combate à exploração dos trabalhadores

Regulação do Mercado de Trabalho

Os Estados criam Legislação para Regular o Exercício do Trabalho: o Direito do Trabalho

Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

NOVA ESTRUTURA DO TRABALHO

Nova Estrutura de Trabalho

Especialização: cada trabalhador responsável por uma única tarefa

Automatização da produção (robotização de tarefas), sobretudo a partir dos anos 60

Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

NOVA ESTRUTURA DO TRABALHO

Especialização: cada trabalhador responsável por uma única tarefa

Automatização da produção (robotização de tarefas), sobretudo a partir dos anos 60.

Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

FINAL DO SÉCULO XX

Revolução do Conhecimento

Trabalhadores do Conhecimento:

Pessoas muito qualificadas

Com Competência Científica e Intelectual

Com domínio das Tecnologias da Informação

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REVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO

Acesso a redes (dentro e fora das empresa

Utilização partilhada de documentos em tempo real

Videoconferência

Internet

Redefinição do Espaço e do Horário de Trabalho

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REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

Linha de produção robótica

Empregados qualificados

Desemprego

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REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

Uso da robótica nas linhas de produção

Empregados qualificados

Desemprego

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DOS DIREITOS SOCIAIS

CF, art. 6° - 11

DIREITOS

SOCIAIS

Educação

Saúde

Alimentação

Trabalho

Moradia

Lazer

Segurança

Previdência Social

Proteção à maternidade e à infância

Assistência aos desamparados

São direitos sociais a educação, a saúde, aalimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, asegurança, a previdência social, a proteção àmaternidade e à infância, a assistência aosdesamparados, na forma desta Constituição.

O direito à moradia

O direito à alimentação

DOS DIREITOS SOCIAIS

I - relação de emprego protegida contra despedidaarbitrária ou sem justa causa, nos termos de leicomplementar, que preverá indenização compensatória,dentre outros direitos;

.

II - seguro-desemprego, em caso de desempregoinvoluntário;

ROL EXEMPLIFICATIVO DE DIREITOS DOS TRABALHADORES URBANOS E RURAIS

III - fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS);IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente

unificado, capaz de atender a suas necessidades vitaisbásicas e às de sua família com moradia, alimentação,educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transportee previdência social, com reajustes periódicos que lhepreservem o poder aquisitivo, sendo vedada suavinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e àcomplexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto emconvenção ou acordo coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, paraos que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneraçãointegral ou no valor da aposentadoria;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Adicional noturno para trabalhador urbano:

a) considera-se noturno ‘o trabalho executado entre 22h de umdia e 5h do dia seguinte’ (CLT, art. 73).

b) é devido um adicional de pelo menos 20% sobre a hora diurna;

c) a hora é computada como sendo 52’30” (cinquenta e doisminutos e trinta segundos).

Adicional noturno para trabalhador rural:

a) trabalhador rural na lavoura: considera-se noturno ‘o trabalhoexecutado entre 21h de um dia e 5h do dia seguinte’;

b) trabalhador rural na atividade pecuária: considera-se noturno‘o trabalho executado entre 20h de um dia e 4h do dia seguinte’;

c) é devido um adicional de 25% sobre a remuneração noturna;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindocrime sua retenção dolosa;

XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculadada remuneração, e, excepcionalmente, participação nagestão da empresa, conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente dotrabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horasdiárias e quarenta e quatro semanais, facultada acompensação de horários e a redução da jornada,mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado emturnos ininterruptos de revezamento, salvo negociaçãocoletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aosdomingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, nomínimo, em cinquenta por cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos,um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e dosalário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, medianteincentivos específicos, nos termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendono mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio denormas de saúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,insalubres ou perigosas, na forma da lei;

Penosa é a atividade exercida em zonas de fronteira ou queexige, para a sua realização, expressivo dispêndio físico,trazendo esgotamento, desgaste excessivo etc.

Insalubre é a que compromete a saúde do trabalhador.

Perigosa é a que ameaça a vida do trabalhador, como o diretocom inflamáveis, instalações elétricas de grandes voltagens,vigilância de risco etc.

XXIV - aposentadoria;

O ESTADO NEOLIBERAL

A ofensiva contra os direitos sociais e fortalecimento do sistema penal punitivo

CRISE DO ESTADO PROVIDÊNCIA

Crise do Capital nos Anos 1970: crise clássica de superprodução

Esgotamento do padrão de consumo

Crise fiscal do Estado

Ofensiva monetarista

Globalização econômica e financeira

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TEORIA E PRÁTICA DO NEOLIBERALISMO

▪ Estado mínimo e fim do Big Government

▪ Liberdade individual e abertura de oportunidades

▪ A força inexorável da globalização

▪ Estado mínimo para as classes subalternas e máximo para as classes dominantes e adensamento do Big Government carcerário

▪ Liberdade para os mercados

▪ Globalização excludente

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GLOBALIZAÇÃO E NEOLIBERALISMO

As funções do Estado para os neoliberais e adeptos da panacéia da globalização:

▪ Eliminação do sistema de proteção social

▪ Responsabilidade fiscal e controle dos gastos públicos

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▪ Redução de impostos e taxas

▪ Flexibilização e desregulamentação do mercado de trabalho

▪ Abertura comercial e flexibilização cambial

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NEOLIBERALISMO E CONSENSO DE WASHINGTON

Disciplina fiscal

Redução dos gastos públicos

Reforma tributária

Juros de mercado

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NEOLIBERALISMO E CONSENSO DE WASHINGTON

Câmbio de mercado

Abertura comercial

Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições

Privatização das estatais

Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas

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A ofensiva neoliberal contra os trabalhadores e contra os direitos e políticas sociais

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A automação e a microeletrônica;

A desregulamentação do mercado de trabalho;

A terceirização e a flexibilização da produção;

O enfrentamento direto ao sindicalismo combativo.

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CARACTERÍSTICAS DA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA

produção passa a ser vinculada à demanda

produção busca ser mais variada e heterogênea

trabalho operário em equipe, com variedade e polivalência de funções

produção é horizontalizada, no sentido de que o processo produtivo é transferido a “terceiros”

Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

envolvimento cooptativo, do qual os programas de qualidade total são o principal exemplo

Desconcentração do espaço físico produtivo através de estratégias como a flexibilização e a terceirização

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CONSEQUÊNCIAS PARA O MUNDO DO TRABALHO

Redução do proletariado fabril estável

Incremento do novo proletariado, do subproletariado fabril e de serviços

Precarização do trabalho: são os terceirizados, subcontratados, part-time, emprego temporário, etc.

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Aumento do trabalho feminino, que tem sido preferencialmente absorvido pelo capital no universo do trabalho precarizado e desregulamentado

Incremento dos assalariados médios e de serviços

Exclusão dos jovens e dos idosos do mercado de trabalho nos países centrais

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Inclusão precoce e criminosa de mão de obra infantil no mercado de

trabalho

Aumento dos níveis de exploração

Desemprego estrutural

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1 - O que é o Direito do Trabalho?

2 - Quais são os seus fundamentos?

3 - Qual a sua função?

4 - Qual o seu campo de aplicação?

Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani

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