Direito Dos Tratados_Viena

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  • 7/31/2019 Direito Dos Tratados_Viena

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    Apostila de Direito Internacional Pblico Prof. Rodrigo Luz 1

    Adotado em: Viena

    Data: 26 de maio de 1969

    Entrada em vigor internacional: 27 de janeiro de 1980

    CONVENO DE VIENA SOBRE O DIREITO DOS TRATADOS

    Os Estados Partes na presente Conveno,

    Considerando o papel fundamental dos tratados na histria das relaes internacionais,

    Reconhecendo a importncia cada vez maior dos tratados como fonte do Direito Internacionale como meio de desenvolver a cooperao pacfica entre as naes, quaisquer que sejam seussistemas constitucionais e sociais,

    Constatando que os princpios do livre consentimento e da boa f e a regra pacta suntservanda so universalmente reconhecidos,

    Afirmando que as controvrsias relativas aos tratados, tais como outras controvrsiasinternacionais, devem ser solucionadas por meios pacficos e de conformidade com osprincpios da Justia e do Direito Internacional,

    Recordando a determinao dos povos das Naes Unidas de criar condies necessrias manuteno da Justia e do respeito s obrigaes decorrentes dos tratados,

    Conscientes dos princpios de Direito Internacional incorporados na Carta das Naes Unidas,tais como os princpios da igualdade de direitos e da autodeterminao dos povos, daigualdade soberana e da independncia de todos os Estados, da no-interveno nos assuntosinternos dos Estados, da proibio da ameaa ou do emprego da fora e do respeito universale observncia dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos,

    Acreditando que a codificao e o desenvolvimento progressivo do direito dos tratadosalcanados na presente Conveno promovero os propsitos das Naes Unidas enunciadosna Carta, que so a manuteno da paz e da segurana internacionais, o desenvolvimento dasrelaes amistosas e a consecuo da cooperao entre as naes,

    Afirmando que as regras do Direito Internacional consuetudinrio continuaro a reger asquestes no reguladas pelas disposies da presente Conveno,

    Convieram no seguinte:

    PARTE I - Introduo

    Artigo 1 - mbito da Presente Conveno

    A presente Conveno aplica-se aos tratados entre Estados.

    Artigo 2 - Expresses Empregadas

    1. Para os fins da presente Conveno:

    a) "tratado" significa um acordo internacional concludo por escrito entre Estados e regido peloDireito Internacional, quer conste de um instrumento nico, quer de dois ou mais instrumentosconexos, qualquer que seja sua denominao especfica;

    b) "ratificao", "aceitao", "aprovao" e "adeso" significam, conforme o caso, o atointernacional assim denominado pelo qual um Estado estabelece no plano internacional o seuconsentimento em obrigar-se por um tratado;

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    c) "plenos poderes" significa um documento expedido pela autoridade competente de umEstado e pelo qual so designadas uma ou vrias pessoas para representar o Estado nanegociao, adoo ou autenticao do texto de um tratado, para manifestar o consentimentodo Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro ato relativo a umtratado;

    d) "reserva" significa uma declarao unilateral, qualquer que seja a sua redao oudenominao, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a eleaderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurdico de certas disposies do tratadoem sua aplicao a esse Estado;

    e) "Estado negociador" significa um Estado que participou na elaborao e na adoo do textodo tratado;

    f) "Estado contratante" significa um Estado que consentiu em se obrigar pelo tratado, tenha ouno o tratado entrado em vigor;

    g) "parte" significa um Estado que consentiu em se obrigar pelo tratado e em relao ao qualeste esteja em vigor;

    h) "terceiro Estado" significa um Estado que no parte no tratado;

    i) "organizao internacional" significa uma organizao intergovernamental.

    2. As disposies do pargrafo 1 relativas s expresses empregadas na presente Convenono prejudicam o emprego dessas expresses, nem os significados que lhes possam ser dadosna legislao interna de qualquer Estado.

    Artigo 3 - Acordos Internacionais Excludos do mbito da Presente Conveno

    O fato de a presente Conveno no se aplicar a acordos internacionais concludos entreEstados e outros sujeitos de Direito Internacional, ou entre estes outros sujeitos de DireitoInternacional, ou a acordos internacionais que no sejam concludos por escrito, no

    prejudicar:a) a eficcia jurdica desses acordos;

    b) a aplicao a esses acordos de quaisquer regras enunciadas na presente Conveno squais estariam sujeitos em virtude do Direito Internacional, independentemente daConveno;

    c) a aplicao da Conveno s relaes entre Estados, reguladas em acordos internacionaisem que sejam igualmente partes outros sujeitos de Direito Internacional.

    Artigo 4 - Irretroatividade da Presente Conveno

    Sem prejuzo da aplicao de quaisquer regras enunciadas na presente Conveno a que ostratados estariam sujeitos em virtude do Direito Internacional, independentemente daConveno, esta somente se aplicar aos tratados concludos por Estados aps sua entrada emvigor em relao a esses Estados.

    Artigo 5 - Tratados Constitutivos de Organizaes Internacionais e Tratados Adotados nombito de uma Organizao Internacional

    A presente Conveno aplica-se a todo tratado que seja o instrumento constitutivo de umaorganizao internacional e a todo tratado adotado no mbito de uma organizaointernacional, sem prejuzo de quaisquer normas relevantes da organizao.

    PARTE II - Concluso e Entrada em Vigor de Tratados

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    SEO 1 - Concluso de Tratados

    Artigo 6 - Capacidade dos Estados para Concluir Tratados

    Todo Estado tem capacidade para concluir tratados.

    Artigo 7 - Plenos Poderes

    1. Uma pessoa considerada representante de um Estado para a adoo ou autenticao dotexto de um tratado ou para expressar o consentimento do Estado em obrigar-se por umtratado se:

    a) apresentar plenos poderes apropriados; ou

    b) a prtica dos Estados interessados ou outras circunstncias indicarem que a inteno doEstado era considerar essa pessoa seu representante para esses fins e dispensar os plenospoderes.

    2. Em virtude de suas funes e independentemente da apresentao de plenos poderes, soconsiderados representantes do seu Estado:

    a) os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relaes Exteriores, para arealizao de todos os atos relativos concluso de um tratado;

    b) os Chefes de misso diplomtica, para a adoo do texto de um tratado entre o Estadoacreditante e o Estado junto ao qual esto acreditados;

    c) os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferncia ou organizaointernacional ou um de seus rgos, para a adoo do texto de um tratado em tal conferncia,organizao ou rgo.

    Artigo 8 - Confirmao Posterior de um Ato Praticado sem AutorizaoUm ato relativo concluso de um tratado praticado por uma pessoa que, nos termos doartigo 7, no pode ser considerada representante de um Estado para esse fim no produzefeitos jurdicos, a no ser que seja confirmado, posteriormente, por esse Estado.

    Artigo 9 - Adoo do Texto

    1. A adoo do texto do tratado efetua-se pelo consentimento de todos os Estados queparticipam da sua elaborao, exceto quando se aplica o disposto no pargrafo 2.

    2. A adoo do texto de um tratado numa conferncia internacional efetua-se pela maioria dedois teros dos Estados presentes e votantes, salvo se esses Estados, pela mesma maioria,

    decidirem aplicar uma regra diversa.

    Artigo 10 - Autenticao do Texto

    O texto de um tratado considerado autntico e definitivo:

    a) mediante o processo previsto no texto ou acordado pelos Estados que participam da suaelaborao; ou

    b) na ausncia de tal processo, pela assinatura, assinatura ad referendum ou rubrica, pelosrepresentantes desses Estados, do texto do tratado ou da Ata Final da Conferncia queincorporar o referido texto.

    Artigo 11 - Meios de Manifestar Consentimento em Obrigar-se por um Tratado

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    O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se pelaassinatura, troca dos instrumentos constitutivos do tratado, ratificao, aceitao, aprovaoou adeso, ou por quaisquer outros meios, se assim acordado.

    Artigo 12 - Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Assinatura

    1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela assinaturado representante desse Estado:

    a) quando o tratado dispe que a assinatura ter esse efeito;

    b) quando se estabelea, de outra forma, que os Estados negociadores acordaram em dar assinatura esse efeito; ou

    c) quando a inteno do Estado interessado em dar esse efeito assinatura decorra dos plenospoderes de seu representante ou tenha sido manifestada durante a negociao.

    2. Para os efeitos do pargrafo 1:

    a) a rubrica de um texto tem o valor de assinatura do tratado, quando ficar estabelecido que

    os Estados negociadores nisso concordaram;b) a assinatura ad referendum de um tratado pelo representante de um Estado, quandoconfirmada por esse Estado, vale como assinatura definitiva do tratado.

    Artigo 13 - Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Troca dos seusInstrumentos Constitutivos

    O consentimento dos Estados em se obrigarem por um tratado, constitudo por instrumentostrocados entre eles, manifesta-se por essa troca:

    a) quando os instrumentos estabeleam que a troca produzir esse efeito; ou

    b) quando fique estabelecido, por outra forma, que esses Estados acordaram em que a trocados instrumentos produziria esse efeito.

    Artigo 14 - Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Ratificao,Aceitao ou Aprovao

    1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela ratificao:

    a) quando o tratado disponha que esse consentimento se manifeste pela ratificao;

    b) quando, por outra forma, se estabelea que os Estados negociadores acordaram em que aratificao seja exigida;

    c) quando o representante do Estado tenha assinado o tratado sujeito a ratificao; ou

    d) quando a inteno do Estado de assinar o tratado sob reserva de ratificao decorra dosplenos poderes de seu representante ou tenha sido manifestada durante a negociao.

    2. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela aceitaoou aprovao em condies anlogas s aplicveis ratificao.

    Artigo 15 - Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Adeso

    O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela adeso:

    a) quando esse tratado disponha que tal consentimento pode ser manifestado, por esseEstado, pela adeso;.

    b) quando, por outra forma, se estabelea que os Estados negociadores acordaram em que talconsentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adeso; ou

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    c) quando todas as partes acordaram posteriormente em que tal consentimento pode sermanifestado, por esse Estado, pela adeso.

    Artigo 16 - Troca ou Depsito dos Instrumentos de Ratificao, Aceitao, Aprovao ouAdeso

    A no ser que o tratado disponha diversamente, os instrumentos de ratificao, aceitao,aprovao ou adeso estabelecem o consentimento de um Estado em obrigar-se por umtratado por ocasio:

    a) da sua troca entre os Estados contratantes;

    b) do seu depsito junto ao depositrio; ou

    c) da sua notificao aos Estados contratantes ou ao depositrio, se assim for convenconado.

    Artigo 17 - Consentimento em Obrigar-se por Parte de um Tratado e Escolha entre DisposiesDiferentes

    1. Sem prejuzo do disposto nos artigos 19 a 23, o consentimento de um Estado em obrigar-sepor parte de um tratado s produz efeito se o tratado o permitir ou se outros Estadoscontratantes nisso acordarem.

    2. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado que permite a escolha entredisposies diferentes s produz efeito se as disposies a que se refere o consentimentoforem claramente indicadas.

    Artigo 18 - Obrigao de No Frustrar o Objeto e Finalidade de um Tratado antes de suaEntrada em Vigor

    Um Estado obrigado a abster-se da prtica de atos que frustrariam o objeto e a finalidade de

    um tratado, quando:a) tiver assinado ou trocado instrumentos constitutivos do tratado, sob reserva de ratificao,aceitao ou aprovao, enquanto no tiver manifestado sua inteno de no se tornar parteno tratado; ou

    b) tiver expressado seu consentimento em obrigar-se pelo tratado no perodo que precede aentrada em vigor do tratado e com a condio de esta no ser indevidamente retardada.

    SEO 2 - Reservas

    Artigo 19 - Formulao de ReservasUm Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, formularuma reserva, a no ser que:

    a) a reserva seja proibida pelo tratado;

    b) o tratado disponha que s possam ser formuladas determinadas reservas, entre as quaisno figure a reserva em questo; ou

    c) nos casos no previstos nas alneas a e b, a reserva seja incompatvel com o objeto e afinalidade do tratado.

    Artigo 20 - Aceitao de Reservas e Objees s Reservas1. Uma reserva expressamente autorizada por um tratado no requer qualquer aceitaoposterior pelos outros Estados contratantes, a no ser que o tratado assim disponha.

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    2. Quando se infere do nmero limitado dos Estados negociadores, assim como do objeto e dafinalidade do tratado, que a aplicao do tratado na ntegra entre todas as partes condioessencial para o consentimento de cada uma delas em obrigar-se pelo tratado, uma reservarequer a aceitao de todas as partes.

    3. Quando o tratado um ato constitutivo de uma organizao internacional, a reserva exige a

    aceitao do rgo competente da organizao, a no ser que o tratado disponhadiversamente.

    4. Nos casos no previstos nos pargrafos precedentes e a menos que o tratado disponha deoutra forma:

    a) a aceitao de uma reserva por outro Estado contratante torna o Estado autor da reservaparte no tratado em relao quele outro Estado, se o tratado est em vigor ou quando entrarem vigor para esses Estados;

    b) a objeo feita a uma reserva por outro Estado contratante no impede que o tratado entreem vigor entre o Estado que formulou a objeo e o Estado autor da reserva, a no ser queuma inteno contrria tenha sido expressamente manifestada pelo Estado que formulou aobjeo;

    c) um ato que manifestar o consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado e quecontiver uma reserva produzir efeito logo que pelo menos outro Estado contratante aceitar areserva.

    5. Para os fins dos pargrafos 2 e 4, e a no ser que o tratado disponha diversamente, umareserva tida como aceita por um Estado se este no formulou objeo reserva quer nodecurso do prazo de doze meses que se seguir data em que recebeu a notificao, quer nadata em que manifestou o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado, se esta for posterior.

    Artigo 21 - Efeitos Jurdicos das Reservas e das Objees s Reservas

    1. Uma reserva estabelecida em relao a outra parte, de conformidade com os artigos 19, 20

    e 23:a) modifica para o autor da reserva, em suas relaes com a outra parte, as disposies dotratado sobre as quais incide a reserva, na medida prevista por esta; e

    b) modifica essas disposies, na mesma medida, quanto a essa outra parte, em suas relaescom o Estado autor da reserva.

    2. A reserva no modifica as disposies do tratado quanto s demais partes no tratado emsuas relaes inter se.

    3. Quando um Estado que formulou objeo a uma reserva no se ops entrada em vigor dotratado entre ele prprio e o Estado autor da reserva, as disposies a que se refere a reservano se aplicam entre os dois Estados, na medida prevista pela reserva.

    Artigo 22 - Retirada de Reservas e de Objees s Reservas

    1. A no ser que o tratado disponha de outra forma, uma reserva pode ser retirada a qualquermomento, sem que o consentimento do Estado que a aceitou seja necessrio para suaretirada.

    2. A no ser que o tratado disponha de outra forma, uma objeo a uma reserva pode serretirada a qualquer momento.

    3. A no ser que o tratado disponha ou fique acordado de outra forma:

    a) a retirada de uma reserva s produzir efeito em relao a outro Estado contratante quando

    este Estado receber a correspondente notificao;b) a retirada de uma objeo a uma reserva s produzir efeito quando o Estado que formuloua reserva receber notificao dessa retirada.

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    Artigo 23 - Processo Relativo s Reservas

    1. A reserva, a aceitao expressa de uma reserva e a objeo a uma reserva devem serformuladas por escrito e comunicadas aos Estados contratantes e aos outros Estados quetenham o direito de se tornar partes no tratado.

    2. Uma reserva formulada quando da assinatura do tratado sob reserva de ratificao,aceitao ou aprovao, deve ser formalmente confirmada pelo Estado que a formulou nomomento em que manifestar o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. Nesse caso, areserva considerar-se- feita na data de sua confirmao.

    3. Uma aceitao expressa de uma reserva, ou objeo a uma reserva, feita antes daconfirmao da reserva no requer confirmao.

    4. A retirada de uma reserva ou de uma objeo a uma reserva deve ser formulada porescrito.

    SEO 3 - Entrada em Vigor dos Tratados e Aplicao Provisria

    Artigo 24 - Entrada em vigor

    1. Um tratado entra em vigor na forma e na data previstas no tratado ou acordadas pelosEstados negociadores.

    2. Na ausncia de tal disposio ou acordo, um tratado entra em vigor to logo oconsentimento em obrigar-se pelo tratado seja manifestado por todos os Estadosnegociadores.

    3. Quando o consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado for manifestado apssua entrada em vigor, o tratado entrar em vigor em relao a esse Estado nessa data, a no

    ser que o tratado disponha de outra forma.4. Aplicam-se desde o momento da adoo do texto de um tratado as disposies relativas autenticao de seu texto, manifestao do consentimento dos Estados em obrigarem-sepelo tratado, maneira ou data de sua entrada em vigor, s reservas, s funes dedepositrio e aos outros assuntos que surjam necessariamente antes da entrada em vigor dotratado.

    Artigo 25 - Aplicao Provisria

    1. Um tratado ou uma parte do tratado aplica-se provisoriamente enquanto no entra emvigor, se:

    a) o prprio tratado assim dispuser; oub) os Estados negociadores assim acordarem por outra forma.

    2. A no ser que o tratado disponha ou os Estados negociadores acordem de outra forma, aaplicao provisria de um tratado ou parte de um tratado, em relao a um Estado, terminase esse Estado notificar aos outros Estados, entre os quais o tratado aplicadoprovisoriamente, sua inteno de no se tornar parte no tratado.

    PARTE III - Observncia, Aplicao e Interpretao de Tratados

    SEO 1 - Observncia de Tratados

    Artigo 26 - Pacta sunt servanda

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    Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa f.

    Artigo 27 - Direito Interno e Observncia de Tratados

    Uma parte no pode invocar as disposies de seu direito interno para justificar o

    inadimplemento de um tratado. Esta regra no prejudica o artigo 46.

    SEO 2 - Aplicao de Tratados

    Artigo 28 - Irretroatividade de Tratados

    A no ser que uma inteno diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outraforma, suas disposies no obrigam uma parte em relao a um ato ou fato anterior ou auma situao que deixou de existir antes da entrada em vigor do tratado, em relao a essaparte.

    Artigo 29 - Aplicao Territorial de Tratados

    A no ser que uma inteno diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de outraforma, um tratado obriga cada uma da partes em relao a todo o seu territrio.

    Artigo 30 - Aplicao de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto

    1. Sem prejuzo das disposies do artigo 103 da Carta das Naes Unidas, os direitos eobrigaes dos Estados partes em tratados sucessivos sobre o mesmo assunto serodeterminados de conformidade com os pargrafos seguintes.

    2. Quando um tratado estipular que est subordinado a um tratado anterior ou posterior ou

    que no deve ser considerado incompatvel com esse outro tratado, as disposies desteltimo prevalecero.

    3. Quando todas as partes no tratado anterior so igualmente partes no tratado posterior, semque o tratado anterior tenha cessado de vigorar ou sem que a sua aplicao tenha sidosuspensa nos termos do artigo 59, o tratado anterior s se aplica na medida em que as suasdisposies sejam compatveis com as do tratado posterior.

    4. Quando as partes no tratado posterior no incluem todas a partes no tratado anterior:

    a) nas relaes entre os Estados partes nos dois tratados, aplica-se o disposto no pargrafo 3;

    b) nas relaes entre um Estado parte nos dois tratados e um Estado parte apenas em umdesses tratados, o tratado em que os dois Estados so partes rege os seus direitos e

    obrigaes recprocos.5. O pargrafo 4 aplica-se sem prejuzo do artigo 41, ou de qualquer questo relativa extino ou suspenso da execuo de um tratado nos termos do artigo 60 ou de qualquerquesto de responsabilidade que possa surgir para um Estado da concluso ou da aplicao deum tratado cujas disposies sejam incompatveis com suas obrigaes em relao a outroEstado nos termos de outro tratado.

    SEO 3 - Interpretao de Tratados

    Artigo 31 - Regra Geral de Interpretao

    1. Um tratado deve ser interpretado de boa f segundo o sentido comum atribuvel aos termosdo tratado em seu contexto e luz de seu objetivo e finalidade.

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    2. Para os fins de interpretao de um tratado, o contexto compreender, alm do texto, seuprembulo e anexos:

    a) qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexo com aconcluso do tratado;

    b) qualquer instrumento estabelecido por uma ou vrias partes em conexo com a concluso

    do tratado e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado.3. Sero levados em considerao, juntamente com o contexto:

    a) qualquer acordo posterior entre as partes relativo interpretao do tratado ou aplicaode suas disposies;

    b) qualquer prtica seguida posteriormente na aplicao do tratado, pela qual se estabelea oacordo das partes relativo sua interpretao;

    c) quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicveis s relaes entre as partes.

    4. Um termo ser entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era ainteno das partes.

    Artigo 32 - Meios Suplementares de Interpretao

    Pode-se recorrer a meios suplementares de interpretao, inclusive aos trabalhospreparatrios do tratado e s circunstncias de sua concluso, a fim de confirmar o sentidoresultante da aplicao do artigo 31 ou de determinar o sentido quando a interpretao, deconformidade com o artigo 31:

    a) deixa o sentido ambguo ou obscuro; ou

    b) conduz a um resultado que manifestamente absurdo ou desarrazoado.

    Artigo 33 - Interpretao de Tratados Autenticados em Duas ou Mais Lnguas1. Quando um tratado foi autenticado em duas ou mais lnguas, seu texto faz igualmente fem cada uma delas, a no ser que o tratado disponha ou as partes concordem que, em casode divergncia, prevalea um texto determinado.

    2. Uma verso do tratado em lngua diversa daquelas em que o texto foi autenticado s serconsiderada texto autntico se o tratado o previr ou as partes nisso concordarem.

    3. Presume-se que os termos do tratado tm o mesmo sentido nos diversos textos autnticos.

    4. Salvo o caso em que um determinado texto prevalece nos termos do pargrafo 1, quando acomparao dos textos autnticos revela uma diferena de sentido que a aplicao dos artigos31 e 32 no elimina, adotar-se- o sentido que, tendo em conta o objeto e a finalidade dotratado, melhor conciliar os textos.

    SEO 4 - Tratados e Terceiros Estados

    Artigo 34 - Regra Geral com Relao a Terceiros Estados

    Um tratado no cria obrigaes nem direitos para um terceiro Estado sem o seuconsentimento.

    Artigo 35 - Tratados que Criam Obrigaes para Terceiros Estados

    Uma obrigao nasce para um terceiro Estado de uma disposio de um tratado se as partesno tratado tiverem a inteno de criar a obrigao por meio dessa disposio e o terceiroEstado aceitar expressamente, por escrito, essa obrigao.

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    Artigo 36 - Tratados que Criam Direitos para Terceiros Estados

    1. Um direito nasce para um terceiro Estado de uma disposio de um tratado se as partes notratado tiverem a inteno de conferir, por meio dessa disposio, esse direito quer a umterceiro Estado, quer a um grupo de Estados a que pertena, quer a todos os Estados, e o

    terceiro Estado nisso consentir. Presume-se o seu consentimento at indicao em contrrio, amenos que o tratado disponha diversamente.

    2. Um Estado que exerce um direito nos termos do pargrafo 1 deve respeitar, para o exercciodesse direito, as condies previstas no tratado ou estabelecidas de acordo com o tratado.

    Artigo 37 - Revogao ou Modificao de Obrigaes ou Direitos de Terceiros Estados

    1. Qualquer obrigao que tiver nascido para um terceiro Estado nos termos do artigo 35 spoder ser revogada ou modificada com o consentimento das partes no tratado e do terceiroEstado, salvo se ficar estabelecido que elas haviam acordado diversamente.

    2. Qualquer direito que tiver nascido para um terceiro Estado nos termos do artigo 36 nopoder ser revogado ou modificado pelas partes, se ficar estabelecido ter havido a inteno deque o direito no fosse revogvel ou sujeito a modificao sem o consentimento do terceiroEstado.

    Artigo 38 - Regras de um Tratado Tornadas Obrigatrias para Terceiros Estados por Fora doCostume Internacional

    Nada nos artigos 34 a 37 impede que uma regra prevista em um tratado se torne obrigatriapara terceiros Estados como regra consuetudinria de Direito Internacional, reconhecida comotal.

    PARTE IV - Emenda e Modificao de Tratados

    Artigo 39 - Regra Geral Relativa Emenda de Tratados

    Um tratado poder ser emendado por acordo entre as partes. As regras estabelecidas na parteII aplicar-se-o a tal acordo, salvo na medida em que o tratado dispuser diversamente.

    Artigo 40 - Emenda de Tratados Multilaterais

    1. A no ser que o tratado disponha diversamente, a emenda de tratados multilaterais reger-

    se- pelos pargrafos seguintes.2. Qualquer proposta para emendar um tratado multilateral entre todas as partes dever sernotificada a todos os Estados contratantes, cada um dos quais ter o direito de participar:

    a) na deciso quanto ao a ser tomada sobre essa proposta;

    b) na negociao e concluso de qualquer acordo para a emenda do tratado.

    3. Todo Estado que possa ser parte no tratado poder igualmente ser parte no tratadoemendado.

    4. O acordo de emenda no vincula os Estados que j so partes no tratado e que no setornaram partes no acordo de emenda; em relao a esses Estados, aplicar-se- o artigo 30,pargrafo 4 (b).

    5. Qualquer Estado que se torne parte no tratado aps a entrada em vigor do acordo deemenda ser considerado, a menos que manifeste inteno diferente:

    a) parte no tratado emendado; e

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    b) parte no tratado no emendado em relao s partes no tratado no vinculadas pelo acordode emenda.

    Artigo 41 - Acordos para Modificar Tratados Multilaterais somente entre Algumas Partes

    1. Duas ou mais partes num tratado multilateral podem concluir um acordo para modificar otratado, somente entre si, desde que:

    a) a possibilidade de tal modificao seja prevista no tratado; ou

    b) a modificao em questo no seja proibida pelo tratado; e

    i) no prejudique o gozo pelas outras partes dos direitos provenientes do tratado nem ocumprimento de suas obrigaes

    ii) no diga respeito a uma disposio cuja derrogao seja incompatvel com a execuoefetiva do objeto e da finalidade do tratado em seu conjunto.

    2. A no ser que, no caso previsto na alnea a do pargrafo 1, o tratado disponha de outraforma, as partes em questo notificaro s outras partes sua inteno de concluir o acordo e

    as modificaes que este introduz no tratado.

    PARTE V - Nulidade, Extino e Suspenso da Execuo de Tratados

    SEO 1 - Disposies Gerais

    Artigo 42 - Validade e Vigncia de Tratados

    1. A validade de um tratado ou do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratados pode ser contestada mediante a aplicao da presente Conveno.

    2. A extino de um tratado, sua denncia ou a retirada de uma das partes s poder ocorrerem virtude da aplicao das disposies do tratado ou da presente Conveno. A mesma regraaplica-se suspenso da execuo de um tratado.

    Artigo 43 - Obrigaes Impostas pelo Direito Internacional, Independentemente de um Tratado

    A nulidade de um tratado, sua extino ou denncia, a retirada de uma das partes ou asuspenso da execuo de um tratado em conseqncia da aplicao da presente Convenoou das disposies do tratado no prejudicaro, de nenhum modo, o dever de um Estado decumprir qualquer obrigao enunciada no tratado qual estaria ele sujeito em virtude doDireito Internacional, independentemente do tratado.

    Artigo 44 - Divisibilidade das Disposies de um Tratado

    1. O direito de uma parte, previsto num tratado ou decorrente do artigo 56, de denunciar,retirar-se ou suspender a execuo do tratado, s pode ser exercido em relao totalidadedo tratado, a menos que este disponha ou as partes acordem diversamente.

    2. Uma causa de nulidade, de extino, de retirada de uma das partes ou de suspenso deexecuo de um tratado, reconhecida na presente Conveno, s pode ser alegada em relao totalidade do tratado, salvo nas condies previstas nos pargrafos seguintes ou no artigo60.

    3. Se a causa diz respeito apenas a determinadas clusulas, s pode ser alegada em relao aessas clusulas e desde que:

    a) essas clusulas sejam separveis do resto do tratado no que concerne a sua aplicao;

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    b) resulte do tratado ou fique estabelecido de outra forma que a aceitao dessas clusulasno constitua para a outra parte, ou para as outras partes no tratado, uma base essencial doseu consentimento em obrigar-se pelo tratado em seu conjunto; e

    c) no seja injusto continuar a executar o resto do tratado.

    4. Nos casos previstos nos artigos 49 e 50, o Estado que tem o direito de alegar o dolo ou a

    corrupo pode faz-lo em relao totalidade do tratado ou, nos termos do pargrafo 3,somente s determinadas clusulas.

    5. Nos casos previstos nos artigos 51, 52 e 53 a diviso das disposies de um tratado no permitida.

    Artigo 45 - Perda do Direito de Invocar Causa de Nulidade,Extino, Retirada ou Suspenso daExecuo de um Tratado

    Um Estado no pode mais invocar uma causa de nulidade, de extino, de retirada ou desuspenso da execuo de um tratado, com base nos artigos 46 a 50 ou nos artigos 60 e 62,se, depois de haver tomado conhecimento dos fatos, esse Estado:

    a) tiver aceito, expressamente, que o tratado vlido, permanece em vigor ou continua emexecuo conforme o caso, ou

    b) em virtude de sua conduta, deva ser considerado como tendo concordado em que o tratado vlido, permanece em vigor ou continua em execuo, conforme o caso.

    SEO 2 - Nulidade de Tratados

    Artigo 46 - Disposies do Direito Interno sobre Competncia para Concluir Tratados

    1. Um Estado no pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se por um tratado

    foi expresso em violao de uma disposio de seu direito interno sobre competncia paraconcluir tratados, a no ser que essa violao fosse manifesta e dissesse respeito a umanorma de seu direito interno de importncia fundamental.

    2. Uma violao manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda,na matria, de conformidade com a prtica normal e de boa f.

    Artigo 47 - Restries Especficas ao Poder de Manifestar o Consentimento de um Estado

    Se o poder conferido a um representante de manifestar o consentimento de um Estado emobrigar-se por um determinado tratado tiver sido objeto de restrio especfica, o fato de orepresentante no respeitar a restrio no pode ser invocado como invalidando o

    consentimento expresso, a no ser que a restrio tenha sido notificada aos outros Estadosnegociadores antes da manifestao do consentimento.

    Artigo 48 - Erro

    1. Um Estado pode invocar erro no tratado como tendo invalidado o seu consentimento emobrigar-se pelo tratado se o erro se referir a um fato ou situao que esse Estado supunhaexistir no momento em que o tratado foi concludo e que constitua uma base essencial de seuconsentimento em obrigar-se pelo tratado.

    2. O pargrafo 1 no se aplica se o referido Estado contribui para tal erro pela sua conduta ouse as circunstncias foram tais que o Estado devia ter-se apercebido da possibilidade de erro.

    3. Um erro relativo redao do texto de um tratado no prejudicar sua validade; nestecaso, aplicar-se- o artigo 79.

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    Artigo 49 - Dolo

    Se um Estado foi levado a concluir um tratado pela conduta fraudulenta de outro Estadonegociador, o Estado pode invocar a fraude como tendo invalidado o seu consentimento emobrigar-se pelo tratado.

    Artigo 50 - Corrupo de Representante de um Estado

    Se a manifestao do consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado foi obtidapor meio da corrupo de seu representante, pela ao direta ou indireta de outro Estadonegociador, o Estado pode alegar tal corrupo como tendo invalidado o seu consentimentoem obrigar-se pelo tratado.

    Artigo 51 - Coao de Representante de um Estado

    No produzir qualquer efeito jurdico a manifestao do consentimento de um Estado emobrigar-se por um tratado que tenha sido obtida pela coao de seu representante, por meiode atos ou ameaas dirigidas contra ele.

    Artigo 52 - Coao de um Estado pela Ameaa ou Emprego da Fora

    nulo um tratado cuja concluso foi obtida pela ameaa ou o emprego da fora em violaodos princpios de Direito Internacional incorporados na Carta das Naes Unidas.

    Artigo 53 - Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (juscogens)

    nulo um tratado que, no momento de sua concluso, conflite com uma norma imperativa deDireito Internacional geral. Para os fins da presente Conveno, uma norma imperativa de

    Direito Internacional geral uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacionaldos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogao permitida e que spode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.

    SEO 3 - Extino e Suspenso da Execuo de Tratados

    Artigo 54 - Extino ou Retirada de um Tratado em Virtude de suas Disposies ou porconsentimento das Partes

    A extino de um tratado ou a retirada de uma das partes pode ter lugar:

    a) de conformidade com as disposies do tratado; oub) a qualquer momento, pelo consentimento de todas as partes, aps consulta com os outrosEstados contratantes.

    Artigo 55 - Reduo das Partes num Tratado Multilateral aqum do Nmero Necessrio parasua Entrada em Vigor

    A no ser que o tratado disponha diversamente, um tratado multilateral no se extingue pelosimples fato de que o nmero de partes ficou aqum do nmero necessrio para sua entradaem vigor.

    Artigo 56 - Denncia, ou Retirada, de um Tratado que no Contm Disposies sobre Extino,Denncia ou Retirada

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    1. Um tratado que no contm disposio relativa sua extino, e que no prev denncia ouretirada, no suscetvel de denncia ou retirada, a no ser que:

    a) se estabelea terem as partes tencionado admitir a possibilidade da denncia ou retirada;ou

    b) um direito de denncia ou retirada possa ser deduzido da natureza do tratado.

    2. Uma parte dever notificar, com pelo menos doze meses de antecedncia, a sua inteno dedenunciar ou de se retirar de um tratado, nos termos do pargrafo 1.

    Artigo 57 - Suspenso da Execuo de um Tratado em Virtude de suas Disposies ou peloConsentimento das Partes

    A execuo de um tratado em relao a todas as partes ou a uma parte determinada pode sersuspensa:

    a) de conformidade com as disposies do tratado; ou

    b) a qualquer momento, pelo consentimento de todas as partes, aps consulta com os outros

    Estados contratantes

    Artigo 58 - Suspenso da Execuo de Tratado Multilateral por Acordo apenas entre Algumasda Partes

    1. Duas ou mais partes num tratado multilateral podem concluir um acordo para suspendertemporariamente, e somente entre si, a execuo das disposies de um tratado se:

    a) a possibilidade de tal suspenso estiver prevista pelo tratado; ou

    b) essa suspenso no for proibida pelo tratado e:

    i) no prejudicar o gozo, pelas outras partes, dos seus direitos decorrentes do tratado nem o

    cumprimento de suas obrigaesii) no for incompatvel com o objeto e a finalidade do tratado.

    2. Salvo se, num caso previsto no pargrafo 1 (a), o tratado dispuser diversamente, as partesem questo notificaro s outras partes sua inteno de concluir o acordo e as disposies dotratado cuja execuo pretendem suspender.

    Artigo 59 - Extino ou Suspenso da Execuo de um Tratado em Virtude da Concluso deum Tratado Posterior

    1. Considerar-se- extinto um tratado se todas as suas partes conclurem um tratado posteriorsobre o mesmo assunto e:

    a) resultar do tratado posterior, ou ficar estabelecido por outra forma, que a inteno daspartes foi regular o assunto por este tratado; ou

    b) as disposies do tratado posterior forem de tal modo incompatveis com as do anterior,que os dois tratados no possam ser aplicados ao mesmo tempo.

    2. Considera-se apenas suspensa a execuo do tratado anterior se se depreender do tratadoposterior, ou ficar estabelecido de outra forma, que essa era a inteno das partes.

    Artigo 60 - Extino ou Suspenso da Execuo de um Tratado em Conseqncia de suaViolao

    1. Uma violao substancial de um tratado bilateral por uma das partes autoriza a outra partea invocar a violao como causa de extino ou suspenso da execuo de tratado, no todo ouem parte.

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    2. Uma violao substancial de um tratado multilateral por uma das partes autoriza:

    a) as outras partes, por consentimento unnime, a suspenderem a execuo do tratado, notodo ou em parte, ou a extinguirem o tratado, quer:

    i) nas relaes entre elas e o Estado faltoso;

    ii) entre todas as partes;b) uma parte especialmente prejudicada pela violao a invoc-la como causa para suspendera execuo do tratado, no todo ou em parte, nas relaes entre ela e o Estado faltoso;

    c) qualquer parte que no seja o Estado faltoso a invocar a violao como causa parasuspender a execuo do tratado, no todo ou em parte, no que lhe diga respeito, se o tratadofor de tal natureza que uma violao substancial de suas disposies por parte modifiqueradicalmente a situao de cada uma das partes quanto ao cumprimento posterior de suasobrigaes decorrentes do tratado.

    3. Uma violao substancial de um tratado, para os fins deste artigo, consiste:

    a) numa rejeio do tratado no sancionada pela presente Conveno; ou

    b) na violao de uma disposio essencial para a consecuo do objeto ou da finalidade dotratado.

    4. Os pargrafos anteriores no prejudicam qualquer disposio do tratado aplicvel em casode violao.

    5. Os pargrafos 1 a 3 no se aplicam s disposies sobre a proteo da pessoa humanacontidas em tratados de carter humanitrio, especialmente s disposies que probemqualquer forma de represlia contra pessoas protegidas por tais tratados.

    Artigo 61 - Impossibilidade Superveniente de Cumprimento

    1. Uma parte pode invocar a impossibilidade de cumprir um tratado como causa para extinguir

    o tratado ou dele retirar-se, se esta possibilidade resultar da destruio ou dodesaparecimento definitivo de um objeto indispensvel ao cumprimento do tratado. Se aimpossibilidade for temporria, pode ser invocada somente como causa para suspender aexecuo do tratado.

    2. A impossibilidade de cumprimento no pode ser invocada por uma das partes como causapara extinguir um tratado, dele retirar-se, ou suspender a execuo do mesmo, se aimpossibilidade resultar de uma violao, por essa parte, quer de uma obrigao decorrente dotratado, quer de qualquer outra obrigao internacional em relao a qualquer outra parte notratado.

    Artigo 62 - Mudana Fundamental de Circunstncias

    1. Uma mudana fundamental de circunstncias, ocorrida em relao s existentes nomomento da concluso de um tratado, e no prevista pelas partes, no pode ser invocadacomo causa para extinguir um tratado ou dele retirar-se, salvo se:

    a) a existncia dessas circunstncias tiver constitudo uma condio essencial doconsentimento das partes em obrigarem-se pelo tratado; e

    b) essa mudana tiver por efeito a modificao radical do alcance das obrigaes aindapendentes de cumprimento em virtude do tratado.

    2. Uma mudana fundamental de circunstncias no pode ser invocada pela parte como causapara extinguir um tratado ou dele retirar-se:

    a) se o tratado estabelecer limites; ou

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    b) se a mudana fundamental resultar de violao, pela parte que a invoca, seja de umaobrigao decorrente do tratado, seja de qualquer outra obrigao internacional em relao aqualquer outra parte no tratado.

    3. Se, nos termos dos pargrafos anteriores, uma parte pode invocar uma mudanafundamental de circunstncias como causa para extinguir um tratado ou dele retirar-se, pode

    tambm invoc-la como causa para suspender a execuo do tratado.

    Artigo 63 - Rompimento de Relaes Diplomticas e Consulares

    O rompimento de relaes diplomticas ou consulares entre partes em um tratado no afetaras relaes jurdicas estabelecidas entre elas pelo tratado, salvo na medida em que aexistncia de relaes diplomticas ou consulares for indispensvel aplicao do tratado.

    Artigo 64 - Supervenincia de uma Nova Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (juscogens)

    Se sobrevier uma nova norma imperativa de Direito Internacional geral, qualquer tratadoexistente que estiver em conflito com essa norma torna-se nulo e extingue-se.

    SEO 4 - Processo

    Artigo 65 - Processo Relativo Nulidade, Extino, Retirada ou Suspenso da Execuo de umTratado

    1. Uma parte que, nos termos da presente Conveno, invocar quer um vcio no seuconsentimento em obrigar-se por um tratado, quer uma causa para impugnar a validade deum tratado, extingui-lo, dele retirar-se ou suspender sua aplicao, deve notificar sua

    pretenso s outras partes. A notificao indicar a medida que se prope tomar em relaoao tratado e as razes para isso.

    2. Salvo em caso de extrema urgncia, decorrido o prazo de pelo menos trs meses contadosdo recebimento da notificao, se nenhuma parte tiver formulado objees, a parte que fez anotificao pode tomar, na forma prevista pelo artigo 67, a medida que props.

    3. Se, porm, qualquer outra parte tiver formulado uma objeo, as partes devero procuraruma soluo pelos meios previstos, no artigo 33 da Carta das Naes Unidas.

    4. Nada nos pargrafos anteriores afetar os direitos ou obrigaes das partes decorrentes dequaisquer disposies em vigor que obriguem as partes com relao soluo decontrovrsias.

    5. Sem prejuzo do artigo 45, o fato de um Estado no ter feito a notificao prevista nopargrafo 1 no o impede de fazer tal notificao em resposta a outra parte que exija ocumprimento do tratado ou alegue a sua violao.

    Artigo 66 - Processo de Soluo Judicial, de Arbitragem e de Conciliao

    Se, nos termos do pargrafo 3 do artigo 65, nenhuma soluo foi alcanada, nos 12 mesesseguintes data na qual a objeo foi formulada, o seguinte processo ser adotado:

    a) qualquer parte na controvrsia sobre a aplicao ou a interpretao dos artigos 53 ou 64poder, mediante pedido escrito, submet-la deciso da Corte Internacional de Justia, salvose as partes decidirem, de comum acordo, submeter a controvrsia a arbitragem;

    b) qualquer parte na controvrsia sobre a aplicao ou a interpretao de qualquer um dosoutros artigos da Parte V da presente Conveno poder iniciar o processo previsto no Anexo Conveno, mediante pedido nesse sentido ao Secretrio-Geral das Naes Unidas.

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    Artigo 67 - Instrumentos Declaratrios da Nulidade, da Extino, da Retirada ou Suspenso daExecuo de um Tratado

    1. A notificao prevista no pargrafo 1 do artigo 65 deve ser feita por escrito.

    2. Qualquer ato que declare a nulidade, a extino, a retirada ou a suspenso da execuo deum tratado, nos termos das disposies do tratado ou dos pargrafos 2 e 3 do artigo 65, serlevado a efeito atravs de um instrumento comunicado s outras partes. Se o instrumento nofor assinado pelo Chefe de Estado, Chefe de Governo ou Ministro das Relaes Exteriores, orepresentante do Estado que faz a comunicao poder ser convidado a exibir plenos poderes.

    Artigo 68 - Revogao de Notificaes e Instrumentos Previstos nos Artigos 65 e 67

    Uma notificao ou um instrumento previstos nos artigos 65 ou 67 podem ser revogados aqualquer momento antes que produzam efeitos.

    SEO 5 - Conseqncias da Nulidade, da Extino e da Suspenso da Execuo deum Tratado

    Artigo 69 - Conseqncias da Nulidade de um Tratado

    1. nulo um tratado cuja nulidade resulta das disposies da presente Conveno. Asdisposies de um tratado nulo no tm eficcia jurdica.

    2. Se, todavia, tiverem sido praticados atos em virtude desse tratado:

    a) cada parte pode exigir de qualquer outra parte o estabelecimento, na medida do possvel,em suas relaes mtuas, da situao que teria existido se esses atos no tivessem sidopraticados;

    b) os atos praticados de boa f, antes de a nulidade haver sido invocada, no sero tornadosilegais pelo simples motivo da nulidade do tratado.

    3. Nos casos previsto pelos artigos 49, 50, 51 ou 52, o pargrafo 2 no se aplica com relao parte a que imputado o dolo, o ato de corrupo ou a coao.

    4. No caso da nulidade do consentimento de um determinado Estado em obrigar-se por umtratado multilateral, aplicam-se as regras acima nas relaes entre esse Estado e as partes notratado.

    Artigo 70 - Conseqncias da Extino de um Tratado

    1. A menos que o tratado disponha ou as partes acordem de outra forma, a extino de um,tratado, nos termos de suas disposies ou da presente Conveno:

    a) libera as partes de qualquer obrigao de continuar a cumprir o tratado;

    b) no prejudica qualquer direito, obrigao ou situao jurdica das partes, criados pelaexecuo do tratado antes de sua extino.

    2. Se um Estado denunciar um tratado multilateral ou dele se retirar, o pargrafo 1 aplica-senas relaes entre esse Estado e cada uma das outras partes no tratado, a partir da data emque produza efeito essa denncia ou retirada.

    Artigo 71 - Conseqncias da Nulidade de um Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa

    de Direito Internacional Geral1. No caso de um tratado nulo em virtude do artigo 53, as partes so obrigadas a:

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    a) eliminar, na medida do possvel, as conseqncias de qualquer ato praticado com base emuma disposio que esteja em conflito com a norma imperativa de Direito Internacional geral;e

    b) adaptar suas relaes mtuas norma imperativa do Direito Internacional geral.

    2. Quando um tratado se torne nulo e seja extinto, nos termos do artigo 64, a extino do

    tratado:a) libera as partes de qualquer obrigao de continuar a cumprir o tratado;

    b) no prejudica qualquer direito, obrigao ou situao jurdica das partes, criados pelaexecuo do tratado, antes de sua extino; entretanto, esses direitos, obrigaes ousituaes s podem ser mantidos posteriormente, na medida em que sua manuteno noentre em conflito com a nova norma imperativa de Direito Internacional geral.

    Artigo 72 - Conseqncias da Suspenso da Execuo de um Tratado

    1. A no ser que o tratado disponha ou as partes acordem de outra forma, a suspenso daexecuo de um tratado, nos termos de suas disposies ou da presente Conveno:

    a) libera as partes, entre as quais a execuo do tratado seja suspensa, da obrigao decumprir o tratado nas suas relaes mtuas durante o perodo da suspenso;

    b) no tem outro efeito sobre as relaes jurdicas entre as partes, estabelecidas pelo tratado.

    2. Durante o perodo da suspenso, as partes devem abster-se de atos tendentes a obstruir oreincio da execuo do tratado.

    PARTE VI - Disposies Diversas

    Artigo 73 - Caso de Sucesso de Estados, de Responsabilidade de um Estado e de Incio deHostilidades

    As disposies da presente Conveno no prejulgaro qualquer questo que possa surgir emrelao a um tratado, em virtude da sucesso de Estados, da responsabilidade internacional deum Estado ou do incio de hostilidades entre Estados.

    Artigo 74 - Relaes Diplomticas e Consulares e Concluso de Tratados

    0 rompimento ou a ausncia de relaes diplomticas ou consulares entre dois ou maisEstados no obsta concluso de tratados entre os referidos Estados. A concluso de umtratado, por si, no produz efeitos sobre as relaes diplomticas ou consulares.

    Artigo 75 - Caso de Estado Agressor

    As disposies da presente Conveno no prejudicam qualquer obrigao que, em relao aum tratado, possa resultar para um Estado agressor de medidas tomadas em conformidadecom a Carta das Naes Unidas, relativas agresso cometida por esse Estado.

    PARTE VII - Depositrios, Notificaes, Correes e Registro

    Artigo 76 - Depositrios de Tratados

    1. A designao do depositrio de um tratado pode ser feita pelos Estados negociadores noprprio tratado ou de alguma outra forma. O depositrio pode ser um ou mais Estados, umaorganizao internacional ou o principal funcionrio administrativo dessa organizao.

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    2. As funes do depositrio de um tratado tm carter internacional e o depositrio obrigado a agir imparcialmente no seu desempenho. Em especial, no afetar essa obrigao ofato de um tratado no ter entrado em vigor entre algumas das partes ou de ter surgido umadivergncia, entre um Estado e o depositrio, relativa ao desempenho das funes desteltimo.

    Artigo 77 - Funes dos Depositrios

    1. As funes do depositrio, a no ser que o tratado disponha ou os Estados contratantesacordem de outra forma, compreendem particularmente:

    a) guardar o texto original do tratado e quaisquer plenos poderes que lhe tenham sidoentregues;

    b) preparar cpias autenticadas do texto original e quaisquer textos do tratado em outrosidiomas que possam ser exigidos pelo tratado e remet-los s partes e aos Estados quetenham direito a ser partes no tratado;

    c) receber quaisquer assinaturas ao tratado, receber e guardar quaisquer instrumentos,

    notificaes e comunicaes pertinentes ao mesmo;d) examinar se a assinatura ou qualquer instrumento, notificao ou comunicao relativa aotratado, est em boa e devida forma e, se necessrio, chamar a ateno do Estado em causasobre a questo;

    e) informar as partes e os Estados que tenham direito a ser partes no tratado de quaisqueratos, notificaes ou comunicaes relativas ao tratado;

    f) informar os Estados que tenham direito a ser partes no tratado sobre quando tiver sidorecebido ou depositado o nmero de assinaturas ou de instrumentos de ratificao, deaceitao, de aprovao ou de adeso exigidos para a entrada em vigor do tratado;

    g) registrar o tratado junto ao Secretariado das Naes Unidas;

    h) exercer as funes previstas em outras disposies da presente Conveno.2. Se surgir uma divergncia entre um Estado e o depositrio a respeito do exerccio dasfunes deste ltimo, o depositrio levar a questo ao conhecimento dos Estados signatriose dos Estados contratantes ou, se for o caso, do rgo competente da organizaointernacional em causa.

    Artigo 78 - Notificaes e Comunicaes

    A no ser que o tratado ou a presente Conveno disponham de outra forma, uma notificaoou comunicao que deva ser feita por um Estado, nos termos da presente Conveno:

    a) ser transmitida, se no houver depositrio, diretamente aos Estados a que se destina ou,se houver depositrio, a este ltimo;

    b) ser considerada como tendo sido feita pelo Estado em causa somente a partir do seurecebimento pelo Estado ao qual transmitida ou, se for o caso, pelo depositrio;

    c) se tiver sido transmitida a um depositrio, ser considerada como tendo sido recebida peloEstado ao qual destinada somente a partir do momento em que este Estado tenha recebidodo depositrio a informao prevista no pargrafo 1 (e) do artigo 77.

    Artigo 79 - Correo de Erros em Textos ou em Cpias Autenticadas de Tratados

    1. Quando, aps a autenticao do texto de um tratado, os Estados signatrios e os Estados

    contratantes acordarem em que nele existe erro, este, salvo deciso sobre diferente maneirade correo, ser corrigido:

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    a) mediante a correo apropriada no texto, rubricada por representantes devidamentecredenciados;

    b) mediante a elaborao ou troca de instrumento ou instrumentos em que estiver consignadaa correo que se acordou em fazer; ou

    c) mediante a elaborao de um texto corrigido da totalidade do tratado, segundo o mesmo

    processo utilizado para o texto original.2. Quando o tratado tiver um depositrio, este deve notificar aos Estados signatrios econtratantes a existncia do erro e a proposta de corrigi-lo e fixar um prazo apropriadodurante o qual possam ser formulados objees correo proposta. Se, expirado o prazo:

    a) nenhuma objeo tiver sido feita, o depositrio deve efetuar e rubricar a correo do texto,lavrar a ata de retificao do texto e remeter cpias da mesma s partes e aos Estados quetenham direito a ser partes no tratado;

    b) uma objeo tiver sido feita, o depositrio deve comunic-la aos Estados signatrios e aosEstados contratantes.

    3. As regras enunciadas nos pargrafos 1 e 2 aplicam-se igualmente quando o texto,

    autenticado em duas ou mais lnguas, apresentar uma falta de concordncia que, de acordocom os Estados signatrios e os Estados contratantes, deva ser corrigida.

    4. 0 texto corrigido substitui ab initio o texto defeituoso, a no ser que os Estados signatriose os Estados contratantes decidam de outra forma.

    5. A correo do texto de um tratado j registrado ser notificado ao Secretariado das NaesUnidas.

    6. Quando se descobrir um erro numa cpia autenticada de um tratado, o depositrio develavrar uma ata mencionando a retificao e remeter cpia da mesma aos Estados signatrios eaos Estados contratantes.

    Artigo 80 - Registro e Publicao de Tratados1. Aps sua entrada em vigor, os tratados sero remetidos ao Secretariado das Naes Unidaspara fins de registro ou de classificao e catalogao, conforme o caso, bem como depublicao

    2. A designao de um depositrio constitui autorizao para este praticar os atos previstos nopargrafo anterior.

    PARTE VIII- Disposies Finais

    Artigo 81 - AssinaturaA presente Conveno ficar aberta assinatura de todos. os Estados Membros das NaesUnidas ou de qualquer das agncias especializadas ou da Agncia Internacional de EnergiaAtmica, assim como de todas as partes no Estatuto da Corte Internacional de Justia e dequalquer outro Estado convidado pela Assemblia Geral das Naes Unidas a tornar-se partena Conveno, da seguinte maneira: at 30 de novembro de 1969, no Ministrio Federal dosNegcios Estrangeiros da Repblica da ustria e, posteriormente, at 30 de abril de 1970, nasede das Naes Unidas em Nova York.

    Artigo 82 - Ratificao

    A presente Conveno sujeita ratificao. Os instrumentos de ratificao sero depositadosjunto ao Secretrio-Geral das Naes Unidas.

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    Artigo 83 - Adeso

    A presente Conveno permanecer aberta adeso de todo Estado pertencente a qualquerdas categorias mencionadas no artigo 81. Os instrumentos de adeso sero depositados juntoao Secretrio-Geral das Naes Unidas.

    Artigo 84 - Entrada em Vigor

    1. A presente Conveno entrar em vigor no trigsimo dia que se seguir data do depsitodo trigsimo quinto instrumento de ratificao ou adeso.

    2. Para cada Estado que ratificar a Conveno ou a ela aderir aps o depsito do trigsimoquinto instrumento de ratificao ou adeso, a Conveno entrar em vigor no trigsimo diaaps o depsito, por esse Estado, de seu instrumento de ratificao ou adeso.

    Artigo 85 - Textos Autnticos

    O original da presente Conveno, cujos textos em chins, espanhol, francs, ingls e russo

    fazem igualmente f, ser depositado junto ao Secretrio-Geral das Naes Unidas.Em f do que, os plenipotencirios abaixo assinados, devidamente autorizados por seusrespectivos Governos, assinaram a presente Conveno.

    Feita em Viena, aos vinte e trs dias de maio de mil novecentos e sessenta e nove.