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TRIBUTÁRIO I GABARITO COLETÂNEA 2013.02 Semana 1 EMENTA DA MATÉRIA: Atividade financeira do Estado. Direito Financeiro e Direito Tributário: conceitos, objetos, autonomia. Constituição Financeira. Normas gerais de Direito Financeiro. Despesa Pública: conceito, princípio da legalidade da despesa e sanções por sua inobservância. Leituras recomendadas para a resolução do caso concreto desta aula: Leia Constituição Federal, arts. 71 e 85; Decreto-lei nº 201/67; Código Penal, arts. 315, 359 e seguintes; Lei nº 8.429/92; Lei Complementar nº 101/2000; CPC, arts. 110 e 265. ROSA JR., Luiz Emygdio Franco. Manual de Direito Financeiro & Tributário, Rio de Janeiro: Renovar, 2007, pp. 40-42. Jurisprudência do TJ-RJ sobre improbidade administrativa. Lei nº 4.320/64, art. 12. Caso Concreto Prefeito de determinado Município fluminense responde a processo penal sob acusação de ter ordenado despesas sem autorização legal e desviado verbas públicas, aplicando- as irregularmente. Concomitantemente, o Ministério Público estadual ajuíza contra ele ação civil pública por improbidade administrativa, em que citado, contesta requerendo preliminarmente a suspensão do processo até o final do julgamento da ação penal, com fulcro nos arts. 110 e 265, IV, do CPC. Pergunta-se: 1) Você, como Juiz, deferiria a suspensão da ação civil pública? Resposta: Não. Existe entendimento que os processos correm paralelos e que são duas (2) SEARAS INDEPENDENTES (Civil e Penal) Entendimento do Gabarito da professora - Jurisprudência TJ-RJ 2ª AI 2007.002.32155 Porém minoritariamente existe a corrente que entende que SIM, pois conforme preceitua ao art. 110 e 265 do CPC, caso haja possibilidade de verificação de fato delituoso, pode-se interromper o

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 1

EMENTA DA MATÉRIA: Atividade financeira do Estado. Direito Financeiro e Direito

Tributário: conceitos, objetos, autonomia. Constituição Financeira. Normas gerais de

Direito Financeiro. Despesa Pública: conceito, princípio da legalidade da despesa e

sanções por sua inobservância. Leituras recomendadas para a resolução do caso

concreto desta aula: Leia Constituição Federal, arts. 71 e 85; Decreto-lei nº 201/67;

Código Penal, arts. 315, 359 e seguintes; Lei nº 8.429/92; Lei Complementar nº 101/2000;

CPC, arts. 110 e 265. ROSA JR., Luiz Emygdio Franco. Manual de Direito Financeiro &

Tributário, Rio de Janeiro: Renovar, 2007, pp. 40-42. Jurisprudência do TJ-RJ sobre

improbidade administrativa. Lei nº 4.320/64, art. 12.

Caso Concreto

Prefeito de determinado Município fluminense responde a processo penal sob acusação

de ter ordenado despesas sem autorização legal e desviado verbas públicas, aplicando-

as irregularmente. Concomitantemente, o Ministério Público estadual ajuíza contra ele

ação civil pública por improbidade administrativa, em que citado, contesta requerendo

preliminarmente a suspensão do processo até o final do julgamento da ação penal, com

fulcro nos arts. 110 e 265, IV, do CPC.

Pergunta-se:

1) Você, como Juiz, deferiria a suspensão da ação civil pública?

Resposta:

Não. Existe entendimento que os processos correm paralelos e que

são duas (2) SEARAS INDEPENDENTES (Civil e Penal) – Entendimento do

Gabarito da professora - Jurisprudência TJ-RJ 2ª AI 2007.002.32155

Porém minoritariamente existe a corrente que entende que SIM,

pois conforme preceitua ao art. 110 e 265 do CPC, caso haja

possibilidade de verificação de fato delituoso, pode-se interromper o

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processo, até que a justiça criminal dê um parecer. Como Juiz usaria

esse artifício do CPC, pois entendo que caso o acusado não seja

condenado na área criminal, estaria cometendo uma injustiça maior.

Entendo que há jurisprudência no nosso tribunal do Rio favorável ao

prosseguimento da sentença mesmo que ainda não tenha transitado em

julgado na vara criminal, é possível punição administrativa antes da

penal, diz STJ.

2) Que espécies de sanções pode o Prefeito sofrer, em tese, por violação do princípio da

legalidade da despesa, e em quais dispositivos normativos se fundamentariam?

Respostas fundamentadas.

Resposta: Esfera política: Perda do cargo, inexigibilidade temporária

e suspensão dos direitos políticos (segundo DL 201/67). Na esfera Penal:

art. 315 e 369. Na esfera Cível: Improbidade – lei 8429/92. Na esfera

administrativa: multas impostas pelo TCU. Na esfera institucional: Lei

Complementar 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal.

QUESTÃO OBJETIVA

Assinale a alternativa correta:

As despesas destinadas à manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive

para obras de conservação, são classificadas como:

a) despesas de capital;

b) inversões financeiras;

c) investimentos;

d) despesas de custeio.

LETRA D - AU - Lei 4320/64. Resposta: destinadas à manutenção dos serviços

criados anteriormente à Lei Orçamentária Anual, e correspondem entre outros gastos, os

com pessoal, material de consumo, serviços de terceiros e gastos com obras de

conservação e adaptação de bens imóveis.

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Semana 2

EMENTA DA MATÉRIA: Receita Pública: conceito, fases históricas e classificações. Lei

de Responsabilidade Fiscal: princípios e normas relevantes. Leituras recomendadas para

a resolução dos casos concretos desta aula: leia, inicialmente, o capítulo intitulado

“RECEITA PÚBLICA”, constantes dos livros indicados na bibliografia dos professores Luiz

Emygdio F. da Rosa Jr. e Ricardo Lobo Torres. Deverão, ainda, pesquisar os artigos da

Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), quanto ao

disciplinamento das Receitas Públicas. Ainda, leia artigo 97 do CTN, artigos 70 e 165 da

CRFB/88 e artigo 14 da LC nº 101/2000.

Caso Concreto 1

O Governador de determinado Estado, árduo para fazer valer o voto de seu

eleitorado, resolve por meio de Decreto estabelecer o fim da cobrança do IPVA, alegando

que o Estado possui recursos suficientes para seu custeio. Seria, ou não, possível tal

prática?

Resposta: Não. Para que se extingua um tributo, é necessário que a

decisão seja legislativa (art 97 CTN c/c 150, I da CF). Não é possível

extingui-lo por decreto. Além disso, a renúncia de receita depende de

preenchimento de requisitos do art 14 da lei de Responsabilidade Fiscal.

Caso Concreto 2

A Lei de Responsabilidade Fiscal vem cumprir importante lacuna para a obtenção do

equilíbrio fiscal do País, ao estabelecer regras claras para a adequação de despesas e

dívidas públicas em níveis compatíveis com as receitas de cada ente da Federação,

envolvendo todos os Poderes. Constitui-se, assim, em um marco na história das finanças

públicas no País. A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece algumas restrições de final

de mandato, com o objetivo de evitar que o futuro gestor assuma todas as despesas do

ente estatal (União, Estado, Distrito Federal ou Município) desequilibrado financeiramente.

Responda de forma fundamentada às seguintes questões sobre este caso concreto:

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1) Débito oriundo de despesa contraída nos últimos meses (despesas de final de

mandato) estará descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, podendo, também, ser

alcançado pela Lei de Crimes Fiscais?

Resposta: Sim. A L.R.F estabelece algumas restrições de final de

mandato, com o objetivo de evitar que o futuro gestor assuma o ente

estatal (União, Estado ou Município) desequilibrado financeiramente,

tratando assim de forma específica da assunção de compromisso sem

lastro financeiro, no final de mandato. A mais dura dessas restrições

encontra-se no artigo 42, que dispõe sobre a obrigação de despesa

contraída nos últimos meses de mandato, onde cada vez que se fazer

uma despesa nova deverá ser feito um fluxo financeiro, envolvendo a

receita e os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do

exercício.

Um débito contraído fora desses oito meses, sem que haja

disponibilidade financeira, vai passar para a gestão seguinte e sem ser

alcançado pelo dispositivo. Mas se o débito foi oriundo de despesa

contraída nos oito últimos meses, despesas de final de mandato – sem

que tenha sido deixado dinheiro em caixa para pagar – estará

descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal e vai ser alcançado

também pela Lei de Crimes Fiscais.

2) Indique um dos principais pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal, ressaltando o seu

objetivo:

Resposta: A Lei Complementar n. 101, de 04/05/2000, também

denominada de Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, teve como objetivo

primordial regular o disposto no capítulo II do título VI da Constituição

Federal, mais precisamente nos arts. 163 a 169, dispondo sobre os

princípios básicos fundamentais para uma ação planejada e eficaz,

relativa às normas gerais de finanças públicas.

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A Lei de Responsabilidade Fiscal assenta-se no binômio

transparência e responsabilidade. O primeiro, a transparência, como um

mecanismo de controle social, diz respeito às normas de escrituração e

consolidação das contas públicas e à instituição da necessidade de

novos relatórios a serem produzidos pelos gestores, além da

obrigatoriedade de sua ampla divulgação, através de publicações e

mesmo de audiências públicas, para um efetivo controle da sociedade

sobre a gestão do dinheiro público. São, assim, instrumentos de

transparência da gestão fiscal, os planos, orçamentos e leis de

diretrizes orçamentárias, as prestações de contas e o respectivo

parecer prévio, o relatório resumido da execução orçamentária, o

relatório de gestão fiscal e suas versões simplificadas.

Quanto à responsabilidade, esta nada mais é do que o dever maior de

qualquer gestor - arrecadar o máximo permitido em lei e só gastar até o

limite de sua receita, obedecendo aos parâmetros fixados por lei.

Preceitua a Lei n. 101/2000, no seu artigo 11, que “constituem requisitos

essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e

efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional

do ente da federação”.

3) A Lei de Responsabilidade Fiscal é aplicável a todos os entes da Federação?

Resposta: SIM, o texto legal é aplicável a todos os entes da federação.

Tratando-se de uma Lei Complementar de caráter nacional. O dispositivo

em tela sofreu influências externas e internas que basearam seu suporte

fático, observa-se a influência externa na adoção de práticas de gestão

fiscal bem sucedidas em outro ordenamentos jurídicos ou até mesmo

organismos internacionais.

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QUESTÃO OBJETIVA

1. Considerando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/00), examine as

assertivas abaixo elencadas e marque a alternativa correta. Justifique a sua resposta,

citando, inclusive, o direito positivo:

I – a Lei de Responsabilidade Fiscal, na qualidade de lei de normas gerais, revogou

a Lei nº 4.320/64;

Revogação da Lei Complementar n. 96, de 31/05/1999.

II – a despesa total com pessoal é limitada a 50% da receita corrente líquida, no que se

refere aos Estados e à União;

União com 50% e estados e Municípios com 60% (art 19 da LC 101/00)

III – o Distrito Federal, por não ser ente da Federação, não é atingido pela Lei de

Responsabilidade Fiscal;

Errado. Todos são.

IV – dentre os objetivos perseguidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, destaca-

se o equilíbrio orçamentário, só passível de ser obtido através do planejamento fiscal.

Correto.

Assinale agora a letra adequada:

a) tão-somente a afirmativa IV está correta;

b) as afirmativas I, II, e III estão corretas;

c) as afirmativas II e IV estão corretas;

d) as afirmativas III e IV estão corretas;

e) todas as assertivas estão erradas.

LETRA A

2. A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece como requisitos essenciais da

responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os

tributos da competência constitucional do ente da Federação (art. 11). Em relação a essa

previsão legal, é correto afirmar que:

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a) o Município não pode receber transferências voluntárias se não prevê a arrecadação

do imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis;

b) o Município, ente da Federação, não pode receber transferências voluntárias se não

prevê a arrecadação do imposto sobre a propriedade territorial rural;

c) o Município, ente da Federação, não pode receber transferências voluntárias da

União omite-se na arrecadação de suas taxas;

d) o Município não pode receber transferências voluntárias se não institui taxas sobre a

prestação de serviços de transporte ocorrida em seu território;

e) a renúncia de receita é vedada na Lei de Responsabilidade Fiscal.

LETRA C

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Semana 3

EMENTA DA MATÉRIA: Orçamento Público: conceito, espécies, aspectos, princípios

constitucionais orçamentários. Precatórios judiciais. Controle e fiscalização da execução

orçamentária. Tribunais de Contas. Crédito Público: conceito, classificações e técnicas

instrumentais. Leitura recomendada para a resolução dos casos concretos desta aula:

inicialmente os acadêmicos deverão proceder à leitura do capítulo intitulado “Orçamento

Público”, constantes dos livros dos autores Luiz Emygdio Franco da Rosa Jr. (Manual de

Direito Financeiro & Tributário) e Ricardo Lobo Torres (Curso de Direito Financeiro e

Tributário), constantes da bibliografia básica. Deverá, ainda, proceder à leitura dos artigos

163 a 169 do texto constitucional vigente e dos artigos 1º ao 10 da Lei de

Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/200). Ainda, leia os artigos. 165, 71, §

3º e 129 da CRFB/88. Lei nº 8.429⁄92 (artigo 17, § 4º), Lei nº 8.625⁄93 (artigo 25, VIII). Lei

nº 7.347⁄85 (artigo 18) (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990). Lei Orgânica do

Ministério Público da União (LC nº 75⁄93, artigo 6º, aplicável, subsidiariamente, aos

Ministérios Públicos Estaduais).

Caso Concreto 1

Por ocasião das discussões sobre a aprovação da lei orçamentária anual, certo vereador

de um determinado município percebe que o projeto de lei, além da previsão de receitas e

fixação de despesas, também autoriza a criação de novos cargos públicos e a

contratação de operações de crédito. Você, na qualidade de consultor jurídico desse

parlamentar, como se posicionaria juridicamente a respeito? Qual o princípio orçamentário

envolvido? Fundamente sua resposta.

Resposta: Existe um principio chamado de exclusividade que esta sendo

afrontado nesse problema porque o orçamento só pode ter DESPESAS E

RECEITAS, e nesse caso, está criando cargo publico. A lei orçamentária

não foi criada para criar cargos públicos. Principio da Exclusividade (art.

165 § 8º).

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Na contratação de operações de crédito o vereador está correto, porque

é a única exceção da lei.

Caso Concreto 2

Durante a execução orçamentária podem ocorrer necessidades de ajustes na lei

orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional, uma vez que nem tudo o que é previsto

e fixado corresponde à realidade. Direito Financeiro e Tributário I Por se tratar de um

instrumento determinante para a formação da cidadania, grandes avanços ocorreram no

processo orçamentário com a evolução das Constituições Federais brasileiras. E foi com

a promulgação da Carta de 1988 que o processo se consolidou, ao exigir o cumprimento

de determinados princípios. Nesse contexto, a Constituição Cidadã estabeleceu um

sistema orçamentário integrado de planejamento de longo, médio e curto prazos. Assim,

foi instituída a obrigatoriedade de elaboração, não apenas de um orçamento anual, mas

de um sistema orçamentário.

Responda:

a) Quais são os instrumentos de planejamento fiscal utilizados a longo, médio e

curtos prazos?

Resposta:

1 – PLANO PLURIANUAL: PPA Tem por objetivo estabelecer os

programas e metas governamentais de longo prazo (Lei de longo prazo)

para a promoção do desenvolvimento econômico, do equilíbrio entre as

regiões do País e da estabilidade econômica. É uma lei formal,

dependendo do orçamento anual para que possa ter eficácia. Constitui

uma mera orientação para a execução dos orçamentos anuais. Nenhum

investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá

ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que

autorize sua inclusão. É um plano único para um Mandato de 4 anos.

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2 – DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS: LDO Compreende asa metas e

prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de

capital, para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração

da lei orçamentária, estabelece políticas de aplicação das agências

financeiras oficiais de fomento. Trata-se de um plano prévio fundado em

considerações econômicas e sociais para a posterior elaboração da

proposta orçamentária. É um instrumento de médio prazo e no mandato

haverá 4 LDO.

3 – LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL: LOA Compreende o orçamento fiscal, o

de investimentos das empresas estatais e o da seguridade social. O

orçamento fiscal compreende todas as despesas e receitas da União. O

investimento das empresas estatais contribui para o equilíbrio

financeiro, impedindo emissões inflacionárias. E o orçamento da

Seguridade Social compreende as despesas e receitas destinadas à

saúde, previdência e assistência social.

b) Existe alguma relação entre os artigos 163 a 169 da Carta Política e a Lei de

Responsabilidade Fiscal?

Resposta: Existe. A nossa constituição entre esses artigos prevê o

sistema financeiro nacional (conjunto de regras que rege as finanças

publicas do nosso pais) Não cabendo todas as regras na CF, as normas

gerais complementares vem na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Caso Concreto 3

O Tribunal de Contas de determinado Estado não aprovou as contas do Prefeito de um de

seus municípios por ter praticado irregularidades que ocasionaram prejuízos aos cofres

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públicos, e o condenou a ressarcir o erário municipal. O Prefeito recolheu o numerário

devido, mediante depósito extrajudicial, mas não informou o Tribunal de Contas. Em face

das irregularidades observadas pelo Tribunal de Contas do Estado e sem saber do

recolhimento do numerário devido, o Ministério Público daquele Estado ajuizou a devida

execução. Diante deste quadro, indaga-se:

a) É possível tal postura por parte do Ministério Público?

Resposta: É dever do Ministério Público e esta na lei 9429/92 e faculta

inclusive e Art. 127 CF

b) O Ministério Público pode ser condenado ao pagamento de verba advocatícia?

Respostas fundamentadas.

Resposta: Nesse caso não, pois o MP não pode se condenado (art 18 da

Lei 7347/85)

Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de

custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas,

nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em

honorários de advogado, custas e despesas processuais.

Se o Procurador soubesse que a verba tinha sido depositada e

mesmo assim ajuizasse ação, nesse caso comprovada a má-fé, ele sim

sofreria uma penalidade. O órgão NUNCA.

QUESTÕES OBJETIVAS

1. Assinale a opção CORRETA. A lei orçamentária anual compreenderá:

a) orçamento fiscal, orçamento de investimentos das empresas estatais e

orçamento da seguridade social;

b) o orçamento fiscal, abrangendo este orçamento de investimentos das empresas

estatais e da seguridade social, sendo, um só, portanto;

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c) o orçamento fiscal e dos investimentos estatais juntos, e o orçamento da

seguridade social separado;

d) o orçamento fiscal e da seguridade social, em conjunto, cujas receitas têm

natureza social, e o das empresas estatais em separado.

LETRA A - Essa é a correta em virtude do art 165 § 5º I, II e III da CF.

2. Quanto aos princípios orçamentários, julgue as seguintes afirmativas:

I – O princípio da não-afetação da receita à despesa é aplicável apenas aos impostos,

sem qualquer exceção quanto a outras espécies tributárias.

CORRETO.

II – O princípio da exclusividade determina, sem ressalvas, que a lei orçamentária limite-

se à disciplina da previsão de receitas e da fixação de despesas.

ERRADO. HÁ EXCEÇÕES.

III – O princípio da anualidade tributária não se confunde com o princípio da anualidade

orçamentária, embora ambos não mais sejam vigentes no ordenamento jurídico brasileiro.

ERRADO.

IV – O princípio da unidade orçamentária, que determina que a lei orçamentária anual

deva ser única, colide com a previsão constitucional do artigo 165, de existência do plano

plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

ERRADO. SÃO ENTES DIFERENTES DE PERSONALIDADE DISTINTAS

a) todas as afirmativas acima estão corretas;

b) apenas uma das afirmativas acima está incorreta;

c) apenas duas das afirmativas acima estão incorretas;

d) apenas três das afirmativas acima estão incorretas;

e) nenhuma das afirmativas acima está correta.

LETRA C

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SEMANA 4

EMENTA DA MATÉRIA: Espécies (e subespécies) tributárias: impostos, taxas,

contribuições de melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios. Distinção

entre preço público (tarifa), taxa e pedágio. Leitura recomendada para a resolução dos

casos concretos desta aula: leia os artigos 113, 114 e 115 do CTN.TORRES, Ricardo

Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário, 14ª ed., Rio de Janeiro: Renovar, 2007

(Capítulos XIV e XIX). ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio Franco. Manual de Direito

Financeiro e Tributário, 19ª ed., Renovar: Rio de Janeiro, 2006 (Capítulos VIII e XI).

CARNEIRO, Cláudio. Manual de Direito Tributário, 2ª ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2007

(Capítulo VI). Ainda, leia o artigo 145, I, da CRFB/88 e os artigos 16, 32, 77 a 79 do CTN.

AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro, 13ª ed., São Paulo: Saraiva, 2007 (Capítulo

II). Direito Financeiro e Tributário I

Caso Concreto 1

Policarpo Quaresma é proprietário de um imóvel localizado em Bangu, e como tal, é

contribuinte do IPTU. Após recolher regularmente o referido imposto por anos a fio, sem

que a prefeitura realizasse obras de conservação de que o bairro tanto necessita,

resolveu propor ação de obrigação de fazer, buscando a condenação da municipalidade a

ser compelida a realizar as referidas obras e a prestar serviços públicos básicos, como a

implantação de um sistema de saúde pública e a construção de escolas. Aduz, ainda, que

o Código de Defesa do Consumidor permite que se coloque o Poder Público na condição

de fornecedor de serviços. Diante da pretensão, responda:

a) O pleito do contribuinte merece prosperar? Justifique.

Resposta: Não, já que paga-se impostos em razão da exteriorização da

riqueza e não em virtude de qualquer contraprestação estatal, visto que

os IMPOSTOS são tributos não vinculados.

É oportuno destacar o fato de que em várias ocasiões podemos

ouvir pessoas do povo falar que paga IPVA e logo deveriam ter estradas

sem buracos ou que pagam IPTU e, por conseqüência, deveriam ter

calçamento e asfaltamento das ruas. Tais argumentos não merecem

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

prosperar no mundo jurídico (são argumentos até aceitáveis do ponto de

vista político.

Resumo:

Impostos diretos e indiretos: imposto direto é o que é suportado em

definitivo pelo contribuinte, sem possibilidade de transferir a terceiro o

respectivo ônus econômico. EXEMPLOS DE IMPOSTOS DIRETOS:

IMPOSTO DE RENDA, os impostos patrimoniais (IPTU, ITR, IPVA).

Imposto indireto é aquele cujo ônus econômico é ou pode ser transferido

pelo contribuinte a terceiro (que poderá repassá-lo a outro, até o

consumidor final). EXEMPLOS DE IMPOSTOS INDIRETOS: o IPI e o ICMS.

b) É cabível a aplicação do Código de Defesa do Consumidor à hipótese?

Resposta: Não. A relação é publica e o Estado tem o poder de Império

(poder de exigir).

Caso Concreto 2

A Assembléia Legislativa do Estado do Ceará aprovou lei (devidamente sancionada

pelo Governador), que instituiu uma taxa de serviços prestados por órgãos de segurança

pública. A partir dessa lei, o responsável pela organização de eventos públicos, que

importe aglomeração de pessoas como, por exemplo, a realização de shows e eventos

esportivos, deve recolher aos cofres públicos uma taxa, a fim de custear a atuação do

Estado na prestação de serviços de segurança às pessoas envolvidas no evento.

Irresignado, um partido político ajuíza Ação Direta de Inconstitucionalidade em face da

referida lei. Pergunta-se: Assiste razão ao partido político? Resposta fundamentada.

Resposta: SIM. Pois taxa é um tributo vinculado necessariamente à

prestação de um serviço público divisível. A segurança é dever do

estado, logo a cobrança de taxa é forma inadequada de tributação no

caso.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

QUESTÕES OBJETIVAS

1. (OAB-RJ-31º Exame de Ordem) Qual o tributo cuja imposição decorre de valorização

imobiliária em função da realização de obras públicas:

a) contribuição de intervenção no domínio econômico;

b) contribuição de melhoria;

c) taxa de serviço;

d) imposto de renda.

LETRA B - Resposta: No Brasil, a Contribuição de Melhoria foi trazido

pela Constituição de 1934, a qual estabelecia em seu art.124.

2. (OAB-RJ-33º Exame de Ordem) Quando tem por fato gerador uma situação

Que independe de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, diz-se

que o tributo é não vinculado. Nesse sentido, é tributo não vinculado:

a) o imposto de renda;

b) a CIDE;

c) a contribuição de melhoria;

d) a contribuição de iluminação pública.

LETRA A

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 5

EMENTA DA MATÉRIA: Constituição Tributária. Sistema Tributário (visão geral).

Discriminação de rendas na federação brasileira: partilha de competências e

transferências intergovernamentais de receitas tributárias. Desvinculação de receitas da

União. A Reforma Tributária.

Leitura Recomendada: TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário,

Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 4ª Parte, Capítulo XVIII, itens I.3 e V. ROSA JR. Luiz

Emygdio Franco da. Manual de Direito Financeiro e Tributário, Rio de Janeiro: Ed.

Renovar, Capítulo IX, item VII.

Caso Concreto 1

João Manuel é servidor público inativo municipal, estando vinculado à estrutura

administrativa da Secretaria de Assistência Social do Município fluminense de São

Gonçalo. Nos últimos 3 (três) anos, João Manuel percebeu que vem sendo realizada

retenção em sua aposentadoria, relativa ao Imposto sobre a Renda e Proventos de

qualquer Natureza, apesar de encontrar-se aposentado por estar acometido de

cardiopatia grave.

Pergunta-se:

Poderá João Manuel discutir a exigibilidade de tal tributo? Em caso afirmativo, em face de

quem poderia ser promovida a demanda?

Resposta: Sim. A DEMANDA DEVERÁ SER PROPOSTA EM FACE DO

MUNICIPIO, POIS ESTE ORGÃO É O RESPONSÁVEL PELA RETENÇÃO. Ele

é o encarregado legal de recolher o imposto de seus servidores. O fato

do tributo ser IR, de competência da União, influencia na Justiça

(Estadual ou Federal) deverá fazê-lo na Justiça Estadual. O repasse volta

100% para o Município, logo a união não tem sequer interesse na

demanda.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Caso Concreto 2

A Constituição do Estado de Sergipe estabeleceu como condição para o repasse de

30% das receitas do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores aos

Municípios, não haver sido constatada pelo Tribunal de Contas nenhuma irregularidade

em suas contas. A associação dos municipios o (a) consulta a fim de saber se tal requisito

é inconstitucional em face do Sistema Tributário Nacional e do pacto federativo.

Responda a consulta de forma fundamentada.

Resposta: Não. Seria inconstitucional condicionar a remessa de valores

e outros ditames. O art 158 III CF. O repasse é de 50% e repassar 30% é

inconstitucional. Fazer uma retenção maior do que o previsto é quebra

do pacto Federativo, clausula pétrea. Prejudica a administração do outro

ente que deveria receber a verba.

QUESTÕES OBJETIVAS

1. Sobre a sistemática da repartição das receitas tributárias, prevista na Constituição

Federal Brasileira, é incorreto afirmar:

a) é proibida, em qualquer hipótese, a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao

emprego dos recursos atribuídos aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,

incluídos adicionais e acréscimos relativos a impostos, em respeito ao pacto federativo e

à autonomia municipal; Resposta: art 160 § único. Não é em qualquer hipótese.

b) pertence aos Municípios o produto da arrecadação do imposto da União sobre

renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a

qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;

c) aos Estados e ao Distrito Federal cabem vinte por cento do produto da

arrecadação dos impostos que a União vier a instituir, com base na sua competência

residual;

d) os Estados deverão entregar aos Municípios cinqüenta por cento do produto da

arrecadação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores licenciados em

seus territórios.

2. Na relação abaixo, de transferências intergovernamentais de receitas tributárias,

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

MARQUE as da União para os Estados/DF (1), as da União para os Municípios (2) e as

dos Estados/DF para os Municípios (3):

(3) 50% do IPVA;

(1) 20% dos impostos de competência residual;

(2) 50% do ITR;

(1) 21,5% do IPI e do IR para Fundo de Participação;

(3) 25% do ICMS;

(2) 22,5% do IPI e do IR para Fundo de Participação;

(2) 70% do IOF sobre o ouro ativo financeiro ou instrumento cambial.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 6

EMENTA DA MATÉRIA: Poder de tributar e competência tributária: conceitos, atributos,

espécies e conflitos. Delegação das funções de arrecadar e fiscalizar. Capacidade

tributária ativa (distinção).

Leitura Recomendada: TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e

Tributário; Rio de Janeiro: Ed. Renovar, Capítulos V-II e XIX-IV. ROSA JR, Luiz Emygdio

Franco da. Manual de Direito Financeiro e Tributário, Rio de Janeiro: Ed. Renovar,

Capítulo IX, item V. Jurisprudência do STJ.

Caso Concreto 1

Determinado advogado não efetua o pagamento da anuidade da OAB-RJ desde

2005 e continua a realizar serviços de advocacia.

Pergunta-se:

a) Todas as contribuições para os Conselhos de Profissionais têm natureza jurídica

tributária?

Resposta: Não TODAS, exceto a contribuição a OAB, que é um órgão” sui

generis”; não é uma autarquia e não tem competência para tributar.

Passa a ter o que a doutrina denomina CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA.

É o caso, por exemplo, da delegação da União aos conselhos

fiscalizadores de profissões regulamentadas (CREA, CRM, CRECI, CRC

etc.) da atribuição de exigir a contribuição de interesse da categoria

profissional respectiva.

Contribuição de intervenção do domínio econômico de interesse de

categorias profissionais tais como OAB e CFM.

b) A OAB-RJ possui competência e capacidade tributária? Qual a diferença entre

competência e capacidade tributária?

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Resposta: A OAB não tem uma nem outra, pois não é autarquia. É uma

mera mensalidade cobrada de quem é filiado. O CREA, por exemplo, não

tem competência, mas tem capacidade tributária ativa, e todas as

outras autarquias (CRM, CRO e etc)

O BB poderia ter a cobrança do IR delegado a ele? Não, pois o BB é

ente de direito público, é sociedade de economia mista. A CEF é

empresa pública de direito privado, que também não pode fazê-lo.

Apenas autarquias poderão fazê-lo (o único órgão de direito público da

descentralização é a AUTARQUIA)

Competência = É a delimitação do poder de tributar que é partilhado

pela Constituição Federal a União, aos Estados membros, ao Distrito

Federal e aos Municípios. Somente as pessoas de Direito Público,

dotadas de poder legislativo poderão ter competência tributária que será

exercida mediante lei. É indelegável. Decorre do poder de instituir e

majorar tributos. (Ver arts. 6º e 7º, CTN).

“Competência tributária é aptidão para criar abstratamente tributos,

descrevendo, por meio de lei, seus aspectos fundamentais.” (Roque

Antônio Carrazza).

Capacidade Tributária Ativa = Pode ser atribuída pela Constituição

Federal ou por lei a ente estatal não necessariamente dotado de poder

legislativo. É delegável e refere-se às atribuições de arrecadar e

fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias.

Ex: Fiscais estaduais em greve há 3 meses. A união pode transferir ao

Município suas atribuições, até que a greve se resolva.

c) Caso a OAB-RJ resolva cobrar as anuidades devidas pelo advogado, deverá

utilizar as normas do Código de Processo Civil ou da Lei de Execução Fiscal?

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Resposta: O CPC. Execução por quantia certa. Todos os demais cobram

por execução fiscal, prevista No art. 1º da Lei n° 6.830/80.

Caso Concreto 2

(ENADE) - Considere o seguinte trecho, extraído da obra Coronelismo, Enxada e

Voto, de Victor Nunes Leal. Sobre o problema da discriminação tributária, como tivemos

oportunidade de ver, grandes e eruditas tertúlias registram nossos anais parlamentares,

ilustrando plenamente o dito popular: em casa onde falta o pão, todos brigam, ninguém

tem razão. Ainda assim, a divisão da pobreza poderia ter sido mais eqüitativa do que é de

costume entre nós. A maior cota de miséria tem tocado aos municípios. Sem recursos

para ocorrer às despesas que lhes são próprias, não podia deixar de ser precária sua

autonomia política. O auxílio financeiro é, sabidamente, o veículo natural da interferência

da autoridade superior no governo autônomo das unidades políticas menores. A renúncia,

ao menos temporária, de certas prerrogativas costuma ser o preço da ajuda, que nem

sempre se inspira na consideração do interesse público, sendo muitas vezes motivada

pelas conveniências da militância política. Exemplo característico da perda de atribuições

por motivo de socorro financeiro encontramos na Lei Mineira nº 546, de 27 de setembro

de 1910. Essa lei, conhecida pelo nome do Presidente que a sancionou, Bueno Brandão,

permitiu ao Estado fazer empréstimo aos Municípios para abastecimento d’água, rede de

esgotos e instalações de força elétrica. Condicionava, porém, esses empréstimos à

celebração de acordo, em virtude do qual pudesse o Estado arrecadar rendas municipais

para garantir o serviço de amortização e juros. Os empréstimos anteriores, ainda

mediante acordo, também poderiam ser unificados e submetidos ao mesmo regime. A

exigência de acordo era uma reverência ao princípio jurídico da autonomia municipal,

mas, em certos casos, essa ressalva levaria a liberdade que tem o operário de discutir o

salário em época de desemprego. Outro exemplo, de conseqüências mais profundas,

deparamos com a Lei Baiana nº 2.229, de 18 de setembro de 1929. Nos municípios em

que houvesse serviço municipal sob a responsabilidade do Estado, ou que tivessem

contrato abonado, ou afiançado pelo Estado, o prefeito e o administrador distrital não

seriam eletivos, mas de livre nomeação e demissão do governador. (LEAL, Victor Nunes.

Coronelismo, Enxada e Voto, 2ª ed., São Paulo: Alfa- Omega, 1975, pp. 178-179).

Em face do regime constitucional hoje vigente no Brasil:

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

a) Os Municípios, dada a posição que ocupam na Federação, poderiam renunciar

prerrogativas próprias de sua autonomia? Por quê?

Resposta: Não. É irrenunciável: as pessoas políticas estão impedidas

tanto de delegar a competência recebida pela Carta Constitucional

como também estão impedidas de renunciá-la, pois a matéria é de

direito público constitucional,e, portanto, indisponível. Sob a ótica do

direito Tributário, o tributo na é do administrador, é do ente federativo e

faz parte de toda uma composição com os demais entes.

b) Responda, justificando, se as competências tributárias, entendidas como

competências para criação dos tributos, são delegáveis entre os entes da Federação.

Resposta: São indelegáveis: as competências tributárias são

indelegáveis. O titular de uma competência (União, Estados, DF e

Municípios) não pode transferir aos demais Poderes ou a terceiros

qualquer das suas atribuições para criar tributos que lhe foram

conferidas pela Constituição Federal.

SÃO DELEGAVEIS APENAS AS CAPACIDADES, na a competência (art

7º CTN)

c) Indique, explicando-se suscintamente, dois exemplos de instrumentos de

cooperação pelos quais um Município pode transferir ou compartilhar com outros entes

federativos a execução de serviços públicos municipais.

Resposta: Competência cumulativa (art.147, CRF), também chamada de

competência múltipla, ocorre quando um Ente Federado acumula a

atribuição de instituir imposto que seria da competência de outro Ente

Federado. Essa regra decorre do fato das peculiaridades inerentes ao

Distrito Federal (não dividido em municípios) e aos Territórios (que não

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

possuem as atribuições dos Estados e, ainda, podem não estar divididos

em municípios).

Na Saúde muitas vezes há uma gestão conjunta da união com o estado e

município. No transito e na Segurança pública também tem acontecido

muito isto.

O Distrito Federal, em virtude de não ser dividido em Municípios,

apresenta competência cumulativa, ou seja, ao DF cabe a competência

de instituir os impostos estaduais e municipais. Da mesma forma, nos

territórios, cabe a União os impostos estaduais (IPVA, ICMD, ICMS) e, se

o território não for dividido em municípios, os impostos municipais

(IPTU, ISS, ITBI).

QUESTÕES OBJETIVAS

1. (OAB-RJ-31º Exame de Ordem) São tributos de competência comum:

a) a taxa e a contribuição de melhoria; Resposta: Podemos conceituar a

competência tributária comum como aquela competência atribuída a todos os Entes

Federados (U/E/DF/M) para instituir tributos vinculados, isto é, as taxas e contribuições de

melhorias.

(art 145 II e III CF)

b) a taxa e a tarifa;

c) o imposto sobre serviços de qualquer natureza e o imposto sobre operações relativas à

circulação de mercadorias e sobre serviços de transporte interestadual e intermunicipal e

de comunicação;

d) o imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos e o

imposto sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

LETRA A

2. (14º Concurso Público/Juiz Federal Substituto 3ª Região/2008) Assinale a

alternativa correta. O Estado de São Paulo delegou ao Município de Campinas a

fiscalização de tributo de competência estadual exercitada na forma legal:

a) o ato foi ilegal, porque a competência tributária, na qual incluída a fiscalização, é

indelegável;

b) a fiscalização atinge a condição jurídica do contribuinte e, por isto, é indelegável;

c) a delegação foi legítima;

d) se o Estado de São Paulo instituiu o tributo, a fiscalização e atividade vinculada. A

delegação foi ilegal.

LETRA C - Resposta: Só a capacidade tributária é que foi delegada a um

ente público

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 7

EMENTA DA MATÉRIA: Fontes formais do Direito Tributário: a Constituição, o CTN e a

legislação tributária. Leis complementares previstas em matéria tributária, medidas

provisórias e demais fontes principais e secundárias. A lei tributária no espaço:

territorialidade e outros elementos de conexão. Leitura recomendada para a resolução do

caso concreto desta aula: leia os artigos 153, § 1º e 155, § 2º, XII, g da CRFB/88 e art.

175 do CTN. TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário, 14ª ed.,

Rio de Janeiro: Renovar, 2007, Capítulo III e VI. ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio Franco.

Manual de Direito Financeiro e Tributário, 19ª ed., Rio de Janeiro: Renovar, 2006,

Capítulo VII. CARNEIRO, Cláudio. Manual de Direito Tributário, 2ª ed., Rio de Janeiro:

Elsevier, 2007, Capítulo I.

Caso Concreto 1

O Presidente da República, com o intuito de recuperar a receita “perdida” com a extinção

da CPMF, resolve por Decreto aumentar o IOF. Assim, aumenta a alíquota do referido

imposto em 0,5%. Por outro lado, com intuito de controlar o recolhimento tributário, edita

também um novo Decreto Direito Financeiro e Tributário I para criar novas obrigações

acessórias como, por exemplo, as informações pelos bancos das movimentações

bancárias do contribuinte. Abstraindo-se o aspecto constitucional da quebra do sigilo

bancário, comente sobre a constitucionalidade do Decreto quanto à obrigação principal e

às obrigações acessórias. O entendimento seria o mesmo se o tributo em tela fosse o

Imposto sobre a Renda?

Resposta: O aumento no IOF poderá ser majorado em virtude a exceção

do prinicipio da legalidade previsto no art. 153,§1º da CF/88, o qual

estabelece quais tributos podem ter seus valores majorados sem o uso

de Lei, quais sejam: o II, IE, IPI e o IOF, como também, as alíquotas da

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre Combustíveis

e Derivados do Petróleo que podem ser reduzidas e RESTABELECIDAS

(apenas pode retornar ao patamar inicial, jamais superar o percentual

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

anterior) por simples Decreto do Executivo[i], conforme previsto no art.

177,§4º, CRF/88

Diz-se por tudo que o IOF é um imposto flexível. É importante

todavia, deixar claro que sempre há de constar em eli a alíquota limite,

que não pode ser ultrapassada por ato normativo do Poder executivo.

DAS EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA –

DESTACAR: parágrafo 1º, do artigo 153 da CF.

Caso Concreto 2

O governador do Estado X, preocupado em implementar em seu Estado um aquecimento

na economia, resolve encaminhar a Assembléia Legislativa um Projeto de Lei concedendo

uma série de benefícios fiscais, entre eles o ICMS para determinadas empresas, com o

objetivo de fomentar a vinda destas para seu Estado. Contudo, verifica-se que não há

Convênio do ICMS autorizando esses benefícios. Comente, abordando os aspectos

Constitucionais e legais envolvidos, quanto:

a) À importância dos Convênios no âmbito do ICMS.

Resposta: Dentro da lógica do Pacto Federativo, não existe tributo que

tenha mais condições de prejudicar o Pacto Federativo que o ICMS.

Temos que ter cuidado com a “guerra fiscal”. O legislador criou

mecanismos para coibir a guerra fiscal e com isso o ICMs é só por

convenio. O convenio só pode ser decidido por unanimidade (

estabelece-se as regras que vão valer) O Convenio é nacional e não pode

criar regras que atrapalhem os demais. (art 155 § 2º, XII g da CF/88).

b) À legalidade de se conceder isenção sem o respectivo Convênio no âmbito do

CONFAZ (Conselho Nacional de Política Fazendária).

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Resposta: Entendo que sim em virtude da LC 25/75

c) A distinção entre o Convênio ICMS e os Convênios previstos no art. 100 do CTN.

Resposta: Não

QUESTÕES OBJETIVAS

1. (OAB-RJ-19º Exame de Ordem) Com relação aos impostos discriminados na

Constituição Federal, precisam ser necessariamente disciplinados por lei complementar:

a) o fato gerador, a base de cálculo e o prazo de recolhimento do tributo;

b) o fato gerador, a definição de contribuinte e o prazo de recolhimento do tributo;

c) a definição de contribuinte, o fato gerador e a base de cálculo do tributo;

d) o aumento de alíquota, o prazo de recolhimento e a base de cálculo do tributo.

2. (OAB-RJ-30º Exame de Ordem) Pode o Presidente da República instituir o Imposto

sobre Grandes Fortunas através de Medida Provisória?

a) não, porque tal imposto não se encontra na competência tributária da União;

b) sim, porque a Constituição lhe confere poder para editar Medida Provisória com força

de Lei;

c) não, porque a Constituição veda a edição de Medida Provisória em matéria

reservada à Lei Complementar;

d) sim, porque compete ao Presidente da República o poder regulamentar das leis.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 8

EMENTA DA MATÉRIA: Valores e princípios jurídicos. Limitações ao poder de tributar e

princípios constitucionais tributários: conceitos e visão geral. O valor Segurança Jurídica.

Princípios da legalidade, tipicidade, irretroatividade e anterioridade: não surpresa do

contribuinte. Leitura recomendada para a resolução dos casos concretos desta aula: leia

os artigos 61, 96 e 150 da CRFB/88 e artigos 96, 97 e 160 do CTN.

TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário, 14ª ed., Rio de Janeiro:

Renovar, 2007, Capítulo V. ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio Franco. Manual de Direito

Financeiro e Tributário, 19ª ed., Renovar: Rio de Janeiro, 2006, Capítulos VI e X.

ALEXANDRINO, Vicente; PAULO, Vicente. Manual de Direito Tributário, Rio de Janeiro:

Editora Impetus, Capítulos II e IV. Verbete 669 da Súmula do STF.

Caso Concreto 1

O Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso encaminhou à

Assembléia Legislativa daquele Estado Projeto de Lei que instituía o selo de controle dos

atos dos serviços notariais e de registro, para implantação do sistema de controle das

atividades dos notários e dos registradores, bem como para obtenção de maior segurança

jurídica quanto à autenticidade dos respectivos atos. Pelo projeto o valor de cada selo

corresponderia a R$ 0,10 (dez centavos de real). O projeto foi aprovado e a lei

sancionada pelo Governador. Com a vigência da lei foi proposta perante o STF Ação

Direta de Inconstitucionalidade onde se questionava a legitimidade do Tribunal de Justiça

para deflagrar processo legislativo tributário. Em razão disso, pergunta-se:

a) Possui o Poder Judiciário iniciativa legislativa em matéria tributária?

Resposta: Não. É de competência do Presidente da República a

iniciativa privativa para dispor, entre outras matérias, sobre a

organização administrativa e judiciária, matéria tributária e

orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos

Territórios (CF, art. 61, § 1º, II, “b”). Porém os tributos aqui tratados são

válidos no âmbito dos Territórios Federais. Para que valha no âmbito da

União, estados, Distrito Federal e municípios, a iniciativa de lei sobre

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

matéria tributária é concorrente entre o Chefe do Executivo e os

membros do Legislativo. Assim, no plano federal é de iniciativa

concorrente entre o Presidente da República e os membros do

Congresso Nacional; no âmbito dos Estados e do DF, a concorrência fica

entre o Governador e os respectivos deputados, na esfera municipal,

entre o Prefeitos e Vereadores. Os cidadãos também podem apresentar

projeto de lei sobre matéria tributária, porém devem obedecer os

requisitos para o exercício da iniciativa popular descritos acima. O STF

analisando o art 61 § 1º, II, “b” já consolidou o entendimento de que a

iniciativa legislativa em matéria tributária é CONCORRENTE. O gabarito

oficial traz uma decisão que legitima o TJ para legislar.

b) Qual a natureza jurídica do valor cobrado pelos selos?

Resposta: Taxa. E tem natureza jurídica tributária. Para o STF,

remuneram serviços públicos específicos e divisíveis (ligados ao poder

de policia). Ex: reconhecimento de firma e autenticação são também

taxas.

Caso Concreto 2

Lei Federal alterou a regra sobre o recolhimento de um tributo, determinando que o

seu pagamento fosse realizado 5 dias após o fato gerador e não mais em 90 dias. A

empresa X ingressou com mandado de segurança visando evitar o pagamento imediato

da exação, alegando que a nova regra só teria incidência no ano seguinte, em obediência

ao principio da anterioridade. Em razão disso, pergunta-se:

Assiste razão à empresa? Prazo para recolhimento do tributo está submetido ao princípio

da legalidade? E ao principio da anterioridade? Respostas fundamentadas.

Resposta: Sim. É possível alterar a regra para recolhimento do tributo

por decreto. O Principio da anterioridade e da Legalidade existem para

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

criar um tributo e não interferem em prazos para cobrança.

O Supremo já pacificou a discussão de que ambos os procedimentos

podem ser feitos, através de ato legislativo inclusive.

Caso Concreto 3

OAB-RJ- 33º Exame de Ordem/Segunda fase – Imagine que o Presidente da

República, por decreto, aumente a alíquota do IPI de 20% para 30%, em 30 de novembro

de 2007.

Pergunta-se: a partir de quando poderá ser cobrado o IPI com a alíquota de 30%? E

se ao invés do IPI o Presidente da República estivesse majorando a alíquota da CIDE

sobre combustíveis?

Resposta: Em noventa dias, com fulcro no § 1º, do artigo 150 da

Constituição Federal. Isto porque o IPI, por ser tributo extrafiscal,

também não está sujeito ao princípio da legalidade. Logo, pode ter suas

alíquotas alteradas por simples ato do Poder Executivo, do que se

conclui que as alíquotas do IPI poderão não ser aumentadas por Lei, mas

por Decreto.

Por decreto para aumentar a alíquota de IPI será de 90 dias de

prazo. O IPI é uma exceção quanto a regra para aumento por lei No caso

do IPI o procedimento foi legitimo.

Para a CIDE, ela se submete tanto a necessidade de lei quanto ao

principio da anterioridade. Tem que ser uma lei (que pode ser

ORDINÁRIA) E NÃO NECESSARIAMENTE COMPLEMENTAR) E RESPEITAR

OS 90 DIAS

QUESTÕES OBJETIVAS

1. (OAB-RJ-33º Exame de Ordem) Consoante a Constituição Federal, assinale a

opção correta em relação ao imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II):

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

a) pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que foi instituído;

b) a sua instituição pode ser realizada por meio de decreto;

c) a majoração de suas alíquotas somente poderá ser realizada por lei ordinária;

d) o contribuinte é a empresa estrangeira que vendeu o produto.

2. (OAB-RJ-31º Exame de Ordem) Em 01.06.2002 ocorreu o fato gerador de um

determinado imposto; em 10.07.2004 deu-se o respectivo lançamento de ofício; e em

20.06.2006 foi ajuizada a execução fiscal ante o não-pagamento pelo contribuinte. A Lei

X, vigente até 31.12.2003, estabelecia alíquota de 10% para o referido imposto; a Lei Y a

sucedeu e vigorou até 31.12.2004 e majorou a alíquota para 15%. Desta data em diante a

Lei Z estabelece que a alíquota é de 20%. Qual alíquota deve ser aplicada pela

autoridade fiscal?

a) 15% por ser a média entre a máxima e a mínima;

b) 15% por ser a alíquota vigente quando do lançamento;

c) 20% por ser a alíquota vigente quando da execução;

d) 10% por ser a alíquota vigente ao tempo do fato gerador.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 9

Caso Concreto 1

Empresa Passe Bem ltda. interpõe recurso extraordinário em face do acórdão que

reformou a sentença do juízo de primeiro grau de jurisdição, que havia declarado

inexigível o IPTU do Município de São José do Rio Preto, alusivo ao exercício de 1999,

em razão de haverem sido previstas alíquotas distintas para terrenos vazios e para

terrenos edificados, pois tal hipótese caracteriza cobrança progressiva. Sustenta a

empresa contribuinte, em síntese, haver o aresto ofendido o artigo 156 da Constituição da

República Federativa do Brasil. Pergunta-se:

a) Resta razão à empresa contribuinte?

Resposta: Não, porque a aliquota tem a ver com a seletividade e não

com a progressividade. A seletividade se dá em nome da função social

da propriedade.

b) Existe diferença entre alíquotas diferenciadas e progressividade de alíquotas?

Resposta: SIM. Progressivas são em relação ao mesmo referencial.

Comparação de imóveis em situações distintas é seletividade (coisas

distintas). O contribuinte com menos condições de arcar com os ônus

tributários poderá ser beneficiado de outras formas, como se observa na

legislação que segue em anexo, pois, conforme possibilitado no art. 156,

§ 1º, II, da CF/88 – o mesmo artigo que faculta a progressividade no IPTU

– poderá ser cobrado alíquotas diferenciadas de acordo com a utilização

e localização do imóvel.

c) Deve o mencionado Município cobrar alíquotas progressivas referente ao

IPTU do exercício de 1999 e do exercício de 2007?

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Resposta: Não pode cobrar referente ao IPTU 1999 porque não havia a

EC 29/2000 e Sim no ano de 2007, conforme o artigo 156, § 1º, II, da

CF/88. Pode-se dizer, inclusive, que os defensores da possibilidade

facultada pela EC 29/2000 estão em ligeira vantagem numérica sobre os

que a refutam, até mesmo porque agora a previsão é constitucional, e o

STF, inclusive, já tratou de adequar seu entendimento, através da

Súmula 688; outrora, havia entendimento contrário, consubstanciado

pela Súmula 589.

QUESTÕES OBJETIVAS

1. (OAB-RJ-21º Exame de Ordem) São não-cumulativos:

a) o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e o imposto sobre

grandes fortunas;

b) o imposto sobre a propriedade territorial rural e o imposto sobre a propriedade

predial e territorial urbana;

c) o imposto sobre produtos industrializados e o imposto sobre operações relativas à

circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal e de comunicação;

d) o imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou

direitos e o imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de

bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os

de garantia, bem como cessão de direito à sua aquisição.

LETRA C - Resposta: Estes são impostos em que o crédito resultante da operação

anterior pode ser deduzido do segundo fato gerador. Não cumulatividade: não recolher

aos cofres públicos aquilo que já foi recolhido; desconta da tributação posterior o que já

foi tributado anteriormente.

2. (OAB-RJ-33º Exame de Ordem) Considerando a progressividade de alíquotas do

IPTU e do ITR na atual redação da Constituição, assinale a opção correta:

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

a) ambos poderão ter alíquotas progressivas no tempo de modo a atender a função

social da propriedade e também poderão ter alíquotas progressivas em razão do valor do

imóvel;

b) somente o ITR poderá ter alíquotas progressivas no tempo de modo a atender a

função social da propriedade, e ambos poderão ter alíquotas progressivas em razão do

valor do imóvel;

c) ambos poderão ter alíquotas progressivas em razão do valor do imóvel, mas só o

IPTU poderá ter alíquotas progressivas no tempo de modo a atender a função social da

propriedade;

d) somente o IPTU poderá ter alíquotas progressivas em razão do valor do

imóvel, porém ambos poderão ter alíquotas progressivas no tempo de modo a

atender a função social da propriedade.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 10

Caso Concreto 1

A Cooperativa dos Produtores Rurais do Município de Pati, entidade sem fins

lucrativos, que não remunera seus diretores, nem distribui lucros entre seus

cooperativados, teve uma sobra de caixa no fim do ano de 2007. A mencionada

cooperativa decidiu aplicar esta renda em CDBs. No resgate da aplicação do rendimento

bruto, foram deduzidos IOF e IR retidos na fonte. Considerando incontroversos estes

fatos, pergunta-se: pode a Cooperativa insurgir contra a cobrança do IOF e IR? Responda

de forma objetiva e justifique sua proposta.

Resposta: A Cooperativa tem o direito de ter os valores de volta

desde que ela utilize os valores em prol das suas atividades próprias. O

IOF esta sendo considerado no caso como renda (está ampliando o

leque)

Caso Concreto 2

(OAB-RJ- 33º Exame de Ordem/Segunda fase) Sociedade de previdência privada

fechada, que cuida da capitalização dos funcionários do Banco do Brasil, resolveu

formular consulta visando informar-se sobre a possibilidade do gozo de imunidade

tributária ou isenção para o exercício de sua atividade. Emita resposta conclusiva sobre a

questão, discorrendo sobre a natureza da imunidade tributária e da isenção.

Resposta: O reconhecimento do STF diz que previdência privada é

incompatível para imunidade ou isenção. Eles não têm direito a isenção

ou imunidade.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

QUESTÕES OBJETIVAS

1. (OAB-RJ-32º Exame de Ordem) A isenção de tributos concedida por lei estadual

pelo prazo de três anos, beneficiando contribuintes que comprovem preencher certas

condições nela estabelecidas:

a) conforme autoriza o CTN, pode ser revogada, a qualquer tempo, por lei de hierarquia

superior àquela que concedeu a isenção;

b) não pode ser revogada, ainda que por lei de idêntica hierarquia ou de

hierarquia superior, antes de transcorrido o prazo previsto;

c) pode ser revogada a qualquer tempo, tendo em vista considerações de

oportunidade e conveniência da autoridade fiscal;

d) só pode ser revogada antes do prazo previsto de três anos por lei complementar

especificamente editada para esse fim.

2. (OAB-RJ-32º Exame de Ordem) Com relação ao tema das limitações ao poder de

tributar, julgue os itens subseqüentes:

I - De acordo com a atual jurisprudência do STF, a imunidade tributária recíproca

abrange as hipóteses em que a pessoa jurídica de direito público interno é contribuinte de

fato.

II - As imunidades constitucionais são consideradas objetivas quando exigem, para

sua fruição, a comprovação de que os bens, rendas ou serviços estão afetados às

finalidades essenciais da entidade.

III - Existem imunidades tributárias implícitas na Constituição.

IV - A condição legal à fruição concreta da imunidade tributária pode ser veiculada

por meio de lei ordinária federal.

Estão certos apenas os itens:

a) I e II.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e III.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 11

EMENTA DA MATÉRIA: O valor Liberdade Jurídica (continuação): o princípio técnico da

não-cumulatividade. Demais princípios gerais de direito aplicáveis à matéria tributária: os

decorrentes de direitos fundamentais, os da Administração Pública, os processuais e os

hermenêuticos. Leituras recomendadas para a resolução do caso concreto desta aula:

leia Constituição Federal, art. 155. ROSA JR., Luiz Emygdio Franco. Manual de Direito

Financeiro & Tributário, Rio de Janeiro: Renovar, 2007, Capítulo XVII-II. Jurisprudência do

TJ-RJ sobre improbidade administrativa.

Caso Concreto 1

SUPERMERCADO VENDE BEM LTDA. ajuíza embargos à execução fiscal movida

pelo Estado do Rio de Janeiro, titular de crédito tributário representado por certidão de

dívida ativa a título de ICMS. Sustenta a empresa recorrente, que a execução fiscal deve

ser considerada extinta, tendo em vista ser a energia elétrica que utiliza tratar-se de

insumo essencial para suas operações, pois, sem ela, impossível a realização de suas

atividades, tais como a fabricação de pães e outros gêneros alimentícios, não devendo,

portanto, efetuar o pagamento do ICMS. Afirma a sociedade empresária, que a vedação

ao aproveitamento do crédito tributário do imposto cobrado é uma confrontação com o

princípio constitucional da não-cumulatividade. Considere os fatos como verdadeiros, e

enfrente os argumentos trazidos pela empresa SUPERMERCADO VENDE BEM LTDA.,

concordando os discordando dos mesmos, de forma fundamentada.

Resposta: A argumentação da Empresa é falha no que concerne que não

deveria pagar o imposto do ICMS em virtude de ser insumo necessário a

sua atividade. Acontece que o principio da não cumulatividade refere-se:

ao IPI (CF, artigo 153, parágrafo 3º, II) e ao ICMS (CF, artigo 155,

parágrafo 2º, I) que podem incidir várias vezes sobre a mesma

mercadoria nas várias etapas de um processo econômico. Estabelece

que o contribuinte pode abater em cada operação tributada o montante

do imposto já pago nas operações anteriores. Neste caso a Constituição

proíbe que a União e os Estados cobrem tributos cumulativos que

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

possam incidir em mais de uma etapa de produção ou circulação. Art

155 § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput

deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir

sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de

telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do

País.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

Caso Concreto 2

FINAL TEST COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA. é uma confecção que atua

exclusivamente no mercado interno com uma matriz e uma filial num grande shopping

center. Considerando que as vendas no shopping estão muito baixas, seus sócios

pretendem desativar esta atividade, dedicando-se integralmente à atividade industrial e,

também, cogitam produzir mercado Direito Financeiro e Tributário I rias somente para

clientes no exterior. Do ponto de vista da não-cumulatividade, as alterações pretendidas

pelos sócios de FINAL TEST terão alguma repercussão nos recolhimentos do ICMS?

Justifique.

Resposta: Sim. Terá a imunidade referente ao ICMS. Se ela sair do

mercado interno (art 155 § 2º inciso X – é o estimulo a exportação) tem

imunidade ou isenção. Imunidade das receitas decorrentes de

exportação a contribuições sociais e de intervenção no domínio

econômico (art. 149, parágrafo 2°, inciso). É imunidade objetiva. O fisco

federal entende que só afasta as contribuições cujo fato gerador seja

obtenção de receita, como a CIFINS e o PIS/PASEP, mas não outras

como a CSLL e a CPMF.

Imunidade ao ICMS de “operações que destinem mercadorias para o

exterior”, e “sobre serviços prestados a destinatários no exterior,

assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto

cobrado nas operações e prestações anteriores” (CF, art. 155, parágrafo

2°, X, “a”). Essa imunidade é objetiva, foi muito ampliada pela Emenda

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Constitucional n° 42/2003. Antes, só era imune ao ICMS a exportação de

produtos industrializados. As demais exportações eram objeto de

isenção (Lei Complementar n° 87/1996), aliás, isenção heterônoma

QUESTÕES OBJETIVAS

1. (OAB/RJ – 33° Exame de Ordem) No último mês de julho, SERNAMBETIBA

INDÚSTRIA DE LÂMPADAS LTDA., empresa com sede no município do Rio de Janeiro,

auferiu receita de vendas das mercadorias que produziu no total de R$ 500.000,00. No

mesmo mês de julho/2007, recebeu em seu estabelecimento matérias-primas e novas

máquinas para a produção de lâmpadas, ambas tributadas pelo IPI e pelo ICMS na etapa

anterior. A energia elétrica consumida pela empresa no mês de julho de 2007 alcançou o

valor de R$ 18.000,00. Considerando que a concessionária de energia elétrica é isenta do

ICMS, marque a resposta certa:

a) o IPI e o ICMS decorrentes da aquisição das novas máquinas poderão ser

integralmente compensados e de uma só vez na apuração dos mesmos tributos devidos

em relação aos fatos geradores ocorridos naquele mês de julho;

b) poderá haver compensação do ICMS sobre a energia elétrica consumida e

apenas do IPI sobre as matérias-primas adquiridas;

c) não poderá haver compensação do ICMS sobre a energia elétrica

consumida, mas poderá haver creditamento do IPI e do ICMS sobre as matérias-

primas adquiridas;

d) não poderá haver compensação do IPI nem do ICMS sobre as aquisições de

matérias-primas, mas o ICMS decorrente da aquisição das novas máquinas poderá ser

compensado à razão de 1/48 por mês.

LETRA C - Resposta: já que não houve pagamento do ICMS por parte da

concessionária.

2. (OAB-RJ-28º Exame de Ordem) Segundo o texto constitucional, são princípios

que devem ser observados pela lei que traz nova disciplina para o Imposto sobre os

Produtos Industrializados:

a) seletividade, anterioridade e proporcionalidade;

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

b) seletividade, progressividade e generalidade;

c) não-cumulatividade, universalidade e noventena;

d) não-cumulatividade, seletividade e noventena.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 12

EMENTA DA MATÉRIA: Hermenêutica do Direito Tributário: introdução, críticas

doutrinárias ao CTN e noções sistemáticas gerais. Interpretação (propriamente dita) e

complementação (integração de lacunas e correção de antinomias): conceitos, métodos,

resultados. O critério econômico de interpretação. Norma geral antielisiva. Leituras

recomendadas para a resolução do caso concreto desta aula: leia Constituição Federal,

art. 150, e CTN, arts. 109 e 110. ROSA JR., Luiz Emygdio Franco. Manual de Direito

Financeiro & Tributário, Rio de Janeiro: Renovar, 2007, Capítulo XII. Jurisprudência do

STJ.

Caso Concreto

O Município de Arraial do Cabo faz publicar lei em 18.02.2005, estabelecendo a

incidência do I.T.B.I. sobre as aeronaves alienadas no território municipal, já que esses

bens são garantidos por hipoteca, o que demonstraria sua natureza imobiliária, a teor da

legislação civil. Consigne-se que esta lei municipal determinou sua eficácia imediata.

Catarina da Silva e Souza efetua alienação de uma aeronave para Jorge Antônio Amaro

(ambos domiciliados naquele Município) mediante contrato lavrado em cartório no dia

08.10.2005. De acordo com a novel legislação municipal, a Fazenda Pública de Arraial do

Cabo efetuou o lançamento de ofício do I.T.B.I. tendo a contribuinte impugnado sua

exigência na esfera administrativa, pleiteando o seu direito de não pagar o tributo em tela,

já que a lei municipal ainda não tem eficácia, em razão do art. 150, III, b, da CRFB.

Examine o caso, em suas várias nuances, sob a ótica dos princípios tributários relativos à

segurança jurídica, bem como à luz das normas do CTN sobre interpretação.

Resposta: Sob a égide da CF no seu art. 150 II,b, não poderia incidir a

cobrança no mesmo exercício. Em se tratando da hermenêutica

tributária, entendo também que uma aeronave não possa pagar ITBI

somente por ser garantida a hipoteca da mesma.

QUESTÕES OBJETIVAS

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

1. (OAB-RJ-31º Exame de Ordem) A norma que cria isenção de um tributo deve ser

interpretada da seguinte forma:

a) de forma ampla, podendo alterar conceitos do direito privado;

b) de forma literal, não podendo alterar conceitos do direito privado

c) de forma literal, podendo alterar conceitos do direito privado;

d) de forma ampla, não podendo alterar conceitos do direito privado.

LETRA B - Resposta: art. 110 e 111 CTN

2. (OAB-RJ-31º Exame de Ordem) Em relação aos decretos em matéria de Direito

Tributário é correto afirmar:

a) podem instituir tributos;

b) podem majorar tributos;

c) podem definir fato gerador, alíquota e base de cálculo de tributos;

d) restringem-se a regulamentar apenas as leis em função das quais sejam

expedidos.

3) (ENADE) O Superior Tribunal de Justiça proferiu decisão da qual se extrai o

seguinte:

1) “Tributário. IPTU e ITR. Incidência. Imóvel urbano. Imóvel rural. Critérios a serem

observados. Localização e destinação. Decreto-lei nº 57/1966. Vigência. (...)

2) O Decreto-lei nº 57/1966 recebido pela Constituição de 1967 como Lei

Complementar, por versar de normas gerais de Direito Tributário, particularmente, sobre o

ITR, abrandou o princípio da localização do imóvel, consolidando a prevalência da

destinação econômica. O referido diploma legal permanece em vigor, sobretudo porque,

alcançado à condição de Lei Complementar, não poderia ser atingido pela revogação

prescrita na forma do artigo 12 da Lei nº 5.868/1972.

3) O ITR não incide somente sobre os imóveis localizados na zona rural do

município, mas também sobre aqueles que, situados na área urbana, são

comprovadamente utilizados em exploração extrativa, vegetal, pecuária ou agroindustrial”.

4) Recurso especial a que se nega provimento.

REsp. nº 472.628/RS, Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ

27.09.2003, p. 310.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

É possível concluir desse julgamento que:

a) o imposto federal incide sobre imóvel localizado na zona urbana, se tiver

destinação agrícola;

b) o imposto municipal incidirá sempre sobre imóvel situado na zona urbana,

qualquer que seja sua destinação;

c) o imposto federal e o imposto municipal incidem sempre cumulativamente sobre

os imóveis destinados à atividade rural, se situados na zona urbana;

d) somente o imposto municipal incidirá sobre imóveis rurais, mesmo que situados

na zona urbana;

e) o imposto federal sempre incidirá sobre imóveis urbanos, qualquer que seja sua

destinação.

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Semana 13

EMENTA DA MATÉRIA: Obrigação tributária: teorias, natureza jurídica, nascimento,

conceitos, elementos, sua classificação e seus aspectos, espécies.

Leitura recomendada para a resolução dos casos concretos desta aula: leia os

artigos 113, 114 e 115 do CTN.

TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário, 14ª ed., Rio de

Janeiro: Renovar, 2007, Capítulo XIV.

ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio Franco. Manual de Direito Financeiro e Tributário. 19ª

ed., Rio de Janeiro: Renovar, 2006, Capítulo VIII. CARNEIRO, Cláudio. Manual de Direito

Tributário, 2ª ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2007, Capítulo VI.

Caso Concreto 1

Determinado prefeito edita decreto, alterando as obrigações acessórias referentes

ao ISS, bem como estabelecendo penalidades tributárias. Carlos Veloso, contribuinte,

entende que tais normas padecem de vício formal, em razão do princípio da legalidade.

Em razão de seu entendimento particular, Carlos Veloso não cumpre as obrigações

veiculadas no decreto, sendo posteriormente autuado pelo fiscal municipal, que lavra

multa em face do contribuinte. Comente sobre a legitimidade da multa lavrada pelo agente

fiscal.

Resposta: Legitima, porém pode ser discutida em razão do fato

gerador da obrigação tributária principal que no CTN (artigo 114) diz que

é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua

ocorrência. SITUAÇÃO, significando fato, conjuntos, situação de fato,

situação jurídica. Fato em sentido amplo. Toda e qualquer ocorrência,

decorrente ou não da vontade, mas sempre considerada como fato, vale

dizer, sem qualquer relevância dos aspectos subjetivos. DEFINIDA EM

LEI, vale dizer que a definição do fato gerador da obrigação tributária

principal, a descrição da situação cuja ocorrência gera a obrigação

tributária principal. Veja-se, a propósito, o que expressa o artigo 97, III,

do CTN, tendo presente que a palavra lei é por este utilizada em sentido

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

restrito. NECESSÁRIA, importa dizer que, sem a situação prevista em lei,

não nasce a obrigação tributária. Para surgir a obrigação tributária é

indispensável a ocorrência da situação prevista em lei. SUFICIENTE,

significa que a situação prevista em lei é bastante. Para o surgimento da

obrigação tributária basta a ocorrência da situação descrita na lei para

esse fim.

O Sujeito Passivo pode-se utilizar de meios para evitar a incidência

da norma tributária a fim de não pagar o tributo ou pelo menos reduzir o

seu valor, mas, para tanto, poderá se utilizar de meios lícitos ou ilícitos.

Se o Sujeito Passivo utilizar-se de meios lícitos para evitar a tributação,

estará praticando uma elisão fiscal (Ex: planejamento fiscal). Agora, se

utilizar-se de meios ilícitos, estará praticando uma evasão fiscal.

Todavia, há casos onde o contribuinte, apesar de não praticar atos

ilícitos, utiliza-se de artifícios formais, os quais são atípicos para o ato

que está sendo praticado, no intuito de impedir a incidência do tributo

ou pelo menos a incidência menos onerosa. Nestes casos, utiliza-se a

expressão elusão fiscal ou elisão ineficaz.

O art. 116, parágrafo único, do CTN, é uma norma chamada anti-

elisiva (introduzida pela LC 104/2001), pois visa combater os

procedimentos de planejamento tributário praticados com o abuso de

forma e de direito, ou seja, esta norma tem por fim impedir a ocorrência

da elusão fiscal.

Esta norma é pautada na teoria da interpretação econômica da

norma do fato gerador, que privilegia a essência econômica dos fatos

em detrimento dos seus aspectos meramente formais.

Caso Concreto 2

Determinada sociedade empresária sofreu autuação tributária em razão da

incorreção na escrituração fiscal do ICMS. Em um primeiro momento, o agente fiscal

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

dirigiu-se à sociedade empresária e notificou a empresa para que esta fizesse a aquisição

de livros fiscais e escriturasse corretamente o Direito Financeiro e Tributário I ICMS,

conforme apontava a Lei Tributária Estadual. Após 30 dias, e firme na ausência de

aquisição dos livros fiscais pertinentes, o Fiscal de Rendas do Estado retorna à sociedade

e lavra multa em razão do descumprimento de obrigações tributárias acessórias previstas

na Lei Estadual. O sócio com poderes de gerência lhe procura e informa que vem

recolhendo, pontualmente, os valores relacionados às circulações de mercadoria.

Ademais, informa o empresário que as obrigações tributárias acessórias são deveres

meramente instrumentais, que não podem existir sem a existência da obrigação

acessória, conforme informou o contador da empresa (art. 184 do Código Civil de 2002 –

a obrigação acessória segue a obrigação principal). Firme em tais fatos, o empresário lhe

indaga se a autuação fiscal está correta, e se é cabível nessa hipótese o ajuizamento de

Mandado de Segurança. Responda as indagações de forma fundamentada.

Resposta: A atuação fiscal esta correra sim.

FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - CONSIDERAR; o fato

gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da

legislação aplicável, impõe a prática ou abstenção de ato que não

configure obrigação principal (CTN, artigo 115). Nos termos do CTN esse

fato gerador pode ser definido pela LEGISLAÇÃO, e não apenas pela lei.

A situação de quem pretenda instalar um estabelecimento

comercial, por exemplo, faz nascer o dever de requerer inscrição nos

cadastros fiscais correspondentes. É uma situação de fato que, nos

termos da legislação tributária, faz nascer a obrigação tributária

acessória (de fazer) de pedir as inscrições correspondentes. A situação

de quem é estabelecido comercialmente faz nascer as obrigações

acessórias de não receber mercadorias sem o documento fiscal

correspondente e de tolerar a fiscalização em seus livros e documentos.

NATUREZA JURÍDICA - CONSIDERAR; a obrigação tributária é uma

obrigação legal por excelência. Decorre diretamente da lei, sem que a

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

vontade interfira com o seu nascimento. A lei cria o tributo e descreve a

hipótese em que o mesmo é devido. Basta que essa hipótese aconteça,

tornando-se concreta, para que surja a obrigação tributária, sendo

absolutamente irrelevante a vontade das pessoas envolvidas. As fontes

da obrigação tributária são a lei e o fato gerador. A primeira fonte é

formal. A segunda é fonte material. Ambas são indispensáveis. Não há

obrigação tributária sem a descrição da hipótese de seu surgimento.

Mas só a descrição legal não basta. É preciso que ocorra o fato descrito

na hipótese. A previsão legal (hipótese de incidência), mais a

concretização desta (fato gerador), criam a obrigação tributária.

EM RELAÇÃO A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA:

1 – É qualquer obrigação, prevista na legislação, cujo objeto é fazer ou

deixar de fazer qualquer coisa de interesse do Fisco, que não seja dar ou

entregar dinheiro.

2 – Também surge automaticamente quando ocorre no mundo concreto a

situação descrita na legislação como hipótese de incidência.

3 – Segundo o CTN, a obrigação acessória descumprida “converte-se em

obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. É importante

considerarmos que o descumprimento de uma obrigação acessória não

faz com que a mesma converta-se em principal relativamente a multa. O

que ocorre, com absoluta precisão, é que o descumprimento de uma

obrigação acessória é uma infração tributária qualquer descumprimento

de uma obrigação legal, em sentido amplo, é uma infração) e essa

infração tributária é fato gerador de uma multa (todas as multas têm

como fato gerador uma infração).

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TRIBUTÁRIO I – GABARITO COLETÂNEA – 2013.02

Dizer que a obrigação acessória converte-se em obrigação principal

dá a falsa idéia de que a obrigação acessória desapareceria, ficando no

seu lugar apenas a obrigação principal.

Não é isso que ocorre. Descumprida a obrigação acessória, ela não

desaparece; simplesmente surge, cumulativamente, uma obrigação

principal relativa à penalidade (multa) decorrente da infração.

QUESTÕES OBJETIVAS

1. (OAB-RJ-22º Exame de Ordem) A obrigação tributária principal nasce:

a) com a lavratura do Auto de Infração;

b) com a ocorrência do fato gerador;

c) com a constituição definitiva do crédito tributário;

d) com a inscrição do crédito tributário na dívida ativa.

2. (OAB-RJ-24º Exame de Ordem) Assinale a alternativa correta

a) imposto é um tributo vinculado a uma contraprestação do estado ao contribuinte;

b) os impostos resultantes de incidência sobre circulação de bens e serviços têm

destinação orçamentária e específica;

c) fato imponível e fato gerador tributários possuem a mesma significação no

tratamento tributário;

d) os impostos têm por finalidade a limitação de poderes.

Fontes:

1. Jurisway

2. Trabalhos feitos