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Direito Processual do Trabalho
Fonte: Élisson Miessa e Carlos Henrique Leite
Princípios específicos do processo trabalhista: Inicialmente vale destacar as
três funções dos princípios no direito: a) informativa: inspira o legislador na
elaboração das leis; b) interpretativa: auxiliam os operadores do direito na
compreensão e aplicação do sistema jurídico e c) integrativa: complementam
as lacunas deixadas pelo legislador.
Aplicação do CPC no processo do trabalho: subsidiária, no caso de
omissão e compatibilidade com os princípios trabalhistas. Na fase de
execução, aplica-se a lei de execução fiscal e só depois o CPC.
A) Proteção: inspira o legislador na criação da norma trabalhista mais
favorável. Não pode ser aplicado em campo probatório, inclusive
para suprir deficiência de prova! Cuidado!
B) Conciliação: o processo do trabalho dá ênfase na resolução dos
conflitos por meio da conciliação. No rito ordinário há pelo menos dois
momentos em que se buscará conciliar: a) na abertura da inicial e b)
depois das razões finais e antes da sentença. Importante ressaltar que
a homologação de acordo é faculdade do juiz (S. 418, TST).
C) Jus postulandi: o empregado pode postular em juízo pessoalmente,
sem necessidade de assistência por advogado. De acordo com a
súmula 425, o princípio se limita à vara do trabalho e TRT’s, não
alcança ação rescisória, mandado de segurança, ação cautelar e
recursos para o TST.
Macete: o jus postulandi não sabe AMAR (exceções comentadas).
D) Oralidade: em regra, os atos processuais no processo do trabalho são
orais, devido a celeridade. Importante ressaltar: Para o TST não é mais
aplicável o princípio da identidade física do juiz, tendo em vista o rito
especial desse ramo.
E) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: via de regra, as
decisões interlocutórias são irrecorríveis, vejamos a súmula sobre o
tema:
Súmula nº 214 do TST DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.
IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res.
127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da
CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso
imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal
Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b)
suscetível de impugnação mediante recurso para o
mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de
incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o
juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, §
2º, da CLT.
F) Extrapetição: em alguns casos, é permitido ao juiz conceder bem da
vida não solicitado pelo empregado. Por exemplo: deferimento do 1/3
de férias, quando o pedido for omisso. Outros casos de aplicação:
Súmula nº 211 do TST JUROS DE MORA E
CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO
PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na
liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a
condenação.
Súmula nº 396 do TST
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE
REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO SALÁRIO
RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ
EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO
"EXTRA PETITA".
I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao
empregado apenas os salários do período compreendido
entre a data da despedida e o final do período de
estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração
no emprego.
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da
decisão que deferir salário quando o pedido for de
reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT.
Competência da justiça trabalhista: é preciso ver o que dispõe o artigo 114
da CRFB. Vejamos:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e
julgar:
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos
os entes de direito público externo e da administração
pública direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
II as ações que envolvam exercício do direito de
greve;
III as ações sobre representação sindical, entre
sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores;
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas
data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita
à sua jurisdição;
V os conflitos de competência entre órgãos com
jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102,
I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
VI as ações de indenização por dano moral ou
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII as ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais
previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir;
IX outras controvérsias decorrentes da relação de
trabalho, na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão
eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de
comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
O STF decidiu que a justiça do trabalho não tem competência para julgar ações
penais, inclusive provenientes do direito de greve (ADI 3684). No entanto, a
mesma é competente para julgar ações de indenização por danos pré e pós
contratuais. Vejamos:
O contrato de trabalho, nos termos do v. acórdão da e.
2ª Turma desta Corte Superior, não impõe obrigações
nem produz efeitos apenas enquanto vigente
formalmente. A responsabilidade civil do empregador
não está limitada ao período contratual, mas igualmente
alcança as fases pré e pós-contratual.
Estados estrangeiros -> quando contratam empregados, praticam atos de
gestão, podendo ser submetidos à justiça trabalhista. No entanto, possuem
imunidade de execução. Essa imunidade de execução pode ser alvo de
expressa renúncia, assim como também não subsiste em caso de existirem
bens desvinculados da atividade diplomáticas (RE 222.358-4).
Organizações internacionais -> possuem imunidade absoluta de jurisdição, nos
termos da OJ 416, SBDI-I.
416. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO
OU ORGANISMO INTERNACIONAL.
As organizações ou organismos internacionais gozam de
imunidade absoluta de jurisdição quando amparados
por norma internacional incorporada ao ordenamento
jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do
Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos
praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição
brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula
de imunidade jurisdicional.
A justiça do trabalho também é competente para julgar demandas sobre
cadastramento no PIS (S. 300, TST) e meio-ambiente do trabalho (S. 736,
STF). No entanto, não tem competência para contribuições devidas ao sistema
“S”. Vejamos:
CONTRIBUIÇÕES EM FAVOR DE TERCEIROS- SESC-
SESI- SENAI- INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO - Com fundamento no inciso VIII do art. 114
da CF/88, falece competência a Justiça Laboral para
executar contribuições em favor de terceiros. Com efeito,
as contribuições sociais estabelecidas no art. 195, I e 11
são custeadas diretamente pelo empregador e
empregado. Outras fontes de custeio a serem instituídas
por lei são admitidas expressamente pela Constituição,
mas a regra de competência já não as abrange.
Contribuição de seguro acidente de trabalho: tem competência para executar.
Súmula 454, TST. Vejamos:
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
EXECUÇÃO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE
TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, "P.:', DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da
Julgacontribuição referente ao Seguro de Acidente de
Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a
seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, "a", da CF),
pois se destina ao financiamento de benefícios relativos
à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio
no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei n. 8.212/1991).
Julgados noticiados em informativos recentes – atenção PGE SE:
Incompetência da Justiça do Trabalho. Contrato de
estágio. Entes da administração pública. Caiu na
PGE AM.
As relações de trabalho decorrentes de estágio se
inserem na competência da Justiça do Trabalho, exceto
quando a contratação envolve entes da
administração pública. Incidência, por analogia, do
entendimento firmando na ADI nº 3395. Assim, compete
à Justiça comum processar e julgar ação civil pública
que tem como objeto denúncia contra o Centro de
Ensino Integrado Empresa e Escola (CIEE), em face do
descumprimento do art. 37 da CF, pois não vem
observando os princípios da publicidade e da
impessoalidade na execução dos contratos para
preenchimento de vagas destinadas a estágio em
instituições públicas.
Incompetência da Justiça do Trabalho. Demanda
envolvendo a administração pública e servidor.
Admissão sem concurso público. Relação jurídico-
administrativa. Competência da Justiça comum.
A Justiça do Trabalho é incompetente para processar e
julgar demanda na qual resultou caracterizada a
admissão de servidor, após a Constituição da República
de 1988, sem prévia submissão a concurso público.
Com efeito, consoante decidido pelo STF, no julgamento
do AgReg nº 7.217/MG, cabe à Justiça comum o
prévio exame acerca da existência, da validade e da
eficácia do vínculo jurídico-administrativo existente
entre servidor e Administração Pública, eis que, para o
reconhecimento do liame trabalhista, deverá o julgador,
anteriormente, averiguar a presença, ou não, de
eventual vício a macular a relação administrativa.
Competência territorial. Domicílio do reclamante.
Possibilidade. Coincidência com o local da
contratação ou da prestação de serviços. Empresa
de atuação nacional. Aplicação ampliativa do art.
651, § 3º, da CLT.
Admite-se o ajuizamento de reclamação trabalhista no
foro de domicílio do empregado apenas quando a
contratação ou a arregimentação tenha ocorrido naquela
localidade e a empresa contrate e preste serviços em
diferentes partes do território brasileiro, ou seja, possua
atuação nacional.
Mandado de segurança. Licença para o exercício de
comércio ambulante em local público municipal
administrado por concessionária de rodovia
estadual. Incompetência absoluta da Justiça do
Trabalho. Declaração de ofício. Obs: questão da
PGM-FOR.
A controvérsia em torno do direito de uso do espaço
público municipal localizado em rodovia estadual
administrada por concessionária, para o exercício de
comércio ambulante, foge à competência da Justiça
do Trabalho, especialmente na hipótese em que a
insurgência é dirigida contra atos do Município, que
negou a licença para o comércio, e da concessionária,
que teria colocado pedras do local onde a atividade
vinha se desenvolvendo, e não contra o empregador ou
o tomador dos serviços. Aqui temos a incidência do
regime jurídico administrativo, o que nada se relaciona
com a competência da Justiça do Trabalho.
Servidor estatutário/temporário -> justiça comum federal
ou estadual.
Empregado público -> justiça do trabalho.
Justiça do trabalho na greve: tem competência para julgar as ações
possessórias (SV nº 23), indenizatórias e obrigação de fazer. Vale ressaltar
que as ações de greve referentes a servidores públicos são da justiça comum,
conforme decidido pelo STF na ADI 3395.
Dano moral: compete à justiça do trabalho. Aplicação da Súmula 392, TST.
Vejamos:
Súmula nº 392 do TST
DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE
TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO
Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da
República, a Justiça do Trabalho é competente para
processar e julgar ações de indenização por dano moral
e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive
as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele
equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou
sucessores do trabalhador falecido.
Competência para executar contribuições previdenciárias. A Justiça do
Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições
fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das
contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em
pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que
integrem o salário de contribuição (súmula 368, I, TST e SV 53 do STF).
Importante ressaltar que somente incide contribuição previdenciária sobre
verbas de natureza salarial, nunca de indenizatórias. Bem como, a
competência é para sentenças condenatórias, não declaratórias.
Engloba também as contribuições de seguro acidente de trabalho (SAT) e as
devidas perante as comissões de conciliação prévia (CCP), conforme
noticiado no informativo 10, TST.
Execução fiscal relativa ao FGTS -> compete à justiça federal. Súmula 349,
STJ:
"Compete à Justiça Federal ou aos juízes com
competência delegada o julgamento das execuções
fiscais de contribuições devidas pelo empregador ao
FGTS".
Competência da ACP:
OJ-SDI2-130 AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COMPETÊNCIA.
LOCAL DO DANO. LEI Nº 7.347/1985, ART. 2º.
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, ART. 93
I – A competência para a Ação Civil Pública fixa-se pela
extensão do dano.
II – Em caso de dano de abrangência regional, que atinja
cidades sujeitas à jurisdição de mais de uma Vara do
Trabalho, a competência será de qualquer das varas das
localidades atingidas, ainda que vinculadas a Tribunais
Regionais do Trabalho distintos.
III – Em caso de dano de abrangência suprarregional ou
nacional, há competência concorrente para a Ação Civil
Pública das Varas do Trabalho das sedes dos Tribunais
Regionais do Trabalho.
IV – Estará prevento o juízo a que a primeira ação
houver sido distribuída.
Eleição de foro: em contratos de emprego NÃO PODE (art. 2º, I, IN 39/2016).
No entanto, é possível em caso de contrato de trabalho.
Partes e procuradores: se forem procuradores do Estado não podem
representar as entidades da administração pública indireta (OJ 318, SDI-I). É
preciso ter cuidado porque o TST já aceitou que os procuradores do estado
de SP recorressem em nome das autarquias, já que na constituição estadual
havia tal possibilidade (RR 196800-74.2008). Então temos que ter bastante
cuidado nesse ponto.!
Quando representam a pessoa jurídica de direito público, são dispensados de
juntar mandato e de comprovar o ato de nomeação, bastando que se
declarem como procuradores, não bastando mencionar o número da OAB (S.
436, TST).
O preposto necessariamente precisa ser empregado para representar o
empregador em audiência, salvo se for em casos de micro e pequena
empresa ou empregador doméstico (Súmula 377, TST).
O princípio do jus postulandi, conforme já mencionado, pode ser utilizado em
sede de dissídio coletivo (artigo 839, “a”, da CLT). No entanto, não é aplicável
nas relações de trabalho, apenas de emprego (IN 27/2005).
Mandato tácito ou apud acta: é aquele conferido em audiência, a
requerimento verbal do advogado e com anuência da parte representada, nos
termos do artigo 791, p. 3º, da CLT. Com esse mandato, o advogado não
poderá fazer substabelecimento (OJ nº 200, TST)! Importante ressaltar que
esse mandato supre eventual vício que exista no mandato expresso (OJ 286,
TST).
Atuação do estagiário e posterior inscrição como advogado: o TST tem uma
orientação sobre o tema, que é bastante cobrada em prova. Vejamos:
REPRESENTAÇÃO REGULAR. ESTAGIÁRIO.
HABILITAÇÃO POSTERIOR.
Válidos são os atos praticados por estagiário se, entre o
substabelecimento e a interposição do recurso,
sobreveio a habilitação, do então estagiário, para atuar
como advogado.
Há uma súmula bastante importante sobre o tema mandato, que foi alterada
recentemente, devendo verificar se está atualizado o vade mecum. Vejamos o
que dispõe:
Súmula nº 395 do TST - MANDATO E
SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE VALIDADE
I - Válido é o instrumento de mandato com prazo
determinado que contém cláusula estabelecendo a
prevalência dos poderes para atuar até o final da
demanda (§ 4º do art. 105 do CPC de 2015).
II – Se há previsão, no instrumento de mandato, de
prazo para sua juntada, o mandato só tem validade se
anexado ao processo o respectivo instrumento no
aludido prazo.
III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido,
ainda que não haja, no mandato, poderes expressos
para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código
Civil de 2002).
IV - Configura-se a irregularidade de representação se o
substabelecimento é anterior à outorga passada ao
substabelecente.
V – Verificada a irregularidade de representação nas
hipóteses dos itens II e IV, deve o juiz suspender o
processo e designar prazo razoável para que seja
sanado o vício, ainda que em instância recursal (art. 76
do CPC de 2015).
Em âmbito recursal também houve mudança da orientação do TST após a
entrada em vigor do novo CPC. Vejamos:
Súmula nº 383 do TST
RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE
REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015, ARTS. 104 E 76, §
2º
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem
procuração juntada aos autos até o momento da sua
interposição, salvo mandato tácito. Em caráter
excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o
advogado, independentemente de intimação, exiba a
procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a
interposição do recurso, prorrogável por igual período
mediante despacho do juiz. Caso não a exiba,
considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece
do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte
em fase recursal, em procuração ou substabelecimento
já constante dos autos, o relator ou o órgão competente
para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco)
dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a
providência couber ao recorrente, ou determinará o
desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
Via de regra, os honorários advocatícios não decorrem da mera sucumbência
no processo do trabalho. É preciso que o reclamante receba salário inferior a
dois salários mínimos ou não tenha condições de arcar com o custo do
processo e esteja assistido pelo sindicato da categoria, salvo em ação
rescisória, relações de trabalho e sindicato como substituto processual.
Nesses casos, a mera sucumbência gera a responsabilidade pelos
honorários. Vejamos a súmula sobre o tema – também foi alterada pelo
NCPC - importantíssima:
Súmula nº 219 do TST
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento
de honorários advocatícios não decorre pura e
simplesmente da sucumbência, devendo a parte,
concomitantemente: a) estar assistida por sindicato
da categoria profissional; b) comprovar a percepção
de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou
encontrar-se em situação econômica que não lhe
permita demandar sem prejuízo do próprio sustento
ou da respectiva família. (art.14,§1º, da Lei nº
5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I).
II - É cabível a condenação ao pagamento de
honorários advocatícios em ação rescisória no
processo trabalhista. (mera sucumbência)
III – São devidos os honorários advocatícios nas
causas em que o ente sindical figure como
substituto processual e nas lides que não derivem
da relação de emprego. (mera sucumbência)
IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de
relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento
dos honorários advocatícios da sucumbência submete-
se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86,
87 e 90).
V - Em caso de assistência judiciária sindical ou de
substituição processual sindical, excetuados os
processos em que a Fazenda Pública for parte, os
honorários advocatícios são devidos entre o mínimo de
dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da
condenação, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º).
VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte,
aplicar-se-ão os percentuais específicos de honorários
advocatícios contemplados no Código de Processo Civil.
Justiça Gratuita: existe previsão legal específica para a justiça trabalhista.
Vejamos:
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e
presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer
instância conceder, a requerimento ou de ofício, o
benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados
e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou
inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as
penas da lei, que não estão em condições de pagar as
custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou
de sua família.
Pode ser concedido de ofício pelo juiz ou requerimento por simples petição
que afirme a situação de insuficiência econômica (OJ 304, TST). Pode ser
concedido em qualquer instância trabalhista e até mesmo no prazo recursal
(OJ 269, SDI I).
É possível que o empregador faça jus ao benefício da justiça gratuita, mas
deve comprovar a sua impossibilidade econômica. Vejamos o que dispõe o
enunciado 113 do FPPC:
Na Justiça do Trabalho, o empregador pode ser
beneficiário da gratuidade da justiça, na forma do art. 98.
Importante ressaltar que o TST entende ser obrigatório o depósito recursal
por parte do empregador mesmo que ele tenha se beneficiado desse instituto.