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Direito Processual Penal Procedimento nos crimes de competência do júri A instituição do júri é considerada uma garantia constitucional e individual ( art. 5 o XXXVIII, CF) atribuindo-lhe a competência mínima para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. É uma clausula pétrea, ou seja, não poderá ser suprimida do ordenamento jurídico brasileiro em hipótese alguma. O júri é órgão jurisdicional de primeiro grau da Justiça comum estatual e federal, e é composto por cidadãos comuns (juízes leigos) escolhidos por sorteio, que sao temporariamente investidos de jurisdição, e por um juiz togado (juiz de direito). A constituição federal assegurou ao tribunal do júri a competência mínima para julgar os crimes dolosos contra a vida, o que não interdita a possibilidade de o legislador ampliar o elenco de infrações cujo o julgamento é afeto ao órgão, o que de fato jhá ocorre em relação aos crimes conexos que são apreciados pelo júri ( art. 78, I, do CPP) crimes dolosos contra a vida = Homicídio doloso, infanticídio, auxilio, induzimento ou instigação ao suicídio e aborto, em suas formas consumadas e tentadas. ( art. 74, p. 1 o CPP) Assim, aquelas infrações que apresentam o resultado morte a titulo doloso, mas que não se incluem citadas nas espécies acima, não são de competência do tribunal do júri ( ex: latrocínio, que é julgado pelo juiz singular) súmula 603 STF.

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resumo processo penal

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Procedimento nos crimes de competência do júriA instituição do júri é considerada uma garantia

constitucional e individual ( art. 5o XXXVIII, CF) atribuindo-lhe a competência mínima para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. É uma clausula pétrea, ou seja, não poderá ser suprimida do ordenamento jurídico brasileiro em hipótese alguma.

O júri é órgão jurisdicional de primeiro grau da Justiça comum estatual e federal, e é composto por cidadãos comuns (juízes leigos) escolhidos por sorteio, que sao temporariamente investidos de jurisdição, e por um juiz togado (juiz de direito).

A constituição federal assegurou ao tribunal do júri a competência mínima para julgar os crimes dolosos contra a vida, o que não interdita a possibilidade de o legislador ampliar o elenco de infrações cujo o julgamento é afeto ao órgão, o que de fato jhá ocorre em relação aos crimes conexos que são apreciados pelo júri ( art. 78, I, do CPP) crimes dolosos contra a vida = Homicídio doloso,

infanticídio, auxilio, induzimento ou instigação ao suicídio e aborto, em suas formas consumadas e tentadas. ( art. 74, p. 1o CPP) Assim, aquelas infrações que apresentam o resultado morte a titulo doloso, mas que não se incluem citadas nas espécies acima, não são de competência do tribunal do júri ( ex: latrocínio, que é julgado pelo juiz singular) súmula 603 STF.

Ou seja, a regra de competência do TJURI não é absoluta, e deve se harmonizar com outras disposições do texto constitucional.

Princípios constitucionais relativos ao júri1) Plenitude de defesa : um superlativo da ampla

defesa. Deve-se ressaltar que embora o acusado posa se defender amplamente, deve ser feito um equelibrio na relação processual ( paridade de armas) já que ele

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não ficará imune à vedação ao uso da prova ilícita, nem de sobrepor-se ao contraditório.

2) Sigilo das votações : O segredo das votações é postulado que se origina da necessidade de manter os jurados salvo de qualquer fonte de coação, constrangimento ou embaraço, por meio da garantia da inviolabilidade do teor de seu voto e do recolhimento a recinto não aberto ao público (sala secreta) para o processo de votação. * Sigilo das votações x exigência de publicidade dos julgamentos

3) Soberania dos veredictos : Proibição de que órgãos jurisdicionais de instancia superior substituam por outra a decisão proferida pelo tribunal popular (conselho de sentença). No tocante ao reconhecimento da procedência ou improcedência da pretensão punitiva. Esse principio entretanto não impede que os tribunais de segundo grau ou os superiores anulem o veredito em decorrência de vicio processual (reconhecimento de nulidade), nem que o veredicto seja cassado por ser manifestamente contrario à prova dos autos, desde que nessa ultima hipótese, apenas uma vez. Em ambos os casos o acusado é submetido a um novo julgamento pelo júri, garantindo assim, que o litigio seja resolvido em definitivo pelo tribunal popular.

Caracteres do tribunal do júri :1) temporariedade- não é permanente, é constituído para

julgar determinadas causas e depois se extingue.2) Órgão colegiado – integrado por vários membros3) Heterogeneidade- juízes de qualidade diversa- leigos e

juiz presidente (profissional)4) decisão por maioria – decisões dadas pela maioria

simples dos votos.

Providencias para a constituição do tribunal do júri

Todo ano, o juiz presidente organizará a lista geral dos jurados, onde houver necessidade, poderá haver alistamento

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de numero maior de jurados e de suplentes. (art. 415 p. 1o CPP)

Para realizar tal alistamento , o juiz presidente, sem prejuízo de escolha por conhecimento pessoa, requisitará indicação de pessoas que reúnam condições para exercer a função de jurado.

Da inclusão ou exclusão de jurado na lista definitiva cabe recuso em sentido estrito, no prazo de 20 dias, para o presidente do tribunal. Na hipótese de inclusão qualquer pessoa pode recorrer, mas na hipótese de exclusa somente a pessoa tem legitimidade recursal.

Antes de cada reunião periódica o juiz sorteará 25 jurados, e estes participarão de todos os julgamentos que ocorrerem em uma mesma reunião periódica do tribunal do júri, independente do numero de sessões a serem realizadas. No inicio de cada julgamento, serão sorteados 7 jurados dentre esses 25, para integrarem o conselho de sentença.

Capacidade geral para o serviço de júri nacionalidade brasileira cidadania – ou seja capacidade eleitoral ativa ser maior de 18 anos notória idoneidade alfabetização gozo das faculdades mentais e dos sentidos

Obrigatoriedade do serviço do júriÉ obrigatório o serviço do júri, já que se trata de dever a todos imposto, e não de mero direito ou faculdade, razão pela qual a recusa injustificada sujeita o recalcitrante ao pagamento de multa de um a dez salários mínimos. Fica sujeito a idêntica penalidade o jurado que embora tenha aceitado o serviço do júri, deixe de comparecer no dia marcado para a sessão ou se retire antes de ser dispensado pelo juiz, ressalvada a comprovação de causa legítima (art. 442 do CPP)

Escusa de consciência

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Caso seja alegado motivos de religião ou crenças para não participar do júri, acarretará a a suspensão dos direitos políticos de quem a invocar, até que seja delegado serviço de igual proporcionalidade pelo juiz.

Procedimento

Se desenvolvem em 2 fases ( caráter escalonado ou bifásico).

A 1a fase, denominada sumário de culpa tem o inicio com o recebimento da denuncia, e encerra-se com a preclusão da decisão de pronuncia. Tal etapa traduz atividade processual voltada para a formação de juízo de admissibilidade de acusação.

A 2a fase é denominada juízo da causa, se inicia com a intimação das partes para a indicação de provas que pretendem produzir em plenário e tem fim com o transito em julgado da decisão do tribunal do júri. Isso compreende um etapa preparatória ao julgamento e o próprio julgamento do mérito da pretensão punitiva.

Sumário da culpa (fase da formação da culpa)

Recebida a denúncia ou a queixa, o juiz ordenará a citação do acusado para oferecer resposta escrita, no prazo de 10 dias (406 caput, CPP)

O prazo para o réu apresentar resposta começa a contar a partir da data do cumprimento do mandado ou, do comparecimento em juízo do acusado ou de defensor constituído. Caso ele não compareça e não responda será decretada a suspensão do processo e do prazo prescricional.

Na resposta o réu poderá, além de arguir preliminares e de alegar o que entender útil à defesa, apresentar documentos e justificações, requerer a produção de provas, e arrolar até 8 testemunhas.

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Logo que apresentada a resposta, o MP será ouvido em 5 dias sobre eventuais preliminares e documentos juntados (art. 409 CPP)

Em 10 dias, o juiz deve deliberar sobre as iniciativas probatórias requeridas pelas partes, determinando se pertinente e necessárias. Ele pode também indeferir as provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.

Em audiência única serão ouvidos o ofendido, bem como as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, os peritos. No sumario da culpa, o interrogatório, que é o último ato de natureza probatório da audiência, é realizado de acordo com o sistema presidencialista de inquirição, ou seja o juiz dirige perguntas ao réu.

Ocorrem os debates orais, onde deseje e acusado tem seu tempo de falar. É proibido por lei o adiamento de ato da audiência*

Há o prazo máximo de 90 dias para conclusão do procedimento. Porém caso não cumprido o que ocorre é a libertação eventual do acusado que esteja preso nesse período.

Terminados os debates orais, passa-se a etapa decisória do sumário da culpa (ou fase da pronúncia0, em que o juiz na própria audiência, profere sua decisão ou determina que os autos lhe venham conclusos para proferir decisão em 10 dias.

4 espécies de decisão : pronuncia, impronuncia, absolvição sumária, desclassificação

Pronúncia

É a decisão por maio da qual o juiz, convencido da existência material do fato criminoso e de haver indícios suficientes de que o acusado foi seu autor ou participe, admite que ele seja submetido a julgamento perante o tribunal do júri. Tem

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caráter estritamente processual.

Classifica-se como decisão interlocutória mista não terminativa pois não põem fim ao processo nem encerra o julgamento do mérito.

É imprescindível que conste na pronuncia o dispositivo legal que se encontra o acusado, bem como que se indique qualificadoras e causas de aumento de pena existente e se se trata de crime consumado ou tentando entanto, não deve constar nenhuma referencia de causas de diminuição de pena, agravantes ou atenuantes genéricas. Assim, em caso de concurso de crimes o juiz deve apenas indicar em quais artigos está incluso o réu e por quantas vezes.

Se nessa fase, o juiz constatar existência de indícios de autoria ou participação de pessoa não incluída na denuncia, remeterá os autos ao MP p que em 15 dias proceda o aditamento.

Ao pronunciar o acusado, deve o juiz decidir, por manifestação fundamentada, acerca da necessidade de manutenção, revogação ou substituição da prisão , ou outra medida cautelar anteriormente decretada ou, em se cuidando de réu solto, sobre a necessidade de prisão preventiva. E ainda decidirá sobre o arbitramento da fiança.

São efeitos da pronuncia :

a submissão do acusado a julgamento pelo tribunal do júri

a demarcação dos limites da acusação a interrupção da prescrição

Como é realizada as intimações :

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Recurso e preclusão :

Contra a decisão de pronuncia é interponivel recuso em sentido estrito. = agravo de instrumento

A decisão de pronuncia é imutável, porém pode ocorrer a alteração da classificação dada ao dada ao delito.

Despronúncia

Uando a pronuncia é revogada diz que há a despronuncia, cujos efeitos são os mesmos da impronuncia. Ocorre nas seguintes hipóteses:

1) O juiz se retrata em razão da interposição de recurso em sentido estrito conta a decisão de pronuncia. Esta modalidade de recurso tem como uma de suas características a possibilidade de o próprio prolator da decisão em 1o grau se retratar em face doa argumentos apresentados pelo recorrente e modificar o teor da decisão

2) O tribunal da provimento ao recurso em sentido estrito interposto contra a decisão que pronunciou o acusado, excluindo o julgamento do tribunal do júri.

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impronuncia

Se o juiz não se convencer da existência do crime ou se, apesar de convencido, não considerar demonstrada a probabilidade de o acusado ser autor ou participe, deve proferir decisão de impronuncia.

Trata-se de decisão de caráter terminativo, por meio da qual o juiz declara não existir justa causa para submeter o acusado a julgamento popular. Há a possibilidade de apelar.

absolvição sumária

é a sentença definitiva por meio da qual a pretensão punitiva é julgada improcedente. Trata-se portanto, ao contrario do que ocorre com a impronuncia, de decisão de mérito, que terá lugar quando o juiz entender, provada a inexistência do fato, provado não ser o acusado autor ou participe do feito, que o fato não constitui infração penal, e demonstrada causa de exclusão do crime ou de isenção de pena.

Apelação**

desclassificação

Se o juiz se convencer, em discordância com a denuncia ou a queixa da existência exclusiva de crime que nao seja da competência do júri, deverá remeter os autos ao juízo competente, caso nao o seja.

Cabe recurso em sentido estrio.

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Juízo da causa

2a etapa do procedimento do júri.O juiz presidente, ao receber os autos, determinará a

intimação do MP ou do querelante e, ainda o defensor, para que no prazo de 5 dias apresentem rol de testemunhas (no máx. 5), requeiram diligencias e juntem documentos.

Efetivadas tais medidas, o juiz declarará o processo preparado, determinando sua inclusão na pauta de julgamento da próxima reunião periódica do tribunal do júri. Assim supera-se a fase preparatória do juízo da causa.

desaforamento:Desaforar é tirar o processo do foro em que está para

manda-lo a outro foro. O desaforamento, ou seja, o deslocamento do processo de um foro pra outro é admitido em 4 hipóteses:

1) por interesse de ordem publica2) duvida sobre a imparcialidade do júri3) duvida sobre a segurança pessoal do réu

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4) a não realização do julgamento no período de 6 meses a contar da preclusão da pronuncia, em virtude de comprovado excesso de serviço.

Ordem de preferencia do julgamento dos processos : os acusados preses, os mais antigos na prisão, os que tiverem

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sido pronunciados a mais tempo

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