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DIREITO PROCESSUAL PENAL I 2005 1º Semestre

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I

20051º Semestre

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EXPEDIENTE

CURSO DE DIREITO – CADERNOS DE EXERCÍCIOSCoordenação Geral do Curso de Direito da Universidade Estácio de SáProf. Sérgio Cavalieri FilhoProf. André Cleofas Uchôa CavalcantiCoordenação Executiva: Márcia Sleiman

COORDENAÇÃO DO PROJETOComissão de Qualificação e Apoio Didático-PedagógicoPresidência: Prof. Laerson MauroCoordenação: Prof.ª Tereza Moura

ORGANIZAÇÃO DO CADERNOProf. Bonni dos Santos

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APRESENTAÇÃO

A metodologia de ensino aplicada no Curso de Direito da UniversidadeEstácio de Sá é centrada na articulação entre a teoria e a prática, comvistas a desenvolver o raciocínio jurídico do aluno. Essa metodologiaabarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do Direito, permitindoo exercício constante da pesquisa, bem como a análise de conceitos e adiscussão de suas aplicações. Nesta perspectiva, foi criada a ColeçãoCadernos de Exercícios, que contempla uma série de casos práticos einterdisciplinares para serem desenvolvidos em aula, simulando casosconcretos de provável ocorrência na vida profissional. O objetivo destacoleção é possibilitar aos alunos o acesso ao material didático que propi-cie um aprender fazendo.Os pontos relevantes para o estudo dos casos devem ser objeto depesquisa prévia pelos alunos, envolvendo a legislação pertinente, a dou-trina e a jurisprudência, de forma a prepará-los para as discussões reali-zadas em aula.Esperamos, com estes cadernos, criar condições para a realização deaulas mais interativas e propiciar a melhoria constante da qualidade doensino do nosso Curso de Direito.

Coordenação Geral do Curso de Direito

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SUMÁRIO

AULA 1Princípios constitucionais e gerais sistematizados do processo penale outras garantias constitucionais. Sistemas processuaisDevido processo legal. Contraditório. Igualdade entre acusaçãoe defesa. Ampla defesa. Presunção de inocência. Iniciativa das par-tes. Imparcialidade do juiz. Verdade real (verdade processual). Pu-blicidade no processo. Motivação das sentenças. Favor rei. Duplograu de jurisdição. .............................................................................. 11

AULA 2Princípios constitucionais e gerais sistematizados do processo penal eoutras garantias constitucionais. Sistemas processuais (continuação)Direito à prova: natureza jurídica, titularidade e relevância. Limites aodireito à prova. Admissibilidade. Princípio da proporcionalidade. De-clarações do imputado e o direito ao silêncio. Garantias do indiciado.Inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos: violação dedomicílio, de sigilo de comunicações, de intimidade familiar e vidaprivada, de segredo profissional e religioso. Sistemas processuais.Conceito de sistema. Característica e finalidade de cada sistemahistoricamente vigente: acusatório individualista e inquisitorial.Sistema acusatório na Constituição Federal e na legislação processualpenal: Código de Processo Penal (arts. 5º, II, 18, 75, 83, 156, 2ª parte,241, 311, 408, § 1º) e nas Leis 1.521/1951, 9.034/1995, 9.099/1995 e9.296/1996. ............................................................................................ 12

AULA 3Investigação penalConceito e fundamentos. Peças de informação. Inquérito policial.Conceito. Natureza jurídica. Titularidade. Investigação direta peloMinistério Público. Características. Prescindibilidade. Formas de

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instauração: art. 5º, CPP. Cognição imediata e cognição mediata.Delatio criminis: obrigatória e facultativa. Denúncia anônima comobase para instaurar inquérito policial e o art. 5º, inc. IV, CF. Atos deinstauração: portaria e auto de flagrante. Justa causa para instauraçãoe fundamentação. Indiciamento e exclusão do indiciamento (esta, nolugar de trancamento do inquérito). Procedimento nos crimes de açãopenal pública condicionada e privada exclusiva. Procedimento noscrimes de ação penal pública e ação penal privada, conexos entre si.Termo circunstanciado da Lei 9.099/1995. ...................................... 14

AULA 4Investigação penal (continuação)Auto de flagrante. Conceito de flagrante. Modalidades: art. 302,CPP. Flagrante em crime de ação penal pública condicionada, emação penal privada, em crimes permanentes, habituais, tentados equalificados pelo resultado. Flagrante preparado, esperado, forjadoe retardado (ação controlada – Lei 9.034/1995). Flagrante eapresentação espontânea. Prazos para conclusão do inquéritopolicial. .................................................................................................. 16

AULA 5Arquivamento e desarquivamento do inquéritoArquivamento do inquérito policial: conceito, natureza jurídica, sujeitoativo e modalidades. Arquivamento por atipicidade do fato e porextinção da punibilidade. Definitividade da decisão. Arquivamento equeixa substitutiva do particular (art. 5º, LIX, CF). Desarquivamento:o art. 18, CPP e a Súmula 524, STF. Sujeito ativo do desarquivamento.Arquivamento e desarquivamento em caso de competência origináriados Tribunais. ................................................................................ 17

AULA 6Ação penal pública condenatóriaFundamento constitucional. Conceito do direito de ação. Caracterís-ticas do direito de ação. Titularidade. Exercício do direito de ação.Condições genéricas do art. 43, CPP. Classificação da ação penalbaseada na tutela jurisdicional e classificação subjetiva. Princípios

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da ação penal pública incondicionada: oficialidade, indisponibilidade,legalidade ou obrigatoriedade, indivisibilidade, intranscendência.Ação penal pública na Lei 9.099/1995 – JECrim. Princípio daindisponibilidade em caso de continência por cumulação subjetiva.A representação do ofendido. Eficácia. Natureza jurídica. Retrataçãoe seu efeito. A requisição do ministro da Justiça vincula o MP? Admiteretratação? Curador especial (art. 33, CPP). ............................. 19

AULA 7Ação penal de iniciativa privadaPrincípios básicos: oportunidade, disponibilidade, indivisibilidade eintranscendência. Ação penal nos crimes contra os costumes. Açãopenal privada personalíssima. Condições específicas para o exercícioda ação penal privada. Causas extintivas do exercício do direito deação penal privada. Substituição e sucessão processual. Queixasubstitutiva da denúncia (natureza da ação) e aditamento peloMinistério Público (art. 46, § 2), CPP). O aditamento possível pelo art.45, CPP. Aditamento à queixa exclusiva pelo próprio querelante.Possibilidade. .......................................................................................... 20

AULA 8Ação civil ex delictoSistemas processuais de reparação do dano: Código Civil (arts. 186,187, 927 e 935), Código Penal (art. 91, inc. I) e Código de ProcessoPenal (art. 63). A sentença penal condenatória transitada em julgadocomo título executivo judicial (por quantia ilíquida) no juízo cível.Efeitos no juízo cível da sentença penal absolutória própria ouimprópria (imposição de medida de segurança por inimputabilidadedo agente). Causas de exclusão de ilicitude penal e o dever de repararo dano. A legitimação ordinária e extraordinária para a ação civilreparatória. A competência de foro para a ação civil de conhecimento,de liquidação e/ou executória. Prazo prescricional para a actio civilisex delicto. A suspensão do processo criminal. ............................... 22

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AULA 9Sujeitos processuaisConceito. Classificação. O juiz e as partes processuais. Conciliado-res do juízo. Ministério Público como órgão agente e como órgãointerveniente. Assistente da acusação oficial. Assistente na açãoiniciada por queixa. Acusado: direitos e garantias. Defensor cons-tituído e defensor dativo. Defensor no JECrim (inclusive na transaçãopenal). Curador do incapaz. Peritos e intérpretes. Funcionários eserventuários da Justiça. Funcionários variáveis. ........................... 23

AULA 10Jurisdição penalConceito de jurisdição. Classificação. Princípios e limites. Carac-terísticas: concretude (pretensão deduzida), substitutividade, inér-cia e definitividade. Princípios fundamentais: investidura, indecli-nabilidade, indelegabilidade, improrrogabilidade e unidade, nullapoena sine judicio. Limitação: casos de atuação anômala de órgãosnão-jurisdicionais; casos de exclusão da jurisdição brasileira em virtu-de de imunidade diplomática; limites negativos de competência inter-nacional. Juiz natural. ........................................................................... 25

AULA 11Competência jurisdicionalConceito de competência. Natureza jurídica. Critérios determinadores.Competência Internacional: regras de territorialidade e extraterri-torialidade. Competência interna: originária dos tribunais; das justiçasespeciais; da Justiça Federal; de foro; de juízo. Competência funcional.Competência absoluta e competência relativa. Regras de fixação dacompetência: ratione loci; forum domicilii; ratione materiae; pordistribuição; por prevenção; ratione personae. Meios de declaraçãoda incompetência: declinatória, conflito negativo e exceção. ......... 26

AULA 12Causas modificadoras da competência e seus efeitos. TaxatividadeConexão. Conceito. Espécies e subespécies. Efeitos. Continência.Conceito. Espécies: cumulação subjetiva e cumulação objetiva.

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Regras para fixação do forum attractionis. Exceções. A perpetuatiojurisdicionis, a prevenção e a desclassificação (arts. 74, § 3º, 2ªparte; 410 e 492, § 2º, CPP) no procedimento por crime da competênciade júri. .................................................................................................... 28

AULA 13Reunião e separação de processos. Regras legais. Questões relevantesCompetência de foro no crime de homicídio doloso plurilocal, nocrime de homicídio culposo e no crime de lesão corporal seguida demorte. Conexão e continência. Crimes militares e crimes de júri oucrimes comuns; crimes eleitorais e crimes comuns; crimes de júri einfrações do JECrim; crimes de júri e foro por prerrogativa de função.Efeitos na competência recursal. ................................................. 29

Bibliografia. ................................................................................................... 30

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AULA 1

Princípios constitucionais e gerais sistematizados do processo penale outras garantias constitucionais. Sistemas processuais

Devido processo legal. Contraditório. Igualdade entre acusação e defe-sa. Ampla defesa. Presunção de inocência. Iniciativa das partes. Imparci-alidade do juiz. Verdade real (verdade processual). Publicidade no pro-cesso. Motivação das sentenças. Favor rei. Duplo grau de jurisdição.

CASO 1

Afanásio e Zé Pequeno foram denunciados por crime de furto qualifi-cado, praticado com escalada, na forma tentada. Narra a exordial que ZéPequeno foi flagrado no interior do imóvel, palco do fato, ao qualacessara com auxílio de uma escada móvel, atravessando uma bascu-lante localizada a uma altura aproximada de três metros, valendo-se desua estatura franzina. No interrogatório, Afanásio negou qualquer par-ticipação no ilícito. Mas Zé Pequeno confirmou ter sido exatamenteAfanásio o mentor da empreitada criminosa. Na sentença, ao valorar aprova coligida, o magistrado ressaltou a chamada de co-réu como rele-vante para a formação do seu convencimento e condenou ambos osdenunciados à pena mínima cominada. À luz dos princípios constituci-onais pertinentes, analise a decisão proferida.

CASO 2

Admitindo que as testemunhas de acusação, durante o depoimento,ficariam inibidas de dizer a verdade por temerem o réu, perigoso delin-qüente apelidado Horroroso, o magistrado tomou a iniciativa de mantê-lo fora da sala de audiências, enquanto se desenvolviam as inquiri-ções. Não adiantou o protesto do defensor, pois o magistrado invocouo seu “poder geral de cautela”, sendo sua obrigação manter a regulari-dade dos atos processuais. A teor dos princípios constitucionais perti-nentes, analise o procedimento do magistrado e diga do acerto ou de-sacerto do mesmo.

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CASO 3

O promotor de Justiça ofereceu denúncia, mas deixou de arrolar as pesso-as ouvidas no inquérito policial para servirem de testemunhas na instru-ção criminal. Sem perceber a omissão do parquet, o magistrado recebeu aexordial e, no momento procedimental próprio, designou audiência paraprova de acusação e determinou expedição de intimação das pessoasnominadas no inquérito policial, invocando os dispositivos dos arts. 156,2ª parte, e 209, CPP. A defesa impetra hc, sustentando violação do princípioinerente à imparcialidade do juiz. Solucione a questão, fundamentadamente.

AULA 2

Princípios constitucionais e gerais sistematizados do processo penal eoutras garantias constitucionais. Sistemas processuais (continuação)

Direito à prova: natureza jurídica, titularidade e relevância. Limites aodireito à prova. Admissibilidade. Princípio da proporcionalidade. Decla-rações do imputado e o direito ao silêncio. Garantias do indiciado. In-admissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos: violação de domi-cílio, de sigilo de comunicações, de intimidade familiar e vida privada, desegredo profissional e religioso.

Sistemas processuais. Conceito de sistema. Característica e finalida-de de cada sistema historicamente vigente: acusatório individualista einquisitorial. Sistema acusatório na Constituição Federal e na legislaçãoprocessual penal: Código de Processo Penal (arts. 5º, II, 18, 75, 83, 156, 2ªparte, 241, 311, 408, § 1º) e nas Leis 1.521/1951, 9.034/1995, 9.099/1995 e9.296/1996.

CASO 1

Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos nas re-sidências em região de veraneio, a polícia detém suspeito que perambula-va pelas redondezas. Após tortura físico-psicológica, o suspeito, apeli-dado Alfredinho, acabou por admitir a autoria de alguns dos crimes, in-clusive de roubo praticado mediante sevícia consubstanciada em belis-cões e cusparadas no rosto de moradora. Também delatou um comparsa,

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alcunhado Chumbinho, logo localizado e indiciado no inquérito policial.A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os meliantes, notadamenteChumbinho como aquele que mais a agrediu, apesar de ele ter mudado ocorte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal,o advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito detrancar a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova deautoria. Solucione a questão, fundamentadamente.

CASO 2

A autoridade policial recebe denúncia anônima de que Sebastião Andrade,o Neném, guarda substância entorpecente em seu barraco, para fins detráfico. Assim, por volta das 23h, uma equipe de policiais arrombou a portado barraco a pontapés em busca da “mercadoria”. Neném e sua mulheracordaram sobressaltados com a inusitada visita e não esboçaram qual-quer reação. Após vasculhar o recinto, nenhum entorpecente foi encontra-do, mas somente uma fita contendo gravação de conversa telefônica entreNeném e um desconhecido, supostamente fornecedor atacadista. Nenémfoi levado à DP local, onde a autoridade policial resolveu instaurar inqué-rito e indiciar Neném frente ao art. 12, da Lei 6.368/1976, tendo comomaterialidade o conteúdo da fita apreendida. O advogado de Neném impetrahabeas corpus, sustentando violação de princípio constitucional. Soluci-one a questão, fundamentadamente.

CASO 3

Anacleto está preso em unidade do sistema carcerário do Estado, en-quanto tramita processo por crime de homicídio em que é imputado.Desde suas declarações na polícia, e no interrogatório judicial, sistema-ticamente nega a autoria e protesta inocência. Certo dia, em vigilância derotina sobre a correspondência dos presos, o chefe da carceragem inter-ceptou uma carta que Anacleto estava enviando à sua genitora, na qualafirma: “Mãe, matei um homem. Ajude-me a sair desta prisão. Peça pormim nas suas orações”.A autoridade policial encaminhou ofício ao juízo,anexando a carta, como confissão de autoria. Tal missiva pode integrar aprova do processo? Solucione a questão, fundamentadamente, à luz dosprincípios constitucionais pertinentes.

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CASO 4

Seguindo denúncia anônima sobre existência de boca-de-fumo, uma equi-pe de policiais combina dar flagrante no local. Lá, na espreita, presenciammovimento de pessoas, entrando e saindo do imóvel, que também serviade residência. Já passava das 21h, quando telefonaram à autoridade po-licial e esta autorizou o ingresso para busca e apreensão. Assim foi feitoe os policiais apreenderam certa quantidade da erva cannabis sativa,maconha, escondida sob uma tábua do assoalho. Levado o morador àDP local, ele foi submetido ao procedimento legal de flagrante, sendoimediatamente comunicada a prisão ao magistrado plantonista de dia.Presente ao plantão, o defensor público requereu o relaxamento do fla-grante, por ilegalidade manifesta. Solucione a questão, com abordagemnecessária dos aspectos do processo penal constitucional.

AULA 3

Investigação penal

Conceito e fundamentos. Peças de informação. Inquérito policial. Con-ceito. Natureza jurídica. Titularidade. Investigação direta pelo MinistérioPúblico. Características. Prescindibilidade. Formas de instauração: art.5º, CPP. Cognição imediata e cognição mediata. Delatio criminis: obriga-tória e facultativa. Denúncia anônima como base para instaurar inquéritopolicial e o art. 5º, inc. IV, CF. Atos de instauração: portaria e auto deflagrante. Justa causa para instauração e fundamentação. Indiciamento eexclusão do indiciamento (esta, no lugar de trancamento do inquérito).Procedimento nos crimes de ação penal pública condicionada e privadaexclusiva. Procedimento nos crimes de ação penal pública e ação penalprivada, conexos entre si. Termo circunstanciado da Lei 9.099/1995.

CASO 1

Promotor de Justiça da comarca de Macaé (RJ), invocando dispositivosda CF, da Lei 8.625/1993 e da Lei complementar 75/1993, diante da suspei-ta da prática de vários crimes por agentes fiscais/fazendários, estaduais

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e municipais, lotados naquela comarca, entre os quais formação de qua-drilha armada, concussão e falsificação de documentos, instaurou pro-cedimento investigativo e passou a inquirir várias pessoas no ambienteda própria promotoria, além de colher documentos entregues por supos-tas vítimas (comerciantes locais). Alicerçado nesses elementos de infor-mação, requisitou perícia contábil e grafotécnica, para em seguida ofertardenúncia, que mereceu recebimento no juízo competente. A defesa cons-tituída pelos imputados impetrou ordem de habeas corpus; argumentouser ilícita a atividade investigativa direta pelo Ministério Público, que,com tal proceder, usurpara a função constitucionalmente reservada àpolícia judiciária; postulou, ao final, o trancamento da ação penal porausência de justa causa. Solucione a questão, fundamentadamente.

CASO 2

Um transeunte anônimo liga para a circunscricional local e informa terocorrido um crime de homicídio e que seu autor é Paraibinha, conhecidono local. A simples delatio deu ensejo à instauração de inquérito policial.Pergunta-se: é possível instaurar inquérito policial, seguindo denúnciaanônima? Responda, orientando-se por doutrina e jurisprudência.

CASO 3

Convencido de não haver o menor indício de sua participação no crime,o indiciado requer sua exclusão do indiciamento; sustenta que houveprecipitação da autoridade policial no ato que o indiciou por mera sus-peita; acrescenta que existem alguns julgados trancando o inquéritopolicial por falta de justa causa para o indiciamento; mas o que pretendenão vai a tanto, até porque o fato-crime é preocupante e seu verdadeiroautor merece ser punido, mas o trancamento impede que isso ocorra.Agasalhada a pretensão do indiciado pelo Ministério Público, como de-cidiria o magistrado, no controle do princípio da legalidade?

CASO 4

Maria Auxiliadora, mulher pobre, foi à DP noticiar ter sido vítima de crimede atentado violento ao pudor praticado por Armandinho e Pereirão.

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Instaurado o inquérito policial, foi também identificado o indivíduo Pra-zeres como terceiro agente do fato, embora não indicado pela vítima. Aoserem indiciados, os três imputados sustentam ser imprópria a investiga-ção, por falta da representação exigida no art. 5º, § 4º, CPP. Prazeresacrescenta a inadmissibilidade da sua inclusão, por não ter havido mani-festação necessária da vítima em relação a ele. À luz da legislação, dou-trina e jurisprudência, resolva a questão.

AULA 4

Investigação penal (continuação)

Auto de flagrante. Conceito de flagrante. Modalidades: art. 302, CPP.Flagrante em crime de ação penal pública condicionada, em ação penalprivada, em crimes permanentes, habituais, tentados e qualificados peloresultado. Flagrante preparado, esperado, forjado e retardado (ação con-trolada – Lei 9.034/1995). Flagrante e apresentação espontânea. Prazospara conclusão do inquérito policial.

CASO 1

Joaquim e Severino, por volta de 13h, em um dia de semana, ingressamem um auto-ônibus e assaltam os passageiros. Logo adiante descem,fugindo com pertences das vítimas. Alguns lesados, irresignados com aperda, correram atrás dos meliantes e alcançam Joaquim, poucos metrosadiante, mas Severino desaparece. Joaquim foi conduzido à DPcircunscricional, onde foi aberto o auto de flagrante pela autoridade po-licial. Por indicação de Joaquim, Severino foi localizado às 6h do diaseguinte, quando chegava para o serviço de faxina em um prédio locali-zado em rua do mesmo bairro, portando um relógio de pulso subtraído aum dos lesados. Também conduzido à circunscricional, foi incluído noflagrante, como partícipe do assalto. Analise o caso e diga sobre a lega-lidade ou ilegalidade do procedimento, em face do processo penal cons-titucional, explicitando doutrina e jurisprudência.

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CASO 2

Sob pretexto de ser dependente de drogas, policial se aproxima dotraficante Fernandinho Fumaça e diz que pretende comprar doispapelotes do pó branco. No momento em que são entregues ospapelotes, o policial dá voz de prisão em flagrante a Fernandinho, porvenda ilícita de entorpecente, e o conduz à DP local para as formalida-des legais. Pergunta-se: o caso revela hipótese legal de flagrante aensejar a lavratura do respectivo auto? Responda, fundamentadamente,explicitando doutrina e jurisprudência.

CASO 3

Rafael Junqueira, sob domínio de violenta emoção que teria sidoprovocada por comportamento estranho de sua amásia, disparou seistiros contra ela e a matou. Minutos depois foi à DP circunscricional eentregou-se à autoridade policial, dizendo-se arrependido e queren-do pagar pelo que fez. Que providência legal poderá adotar a autori-dade policial? Fundamente a resposta em lei, doutrina e jurisprudên-cia dos tribunais.

AULA 5

Arquivamento e desarquivamento do inquérito

Arquivamento do inquérito policial: conceito, natureza jurídica, sujeitoativo e modalidades. Arquivamento por atipicidade do fato e por extinçãoda punibilidade. Definitividade da decisão. Arquivamento e queixasubstitutiva do particular (art. 5º, LIX, CF). Desarquivamento: o art. 18, CPPe a Súmula 524, STF. Sujeito ativo do desarquivamento. Arquivamento edesarquivamento em caso de competência originária dos Tribunais.

CASO 1

Depois de arquivado inquérito policial, Jorge, testemunha do homicí-dio objeto daquela apuração, que depusera e afirmara nada saber sobreo fato, volta à delegacia e, em novo depoimento ao delegado, assegura

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que assistira ao crime, identificara seu autor, mas teve medo de apontá-lo na época. Com base no relatado, responda: é possível a reaberturado inquérito? Se há possibilidade, como deve ser o procedimento?Fundamente a resposta.

CASO 2

O promotor de Justiça, com atribuição, requereu o arquivamento do in-quérito policial, em razão da atipicidade, com fundamento no art. 43, I,CPP. O juiz concordou com as razões invocadas e determinou o arquiva-mento do IP. Um mês depois, o próprio promotor de Justiça toma conhe-cimento de prova substancialmente nova, indicativa de que o fato real-mente praticado era típico. Poderá ser instaurada ação penal? Funda-mente a resposta.

CASO 3

O promotor, valorando de forma equivocada fato praticado por doisindiciados, ao examinar o inquérito, só denuncia um deles. Posterior-mente, já em fase processual, outro promotor, examinando melhor ofeito, adita a denúncia para incluir aquele não denunciado. O juiz rejei-tou o aditamento com base na Súmula 524 do STF. Como deveria agir opromotor e com que fundamento?

CASO 4

O promotor de Justiça propõe o arquivamento de inquérito policial, sobo fundamento de estar extinta a punibilidade, deixando de considerarcausa de aumento da pena abstratamente cominada na lei penal (art. 140c/c 141, II, CP). O magistrado, louvando-se nas assertivas do órgão mi-nisterial, acolhe o arquivamento. Pouco tempo depois, assume novo pro-motor de Justiça e, em exame dos autos arquivados, oferece denúncia,sustentando ter havido erro de avaliação, que não pode prosperar. Éadmissível o que sustenta o novo promotor? Responda, tendo em linhade conta a doutrina e a jurisprudência pertinentes.

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AULA 6

Ação penal pública condenatória

Fundamento constitucional. Conceito do direito de ação. Característicasdo direito de ação. Titularidade. Exercício do direito de ação. Condiçõesgenéricas do art. 43, CPP. Classificação da ação penal baseada na tutelajurisdicional e classificação subjetiva. Princípios da ação penal públicaincondicionada: oficialidade, indisponibilidade, legalidade ouobrigatoriedade, indivisibilidade, intranscendência. Ação penal pública naLei 9.099/1995 – JECrim. Princípio da indisponibilidade em caso de conti-nência por cumulação subjetiva. A representação do ofendido. Eficácia.Natureza jurídica. Retratação e seu efeito. A requisição do ministro daJustiça vincula o MP? Admite retratação? Curador especial (art. 33, CPP).

CASO 1

João, operário da construção civil, agride sua mulher, Maria, causando-lhe lesão grave. O inquérito policial é instaurado e, concluído após 30dias, contendo a prova da materialidade e da autoria, é remetido ao Mi-nistério Público. Maria procura o promotor de Justiça e lhe pede que nãodenuncie João, porque o casal já se reconciliou, a lesão desapareceu e,principalmente, a condenação de João, que é reincidente, faria com queperdesse o emprego, deixando a própria vítima e seus oito filhos menoresem situação dificílima, sem ter como prover sua subsistência.Diante de tais razões, pode o MP promover o arquivamento? Respon-da, fundamentadamente.

CASO 2

João, dono de hotel em cidade do interior do estado, comparece à delega-cia de polícia e informa ao delegado que, na noite anterior, José, morador nacidade, teria se hospedado no estabelecimento, onde pernoitou e realizouduas refeições. João disse que seus empregados, de manhã, durante visto-ria nos quartos, constataram que José, sem dinheiro para pagar as despe-sas, abandonou o local normalmente, sem nem mesmo cumprimentar osporteiros. Diante da expressa manifestação de João no sentido de ver os

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fatos serem apurados, o delegado instaura inquérito e descobre que, na-quela noite, havia mais três pessoas no quarto com José – Maria, Ana ePedro. O promotor de Justiça da comarca denuncia os quatro como incursosnas penas do art. 176 do CP. Os advogados de Maria, Ana e Pedro impetramhc, alegando ausência de justa causa, já que tal crime é de ação penalpública condicionada à representação e João só representou contra José.Procedem as alegações dos advogados? Responda, fundamentadamente.

CASO 3

Pedro, ameaçado por José, dirige-se à delegacia de polícia e noticia o crimeao delegado. Diante do caso, a autoridade policial toma as providênciascabíveis. A ação penal é proposta pelo MP seis meses após a ocorrênciado fato. Ao tomar conhecimento da demanda, José contrata advogado queimpetra habeas corpus, fundamentando sua pretensão no fato de nãohaver nos autos do inquérito policial, nem no processo judicial, represen-tação formalizada por parte da vítima, motivo pelo qual estaria extinta apunibilidade do réu. Assiste razão a José? Responda, fundamentadamente.

AULA 7

Ação penal de iniciativa privada

Princípios básicos: oportunidade, disponibilidade, indivisibilidade eintranscendência. Ação penal nos crimes contra os costumes. Açãopenal privada personalíssima. Condições específicas para o exercícioda ação penal privada. Causas extintivas do exercício do direito de açãopenal privada. Substituição e sucessão processual. Queixa substitutivada denúncia (natureza da ação) e aditamento pelo Ministério Público(art. 46, § 2), CPP). O aditamento possível pelo art. 45, CPP. Aditamentoà queixa exclusiva pelo próprio querelante. Possibilidade.

CASO 1

Marco Aurélio, Rafael, Glauco e Ricardo foram indiciados por crime deação penal privada. A investigação penal foi frutífera, por terem sido

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colhidos fortes indícios de autoria e materialidade delitiva. Dentro doprazo decadencial, movida por interesses econômicos, a vítima propôsqueixa apenas contra três dos indiciados. Como deve posicionar-se oMP, quando tiver vista da queixa? Responda, fundamentadamente,explicitando lei, doutrina e jurisprudência.

CASO 2

Mário era casado com Maria, cuja interdição fora decretada. João, pai deMaria, foi nomeado curador. Na qualidade de curador, promoveu a prisãoem flagrante de Mário, por crime de adultério e, em seguida, ajuizou contraele ação penal privada, oferecendo a necessária queixa, que foi recebida. Oato de recebimento da queixa foi correto ou incorreto? Fundamente a res-posta, utilizando suplementos de doutrina e jurisprudência.

CASO 3

Karol, menor de 16 anos, filha de Arimatéia, foi estuprada por Bill, Dalton,Contúrcio e Donatelo, este também menor de idade. Acompanhada deseu genitor, Karol foi à delegacia de polícia e representou em face dosdois primeiros e deixou de fazê-lo em relação a Contúrcio, por quem jáesteve apaixonada e com quem pretendia ter namoro sério. O inquérito,concluído, é enviado ao Ministério Público, em razão do estado de po-breza da ofendida e do seu genitor. Qual a manifestação possível doparquet? Responda, justificadamente, na lei, doutrina e jurisprudência.

CASO 4

Diante da inércia do Ministério Público, que deixou expirar o prazo paraoferecer denúncia, o ofendido oferta queixa substitutiva. Em determi-nado momento processual, o réu fez transação com o acusador particu-lar e o ressarciu de todos os prejuízos decorrentes da infração penal,com o compromisso assumido por este último de pugnar pela absolvi-ção. Isto considerado, ocorrerá perempção da ação penal e conseqüen-te extinção da punibilidade? Fundamente a resposta, utilizando suple-mentos de doutrina e jurisprudência.

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AULA 8

Ação civil ex delicto

Sistemas processuais de reparação do dano: Código Civil (arts. 186, 187,927 e 935), Código Penal (art. 91, inc. I) e Código de Processo Penal (art. 63).A sentença penal condenatória transitada em julgado como título executi-vo judicial (por quantia ilíquida) no juízo cível. Efeitos no juízo cível dasentença penal absolutória própria ou imprópria (imposição de medida desegurança por inimputabilidade do agente). Causas de exclusão de ilicitudepenal e o dever de reparar o dano. A legitimação ordinária e extraordináriapara a ação civil reparatória. A competência de foro para a ação civil deconhecimento, de liquidação e/ou executória. Prazo prescricional para aactio civilis ex delicto. A suspensão do processo criminal.

CASO 1

Pedrosa, 16 anos de idade, apanha as chaves do automóvel de suagenitora e, ao volante, sem habilitação, dirige-se a uma festa em bairropróximo. Na volta para casa, perde o controle do carro e o faz colidircontra outro veículo, que trafegava em sentido contrário, causandoferimentos nos ocupantes deste último. Ao ser ouvida, a genitora dePedrosa afirma que ele não a obedecia, talvez por ser detentor de grandefortuna recebida por herança. Tendo em vista o que dispõe a lei, a quemcabe ressarcir os danos causados? Responda, fundamentadamente.

CASO 2

José Lourenço, menor de 16 anos e morador de rua, foi vítima de abusosexual (art. 214, CP) por atos de violência física cometidos por Geofranildo.O Ministério Público deflagrou a ação penal, que resultou na condena-ção definitiva do imputado, tanto que a sentença transitou em julgado.Isto considerado, indaga-se:

a) Terá o ofendido que comprovar prejuízo para obter indenização?b) Há efetiva possibilidade de reparação do dano moral?c) Não tendo o ofendido capacidade plena para a execução do títuloexecutivo penal, quem poderá representá-lo?

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CASO 3

Asdrúbal foi absolvido no juízo criminal porque o magistrado reconhe-ceu ter ele agido em estado necessário (art. 65, CPP). Pode Asdrúbal seracionado no juízo cível pelo terceiro que teve um bem jurídico sacrificadocom a prática do ato? Fundamente a resposta.

CASO 4

Tício foi condenado no juízo criminal, com redução de pena, ao ser reco-nhecido semi-imputável, sendo certo que estava sob curatela judicial.Provado que houve prejuízo para a vítima do crime, quem responderácivilmente? Indique os dispositivos legais esposados.

AULA 9

Sujeitos processuais

Conceito. Classificação. O juiz e as partes processuais. Conciliadoresdo juízo. Ministério Público como órgão agente e como órgão in-terveniente. Assistente da acusação oficial. Assistente na ação inicia-da por queixa. Acusado: direitos e garantias. Defensor constituído edefensor dativo. Defensor no JECrim (inclusive na transação penal).Curador do incapaz. Peritos e intérpretes. Funcionários e serventuáriosda Justiça. Funcionários variáveis.

CASO 1

O Ministério Público denunciou Fábio Goulart, sócio gerente do grupoGoulart S.A., pela prática da conduta prevista no art. 177, § 1º, inc. III, doCódigo Penal. Segundo o promotor de Justiça, o acusado teria usadobens da sociedade em proveito próprio, sem autorização da assembléia-geral. Surpreendido pela acusação, Fábio impetrou habeas corpus, re-querendo, liminarmente, o trancamento da ação penal. O impetrante ar-gumentou que era inexistente a justa causa ensejadora da ação penal e,portanto, ilegal a coação. Atento ao caso, João Aguiar, acionista da soci-edade e assistente da acusação na ação penal referida, peticionou no

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habeas corpus, com o objetivo de que a liminar fosse indeferida e, poste-riormente, denegada a ordem. A defesa de Fábio, irresignada com a inter-venção de João, requer sua inadmissão no mandamus e, para tanto,alega que, nessa espécie de ação, somente podem se manifestar a auto-ridade coatora e o MP. Solucione a questão, fundamentadamente.

CASO 2

Ofendido, até então não habilitado como assistente de acusação, diantede sentença condenatória que fixou pena de um ano de detenção para oréu, interpõe apelação visando ao aumento da pena. É admissível esserecurso? Como se manifestam a doutrina e a jurisprudência a respeito?

CASO 3

Ivonete está sendo processada pela prática do crime de estelionato. Aoconstituir seu patrono o Dr. Vilaça da Silva, foi intimada pelo juízo no qualtramita a causa para que constituísse outro advogado ou, caso contrário,passaria a ser defendida pela Defensoria Pública. Ivonete nomeou aque-le advogado com o intuito de afastar do processo o juiz, pois, sabendode seu entendimento contrário à tese defensiva, temia uma sentençadesfavorável. Assim, ciente da relação de compadrio do magistrado comaquele causídico, induziu, segundo fundamentou o juiz, à situação deimpedimento. A defesa, diante da decisão, impetrou mandado de segu-rança para que o direito da acusada de nomear livremente seu patronofosse preservado. Argumentou que o decisum violou o princípio consti-tucional da ampla defesa. Solucione a questão.

CASO 4

Armando Silveira, 19 anos, foi denunciado frente ao art. 157, cabeça, doCódigo Penal. Após ser interrogado, seu advogado, em preliminar dedefesa prévia, argüi nulidade do interrogatório, por não ter o magistradonomeado curador (art. 194 c/c art. 564, III, letra “c”, do CPP). Assisterazão à defesa? Afinal, a figura do curador ao réu menor de 21 e maior de18 anos subsiste diante da nova redação do art. 5, do novo Código Civil?Explicite doutrina, como base da resposta.

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AULA 10

Jurisdição penal

Conceito de jurisdição. Classificação. Princípios e limites. Característi-cas: concretude (pretensão deduzida), substitutividade, inércia e defi-nitividade. Princípios fundamentais: investidura, indeclinabilidade, in-delegabilidade, improrrogabilidade e unidade, nulla poena sine judicio.Limitação: casos de atuação anômala de órgãos não-jurisdicionais; ca-sos de exclusão da jurisdição brasileira em virtude de imunidade diplo-mática; limites negativos de competência internacional. Juiz natural.

CASO 1

Assistindo a um programa jornalístico na TV, à noite, o juiz único decomarca do interior soube que determinada pessoa havia se apropriadode um veículo automotor de propriedade da prefeitura local. No dia se-guinte, iniciou sua atividade forense mais cedo com a expedição de ummandado de busca e apreensão do veículo, restando positiva a diligên-cia cumprida por oficial de Justiça do juízo, na presença de jornalistas.Tendo em vista que todo juiz tem jurisdição, diga do acerto ou desacertoda medida judicial determinada, com as considerações doutrináriasjurisprudenciais pertinentes.

CASO 2

O juiz Marcos Palmeira, assoberbado de trabalho, resolveu baixar porta-ria determinando que, até segunda ordem, o cartório do juízo não lheenviasse mais petições referentes a medidas de urgência, que, a partirdaquela data, seriam apreciadas e decididas pelo promotor de Justiça,que com ele combinara uma ajuda. Discuta o acerto ou desacerto do atodo magistrado, segundo os princípios fundamentais da jurisdição.

CASO 3

O juiz da 2ª Vara criminal da comarca de Petrópolis, durante expedienteforense, a requerimento do promotor de Justiça com atribuição juntoàquele juízo singular, deferiu medida de busca e apreensão na residência

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do indiciado João Alfredo, sob o fundamento de que no local poderia serencontrada a arma de fogo utilizada no homicídio doloso, já sabido, pra-ticado contra Alicéia Maria, sua sócia (art. 240, § 1º, c, do CPP). Na buscajudicial foi apreendida uma arma de fogo na residência de João Alfredo,registrada em seu nome, encerrando-se as investigações. O exame perici-al de confronto balístico concluiu que o projétil retirado do cadáver davítima foi disparado da mesma arma. Obtido esse único indício de autoriacontra o indiciado, o promotor de Justiça da 2ª Vara criminal da comarcade Petrópolis reconheceu que lhe faltava atribuição para o oferecimentoda denúncia, por se tratar de crime de homicídio doloso, declinando-a,então, para Promotoria de Justiça junto à 1ª Vara criminal da mesmacomarca –tribunal do júri. O promotor de Justiça da 1ª Vara criminal dotribunal do júri aceitou a declinatória e denunciou João Alfredo, cujainicial acusatória foi recebida, sendo determinada a citação e designadoo interrogatório do réu. Citado, João Alfredo impetrou ordem de habeascorpus no Tribunal de Justiça, alegando constrangimento ilegal, porquea busca e apreensão, que gerou o isolado indício de autoria, foi determi-nada por juiz constitucionalmente incompetente, e o juiz da 1ª Vara crimi-nal do tribunal do júri da comarca de Petrópolis não poderia valer-se damesma para o juízo de admissibilidade da denúncia. Posicione-se sobre apossibilidade de concessão da ordem de habeas corpus.

AULA 11

Competência jurisdicional

Conceito de competência. Natureza jurídica. Critérios determinadores.Competência Internacional: regras de territorialidade e extraterritorialidade.Competência interna: originária dos tribunais; das justiças especiais; daJustiça Federal; de foro; de juízo. Competência funcional. Competênciaabsoluta e competência relativa. Regras de fixação da competência: rationeloci; forum domicilii; ratione materiae; por distribuição; por preven-ção; ratione personae. Meios de declaração da incompetência: declina-tória, conflito negativo e exceção.

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CASO 1

O deputado estadual João Cesário é denunciado perante o tribunal dojúri, apontado como autor de homicídio. O juiz recebe a denúncia. Oadvogado do parlamentar argüi a incompetência absoluta daquele tribu-nal, sustentando que o seu cliente teria foro no Tribunal de Justiça, porprerrogativa de função. Solucione a questão.

CASO 2

A Justiça comum estadual tem competência para o processo e julgamen-to dos crimes contra o meio ambiente (flora e fauna)? Tal competênciapoderá ser da Justiça federal? Responda, indicando os dispositivos cons-titucionais e infraconstitucionais pertinentes.

CASO 3

Paulo Pedrosa, grande empresário paulista, teve sua falência decretadapelo juiz da Vara de Falências e Concordatas daquele estado. Entendendohaver indícios de crime falimentar, o MP pleiteia a instauração de inquéritojudicial e é atendido pelo juiz. São efetivamente encontrados sérios indíci-os da prática do referido delito. Oferecida a denúncia pelo MP perante aVara de Falências e Concordatas, em virtude da Lei de Organização e Divi-são Judiciárias daquele estado (SP), que atribui a competência para o pro-cesso e julgamento dos crimes falimentares ao próprio juízo de falências econcordatas, este recebe a denúncia e determina a citação do réu paracomparecer e ser interrogado. Em alegações preliminares, a defesa de Pau-lo suscita a incompetência do juízo, alegando a inconstitucionalidade dalei estadual já citada, fundamentando sua exceção na impossibilidade deos estados legislarem sobre direito processual, tendo em vista a delimita-ção prevista no art. 22, I, da CF. Tem razão a defesa? Justifique a respostacom suplementos de doutrina e jurisprudência.

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AULA 12

Causas modificadoras da competência e seus efeitos. Taxatividade.

Conexão. Conceito. Espécies e subespécies. Efeitos. Continência. Con-ceito. Espécies: cumulação subjetiva e cumulação objetiva. Regras parafixação do forum attractionis. Exceções. A perpetuatio jurisdicionis, aprevenção e a desclassificação (arts. 74, § 3º, 2ª parte; 410 e 492, § 2º,CPP) no procedimento por crime da competência de júri.

CASO 1

Pedro, Caio, João e José formam uma quadrilha especializada em furto eroubo de automóveis importados. Os membros da quadrilha cometemcrime de roubo, mediante grave ameaça com emprego de arma de fogo, nacomarca da capital. Em razão deste fato, são denunciados na 23ª Varacriminal. Posteriormente, são denunciados no juízo único da comarca deSilva Jardim, por formação de quadrilha e interrrogados após o recebi-mento da denúncia. Neste momento o juiz toma conhecimento do pro-cesso que tramita na capital. Pergunta-se:

a) É caso de conexão?b) Já tendo sido iniciados os processos, ainda assim ocorrerá reunião deprocessos e simultâneos julgamentos?c) Caso o juiz de Silva Jardim entenda que, em razão da conexão, compe-tente é o juiz da capital, como deverá proceder?d) Se o juiz da comarca de Silva Jardim não se manifestar, como deveproceder o juiz da 23ª Vara criminal da capital? Poderá avocar o processoque tramita naquela comarca do interior, com base no art. 82, CPP?e) Qual o sentido da expressão “sentença definitiva” do art. 82, CPP?f) Em caso de sentença definitiva, a quem compete a unificação das penas?

CASO 2

José Elias foi pronunciado por homicídio contra Antonio e roubo contraLeônidas, Ulisses e Deocleciano, em infrações conexas. Ao ser quesitado

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sobre o homicídio, o júri desclassificou a infração para lesão corporalseguida de morte. O juiz-presidente ia prosseguir com a quesitação, quan-do o representante do MP requereu fosse a mesma suspensa, pois, comas respostas à primeira série de quesitos, havia o júri deslocado a compe-tência para o juiz-presidente. O defensor do réu, por seu turno, esposoutese oposta, pretendendo que se prosseguisse com a quesitação, argu-mentando que, em face da conexão, o júri continuava competente parajulgar as infrações conexas, mesmo havendo desclassificado aquela quelhe determinara, originariamente, a competência. Solucione a questão,fundamentadamente, na doutrina e jurisprudência.

AULA 13

Reunião e separação de processos. Regras legais. Questões relevantes

Competência de foro no crime de homicídio doloso plurilocal, no crime dehomicídio culposo e no crime de lesão corporal seguida de morte. Conexãoe continência. Crimes militares e crimes de júri ou crimes comuns; crimeseleitorais e crimes comuns; crimes de júri e infrações do JECrim; crimes dejúri e foro por prerrogativa de função. Efeitos na competência recursal.

CASO 1

Joca está sendo acusado por homicídio simples consumado. O crime foipraticado na comarca de Itaboraí, mas a vítima faleceu em um hospital nacomarca de Rio de Bonito, para onde fora levada com vida. A denúncia foioferecida pelo membro do Ministério Público em exercício na Vara criminaldo júri em Rio Bonito, local onde o crime se consumou, mas o juiz declinoude sua competência para o juízo criminal do júri de Itaboraí. O magistradodesta comarca, invocando o art. 70 do Código de Processo Penal, suscitouconflito negativo de competência, asseverando que o juízo competenteseria, sem dúvida, o de Rio Bonito. Solucione o conflito.

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CASO 2

Joana D’Arc dos Santos, dirigindo seu veículo em logradouro de SãoPedro D’Aldeia, por imprudência, atropelou Jandir Faceteiro, causando-lhe fratura exposta na perna direita, além de desvio da coluna vertebral.Em razão da gravidade dos ferimentos, a vítima foi internada em hospitalna cidade de Niterói. Depois de submeter-se a várias cirurgias, faleceutrês meses após o fato, em conseqüência de edema pulmonar provocadopelo extenso período de internação. Indique, à luz das regras de fixaçãoda competência, o foro e o juízo competentes para apreciar e julgar o fato.

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Bibliografia

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