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Processo Tributário 1 www.cursoenfase.co m.br O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Sumário 1. Processo Judicial Tributário.........................2 1.1 Ações de iniciativa do contribuinte...............2 1.1.1................................Ação declaratória 3 1.1.2..................................Ação Anulatória 13

Direito Processual Tribut+írio 04 aulas 203 p+íginas

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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Sumrio1. Processo Judicial Tributrio21.1 Aes de iniciativa do contribuinte21.1.1 Ao declaratria31.1.2 Ao Anulatria13

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1. Processo Judicial Tributrio.Objeto de estudo: aspectos tericos e prticos das aes judiciais que podem ser ajuizadas pelo contribuinte (aes antiexacionais) e pela Fazenda (aes exacionais), no que diz respeito obrigao e ao crdito tributrio.Aes de iniciativa do contribuinte. Ao anulatria. Ao declaratria. Ao de repetio de indbito. Ao de consignao em pagamento. Ao cautelar. Mandado de segurana. Embargos do executado.Aes de iniciativa do Fisco. Execuo fiscal. Cautelar fiscal.1.1 Aes de iniciativa do contribuinte.A doutrina costuma instituir marcos temporais que separam a ao declaratria, a ao anulatria e a repetio de indbito.Na ao declaratria. a pretenso do contribuinte obter pronunciamento judicial a respeito da existncia, inexistncia ou modo de existir de uma relao jurdica. Em regra, esta ao ajuizada antes do lanamento (embora o STJ admita que seja ajuizada em momento posterior), pois a inteno no desconstitui/anular/impugnar um ato administrativo do poder pblico (ainda no h o que desconstituir).Exemplo: Sujeito pretende que o juiz declare a inexistncia de relao jurdica tributria que o obrigue a pagar IR.Se o lanamento j tiver ocorrido, o contribuinte passa a ter uma pretenso desconstitutiva/constitutiva negativa.Exemplo: Contribuinte sofreu fiscalizao e foi lavrado um auto de infrao. Sua pretenso judicial ser a desconstituio/anulao do auto de infrao. Neste caso, o instrumento mais adequado sua pretenso seria a ao anulatria.Para a ao repetitria, o marco temporal ser o pagamento. Assim, o pagamento indevido do tributo que gerar o interesse de agir para a propositura desta ao.Observao: possvel cumular os trs pedidos (declaratrio, anulatrio e repetitrio) em uma s ao.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Exemplo: Determinada empresa est em dvida quanto alquota de tributo incidente sobre sua atividade. A empresa acredita que deve ser tributada em 2%, no entanto, vem incidindo alquota de 3%. possvel que ajuze uma s ao requisitando: i) declarao de inexistncia de relao jurdica tributria que obrigue o pagamento com base na alquota de 3%; ii) anulao dos lanamentos baseados na alquota de 3%; iii) devoluo do que foi pago indevidamente nos ltimos 5 anos.1.1.1 Ao declaratria.As consideraes iniciais esto no art. 4 CPC:Art. 4 O interesse do autor pode limitar-se declarao:I - da existncia ou da inexistncia de relao jurdica;II - da autenticidade ou falsidade de documento.Pargrafo nico. admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violaodo direito.O objeto da ao declaratria limita-se declarao do direito.O contribuinte pretende discutir a relao jurdica existente, objetivando provimento judicial acerca da existncia, inexistncia ou modo de existir de uma relao jurdica.Exemplo1: Sujeito acabou de receber uma verba indenizatria e pretender afastar a incidncia de IR (ainda no houve lanamento). A partir disso, ajuza ao declaratria para obter provimento no sentido de inexistncia de relao jurdica que ampare a incidncia do IR.Exemplo2: Quando a ao questionar apenas alquota aplicvel, a demanda ter como objeto a declarao do modo de existir daquela relao jurdica.Relao jurdica tributria = vnculo de natureza obrigacional que une um sujeito ativo e um sujeito passivo em torno de um objeto (pagamento do tributo).Neste sentido, o REsp 83.180/RS:TRIBUTRIO. ISS. SERVIO DE COMPOSIO GRAFICA. AO DECLARATRIA. 1. - A AO DECLARATRIA CABVEL PARA DECLARAR A EXISTNCIA OU A INEXISTNCIA DE UMA OBRIGAO TRIBUTRIA ACESSRIA OU PRINCIPAL. O MEIO PROCESSUAL ADEQUADO PARA QUE O CONTRIBUINTE OBTENHA A SEU FAVOR UMA DECISO JUDICIAL QUE ESTABILIZE, CARACTERIZE E INDIVIDUALIZE OS LIMITES DA OBRIGAO TRIBUTRIA EM CASOS CONCRETOS.Observao: No cabe ao declaratria para interpretao de lei em tese.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.LegitimidadeAs partes legtimas so os titulares da relao deduzida em juzo. A legitimidade ad causam, no processo judicial tributrio em geral, est adstrita aos sujeitos envolvidos na relao tributria material em litgio, pouco importando a tanto:a) Que haja responsabilidade de terceiro pelo pagamento, decorrente de contrato;Exemplo: Imvel locado. A legitimidade para discutir o IPTU em juzo ser do proprietrio, ainda que o contrato de locao determine o pagamento do tributo pelo locatrio.b) Quem seja a entidade federativa competente para legislar sobre determinado tributo, se, em relao a ele, houve delegao de capacidade tributria ativa a outra.Exemplo: Cabe Unio legislar sobre a taxa de controle e fiscalizao ambiental. No obstante, a fiscalizao ambiental e a cobrana da taxa so promovidas pelo IBAMA. Neste caso, o sujeito passivo de eventual ao declaratria dever ser o IBAMA, eis que titular da relao jurdica.Observao: IRPF - estados. Art. 157, I CR.Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:I - o produto da arrecadao do imposto da Unio sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer ttulo, por eles, suas autarquias e pelas fundaes que institurem e mantiverem;Assim, a receita do IR retido na fonte dos vencimentos dos servidores estaduais pertence ao respectivo estado. Trata-se de situao anmala, pois o IR imposto federal.Smula 447 STJ:Os Estados e o Distrito Federal so partes legtimas na ao de restituio de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores.A relao jurdica no IR estabelecida com a Unio, qualquer pessoa, seja ou no servidor pblico, dever entregar declarao de bens e rendimentos Receita Federal.Ocorre que, pela lgica do art. 157, I CR, se o servidor estadual ajuizar ao de restituio de IR retido na fonte e esta for julgada procedente, na prtica, o prejuzo ser do prprio estado, que deixar de receber aquela parcela.A regra geral determina que legitimidade para a ao pertence aos titulares da relao jurdica deduzida. No obstante, no caso em tela, como o total da verba em discusso pertence ao estado, a ao deve ser contra ele proposta, perante a justia estadual.No h que se falar em litisconsrcio entre Unio Federal e estado.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Conforme j asseverado pelo STJ, esta regra se aplica s aes de restituio, bem como s declaratrias e anulatrias.Interesse de agirNo se admite a ao declaratria para esclarecimento de fatos ou para interpretao do direito em tese. O Poder Judicirio no rgo consultivo, ou seja, o juiz no pode oferecer consultas/opinies/pareceres sobre qual a lei aplicvel a determinado caso em abstrato.Neste sentido, o Resp 72417/RJ:A ao declaratria exige, para sua propositura, que haja incerteza objetiva e jurdica, isto , relativa a direitos e obrigaes j existentes e atuais e no apenas possveis.E tambm o Resp 232296/MG:A propositura de ao declaratria de existncia ou inexistncia de relao jurdico- tributria legitimada pelo fato de o contribuinte desejar obter a certeza sobre a existncia ou inexistncia de uma relao jurdico-tributria (se h ou no, em relao a ele ou ao seu caso, imunidade, no-incidncia ou iseno). No pode versar sobre a lei em tese, e sim sobre fato gerador determinado. Visa a extrair do Poder Judicirio a declarao de que o fato realizado d ensejo a posterior exigncia tributria. pacfica a adoo do critrio do fato gerador para caracterizar o interesse na ao declaratria. Assim, a pretenso levada ao Poder Judicirio em ao declaratria deve pressupor fato gerador j ocorrido.O professor entende que seria at aceitvel ajuizar ao declaratria relativa a fato gerador em vias de ocorrer, desde que no fosse algo totalmente hipottico.Cleide Previtalli Cais adota o seguinte posicionamento:Distino que se h de fazer entre ao anulatria e declaratria que a anulatria pressupe um lanamento, que se pretende desconstituir ou anular; a declaratria no o pressupe. Atravs desta pretende-se declarar uma relao jurdica como inexistente, pura e simplesmente. (O Processo Tributrio, pgs. 495/496).No texto acima, "lanamento" deve ser interpretado em sentido amplo, abrangendo todos os meios de constituio do crdito tributrio (declarao do contribuinte, auto de infrao etc).Observao: irrelevante a designao (nome) dada pela parte autora ao ajuizar a ao. Na prtica, a confuso tanta que se criou uma nomenclatura redundante para evitar dvidas: quando a pretenso for apenas declaratria, a respectiva ao denominada "ao declaratria pura e simples". Por outro lado, quando alm da pretenso declaratria houver outros pedidos de natureza diversa (anulatrio, restituio), a denominao ser "ao declaratria".

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Esta questo da nomenclatura ter vrios efeitos, influindo at na questo no prazo prescricional. A doutrina entende que a "ao declaratria pura e simples" imprescritvel. Por outro lado, se a ao declaratria tiver contedo constitutivo ou condenatrio, estar sujeita a prescrio.Neste sentido, o Resp 947206/RJ:O prazo prescricional adotado em sede de ao declaratria de nulidade de lanamentos tributrios qinqenal, nos moldes do art. 1 do Decreto 20.910/32.No precedente acima, a ao declaratria tinha uma pretenso constitutiva negativa nela incorporada, eis que visava anular lanamentos. Neste caso, o prazo prescricional ser de 5 anos.Exemploi: Sujeito ajuza ao objetivando que o juiz declare o seu direito de compensar valores indevidamente pagos a ttulo de IR. Neste caso, a pretenso no meramente declaratria. Alm de declarar o direito, o juiz necessariamente ter que reconhecer o pagamento indevido. Com isso, a sentena ter inequvoco contedo condenatrio (dever da Unio de compensar os valores).Exemplo2: Sujeito pretende a declarao de seu direito de compensar valores indevidamente recolhidos h 6 anos atrs. Neste caso, a ao estar prescrita, eis que o pedido no meramente declaratrio, e o prazo para compensao de 5 anos.Neste sentido, os seguintes precedentes do STJ:Ao declaratria pura imprescritvel, mas, quando tambm h pretenso condenatria, restituio do indevido, sujeita-se ao fenmeno da prescrio.( REsp 750620/ES - 25/04/2007).A ao declaratria com carga constitutiva, como o caso da constitutiva negativa, est sujeita prescrio.(REsp 748996/RJ - 26/03/2007).O STJ tambm j se pronunciou no sentido que:No h interesse jurdico em obter tutela declaratria quando, ocorrida a desconformidade entre estado de fato e estado de direito, j se encontrar prescrita a ao destinada a obter a correspondente tutela reparatria.O prazo para ao repetitria de 5 anos. No caso concreto, o contribuinte j havia perdido o prazo para ao repetitria. Com isso, ajuizou ao declaratria, objetivando provimento judicial no sentido de que no havia relao jurdica tributria a amparar o pagamento daquele tributo devido h X anos atrs. Em tese, tal ao seria imprescritvel, pois o pedido era puramente declaratrio. Ocorre que o STJ entendeu que, se a pretenso reparatria (restituio) j estiver prescrita, no h interesse de agir em ao declaratria.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Por fim, consignou o STJ que:Expressiva hiptese de interesse de agir prevista em lei a do art. 4 do CPC, e seu pargrafo nico, no qual o legislador permite a propositura de ao declaratria ainda que a parte possa promover, de logo, a ao condenatria.Na prtica uma situao pouco provvel de ocorrer, pois o contribuinte passar logo ao condenatria (repetio do indbito/restituio), no havendo porque propor uma ao declaratria antes.Ao declaratria e repetio de indbitoA ao declaratria pode ser cumulada com a repetio de indbito.Ao declaratria e execuo> A sentena na ao declaratria comporta execuo de valores pecunirios? possvel execuo na forma do art. 730 CPC?R: Importante ressaltar que o questionamento no se refere s verbas sucumbenciais, que seguramente podero ser objeto de execuo.Para a doutrina tradicional, a ao declaratria no comporta execuo, porque pretende "acertar" a relao jurdica controvertida.Ao responder tal pergunta, preciso atentar a j mencionada questo da nomenclatura das aes. certo que uma ao declaratria pura e simples no comportar este tipo de execuo pecuniria. Por outro lado, a sentena em ao declaratria que tenha algum pedido condenatrio poder ser executada.O STJ se pronunciou nos seguintes termos:No atual estgio do sistema do processo civil brasileiro no h como insistir no dogma de que as sentenas declaratrias jamais tm eficcia executiva. Tem eficcia executiva a sentena declaratria que traz definio integral da norma jurdica individualizada. No h razo alguma, lgica ou jurdica, para submet-la, antes da execuo, a um segundo juzo de certificao. (ERESP - 609266,11/09/2011).Esta controvrsia surgiu concretamente no mbito dos pedidos de compensao. Na esfera federal, a compensao regulada pelo art. 74 da Lei 9430/96:Art. 74. O sujeito passivo que apurar crdito, inclusive os judiciais com trnsito em julgado, relativo a tributo ou contribuio administrado pela Secretaria da Receita Federal, passvel de restituio ou de ressarcimento, poder utiliz-lo na compensao de dbitos prprios relativos a quaisquer tributos e contribuies administrados por aquele rgo. (Redao dada pela Lei n 10.637, de 2002) (Vide Decreto n 7.212, de 2010) (Vide Medida Provisria n 608, de 2013) (Vide Lei n 12.838, de 2013).

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.A Lei 9430/96 admite a compensao de valores pagos indevidamente/a maior com dbitos que surgirem em perodos posteriores.Exemplo: Contribuinte comete erro e recolhe dois DARFs do IR ao invs de um s. Neste caso, ainda na via administrativa, j poder pedir a restituio do valor indevidamente pago ou a compensao com um dbito de perodo subsequente de apurao.O problema surge quando Fazenda e contribuinte controvertem quanto ao fato do pagamento ter sido ou no indevido. (hiptese que no ocorre no exemplo acima).Exemplo: Contribuinte entende que no incide IR sobre indenizao recebida a ttulo de dano moral. A Receita Federal, por sua vez, entende que incide. certo que, no ltimo exemplo, a Receita Federal no homologaria eventual compensao feita pelo contribuinte.Diante de tal quadro, os contribuintes passaram a ajuizar aes denominadas declaratrias, objetivando que fosse declarada a inexistncia de relao jurdica tributria que o obrigasse ao pagamento certo tributo. Requisitavam, ainda, que fosse declarado o direito de compensar os valores indevidamente recolhidos nos ltimos 5 anos na via administrativa.Conforme possvel verificar, o pedido no era a condenao da Unio para que devolvesse as quantias indevidamente pagas por meio de precatrio (execuo pelo art. 730 CPC). O que se pretendia era uma ordem judicial autorizando compensao em via administrativa, nos termos do art. 74 da Lei 9430/96.Ocorre que, em muitos casos, aps a sentena de procedncia, o contribuinte percebia que seria muito mais vantajoso receber aquele valor indevidamente pago do que compensar. Deve-se ter em mente que estas aes se arrastam por anos no Judicirio, e que ao final o valor em discusso ser corrigido monetariamente, incidiro juros etc.Embora a sentena fosse meramente declaratria, este contribuinte iniciava a sua execuo para receber o valor discutido, e no mais fazer a compensao em via administrativa.A Unio, em sede de embargos, argumentava que tal execuo violava a coisa julgada, eis que no havia contedo condenatrio na sentena e, por conseguinte, nenhum ttulo a ser executado.Em uma anlise inicial, a Fazenda estaria certa, pois deve-se respeitar a coisa julgada. Se a sentena apenas autorizava a compensao, no pode o contribuinte pretender execut-la para receber os valores.Em que pese tal argumento, a posio do contribuinte tambm deve ser considerada. para esses casos que deve-se aplicar aquele entendimento do STJ segundo o qual "tem

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.eficcia executiva a sentena declaratria que traz definio integral da norma jurdica individualizada. No h razo alguma, lgica ou jurdica, para submet-la, antes da execuo, a um segundo juzo de certificao". Desta forma, no haveria lgica em obrigar o contribuinte a ajuizar nova ao quando j teve o seu direito declarado.Para uma melhor anlise, passa-se visualizao do caminho percorrido pelo juiz para chegar a uma hipottica sentena condenatria (restituio):1) Ainda que no explicitado no dispositivo da sentena, necessariamente dever existir em sua fundamentao afirmativa no sentido de que o pagamento foi indevido.2) A partir da afirmativa anterior, surge o argumento base para condenar a Unio a restituir aqueles valores.Por sua vez, para chegar sentena declaratria (do direito de compensar), o caminho percorrido pelo juiz ser o seguinte:1) Verificar se o pagamento foi ou no indevido. Tal anlise pressuposto lgico para confirmar o direito compensao.2) Analisar o pressuposto da restituio. Somente far jus compensao aquele que tiver pago indevidamente um valor passvel de devoluo.Exemplo: Se a verba em questo estiver prescrita, ainda que paga indevidamente, no haver direito compensao.3) Verificar se cabvel o direito compensao.Exemplo: Juiz verificou que o pagamento foi indevido e que a verba no est prescrita. No obstante, julga improcedente o pedido, pois a forma de compensao requisitada pelo contribuinte vedada por lei.Conforme possvel perceber, se ambas as sentenas fossem divididas em captulos, o contedo seria bastante parecido, com a diferena que a declaratria possuiria um tpico a mais tratando do direito compensao.Diante disto, afirma o STJ ser perfeitamente possvel a execuo da sentena declaratria, eis que seu contedo, em essncia, basicamente o mesmo de uma sentena condenatria.Inobstante, preciso ficar atento para os casos nos quais os contribuintes tentam realizar manobras para ir alm do que de fato foi pedido.Exemplo: Contribuinte requisitou a declarao de inexistncia de relao jurdica tributria que o obrigue a pagar IR. Alega ser isento do pagamento do tributo. No fez qualquer pedido de compensao e/ou restituio. O pedido foi julgado procedente. Com o

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.trnsito em julgado, o contribuinte ingressa com execuo da sentena na forma do art. 730 CPC para reaver os valores indevidamente pagos.Neste caso, o pedido se restringia unicamente declarao de inexistncia de relao jurdica que o obrigasse a pagar o tributo. Assim, no h titulo executivo a lastrear um processo de execuo, pois o pedido formulado pelo contribuinte no demandava qualquer anlise quanto a pagamento indevido e direito restituio e/ou compensao.Neste sentido, o entendimento do STJ:Ocorre que o posicionamento retratado nos julgados transcritos no se aplicam hiptese dos autos. Em ateno ao pedido da ao de conhecimento, a sentena alcanada pela recorrente declarou unicamente "...a inexistncia da obrigao de recolher a contribuio prevista no art. 3, inciso I, da Lei 7787/89, incidente sobre a remunerao paga a administradores e trabalhadores autnomos". Nada decidiu, por exemplo, sobre o regime de compensao a que estaria sujeito o contribuinte, sobre a prescrio tributria ou ainda, ante o art. 166 CTN, sobre a sua legitimidade para reaver os supostos pagamentos indevidos, matrias essenciais ao reconhecimento do direito de compensar o indbito tributrio, mesmo que administrativamente.Observaoi: A respeito do tema "execuo de sentena declaratria", havia duas posies no STJ. Teori Zavascki entendia tratar-se de uma eficcia executiva da sentena declaratria. Em outro sentido, Luiz Fux consignava que a sentena, embora denominada declaratria, tinha na verdade contedo condenatrio. A despeito da diferena de conceituao, ambos defendiam a possibilidade de execuo de tal sentena.Observao2: Atualmente, tanto a repetio de indbito quanto a compensao so vistas pelo STJ como formas de devoluo de quantias pagas indevidamente.Segue acrdo da relatoria do Ministro Luiz Fux (ainda no STJ):PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. SENTENA CONDENATRIA DO DIREITO COMPENSAO DE INDBITO. REPETIO POR VIA DE PRECATRIO. POSSIBILIDADE. ALEGAO DE AUSNCIA DE DEDUO DE QUANTIA RETIDA NA FONTE E J RESTITUDA POR CONTA DE DECLARAO DE AJUSTE ANUAL. 1. A obteno de deciso judicial favorvel transitada em julgado, proferida em ao condenatria, confere ao contribuinte a possibilidade de executar o ttulo judicial, pretendendo o recebimento do crdito por via do precatrio, ou proceder compensao tributria. (STJ - AgRg no Ag: 929194 SC 2007/0168767-5, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 13/05/2008, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicao: DJe 16/06/2008)Outro precedente relatado pelo Ministro Teori Zavascki:A sentena declaratria que, para fins de compensao tributria, certifica o direito de crdito do contribuinte que recolheu indevidamente o tributo, contm juzo de certeza e de definio exaustiva a respeito de todos os elementos da relao jurdica questionada

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.e, como tal, ttulo executivo para a ao visando satisfao, em dinheiro, do valor devido (REsp n. 614.577/SC, Ministro Teori Albino Zavascki).Ao declaratria e tutela antecipada possvel a antecipao dos efeitos da tutela em ao declaratria para impedir a administrao de exigir, mediante execuo fiscal, o pagamento do crdito em discusso (art. 151, V CTN).Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crdito tributrio:V - a concesso de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espcies de ao judicial;Exemplo: Quando o contribuinte ajuza ao declaratria, em tese, o fato gerador j ocorreu, mas ainda no foi feito o lanamento. Teoricamente, no h pretenso anulatria, deseja-se apenas a declarao de inexistncia de relao jurdica tributria. Ocorre que no decorrer da ao, possvel que a Fazenda proceda ao lanamento. Para evitar que o lanamento seja feito, o contribuinte aduz pedido de antecipao dos efeitos da tutela.> possvel que o contribuinte atue neste sentido, impedindo que a Fazenda exera oseu poder-dever de lanar?R: O STJ entende que no, pois no cabe ao juiz impedir que o Poder Pblico constitua seu crdito tributrio via lanamento. A concesso de tutela antecipada em ao declaratria apenas impedir o respectivo procedimento de execuo fiscal.As premissas a serem observadas so as seguintes: O art. 151, V CTN fala apenas em suspenso da exigibilidade do crdito tributrio, o que significa que o crdito uma vez constitudo no poder ser exigido/cobrado, no poder haver inscrio em dvida ativa e ajuizamento de execuo fiscal. No h qualquer meno impeditiva do lanamento, que no s pode como deve ser feito, a fim de que se evite a decadncia. Quando ocorre suspenso da exigibilidade do crdito por meio de concesso de liminar, a Fazenda pode efetuar o lanamento, mas no pode prosseguir na cobrana do crdito. A retomada da cobrana depender do resultado da ao judicial.Hugo de Brito Machado entende que a concesso da liminar no seria propriamente para suspender a exigibilidade, e sim para impedir que, caso venha a ser lanado, o crdito possa ser exigido.Se ao final a ao for julgada improcedente, o crdito que estava com exigibilidade suspensa poder ser cobrado.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Por sua vez, se o pedido for julgado procedente (confirmao da liminar), a sentena desta ao declaratria necessariamente ter eficcia constitutiva negativa do crdito (efeito tpico das aes anulatrias). A consequncia final ser a anulao do crdito pela Fazenda.Resumindo:De acordo com o STJ, a deciso judicial no pode impedir a Administrao Pblica de efetuar o lanamento, ou seja, de constituir o crdito. A deciso judicial impede apenas atos de cobrana (inscrio em dvida ativa e ajuizamento de execuo fiscal). Sobre o tema, o STJ se posicionou nos seguintes termos:A suspenso da exigibilidade do crdito tributrio impede a Administrao de praticar qualquer ato contra o contribuinte visando cobrana de seu crdito, tais como inscrio em dvida ativa, execuo e penhora mas no impossibilita a Fazenda de proceder sua regular constituio para prevenir a decadncia do direito de lanar.Observao: Se a Fazenda deixar de lanar o crdito no prazo, ainda que o pedido seja julgado improcedente ao final da ao, restar materializada a decadncia.Valor da causa nas aes declaratriasDe acordo com o STJ:Ainda que se cuide de ao declaratria, o valor da causa deve corresponder ao do seu contedo econmico, considerado como tal, aquele referente ao benefcio que se pretende obter com a demanda, conforme os ditames dos artigos 258 e 259, I, do Cdigo de Processo Civil. (REsp 926535/SP).Exemplo: Contribuinte pretende a declarao de inexistncia de relao jurdica tributria que o obrigue a pagar R$ 100.000,00. Como a consequncia desejada que este pagamento seja afastado, o valor da causa deve ser tambm de R$ 100.000,00.Observao: H quem entenda que nas aes declaratrias no existe contedo condenatrio, portanto, no seria possvel estipular um exato valor para a causa, que deveria ser estabelecido por meio de estimativas.Ao declaratria incidentalQuando o estado de incerteza ocorre no curso de processo j iniciado.Exemplo: Se no curso do processo de ao de rito ordinrio venha a se tornar duvidosa determinada relao jurdica entre as partes , de cuja existncia ou inexistncia depender o julgamento da lide.Instrumento pouco utilizado em sede de direito tributrio.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1.1.2 Ao Anulatria.Objeto e cabimento.Pode ser promovida pelo contribuinte contra a Fazenda Pblica, tendo como pressuposto a preexistncia de um lanamento fiscal.No h interesse em propor ao anulatria se o crdito tributrio, seja tributo ou multa, ainda no foi constitudo. No se verifica o interesse de agir.Conforme destaca Arruda Alvim:A distino que se h de fazer entre ao anulatria e declaratria que a anulatria pressupe um lanamento, que se pretende desconstituir ou anular; a declaratria no o pressupe. Atravs desta pretende-se declarar uma relao jurdica como inexistente, pura e simplesmente.A pretenso do contribuinte anular um ato administrativo (lanamento).Observao: Muitas vezes, a constituio do crdito decorre de declarao do prprio contribuinte. No obstante, possvel que o contribuinte pretenda a desconstituio do ato praticado por ele prprio.Exemplo: Fez a declarao com base em determinada lei, mas pretende a desconstituio do crdito alegando que aquela lei inconstitucional.Ao anulatria e depsito> O depsito imprescindvel nas aes anulatrias que visem anular um crdito jinscrito em dvida ativa (art. 38 da Lei 6830/80)?Art. 38 - A discusso judicial da Dvida Ativa da Fazenda Pblica s admissvel em execuo, na forma desta Lei, salvo as hipteses de mandado de segurana, ao de repetio do indbito ou ao anulatria do ato declarativo da dvida, esta precedida do depsito preparatrio do valor do dbito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos.A lei fixa um novo marco, que seria a inscrio em dvida ativa.Como a inscrio em dvida ativa confere certeza e liquidez para o crdito, a partir deste momento, a sua discusso somente poderia ser feita com a garantia do juzo. Em sede de execuo fiscal, a discusso quanto ao crdito feita por meio dos embargos execuo fiscal. Pela lgica da Lei 6830/80, a oposio destes embargos sempre ir pressupor a garantia ao juzo (penhora, fiana, depsito).Da mesma forma, eventual ao anulatria do ato de inscrio em dvida ativa tambm ficaria sujeita garantia do juzo, o que segundo a Lei 6830/80, seria feita por meio de depsito.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais. exceo do mandado de segurana, todas as demais aes dependeriam de garantia do juzo.Observao: Na ao repetitria de indbito, o pagamento anterior do tributo pressuposto lgico de sua existncia, o que tambm representa a garantia do juzo.Posio STJ: no considera o depsito como pressuposto da ao anulatria.O entendimento do STJ em sentido contrrio ao sistema do solve et repete, que funciona da seguinte forma: primeiro paga depois, caso o pagamento seja julgado indevido, os valores so restitudos. Alm disso, a exigncia de depsito viola tambm a isonomia, uma vez que somente os contribuintes que possam efetuar o depsito tero a oportunidade de impugnar a cobrana.O tema foi objeto de smula do extinto TFR:Smula 247: No constitui pressuposto da ao anulatria do dbito fiscal o depsito de que cuida o Art. 38 da Lei 6.830, de 1980.Smula Vinculante 28: inconstitucional a exigncia de depsito prvio como requisito de admissibilidade de ao judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crdito tributrio.No obstante, o depsito confere algumas vantagens ao contribuinte:1) Impossibilidade de cobrana do dbito durante a discusso judicial.Se o contribuinte no depositar, e se no houver concesso de liminar suspendendo a exigibilidade do crdito, poder haver inscrio em dvida ativa e ajuizamento de execuo fiscal no curso da ao anulatria.2) A excluso da responsabilidade do contribuinte pelos encargos referentes ao dbito.O depsito corretamente realizado impede que o contribuinte responda, a partir daquele momento, pelos acrscimos/correes/multas.3) Impedimento ou suspenso da inscrio do contribuinte no CADIN (Cadastro de Inadimplentes).Neste ponto, a realizao de deposito especialmente vantajosa para empresas que participam de licitaes, contratam com o Poder Pblico.4) O direito do contribuinte de obter certido positiva com efeito de negativa. Art. 151, III CTN c/c art. 205 e 206 CTN.Art. 205. A lei poder exigir que a prova da quitao de determinado tributo, quando exigvel, seja feita por certido negativa, expedida vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informaes necessrias identificao de sua

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.pessoa, domiclio fiscal e ramo de negcio ou atividade e indique o perodo a que se refere o pedido.Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certido de que conste a existncia de crditos no vencidos, em curso de cobrana executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crdito tributrio:II - o depsito do seu montante integral;Tanto o CTN quanto as demais leis, exigem que para celebrao de certos atos, recebimento de certos valores do Poder Pblico, o contribuinte deve possuir uma CND (Certido Negativa de Dbitos) ou pelo menos uma Certido Positiva com efeitos de negativa.Se ao final a ao for julgada improcedente, o depsito efetivado converte-se em renda da Fazenda Pblica.Depsito e ao judicialO depsito pode ser efetuado nos autos de qualquer ao judicial, inclusive no mandado de segurana.No h necessidade de ao prpria para efetuar o depsito, anteriormente era preciso que o contribuinte ajuizasse uma cautelar de depsito.O depsito pode ser feito independentemente de autorizao judicial. Na rea federal, o contribuinte pode realizar o depsito pelo preenchimento e recolhimento de um DARF.Observao: A jurisprudncia majoritria ainda aceita a propositura de ao cautelar de depsito.O depsito deve ser sempre integral e em dinheiro.Smula 112 STJ:O depsito somente suspende a exigibilidade do crdito tributrio se for integral e em dinheiro.O depsito no se confunde com a garantia do juzo, que pode ser feita por meio de diversos bens penhorveis. No mbito de ao anulatria, no faz sentido que bens diversos garantam o juzo, pois a finalidade desta ao no executria, no se objetiva levar coisas hasta pblica para satisfazer o crdito fazendrio. O que se pretende a anulao do crdito.Observao: No passado, o STJ chegou a admitir a prestao de fiana bancria em ao anulatria, que estaria em posio intermediria entre o depsito e prestao de garantia mediante a entrega de bens. Atualmente, a fiana no mais admitida, pois o art.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.151 CTN determina que somente o depsito est apto a suspender a exigibilidade do crdito.No entanto, no h bice para que a fiana bancria e entrega de outros bens ocorram no mbito das execues fiscais.A impossibilidade de apresentao de fiana e entrega de outros bens em ao anulatria se deve aos seguintes fatores:a) Trata-se de uma ao de conhecimento, e no de uma execuo. Caso a entrega de bem fosse permitida, se ao final o pedido fosse julgado improcedente, haveria necessidade de se iniciar uma fase executria para transformar aquele bem em dinheiro. esdrxulo imaginar o desenvolvimento de uma execuo fiscal como fase seguinte a um processo de conhecimento.b) A Lei 9703/98, que regula os depsitos em mbito federal, determina que o depsito ser feito perante a Caixa Econmica Federal, que o transferir CUT (Conta nica do Tesouro Nacional). Posteriormente, caso haja procedncia do pedido, a Unio devolve o depsito ao contribuinte. Caso fosse dado um bem como garantia, haveria violao sistemtica instituda pela lei, pois a posse de tais bens no seria transferida Unio. O mesmo pode-se dizer quanto fiana bancria, cuja sistemtica determina que seja controlada por um banco particular, no havendo transferncia do valor da fiana para Unio.Exemplo: Contribuinte com crdito j vencido precisa urgentemente de Certido Positiva de Dbito com efeitos de negativa para participar de licitao. Na forma da CTN, os meios possveis para conseguir tal documento seriam a suspenso da exigibilidade do crdito ou uma penhora efetivada em execuo fiscal. Supondo que no caso a execuo fiscal ainda no tivesse sido ajuizada, restaria ao contribuinte apenas a tentativa de suspender exigibilidade do crdito.Neste caso, a suspenso da exigibilidade poderia ocorrer das seguintes formas: i) por meio de deciso judicial liminar em ao anulatria; ii) depsito.Como a possibilidade da liminar no ser concedida razoavelmente alta, na prtica, resta ao contribuinte a realizao do depsito. Ocorre que muitas vezes os montantes devidos so elevadssimos, e retirada daqueles valores dos cofres da empresa representaria um desequilbrio muito grande em suas contas. Diante de tal cenrio, no incomum que os contribuintes, ao invs de fazer o depsito, queiram oferecer em garantia algum bem imvel de valor at mais elevado do que o dbito. Conforme j mencionado, a Smula 112 STJ no permite que isto seja feito.No caso hipottico apresentado, a execuo fiscal ainda no foi ajuizada. Na forma do CTN, o prazo para tanto seria de 5 anos contados da constituio definitiva do crdito.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Supondo que o crdito tenha sido constitudo definitivamente h apenas dois meses, ainda restaria Fazenda 4 anos e 10 meses para ajuizar a execuo. Diante de tais fatos, tambm no haveria como o contribuinte aguardar para oferecer bens penhora em futura execuo fiscal e obter a respectiva certido positiva com efeitos de negativa.Para contornar tal situao, criou-se a figura da antecipao de garantia na futura execuo fiscal.As alegaes dos contribuintes partem dos seguintes pressupostos: execuo fiscal neste caso realidade inexorvel, eis que o crdito j se encontra definitivamente constitudo. Trata-se apenas de questo de tempo para que seja ajuizada e ocorra a penhora.O professor entende que a ao que veicula a antecipao de garantia na futura execuo fiscal se assemelha, em muito, a uma cautelar para produo antecipada de provas. Ambas objetivam a prtica antecipada de um ato processual, visando evitar prejuzo futuro irreparvel, que se verificar caso o ato no seja praticado urgentemente.No caso hipottico apresentado, se o contribuinte no conseguisse a certido em tempo hbil, no poderia participar da licitao.O STJ admite tal ao, tendo se pronunciado nos seguintes termos:O contribuinte pode, aps o vencimento da sua obrigao e antes da execuo, garantir o juzo de forma antecipada, para o fim de obter certido positiva com efeito de negativa. (AGRESP - 924645).A antecipao de garantia no se confunde com a suspenso da exigibilidade. Aantecipao de garantia surge porque a execuo fiscal ainda no foi ajuizada, mas o contribuinte gostaria de poder oferecer bens a penhora para obter certido positiva com efeitos de negativa. A suspenso da exigibilidade causaria uma situao paradoxal, pois retardaria ainda mais o incio da execuo fiscal.A competncia para analisar a antecipao de garantia do juzo da execuo fiscal, que ficar prevento desde logo. No h que se falar em competncia de vara cvel.Segundo STJ, o fato do contribuinte querer desde j antecipar a garantia na execuo fiscal em nada prejudica a Unio.Depsito e decadnciaExemplo: Contribuinte fez o depsito. Aps de 10 anos, a ao foi julgada improcedente, sem que a Fazenda tivesse efetivado o lanamento. Com o fim da ao e a improcedncia do pedido, o Procurador da Fazenda pretende levantar o valor do depsito. O contribuinte por sua vez, alegar que em virtude da decadncia, a Fazenda no pode levantar o depsito.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Segundo STJ, neste caso, a Fazenda ter direito a levantar o depsito.Quando o juiz concede liminar suspendendo a exigibilidade de crdito, haver a obrigao de lanar, sob pena de decadncia. Ocorre que quando a suspenso da exigibilidade for fundada em depsito, no haver obrigatoriedade de lanar. Isto porque para o STJ, a quantia depositada equivale quantia confessada pelo contribuinte como sendo a quantia devida, caso o pedido seja julgado improcedente. Esta confisso materializada pelo depsito valer como instrumento de constituio do crdito. Por conseguinte, sobrevindo a improcedncia do pedido, poder a Unio levantar o respectivo depsito.Nos tributos sujeitos a lanamento por homologao, o depsito judicial faz s vezes do pagamento antecipado, de forma que a Fazenda deve efetuar apenas o lanamento das eventuais diferenas que entenda devidas. Vide Lei 9703/98.Exemplo: Contribuinte declarou que devia RS 20.000,00, e fez o depsito deste valor. Para esta parcela, no haver necessidade de lanamento, pois o depsito j constituiu o crdito. No entanto, se a Fazenda entender que o montante devido R$ 25.000,00 e no R$ 20.000,00, dever proceder ao lanamento desta diferena de R$ 5.000,00.Assim, nos tributos lanados por homologao, o depsito dispensa o ato formal de lanamento, no havendo falar em decadncia.Ainda de acordo com o STJ, o levantamento deve ser efetuado em funo do resultado da demanda:a) Procedente: Contribuinte levanta o valor depositado corrigido.b) Improcedente: Converso em renda. Art. 156, VI do CTN.Art. 156. Extinguem o crdito tributrio:VI - a converso de depsito em renda;c) Pedido parcialmente procedente: levantamento e converso na proporo fixada pela sentena.d) Extino sem julgamento de mrito: converso em renda do ente poltico.Legitimidade na ao anulatriaA legitimidade ad causam passiva e ativa na ao anulatria diz respeito aos sujeitos da relao obrigacional tributria que deu ensejo ao lanamento que se pretende desconstituir.Interesse de agir na ao anulatria.Processo Tributrio

O interesse na propositura da ao anulatria do dbito fiscal surge naturalmente, aps a realizao do lanamento, que vem a ser o prprio objeto dela.1www.cursoenfase.com.br

Processo Tributrio

Processo Tributrio

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Sumrio1. Processo Judicial Tributrio21.1 Aes de iniciativa do contribuinte21.1.1 Ao de Repetio de Indbito21.1.2 Ao de Consignao em Pagamento131.1.3 Mandado de Segurana18

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1. Processo Judicial Tributrio1.1 Aes de iniciativa do contribuinte.1.1.1 Ao de Repetio de Indbito.CabimentoA pretenso do autor restituir valores pagos indevidamente.A repetio do indbito pode ser requerida tanto na via administrativa quanto na judicial.Exemplo1: Contribuinte pagou um mesmo DARF duas vezes. Poder se valer da via administrativa para pedir a repetio.Em regra, o contribuinte procura a via judicial quando h controvrsia se o pagamento foi indevido ou no.Exemplo2: Contribuinte entende que a alquota que deveria ter sido aplicada de 2%, a Fazenda entende que seria de 3%. Dificilmente conseguir a restituio na via administrativa.O marco temporal da ao repetitria a realizao do pagamento, o qual o contribuinte reputa indevido.De acordo com Marcelo Fortes Cerqueira:0 direito devoluo do indbito tributrio nasce com a ocorrncia do evento pagamento indevido; todavia, necessita de reconhecimento administrativo ou judicial para que se torne efetivo e adquira sua mxima expresso. (Repetio de Indbito Tributrio, p. 366/367).Objeto e cabimentoArt. 165 CTN:Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prvio protesto, restituio total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no 4 do artigo 162, nos seguintes casos:1 - cobrana ou pagamento espontneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislao tributria aplicvel, ou da natureza ou circunstncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;II - erro na edificao do sujeito passivo, na determinao da alquota aplicvel, no clculo do montante do dbito ou na elaborao ou conferncia de qualquer documento relativo ao pagamento;III - reforma, anulao, revogao ou resciso de deciso condenatria.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Para a doutrina, irrelevante o motivo que tenha gerado o pagamento indevido. Segundo Luciano Amaro:O que, em qualquer situao, necessrio o pagamento, sendo indiferente que este tenha sido efetuado porque houve cobrana ou porque algum, sem nenhuma ao do Fisco, procedeu ao recolhimento indevido a ttulo de tributo. (Direito Tributrio Brasileiro, 2^ Edio, Ed. Saraiva, 1198, p. 396).Legitimidade Ativa e PassivaDe acordo com Cleide Previtalli Cais:Nesse momento, ocorrer a inverso das partes: a ativa da relao tributria ser a passiva da relao processual e a passiva da relao da tributria tornar-se- ativa da relao processual (O Processo Tributrio, p. 415).No mbito das relaes jurdicas tributrias, o sujeito ativo a Fazenda Pblica, e o sujeito passivo o contribuinte ou responsvel tributrio (aquele que, embora no pratique o fato gerador, est obrigado ao recolhimento do tributo).Por outro lado, na propositura da ao repetitria, o polo ativo passa a ser ocupado pelo contribuinte/responsvel, ou seja, aquele que realizou o pagamento indevido. Por bvio, o polo passivo ser ocupado pela Fazenda Pblica.Ainda segundo Leandro Paulsen:A locuo "sujeito ativo", utilizada pelo art. 165 CTN, abrange tanto o contribuinte de direito como o responsvel tributrio, conforme se v no art. 121 CTN (Direito Tributrio, pgina 1181).Assim, tanto o contribuinte quanto o responsvel tributrio podem pleitear a repetio de indbito.Observao: Mero pagador. De acordo com a doutrina e jurisprudncia majoritrias, o mero pagador no far jus restituio. Leandro Paulsen leciona que:Aquele que paga por outrem, sem estar indicado na norma tributria como sujeito passivo (contribuinte ou responsvel), no tem legitimidade para discutir o tributo e para pleitear a sua repetio. Isso porque no h relao jurdica que o vincule ao sujeito ativo da relao tributria (Direito Tributrio, pgina 1183).Exemplo: Em virtude de clusula contratual, o locatrio paga IPTU devido pelo locador. Ocorre que a lei no o prev como sujeito passivo desta relao tributria, portanto, no far jus eventual repetio (h precedentes do STJ em sentido contrrio, no entanto, so pontuais e minoritrios).

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Restituio nos tributos indiretosArt. 166 CTN:Art. 166. A restituio de tributos que comportem, por sua natureza, transferncia do respectivo encargo financeiro somente ser feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de t-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a receb-la.O tema bastante controvertido.Alguns autores sustentam a inconstitucionalidade deste dispositivo, eis que possui carter restritivo da repetio de indbito. Para esta corrente, a restituio sempre dever ser feita ao sujeito passivo, independente deste ter transferido ou no o encargo da tributao a terceiro.Exemplo: Clusula contratual que determina o pagamento de IPTU pelo locatrio.> O locador ter direito a restituio?No caso vertente, a relao jurdica tributria se estabelece entre locador e Fazenda Pblica municipal, pouco importando quem efetivamente realizou o pagamento. Desta forma, a legitimidade para requerer a devoluo do locador, pois o lanamento e pagamento foram feitos em seu nome. A relao contratual privada estabelecida entre locador e locatrio irrelevante para o municpio.Em outro extremo, alguns autores sustentam a aplicabilidade do art. 166 CTN a todos os tributos que ensejam a transferncia do encargo financeiro da tributao. Para esta corrente, o sujeito passivo somente poder receber se no tiver transferido o encargo, ou seja, se no tiver havido a repercusso jurdica ou econmica do encargo da tributao.Exemplo: Mercadoria vendida a R$ 1.000,00, j com os custos tributrios embutidos. Para esta corrente, no seria possvel o pedido de repetio pelo contribuinte de direito. Ainda que formalmente o pagamento indevido tenha sido feito pelo vendedor, o encargo da tributao foi suportado pela sociedade.Assim, a repetio de indbito concedida ao vendedor seria uma forma de locupletamento ilcito. Por esta lgica, a sociedade pagaria duas vezes: uma quando adquire o produto, e outra na restituio ao vendedor pelo pagamento indevido, pois este dinheiro da restituio sair do errio pblico.Em um primeiro momento, esta ltima tese abraada pelo STF, culminando na edio da Smula 71 STF:Embora pago indevidamente, no cabe restituio de tributo indireto.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Posteriormente foi editada a Smula 546 STF:Cabe a restituio do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por deciso, que o contribuinte de jure" no recuperou do contribuinte de facto" o "quantum" respectivo.Assim, pela Smula 546 STF, caber a restituio quando na ao repetitria for reconhecido que o contribuinte de direito (sujeito passivo da relao tributria) no repassou os encargos ao contribuinte de fato.> O art. 166 CTN se aplica a quais tributos? Quais so os tributos que por sua naturezacomportam a transferncia dos encargos da tributao?R:Em uma anlise rasa, qualquer tributo comportaria repercussoeconmica/financeira, pois natural que o contribuinte queira recuperar todos os custos tributrios de sua atividade.Ocorre que, luz da expresso "por sua natureza", contida no mencionado dispositivo, estabeleceu-se uma diferenciao entre os tributos direitos e indiretos.O STJ trabalha primeiramente com a distino dos conceitos de repercusso jurdica e repercusso econmica.A repercusso econmica fenmeno que sempre pode acontecer em matria tributria. Quando o proprietrio do imvel incumbe o locatrio de pagar o IPTU, verifica-se a repercusso econmica. Esta espcie de transferncia no nsita ao IPTU, ocorre em virtude de uma situao estabelecida pelos particulares (locador e locatrio).Para o STJ, o art. 166 somente ser aplicado quando a repercusso for jurdica. Esta repercusso ocorre quando a transferncia dos custos tributrios regulada pela prpria lei que trata de um determinado tributo.De acordo com Leandro Paulsen, isto ocorre quando a carga tributria destacada na nota fiscal.Segundo Vittorio Cassone:Assim, quando o art. 166 fala em tributos que comportem, por sua natureza, transferncia do respectivo encargo financeiro, esta referindo-se aos tributos lanados (efetivamente destacados) no documento fiscal que o contribuinte (de direito) arrecada- o do adquirente (ou do chamado contribuinte de fato) e o recolhe ao sujeito ativo.Assim, de acordo com o STJ, o art. 166 CTN aplica-se ao IPI, ICMS e ISS, de forma que nesses tributos o sujeito passivo ter que demonstrar que quando da cobrana pelo produto, mercadoria ou servio, no transferiu o nus de tais tributos para o adquirente (consumidor) ou que est por este autorizado a pleitear a restituio.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Exemploi: IPI. O industrial X possui livro no qual lana as entradas e sadas de produtos. Tudo o que adquirido lanado no livro de entradas, gerando um crdito de IPI. Quando vender, ter um dbito. Ao final, faz-se um contagem, deduzindo os dbitos dos crditos gerados. Se X vender seu produto a Z, esta venda gerar um dbito de IPI a X, e um crdito de IPI a Z. No exemplo, possvel observar o fenmeno da repercusso jurdica, pois a transferncia dos encargos tributrios de um sujeito a outro inerente sistemtica legal do tributo em questo.Exemplo2: ISS. O prestador de servio destaca o valor do ISS na nota fiscal. Neste caso, o tributo recolhido pelo prestador, no entanto, quem arca efetivamente com o pagamento o contratante do servio, pois a nota fiscal concentra o tributo juntamente com o custo do servio (contratante paga o valor total da nota).Observao: Segundo os julgados do STJ, o art. 166 CTN no se aplica ao II (imposto de importao) e ao IPTU.Observao2: Em relao s contribuies previdencirias havia previso similar no art. 89,1 da Lei 8212/91, que foi revogada. A Primeira Seo do STJ, no julgamento dos EREsp 189.052 em 2003, afastou a necessidade da comprovao da no transferncia do encargo, por se tratar de tributo direto (repercusso econmica), no se aplicando, por conseguinte, a regra do art. 166 CTN. O dispositivo revogado determinava que quem desejasse restituio de contribuio previdenciria deveria provar que no repassou o valor do tributo no produto/mercadoria/servio fornecido sociedade.Este mesmo raciocnio do art. 166 CTN deve ser aplicado para os casos de responsabilidade tributria, de forma que o direito a repetio ser, em regra, do contribuinte e no do responsvel, pois ele que geralmente suporta o encargo da tributao.O art. 166 CTN envolve um contribuinte e um terceiro no contribuinte que suporta a tributao. Este terceiro denominado "contribuinte de fato", isto , no participa da relao jurdica tributria, inobstante, arca concretamente com a tributao. Por sua vez, o responsvel, juntamente com o contribuinte, elencado pelo art. 121 CTN como sujeito passivo da obrigao tributria.Art. 121. Sujeito passivo da obrigao principal a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniria.Pargrafo nico. O sujeito passivo da obrigao principal diz-se:I - contribuinte, quando tenha relao pessoal e direta com a situao que constitua o respectivo fato gerador;II - responsvel, quando, sem revestir a condio de contribuinte, sua obrigao decorra de disposio expressa de lei.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Exemplo: A Sociedade Empresria XYZ (empregador) paga o salrio de seu empregado B. Por determinao legal, ao pagar esses valores, o empregador obrigado por lei a descontar o IR devido pelo empregado e repass-lo Receita Federal. Quem pratica o fato gerador (auferir renda) o empregado, no entanto, cabe ao empregador fazer o recolhimento do tributo. Neste caso, o empregador atua como responsvel.Se neste exemplo um valor de IR indevidamente pago, surgiro as seguintes situaes:a) Se o empregador tiver feito o desconto e repassado Receita Federal, o legitimado a pleitear restituio ser o contribuinte (empregado), pois ter suportado o encargo da tributao.b) No entanto, se o responsvel tiver suportado o encargo de tributao sem repass-lo ao contribuinte, far jus restituio. o que aconteceria se o empregador no tivesse feito a reteno do valor devido pelo empregado (no fez o desconto). Neste caso, seria lavrado um auto de infrao, e a cobrana seria direcionada ao empregador. Por conseguinte, se no futuro fosse verificado algum pagamento indevido relativo a este auto de infrao, a restituio poderia ser pleiteada pelo empregador (responsvel), eis que foi nico a suportar a tributao, no repassou o encargo ao empregado. Se a restituio fosse feita ao empregado, haveria locupletamento ilcito, pois a despeito de ser contribuinte do IR, nada pagou.> possvel que o empregador ajuze ao de regresso em face do empregado, visandoa cobrana dos valores que precisou suportar sozinho (sem que tenha feitopagamento indevido)?R: Sim.Se tambm houver pagamento indevido, poder, ainda, pedir a repetio Fazenda Pblica.Sintetizando todas as ideias apresentadas, cabe fazer os seguintes apontamentos: O legitimado a pedir restituio o sujeito passivo, ou seja, aquele que por determinao legal integre a relao jurdica tributria. Na forma do art. 121 CTN, o sujeito passivo pode ser o contribuinte ou o responsvel tributrio. Se em uma mesma relao jurdica tributria houver um contribuinte e um responsvel, o legitimado a pleitear a restituio ser aquele que tiver efetivamente suportado a tributao. De acordo com a jurisprudncia, o art. 166 CTN deve ser visto como uma exceo, pois a regra que o pedido de restituio seja feito sempre pelo sujeito passivo.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.No caso do art. 166 CTN, o sujeito passivo somente poder pedir a restituio se no tiver repassado o encargo da tributao. O art. 166 CTN somente se aplica aos tributos indiretos nos quais haja repercusso jurdica regulada pela prpria legislao atinente quele tributo. No h falar em aplicao do art. 166 CTN quando a repercusso for meramente econmica ou se basear em acordos privados, situaes conjunturais etc. A regra do art. 166 CTN vale para IPI, ICMS e ISS. No se aplica as contribuies previdencirias e IPTU, pois so tributos diretos com repercusso meramente econmica.> O contribuinte de fato (consumidor ou adquirente do produto, mercadoria ouservio), tem direito a repetio?O questionamento tem como objeto os tributos indiretos com repercusso jurdica, nos quais o sujeito passivo repassa os encargos ao adquirente/consumidor. Pela regra do art. 166 CTN, neste caso, o sujeito passivo (contribuinte de direito) no poderia pleitear a restituio.A jurisprudncia do STJ a respeito do tema passou por diversas fases.No passado, o STJ chegou a admitir esta legitimidade do contribuinte de fato (EDcl no REsp 209485). Isto ocorria com frequncia em relao ao ICMS incidente na energia eltrica. A concessionria de energia eltrica destacava o ICMS na conta de luz, repassando seu custo ao consumidor.Embora fosse feito o repasse, no se pode perder de vista que a relao jurdica tributria se estabelecia entre concessionria e estado. Diante disto, em momento posterior, o STJ passou a rechaar esta legitimidade do contribuinte de fato, tendo em vista que no integrava a relao jurdica tributria. Assim, os julgados mais recentes so desfavorveis aos consumidores.Inobstante, subsistia apenas a jurisprudncia favorvel s distribuidoras de bebidas no que tange ao IPI. A cadeia do IPI neste caso funcionava da seguinte forma: i) havia a indstria que fabricava a bebida; ii) a bebida era vendida pela indstria distribuidora; iii) a distribuidora repassava as bebidas para um restaurante. Quando a indstria fabricava e vendia a bebida para distribuidora, figurava como contribuinte do IPI, no obstante, repassava o valor do tributo no preo da venda. A distribuidora no contribuinte do IPI, pois sua atividade no tem cunho industrial, trata-se apenas de uma revenda de um produto j finalizado.Na hiptese acima, a relao jurdica tributria concernente ao IPI envolve Unio Federal (sujeito ativo) e Indstria de bebidas (sujeito passivo), a distribuidora mero contribuinte de fato.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.No caso concreto, as distribuidoras ajuizavam aes contra a Unio para reaver eventuais valores de IPI indevidamente pagos, sob o argumento de que a elas cabia suportar o nus da tributao. Embora no o fizesse em relao ao consumidor, o STJ reconhecia este direito restituio para as distribuidoras.Em momento posterior, quando do julgamento do REsp 903.394, o STJ passou a adotar posicionamento de que somente o contribuinte de direito teria legitimidade para pleitear a restituio do tributo indevidamente recolhido.Atualmente, porm, o STJ entende que tem legitimidade o usurios dos servios prestados por concessionrias, haja vista a peculiar relao existente entre o prestador e o Estado (a proximidade com o poder concedente impediria a concessionria de litigar para reaver valores indevidamente pagos).Assim, a legitimidade do contribuinte de fato para pleitear restituio se limita aos servios pblicos prestados por concessionrias.Para o professor, a soluo mais adequada seria trabalhar com a hiptese de regra e exceo. Pela regra, a restituio deve ser pedida pelo sujeito passivo (contribuinte ou responsvel). Por outro lado, se o art. 166 CTN permite excees a esta regra, certo que nesses casos a legitimidade pertenceria ao contribuinte de fato, sob pena do tributo se tornar irrepetvel.Na prtica, a sistemtica atual da jurisprudncia do STJ pode levar a situaes esdrxulas.Exemplo: O contribuinte de direito no pode pleitear a restituio porque repassou o encargo ao consumidor (art. 166 CTN). Por sua vez, o consumidor tambm no tem legitimidade para pedir a restituio, pois a relao no envolve servio pblico concedido (nica hiptese na qual o STJ reconhece sua legitimidade para repetio).Locatrio e IPTUA jurisprudncia do STJ sempre foi contrria legitimidade do locatrio para fins de restituio do IPTU. O STJ, porm, possui decises, em especial da 2- Turma (Teoria Zavascki) admitindo a legitimidade do locatrio no na condio de contribuinte, mas na de credor do valor recolhido, que saiu de seu patrimnio. Conforme possvel aferir, esta justificativa no tem fundo tributrio, pois traz conceitos de direito civil.Documentos necessrios propositura da ao repetitriaO STJ no exige a juntada de todos os comprovantes de pagamento indevido.Exemplo: Contribuinte deseja a restituio de todos os valores pagos ttulo de COFINS nos ltimos 5 anos. No precisar juntar todos os DARFs desse perodo.O STJ se posicionou no seguinte sentido:

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.A Primeira Seo, em data de 13/02/2008, ao julgar o EREsp 953369/PR, nos quais fui voto vencido, mudou de posicionamento, passando a adotar a tese defendida pela parte autora. Entendeu-se que, na espcie, tratando-se de obrigao de natureza continuativa, suficiente para comprovar a sua existncia a juntada de um, dois ou trs comprovantes de pagamento. Em caso de procedncia do pedido, por ocasio da liquidao, a prova do quantum a ser repetido pode ser feita por todos os meios permitidos pelo CPC. Ressalvando o meu ponto de vista, passo a adotar o novo posicionamento da Seo. (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - 100592 Relator(a)JOS DELGADO).Observao: Os tributos de natureza continuativa so aqueles que incidem de forma peridica, como ocorre com a COFINS. No se confundem, portanto, com tributos que tem data certa para incidncia, tal qual ocorre no IPTU, IPVA etc.A regra nesses casos que o pedido na inicial seja feito de maneira genrica, ou seja, a parte autora no estipula um valor a ser devolvido logo na inicial. Somente no momento da execuo da sentena condenatria que os valores liquidados devero ser apontados pela parte autora. Neste momento, caso a Fazenda apresente embargos discordando do valor apresentado, a que o contribuinte dever trazer aos autos todos os comprovantes de pagamento indevido, e assim refutar os argumentos da Fazenda. diferente a hiptese na qual o contribuinte formula pedido requisitando a devoluo do valor X, que teria pagado indevidamente a ttulo de IR em certo perodo de apurao. Neste caso, dever apresentar todos os documentos que comprovem o recolhimento indevido naquele perodo.Juros e correoSmula 162 STJ:Na repetio de indbito tributrio, a correo monetria incide a partir do pagamento indevido.A smula 162 segue o posicionamento de que a correo apenas recompe as perdas inflacionrias, no sendo um "bnus" para o contribuinte.Smula 188 STJ:Os juros moratrios, na repetio do indbito tributrio, so devidos a partir do trnsito em julgado da sentena.A mora da Unio em pagar os valores se verificaria a partir do trnsito em julgado.Estas smulas NO so aplicadas na rea federal.Em mbito federal, a questo solucionada pelo art. 39, 4 da Lei 9250/95:

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais. 4 A partir de 1 de janeiro de 1996, a compensao ou restituio ser acrescida de juros equivalentes taxa referencial do Sistema Especial de Liquidao e de Custdia - SELIC para ttulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior at o ms anterior ao da compensao ou restituio e de 1% relativamente ao ms em que estiver sendo efetuada. (Vide Lei n 9.532, de 1997).Exemplo: Pagamento indevido em Setembro de 2012. A SELIC incidir desde estadata.Na rea federal no se separa mais correo monetria e juros de mora, pois, de acordo com o entendimento do STJ, a taxa SELIC abarca a um s tempo ambos os ndices.Assim, aps o trnsito em julgado, no haver incidncia de SELIC + juros de mora.O percentual de 1% mencionado no art. 39,4 seria aplicado da seguinte forma: desde o pagamento indevido at o ms anterior restituio, o ndice aplicado seria a SELIC. No ms em que fosse feita a restituio, no haveria incidncia da SELIC, e sim do ndice de 1%.Prazo para repetio Art. 168 CTNArt. 168. O direito de pleitear a restituio extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados:I - nas hiptese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extino do crdito tributrio; (Vide art 3 da LCp n 118, de 2005)II - na hiptese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a deciso administrativa ou passar em julgado a deciso judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a deciso condenatria.O dispositivo aplicvel restituio e compensao.Prevalece na doutrina o entendimento de que se trata de prazo prescricional.Restituio de tributo pago com base em lei posteriormente declarada inconstitucional: para o STJ, a declarao de inconstitucionalidade no influi na contagem do prazo prescricional. A pretenso de ressarcimento surge quando o contribuinte paga indevidamente, independente de posterior declarao de inconstitucionalidade (REsp 435835/SC).Observao: O STJ tinha entendimento de que o prazo de 5 anos comeava a fluir a partir do trnsito em julgado da ao de inconstitucionalidade se o controle fosse concentrado, ou a partir da publicao da Resoluo do Senado que atribusse efeitos erga omnes declarao de inconstitucionalidade se o controle fosse difuso. Hoje este posicionamento est totalmente superado.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Pendia tambm controvrsia sobre a contagem do prazo de restituio nos tributos lanados por homologao.No lanamento por homologao, o contribuinte est obrigado a declarar e pagar antecipadamente determinada quantia. A partir de ento, a Fazenda ter o prazo de 5 anos para homologar este pagamento. Ressalte-se ainda, que se nos 5 anos subsequentes ao fato gerador a Fazenda no se manifestar, ocorrer a homologao tcita do pagamento realizado.Havia uma tese pr-contribuinte (tese dos 5+5) que sustentava o seguinte: como a Fazenda teria 5 anos aps a ocorrncia do fato gerador para homologar o pagamento (extino definitiva do crdito tributrio), o prazo de 5 anos para repetio somente seria contado a partir desta homologao (expressa ou tcita).Esta tese era acolhida pelo STJ, no entanto, com a edio da LC 118/2005, houve uma mudana significativa de cenrio. A LC 118/2005 tem contedo diametralmente oposto a esta tese apresentada. De acordo com a LC 118/2005, o prazo para restituio seria contado a partir do pagamento antecipado, independente de homologao ou no.Aps a edio da LC 118/2005, discutiu-se sobre a possibilidade de sua aplicao de forma retroativa.A LC 118/2005 seria uma lei interpretativa, em virtude disto, haveria possibilidade de ser aplicada retroativamente aos dispositivos interpretados (no caso em tela, o CTN).O STJ rechaou esta possibilidade de interpretao retroativa, determinando que a Lei 118/2005 somente seria aplicvel aos pagamentos efetuados aps sua entrada em vigor.Quando a questo chegou ao STF, o Plenrio negou provimento ao RE 566621, e manteve a deciso do TRF-4 que entendeu ser de dez anos o prazo para pleitear a restituio, cuidando-se de tributo lanado por homologao. A maior parte dos ministros votou pela inconstitucionalidade da lei, porm, entendeu que o prazo de 10 anos contados do fato gerador (art. 150,4 CTN c/c art. 168, I CTN) somente pode ser aplicado para as aes judiciais ajuizadas antes da entrada em vigor da lei (09/06/2005).Em resumo, o deslinde desta situao ocorreu da seguinte forma: A Lei 118/2005 determinava o prazo de 5 anos para restituio, contados do pagamento antecipado do tributo. Alm disso, asseverava a aplicao retroativa desta forma de contagem do prazo. O STF declarou a inconstitucionalidade desta aplicao retroativa da LC 118/2005. Assim, para as aes judiciais ajuizadas ANTES da entrada em vigor da lei, vale o prazo de 10 anos (tese dos 5+5). Para as aes judiciais ajuizadas aps a entrada em vigor da lei (09/06/2005), aplica-se o prazo por ela estabelecido.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Observao: O STJ estabelecia como marco para aplicao da LC 118/2005 a data do pagamento. Esta interpretao no prevaleceu, pois o STF adota a data de propositura da respectiva ao judicial repetitria como critrio de aplicabilidade da LC 118/2005.Concluindo: A LC 118/2005 no simplesmente interpretativa, inova no ordenamento jurdico, portanto, no pode ser aplicada retroativamente.Ainda sobre o tema, o art. 169 CTN determina que:Art. 169. Prescreve em dois anos a ao anulatria da deciso administrativa que denegar a restituio.Para a doutrina, o art. 169 CTN tambm aplica-se ao judicial de repetio de indbito que sucede pedido administrativo de restituio indeferido. O STF se pronunciou a respeito:"A norma do artigo 168 do Cdigo Tributrio Nacional, reveladora do prazo prescricional de cinco anos, e aplicvel em se verificando o ingresso imediato no Judicirio. Tratando-se de situao concreta em que adentrada a via administrativa, no se logrando xito, o prazo de dois anos, tendo como termo inicial a cincia da deciso que haja implicado o indeferimento do pleito de restituio (STF, plenrio, AGREGEEACO 408-0/SP, rel. Min. Maurcio Corra)Exemplo: Contribuinte fez o pagamento indevido em 2008. Em 2009, dirigiu pedido de restituio Receita Federal. At o ano de 2014, no houve qualquer manifestao da Receita Federal a respeito. Como o pagamento foi feito em 2008, a priori, a ao judicial repetitria j estaria prescrita desde 2013 (5 anos do pagamento indevido). No entanto, pela aplicao do art. 169, o contribuinte teria mais dois anos para, a partir da negativa em via administrativa, ajuizar ao judicial repetitria.1.1.2 Ao de Consignao em Pagamento.O pagamento do tributo, alm de dever do contribuinte, representa tambm umdireito.A ao consignatria em matria tributria, alm de previso no CPC, est regulada especificamente no art. 164 CTN.Art. 164. A importncia de crdito tributrio pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:I - de recusa de recebimento, ou subordinao deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigao acessria;II - de subordinao do recebimento ao cumprimento de exigncias administrativas sem fundamento legal;III - de exigncia, por mais de uma pessoa jurdica de direito pblico, de tributo idntico sobre um mesmo fato gerador. 1 A consignao s pode versar sobre o crdito que o consignante se prope pagar

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais. 2 Julgada procedente a consignao, o pagamento se reputa efetuado e a importncia consignada convertida em renda; julgada improcedente a consignao no todo ou em parte, cobra-se o crdito acrescido de juros de mora, sem prejuzo das penalidades cabveis.As hipteses dos incisos I e II no so comuns na prtica, na medida em que a maior parte dos tributos est sujeitos ao lanamento por homologao. Por outro lado, no comum a recusa no recebimento de tributos por parte da administrao.Julgado do STJ com aplicao da hiptese prevista no art. 164, I CTN:Tributrio. Recurso Especial. IPTU e taxas municipais. Cobrana no mesmo carn. Ao em consignao em pagamento. Art. 164, I e II do CTN. Cabimento.1 Cabe ao de consignao quando a entidade tributante subordinar o pagamento de taxas municipais (inciso I, do art. 164, do CTN). 2 Igualmente, cabvel a ao consignatria quando houver subordinao do recebimento do IPTU- sem as taxas - ao cumprimento de exigncia administrativa sem fundamento legal, qual seja, o pagamento em parcela nica (inciso II, do art. 164, do CTN). 3. Propriedade da ao proposta com o fito de consignar o valor relativo ao IPTU enquanto se discute, em demanda prpria, a constitucionalidade das taxas municipais cobradas. 4. Recurso especial provido. (RESP - RECURSO ESPECIAL - 197922/SP Relator(a)CASTRO MEIRA).O inciso III trata de dvida subjetiva (a respeito de a quem se deve pagar); tributo idntico sobre o mesmo fato gerador.A discusso do inciso III tem por objeto, principalmente, hipteses nas quais Fazendas distintas exigem tributos "similares".Exemplo: Unio exigindo ITR e municpio exigindo IPTU. Estado cobrando ICMS e municpio ISS sobre a venda de medicamentos em uma farmcia de manipulao.Em uma interpretao literal do inciso III, ITR e IPTU no teriam o mesmo fato gerador (o mesmo se aplica ao ICMS e ISS), portanto, no seria possvel ajuizar ao consignatria para discutir esta questo de competncia.Inobstante, o STJ vem admitindo o manejo da ao consignatria nestes casos:O recorrente objetivou com a propositura da ao consignatria exercer o seu direito de pagar corretamente, sem que tenha que suportar uma dupla cobrana sobre o mesmo fato gerador pelo Estado e pelo Municpio. No se trata, pois, de discusso acerca do valor devido, mas sim de verificar qual o ente federativo competente para a cobrana do respectivo tributo, tendo o recorrente, inclusive, realizado o depsito integral do valor devido nos autos da ao consignatria (...)(RESP - RECURSO ESPECIAL - 1040603 Relator(a) MAURO CAMPBELL MARQUES DJE DA TA :23/06/2009).

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.Assim, seria possvel demandar estado e municpio, consignando o valor do tributo mais alto. Tal medida evita que o contribuinte tenha que propor uma ao contra cada ente e corra os riscos de eventual prescrio etc.O problema que em muitos casos os contribuintes desvirtuam a ao consignatria, atribuindo-lhe contornos de verdadeira ao declaratria ou anulatria.Exemplo: Contribuinte ajuza ao contra municpio e estado, depositando o valor cobrado pelo municpio (menor). Defende que o tributo incidente o municipal e no o estadual, desejando o cancelamento deste ltimo.A questo ultrapassa a mera dvida quanto ao tributo devido, pois o contribuinte se posiciona a favor do pagamento de um deles.CompetnciaH autores que sustentam que, se houver litgio entre a Unio e os Estados, ou entre Estados, aps a realizao depsito, a competncia dever ser deslocada para o STF, por fora do art. 102, I, f da Constituio.Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituio, cabendo-lhe:I - processar e julgar, originariamente:f) as causas e os conflitos entre a Unio e os Estados, a Unio e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administrao indireta;O professor no concorda com esta posio, pois entende que no se trata de um conflito federativo, e sim de uma discusso de competncia tributria envolvendo um contribuinte. Ademais, isto ampliaria desmedidamente a competncia do STF.Aqueles que defendem este posicionamento argumentam que h duas relaes processuais. A primeira se estabelece com o deferimento da inicial e despacho determinando a citao dos rus. Comparecendo as rs para disputar o crdito, surgiria nova relao processual, desta feita entre Unio e estado, de sorte que o processo deveria ser remetido ao STF.A despeito de tal corrente doutrinria, o STF editou a smula 503:A dvida, suscitada por particular, sobre o direito de tributar, manifestado por dois estados, no configura litgio da competncia originria do Supremo Tribunal Federal.Desta forma, se o litigio for entre Unio e municpio, o autor deve ajuizar a ao em seu no local em que domiciliado, incluindo ambos no polo passivo. (art. 109, I, 2 CR).Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar:I - as causas em que a Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal forem interessadas na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes, exceto as de

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.falncia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas Justia Eleitoral e Justia do Trabalho; 2 - As causas intentadas contra a Unio podero ser aforadas na seo judiciria em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.Por bvio, se o litigio envolver estado e municpio ou dois municpios, a ao dever ser proposta perante a Justia Estadual.Uma maior complexidade se verificaria quando o conflito envolvesse dois estados. H quem sustente que a ao deve ser ajuizada na Justia Estadual do domiclio do autor.Procedimento possvel a realizao de depsito extrajudicial. Art. 890,1 CPC:Art. 890. Nos casos previstos em lei, poder o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignao da quantia ou da coisa devida. 1 Tratando-se de obrigao em dinheiro, poder o devedor ou terceiro optar pelo depsito da quantia devida, em estabelecimento bancrio, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correo monetria, cientificando-se o credor por carta com aviso de recepo, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestao de recusa.SucumbnciaTratando-se de ao consignatria fundada na dvida subjetiva, a Fazenda que ficar vencida ter que pagar os nus da sucumbncia tanto Fazenda vencedora quanto ao contribuinte depositante (arts. 897 e 20 CPC).Se o contribuinte depositar o valor menor entre as exigncias, ser legtima sua permanncia como assistente simples na causa, pois tem interesse jurdico no seu desfecho em favor da Fazenda indica como credora. (art. 50 CPC). Neste caso, se for devido o valor menor, a Fazenda vencida pagar honorrios ao contribuinte e Fazenda vencedora. Se for devidoo valor maior, o contribuinte tambm sucumbir.De acordo com o 1 do art. 164 CTN, a consignao s pode versar sobre o crdito que o consignante se prope a pagar. Quando o contribuinte consigna o valor, demonstra a sua inteno de pagar, ao contrrio do que ocorre no depsito na ao anulatria, cujo objeto diametralmente oposto (discutir o dbito sem ter a inteno de paga-lo).De acordo com STJ, a ao consignatria no via adequada para obter parcelamento do dbito no previsto em lei.Exemplo: A lei possibilitava o pagamento do IPTU em parcela nica ou em 10 parcelas. Se o municpio nega o parcelamento, o contribuinte poder fazer a consignao em parcelas, pois trata-se de direito expressamente previsto em lei para o caso. Hiptese

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.diversa aquela na qual o contribuinte entende que o parcelamento institudo por determinada lei deve ser aplicado ao seu caso, e ento, passa a consignar judicialmente as parcelas. Os pagamentos consignados at podero ser convertidos em renda, no entanto, no tero os efeitos tpicos de um parcelamento regularmente concedido.Embora haja discusso na doutrina, o STJ entende cabvel ao consignatria para fins de discusso da quantia devida.Exemplo: Contribuinte alega que Unio est cobrando um tributo acrescido de uma multa de 20% com incidncia da SELIC, totalizando R$ 10.000,00. Aduz que tais exigncias so inconstitucionais, pleiteando o direito a pagar apenas o tributo corrigido pela tabela de precatrios da Justia Federal. Para tanto, consigna apenas o valor do tributo, que de R$ 7.000,00.H quem afirme que o contribuinte no poderia adotar tais medidas, pois a ao em tela no seria propriamente consignatria. Na prtica, o que o contribuinte est fazendo um pagamento parcial e uma impugnao parcial, que tem natureza nitidamente anulatria. No exemplo acima, o contribuinte impugna a diferena de R$ 3.000,00.Consignada, porm, quantia inferior pretendida pela Fazenda, no h suspenso da exigibilidade do crdito tributrio (s ocorrer se o montante integral estiver depositado - analogia com art. 151, II CTN). Assim, a Fazenda poder prosseguir na cobrana dos valores residuais, isto , a diferena entre o total devido e o valor depositado pelo contribuinte (no exemplo acima, R$ 3.000,00).Observao: O contribuinte poderia pleitear uma liminar para suspender a exigibilidade desse valor residual.O 2 do art. 164 CTN determina que: 2 Julgada procedente a consignao, o pagamento se reputa efetuado e a importncia consignada convertida em renda; julgada improcedente a consignao no todo ou em parte, cobra-se o crdito acrescido de juros de mora, sem prejuzo das penalidades cabveis.Este 2 a base legal para sustentar que o depsito em ao consignatria suspende a exigibilidade do crdito. Se a cobrana s ocorrer ao final da ao (segunda parte do dispositivo), porque durante o curso da ao a exigibilidade estava suspensa.No obstante, preciso atentar para aquelas aes ditas consignatrias nas quais o contribuinte deposita apenas parte do dbito, hiptese em que a suspenso da exigibilidade incidir apenas sobre o valor parcial depositado, podendo a Fazenda prosseguir na cobrana do restante do dbito.Importante destacar que, se houver depsito parcial, os juros podero incidir apenas sobre a diferena.O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.1.1.3 Mandado de Segurana.Art. 5, LXIX e LXX da CRFB.LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico.LXX - o mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por:a) partido poltico com representao no Congresso Nacional;b) organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;Art. 1 da Lei 12016/2009:Art. 1 Conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa fsica ou jurdica sofrer violao ou houver justo receio de sofr- la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funes que exera.ObjetoO mandado de segurana no campo tributrio cabvel quando o cidado pretende se proteger contra atos de autoridades que violem ou ameacem violar direito subjetivo lquido e certo, devidamente amparado por prova pr-constituda. Assim, o objeto do mandado de segurana ser o ato comissivo ou omissivo praticado pelo agente fiscal, que se revele ilegal ou abusivo.Direito lquido e certoO impetrante deve demonstrar que o direito lquido e certo a ele pertence, que h receio de ser violado ou j o foi e que o responsvel pela leso uma autoridade administrativa.A doutrina critica a expresso "direito lquido e certo". A incerteza poderia se verificar em relao aos fatos, mas no ao direito, que uma vez existente, sempre ser lquido e certo.Segundo Hely Lopes Meirelles, os fatos que podem ser imprecisos e incertos, exigindo comprovao e esclarecimentos para propiciar a aplicao do direito invocado pelo postulante (a a necessidade da prova pr-constituda).A existncia de direito lquido e certo no est atrelada baixa complexidade do direito, ou ao volume de provas apresentado.

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.No cabimentoArt. 5 da Lei 12016/2009:Art. 5 No se conceder mandado de segurana quando se tratar:I - deato do qualcaiba recurso administrativo com efeito suspensivo,independentemente de cauo;II - de deciso judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;III - de deciso judicial transitada em julgado.A hiptese do inciso I bastante comum em matria tributria, vide art. 151, III CTN: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crdito tributrio:III - as reclamaes e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributrio administrativo;Destafeita,seo recursoadministrativo tiver efeito suspensivo (suspende aexigibilidade do crdito tributrio), no seria cabvel impetrar mandado de segurana.No obstante, a correta interpretao a ser dada ao caso a seguinte: se a despeito do recurso administrativo a parte impetrar mandado de segurana, subentende-se que renunciou ou desistiu da impugnao/recurso administrativo. Assim, no haveria indeferimento da inicial do mandado de segurana, tal qual determina o art. 5 da Lei 12016/2009.O art.38 daLEFdispe que o manejo da via judicial, pelo contribuinte, importa emrenncia aopoderderecorrer naesfera administrativa e desistncia do recurso acasointerposto, dispositivo este considerado constitucional pelo STF (Informativo 476 STF).Observao: Ainda no h um posicionamento firme acerca do tema mandado de segurana (art. 5, II da Lei 12016/2009) x recurso administrativo com efeito suspensivo (art. 38 da LEF). Inobstante, vem prevalecendo esta ltima interpretao relatada no Informativo 476 STF.Importante destacar que o STF rechaa a possibilidade de utilizao de ambas as vias (mandado de segurana e recurso administrativo) ao mesmo tempo. Se o contribuinte procurar a via judicial, significar desistncia da via administrativa.Impetrao contra lei em teseSmula 266 STF:No cabe mandado de segurana contra lei em tese.Neste sentido:(...)H necessidade, contudo, do contribuinte demonstrar a ameaa da ao fiscalizadora em razo de situaes fticas concretizadas (aquisio de bens, contratos firmados, obras executadas, etc.) ou a serem consolidadas.(...)

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.(STJ - REsp: 188308 MG 1998/0067654-6, Relator: Ministro JOS DELGADO, Data de Julgamento: 17/11/1998, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicao: DJ 26.04.1999 p. 54)O contribuinte deve demonstrar que o fato gerador do tributo j ocorreu, ou ainda, que cometeu uma suposta infrao, isto , que pelo menos est em vias de sofrer uma autuao.Observao: As mesmas consideraes sobre o tema feitas no captulo da ao declaratria so aplicveis ao Mandado de Segurana.Impetrao preventiva possvel a impetrao preventiva com o objetivo de se evitar a leso ao direito do contribuinte. Existe prazo para impetrar mandado de segurana preventivo?R: Em termos lgicos, a impetrao poderia ocorrer enquanto no se verificasse a coao efetiva ao direito (hiptese em que o mandado de segurana passaria ser repressivo). Desta forma, no faz sentido falar em prazo decadencial para impetrar mandado de segurana preventivo, tal qual ocorre nos mandados de segurana repressivos.Por conseguinte, a Smula 632 STF no se aplica aos mandados de segurana preventivos: constitucional lei que fixa o prazo de decadncia para a impetrao de mandado de segurana. Qual o limite entre a impetrao contra lei em tese (proibida) e o mandado desegurana preventivo?R: A distino mais clara seria a conduta do contribuinte. Assim, se j praticou o fato gerador ou cometeu a suposta infrao, poder impetrar ao mandado de segurana preventivo (mesmo que ainda no tenha sofrido fiscalizao). Por outro lado, se ainda no praticou qualquer conduta, no h que se falar ainda em impetrao de mandado de segurana, e se o fizesse, estaria o dirigindo contra lei em tese, o que vedado.Concluindo:No Mandado de Segurana repressivo, a leso ao direito do contribuinte j ocorreu (autuao, auto de infrao, lanamento etc). No mandado de segurana preventivo, o contribuinte j praticou o fato que pode gerar o pagamento de um tributo ou aplicao de uma multa, mas ainda no foi autuado etc. Finalmente, a impetrao contra lei em tese ocorre quando o contribuinte ainda no praticou nenhum fato concreto o que faa ter receio de uma les