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Noções de Direito Processual Penal. Prof: Rodrigo Ferreira Batista. 1

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Inquérito Policial

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Conceito de Processo Penal

Noes de Direito Processual Penal.

Prof: Rodrigo Ferreira Batista.

Conceito de Processo Penal

o conjunto de princpios e normas que regulam a aplicao jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutrias da Policia Judiciria.

Caractersticas do Direito Processual Penal

O Direito Processual Penal possui um carter instrumental, ou seja, constitui o meio para fazer atuar o direito material penal, tornando efetiva a funo deste de preveno e represso das infraes penais.

No Brasil, a Constituio Federal assegura o sistema acusatrio no processo penal, pois, estabelece vrios princpios garantidores em face da populao, mas precisamente ao ru. Como por exemplo, o princpio do contraditrio e da ampla defesa.

Finalidade do Direito Processual Penal

conseguir, mediante a interveno do juiz, a realizao da pretenso punitiva do Estado derivada da prtica de uma infrao penal, ou seja, torna efetiva, atravs dos rgos judicirios, a ordem normativa do Direito Penal, com o que assegura a aplicao de suas regras e preceitos. Assim, para solucionar com exatido o litgio penal, o juiz, no processo, deve apurar a verdade dos fatos a fim de aplicar, com justia, a lei penal.

Alguns - Princpios norteadores do Processo Penal

1 Princpio da verdade real ou material

O que se busca no processo a verdade, pelo menos teoricamente. A reproduo dos fatos deve ser como realmente aconteceu. O processo o instrumento de apreciao da verdade.

Desta forma, busca-se estabelecer que o jus puniendi (direito de punir) somente seja exercido contra aquele que praticou a infrao penal e nos exatos limites de sua culpa.

2 Princpio do devido processo legalEncontra-se previsto, expressamente, no art. 5, LIV, da Constituio Federal, Ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.

Pois a tramitao regular de um processo garantia dada ao cidado de que seus direitos sero respeitados, no sendo nenhuma restrio aos mesmos que no prevista em lei. 3 Princpio da ampla defesa e do contraditrio

Encontra-se previsto, expressamente, no art. 5, LV, da Constituio Federal, Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e a ampla defesa, com os meios e recursos inerentes.

A instruo contraditria inerente ao prprio direito de defesa, pois no se concebe um processo legal, buscando a verdade processual dos fatos, sem que se d ao acusado a oportunidade de desdizer as afirmaes feitas pelo Ministrio Pblico. 4 Princpio da presuno de inocncia

(art. 5 , LVII, CF) - ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria. Enquanto no existir uma sentena definitiva que o condene, o ru considerado inocente. Todo ru goza da presuno constitucional de inocncia.5 Princpio da publicidade

Os atos processuais no processo criminal so pblicos, salvo excees (art. 792, CPP). Quanto a imprensa o ru pode exigir que no tire fotos, por exemplo, mas a imprensa pode assistir o processo.

A publicidade dos atos processuais integra o devido processo legal e representa uma das mais solidas garantias do direito de defesa, pois a prpria sociedade tem interesse em presenciar ou conhecer a realizao da justia.

No direito ptrio vigora, em regra, o principio da publicidade absoluta, j que qualquer pessoa pode ir ao Forum assistir a realizao de interrogatrios, oitiva de testemunhas, debates, enfim qualquer ato processual.

6 Princpio da inadmissibilidade das provas ilcitas

(art. 5 , LVI, CF) Via de regra no se admite no processo as provas produzidas ilicitamente, tudo o que for obtido de forma criminosa, ilcita no deve servir de prova no processo penal. Tal previso consta no s na Constituio Federal, mas tambm no prprio CPP.

7 Princpio do favor- rei ou indubio pro ru

Toda vez que a lei penal ou a lei processual penal comportar mais de uma interpretao ou uma interpretao divergente, deve prevalecer aquela que seja mais benfica para ao acusado. Se houver dvida que se decida em favor do ru indubio pro ru. A condenao s pode existir quando houver a certeza da prova.

8 Princpio da indisponibilidade

S existe na ao penal pblica. Quando se tratar de crime de ao penal pblica ningum pode dispor do processo. de competncia do Ministrio Pblico (CF, 129,I) ele que promove a ao penal pblica e uma vez ajuizada, ela torna-se indisponvel, ningum nem o Ministrio Pblico pode desistir da ao penal pblica. Nenhum efeito tem a vontade da parte, porque esse tipo de ao indisponvel.

9 Princpio da obrigatoriedade

S ocorre nas aes penais pblicas. No existe no juizado especial criminal porque l mesmo a ao penal pblica incondicionada no obrigatria. Nos demais obrigatria. Naqueles casos previstos na Lei 9.099/95, nessa lei h a possibilidade da transao. Nos demais casos dessa ao estando presentes todos os seus pressupostos, o Ministrio Pblico obrigado a prop-la.Sistemas Processuais

- Sistema Inquisitivo:

No sistema inquisitivo o Estado-juiz concentrava em suas mos as funes de acusar e julgar, comprometendo assim sua imparcialidade. Portanto, o prprio rgo que investiga o mesmo que pune.

No sistema inquisitivo, no h separao de funes, pois o juiz inicia a ao, defende o ru e, ao mesmo tempo, julga-o.Assim, podemos apontar algumas caractersticas prprias do sistema inquisitivo, a dizer:

a) As trs funes (acusar, defender e julgar) concentram-se nas mos de uma nica pessoa;

b) O processo regido de forma secreta;c) No h o contraditrio nem a ampla defesa.

- Sistema AcusatrioO sistema acusatrio tem ntida separao de funes, ou seja, o juiz o rgo imparcial de aplicao da lei. Assim, no sistema acusatrio existe os trs personagens: juiz, autor e ru.

Podemos apontar algumas caractersticas do sistema acusatrio:

a) H separao entre as funes de acusar, julgar e defender, com trs personagens distintos: autor, juiz e ru; b) O processo regido pelo principio da publicidade dos atos processuais;c) Os princpios do contraditrio e da ampla defesa informam todo o processo;

d) O sistema de provas adotado do livre convencimento, ou seja, a sentena deve ser motivada com base nas provas carreadas para os autos;e) Imparcialidade do rgo julgador, pois o juiz esta distante do conflito de interesse de alta relevncia social instaurado entre as partes, mantendo seu equilbrio.Resta claro que no direito ptrio, vigora o sistema acusatrio. PRISOCONCEITO

Ensina o Prof. Fernando Capez, com muita propriedade, que priso a privao da liberdade de locomoo determinada por ordem escrita da autoridade judiciria competente, ou em caso de flagrante delito.

Conforme o art. 5., inc. LXI, da Constituio Federal, ningum ser preso seno em flagrante delito, ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciria competente, salvo nos casos de transgresso militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

Resumindo, a priso s poder ser realizada sem o respectivo mandado nos casos de priso em flagrante, transgresso militar, durante estado de stio e no caso de recaptura do evadido.

ESPCIES DE PRISO

Segundo ensinamento do Prof. Renato Brasileiro, o ordenamento processual penal possui trs espcies de priso, quais sejam, a extrapenal, a penal e a cautelar. Vejamos:

a) Extrapenal se subdivide em:

1 Civil ocorre nos casos de devedor de alimentos e do depositrio infiel, lembrando que a priso do depositrio infiel na hiptese da alienao fiduciria j foi retirada do ordenamento jurdico (RE 466.343 STF). O Pacto de So Jos da Costa Rica, em seu art. 7, no permite tal hiptese.

2 Administrativa ensina o mestre Magalhes Noronha, que esta espcie de priso um meio coativo para compelir algum ao cumprimento de certa obrigao. Tal hiptese de priso no encontra guarida constitucional. Ateno: O STF possui entendimento contrrio, aceitando a existncia desta modalidade de priso, no caso de procedimento administrativo de extradio, desde que a priso seja determinada por um juiz.

3 Disciplinar admissvel nos casos de crime propriamente militar ou transgresso disciplinar militar (art. 5, LXI, CF). Essa espcie de priso no depende de autorizao judicial. Afirma ainda o Prof. Renato Brasileiro que com relao s punies disciplinares militares, no cabe Habeas Corpus em relao ao mrito da punio, o que, no entanto, no impede a impetrao do remdio, questionando aspectos relacionados legalidade da priso.

b) Penal ou Priso-Pena aquela que resulta da sentena condenatria com trnsito em julgado que imps pena privativa de liberdade. a medida penal destinada satisfao da pretenso executria do Estado (Fernando Capez).

c) Cautelar A prisao cautelar uma espcie de medida cautelar, ou seja, aquela decretada para assegurar a eficcia do processo principal, sem que se tenha ainda sentena condenatria com trnsito em julgado. Temos cinco espcies de priso cautelar. vejamos:

1 priso em flagrante delito; 2 priso preventiva; 3 priso temporria;4 priso decorrente de pronncia; 5 priso decorrente de sentena condenatria recorrvel.

As trs primeiras espcies sero objeto de anlise do presente ESTUDO, eis que as duas ltimas (priso decorrente de pronncia e priso decorrente de sentena condenatria recorrvel) no constituem matria de grande incidncia nas provas de concurso, contudo, aconselha-se o estudo em material adequado.

MOMENTOS DA PRISO

Conforme prev o artigo 283, 2 do CPP, a priso pode ser realizada em qualquer dia, qualquer hora e qualquer lugar, ressalvada a inviolabilidade do domiclio. O agente que praticou uma infrao penal poder ser preso dentro de casa, desde que se encontre numas das seguintes situaes: 1 em flagrante delito; 2 durante o dia com ordem judicial (podendo at serem arrombadas as portas da casa); 3 durante a noite, desde que com ordem judicial e consentimento do morador. Vejamos: Art.283,CPP, Ningum poder ser preso seno em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciria competente, decorrncia de sentena condenatria transitada em julgado, no curso da investigao ou do processo, em virtude de priso temporria ou priso preventiva.

1 (...)

2 A priso poder ser efetuada em qualquer dia e qualquer hora, respeitadas as restries a inviolabilidade do domicilio.

Se o prprio morador quem deva ser preso, aguarda-se at o dia amanhecer, cuidando o executor da priso de determinar o cerco da casa, para que, de posse da ordem judicial, possa ingressar na casa.Urge consignar que o mandado de priso s poder ser cumprido durante o dia, compreendido o perodo das 6 s 18h. O Cdigo Eleitoral determina outro momento da priso do eleitor e do candidato. O eleitor possui alguns benefcios, a saber: desde os cinco dias antes da eleio e at 48 horas depois, no poder ser preso, salvo em caso de flagrante, sentena condenatria por crime inafianvel e desrespeito a salvo conduto (art. 236, CE). Por sua vez, os candidatos, nos 15 dias anteriores eleio s podero ser presos em caso de flagrante delito.

EMPREGO DE FORA

Por fora do artigo 284 do CPP, no permitido o emprego de fora quando da execuo da priso, salvo a necessria para coibir eventual resistncia ou tentativa de fuga do preso. O emprego de fora medida de carter excepcional, devendo ser limitada quilo que for indispensvel para vencer a resistncia ativa do preso ou sua tentativa de fuga, conforme j foi dito. Apesar de o texto legal silenciar, admite-se o emprego de fora, ainda, para impedir a ao de terceiros que tentem impedir a priso do agente, desde que no haja abuso.

Art.284,CPP, aduz: No ser permitido o emprego de fora, salvo a indispensvel no caso de resistncia ou tentativa de fuga do preso.

USO DE ALGEMAS

O emprego de algemas medida de carter excepcional, que s pode ser admitida nas seguintes hipteses:

a) prevenir, impedir ou dificultar a fuga do preso;b) evitar a agresso do preso contra policiais, contra terceiros ou contra si mesmo STF - Smula Vinculante n11, aduz o seguinte: S licito o uso de algemas em casos de resistncia e fundado receio de fuga ou de perigo a integridade fsica prpria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou autoridade e de nulidade da priso ou do ato processual que se refere, sem prejuzo da responsabilidade civil do Estado.

MANDADO DE PRISO

O CPP, nos artigos 285 e seguintes, trata do mandado de priso. Conforme dispe esse diploma legal, a autoridade judicial que ordenar a priso expedir o respectivo mandado, que ser lavrado pelo escrivo e assinado pela autoridade competente. Alm de designar pelo nome, alcunha ou sinais caractersticos o agente a ser preso, o mandado mencionar a infrao penal que motivou a priso, declarar o valor da fiana (quando a infrao for afianvel), e ser dirigido a quem tenha qualidade para execut-lo (art. 285, CPP). O mandado ser apresentado em duplicata, e o preso passar recibo em uma das vias, ficando com a outra (art. 286, CPP).

Como vimos, em regra, toda priso necessita de ordem judicial por escrito, salvo algumas excees. Vejamos:

a) infraes inafianveis o artigo 287 do CPP ensina que se a infrao for inafianvel, a falta de exibio do mandado no obstar a priso, e o preso, em tal caso, ser imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado. No caso em tela, existe a ordem, mas quem executa a priso no possui o documento em mos.

b) recaptura de ru evadido situao prevista no artigo 684 do CPP, que ensina que a recaptura do ru evadido no depende de prvia ordem judicial e poder ser efetuada por qualquer pessoa.

c) priso em flagrante situao que ainda ser abordada no presente material; sua possibilidade se encontra estampada no comando 301 do CPP.

PRISO ESPECIALDeterminadas pessoas, em razo da funo que desempenham ou que ostentam uma condio especial, tm direito a priso provisria em quartis, ou em ala especial.

Alguns exemplos de quem tem direito a priso especial; Ministros de Estado, Governadores, Prefeitos, membros do Poder Legislativo, Jurados, os Portadores de Diploma Universitrio.

Ateno: A priso especial somente pode ser concedida durante o processo ou durante o Inqurito Policial, de maneira que aps a condenao transitada em julgado cessa o benefcio, devendo o sujeito ser recolhido a estabelecimento comum.

PRISO PROVISRIA DOMICILIAR

Onde no houver estabelecimento adequado para efetivar a priso especial, o preso com direito a ela poder recolher-se em seu prprio domiclio, Lei 5.256/67, mediante autorizao do juiz, e MP.

ESPCIES DE PRISO CAUTELARPRISO EM FLAGRANTE DELITO

Conforme ensina o eminente Prof. Fernando Capez, o termo flagrante provm do latim flagrare, que significa queimar, arder. o crime que ainda queima, isto , que est sendo cometido ou acabou de s-lo.

Esta espcie de priso uma medida restritiva da liberdade de natureza processual e cautelar, devendo ser mantida apenas quando absolutamente necessria para o processo ou para assegurar a execuo futura da pena.Consiste na priso, independente de ordem escrita e fundamentada do magistrado competente, o agente que surpreendido enquanto comete ou acaba de cometer a infrao penal (crime ou contraveno).

FUNDAMENTOS

Segundo o excelente Prof. Renato Brasileiro, os fundamentos so trs, a saber:

a) evitar a fuga do infrator;b) auxiliar na colheita de provas;c) impedir a consumao do delito no caso de flagrante prprio e seu exaurimento nas demais hipteses de flagrante.

Fases da priso em flagranteCaptura nesse momento, exigido apenas a aparncia da tipicidade, no se exigindo nenhuma valorao sobre a ilicitude e culpabilidade, que ser analisado a posteriori, na fase processual, sob o crivo do contraditrio e da ampla defesa.

Conduo coercitiva o transporte do agente para a apresentao autoridade policial ou judicial.

Lavratura do auto de priso em flagrante materializao documental da priso. No referido documento estaro presentes os dados do preso, do executor da priso, as circunstncias de como o crime ocorreu, bem como as oitivas e interrogatrios dos sujeitos ativos e passivos da priso, alm das testemunhas.

Comunicao imediata ao juiz competente o preso apresentado ao juiz com remessa do auto de priso em flagrante dentro de at 24 horas.

Recolhimento priso em se tratando de infrao de menor potencial ofensivo, possvel a captura e a conduo coercitiva. Nesse caso, o auto de priso em flagrante no ser lavrado, sendo substitudo por um Termo Circunstanciado (o famoso TC) quando o agente assumi o compromisso de comparecer ao juizado.

Obs: Se o autuado no tiver advogado, a cpia do auto de priso em flagrante ser enviado Defensoria Pblica, para que um Defensor Pblico atue no caso.

Modalidade de priso em flagrante

Flagrante Prprio Tambm conhecido como Perfeito, Real, Verdadeiro ou Propriamente Dito. Esse a espcie mais simples de flagrante. aquele onde o agente surpreendido pela policia exatamente no momento em que est cometendo um crime (art. 302, I, CPP) ou quando acabou de praticar o crime e surpreendido pela policia (art. 302, II, CPP).

Flagrante Imprprio Tambm chamado de Imperfeito, Irreal, Quase-Flagrante. Ocorre quando a policia pega o agente, logo aps este ter cometido o ilcito. Em outras palavras, essa espcie de flagrante se d quando o agente d no p depois de ter praticado um crime, mas a policia acionada e sai no encalo do agente (art. 302, III, CPP).

A dvida recorrente nessa hiptese de flagrante o que seria o logo aps previsto na lei, bem como qual seria o tempo de durao de tal flagrante. Por logo aps devemos entender o lapso temporal entre o acionamento da autoridade policial, seu comparecimento e a colheita de informaes, para que se inicie a perseguio. O que realmente interessa que essa perseguio seja ininterrupta, podendo durar dias (ler art. 290, 1o, CPP).

Flagrante Presumido Tambm chamado de Ficto ou Assimilado. Neste, o Corintiano toma uma geral da policia, quando ento encontrado com o produto do crime. Recebe esse nome, pois no flagrante em questo, o agente encontrado com armas, instrumentos, objetosou papis que faam presumir ser ele o autor da infrao (art. 302, IV, CPP).

Flagrante Preparado Chamado tambm de Provocado, Crime de Ensaio, Delito de Experincia, Delito Putativo Por Obra Do Agente Provocador. Ex: o agente est na sua magrela pedalando com sua mina no cano, quando ento encontra um policial disfarado, oferecendo umas muambas furtadas; no momento em que o Corintiano pega a muamba, o policial da voz de priso pra ele.

Essas circunstncias previamente preparadas impossibilitam a consumao da infrao penal, uma vez que viciam a vontade do agente. Trata-se de hiptese de crime impossvel, ensejando o relaxamento da priso, diante da bvia ilegalidade (Smula 145 do STF). Aduz o seguinte:

No h crime, quando a preparao do flagrante pela policia torna impossvel a sua consumao.

Flagrante Esperado A espcie de flagrante ora em comento legtima, pois no h qualquer induzimento. A autoridade policial limita-se a aguardar a prtica do delito por parte do agente. Imaginemos a seguinte situao: Uma cidado est num bar, fingindo que cliente, quando na verdade, ele est de zio no caixa do Bar; o cidado espera o momento em que o dono do bar se ausenta e leva a grana do bar, porm, durante toda a ao, um policial que ali estava paisana, estava observando, e o prende.

Flagrante Prorrogado Recebe igualmente a denominao Retardado. uma espcie trazida pelo artigo 2, II, da Lei do Crime Organizado (Lei 9.034/95), mas que tambm est previsto no artigo 53, II da Lei de Drogas (Lei 11.343/06) e no artigo 4, 4 da Lei de Lavagem de Capitais (Lei 9.613/98). Consiste no retardamento da interveno policial que deve se dar no momento mais oportuno do ponto de vista da investigao ou da colheita de provas.

Imaginemos que um agente seja integrante de uma faco criminosa especializada em roubo de cargas. O policial e seus colegas esto investigando o agente j h algum tempo, perseguindo-o. O policial, ento, durante as investigaes, presencia alguns pequenos furtos cometidos pelo agente, mas no o prende, pois, sua inteno peg-lo com a boca na botija, cometendo um roubo de cargas; eis que, aps rdua viglia, surpreende o agente cometendo o to esperado roubo numa estrada, assim efetua a priso.

O policial, como vimos, presenciou outros crimes, porm, aguardou o melhor momento para efetuar a priso, que no caso, foi por um crime mais grave e relacionado a uma organizao criminosa.

Flagrante Forjado Tambm chamado de Fabricado, Maquinado, Inventado. Trata-se de hiptese de flagrante artificial, criado por agentes pblicos ou por particulares. No caso em tela no haver crime,podendo ainda o agente pblico responder por abuso de autoridade.

Situao: O agente est com sua mina no seu Opalo 69, dando um rol pela cidade, quando a policia chega por de trs com sua S10 Blazer, dando ordem para que o mesmo encoste. Ao parar seu carro, o agente desce, e a fazer a revista no carro o policial, coloca uma trouxinha de maconha no porta-luvas do carro, objetivando dar o flagrante.

Nota: Neste caso alm de obviamente no ser o flagrante legal, o policial poder responder por abuso de autoridade.

Flagrante Compulsrio Conhecido ainda por Obrigatrio. Recebe a retro denominao, pois, o agente pblico obrigado a prender o agente em flagrante, no tendo discricionariedade sobre a convenincia ou no de efetiv-la (art. 302, caput, 2 parte, CPP). o que ocorre quando o policial assiste o agente com o ferro na mo batendo na sogra que nada fez. No presente caso, o policial dever proceder priso do agente obrigatoriamente.

Flagrante Facultativo Nesta espcie, qualquer pessoa (que no agente pblico), ter a faculdade de efetuar ou no o flagrante, de acordo com os critrios da convenincia e oportunidade (art. 302, caput, 1 parte, CPP). Ex: O agente esta com o ferro na mo, dando na cabea da sogra, em meio a uma Festa Junina, no tendo nenhum policial por perto para efetuar a priso, e se estivesse, teriaa obrigao de prender o agente, mas uma outra pessoa qualquer v a cena toda, assim esta tem o poder de decidir se quer arriscar sua vida numa tentativa de priso em flagrante perfeitamente possvel, ou acionar a policia.

PRISO PREVENTIVA

O Prof. Fernando Capez nos traz o seguinte conceito acerca dessa modalidade de priso: Priso cautelar de natureza processual decretada pelo juiz durante o inqurito policial ou processo criminal, antes do trnsito em julgado, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os motivos autorizadores.

Os crimes que admitem a priso preventiva, segundo o artigo 313 do CPP, so os seguintes:

I- Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade mxima superior a 4 (quatro) anos;

II- Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentena transitada em julgado por outro crime doloso, em sentena transitado em julgado, ressalvado o disposto no INCISO I do art.64 CP;

III- Se o crime envolver violncia domestica e familiar contra a mulher, criana, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficincia, para garantir a execuo das medidas protetivas de urgncia;

IV- Revogado

Pargrafo nico: tambm ser admitida a priso preventiva quando houver duvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta no fornecer elementos suficientes para esclarec-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade aps a identificao, salvo se outra hiptese recomendar a manuteno da medida.

Os crimes culposos e as contravenes no admitem esta espcie de priso cautelar.

A priso em comento pode ser decretada em qualquer momento, podendo ser durante o Inqurito Policial, bem como durante a ao, at o seu trnsito em julgado (art. 311, CPP).

Informa, ainda, o artigo 311 do CPP, Em qualquer fase da investigao policial ou do processo penal, caber a priso preventiva decretada pelo juiz, de oficio, se no curso da ao penal, ou a requerimento do Ministrio Publico, do querelante ou do assistente, ou por representao da autoridade policial.

A Deciso QUE DECRETAR, substituir ou denegar a priso preventiva ser sempre motivada (art. 315, CPP).

Insta salientar ainda, que o juiz poder revogar a priso preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decreta-la, se sobrevier razoes que a justifiquem (art.316, CPP) Obs: Inexiste em lei prazo que determina a durao desta priso, desta forma, ela poder ser decretada at quando for necessria, mas no poder ser abusivo este tempo, bem como, at o trnsito em julgado da sentena. PRESSUPOSTOS DA PRISO PREVENTIVAOs requisitos so dois:

a) fumus boni iuris (fumaa do bom direito): que a prova da materialidade do crime e indcios suficientes de autoria. Bastam meros indcios, pois a dvida, neste caso, milita em favor da sociedade, e no do ru (princpio do in dubio pro societate.

b) periculum in mora perigo na demora): tal pressuposto importa na colocao em risco da sociedade ou do futuro do processo ou da execuo da pena por parte do agente.

HIPTESES DE DECRETAO DA PRISO PREVENTIVA

O CPP traz em seu comando art. 312 as hipteses de cabimento da priso preventiva. So elas:

a) Garantia da ordem pblica: deve-se entender a paz e a tranquilidade social, ou seja, possui a finalidade de no deixar o agente continuar a delinqir, trazendo tranqilidade social. b) Garantia da ordem econmica: corresponde poltica econmica do Estado. Neste caso a priso e para garantir a ordem econmica, somente pode ser decretada se tratar de crimes previstos nas Leis, n8.137-90,(crimes contra a ordem Tributaria) 8.176-91, (crimes contra a ordem econmica) 8.078-90 e demais normas que se referem a ordem econmica.c) Convenincia da Instruo Criminal: Devemos inicialmente dizer que a instruo criminal no e conveniente, mas sim, necessria. Assim, decreta-se a priso do autor do fato se, em liberdade, ameaar testemunhas, subtrair documentos etc. Deste modo, possui a finalidade de no permitir que o agente tumultue a produo de provas.

d) Assegurar a aplicao da lei penal: a priso preventiva devera ser decretada quando houver provas seguras de que o acusado, em liberdade, ira se desfazer (ou esta se desfazendo) de seus bens, com a inteno de evitar o ressarcimento dos prejuzos causados pela pratica do crime. Ou ainda, se h comprovao de que se encontra em lugar incerto e no sabido, do mesmo modo utilizada como fundamentao nos casos de perigo iminente de fuga do agente.

Ateno: basta a existncia de uma dessas hipteses, no sendo necessria o conjunto.PRISOTEMPORRIA Lei n.7.960-89 (somente nos crimes, inadmissvel nas contravenes penais e nos crimes culposos)

espcie de priso cautelar, criada com o objetivo de facilitar as investigaes e a colheita de provas quando se tratar de crimes mais graves. Esta modalidade de priso no est prevista no CPP, encontrando amparo legal na lei 7.960/89.

Somente o juiz pode decret-la, e em deciso fundamentada, porm, nunca de ofcio, somente em face de representao da autoridade policial e requerimento do MP. Para que haja a decretao da priso temporria por parte do juiz, este deve ser representado pela Autoridade Policial ou requerido pelo Promotor de Justia (art. 2, primeira parte, L. 7.960/89).

Importante mencionar que a priso temporria s pode ser decretada durante o Inqurito Policial, destarte, ela pode ser decretada contra o suspeito ou contra o indiciado.

O artigo 2, segunda parte, da lei de priso temporria ensina que a durao da priso ser de cinco dias, permitida uma nica prorrogao por igual perodo no caso de extrema e comprovada necessidade. O pargrafo stimo do artigo acima citado informa que ultrapassados os dias determinados para a priso, o preso dever ser imediatamente libertado, salvo se sua priso preventiva houver sido decretada. Porm, a lei de Crimes Hediondos (Lei. 8.072/90), em seu comando 2, pargrafo 4, trouxe umnovo prazo de priso temporria para os crimes hediondos, Homicdio qualificado, tortura, trfico de entorpecentes e terrorismo; o novo prazo de trinta dias de priso, prorrogveis por mais trinta dias, em caso de extrema e comprovada necessidade.

INQURITO POLICIAL ART.4ao 23 CPPConceito

O Inqurito Policial um procedimento administrativo inquisitrio e preparatrio, consistente em um conjunto de diligncias realizadas pela polcia investigativa, para apurao da infrao penal e sua autoria, presidido pela autoridade policial.

3 Natureza Jurdica

Como j foi dito anteriormente, o Inqurito Policial um procedimento administrativo, portanto, no se trata de processo.

4 Finalidade

O Inqurito Policial deve apurar a infrao penal e sua respectiva autoria.

5 Destinao

O Inqurito Policial destina-se a servir de base para uma futura ao penal (art. 12, CPP).

6 Caractersticas do Inqurito Policial

a) escrito - formal: O cdigo de Processo Penal exige, como formalidade, que as peas do IPL sejam reduzidas a escrito, portanto no existe Inqurito Policial oral (art. 9, CPP).

b) instrumental: o Inqurito Policial instrumento utilizado pelo Estado para reunir provas da materialidade do crime e indcios de autoria.

c) obrigatrio: havendo um mnimo de elementos, a autoridade policial deve instaurar o Inqurito Policial (art. 5, par. 3, CPP).

d) dispensvel: quando o Ministrio Pblico contar com provas autnomas, o Inqurito Policial ser dispensvel (art. 39, par. 5, CPP).

e) informativo: os elementos nele reunidos s servem para a propositura da ao penal, jamais para sustentar uma condenao. f) sigiloso (art. 20, CPP): deve ser adotado no IPL o sigilo necessrio a elucidao do fato, via de regra o sigilo no vigora para a autoridade judiciria, membros do Ministrio Pblico e advogados. g) inquisitivo: O carter inquisitivo do IPL faz com que seja impossvel dar ao investigado o direito de defesa, pois ele no esto sendo acusado de nada, as sim, sendo objeto de um pesquisa feita pela autoridade policial, por isso que no h contraditrio e ampla defesa no Inqurito Policial.

h) indisponibilidade: a autoridade policial no pode arquivar o Inqurito Policial.I) Discricionrio: A autoridade policial, ao iniciar uma investigao, no esta atrelada a nenhuma forma previamente determinada. Tem a liberdade de agir, para apurao do fato criminoso, dentro dos limites estabelecidos em lei. Discricionariedade no arbitrariedade.Obs:No existe nulidade no Inqurito Policial, pois o mesmo se trata de pea meramente informativa. O que poder existir e nulidade formal no procedimento do flagrante delito, neste ponto a formalidade deve ser respeitada. Formas de Instaurao do Inqurito Policial

a) De Ofcio Quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras. A pea inaugural desse Inqurito Policial a Portaria.

b) Requisio do Juiz ou do Ministrio Pblico Quando a autoridade policial toma conhecimento da infrao penal por meio de um expediente escrito. Possibilidades: requisio do juiz ou promotor de justia; representao do ofendido ou seu representante legal; requerimento do ofendido ou seu representante legal.

A autoridade policial est obrigada a atender requisio, mas no porque se trata de uma ordem, mas sim por observncia obrigatoriedade do Inqurito Policial.

c) Requerimento do Ofendido ou seu Representante Legal A autoridade policial no est obrigada a atender o requerimento. O ofendido pode recorrer do despacho de indeferimento da autoridade policial para o Delegado Geral ou para o Secretrio de Segurana Pblica, ou, simplesmente, procurar o rgo ministerial e representar acerca do crime, deixando que o este requisite a instaurao de Inqurito Policial.

d) Priso em FlagranteQuando a autoridade policial toma conhecimento do fato pela apresentao do acusado preso em flagrante. A pea inicial ser o Auto de Priso em Flagrante.Obs: Incomunicabilidade (art. 21, CPP)

Tal artigo no foi recepcionado pela Constituio Federal (art. 136, 3, IV, CF), pois, se nem mesmo no Estado de Defesa, que um estado de exceo, foi proibido a incomunicabilidade, o que dir ento num estado de normalidade.

Direitos que possuem os cidados preso e na fase do Inqurito Policial

1- O preso tem direito a assistncia da famlia e do seu advogado(art. 5, LXVII, CF).

2- O preso e o solto (indiciado ou ru) tem direito de ficar calado perante a autoridade policial ou judiciria.

3- O preso tem o direito a pedir a identificao de quem o est prendendo e de quem o est interrogando. O direito de pedir a identificao constitucional.

4- O preso tem o direito de que a autoridade comunique a priso a quem o preso indicar, sob pena de nulidade do auto de flagrante.

5- O preso tem o direito de no ser identificado criminalmente se j for identificado civilmente, salvo se haja dvidas acerca da sua identidade.- Condenao com base no Inqurito

A lei veda expressamente , que o juiz condene o reu com base apenas nas provas colhidas durante a fase do IPL, sem que elas sejam corroboradas no curso do processo judicial, sob o crivo do contraditrio, pois a fase do inqurito ocorreu sem a cooperao do indiciado, e portanto inquisitorialmente, vejamos o que aduz o CPP.

Art 155, O juiz formara sua convico pela livre apreciao da prova produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao, ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas.

(grifo nosso)

Concluso do IPL- Prazo para concluso do Inqurito Policial (justia comum estadual e justia comum Federal, trafico de entorpecentes e Lei dos Crimes Hediondos)RU PRESO regra Art.10 CPPRU SOLTO

CPP 10 diasCPP 30 dias ( admite dilao de prazo

Lei n.5.010-66 IPL no mbito da Policia Federal 15 dias

Lei 11.343/06 (antidrogas) 30 dias ( admite uma prorrogaoLei 11.343/06 (Antidrogas) 90 dias ( admite uma prorrogao

Crimes Hediondo prazo de 30 dias podendo ser prorrogvel por igual perodo

.

Obs: Todos os prazos acima descritos so processuais, ou seja, despreza-se, na contagem, o dia inicial, incluindo-se o dia final.

Concluso do Inqurito Policial

O Inqurito Policial concludo com um minucioso relatrio da autoridade policial acerca das diligncias desenvolvidas na apurao da infrao penal (art. 10, 1, CPP). No existe juzo de valor, ou seja, no pode a autoridade policial dizer se o indiciado culpado ou inocente nesse relatrio, pois o Ministrio Pblico que fica incumbido de formar a opinio delict (Opinio do crime).Depois de concludo, o Inqurito Policial, segundo o CPP, deve ser encaminhado ao juzo competente, para em seguida ser enviado ao Ministrio Pblico. Entretanto, alguns Estados j enviam diretamente o Inqurito Policial ao rgo ministerial, no observando a regra do CPP.

Procedimento do Arquivamento

Quando o Inqurito Policial for enviado para o Ministrio Pblico, este poder promover a ao penal em cinco dias quando o indiciado estiver preso ou em 15 dias quando solto.

Porm, poder requerer o arquivamento para o juiz, se este no concordar remeter os autos ao Procurador Geral de Justia (PGJ), que poder:a) oferecer a denncia ele prprio;

b) requisitar mais diligncias que reputa imprescindvel;

c) designar outro Promotor de Justia para oferecer a denncia; sendo que este outro Promotor ser obrigado a oferecer a denncia. d) insistir no pedido de arquivamento, quando ento estar o juiz obrigado a faz-lo.

Obs: Nos crimes de menor potencial ofensivo (crime que prev pena de no mximo 02 anos), ou seja, de competncia do Juizado Especial Criminal, no ser lavrado Inqurito Policial, mas sim, Termo Circunstanciado. PRESTEM ATENO:NOTA: Depois que autoridade faz toda a fase investigatria ela vai concluir o inqurito e este concludo atravs de uma pea chamada relatrio.

onde o delegado vai indiciar ou no algum. Ele no est obrigado a indiciar algum. Se ele no conseguir esclarecer a autoria do delito ele pode concluir o inqurito sem indiciar ningum. Quando isso acontece ele vai remeter esse inqurito a justia como diligncias policiais. No relatrio o delegado indicia ou no. A posio do delegado de polcia indiciando ou deixando de indiciar no vincula o titular da ao penal. Por exemplo: o Ministrio Pblico como titular da ao penal pode achar que h elemento, podendo denunciar ou no. Tambm pode acontecer o contrrio o delegado pode denunciar e o promotor achar que no houve elementos.

O relatrio uma pea que deve se limitar a relatar aquilo que foi apurado no devendo fazer acusaes de mrito. O relatrio deve ser feito pelo delegado, mas na maioria das vezes feito pelo escrivo e assinado pelo delegado. Feito o relatrio que a ltima pea do inqurito, ele remetido para a justia. Nas capitais chega justia atravs da corregedoria de polcia. Na justia, se o inqurito se tratar de crime de ao penal privada vai ficar parado no cartrio aguardando a iniciativa da parte ofendida. Se versar sobre um crime de ao penal pblica vai para as mos do representante do Ministrio Pblico. A parte privada que tem interesse que deve ir atrs, o cartrio no obrigado a intimar.

Se tratar de ao penal pblica, ele ir para as mos do representante do Ministrio Pblico. Ao receber o inqurito policial, o promotor de justia tem as seguintes alternativas:

1- (art. 46 CPP) Oferecer a denncia, ou seja promover a ao penal, que deve ser em 5 dias se houver indiciado preso e de 15 dias se no houver ningum preso. O prazo de 5 dias geralmente cumprido, pois caso contrrio a priso considerada ilegal. O prazo de 15 dias geralmente no cumprido. No h nenhuma conseqncia, apesar do art. 800, CPP haver previsto uma punio (desconto do salrio do Juiz ou Promotor referente aos dias de atraso).

2- Requerer o retorno do inqurito a delegacia de origem para novas investigaes. O promotor recebeu o inqurito, mas ele acha que tem muito a desejar, ento ele pode requerer novas investigaes ao delegado. Ele pode enumerar quais fatos ele que esclarecer ou no. O delegado no pode dizer que no faz, pois o Promotor pede ao Juiz para este requisitar o delegado.

3- Requerer ao Juiz o arquivamento do inqurito. S quem pode arquivar inqurito a autoridade judiciria (Juiz, Tribunal). O Ministrio Pblico pode requerer, opinar, pedir. A deciso do Juiz arquivando o inqurito ele no coisa julgada. Em qualquer poca, se no ocorreu a prescrio e ocorreu prova nova, o inqurito pode ser desarquivado.

Seguintes Situaes: art. 28 CPP,

Se o Procurador Geral concordar com o Promotor e que a hiptese de arquivamento o Juiz obrigado a arquivar. Se o Procurador Geral concordar com o Juiz, este pode denunciar ou designar outro promotor a fazer denncia. Ele no pode obrigar o promotor que pediu o arquivamento denunciar. O promotor designado obrigado a fazer a denncia, isso a opinio da maioria.

O pedido de arquivamento feito pelo Ministrio Pblico como tambm o pedido arquivamento feito pelo Juiz ou Tribunal deve ser bem fundamentado. Desse despacho do Juiz arquivando no cabe recurso, no faz coisa julgada, pois posteriormente em qualquer poca, desde que no tenha ocorrido a prescrio, se surgir prova nova, o inqurito pode ser desarquivado.

O que prescreve o crime e no o inqurito. 28 CPP se o juiz no concorda com o arquivamento o acha que caso de denncia ele remete para o Procurador Geral da Repblica ou Procurador Geral de Justia no mbito federal e estadual, respectivamente. Se o Procurador concorda com o arquivamento, ele ratifica o pedido do Promotor e o Juiz obrigado a arquivar.

Se o Procurador entender que quem est com razo o Juiz e que um caso de denncia, o Procurador pode: 01- Fazer a denncia; 02- ou designar um outro promotor para fazer a denncia, ao qual este esta obrigado a atender o que ele no pode obrigar o promotor anterior a denunciar. O entendimento da maioria de que esse segundo promotor obrigado, a lei omissa nesse caso, esse promotor age como delegao expressa do chefe da delegao.Ao Penal Art. 24 ao 62 CPPNoes Gerais - Conceito de ao penal

No mbito penal, a soluo de um litgio somente pode ser atravs do processo. Pois mesmo que se diga que Fulano agiu em legitima defesa, esta deve ser comprovada em processo judicial regularmente instaurado. Pois bem. Na medida em que o Estado proibiu o fazer justia pelas prprias mos, assumindo assim o monoplio da justia, mister faz dar ao cidado um instrumento para que ele possa reclamar o que seu. Este o direito de ao.

Conceito: O Professor Fernando Capez nos traz o seguinte conceito de Ao Penal: o direito de pedir ao Estado-Juiz a aplicao do direito penal objetivo a um caso concreto. tambm um direito pblico subjetivo do Estado-Administrao, nico titular do dever-poder de punir, de pleitear ao Estado-Juiz a aplicao do direito penal objetivo, com a conseqente satisfao da pretenso punitiva.

Condies da Ao Penala) possibilidade jurdica do pedido: O pedido formulado deve encontrar amparo no ordenamento jurdico. Ex: O fato narrado na ao penal deve ser considerado crime.

b) legitimidade para agir: a pertinncia subjetiva da ao. A legitimidade ativa do Ministrio Pblico na Ao Penal Pblica e do ofendido ou seu representante legal na Ao Penal Privada. O plo passivo ocupado pelo provvel autor do fato delituoso.

c) interesse de agir: um trinmio: necessidade; utilidade; adequao. A necessidade presumida no processo penal (no existe pena sem processo, com exceo da transao penal). A adequao tambm presumida (a ao penal sempre condenatria). Por fim, a utilidade consiste na eficcia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do autor.d) justa causa: necessrio lastro probatrio mnimo para a instaurao de um processo penal, ou seja, prova da materialidade e indcios de autoria. Excees: h hipteses onde uma ao penal poder ser iniciada com meros indcios:

1) entorpecentes: basta o laudo de constatao para poder dar incio a uma ao penal (art. 50, par. 1 Lei 11343/06).

2) Lei Maria da Penha: basta o pronturio mdico dos ferimentos resultantes da violncia para se iniciar uma ao penal (art. 12, pa. 3 Lei 11340/06).

3) JECRIM: o boletim mdico basta para a propositura da ao penal (art. 77, par. 1, Lei 9099/95).

Classificao das Aes PenaisH dois tipos de aes: a Ao Penal Pblica e a Ao Penal Privada.A Ao Penal Pblica pode ser:

a) Ao Penal Pblica Incondicionada.b) Ao Penal Pblica Condicionada a: b1) representao do ofendido; b2) requisio do Ministro da Justia.

NOTA: Ao Penal nos Crimes Contra a dignidade sexual Art. 225 CP, Nos crime definidos nos Captulos I e II deste, titulo, procede-se mediante ao penal publica condicionada representao.

Pargrafo nico: Procede-se, entretanto, mediante ao penal PUBLICA INCONDICIONADA se a vitima menor de 18 anos ou pessoa vulnervel.

O capitulo I trata dos crimes contra a liberdade sexual e so eles:

a) Art.213 estupro com resultado leso grave e morte e quando a vitima maior de 14 e menor de 18;

b) Art. 215 - violncia sexual mediante fraude;

c) Art.216 A assedio sexual.

O capitulo II trata dos crimes sexuais contra vulnervel e so eles:

a) Art.217 A estupro de vulnervel;

b) Art.218 - corrupo de menores;

c) Art.218 satisfao de lascvia mediante presena de criana ou adolescente;

d) Art.218 B favorecimento da prostituio ou outra forma de explorao sexual de vulnervel.

Ateno: Se os crimes contra os costumes em que resultar morte ou leso corporal grave na vtima ser de Ao Penal Pblica Incondicionada.Ao Penal nos Crimes Contra a HonraEm regra, a ao ser sempre privada. (Queixa crime art. 145, CP)A injria real praticada mediante vias de fato (agresso que no produz leses) de Ao Penal Privada (art. 145, caput, CP), entretanto, se praticada com violncia real, (leso corporal leve) ser de Ao Penal Pblica Condicionada a representao.

Os crimes contra a honra do Presidente da Repblica sero de Ao Penal Pblica Condicionada a Requisio do Ministro da Justia (art. 141,I CP).

Obs:* racismo crime de ao penal pblica incondicionada.

* nos crimes praticados com violncia domstica e familiar contra a mulher (Lei 11.340/06), independente da pena prevista, no se aplica a lei 9.099/95. Mesmo a leso corporal leve contra a mulher mediante violncia domstica e familiar ser de Ao Penal Pblica Incondicionada.Espcies de Ao PenalAo Penal Pblica Incondicionada

O eminente Professor Damsio de Evangelista de Jesus ensina que a ao penal pblica incondicionada quando o seu exerccio no se subordina a qualquer requisito. Significa que pode ser iniciada sem a manifestao de vontade de qualquer pessoa.

O titular da ao penal pblica incondicionada o Ministrio Pblico, de acordo com o art. 129, I, da CF, salvo a hiptese em que este fica inerte durante 15 dias com o ru solto e 5 dias quando preso (art.46,CPP) quando ento existe para o ofendido o direito de apresentar Ao Penal Privada Subsidiria da Pblica, tambm conhecida como Ao Acidentalmente Privada. (art. 29, CPP, art.5,LiX, CF e art.100, 3 do CP). 7.2 Princpios da Ao Pblica e Privada.

Princpios da A.P.PblicaPrincpios da A.P.Privada

1 Ne Procedat Iudex Ex Officio o juiz no pode agir de ofcio1 Ne Procedat Iudex Ex Officio o juiz no pode agir de ofcio

2 P. da Oficialidade a A.P.Pblica promovida por um rgo oficial do Estado.A ao promovida pelo titular.

3 P. da Obrigatoriedade o MP obrigado a denunciar quando houver justa causa. Excees: a) transao penal (P. da Oportunidade Regrada ou P. da Obrigatoriedade Mitigada); b) plea bargaining (estava previsto na lei antiga de drogas e no foi reproduzida na nova lei de entorpecentes); c) acordo de lenincia (espcie de delao premiada nos crimes contra a ordem econmica arts. 35-B e 35-C da lei 8884/94); 3 P. da Oportunidade e Convenincia a vtima prope a queixa-crime apenas se assim desejar; no obrigada a propor ao penal contra o autor do crime pelo qual foi vitima.

4 P. da Indisponibilidade o MP no pode dispor da A.P. Pblica. O art. 42 e o art. 576 do CPP ensinam, respectivamente, que o MP no pode desistir da ao interposta e que no pode desistir do recurso interposto. Exceo: suspenso condicional do processo (art. 89 da lei 9099/95). * o STF decidiu que mesmo quando a pena mnima do crime for superior a um ano, caber suspenso condicional do processo, se a pena de multa estiver cominada de maneira alternativa (ex: art. 8137/90).4 P. da Disponibilidade o ofendido pode dispor da A.P. Privada nas hipteses de perdo, perempo e desistncia da ao.

5 P. da Intranscendncia a ao penal no pode passar da pessoa do acusado. No pode atingir terceiros no envolvidos na conduta criminosa5 P. da Intranscendncia a ao penal no pode passar da pessoa do acusado. No pode atingir terceiros no envolvidos na conduta criminosa

6 P. do Ne Bis In Idem ou da Inadmissibilidade da Persecuo Penal Mltipla ningum ser processado duas vezes pelo mesmo fato. Ex: um militar lesionou outro militar (justia militar), porm, o processo foi realizado na Justia Comum (incompetente), onde foi realizada a transao penal, transitando em julgado. No poder ser julgado de novo na J. militar, que era a competente, para evitar o bis in idem (STF HC 86606 e HC 92912). 6 P. do Ne Bis In Idem ou da Inadmissibilidade da Persecuo Penal Mltipla ningum ser processado duas vezes pelo mesmo fato. Ex: um militar lesionou outro militar (justia militar), porm, o processo foi realizado na Justia Comum (incompetente), onde foi realizada a transao penal, transitando em julgado. No poder ser julgado de novo na J. militar, que era a competente, para evitar o bis in idem (STF HC 86606 e HC 92912).

7 P. da (in) Divisibilidade para o STF, na A.P .Pblica vige o P. da Divisibilidade, pois o MP pode denunciar alguns agentes, sem prejuzo do prosseguimento da investigao com relao aos outros. Ex: mensalo. J para a doutrina, na A.P. Pblica vige o P. da Indivisibilidade, ou seja, havendo justa causa, o MP obrigado a denunciar todos os agentes. 7 P. da Indivisibilidade (art. 48) o processo de um, obriga ao processo de todos. Se o querelante deixar de citar um autor na queixa, o que ocorre? R: o MP no pode aditar a queixa para incluir co-autores (falta de legitimidade). O MP deve pedir a intimao do querelante, para que o mesmo adite a queixa, sob pena de se interpretar que o ofendido renunciou ao co-autor no presente na queixa, estendendo-se essa renncia aos demais.

Ao Penal Pblica Condicionada Representao

Segundo o mestre Fernando da Costa Tourinho Filho, Ao Penal Pblica Incondicionada aquela cujo exerccio se subordina a uma condio. Essa condio tanto pode ser a manifestao de vontade do ofendido ou de seu representante legal (representao), como tambm a requisio do Ministro da Justia.

condicionada, ento, pois depende de condies especficas para seu procedimento, quais sejam:

a) Representao do ofendido ou seu representante legal: a manifestao do ofendido no sentido de que possui interesse na persecuo penal do agente. Possui natureza jurdica de condio especfica de procedibilidade. A representao exercida pelo ofendido ao juiz, ao representante do parquet (Ministrio Pblico) ou autoridade policial (art. 39, CPP). ato facultativo da vtima. A representao mera autorizao, no sendo o rgo ministerial obrigado a oferecer denncia.

tranqilo o entendimento sobre a natureza jurdica da representao; o Professor Capez, ensina que trata-se de condio objetiva de procedibilidade.

a1) Legitimidade para Representao/QueixaA mulher casada pode representar sozinha. A mulher casada com 17 anos pode representar? Duas correntes:1) espera completar dezoito anos, para ela no existindo decadncia (por ser incapaz).2) nomeia-se um curador.Os maiores de 18 anos podem representar sozinhos. Os menores no podem representar sozinhos, necessitando de representante legal para o exerccio da representao.

Se o menor de 18 anos vtima de crime de Ao Penal Pblica Condicionada ou de Ao Penal Privada e o representante legal tem conhecimento quanto autoria e no representa, o que ocorre?

R: para os Professores Pacelli e Luiz Flvio Gomes, se houve decadncia para o representante legal, est extinta a punibilidade, mesmo que o menor no tenha completado 18 anos. J para os professores Nucci e Capez, cuidando-se de incapaz, o prazo no flui enquanto no cessar a incapacidade, pois no se pode falar em decadncia de um direito que no pode ser exercido (STF HC 75697).a2) Representante legal

Qualquer pessoa que de qualquer modo seja responsvel pelo menor seu representante legal e possui legitimidade (art. 30, CPP).

O menor que no possuir representante legal ou houver colidncia de interesses entre ambos, ser representado por um curador especial nomeado pelo juiz competente (art. 33, CPP). O curador no ser obrigado a oferecer a representao ou queixa.Nos casos em que a Pessoa Jurdica for vtima de crimes, quem oferece a representao ou a queixa seu representante legal (art. 37, CPP).

No caso de morte da vtima, quem prope a representao ou queixa o cnjuge, o companheiro, o ascendente, o descendente ou o irmo (art. 31, CPP). Essa ordem sucessiva e preferencial.

O prazo decadencial de seis meses contar-se- a partir do momento do conhecimento da autoria. O sucessor mantm o prazo restante quando j conhecia a autoria (art. 38, CPP).

No necessrio qualquer formalismo na representao. O Boletim de Ocorrncia e o Exame de Corpo de Delito servem como representao. Qualquer ato que denote desejo de representao vlido. O prazo decadencial de seis meses (na lei de imprensa de 3 meses). um prazo penal (inclui o primeiro dia e exclui o ltimo).

A vtima pode se retratar da sua representao at o momento do oferecimento da denncia (retratao da representao - art. 25, CPP).

A retratao no se confunde com renncia. A retratao pressupe o exerccio de um direito, j na renncia o direito sequer foi exercido.

Obs: a vtima representa apenas contra um dos agentes. Essa representao vale para os demais? R: a acusao contra um dos co-autores estende-se aos demais (eficcia objetiva da representao). E se a vtima representa por apenas um dos crimes onde foi vtima? R: a representao no alcana os outros crimes.b) requisio do Ministro da Justia: No vincula o Ministrio Pblico, titular da ao penal. O prazo para a requisio no existe. No est sujeito a prazo decadencial, porm, o crime est sujeito a prazo prescricional.A retratao da requisio possvel?

R: duas correntes:1)Capez e Rangel para esses doutrinadores no possvel a retratao da requisio.2) Nucci e Luiz Flvio Gomes defendem a retratao por analogia representao.Ao Penal Privada

Ocorre quando a titularidade da ao penal pertence ao particular, quando o direito de inici-la pertence vtima ou seu representante legal, denomina-se ao penal privada, informa Damsio Evangelista de Jesus. A pea acusatria chama-se queixa-crime.

Espcies:a) Exclusivamente Privada, ou Propriamente Dita

Somente pode ser proposta pelo ofendido ou por seu representante legal. Ex: No crime contra a honra arts. 138, CP Calnia e art. 139, CP Difamao.b) Personalssima;

Somente pode ser proposta, nica e exclusivamente pelo ofendido, ou seja, se morrer o titular desta ao, no poder ser proposta por mais ningum, nem mesmo pelos seus familiares. Ex: Erro Essencial e ocultao de impedimento (art. 236, do CP.) O prazo decadencial de seis meses, mas contado da sentena que anula o casamento.

c) Ao Penal Privada Subsidiria da Pblica

Qualquer que seja o delito que se apura mediante ao penal pblica, se o Ministrio Pblico no oferece a denncia no prazo de 05 dias quando o ru estiver preso e de 15 dias quando solto, poder ser a ao penal instaurada mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para represent-lo (art. 46 do CPP).

Obs: Se o querelante for negligente, o Ministrio Pblico pode retomar a titularidade da ao penal.

Cabe Ao Penal Privada Subsidiria da Pblica no crime de trfico de drogas?R: S h Ao Penal Privada Subsidiria da Pblica se a infrao penal possuir um ofendido. No caso do trfico, no d para especificar um indivduo legitimado para propor a ao penal, uma vez que o objeto jurdico a sade pblica. O mesmo ocorre com o crime de embriaguez ao volante (Lei 9.503/97).A Ao Penal Privada Subsidiria da Pblica tambm est sujeita a um prazo prescricional de seis meses. O prazo comea a fluir a partir do momento em que se encerra o prazo para o rgo ministerial propor a Ao Penal Pblica.

Denncia e Queixa Requisitos:

a) Exposio do fato criminoso com todas as suas circunstncias.

No processo penal, o ru defende-se dos fatos que lhe so imputados. Imputao criminal a atribuio a algum da prtica de determinada infrao penal.

b) Identificao do Denunciado.

Pessoa incerta tambm poder ser denunciada, atravs dos traos fsicos e da alcunha. Os mentalmente enfermos tambm devem ser denunciados, para que possa ser imposta a Medida de Segurana.

c) Classificao Jurdica. No um requisito obrigatrio, pois se a classificao do Ministrio Pblico for incorreta, cabe ao juiz emend-la, atravs da Emendatio Libelli.

d) Rol de Testemunhas. Sero oito testemunhas para os crimes apenados com recluso; cinco testemunhas para os crimes apenados com deteno; trs testemunhas para as contravenes penais. No caso de pluralidade de rus, para a acusao, o nmero de testemunhas proporcional ao nmero de fatos delituosos; j para a defesa, o nmero de testemunhas proporcional ao nmero de rus.

e)A denncia ou queixa dever estar em vernculo, ou seja, em portugus. f)A denncia deve sempre estar subscrita pelo promotor. A inobservncia dos requisitos do artigo 41 do CPP (requisitos da denncia/queixa) resulta em inpcia.

Prazos

a) ru preso 5 dias;b) ru solto 15 dias;

c) Lei de Txicos 10 dias, estando o ru solto ou preso (art. 54, L 11.343/06);

Denncia fora do Prazo

Constitui apenas irregularidade, no nulidade, o fato de a denncia ter sido oferecida fora do prazo, podendo, todavia, gerar as seguintes conseqncias:

a) se o ru estiver preso, havendo excesso abusivo, o ru dever ser posto em liberdade;

b) abre possibilidade do ofendido ingressar com a Ao Penal Privada Subsidiria da Pblica;

c) pode o membro do parquet (Promotor de Justia) perder parte de seus subsdios.

Rejeio da Denncia ou Queixa

A rejeio diferenciada de no recebimento por alguns autores. Rejeio estaria ligada ao mrito e o no recebimento estaria ligado forma.

O artigo395 do CPP informa que a denncia ou queixa ser rejeitada quando:

I for manifestamente inepta;

II faltar pressuposto processual ou condio para o exerccio da ao penal;

III faltar justa causa para o exerccio da ao penal.

Formas de extino de punibilidade na ao penal privada.

DecadnciaO prazo, em regra, de seis meses, contados da data em que o ofendido ou seu representante legal toma cincia da autoria do crime (prazo penal), constituindo causa de extino de punibilidade caso.

H uma exceo regra do artigo 38 do CPP; no caso do crime do artigo 236 do CP (induzimento a erro essencial e ocultao de impedimento para casamento), o prazo decadencial comea a fluir aps a sentena transitada em julgado da ao que anula o casamento, conforme o pargrafo nico do citado artigo.

Renncia

um ato unilateral (no depende de aceitao do querelado) do ofendido, abdicando do direito de promover a ao penal, gerando a extino da punibilidade. Ocorre antes do incio do processo. Pode ser expressa ou tcita (arts. 50 e 57, ambos do CPP). A tcita corresponde prtica de ato incompatvel com a vontade de processar (art. 104, nico, CP). A expressa a realizada por documento assinado pelo ofendido, representante legal ou procurador com poderes especiais.

Perdo do Ofendido

o ato pelo qual o ofendido desiste de prosseguir com o andamento do processo j em curso (processo j iniciado), gerando a extino da punibilidade, desde que o querelado o aceite ( ato bilateral).O perdo s pode ocorrer at o trnsito em julgado. O silncio do querelado frente ao perdo do querelante significa aceitao (art. 58, CPP).

Perempo

a perda do direito de prosseguir no exerccio da Ao Penal Exclusivamente Privada ou na ao Penal Privada Personalssima, em virtude da negligncia do querelante. Tem natureza de sano ao querelante negligente, extinguindo a punibilidade, caso ocorra. O artigo 60 do CPP informa que a ao estar perempta nas seguintes hipteses:

I quando o querelante deixar de promover a ao (j iniciada) durante 30 dias;

II quando falecendo o querelante ou sobrevindo sua incapacidade, no comparecer em juzo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias, o cnjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmo;

III quando o querelante deixar de comparecer sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenao nas alegaes finais;

IV quando, sendo o querelante pessoa jurdica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

JURISDIOE COMPETNCIA NO PROCESSO PENAL

JURISDIO

CONCEITO: significando o poder, a funo e a atividade estatal exercida com exclusividade pelo Poder Judicirio, consistente na aplicao de normas da ordem jurdica a um caso concreto, com a conseqente soluo do litgio.

Como Poder: emanao da soberania nacional

Como Funo: incumbncia afeta ao juiz.

Como Atividade: toda diligncia do Juiz, dentro do processo, visando dar a cada um o que seu, objetivando fazer justia.

CARACTERES:

a) Pressupe uma situao litigiosa concreta (rgo adequado para julgar,

contraditrio regular procedimento preestabelecido),

b) uma funo substitutiva (em vez dos interessados fizerem justia por conta prpria, o que vedado, quem a faz o juiz, terceiro imparcial, desinteressado, situado fora do litgio.

c) Trata-se de uma atividade judicialmente inerte (o juiz ho pode iniciar o processo sem a provocao da parte),

d) Trata-se de atividade com carter de definitividade ou imutabilidade (ao se encerrar o processo, a manifestao do juiz torna-se imutvel, atravs da coisa julgada).

ELEMENTOS:

a) Notio ou cognitio (conhecimento): poder atribudo aos rgos jurisdicionais de conhecer os litgios,

b) Vocatio (chamamento): poder de fazer comparecer em juzo todo aquele cuja presena necessria ao regular desenvolvimento do processo,

c) Coertio: poder de aplicar medidas de coao processual para garantir a funo jurisdicional, como fazer comparecer testemunhas, decretar a priso preventiva, etc,

d) Juditium (julgamento): a funo conclusiva da jurisdio.

e) Executio (execuo): consiste no cumprimento da sentena, tornando-a obrigatria.

PRINCPIOS:

Sendo o direito de ao penal o de, invocar a tutela jurisdicional-penal do Estado evidente que deve caber parte ofendida a iniciativa de prop-la, no se devendo conceder ao juiz a possibilidade de deduzir a pretenso punitiva perante si prprio (ne procedat judex ex officio).

Pelo estudo de tal princpio, cabe ao Ministrio Pblico propor a ao penal pblica (art. 24 CPP c/c 129,L ,CF ) e ao ofendido ou seu representante legal a ao penal privada (arts.29 e 3, CPP).

PRINCPIO DA INVESTIDURA

A jurisdio s pode ser exercida por quem tenha sido legalmente investido no cargo e esteja em exerccio. A falta de jurisdio importa nulidade do processo e da sentena e d lugar ao excesso de poder jurisdicional. A usurpao de funo pblica, como a jurisdicional, crime - art. 328,CP.

PRINCPIO DO JUIZ NATURAL

Este princpio diz que o autor do ilcito s pode ser processado e julgado perante o rgo a que a CF, implcita ou explicitamente, atribui a competncia para o julgamento.

De acordo com a CF "ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade competente. Assim, prev ela quais so os rgos jurisdicionais, federais ou estaduais, comuns ou especiais, competentes para a apreciao das aes inclusive penais (art., 92 a 126 ). Da decorre a vedao ' de juzos ou tribunais de exceo (art. 5 , XXXVII, CF).

PRINCPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (NULLA POENA SINE JUDIClO)

Quando a Constituio assegurou a prestao jurisdicional pelo Estado, tambm assegurou o princpio do devido processo legal. Para que o socorro jurisdicional seja efetivo preciso que o rgo jurisdicional observe um processo que assegure o respeito aos direitos fundamentais, o devido processo legal.

Art. da CF "ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem devido processo legar.

PRINCPIO DA INDECLINABILIDADE

Nenhum juiz pode subtrair-se do exerccio da funo jurisdicional- art. 5 XXXV, CF,

PRINCPIO DA INDELEGABILIDADE

O juiz no pode delegar sua jurisdio a outro rgo, exceto nos casos permitidos.

PRINCPIO DA IMPRORROGABILIDADE (ADERNCIA)

Como um juiz no pode invadir a jurisdio alheia, tambm no pode o crime de competncia de um juiz ser julgado por outro, mesmo que haja concordncia das partes. O que pode ocorrer, por vezes, a prorrogao da competncia" (arts.73; 74,2; 76-83; 85, 108; 424, do CPP). Por tal princpio as partes esto sujeitas ao juiz" que o Estado lhes deu e que no pode ser: recusado, a no ser nos casos de suspeio, impedimento e incompetncia.

PRINCPIO DA CORRELACO (CONGRUNCIA OU RELATIVIDADE)

Este princpio assegura a correspondncia entre a sentena e o pedido.

COMPETNCIA

1. CONCEITO

Vimos acima que a jurisdio a funo do Estado de aplicar a lei ao caso concreto solucionando o caso penal. Cabe agora dizer que a delimitao, previamente estabelecida em lei, deste poder, o que se chama de competncia. Trata-sede regras que apontam quais os casos que podem ser julgados por determinado rgo do Poder Judicirio. , portanto, uma verdade medida da extenso do poder de julgar. (Fernando Capez).

2. NVEIS DE COMPETNCIA:

Em razo da matria (ratione materiae): natureza da lide que se vai julgar (Art.69, III do CPP).

Em razo do lugar (ratione loci-territorial): de acordo com o local em que foi praticada a infrao ou pelo domiclio ou residncia do ru (Art 69, I e II do CPP).

Em razo da funo (ratione personae): no importa o lugar da prtica da infrao, ditada pela prerrogativa da funo que a pessoa exerce (Art. 69, VII, CPP).

Art. 69 - Determinar a competncia jurisdicional:

I - o lugar da infrao:

II - o domiclio ou residncia do ru;

III - a natureza da infrao;

IV - a distribuio;

V - a conexo ou continncia;

VI - a preveno;

Vll - a prerrogativa de funo.

3. CRITRIOS DE FIXAO/ALTERAO DA COMPETNCIA ADOTADOS PELO NOSSO CDIGO:

- Competncia pelo lugar da infrao: art.70 CPP ( a regra: forum delicti comissi)

- Competncia pelo domiclio ou residncia do ru: art. 72 caput do CPP (forum domiclii).

- Competncia pela natureza da infrao: art. 74 do CPP (Juiz competente pela matria).

- Competncia por distribuio: art. 75 do CPP (diviso de trabalho / vrios juzes competentes).

- Competncia pela conexo ou continncia: 76 a 82 do CPP {simultaneus processus).

- Competncia por preveno: arts. 69 VI clc arts. 70 3, 71, 72 2, 781 "c", 83 e 91 do CPP (critrio subsidirio genrico).

- Competncia pela prerrogativa de funo: art.69 VII, do CPP clc arts.29, VI1/ e X; 52 I e II/ nico; 96 III, 102,I, "b ", "c "; 105, I "a" e 108, I "a" da CF/88, que alteraram os arts. 86,87 do CPP.

4. TIPOS DE COMPETNCIA:COMPETNCIA ABSOLUTA: aquela de ordem pblica e inderrogvel pela vontade das partes.

COMPETNCIA RELATIVA: de ordem privada e, assim, sujeita disponibilidade da parte (art 73 do CPP). A competncia territorial relativa: no alegada no momento oportuno, ocorre a precluso (art, 108 do CPP). Por conseguinte, prorrogvel.

Em primeiro lugar, deve-se procurar saber se o crime deve ser julgado pela jurisdio comum (estadual ou federal) ou especializada (eleitoral, militar poltica), Depois, se o agente goza ou no da garantia de foro por prerrogativa de funo (se o rgo incumbido do julgamento Juiz, Tribunal ou Tribunal Superior). Em seguida, qual o juzo dotado de competncia territorial. E por ltimo, dentro do juzo territorialmente competente, indaga-se qual o juiz competente, de acordo com a natureza da infrao penal e com o critrio interno de distribuio.

5. COMPETNCIA POR CONEXO:Conexo => nexo, vnculo, relao, liame Existe quando duas ou mais infraes estiverem entrelaadas por um vnculo que aconselha a reunio dos processos, possibilitando ao Juiz uma ampla viso do quadro probatrio, As ligaes que determinam a conexo podem ser intersubjetivas (76, I, CPP), objetivas (76, II, CPP) e instrumentais ( 76, III, CPP).

ESPCIES DE CONEXO ART. 76 DO CPP.

Art. 76 - A competncia ser determinada pela conexo:

I - se, ocorrendo duas ou mais infraes, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por vrias pessoas reunidas, ou por vrias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por vrias pessoas, umas contra as outras;

II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relao a qualquer delas;

III - quando a prova de uma infrao ou de qualquer de suas circunstncias elementares influir na prova de outra infrao.

1. Conexo Intersubjetiva (Art. 76, I, CPP):

a) por simultaneidade, ocasional ou subjetivo-objetiva; (primeira parte do CPP, ART. 76- quando duas ou mais infraes so praticadas ao mesmo tempo, por varias pessoas reunidas) quando no existe ajuste entre os envolvidos, como por exemplo em uma final de um jogo, vrios pessoas ao mesmo tempo comeam a destruir o estdio.

b) por concurso ou concursal; Quando duas ou mais infraes so cometidas por varias pessoas em concurso, embora diversos o tempo e o lugar. o caso por exemplo, das grandes quadrilhas de seqestradores, em que um excuta o seqestro, outro vigia o local, etc.

c) por reciprocidade. Quando duas infraes so praticadas por varias pessoas, uma contra as outras. o caso das leses corporais recprocas.

2. Conexo Objetiva, Material ou Lgica (Art. 76, II, CPP)

Quando uma infrao praticada para facilitar a execuo de outra. EX. quando o traficante mata o policial para garantir a venda do entorpecente

3. Conexo Instrumental, Probatria ou Processual (Art. 76, III, CPP)

Quando a prova de uma infrao influir na outra. A questo aqui apresentada exclusiva convenincia da apurao da verdade real.

6. COMPETNCIA POR CONTINNCIA

Continncia: ocorre quando uma causa est contida na outra, no sendo possvel. a ciso (art. 77, CPP).

ESPCIES DE CONTINNCIA - ART. 77 DO CPP:

1. Continncia por Circulao Subjetiva ou no Concurso de Pessoas: art. 77,1, CPP c/c 29 CPB. Quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infrao; nesse casso, existe um nico crime (e no vrios), cometido em co-autoria ou em participao. o caso de crime de rixa (crime plurissubjetivo de condutas contrapostas), em que torna conveniente a simultnea do processo entre todos os acusados.

Art. 77 - A competncia ser determinada pela continncia quando:

I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infrao;

2. Continncia por Cumulao Objetiva: art. 77,11, CPP c/c arts. 70, 73 e 74 do CPP. AQUI existe, pluralidade de infraes, mas unidade de conduta. No concurso formal, o sujeito pratica uma nica conduta, dando causa a dois ou mais resultados. Por ex: motorista imprudente atropela vrios pedestres, vindo a matar algumas pessoas (homicdio culposo). O processo deve ser nico.

Art. 70 - A competncia ser, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infrao, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o ltimo ato de execuo.

1 - Se, iniciada a execuo no territrio nacional, a infrao se consumar fora dele, a competncia ser determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o ltimo ato de execuo.

2 - Quando o ltimo ato de execuo for praticado fora do territrio nacional, ser competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.

3 - Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdies, ou quando incerta a jurisdio por ter sido a infrao consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdies, a competncia firmar-se- pela preveno.

Art. 73 - Nos casos de exclusiva ao privada, o querelante poder preferir o foro de domiclio ou da residncia do ru, ainda quando conhecido o lugar da infrao.

Art. 74 - A competncia pela natureza da infrao ser regulada pelas leis de organizao judiciria, salvo a competncia privativa do Tribunal do Jri.

1 - Compete ao Tribunal do Jri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, 1 e 2, 122, pargrafo nico, 123, 124, 125, 126 e 127 do Cdigo Penal, consumados ou tentados.

2 - Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificao para infrao da competncia de outro, a este ser remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdio do primeiro, que, em tal caso, ter sua competncia prorrogada.

3 - Se o juiz da pronncia desclassificar a infrao para outra atribuda competncia de juiz singular, observar-se- o disposto no art. 410; mas, se a desclassificao for feita pelo prprio Tribunal do Jri, a seu presidente caber proferir a sentena (art. 492, 2).

7. REGRAS GERAIS:

Regras para se fixar o Frum Attractions ou Prevalente Art. 75, CPP.

Art. 75 - A precedncia da distribuio fixar a competncia quando, na mesma circunscrio judiciria, houver mais de um juiz igualmente competente.

Pargrafo nico - A distribuio realizada para o efeito da concesso de fiana ou da decretao de priso preventiva ou de qualquer diligncia anterior denncia ou queixa prevenir a da ao penal.

Separao Excees regra da reunio de processos Arts. 79 e 80, CPP.Art. 79 - A conexo e a continncia importaro unidade de processo e julgamento, salvo:

I - no concurso entre a jurisdio comum e a militar;

II - no concurso entre a jurisdio comum e a do juzo de menores.

1 - Cessar, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relao a algum co-ru, sobrevier o caso previsto no art. 152.

2 - A unidade do processo no importar a do julgamento, se houver co-ru foragido que no possa ser julgado revelia, ou ocorrer a hiptese do art. 461.

Art. 80 - Ser facultativa a separao dos processos quando as infraes tiverem sido praticadas em circunstncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo nmero de acusados e para no Ihes prolongar a priso provisria, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separao.

Prorrogao de competncia ou Perpetuatio Jurisdictionis Art. 81 e 82, DO, CPP.

Art. 81 - Verificada a reunio dos processos por conexo ou continncia, ainda que no processo da sua competncia prpria venha o juiz ou tribunal a proferir sentena absolutria ou que desclassifique a infrao para outra que no se inclua na sua competncia, continuar competente em relao aos demais processos.

Pargrafo nico - Reconhecida inicialmente ao jri a competncia por conexo ou continncia, o juiz, se vier a desclassificar a infrao ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competncia do jri, remeter o processo ao juzo competente.

Art. 82 - Se, no obstante a conexo ou continncia, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdio prevalente dever avocar os processos que corram perante os outros juzes, salvo se j estiverem com sentena definitiva. Neste caso, a unidade dos processos s se dar, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificao das penas.

8. CASOS ESPECIAIS

No caso de crimes de menor potencial ofensivo, sujeitos aos procedimentos contidos na lei 9.099/95, a competncia ser do lugar em que foi praticada a infrao, art. 63 da referida lei, c/c o art. 40 CPP.

Nos crimes praticados n exterior - art. 88 do CPP.

Art. 88 - No processo por crimes praticados fora do territrio brasileiro, ser competente o juzo da Capital do Estado onde houver por ltimo residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, ser competente o juzo da Capital da Repblica.

Nos crimes cometidos a bordo de embarcaes ou aeronaves - ltimo ou primeiro porto ou aeroporto (art 89, 90 e 91 do CPP).

Art. 89 - Os crimes cometidos em qualquer embarcao nas guas territoriais da Repblica, ou nos rios e lagos fronteirios, bem como a bordo de embarcaes nacionais, em alto-mar, sero processados e julgados pela justia do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcao, aps o crime, ou, quando se afastar do Pas, pela do ltimo em que houver tocado.

Art. 90 - Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espao areo correspondente ao territrio brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espao areo correspondente ao territrio nacional, sero processados e julgados pela justia da comarca em cujo territrio se verificar o pouso aps o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave.

Art. 91 - Quando incerta e no se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competncia se firmar pela preveno.

No caso de vrios co-rus com domiclios e residncias diferentes aplica-se por analogia, na lacuna, o critrio da preveno (art. 72, 1, CPP).

Art. 72 - No sendo conhecido o lugar da infrao, a competncia regular-se- pelo domiclio ou residncia do ru.

1 - Se o ru tiver mais de uma residncia, a competncia firmar-se- pela preveno.

A competncia por prerrogativa de funo abrange tambm.as pessoas que no gozam de foro especial, sempre que houver concurso de pessoas (art. 77, 1 e 78, III. CPP). Ainda que o Tribunal competente venha a absolver o agente que goza de foro especial e agiu em concurso de pessoas, continuar competente para julgar os co-rus sem a mesma prerrogativa. Entretanto, rejeitada a denncia contra a pessoa que goza de prerrogativa de foro, a competncia para o julgamento dos demais retoma para o 1 grau de jurisdio.

Autor de crime doloso contra a vida que goza da prerrogativa de foro estabelecida na Constituio Federal ser julgado por quem esta indicar e no pelo Tribunal do Jri. da competncia do Tribunal do Jri o julgamento de co-rus que no esto submetido:) a foro especial por prerrogativa de funo. No caso de arquivamento de inqurito em relao pessoa que goza do "foro especial", os autos devem ser remetidos justia competente para apreciao da responsabilidade dos outros indiciados que no esto sujeitos quele foro.

No existe "foro especial''' quando o delito cometido aps.a aposentadoria ou o trmino do mandato - Smula 451.do STF. Se a infrao foi cometida durante o exerccio do cargo ou funo, cessar o "foro especial se, antes da deciso final, o agente deixar o cargo ou terminar o seu mandato. Os autos sero remetidos instncia inferior para prosseguimento. A Smula 394 que dispunha em sentido contrrio foi recentemente cancelada.Nos processos por crime contra a honra, em que caiba a exceo da verdade, se esta for oposta e o querelante (vitima da calnia) gozar de prerrogativa de foro, o "foro especial" competente para apreciar a exceptio veritatis e no o juzo por onde tramita a ao. Entende-se que apenas a exceo julgada, devendo os autos retomar comarca de origem para a deciso quanto ao processo originrio, art. 85, CPP. Vide Smulas 301 e 396 do STF.

O art. 70, caput, CPP, aceitou a Teoria do Resultado para a. determinao da competncia, como regra, referindo-se ao lugar da consumao. Todavia, em tema de homicdio, doloso ou culposo, nos chamados crimes plurilocais (a ao praticada num lugar e o evento se d em outro), os tribunais tm decidido pela competncia do juzo do lugar onde o agente praticou os ltimos atos de execuo, no local da ao e no o da morte da vtima, trata-se de consumao para efeitos processuais. Ex: Homicdio ao ocorrida em Fortaleza e vtima levada para So Paulo, onde morre. Pelo critrio legal, a competncia seria de So Paulo (lugar do resultado), mas, para 'a jurisprudncia, a competncia de Fortaleza, lugar da conduta. Razes: facilidade da colheita da prova, satisfao social, etc.

Art. 70, caput - A competncia ser, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infrao, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o ltimo ato de execuo.

Nos crimes distncia, em que a ao e a consumao ocorrem em territrios de pases diferentes, segue-se a regem do art. 70, pargrafos 1 e 2 do CPP.

Art. 70,caput - A competncia ser, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infrao, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o ltimo ato de execuo.

1 - Se, iniciada a execuo no territrio nacional, a infrao se consumar fora dele, a competncia ser determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o ltimo ato de execuo.

2 - Quando o ltimo ato de execuo for praticado fora do territrio nacional, ser competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.

A Lei 9.299, de 07/08/96, estabelece que os crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil sero da competncia da Justia Comum.

A competncia para o processo e julgamento de latrocnio do Juiz singular e no do Tribunal do Jri, Smula 603 - STF.

Compete Justia Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competncia federal e estadual, no se aplicando a regra do art. 78, n, "a", do CPP - Smula 122.

Compete Justia Estadual Comum, na vigncia da CF/88, o processo por contraveno penal, ainda que praticada em detrimento de bens, servios ou interesse da Unio ou de suas entidades. Smula 38 STJ.

PROVA

Art. 155 a 250 CPP.

Conceito e Objetivo:

Do latim probatio, o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz e por terceiros, destinados a levar ao magistrado a convico acerca da existncia ou inexistncia de um fato, da falsidade ou veracidade de uma afirmao.Objeto:

sobre os quais pesa a incerteza, e que precisam ser demonstrados perante o juiz para o deslinde da causa. So portanto, fatos capazes de influir na deciso do processo, na responsabilidade penal e na fixao da pena ou medida de segurana.

Fatos que independem de prova:

a) Fatos axiomticos ou intuitivos: Aqueles que so evidentes. A evidencia anda mais do que um grau de certeza que se tem dos conhecimentos sobre algo. Por exemplo, no caso de morte violenta, quando as leses externas forem de tal monta que tornarem evidente a causa da morte, ser dispensado o exame de corpo de delito (CPP, art, 162, pargrafo nico). Ex: um ciclista atropelado por uma carreta e seu corpo dividido em pedaos. Dispensa-se o exame cadavrico interno, pois a causa da morte evidente.

b) Fatos notrios: o caso da verdade sabida: por exemplo, no precisamos provar que no dia 7 de setembro comemora-se a Independncia, ou que a gua molha e o fogo queima. Assim fatos notrios so aqueles cujo conhecimento faz parte da cultura de uma sociedade.

c) Presunes legais: porque so concluses decorrentes da prpria lei, ou ainda, o conhecimento que decorre da ordem normal das coisas, podendo ser absolutas ou relativas. Por exemplo: a acusao no poder provar que im menor de 18 anos tinha plena condies de entender o carter criminoso do fato, pois a legislao presume sua incapacidade de modo absoluto, sem se quer admitir prova em contrrio.

d) Fatos inteis: So os fatos, verdadeiros ou no, que no influenciam na soluo da causa, na apurao da verdade real. Por exemplo: a testemunha afirma que o crime se deu em momento prximo do jantar, e o juiz quer saber quais que foram servidos durante a refeio.

PROVA PROIBIDA:

O art. 5, LVI, da CF dispe que: so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos

Prova Ilegtima. Quando a norma afrontada tiver natureza processual, assim por exemplo, quando juntado um documento fora do prazo legal.

Prova Ilcita: Quando a prova for vedada, em virtude de ter sido produzida com afronta a normas de direito material, ser chamada ilcita. Ex. prova obtida mediante tortura; interceptao telefnica ser autorizao legal, etc.

Provas ilcitas por derivao:

As provas ilcitas por derivao so aquelas lcitas em si mesmas, mas produzidas a partir de um fato Ilcito. Por exemplo: documento apreendido em domiclio, diligncia de busca e apreenso sem previa autorizao judicial. A prova considerada ilcita. A partir desta prova ilcita, entretanto, no utilizada no processo, se chega a testemunhas e outros documentos regularmente produzidos.

Por exemplo: confisso mediante tortura, se extrai do sujeito o local indicado do produto do crime que apreendido.

Concluso sero ilcitas todas as demais provas que dela se originou. o atual posicionamento do STF.

Prova Emprestada:

aquela produzida em determinado processo e a ele destinada, depois transportada, por translado, certido ou qualquer outro meio autenticatrio, para produzir efeito como prova em outro processo.

SISTEMA DE APRECIAO DAS PROVAS

O CPP, adotou o sistema da livre convico, da verdade real, do livre convencimento ou da persuaso racional. Deste modo, o juiz tem liberdade para formar sua convico, no estando preso a qualquer critrio legal de prefixao de valores probatrios. No entanto esta liberdade NO ABSOLUTA, sendo necessria a devida fundamentao.

Busca pessoal:

Ser realizada quando houver fundada suspeita de que algum aculte consigo arma proibida ou outros objetos. E realizada na pessoa, incluindo bolsas, malas, ETC.

A busca na mulher deve ser realizada por outra mulher, se tal providncia no importar em retardamento das investigaes ou diligencias.

DAS PERCIAS:

um meio de prova que consiste em um exame elaborado por pessoa, em regra profissional, dotada de formao e conhecimento tcnicos especficos, acerca de fatos necessrios ao deslinde da causa. Trata-se de um juzo de valorao cientifico.

Nota: Apesar de ser um trabalho opinativo, no vincula o juiz, que pode discordar das concluses dos expertos, embora s possa faz-lo de forma fundamentada (CPP, art. 182).

PERITO:

o auxiliar da justia, devidamente compromissado, estranho as partes, portador de um conhecimento tcnico altamente especializado. A sua nomeao livre ao juiz, no se admitindo interferncia das partes, nem mesmo na ao penal privada.

Espcies:

a) Perito oficial: aquele que presta o compromisso de bem e fielmente servir exercer a funo quando assume o cargo.

b) Perito louvado ou no oficial: trata-se daquele que no pertence aos quadros funcionais do Estado, e que, portando uma vez nomeado, deve prestar compromisso perante o juzo.

Interrogatrio

o ato judicial no qual o juiz ouve o acusado sobre a imputao contra ele formulada.

Natureza:

Os mais novos posicionamentos tem dado ao interrogatrio como meio de defesa, como sendo ato da concretizao de um dos momentos do direito de ampla defesa. Contudo, tem prevalecido a natureza mista do interrogatrio, sendo aceito como meio de prova e de defesa.

Ausncia de interrogatrio no curso da ao:

H duas posies:

1- alguns se posicionam pela nulidade relativa, j outros defendem a nulidade absoluta. Deste modo, prevalece a corrente de que a ausncia de interrogatrio no curso da ao constitui nulidade absoluta, cujo prejuzo presumido, uma vez que violado preceito de ordem constitucional deve ser considerado anulado

Silncio e Mentira do ru

A lei processual estabelece ao acusado a possibilidade de confessar, negar, silenciar ou mentir. Conforme determina o art. 186 do CPP.

Nota: O silncio do ru no importa em prejuzo para ele.

Prova testemunhal ou testemunha

A palavra testemunha origina-se do latim testari que significa confirmar, mostrar.

Conceito:

Em sentido lato, toda prova uma testemunha, uma vez que atesta a existncia do fato. J em sentido estrito, testemunha todo homem, estranho ao feito e eqidistante das partes, chamado ao processo para falar sobre fatos perceptveis a seus sentidos e relativos ao objeto do litgio.

Caractersticas da prova testemunhala) Judicialidade: tecnicamente, s prova testemunhal aquela produzida em juzo.

b) Oralidade: a prova testemunhal deve ser colhida por meio de uma narrativa verbal prestada em contato direto com o juiz e as partes e seus representantes. O depoimento ser oral (CPP, art. 204), salvo o caso do mudo, do surdo mudo.

c) Objetividade: a testemunha deve depor sobre os fatos sem externar opinies ou emitir juzos valorativos

d) Retrospectividade: o testemunho d-se sobre fatos passados. Testemunha depe sobre o que assistiu, e no sobre o que acha que vai acontecer.

e) individualidade: cada testemunha presta o seu depoimento isolada da outra.

Testemunha Suspeita

Testemunha inidnea, defeituosa ou suspeita aquela, por motivos psquicos ou morais, no pode ou no quer dizer a verdade

Causas de suspeio

a) antecedentes criminais ou conduta anti-social, como meretrizes, vadios, brio, jogador contumaz;

b) laos de amizade intima, inimizade profunda ou relao de dependncia, afetando a imparcialidade do depoente.

c) suspeita de suborno

d) exageros ou defeitos encontrados nos depoimentos

Contradita:

a forma processual adequada para argir a suspeio ou inidoneidade da testemunha.

A contradita diz respeito a testemunha, a pessoa, e no a narrativa

Nmero de testemunhas:

O nmero de testemunhas varia com o tipo de processo, Vejamos:

a) processo comum: cada uma das partes pode arrolar um mximo de oito testemunhas. Art. 398

b) processo sumrio: o mximo de cinco testemunhas, art. 539

c) plenrio do Jri: mximo oito, art. 406, 3, LEI 11.689 de 9 de junho de 2008.

d) sumarssimo ( Lei. 9.099/95) mximo de trs testemunhas.

Depoimento Infantil

perfeitamente admitido como prova; porm, ao menor de 14 anos de idade no ser tomado o compromisso. Possui valor probatrio relativo, tendo em vista a imaturidade e psicolgico.

mero informante do juzo.

Testemunhos de policiais

H trs posies:

a) so suspeitos, porque participam da investigao; logo, no tem validade alguma

b) no possvel a afirmao de suspeita, pela mera condio funcional; uma vez que os policiais por serem agentes pblicos, tambm gozam da presuno de legitimidade.

c) o depoimento tem valor relativo, dado o interesse quando a diligencia que realizou.

Os policiais so esto impedidos de depor, pois no podem ser considerados testemunhas inidneas ou suspeitas, pela mera condio funcional. Contudo, embora no suspeitos tem eles todo interesse em demonstrar a legitimidade do trabalho realizado, o que torna bem relativo o valor de suas palavras.

INDCIOS e PRESUNES

Definies:

a) Indcio: toda circunstancia conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocnio lgico, pelo mtodo indutivo, obtm-se a concluso sobre um outro fato. A indu