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ALICE MATHEWS Discipulada por Jesus Maria Madalena e sua caminhada de fé SÉRIE DESCOBRINDO A PALAVRA

Discipulada Por Jesus

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aprendendo com Jesus

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  • ALICE MATHEWS

    Discipulada por JesusMaria Madalena e

    sua caminhada de f

    I S B N 978-1-60485-779-5

    9 7 8 1 6 0 4 8 5 7 7 9 5

    PK358

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    Com as doaes e ofertas voluntrias, mesmo as pequenssimas, os nossos parceiros e leitores colaboram para que Ministrios RBC alcance outros com a sabedoria transformadora da Bblia.

    SRIE DESCOBRINDO A PALAVRA

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    Introduo

    Discipulada por JesusMaria Madalena e sua caminhada de f

    Eu amo as histrias dos personagens da Bblia, especialmente aquelas pessoas dos evangelhos que interagiram com Cristo quando Ele caminhou sobre a terra. Esses registros so ricas expresses de graa e misericrdia, perdo e restaurao, compaixo e correo que tm falado profundamente aos coraes de homens e mulheres durante dois milnios. Entretanto, sem dvida, nenhum deles conta uma histria de transformao inegvel, forte compromisso e profunda devoo como a de Maria Madalena. Seu encontro com Jesus pode ser um exemplo, para homens e mulheres, de como as coisas so quando respondemos com todo nosso corao ao amor de Cristo.

    Neste livreto, extrado de seu livro A Woman Jesus Can Teach (Uma Mulher que Jesus pode Ensinar) da Discovery

  • [ 2 ]

    House Publishers, a professora de estudo bblico Alice Mathews conta a histria de Maria Madalena de maneira aconchegante e pessoal como se estivesse falando numa conferncia bblica para mulheres. No entanto, o livreto destaca princpios vitais para homens e mulheres ao examinarmos nossa prpria caminhada com Cristo.

    As pessoas se relacionam com outras muito melhor do que se relacionam com conceitos abstratos e assim, a oportunidade de ver questes e valores bblicos slidos vividos por uma pessoa de verdade no mundo real pode se tornar a mais instrutiva para ns. Por essa razo, recomendamos este livreto como um olhar para dentro do corao de algum ferido que encontrou esperana, vida e paz por meio do amor de Jesus Cristo.

    Bill Crowder

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    Sumrio

    1Maria Madalena: Como caminhar por f e no por vista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    2De volta escola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

    3Desolao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    4Exaltao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    5Encontrando-nos onde estamos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

    QuestesPara reflexo pessoal ou discusso em grupo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

    Ttulo original : Discipled by Jesus Mary Magdalenes Walk of FaithFoto da capa: Terry BidgoodImagens interiores: Stockxchnge Yarik Mishin (p.5); Vjeran Lisjak (p.7); Vivek Chugh (p.25); Ralaenin (p.311), Gheorghe Tattarescu (p.13); Jeff Baxter (p.17). ISBN : 978-1-60485-779-5

    Exceto se indicado o contrrio, as citaes bblicas so extradas da Edio Revista e Atualizada de Joo F. de Almeida 1993, Sociedade Bblica do Brasil. Todos os direitos reservados.

    2012 Ministrios RBC. Todos os direitos reservados.PORTUGUESE ImpressonoBrasilPrintedinBrazil

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    1

    Maria Madalena: Como caminhar por f e no por vista

    No livro Womens Ways of Knowing (As maneiras de as mulheres saberem), um estudo importante sobre a maneira como as mulheres pensam acerca de si mesmas e da vida, Mary Belenke e suas colegas pesquisadoras identificaram cinco maneiras como as mulheres sabem das coisas. Uma delas chamada conhecimento recebido. Todos ns sabemos coisas porque algum nos contou. A maioria das mulheres tem um grande estoque de conhecimento recebido, um acmulo de fatos e opinies que no pensaram por conta prpria, mas aceitam. As mulheres sabem como usar uma lavadora de roupas, cuidar de plantas, onde comprar os vegetais mais frescos ou encontrar as melhores pechinchas de livros. Elas tambm podem ter aprendido a dizer o nome de

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    algumas das constelaes e de todos os livros da Bblia. Elas passaram suas vidas adquirindo este tipo de conhecimento.

    Surpreendentemente, muitas mulheres limitam o que sabem quilo que j receberam de algum. Elas buscam por uma autoridade externa no assunto para instruir-se em cada rea da vida. Um decorador de interiores lhes diz quais mveis comprar. Um cabeleireiro decide como devem usar seus cabelos. Um consultor de imagem escolhe suas roupas depois de um analista de cores lhes dar uma escala de cores adequadas para vestir. Estas mulheres sabem muito e sabem disso. Mas confiam somente no que vem de fora delas como conhecimento verdadeiro.

    s vezes uma mulher assim enfrenta uma crise. Talvez uma autoridade perde seu prestgio ou a desaponta. Ou, duas autoridades iguais discordam. Em quem ela pode acreditar? Nesse ponto, uma mulher pode adotar uma forma diferente de pensar sobre si mesma e sobre o seu mundo.

    Estes estudos sobre a maneira como as mulheres pensam me intrigam. Na maioria dos casos, preciso algum tipo de crise, uma confrontao, uma decepo ou um desastre, para levar uma mulher da confiana incondicional nas autoridades humanas externas a uma forma diferente de pensar e saber. Ela precisa dar espao para um novo aprendizado. Todos ns precisamos.

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    De volta escola

    Raramente samos de um nvel confortvel de aprendizado e conhecimento para outro, a menos que sejamos forados de alguma maneira a fazer isso. Eu aprendi muito mais com professores que me fizeram pensar em vez de me fazer decorar o livro ou minhas anotaes da aula.

    Se insistirmos em permanecer num nvel de aprendizado quando precisamos nos mover para outro, no nos fazemos nenhum favor. Frequentemente, no gostamos das circunstncias que nos foram a mudar. Preferimos ser deixados sozinhos em nossa confortvel tranquilidade. Mas esse no o caminho para o crescimento.

    Tambm no o caminho para o verdadeiro discipulado. Se quisermos crescer como cristos em nossa compreenso de Deus, devemos esperar pelas circunstncias difceis que nos confrontam e decepcionam. As duras experincias de vida so necessrias para fortalecer as nossas almas.

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    O processo de seguir Jesus como Seus discpulos abrir espao para novas maneiras de olhar a vida e a ns mesmos. Jesus era um excelente mestre. Poderamos ter esperado que Ele usasse apenas um mtodo para transmitir Sua mensagem, mas Ele ensinou pessoas diferentes de maneiras diferentes.

    Poderamos ter pensado que Ele escolheria apenas os alunos mais promissores para a Sua classe. Pelo contrrio, Ele incluiu homens e mulheres que outros professores teriam ignorado. Maria Madalena foi uma das alunas escolhidas pelo Mestre. Possivelmente ela passou mais tempo com Jesus do que qualquer outra mulher nos evangelhos.

    Maria de Magdala descobriu que seu discipulado como seguidora de Jesus Cristo foi um processo constante de aprendizagem. Ela j havia aprendido muito por fazer parte do grupo que viajava com Jesus. Mas em uma das cenas finais dos evangelhos, ela mais uma vez voltou escola, aprendendo algo novo sobre ser uma discpula.

    Embora ela seja mencionada pelo nome 14 vezes nos evangelhos, na verdade sabemos apenas quatro coisas sobre Maria Madalena. As duas primeiras vemos em Lucas 8:1-3, Aconteceu, depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus, e os doze iam com ele e tambm algumas mulheres que haviam sido curadas de espritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saram sete demnios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistncia com os seus bens.

    Embora ela seja mencionada pelo nome 14 vezes nos evangelhos, na verdade sabemos apenas quatro coisas sobre Maria Madalena.

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    O primeiro fato que conhecemos sobre Maria de Magdala que Jesus expulsou sete demnios dela. No sabemos quando ou onde. Marcos e Lucas nos contam o fato, mas no a histria. Sabemos pelo seu nome que Maria veio de Magdala, uma cidade a

    cerca de cinco quilmetros de Cafarnaum na costa noroeste do Mar da Galileia. Esse era o territrio que Jesus sempre atravessava em Seu ministrio itinerante na Galileia. Em algum ponto, eles se encontraram e o milagre da sua libertao ocorreu.

    Liberta de sua possesso de sete demnios. O que isto deve ter significado para esta mulher? Ns no sabemos por quanto tempo ou de que forma ela foi atormentada pela possesso demonaca.

    Mas, sabemos que qualquer pessoa possessa era rejeitada pela sociedade normal. Algumas pessoas afligidas agiam mais como animais do que como humanas, vivendo em cavernas, perambulando pelo campo, aterrorizando pessoas com seus rostos distorcidos e olhos selvagens.

    A Bblia nos conta que Jesus Cristo expulsou sete demnios de Maria Madalena (Lucas 8:2). Que terrvel sofrimento mental deve ter desaparecido quando esses demnios atormentadores a deixaram! Como o homem possesso que foi liberto de uma legio de espritos malignos, o agradecimento de Maria a motivou a permanecer em ntima comunho com Jesus

    Embora ela seja mencionada pelo nome 14 vezes nos evangelhos, na verdade sabemos apenas quatro coisas sobre Maria Madalena.

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    Criadas por Deus, elas estavam sendo destrudas por Satans. No podemos imaginar o que significava para Maria ser possuda por sete demnios. Mas para ela, a libertao deve ter transformado sua vida. Seu esprito preso foi liberto. Seus membros tensos se relaxaram. Seu rosto contorcido tornou-se sereno.

    A segunda coisa que sabemos sobre Maria que ela viajou por toda a Galileia e at a Judeia com Jesus e os Doze. Se voc sofresse uma aflio terrvel durante anos e ento encontrasse um mdico que pudesse libert-lo do seu sofrimento, provavelmente voc gostaria de ficar o mais prximo possvel desse mdico. Maria Madalena acompanhou o grupo de seguidores de Jesus permanentemente.

    Provavelmente a maioria de ns sups que Jesus e Seus discpulos viajavam estritamente como um grupo masculino: o Salvador e os doze homens cujos nomes podemos ter memorizado na escola dominical. Existem vrios motivos para essa nossa suposio.

    Por exemplo, durante o primeiro sculo em Israel, alguns mestres ensinavam que os homens bons e religiosos no falavam com mulheres em pblico. Um fariseu no falaria nem mesmo com sua me se a encontrasse na rua. Nessa cultura, a cuidadosa segregao de homens e mulheres tornaria qualquer um que viajasse com seguidores do sexo masculino e feminino excessivamente contracultura para ser ouvido.

    Alm disso, a Lei declarava que uma mulher durante seu perodo menstrual era ritualmente imunda. Tudo o que ela tocava era contaminado. Nesse

    Para Maria, a libertao deve ter transformado sua vida. Seu esprito preso foi liberto.

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    perodo, ela precisava ser escondida onde no pudesse contaminar mais ningum. Como Jesus e os Doze poderiam correr o risco de se contaminarem com estas mulheres viajando com eles?

    A opinio pblica sobre um grupo misto de seguidores viajando com Jesus poderia ter levantado questes morais. Quando pensamos sobre Jesus e Seus discpulos nos evangelhos, as pessoas envolvidas so os homens que viemos a conhecer Pedro, Tiago e Joo, Andr, Natanael, Bartolomeu, Judas e os outros. De que maneira, esse grupo de mulheres poderia viajar como membros do grupo de Jesus sem despertar reaes?

    Os autores dos evangelhos no nos respondem essa pergunta. O que sabemos que enquanto os inimigos de Jesus o acusavam de infringir a lei do sbado, de beber vinho demais e de se associar intimamente aos coletores de impostos e outros tipos de m reputao, em

    momento algum eles levantaram a questo sobre a imoralidade sexual. Precisamos

    Algumas pessoas tentaram ligar a mulher pecadora mencionada em Lucas 7:37 Maria Madalena, mencionada em Lucas 8:2. Embora uma passagem siga a outra, nenhuma delas diz explicitamente que estas duas mulheres eram uma s. O que podemos garantir que Maria Madalena foi liberta da influncia demonaca e era uma mulher rica, que foi capaz de sustentar o ministrio do nossoSenhor (LuCAS8:1-3).

    Para Maria, a libertao deve ter transformado sua vida. Seu esprito preso foi liberto.

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    presumir que esses homens e mulheres viajavam juntos, de uma maneira que evitava escndalo.

    A primeira mulher citada desse grupo foi Maria Madalena. No sabemos mais nada sobre o seu passado. Alguns comentaristas acreditam que ela vinha de uma famlia rica e, portanto era capaz de sustentar Jesus e Seus outros seguidores. Isso pode, ou no, ser verdadeiro.

    Voc pode ter ouvido falar do musical chamado Jesus Cristo Superstar. Nele, Maria Madalena era retratada como uma mulher que praticava a mais antiga profisso da terra, a prostituio. No entanto, nas Escrituras no encontramos base para essa ideia.

    Esse mito sobre Maria Madalena comeou no sculo 6., quando um papa chamado Gregrio a ligou mulher pecadora que ungiu os ps de Jesus com um caro leo perfumado. Desde ento, por todos os ltimos 15 sculos, artistas retrataram Maria Madalena como uma prostituta voluptuosa. Igrejas chamaram casas para resgate de prostitutas abrigos de Madalena. Apesar do mito, Maria Madalena no era uma prostituta. Alm disso, no temos provas de que uma possesso demonaca tenha levado algum imoralidade. A possesso demonaca no produz pecado.

    Os primeiros dois fatos que conhecemos sobre Maria so que Jesus expulsou sete demnios dela e que ela era uma integrante permanente do grupo que viajava com Ele.

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    Desolao

    A terceira coisa que a Bblia nos conta sobre Maria que, numa sexta-feira ruim chamada Sexta-feira Santa, ela ficou na cruz muito tempo depois de os discpulos sarem dali. Em Marcos aprendemos que estavam tambm ali algumas mulheres, observando de longe; entre elas, Maria Madalena, Maria, me de Tiago, o menor, e de Jos, e Salom; as quais, quando Jesus estava na Galileia, o acompanhavam e serviam; e, alm destas, muitas outras que haviam subido com ele para Jerusalm (15:40-41).

    Aps trs horas agonizantes, Jesus morreu. Jos de Arimateia e Nicodemos vieram para levar o corpo de Jesus da cruz e coloc-lo num tmulo.

    Mateus nos conta que: E Jos, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho e o depositou no seu tmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou. Achavam-se ali, sentadas em frente da sepultura,

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    Maria Madalena e a outra Maria (Mateus 27:59-61).

    Todos os quatro evangelistas se esforam para dizer-nos que Maria e as outras mulheres no s ficaram nas horas terrveis da crucificao, mas se certificaram de saber onde Jesus fora enterrado para irem l aps o sbado e acabar de ungir o corpo. Quando olhamos para Maria Madalena e as outras, vemos mulheres completamente comprometidas com Jesus Cristo, mesmo em meio ao seu amargo pesar.

    No surpreende encontrarmos essas mesmas mulheres, com Maria Madalena aparentemente liderando-as, antes do amanhecer do domingo, correndo para o tmulo no jardim. Aqui estavam mulheres desempenhando seu papel normal na sociedade judaica, preparando o corpo de um morto para o enterro adequado. Em seu caminho, se preocupavam com um problema muito real que encararam: quem tiraria a grande pedra na entrada do tmulo?

    Elas conheciam o tamanho da pedra. Elas viram como Jos e Nicodemos colocaram apressadamente o corpo de Jesus no tmulo e rolaram a pedra pesada para tampar a abertura. Elas tambm sabiam que a pedra tinha sido selada pelo governo romano. Esse selo no podia ser quebrado. No entanto, elas estavam determinadas a fazer o certo por Jesus. Elas cuidaram das Suas necessidades durante trs anos enquanto Ele viajava pela Galileia e no ir e vir da Judeia. Elas tinham tomado Seu bem-estar fsico como responsabilidade. Assim, na Sua morte no poderiam se eximir de dar-lhe um enterro correto. Apesar dos obstculos uma pedra enorme e um selo romano elas

    Vemos mulheres completamente comprometidas com Jesus Cristo, mesmo em meio ao seu amargo pesar.

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    aproveitaram a primeira oportunidade para ir ao tmulo.

    Vemos mulheres completamente comprometidas com Jesus Cristo, mesmo em meio ao seu amargo pesar.

    O best-seller O Cdigo Da Vinci de Dan Brown uma fico. Mas muitos o aceitam como uma histria legtima. Ele conta que Jesus se casou com Maria Madalena e teve filhos com ela. Qual a resposta bblica? As Escrituras registram uma relao de ministrio casta entre Jesus e Maria e o seu testemunho da crucificao e ressurreio de Cristo (MAtEuS27:54-56; JOO20:11-18).

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    Exaltao

    O que elas encontraram quando chegaram? Marcos nos conta que viram que a pedra j estava removida; pois era muito grande (16:4). Naquele momento comeou a prxima lio de Maria no discipulado. Ela havia iniciado aquela manh com expectativas e rapidamente as encontrou de cabea para baixo. Joo relata o incidente dessa maneira:

    No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida. Ento, correu e foi ter com Simo Pedro e com o outro discpulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e no sabemos onde o puseram. Saiu, pois, Pedro e o outro discpulo e foram ao sepulcro. Ambos corriam juntos, mas o outro discpulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro; e, abaixando-se, viu os lenis de linho; todavia, no entrou. Ento, Simo Pedro, seguindo-o, chegou e entrou no sepulcro. Ele tambm

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    viu os lenis, e o leno que estivera sobre a cabea de Jesus, e que no estava com os lenis, mas deixado num lugar parte. Ento, entrou tambm o outro discpulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu.Pois ainda no tinham compreendido a Escritura, que era necessrio ressuscitar ele dentre os mortos. E voltaram os discpulos outra vez para casa. Maria, entretanto, permanecia junto entrada do tmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, e olhou para dentro do tmulo, e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um cabeceira e outro aos ps (20:1-12).Maria, vendo a pedra removida, sups que o corpo

    de Jesus tivesse sido levado e colocado em outro lugar. Naquele momento, ela s conseguia pensar em Jesus, morto. Ela o viu morrer. Ela o viu ser colocado no tmulo.

    Correndo para Pedro e Joo, ela os acompanhou de volta ao tmulo, mas ficou do lado de fora chorando. Este foi o golpe final. Uma enorme tenso emocional se acumulara ao longo das semanas anteriores. Parada ali, ela pode ter se lembrado da ltima viagem da Galileia Judeia, a caminhada de 110 km at Jerusalm. Dentre outras coisas, tinha sido a angustiante previso de Jesus sobre Sua morte iminente. Mas ofuscando isso, tivera a emoo da entrada triunfal de Jesus em Jerusalm. Ela ouvira a adulao da multido gritando: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!

    Ela estivera no Ptio das Mulheres e vira Jesus entrar no templo e derrubar as mesas dos cambistas. Ela se enchera

    Maria, vendo a pedra removida, sups que o corpo de Jesus tinha sido levado [] ela s conseguia pensar em Jesus, morto.

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    de orgulho quando Ele expulsou os homens maus que espoliavam os pobres peregrinos que iam Cidade Santa para celebrar a Pscoa. Ela prendera a respirao ao ver a fria dos principais sacerdotes e fariseus quando Jesus ensinara pela ltima vez no ptio do templo.

    Ela pode ter visto na casa de Simo, o leproso, como Maria de Betnia ungiu Jesus. Se assim foi, ela o ouviu novamente prever Sua prpria morte. Ela pode ter estado presente no julgamento de Jesus. Sabemos que ela esteve l quando Ele foi levado execuo. Ela esteve l quando os pregos foram colocados em Suas mos e ps. Ela presenciou quando a lana abriu Seu flanco. Ela ainda estava l quando o cu escureceu ao meio-dia e um forte terremoto abriu rochas e sepulturas. Ela tinha permanecido com as outras mulheres aos ps da cruz observando aquele que a tinha libertado de sete demnios agora aparentemente incapaz de livrar a si mesmo. Ela o viu morrer.

    Maria, vendo a pedra removida, sups que o corpo de Jesus tinha sido levado [] ela s conseguia pensar em Jesus, morto.

    Jesus escolheu 12homens como Seus discpulos. Mas deles, s consta que Joo permaneceu com Jesus na cruz. Em contraste, pelo menos trs mulheres estavam l, incluindo Maria de Magdala.

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    Os altos e baixos daquela semana se misturaram. Ela sentiu novamente a dor da contradio ao se lembrar de ouvir a multido cantar Hosana um dia e Fora com ele! Crucifique-o! apenas alguns dias mais tarde. Maria que vivenciara essa montanha-russa emocional agora estava ao lado do tmulo, contorcida, devastada pelo pensamento de que, at mesmo na morte, Jesus fora violado. Seu corpo fora levado. Seus soluos dilacerantes expressavam todas as esperanas frustradas e o desespero que ela sentia.

    Maria, entretanto, permanecia junto entrada do tmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se, e olhou para dentro do tmulo, e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus fora posto, um cabeceira e outro aos ps. Ento, eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e no sei onde o puseram. Tendo dito isto, voltou-se para trs e viu Jesus em p, mas no reconheceu que era Jesus (Joo 20:11-14).Quando Maria e as outras mulheres chegaram ao tmulo

    mais cedo naquela manh, ela se apressara para encontrar Pedro e Joo. Enquanto isso as outras entraram no tmulo e encontraram os anjos que disseram: Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele no est aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galileia, quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia? (Lucas 24:5-7)

    Mas agora a chorosa Maria, que perdera aquelas palavras na primeira vez, no esperou por essas palavras de

    Seus soluos dilacerantes expressavam todas as esperanas frustradas e o desespero que ela que sentia.

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    esperana quando viu os anjos. Cegada por seu pesar, afastou-se deles. Ao virar-se, viu um homem que estava por perto. Ele disse exatamente as mesmas palavras que ela acabara de ouvir dos anjos em Joo 20:15-18, Mulher [] por que choras? A quem procuras?

    Supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.Disse-lhe Jesus: Maria! Ela se virou para ele e gritou em hebraico: Raboni! (que quer dizer Mestre). Recomendou-lhe Jesus: No me detenhas; porque ainda no subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus. Maria Madalena foi at os discpulos

    anunciando as novidades: Vi o Senhor! E lhes contou que Ele lhe dissera estas coisas.

    O que foi preciso para mover Maria da desolao exultao e incentiv-la a testemunhar? Somente uma coisa. Jesus disse seu nome numa voz que ela conhecia e isso foi suficiente.

    Seus soluos dilacerantes expressavam todas as esperanas frustradas e o desespero que ela que sentia.

    A palavra Hosana era utilizada como um grito de louvor e adorao. Em essncia, ela um grito por salvao. A palavra significa

    salve ou ajude.

  • [ 22 ] DISCIpuLADA poR JESuS

    O Bom Pastor chamou o nome da sua chorosa ovelha, Maria, e ela reconheceu Sua voz. De repente, tudo o que estivera errado agora estava certo.

    Aquele que estivera morto agora estava vivo. Aquele que a libertara de sete demnios estava mais uma vez com ela. Em alegre xtase, ela lanou os braos em torno dele.

    Jesus gentilmente afastou-a e lhe deu uma tarefa: V e conte aos Meus irmos. Em uma frao de segundo, essa discpula passara da desprezvel tristeza euforia: o Mestre est vivo! Agora ela tinha uma tarefa a cumprir.

    A quarta coisa que sabemos sobre Maria Madalena que ela foi enviada por Jesus como a primeira testemunha da ressurreio. Ele a comissionou para contar aos Seus irmos as boas-novas. Ela se tornou como Agostinho a chamou, um apstolo para os apstolos.

    O horizonte mental de Maria estivera fixado no passado. Seus pensamentos estiveram fixos num corpo morto. Somente o prprio Cristo vivo poderia tir-la de seu foco no passado e coloc-la no futuro. No futuro, ela deveria ir e contar.

    O que foi preciso para mover Maria da desolao exultao? Jesus disse seu nome numa voz que ela conhecia e isso foi suficiente..

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    O que foi preciso para mover Maria da desolao exultao? Jesus disse seu nome numa voz que ela conhecia e isso foi suficiente..

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    Encontrando-nos onde estamos

    Maria Madalena no foi a nica seguidora de Jesus que necessitava de uma mudana de perspectiva. No mesmo captulo, Joo relata o encontro de Jesus com outro dos Seus seguidores:

    Ora, Tom, um dos doze, chamado Ddimo, no estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, ento, os outros discpulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu no vir nas suas mos o sinal dos cravos, e ali no puser o dedo, e no puser a mo no seu lado, de modo algum acreditarei. Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discpulos, e Tom, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, ps-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a Tom: Pe aqui o dedo e v as minhas mos; chega tambm a mo e pe-na no meu lado; no sejas incrdulo, mas crente. Respondeu-lhe Tom: Senhor meu e Deus meu!

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    Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que no viram e creram (Joo 20:24-29).Nos dois casos, Jesus fez uma apario especial a um

    de Seus seguidores a Maria no jardim e a Tom no cenculo com a porta trancada. Maria e Tom achavam que Jesus estava morto. Estavam preocupados com o Jesus do passado. Somente a presena fsica de Jesus iria convenc-los do contrrio.

    Estes que tinham se convencido sobre o que podiam ver ou tocar tiveram que aprender a adorar e amar pela f. Eles no podiam se apegar presena fsica de Jesus. Tiveram que aprender a se relacionar com o Salvador de uma maneira diferente.

    Maria reconheceu a voz de Jesus quando Ele a chamou pelo nome. A ela, Jesus deu uma comisso: v e conte. A Tom, que se recusara a acreditar no testemunho dos outros discpulos, Ele o repreendeu suavemente: voc creu porque me viu. Bem-aventurados os que no viram e creram.

    Quando eu era criana, meus pais me levavam igreja quase todas as vezes que as portas estavam abertas. Nossa igreja tinha um forte ministrio evangelstico. Todo culto terminava com um apelo pblico aos no-cristos a aceitarem a Cristo.

    Todo vero, a igreja patrocinava seis semanas de reunies em tendas, nas quais diversos evangelistas pregavam todas as noites. Em todos os anos, a nossa famlia nunca perdeu um culto. No foi uma surpresa que, aos oito anos, fui para frente numa reunio da tenda para pedir a Jesus que entrasse em minha vida.

    Estes que tinham se convencido sobre o que podiam ver ou tocar tiveram que aprender a adorar e amar pela f.

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    Entretanto, o que era para ser uma fonte de grande paz, foi para mim uma fonte de grande tormento. Durante os dez anos seguintes eu estive infeliz. Tinha certeza de que Deus no ouvira minhas oraes e no me tornara parte de Sua famlia.

    Ao ouvir todos os pregadores em visita nossa igreja, comecei a pensar que me sentiria limpa do pecado se Deus tivesse realmente me perdoado. Eu no estremeci e nem senti a terra tremer, como os evangelistas descreviam nas converses de

    outras pessoas. Para mim, isso significava que eu ainda no era crist.

    Como criana e, mais tarde, adolescente, eu agonizava e orava. Eu queria a experincia que me confirmaria que Deus tinha, verdadeiramente, me perdoado e me tornado Sua filha. No compreendia que cada pessoa tem a sua prpria experincia.

    Para algumas pessoas, acontecem experincias como a de Maria no jardim ou a de Tom no cenculo. Para outros de ns, vem a palavra de Jesus dita a Tom: Bem-aventurados so aqueles que no

    Estes que tinham se convencido sobre o que podiam ver ou tocar tiveram que aprender a adorar e amar pela f.

    Tom lembrado por sua dvida. Mas em Joo 11:16, apenas alguns dias antes da crucificao, tom corajosamente declarou sua prontido para morrer pelo seu Senhor.

  • [ 28 ] DISCIpuLADA poR JESuS

    viram nada espetacular e ainda assim creram. Comecei a compreender isso apenas vagamente depois do meu primeiro ano de faculdade. Experincias posteriores como esposa de pastor e como missionria me ajudaram a ver mais claramente que Deus lida com cada um de ns como indivduos. Ele chama cada uma de Suas ovelhas pelo nome. Ele sabe exatamente o que precisamos enquanto andamos com Ele.

    Esse o nosso discipulado. Ele significa aprender a crer tendo ou no uma evidncia tangvel para continuar. Ele significa aprender a confiar em que nosso Deus soberano e amoroso far o que melhor para ns, quer Ele o faa com alguma experincia dramtica ou em silncio.

    Como Deus tem trabalhado em sua vida? O que voc aprendeu sobre Ele que faz a diferena em seu viver? O que mudou em sua compreenso de quem Deus e o que Ele est fazendo em voc e por seu intermdio? Suas respostas a tais perguntas lhe diro o formato do seu discipulado.

    Mulheres e homens eram discpulos do Salvador em Israel h dois mil anos. Eles o seguiam, o ouviam, aprendiam dele, serviam-no.

    No temos a presena fsica de Jesus entre ns para ver, tocar e ajud-lo como eles tiveram. Foi-nos pedido para andar por f e no por vista. Mas o nosso discipulado pode ser to verdadeiro quanto o deles. Temos a Bblia para nos orientar e a comunho de outros cristos para nos apoiar e corrigir.

    Na escola, comeamos aprendendo adio, em seguida subtrao, tabuadas de multiplicao, a seguir fraes, porcentagens, equaes e teoremas. Aprendemos para hoje

    Jesus, o Mestre dos mestres, guia cada um de ns de maneiras diferentes para aprendermos o que precisamos saber.

  • Maria Madalena e sua caminhada de f [ 29 ]

    poder controlar o saldo da conta bancria, trabalhar em um banco ou nos tornarmos um astrofsico. Toda essa aprendizagem tinha um bom propsito.

    Jesus, o Mestre dos mestres, guia cada um de ns de maneiras diferentes para aprendermos o que precisamos saber. No existem duas pessoas com a mesma experincia de vida. Ele nos toma onde estivermos e trabalha conosco onde nos encontra, mas sempre com a mesma finalidade. Ele quer nos levar da ignorncia de Deus ao conhecimento de um relacionamento profundo como Seus filhos. Ele nos leva de f em f a uma confiana inabalvel no Deus vivo. Ele nos ensina a ver momentos difceis como a maneira de Deus nos levar a novas formas de pensar sobre ns mesmos e o nosso propsito na vida.

    Caminhamos com Deus diariamente como aprendizes para podermos distinguir o bem do mal. Prosseguimos para amadurecer.

    Frequentemente somos duros com Tom, o ctico, mas quem dentre ns no duvidaria da ressurreio? Curiosamente, Jesus no se zangou com ele. O verdadeiro legado de tom no o da dvida, mas de grande f. A tradio conta que ele passou a ser um apstolo no leste.

    Jesus, o Mestre dos mestres, guia cada um de ns de maneiras diferentes para aprendermos o que precisamos saber.

  • Maria Madalena e sua caminhada de f [ 31 ]

    QuestesPara reflexo pessoal ou discusso em grupo:

    1. Maria Madalena viu Jesus e o ouviu chamar seu nome antes dela o reconhecer. Como voc pode reconhecer o Cristo vivo hoje?

    2. O que significa andar por f e no por vista?

  • [ 32 ] DISCIpuLADA poR JESuS

    3. Quando voc olha para si mesmo como um aprendiz nas mos do Mestre dos mestres, Jesus Cristo, quais experincias Ele utiliza para encorajar voc a continuar a segui-lo?

    4. Como um discpulo no sculo 21, quais os objetivos que voc gostaria de estabelecer para o seu aprendizado?