Dissertacao Neilson Ramalho

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  • 7/26/2019 Dissertacao Neilson Ramalho

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    Neilson Carlos Leite Ramalho

    Um Estudo Sobre a Adoo da Computao em Nuvem no

    Brasil

    So Paulo

    Novembro de 2012

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    Neilson Carlos Leite Ramalho

    Um Estudo Sobre a Adoo da Computao em Nuvem no

    Brasil

    Dissertao apresentada como parte dos

    requisitos para a obteno do ttulo de Mestre

    em Cincias pelo programa de Ps-graduao

    em Sistemas de Informao EACH - Escola de

    Artes, Cincias e Humanidades.

    Orientador: Prof. Dr. Edmir Parada Vasques

    Prado

    So Paulo

    Novembro 2012

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    Autorizo a reproduo e divulgao total ou parcial deste trabalho, por qualquer meioconvencional ou eletrnico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada fonte.

    CATALOGAO-NA-PUBLICAOBiblioteca

    Escola de Artes, Cincias e Humanidades da Universidade de So Paulo

    Ramalho, Neilson Carlos LeiteUm estudo sobre a adoo da computao em nuvem no

    Brasil / Neilson Carlos Leite Ramalho ; orientador Edmir

    Parada Vasques Prado. So Paulo, 2012.157 f. : il.

    Dissertao (Mestrado em Cincias) Programa de Ps-Graduao em Sistemas de Informao, Escola de Artes,Cincias e Humanidades da Universidade de So Paulo, em2012.

    1. Tecnologia da informao - Gerenciamento. 2.Computao em nuvem. 3. Sistemas distribudos. 4. Sistemasde informao gerencial. 5. Arquivamento e recuperao dainformao. I. Prado, Edmir Parada Vasques, orient. II. Ttulo.

    CDD 22.ed. 004.0681

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    Dissertao de mestrado sob o ttulo Um Estudo Sobre a Adoo da

    Computao em Nuvem No Brasil", defendida por Neilson Carlos Leite

    Ramalho e aprovada em 18 de Dezembro de 2012, em So Paulo, Estado de So

    Paulo, pela banca examinadora constituda pelos doutores:

    Prof. Dr. Edmir Parada Vasques Prado

    Orientador

    Prof. Dr. Hiroo Takaoka

    Universidade de So Paulo

    Prof. Dr. Marcos Lordello Chaim

    Universidade de So Paulo

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    Dedicatria

    Para Graa, Zely, Dona Jlia,Crisantina (em memria) e Anita (em memria).

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    Agradecimentos

    Meus sinceros agradecimentos ao meu orientador Prof. Dr. Edmir Parada VasquesPrado por todo o conhecimento passado durante a realizao deste trabalho, pelo incentivo,

    pelas excelentes sugestes, pela pacincia, pelos contatos apresentados e por ter sempre me

    ajudado a traar os planos para seguir carreira acadmica. Muito obrigado pela dedicao, por

    ter acreditado em meu pontencial e por ter sempre me incluido nas diversas iniciativas de

    pesquisa e cooperao.

    Aos professores do Programa de Ps-graduao em Sistemas de Informao, em

    especial queles com os quais tive mais contato: Ariane Machado Lima, Claudia Ins Garcia,

    Ftima de Lourdes dos Santos Nunes Marques, Gisele da Silva Craveiro, Ivandr Paraboni,Joo Porto de Albuquerque, Kthia Maria Honrio, Luciano Antonio Digiampietri, Marcelo

    de Souza Lauretto, Marcelo Fantinato, Marcelo Morandini, Marcos Lordello Chaim e

    Sarajane Marques Peres.

    Aos meus colegas do curso de PPgSI, em especial a Alexandre Souza, Ricardo

    Wandr, Fernando Henrique, Renata Madeo e Christian Lacerda.

    A todos que responderam o questionrio da pesquisa, em especial a Eduardo Neger,

    presidente da ABRANET, que ajudou na divulgao do questionrio.

    A todos os funcionrios da EACH e Universidade de So Paulo. minha famlia e aos meus pais por sempre me incentivarem a ir mais longe, pelo

    apoio e pela pacincia nos meus momentos de ausncia.

    minha noiva Rosiane pela compreenso, apoio e pacincia.

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    iv

    Resumo

    A Computao em Nuvem (CN) um dos temas mais abordados por profissionais deTI atualmente. Com um forte apelo econmico, a CN torna possvel a ideia da computao

    como uma utilidade, na qual recursos computacionais (processamento e armazenamento, por

    exemplo) podem ser consumidos e pagos com a mesma convenincia que a energia eltrica.

    Com este novo paradigma, uma empresa, ao iniciar suas atividades, no necessita mais

    investir antecipadamente um alto capital em equipamentos de TI. Os recursos computacionais

    so adquiridos conforme so necessrios e o consumidor paga apenas pelo que utiliza. Esta

    pesquisa traz uma contribuio para as organizaes e para o meio acadmico, uma vez que

    analisa a adoo da CN por empresas brasileiras. A pesquisa abrange empresas privadas dediversos portes e setores que tenham adotado pelo menos um servio de TI no modelo de CN.

    O modelo de pesquisa foi elaborado com base nos objetivos especficos, os quais se

    originaram das lacunas existentes sobre o uso de servios de CN no Brasil. A pesquisa

    utilizou uma amostra no probabilstica contendo 96 casos, os quais contemplaram aspectos

    do respondente, da organizao e do servio de CN mais importante para a organizao. Os

    dados foram coletados por meio de um questionrio e tratados estatisticamente usando

    tcnicas no paramtricas e Anlise de Agrupamentos. A pesquisa se caracteriza por ser

    exploratria, verificando frequncias e ligaes entre as caractersticas organizacionais e osservios de CN. A pesquisa identificou as caractersticas dos servios de CN utilizados no

    Brasil e o grau de aderncia de cada servio definio de CN proposta. Adicionalmente,

    foram apresentadas as relaes entre as caractersticas organizacionais e as caractersticas dos

    servios de CN. Alm disso, foi possvel identificar trs grupos distintos de empresas, em

    relao s caractersticas dos servios de CN utilizados, e descrever s caractersticas

    organizacionais e dos servios associados a cada grupo. Finalmente, a CN foi discutida luz

    das Teorias de Terceirizao.

    Palavras-chave: Computao em Nuvem no Brasil. Tecnologia de Informao.

    Sistemas de Informao.

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    Abstract

    Cloud Computing (CC) is one of the most discussed topics among IT professionalstoday. With a strong economic appeal, CC makes possible the idea of computing as a utility,

    in which computing resources (processing power and storage, for example) can be consumed

    and paid with the same convenience as electricity. In this new paradigm, a startup company

    does not need up-front capital to invest in advanced IT assets. The computing resources are

    acquired as needed and the customer pays only for what is used. This research makes an

    important contribution to organizations and academia, since it analyzes CC adoption by

    Brazilian companies. The survey covers private companies of all sizes and sectors that have

    adopted at least one IT service in CC model. The research model was designed based on theresearch specific objectives, which were made from the gaps of CC services usage in Brazil.

    This paper used a not randomly picked sample with 96 cases, which specified aspects of the

    respondent, organization and the most important CC service to the organization. Data was

    collected through a questionnaire and statistically analyzed using nonparametric techniques

    and Cluster Analysis. This research is characterized as exploratory, checking frequencies and

    links between organizational characteristics and CC services characteristics. This research

    identified the characteristics of CC services used in Brazil and the compliance degree of each

    service to the proposed CC definition. Additionally, we presented and discussed therelationships between organizational characteristics and characteristics of CC services.

    Furthermore, it was possible to identify three distinct groups of companies in relation to the

    characteristics of CC services they use, and describe organizational characteristics and

    services associated with each group. Finally, CC was discussed in the light of the Outsourcing

    Theories.

    Keywords: Cloud Computing in Brazil. Information Technology. Information Systems.

    Outsourcing Theories.

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    Sumrio

    Dedicatria ............................................................................................................................ ii

    Agradecimentos .................................................................................................................... iii

    Resumo ................................................................................................................................. iv

    Abstract ................................................................................................................................. v

    Sumrio ................................................................................................................................ vi

    Introduo .............................................................................................................................. 1

    1.1 Formulao da situao-problema ..................................................................... ....... 3

    1.2 Questes de pesquisa ................................................. ............ .................................. 4

    1.3 Objetivos geral e especficos .................................................. .................................. 41.4 Organizao do estudo ............................................................................................. 5

    2 Computao em Nuvem ................................................................................ .................. 7

    2.1 Definio e Caracterizao.............. ......................................................................... 7

    2.2 Classificao .......................................................................................................... 11

    2.2.1 Tipos de servios oferecidos ............................................................................... 11

    2.2.2 Forma de disponibilizao ao usurio final ......................................................... 15

    2.3 Vantagens da adoo da CN................................................................................... 17

    2.4 Tecnologias Relacionadas CN ............................................................................. 20

    2.4.1 Virtualizao ................................................. ..................................................... 22

    2.4.2 Diferenas entre CN e Grid Computing .............................................................. 25

    2.5 Servios de CN oferecidos no Brasil ...................................................................... 28

    a) Servios IaaS ......................................................................................................... 29

    b) Servios SaaS ........................................................................................................ 29

    c) Servios PaaS ........................................................................................................ 30

    d) Outros servios ...................................................................................................... 31

    2.6 CN e o Impacto na Estratgia e na Operao da Organizao ................................. 31

    3 CN e as Teorias aplicadas Terceirizao ..................................................................... 343.1.1 Fases do Processo de Terceirizao e Teorias ....................................... ........... ... 35

    3.1.2 Teoria do Custo da Transao.................................... ......................................... 35

    3.1.3 Teoria da Agncia .................................................. ............ ................................ 38

    3.1.4 Teoria da Dependncia de Recursos ................................................................... 40

    3.1.5 Teoria Baseada em Recursos .............................................................................. 41

    4 Mtodo de pesquisa .................................................. ..................................................... 42

    4.1 Modelo de Pesquisa ............................................................................... ................ 42

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    4.2 Caractersticas da Pesquisa ...................................................................... .............. 43

    4.3 Abordagem Quantitativa e Qualitativa ................................................ ................... 44

    4.4 Survey ................................................................................................................... 45

    4.5 Fonte de Dados e Plano Amostral ..................................................................... ..... 46

    4.6 Determinao dos Dados a Serem Coletados ....................................... ................... 484.7 Redao do Instrumento.................................................................................... ..... 49

    4.8 Pr-teste ................................................................................................................. 50

    4.9 Coleta dos dados .................................................................................................... 50

    4.9.1 Tratamento inicial dos dados .............................................................................. 51

    4.9.2 Variveis binrias ............................................................................................... 51

    5 Anlise dos Dados .................... .............................................................. ........... ............ 54

    5.1 Descrio da amostra ................................................. ............ ................................ 54

    5.1.1 Caractersticas do respondente ............................................................................ 54

    5.1.2 Caractersticas das organizaes ......................................... ................................ 55

    5.1.3 Caractersticas dos servios de CN ..................................................................... 57

    5.2 Aderncia dos servios ao conceito de CN .................... ........... ........... ................... 61

    5.3 Relaes entre as caractersticas organizacionais e servios de CN ........................ 64

    5.3.1 Importncia do servio para a organizao ......................................................... 65

    5.3.2 Nacionalidade do fornecedor .............................................................................. 66

    5.4 Identificao de grupos semelhantes ...................................................................... 67

    a) Caractersticas das organizaes ......................................................................... 69

    b) Caractersticas dos servios de CN .............................. ....................................... 705.5 CN vista como um processo de Terceirizao .......... ........... ..................... ........... ... 71

    6 Concluses .................................................................................................................... 73

    6.1 Servios de CN Adotados pelas Organizaes Brasileiras ...................................... 73

    6.2 Aderncia dos Servios Adotados ao Conceito de CN ............................................ 75

    6.3 Caractersticas Organizacionais Associadas aos Servios de CN ............................ 76

    6.4 Perfil das organizaes em funo dos servios de CN adotados ............................ 78

    6.5 Adoo da CN sob o Ponto de Vista da Teoria da Dependncia de Recursos .......... 79

    Sugestes de Pesquisa .......................................................................................................... 80

    Referncias .......................................................................................................................... 81

    Apndice A .......................................................................................................................... 87

    a) Servios de IaaS .................................................................................................... 87

    b) Servios de SaaS .................................................................................................... 89

    c) Servios de PaaS .................................................................................................... 91

    d) Outros Servios ..................................................................................................... 93

    Apndice B .......................................................................................................................... 95

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    Definio das Variveis de Pesquisa ................................................................................. 95

    i. Caractersticas do Respondente .............................................................................. 95

    ii. Caractersticas da Organizao .............................................................................. 96

    iii. Caractersticas dos Servios de CN ........................................ ................................ 99

    b) Nome do servio/fornecedor .................................................. .............................. 100c) Motivao para escolha do fornecedor ................................................................. 100

    Apndice C ........................................................................................................................ 107

    Questionrio utilizado para a coleta de dados ............................................................... 107

    Apndice D ........................................................................................................................ 114

    Tabelas cruzadas e sadas do SPSS relativas Seo 5.3 ................................................. 114

    i. Frequncias relativas das razes para escolha do fornecedor para fonrnecedoresexternos ....................................................................................................................... 114

    ii. Frequncias relativas das razes para escolha do fornecedor para fonrnecedores

    nacionais ..................................................................................................................... 116iii. Caractersticas da organizao e motivao para escolha do fornecedor .......... ..... 118

    ii. Impacto operacional e impacto estratgico ........................................................... 125

    iii. Nacionalidade do fornecedor ................................................. .............................. 127

    Apndice E ........................................................................................................................ 134

    Tabelas cruzadas e sadas do SPSS relativas Seo 5.4 ................................................. 134

    i. Nmero de agrupamentos ........... ........... .............................................................. 134

    ii. Agrupamentos e caractersticas das organizaes ................................................. 138

    iii. Tabelas cruzadas dos agrupamentos com as caractersticas do servio .................. 140

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    Definies dos termos e abreviaes

    Termo DefinioBackup Cpia de seguranaCaaS Comunicao como servioCache Tipo de memria de acesso rpidoCIO Chief Information Officer

    CMSContent Management Systems - Sistemas de gerenciamento decontedo

    CN Computao em NuvemCPD Centro de processamento de dadosCPU Central Processing Unit - Unidade Central de Processamento

    CRMCustomer Relationship Managment Gerenciamento de Relaescom o Cliente

    DaaS Banco de dados como ServioData centers Centro de processamento de dados

    Deploy Disponibilizao de uma aplicao em ambiente de produoERP Enterprise Resource Planning - Sistemas Integrados de Gesto

    Grid Computing (GC) Computao em grade

    HypeFebre. o termo utilizado para designar uma tecnologia muitocomentada pelo mercado

    IaaS Intraestrutura como servioMaaS Monitorao como Servio

    Mashup Sitecom contedo de mais de uma fonte

    Multi-tenant um modelo de computao no qual um fornecedor atende a

    diversos clientes simultaneamentePaaS Plataforma como ServioPME Pequenas e Mdias EmpresasPool Repositrio

    RAIDRedundant Array of Independent Drives - Conjunto Redundantede Discos Independentes

    SaaS Software como Servio

    SCMSupply Chain Managment Sistemas de Gerenciamento daCadeia de Suprimento

    SecaaS Segurana como ServioSGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de DadosSLA Service Level Agreement - Acordo de Nvel de Servio

    SOA Service Oriented Architecture - Arquitetura Orientada a ServiosStaaS Armazenamento como servioTablet Modelo de microcomputador pessoal em formato de pranchetaTCT Teoria do Custo da TransaoVOIP Voz sobre IPVPS Virtual Private Server - Servidor Virtual PrivadoWeb World Wide Web A InternetXaaS Tudo como servio

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    Lista de Figuras

    Figura 1 - Hype Cicle da Gartner. .......................................................................................... 3

    Figura 2 - Cloud Computing no Google Trends. ..................................................................... 7

    Figura 3 - Pirmide de classes de CN. .................................................................................. 15Figura 4 - Evoluo da CN. .................................................................................................. 20Figura 5 - Impacto da TI nas organizaes e as estratgias de terceirizao ............ .............. 32Figura 6 - Modelo de pesquisa. Fonte: prprio autor............................................................. 42Figura 7 - Variveis da pesquisa ........................................................................................... 43Figura 8 - Componentes do Windows Azure. Fonte: Microsoft (2012, p. 3). ........................ 92

    Figura 9 Questionrio: questes 1 e 2 .............................................................................. 107Figura 10 Questionrio: questes 3, 4 e 5. ....................................................................... 108

    Figura 11 Questionrio: questes 6, 7 e 8. ....................................................................... 108Figura 12 Questionrio: questo 9 ................................................................................... 109

    Figura 13 Questionrio: questes 10 e 11. ....................................................................... 110Figura 14 Questionrio: questes 12, 13 e 14. ................................................................. 111

    Figura 15 Questionrio: questes 15, 16 e 17. ................................................................. 112Figura 16 Questionrio: questes 18, 19 e 20. ................................................................. 113

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    Lista de Quadros

    Quadro 1 - Definies de CN ............................................................................................... 10

    Quadro 2 - Definio de CN adotada na pesquisa. ................................................................ 10

    Quadro 3 - Comparao entre GC e CN. .............................................................................. 27Quadro 4 - Semelhanas entre Terceirizao e CN. .............................................................. 34Quadro 5 - Estratgias de Terceirizao ............................................................................... 37Quadro 6 - Situaes relevantes para diferentes estratgias de pesquisa ................................ 45Quadro 7 - Relao entre as variveis, o questionrio e os objetivos especficos. .................. 49Quadro 8 - Classes dos servios de CN ................................................................................ 52

    Quadro 9 - Classificao de empresas de acordo com o porte. .............................................. 97Quadro 10 - Classificao de empresas com base no nmero de empregados. ...................... 98

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    Lista de Tabelas

    Tabela 1 - Nvel hierrquico e o tempo de experincia em TI ............................................... 55

    Tabela 2 - Distribuio da amostra nas regies brasileiras .................................................... 56

    Tabela 3 - Setor versus faturamento, tempo de mercado e porte da organizao ................... 56Tabela 4 - Cinco tipos de servios mais usados .................................................................... 57Tabela 5 - Motivao para escolha do fornecedor e impactos do servio .............................. 59Tabela 6 - Forma de disponibilizao, disponibilidade, localizao dos dados e forma depagamento ........................................................................................................................... 61Tabela 7 - ndice e grau de CN de acordo com as variveis S7, S8 e S11.............................. 63

    Tabela 8 - Frequncias dos nveis de CN .............................................................................. 63Tabela 9 - Relao entre o nvel de CN do servio e a nacionalidade do fornecedor ............. 64

    Tabela 10 - Resduos ajustados da relao entre as caractersticas da organizao e impactosdo servio de CN ................................................................................................................. 65

    Tabela 11 Relaes entre nacionalidade do fornecedor e caractersticas do servio de CN . 66Tabela 12 - Resumo da execuo do agrupamento hierrquico ............................... .............. 68

    Tabela 13 - Medida de distncias dos agrupamentos nos estgio .......................................... 68Tabela 14 Resduos ajustados da relao entre as caractersticas organizacionais e osagrupamentos ....................................................................................................................... 69Tabela 15 - Resduos ajustados das relaes entre os agrupamentos e as caractersticas dosservios ................................................................................................................................ 70Tabela 16 - Caractersticas da organizao e motivao para escolha do fornecedor .......... ... 72

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    Introduo

    O termo Cloud Computing, em portugus, Computao em Nuvem (CN) constitui,atualmente, um dos temas mais abordados na rea da Tecnologia da Informao (TI).

    Diversos grupos de pesquisa ao redor do mundo tm concentrado seus esforos visando

    entender este novo conceito e suas implicaes para as organizaes e para a sociedade. Nos

    Estados Unidos, o NIST (Instituto Nacional de Padres e Tecnologia) e a NASA

    (Administrao Nacional do Espao e da Aeronutica) possuem iniciativas de pesquisa de

    mbito nacional envolvendo CN. A Unio Europeia, por sua vez, demonstra preocupao com

    o futuro da rea e com o estabelecimento de padres de interoperabilidade, como

    demonstrado nos trabalhos de Jeffery e Neidcker-Lutz (2010).Com um forte apelo econmico, a CN torna possvel a ideia da computao como uma

    utilidade, na qual recursos computacionais (processamento e armazenamento, por exemplo)

    podem ser consumidos e pagos com a mesma convenincia que a energia eltrica. Carr (2003)

    argumenta que o cenrio pelo qual est passando TI e a sua relevncia dentro das

    organizaes se assemelham aos tempos em que as ferrovias e a eletricidade geravam

    vantagem competitiva para as empresas. Para o autor, medida que esses recursos foram se

    tornando cada vez mais comuns e ubquos, eles perderam a vantagem competitiva, pois se

    transformaram em commodities. A CN ento a concretizao da computao comoutilidade.

    Com este novo paradigma, uma empresa, ao iniciar suas atividades, no necessita mais

    investir antecipadamente um alto capital em equipamentos de TI. Os recursos computacionais

    podem ser adquiridos sob demanda de um provedor de CN e a empresa pagar apenas pelo

    que for consumido.

    Por oferecer s empresas a oportunidade de dissociar suas necessidades de TI de sua

    infraestrutura, a CN capaz de oferecer, em longo prazo, economia s empresas, incluindo a

    reduo de custos de infraestrutura e modelos de pagamento baseados em utilizao deservios (pagamento somente pelo que usado). Adotando a CN, as empresas podem tirar

    proveito do uso de servios em um modelo sob demanda. A reduo de despesas com capital

    inicial importante, o que permite s empresas maior flexibilidade com novos servios de TI.

    ISACA (2009).

    Desenvolvedores de software ao redor do mundo esto usando servios de CN. Nos

    primeiros dez meses em que estiveram abertos para uso, os primeiros servios de CN da

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    Amazon atraram 500 mil consumidores (Rosenberg e Mateos, 2010). O baixo custo da CN e

    sua capacidade de expanso de recursos de maneira dinmica fazem com que ela impulsione a

    inovao para pequenas empresas, especialmente no mundo em desenvolvimento (Lehman e

    Vajpayee, 2011).

    Atualmente h diversas definies aceitas sobre o que CN. Apesar de haver

    convergncia de conceitos nestas definies, a falta de um consenso faz com que algumas

    empresas ofeream servios tradicionais de hospedagem como se fossem servios de CN.

    Segundo a ComputerWorldUK (2011), tem aumentado o nmero de servios associados CN

    que simplesmente no se encaixam nas definies mais aceitas no mercado. Em muitos

    servios oferecidos, ainda necessrio que o cliente entre em contato com o fornecedor para

    realizar eventuais modificaes (aumentos na capacidade de processamento ou de

    armazenamento) nos servios oferecidos.Outros fornecedores ainda trabalham com contratos mensais ou at mesmo anuais,

    porm, os servios reais de CN so escalveis, flexveis, e a cobrana feita apenas pelo que

    utilizado. Assim, em vez de oferecer servios com estas caractersticas, algumas empresas

    oferecem servios tradicionais com a palavra cloud includa para tirar vantagem do alarde

    comercial do termo (ComputerWorldUK, 2011). Neste cenrio, mostra-se importante uma

    anlise dos servios que so oferecidos no mercado em busca de determinar quais so

    verdadeiramente servios de CN de acordo com as definies mais aceitas.

    A consultoria Gartner publica anualmente um relatrio no qual descreve a curva deadoo de novas tecnologias. Este relatrio uma representao grfica da maturidade e

    adoo das tecnologias e aplicaes, e como elas so potencialmente relevantes para resolver

    problemas reais de negcio e explorar novas oportunidades (Gartner, 2011).

    No mercado, esta representao conhecida como Hype Cicle. A Figura 1 ilustra as cinco

    fases doHype.

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    3

    Figura 1 - Hype Cicle da Gartner.

    Fonte: Adaptado de Gartner (2011, p. 1).

    O eixo horizontal a linha do tempo no ciclo de vida da tecnologia. J o eixo vertical

    representa as expectativas em relao nova tecnologia, que se traduz no quanto a tecnologia

    est sendo abordada pela mdia por meio de notcias, artigos, fruns e eventos em geral. Neste

    relatrio, a CN privada ganhou maturidade desde a pesquisa anterior (realizada em 2010) e

    em 2011 atingiu o pico desta curva. Ressalta-se, entretanto, que o escopo desta representao

    grfica o cenrio mundial, ou seja, no Brasil a situao pode ser ligeiramente diferente,

    embora oHype possa apontar uma tendncia.

    Com isso, mostra-se importante o estudo deste conceito sob a tica brasileira, j que

    h poucos trabalhos abordando o tema com foco em seus aspectos sociais.

    1.1 Formulao da situao-problema

    De acordo com Gartner (2010), a CN movimentar US$ 148,8 bilhes em 2014, sendo

    US$ 80,5 bilhes em CN privada e US$ 68.3 bilhes em CN pblica. Segundo

    ComputerWorld (2010), a mesma consultoria realizou uma pesquisa na qual foram

    entrevistados 1.586 gestores da rea de TI de 41 pases e descobriu-se que a CN constitui a

    principal preocupao dos CIOs brasileiros. No resto do mundo, o tema aparece em segundo

    lugar, perdendo apenas para outro conceito: virtualizao, que ainda assim considerado

    como uma das facetas da CN.

    Dada a importncia da CN no mundo e sua relevncia para o Brasil como um pas em

    desenvolvimento, pertinente identificar como este novo paradigma tm sido explorado e

    utilizado no cenrio nacional. Alm disso, as empresas brasileiras comearam a adotar e

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    4

    oferecer solues baseadas em CN, porm, como a natureza dessas solues muito distinta,

    alguns servios oferecidos no possuem todas as caractersticas da CN. Outros servios

    englobam apenas parte dos critrios necessrios para se caracterizar uma aplicao em CN.

    Muitas organizaes esto terceirizando seus servios de TI para fornecedores

    externos h algum tempo. Contudo, a indstria de servios de TI e a terceirizao esto

    passando por rpidas mudanas com a crescente adoo da CN (Dhar, 2011). Assim,

    importante abordar CN como uma alternativa deste fenmeno, dada a semelhana entre os

    mesmos.

    1.2 Questes de pesquisa

    Este trabalho visa estudar a maneira com a qual as empresas brasileiras esto adotando

    a CN. Dentre as perguntas a serem respondidas esto:

    a) Que servios de CN so oferecidos no mercado e quais as suas caractersticas?

    b) Com que grau os servios oferecidos no Brasil, e classificados como CN, atendem

    s caractersticas que definem o conceito de CN?

    c) Quais as motivaes das organizaes na escolha do fornecedor de CN?

    d) Qual a importncia para a organizao dos servios de CN contratados?

    e) H diferenas entre os servios contratados de fornecedores nacionais e

    estrangeiros?f) Quais os servios de CN mais adotada pelas organizaes brasileiras?

    g) possvel identificar diferentes perfis de organizaes em funo dos servios de

    CN adotados por elas?

    h) Sob o ponto de vista das teorias usadas para explicar o fenmeno da terceirizao,

    as opes de adoo da CN so semelhantes s das terceirizaes tradicionais?

    1.3 Objetivos geral e especficos

    O objetivo geral deste trabalho analisar a adoo da CN por organizaes brasileiras.

    Os objetivos especficos so:

    a) Descrever as caractersticas dos servios de CN usados por organizaes brasileiras;

    b) Identificar o grau com que os servios usados pelas organizaes atendem s

    caractersticas da CN descritas na literatura.

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    5

    c) Identificar caractersticas organizacionais associadas aos servios de CN adotados

    por organizaes brasileiras;

    d) Identificar grupos de organizaes com padres de uso de servios de CN

    semelhantes.

    e) Avaliar o processo de adoo da CN visto como um fenmeno de Terceirizao de

    TI.

    1.4 Organizao do estudo

    Este trabalho est organizado nos seguintes captulos

    Captulo 1 O Problema

    Neste captulo apresenta-se o tema e a sua relevncia para a prtica e para o meio

    acadmico. Nele esto descritos a formulao da situao-problema, o objetivo geral e os

    objetivos especficos, o escopo da pesquisa e um quadro contendo as definies dos principais

    termos e siglas usados no decorrer do trabalho.

    Captulo 2 Computao em Nuvem

    Este captulo busca apresentar as definies mais aceitas de CN da atualidade, explicar

    as classificaes mais difundidas sobre o tema, seus modelos de disponibilizao (pblica,

    privada, comunitria e mista), listar os seus aspectos econmicos e a sua relao com outrastecnologias como Grid Computing (GC) e Virtualizao.

    Captulo 3 Teorias aplicadas Terceirizao e CN

    Este captulo apresenta um estudo sobre as Teorias de Terceirizao. Inicialmente, so

    explicadas as fases do processo de Terceirizao e as Teorias Econmicas mais usadas para

    explicar este fenmeno.

    Captulo 4 Metodologia de PesquisaEste captulo apresenta a pesquisa realizada neste trabalho sobre a adoo da CN em

    empresas brasileiras do setor privado. Busca-se ilustrar as caractersticas da pesquisa realizada

    e justificar a escolha do mtodo. Em seguida, so descritas as variveis, as tcnicas estatsticas

    utilizadas, a fonte e o processo de coleta de dados.

    Captulo 5 - Anlise dos Dados

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    Neste captulo realizada a anlise dos dados. Inicialmente a amostra descrita por

    meio de anlises uni variadas do perfil do respondente, da organizao e do servio de CN.

    Em seguida, as caractersticas organizacionais so cruzadas com os servios de CN e as

    relaes significativas so descritas, e so apresentados os resultados da anlise de

    agrupamentos.

    Captulo 6 Consideraes finais

    Neste captulo esto as concluses do trabalho e as consideraes finais sobre o uso da

    CN no Brasil.

    Apndice A

    Contm a descrio dos principais servios de CN oferecidos no mercado brasileiro.

    Apndice B

    Contm a definio das variveis de pesquisa.

    Apndice C

    Contm o questionrio utilizado na coleta de dados.

    Apndice DContm as sadas do SPSS das tabelas cruzadas entre as variveis relevantes.

    Apndice E

    Contm as sadas do SPSS para a anlise de agrupamentos.

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    Computao

    Esta seo visa esclardo termo, as classificaes

    disponibilizao. Alm diss

    desvantagens da adoo da C

    de gesto. Como a CN res

    tambm procura descrever

    virtualizao e Grid Computi

    2.1 Definio e CA CN tem sido o foco

    efetuado grandes investiment

    tm surgido com o objetivo

    TI. Wang et al. (2008) mostr

    quais o mesmo se baseia. A Fi

    dos seus pilares a Virtualiza

    2008, quando superou as cocom base na pesquisa de

    ferramenta Google Trends. O

    buscas) e o eixo x o tempo.

    Fig

    F

    em Nuvem

    cer os conceitos gerais da CN, discutir as prinquanto aos tipos de servios oferecidos

    o, busca-se mostrar quais so as princip

    , abordando tanto aspectos tcnicos quanto as

    ultado da evoluo de um conjunto de tecnol

    duas dessas tecnologias que so mais rele

    g(Computao em Grade - GC).

    racterizaode diversas iniciativas de pesquisa na atualidad

    s neste novo conceito e, em todo o mundo, ce

    e estudar e aperfeioar essa nova forma de uti

    m que o termo recente quando comparado

    gura 2 mostra que o termo Cloud Computing, q

    o, s comeou a tomar propores significa

    sultas relacionadas a Grid Computing. O grang et al. (2008), porm, com dados atuali

    eixo y representa o volume de buscas (100 rep

    ura 2 - Cloud Computing no Google Trends.

    onte: Adaptado de Wang et al. (2008, p.1).

    7

    cipais definiesas formas de

    is vantagens e

    ectos humanos e

    gias, esta seo

    antes ao tema:

    e. Empresas tm

    tros de pesquisa

    lizar recursos de

    tecnologias nas

    ue tem como um

    tivas a partir de

    ico foi montadoados tirados da

    esenta o pico de

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    A consultoria Gartner define CN como um estilo de computao no qual recursos

    elsticos e escalveis de TI so providos como servios para mltiplos usurios por meio da

    Internet. J Khalid (2010) compara a CN ao ato de comprar um terreno, construir um prdio e

    alug-lo completamente ou parcialmente. O provedor de servios disponibiliza o software na

    Internet, os clientes o utilizam e pagam somente pelo que utilizado.

    Armbrust et al. (2009) definem CN como a unio entre as aplicaes disponibilizadas

    como servios na Internet, o hardwaree sistemas de softwarenos Centro de Processamento

    de Dados (CPD) usados para prover tais servios. A CN seria ento o hardwaree o software

    do CPD, viso tambm compartilhada por Xu (2010).

    Jeffery e Neidecker-Lutz (2010) definem a CN como um ambiente de execuo que

    envolve mltiplas partes interessadas e fornece recursos com diferentes granularidades, de

    maneira elstica, medida e com um nvel especificado de qualidade de servio. Para os

    autores, a CN no se refere a uma tecnologia especfica, mas sim a um paradigma geral de

    provisionamento de recursos com capacidades melhoradas, cujas caractersticas funcionais

    englobam elasticidade, confiabilidade e disponibilidade. Os autores afirmam que h diversos

    desafios relacionados CN e recomendam que pesquisas sejam conduzidas, alm do

    desenvolvimento de padres de interoperabilidade eframeworksregulatrios visando elucidar

    os aspectos legais que regem o novo conceito.

    Vaquero et al.(2009) estudaram mais de vinte definies do termo CN para chegar a

    um consenso sobre a definio, bem como quais so as caractersticas mnimas que a

    constituem. Os autores afirmam que o conceito ainda est sofrendo modificaes, mas

    definem como a CN vista na atualidade: Nuvens so grandes reservatrios de recursos

    virtualizados (hardware, plataformas de desenvolvimento ou servios) facilmente utilizveis e

    acessveis. Os recursos so aproveitados de maneira mais eficiente porque podem ser

    ajustados dinamicamente para se adequarem carga que est sendo utilizada em um dado

    momento. O modelo de cobrana aquele em que o usurio paga somente pelo que utilizar e

    o fornecedor oferece garantias de fornecimento e de qualidade desses servios por meio decontratos previamente definidos. Os autores afirmam que no existe um ponto comum a todas

    as definies estudadas, embora exista um conjunto mnimo que melhor descreve todos os

    trabalhos. Este conjunto composto pelas caractersticas escalabilidade, pagamento por

    utilizao e virtualizao.

    Para Rosenberg e Mateos (2010), os cinco princpios que definem a CN so:

    1. Recursos computacionais disponveis para qualquer usurio inscrito;

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    2. Recursos computacionais virtualizados visando maximizao da utilizao de

    hardware;

    3. Escalabilidade elstica, ou seja, possibilidade de alocar e liberar recursos de

    acordo com a necessidade;

    4. Criao e remoo automtica de mquinas virtuais;

    5. Pagamento somente pelos recursos utilizados.

    Segundo Mell e Grance (2011), a CN um modelo para permitir acesso de rede

    ubquo, conveniente, e sob demanda a um repositrio compartilhado de recursos

    computacionais (redes, servidores, armazenamento, aplicaes e servios) que podem ser

    rapidamente provisionados e liberados com esforo mnimo de gerenciamento ou interao

    com o provedor de servios. Para os autores, as cinco caractersticas essenciais da CN so:1. Auto provisionamento de recursos sob demanda - Um consumidor pode, de

    maneira unilateral, aumentar ou reduzir os recursos computacionais

    consumidos conforme a sua necessidade e sem interao humana com o

    provedor de servios.

    2. Acesso rede As capacidades esto disponveis por meio da rede e so

    acessadas por mecanismos padronizados que permitem que tais capacidades

    sejam usadas por diferentes plataformas, como por exemplo: celulares, tablets,

    notebooks ou estaes de trabalho.3. Repositrio (pool) de recursos os recursos computacionais do provedor so

    agrupados visando servir mltiplos clientes usando um modelo multi-tenant,

    com diferentes recursos fsicos e virtuais que so dinamicamente alocados e

    realocados de acordo com a demanda. A localizao desses recursos

    transparente ao usurio e geralmente no h controle ou conhecimento sobre o

    local exato onde recursos esto. Todavia, o cliente pode especificar a

    localizao em um nvel mais alto de abstrao, como estado, pas ou at

    mesmo data center.4. Elasticidade rpida As capacidades podem ser provisionadas ou liberadas

    de maneira elstica e rpida, em alguns casos, automaticamente, de forma que

    o fornecimento dos recursos esteja compatvel com a demanda. Para o cliente,

    as capacidades parecem ser infinitas e podem ser adquiridas em qualquer

    quantidade e a qualquer hora.

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    5. Servios mensurveis Os sistemas de CN controlam e aperfeioam

    automaticamente o uso dos recursos, permitindo diferentes granularidades de

    mensurao de acordo com o tipo servio (processamento, armazenamento,

    banda, contas ativas de usurios). Assim, o uso dos recursos pode ser

    monitorado, controlado e reportado com transparncia tanto para o cliente

    quanto para o fornecedor.

    O Quadro 1 resume as definies de CN discutidas nesta seo.

    Quadro 1 - Definies de CN

    Autores Conceitos principais

    Armbrust et al. (2009) Aplicaes como servios;

    Unio Europeia - Jeffery e

    Neidecker-Lutz (2010)

    Recursos granulares, elasticidade, nvel especificado de qualidade de servio.

    NIST, ISACA (2009) e CSA Acesso ubquo, sob demanda, repositrio compartilhado de recursos, pouco

    gerenciamento, mnima interao com o fornecedor.

    Vaquero et al. (2009) Recursos virtualizados, ajuste dinmico de acordo com a carga (elasticidade),

    pagamento somente pelo que utilizado, garantias por meio de contratos.

    O Quadro 2 apresenta a definio de CN usada neste trabalho, que tem como base a

    definio proposta por Mell e Grance (2011).

    Quadro 2 - Definio de CN adotada na pesquisa.

    A CN um modelo para permitir acesso de rede ubquo, conveniente, esob demandaa um

    repositrio compartilhado de recursos computacionais,aparentemente infinitose podem ser

    rapidamente provisionados e liberadoscom esforo mnimo de gerenciamento ou interao

    com o provedor de servios.

    Fonte: Adaptado de Mell e Grance (2011), p.2.

    Ao se considerar que a CN se refere a um modo de se usar a tecnologia e no a uma

    tecnologia especfica, suas aplicaes englobam diferentes reas e com isso h a necessidade

    de se diferenciar as capacidades que so fornecidas pelos diferentes sistemas de CN (Jeffery e

    Neidecker-Lutz, 2010). A Seo 2.2 descreve as principais classificaes de CN quanto

    forma de disponibilizao ao usurio final e os tipos de servios oferecidos.

    Esta seo mostrou as principais definies de CN da atualidade. Dentre as definies

    listadas, optou-se pela definio proposta por Mell e Grance (2011), j que a mesma engloba

    uma ampla variedade de servios e consegue definir com clareza e simplicidade os principais

    servios de CN disponveis no mercado.

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    2.2 Classificao

    A CN envolve um conjunto de servio de naturezas distintas. Com isso, importante

    organizar e classificar esses servios tendo como base as suas caractersticas. Na literatura, osdois mecanismos de classificao mais usados referem-se aos tipos de servios oferecidos e a

    maneira como a CN disponibilizada ao usurio final.

    2.2.1 Tipos de servios oferecidos

    Quanto aos tipos de servios oferecidos em CN, Motahari-Nezhad, Stephenson e

    Singhal (2009) sugerem a seguinte classificao:

    Infraestrutura como Servio, Infrastructure as a Service (IaaS) - So recursos de

    hardware(armazenamento e poder de processamento, por exemplo) que so oferecidos como

    servios para usurios finais. Neste modelo de negcios, as empresas provedoras alugam

    recursos computacionais para clientes a um custo de utilizao estabelecido por tempo de uso.

    Assim, uma empresa iniciando suas atividades no necessitaria investir um alto capital na

    aquisio de equipamentos de TI. A alternativa proposta pelo modelo de IaaS alugar esses

    recursos de um provedor, s pagar pelo que utilizado e realizar a alocao de recursos sob

    demanda. Se o cliente necessitar de mais capacidade de processamento em um determinado

    horrio do dia (horrio de pico), pode-se solicitar mais servidores e fazer com que a aplicao

    escale de maneira horizontal. Esta flexibilidade de adio e remoo de recursos conforme

    necessrio constitui uma fator extremamente interessante para empresas cuja natureza do

    negcio sazonal ou h picos de utilizao, como por exemplo, quando a empresa tem uma

    loja virtual e resolve aplicar uma promoo para uma data comemorativa. Do ponto de vista

    do fornecedor, a IaaS tambm tem a vantagem de otimizar a utilizao dos recursos

    computacionais, j que as mquinas virtuais compartilhando uma mesma mquina fsica

    constituem a base desse servio.

    Plataforma como Servio, Platform as a Service (PaaS). o oferecimento, na

    Internet, da infraestrutura de apoio para o ciclo de desenvolvimento de uma aplicao, desde o

    levantamento dos casos de uso, definio da arquitetura, codificao, testes e operao at a

    manuteno. Os problemas atuais deste modelo so as limitaes tcnicas inerentes das

    restries do ambiente de cada fornecedor. Para Rittinghouse e Ransome (2009), o PaaS

    uma evoluo do modelo de aplicaes SaaS (descrito posteriormente nesta seo). O modelo

    PaaS contempla todos os aparatos que suportam o ciclo completo de construo e implantao

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    de aplicaes e servios disponveis na Internet e sem a necessidade de se fazer downloadsou

    instalaes. Para os autores, enquanto que no modelo do IaaS os desenvolvedores precisam

    instalar e configurar detalhes do SO que suportar as aplicaes desenvolvidas, no PaaS os

    desenvolvedores podem se concentrar apenas nas tarefas de desenvolvimento e geralmente os

    detalhes sobre qual SO est executando so irrelevantes. O foco passa a ser em inovao, em

    vez de infraestruturas complexas e as organizaes podem ento direcionar os investimentos

    para aplicaes que possam trazer valor real de negcio.

    Software como Servio, Software as a Service (SaaS) Conforme descrito por

    Armbrust et al.(2009), neste modelo, as aplicaes so oferecidas como servios na Internet,

    quebrando o modelo tradicional de softwaresob encomenda. As aplicaes comerciais dessa

    categoria utilizam diversos modelos de cobranas, dentre eles: o modelo de cobrana mensal,

    no qual o usurio paga uma mensalidade pela utilizao do software; e um por nmero deusurios. Para os dois modelos de cobrana, o valor final gasto sempre menor do que

    desenvolver e manter o softwarelocalmente. Alm do mais, as atualizaes ficam a cargo do

    provedor de servios e os dados dos usurios ficam armazenados em modelos do tipo DaaS

    (descritos posteriormente nesta seo). Exemplos de aplicaes desta categoria so os

    processadores de texto, as planilhas eletrnicas e os servios de e-mail oferecidos pela

    Google, e as aplicaes de CRM do Salesforce. Esta categoria de servio a mais ampla, j

    que engloba softwares de diversas naturezas. Mesmo outras categorias como o DeskaaS

    (Desktopcomo servio) podem ser consideradas como uma subdiviso do modelo SaaS, poisno final das contas, um software utilizado para virtualizar pastas da rea de trabalho do

    usurio.

    Banco de dados como Servio,Database as a Service(DaaS) o oferecimento de

    banco de dados como servios. Geralmente utiliza uma arquitetura propcia para atender a

    diversos usurios, onde os dados desses usurios so armazenados em uma nica tabela.

    Outras caractersticas desse tipo de servio so: os dados geralmente no so armazenados de

    maneira relacional, impossibilidade de se efetuar junes (joins) e o fato de cada provedor

    utilizar uma linguagem especfica para manipulao de dados. De acordo com Mateljan eCisic (2010), aplicaes na abordagem DaaS armazenam banco de dados no ambiente de CN

    e proporcionam aos usurios funcionalidades como definio de dados, armazenamento e

    recuperao na Internet. Os autores relatam que os maiores provedores de CN (Google,

    Amazon, Microsoft, IBM e Oracle) esto investindo em solues de DaaS. Tais solues

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    iniciaram-se de forma bem simples, como por exemplo, a aplicao SimpleDB1da Amazon,

    que consiste em um banco de dados que armazena as informaes na forma chave-valor.

    Entretanto, existem aplicaes mais complexas que suportam at paradigmas mais elaborados,

    como o relacional. Exemplo desse tipo de aplicao oAmazon Relational Database Service2

    (RDS).

    As quatro classificaes supracitadas so as mais abordadas na literatura. Todavia,

    novas classificaes tm surgido, conforme aumenta a variedade de servios oferecidos via

    CN. Seguem abaixo outras classificaes importantes encontradas na literatura:

    Segurana como Servio, Security as a Service (SecaaS): de acordo com o CSA, esta

    classificao refere-se ao oferecimento de aplicaes e servios de segurana de TI via CN.

    Segundo a CSA, os servios mais oferecidos nesta abordagem so:

    Gesto de Acesso e Identidade,Identity and Access Management (IAM); Servios de Preveno de Perda de Dados,Data Loss Prevention (DLP);

    Segurana na Internet;

    Segurana de E-mail;

    Avaliao de segurana;

    Servios de deteco de intrusos;

    Segurana da informao e gesto de eventos;

    Encriptao;

    Continuidade de Negcios e recuperao de desastres;

    Segurana de Rede.

    Rittinghouse e Ransome (2009) classificam esse tipo de servios comoMonitorao

    como Servio, Monitoring as a Service (MaaS). O MaaS refere-se terceirizao dos

    servios de Segurana visando garantir a integridade, confidencialidade e disponibilidade dos

    ativos de TI da organizao.

    Comunicao como Servio, Communication as a Service(CaaS) trata-se de uma

    soluo terceirizada de comunicao coorporativa. Os provedores desse tipo de soluo so

    responsveis pela gesto do hardwaree software necessrios para o fornecimento de servios

    de VoIp, servios de comunicao por mensagens instantneas e servios de vdeo

    conferncia. Neste modelo, os clientes podem usufruir das caractersticas e dos servios de

    comunicao de maneira seletiva, pagando somente pelo que utilizado e com um nvel de

    qualidade de servio especificado por um SLA. O CaaS oferece a flexibilidade e a

    1http://aws.amazon.com/simpledb/2http://aws.amazon.com/rds/

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    escalabilidade que PMEs (Pequenas e Mdias Empresas) no teriam condies de usufruir se

    as solues fossem desenvolvidas internamente. Alm disso, os servios de CaaS so

    preparados para lidar com picos de utilizao, pois permitem a adio de mais capacidade,

    dispositivos ou aumento da rea de cobertura de acordo com a necessidade do cliente. O

    conjunto de funcionalidades pode ser mudado dinamicamente para que esteja de acordo com a

    demanda e os recursos no sejam desperdiados.

    Para os clientes, os benefcios do CaaS ilustram os mesmos da CN de uma maneira

    geral: para o cliente no h necessidade de investimentos macios em infraestrutura, elimina

    os custos de manuteno e operao e no h riscos dos servios se tornarem obsoletos (a

    atualizao fica sob responsabilidade do fornecedor) (Rittinghouse e Ransome, 2009).

    Armazenamento como Servio, Storage as a Service(StaaS) o armazenamento

    de dados como servio, categoria na qual se encaixa o servio S3 da empresa Amazon. Osservios de StaaS consistem na locao de capacidade de armazenamento de dados, na qual o

    usurio geralmente contrata planos com base na quantidade de dados que podem ser

    armazenados, na largura de banda para transferncia dos dados e na quantidade de dados que

    podem ser trafegados na rede.

    Motahari-Nezhad, Stephenson e Singhal (2009) citam outros modelos de servios que

    so oferecidos com base em CN, que so: gerenciamento, monitorao, integrao e pessoas

    como servios. Este ltimo elemento refere-se ao modelo tradicional de oferecimento de

    servios na Internet por pessoas com habilidades especficas. Neste caso, a diferena que jexiste o oferecimento de servios especficos para problemas envolvendo a adaptao de

    solues de SaaS ou a integrao dessas solues com mltiplos fornecedores.

    Alm das categorias descritas nesta seo, inmeras outras categorias surgiram no

    mercado em razo da diversidade de servios oferecidos. Como isso, foi cunhando o termo X

    as a Service, ou Everything as a Service, que ilustram o conceito de Tudo como Servio,

    conforme descrito por Schaffer (2009).

    Apesar de todas as classificaes que o mercado criou, as categorias SaaS, PaaS e IaaS

    servem como referncia para classificar qualquer aplicao de CN. A Figura 3 ilustra apirmide de CN, na qual as trs principais classes de servios so representadas conforme o

    nvel de elaborao de servios de cada classe.

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    Figura 3 - Pirmide de classes de CN.

    Adaptado de GoGrid (2012)

    Conforme ilustrado na Figura 3, a IaaS representa a estrutura, ou seja, os recursos

    computacionais fsicos. Esta camada da pirmide serve como base para o desenvolvimento de

    uma classe de servio de um nvel superior: o PaaS. Neste nvel, servidores de aplicaes ou

    de banco de dados utilizam os recursos computacionais fornecidos pela camada inferior (IaaS)

    para proporcionar um ambiente adequado execuo de aplicaes. Por fim, a camada SaaS

    utiliza o ambiente fornecido pelo PaaS para executar aplicaes.

    2.2.2 Forma de disponibilizao ao usurio final

    Em relao forma como a CN disponibilizada ao usurio final, Armbrust et al.

    (2009) defendem as seguintes categorias:

    Nuvens pblicas. Os servios so disponibilizados na Internet e o usurio paga

    somente pelo que usa. Desse modelo de negcio, surge o conceito de computao como

    utilidade, conceito amplamente discutido por Carr (2003), que faz uma analogia entre osservios oferecidos pela TI e utilidades como energia eltrica, gua e telefone. Na viso do

    autor, empresas como Microsoft, IBM e Oracle esto competindo para se tornarem

    provedoras de servios, onde a TI seria inicialmente uma commodity, para posteriormente se

    transformar em uma utilidade. No Brasil, a proviso desses servios ainda est em estado

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    incipiente. Entretanto, empresas americanas como a Salesforce3j oferecem servios de CRM

    para clientes brasileiros e com suporte em portugus. Outro exemplo o Google App Engine4,

    que conta com o suporte de vrios grupos de usurios e desenvolvedores no Brasil.

    Nuvens privadas so os datacenters internos das organizaes que no so

    disponibilizados publicamente. Motahari-Nezhad, Stephenson e Singhal (2009) argumentam

    que a CN o resultado de uma evoluo natural da infraestrutura de TI das empresas. O

    modelo tradicional de arquitetura de TI previa a alocao de recursos dedicados para cada

    unidade de negcios e isso levava ao subaproveitamento de recursos. Dessa forma, as

    empresas investiram em tcnicas como a virtualizao para reduzir os custos das operaes de

    TI, nascendo assim o conceito de CNprivada.

    O NIST ainda inclui duas novas formas de disponibilizao de servios de CN, a ver:

    Nuvens hbridas: constituem uma composio de duas ou mais infraestruturas de CN(pblica, privada ou comunitria), sendo que as entidades ainda se comportam como nicas,

    porm ligadas por tecnologias proprietrias ou padronizadas que permitem a portabilidade de

    dados e de aplicao. Para Jeffery e Neidecker-Lutz (2010), no modelo hbrido, o usurio

    terceiriza os servios no crticos para a CN pblica, mas mantm os servios e os dados

    estratgicos em solues privadas sob o seu controle. Com isso, empresas podem tirar

    vantagem da reduo de custos com a terceirizao de servios que no fazem parte da

    estratgia do negcio e ao mesmo tempo manter o nvel de controle desejado sobre dados

    crticos.Nuvens comunitrias: A infraestrutura de CN disponibilizada para uso exclusivo de

    uma comunidade especfica de consumidores em organizaes com objetivos e preocupaes

    em comum, tais como: misso, requisitos de segurana, polticas, dentre outras. A operao e

    gesto desses sistemas podem ficar a cargo de uma ou de mais organizaes de dentro da

    comunidade, de terceiros ou de alguma combinao desses itens. Para Jeffery e Neidecker-

    Lutz (2010), este modelo particularmente interessante para Pequenas e Mdias Empresas

    (PME), j que cada entidade pode contribuir com sua respectiva parcela na infraestrutura

    geral da nuvem comunitria.Jeffery e Neidecker-Lutz (2010) apontam ainda uma quinta maneira de

    disponibilizao de servios de CN:

    Nuvens de propsitos especficos:os sistemas de IaaS tendem a ser genricos quanto

    maneira que podem ser utilizados por diversos tipos de clientes ou em diversos casos de uso.

    3http://www.salesforce.com/br/4http://code.google.com/intl/pt-BR/appengine/

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    17

    Todavia, Jeffery e Neidecker-Lutz (2010) argumentam que sistemas de PaaS so mais

    especficos e restritos a determinados domnios, como o caso do Google App Engine. As

    nuvens de propsitos especficos fornecem servios direcionados a casos de uso especficos e

    funcionalidades dedicadas.

    Esta seo apresentou as principais classificaes dos servios de CN. Dentre os

    mecanismos de classificao h destaque para dois: quanto ao tipo de servios oferecidos

    (PaaS, IaaS, SaaS, DaaS, etc.) e quanto forma de disponibilizao dos servios para o

    usurio final (nuvens pblicas, privadas, hbridas). Como a uma ampla variedade de servios

    que so oferecidos na forma de CN, possvel que um servio seja classificado em mais de

    uma categoria.

    2.3 Vantagens da adoo da CNPara Armbrust et al.(2009), apesar de o apelo econmico da CN estar frequentemente

    ligado converso de Custos de Capital em Custos Operacionais, o que realmente reflete os

    benefcios econmicos da CN o modelo de pagamento somente pelo que utilizado.

    Para Reese (2009), a possibilidade de alocar os recursos somente quando os mesmos

    so necessrios tambm elimina a necessidade da aquisio antecipada de equipamentos de

    TI. Com isso, este capital (que outrora ficaria investido nesses equipamentos) pode ser

    utilizado em outras atividades estratgicas da empresa.Para Armbrust et al.(2009), o modelo de pagamento por utilizao permite que o uso

    de um recurso (processamento de um servidor, por exemplo) possa ser distribudo de maneira

    no linear no tempo. Assim, mesmo que o preo cobrado por um provedor de CN fosse maior

    do que o valor investido na compra e manuteno de infraestrutura prpria (considerando a

    depreciao), ainda compensaria investir em CN em razo da elasticidade e da transferncia

    do risco, principalmente os riscos de subdimensionamento (com consequente saturao) e

    superdimensionamento (recursos ociosos).

    Para Reese (2009), o principal problema econmico de uma infraestrutura de TIinterna o custo do capital (ou custo de oportunidade), j que os equipamentos so adquiridos

    antecipadamente e, ento, colocados em operao por um perodo de dois ou trs anos. O

    problema neste caso que um servidor adquirido um ativo cujo valor deprecia com o passar

    do tempo. Alm do mais, como o capital investido fica retido nesta transao (j que o bem

    foi adquirido), deixa-se de investir em outras reas mais estratgicas da empresa. Na viso do

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    autor, a CN atrativa para empresas porque ela mitiga investimentos de capital e outros

    custos iniciais, j que possvel atrelar os custos ao que est realmente sendo usado.

    O surgimento da CN impactou fortemente empreendedores (e investidores) porque

    facilitou o acesso inovao. O modelo de pagamento somente pelo que utilizado permite a

    empresas de pequeno porte o desenvolvimento de novos servios e softwares a partir de

    baixos investimentos iniciais (Rosenberg e Mateos, 2010).

    Para Velte et al. (2009), os benefcios econmicos da CN englobam diversos aspectos,

    dentre eles:

    Pessoas A migrao para a CN faz com que a empresa dependa de menos profissionais

    tcnicos.

    HardwareFornecedores de CN podem adquirir hardware, equipamentos de rede ou banda

    por preos mais baratos que os praticados no mercado e, com isso, fornecer estes recursos aousurio final a preos viveis, explorando a economia de escala. Assim, um cliente ao

    necessitar de mais processamento ou armazenamento no ter mais que comprar servidores ou

    discos rgidos. A demanda configurada via interface disponibilizada pela Internet a cobrana

    feita com base na utilizao.

    Pagamento somente pelo que utilizado nesta abordagem, o usurio no dono dos

    equipamentos de TI, ele apenas usufrui dos recursos por um tempo determinado. No final de

    um perodo, os equipamentos de TI continuam sendo do fornecedor e o usurio fica isento dos

    custos de depreciao, o que no acontece na TI tradicional.Tempo de colocao de produto no mercado (time to market) Na CN os clientes no

    necessitam comprar e configurar equipamentos de TI, e com isso, o tempo gasto na entrega de

    uma aplicao em produo reduzido quando comparado ao cenrio tradicional.

    Ubiquidade como as aplicaes so disponibilizadas na Internet, o acesso pode ser feito de

    qualquer lugar onde o usurio tenha acesso rede.

    Acordo de Nvel de Servio (SLA) O SLA visa garantir ao cliente a qualidade de servio.

    Caso algum problema no softwareseja reportado pelo cliente, o processo de correo deve ser

    executado de maneira transparente pelo fornecedor, sem nenhum nus por parte do cliente.Atualizaes Visando manter o cliente satisfeito, interesse do fornecedor manter a

    aplicao sempre atualizada.

    Facilitar o trabalho da equipe de TI A SaaS faz com que boa parte das atividades de

    manuteno de equipamentos e sistemas seja transferida para o fornecedor. Dessa forma, a

    equipe de TI tem mais tempo para focar seus esforos nas operaes realmente crticas para a

    empresa.

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    Mais dinheiro Ao contratar os servios de um fornecedor de CN, a empresa corta gastos

    tanto em custos operacionais quanto no oramento da TI.

    Os benefcios da CN no se aplicam apenas a quem adquire os servios (clientes). Os

    fornecedores tambm podem aproveitar a economia de escala e a centralizao de recursos

    para fornecer servios que atendam a um grande nmero de clientes e ter retornos

    significativos, mesmo com baixa margem de lucro, como o caso da Amazon. Velte, T. et al.

    (2009) citam alguns benefcios da CN para fornecedores, a ver:

    Ambiente de operaes por ser proprietrio da infraestrutura, o fornecedor de servios tem

    pleno controle sobre como seus equipamentos e softwares evoluem. O fornecedor no ter

    problemas com clientes usando equipamentos antigos ou muito especficos, j que o controle

    da infraestrutura est sob o seu domnio e com isso ele pode evolu-la de acordo com suas

    necessidades.Fluxo de receita previsvel O fornecedor consegue prever a receita nos casos onde a

    cobrana pelos servios tem como base uma inscrio ou mensalidade.

    Estudo do uso Para aplicaes SaaS,o fornecedor pode estudar como as funcionalidades

    so usadas e com isso melhor-las ou criar outras que atendam de uma maneira mais

    adequada s demandas dos clientes. No cenrio tradicional, onde o softwarefica armazenado

    a infraestrutura do cliente, este tipo de estudo fica invivel.

    Atualizaes menores e mais frequentes As correes de defeitos de softwareou a criao

    de novas funcionalidades podem ser feitas de maneira incremental, em vez de incluir em umanica versoinmeras modificaes.

    Gerenciamento do relacionamento com clientes considerando que o servio oferecido

    baseado em uma assinatura, importante que a empresa gerencie e mantenha os clientes

    satisfeitos.

    A CN particularmente vantajosa para pequenas e mdias empresas, j que permite

    entrada rpida no mercado sem altos investimentos em infraestrutura. Para os fornecedores, a

    propriedade e a responsabilidade sobre os recursos permite maior controle sobre o ambiente,

    permitindo a realizao de estudos sobre a utilizao dos servios, atualizaes maisfrequentes e maior retorno financeiro com a economia de escala.

    Esta seo mostrou as vantagens da adoo da CN. H destaque para as vantagens

    econmicas, j que h uma transferncia de riscos quando investimentos antecipados em

    equipamentos de TI no so mais necessrios. Com isso, a organizao pode utilizar o capital

    que antes ficava imobilizado em equipamentos em outros setores mais estratgicos da

    organizao. A CN tambm proporciona elasticidade necessria a alguns modelos de negcio.

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    Assim, a demanda no precis

    podem ser fornecidos ou liber

    2.4 Tecnologias R

    A CN resultado do

    Mateos (2010), a evoluo da

    termos de hardware, os au

    arquiteturas de cliente-servi

    Tambm h destaque para

    processamento de dados, nas

    processamento e armazenam

    Figura 4 est ilustrada a evolu

    Ad

    Dentre as etapas descr

    tecnologia responsvel pelo s

    ser prevista antecipadamente com exatido, j

    ados em questo de horas.

    elacionadas CN

    madurecimento de diversas tecnologias. Segu

    CN englobou duas frentes principais: hardwar

    ores mencionam a evoluo dos mainframe

    or at os recentes modelos de aplicaes

    o desenvolvimento de tecnologias de ar

    quais se observam aumentos significativos d

    nto, bem como a reduo dos custos de arm

    o da CN sob o ponto de vista de Rosenberg e

    Figura 4 - Evoluo da CN.

    aptado de Rosenberg e Mateos (2010, p. 11).

    itas na Figura 4, os autores destacam a import

    rgimento da CN. Por fazer parte do processo

    20

    que os recursos

    do Rosenberg e

    ee software.Em

    s, passando por

    para a Internet.

    mazenamento e

    e capacidade de

    azenamento. Na

    Mateos (2010).

    cia da GC como

    evolucionrio da

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    CN, os conceitos de GC e CN muitas vezes so confundidos. Para Foster et al. (2008), alm

    de muitos conceitos da CN se sobreporem a conceitos da GC, a CN ainda tem a GC como

    base em termos infraestrutura. Para o autor, a CN resultado da evoluo da GC, j que na

    CN os recursos providos so mais abstratos.

    Todavia, a GC apenas uma das tecnologias que proporcionou o surgimento da CN.

    De acordo com Reese (2009) e Wang et al. (2008), outras tecnologias foram igualmente

    importantes para a evoluo e a consolidao da CN como forma de fornecimento de recursos

    computacionais, a ver:

    Virtualizao permite a maximizao dos recursos de hardware e a

    escalabilidade de plataformas;

    Orquestrao de servios A CN oferece um conjunto completo de servios sob

    demanda que podem ser resultado da composio de outros servios internos ouexternos. Assim, a CN deve ser capaz de orquestrar, de maneira automtica,

    servios de diferentes naturezas e de diferentes fontes com o intuito de fornecer

    solues completas aos usurios;

    Servios Web e SOA Os servios de CN geralmente so expostos por meio de

    Servios Web que segue padres de mercado. A orquestrao de servios dentro

    dos sistemas de CN pode ser gerenciada por meio de SOA;

    Web 2.0 e Mashup A Web 2.0 refere-se a uma tendncia das tecnologias de

    Internet que visa melhorar aspectos como usabilidade, interfaces,compartilhamento de informaes e contribuio entre usurios. J os Mashups,

    so servios que combinam, em uma mesma ferramenta, dados e informaes de

    diferentes origens;

    Sistemas de armazenamento distribudo na Internet Os modelos de

    armazenamento em CN contemplam duas caratersticas:

    o Um sistema de armazenamento em rede, onde usurios podem armazenar

    dados conforme suas necessidades e a gesto desses dados (como migrao ou

    backup) fica a cargo do fornecedor;

    o Sistemas de localizao de dados por meio de nomes lgicos, em vez de

    caminhos fsicos.

    A Seo 2.4.1 descreve com mais detalhes o conceito de Virtualizao e, na Seo

    2.4.2, esto as diferenas entre CN e GC dado que esse dois tpicos esto mais associados aos

    objetivos deste trabalho.

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    2.4.1 Virtualizao

    Para Menken e Blokdijk (2010), a virtualizao a tecnologia que torna possvel uma

    das caractersticas mais importantes da CN: a escalabilidade. Segundo os autores, a

    virtualizao, de uma maneira geral, a emulao de uma ou mais estaes de trabalho ouservidores dentro de uma nica mquina fsica, ou seja, a emulao de hardware dentro de

    uma plataforma de software.

    Para Rittinghouse e Ransome (2009), a virtualizao maximiza o retorno sobre o

    investimento, j que ela reduz os gastos com aquisio de hardware e custos de manuteno,

    resultando assim em economias significativas para a empresa.

    J na viso de Rosenberg e Mateos (2010), a virtualizao se constitui como o grande

    fator responsvel pelo fenmeno da CN, possibilitando o melhor aproveitamento dos recursos

    de hardware, uma vez que um nico servidor fsico pode ser dividido em mltiplos servidores

    virtuais. Nesta abordagem, os servidores virtualizados executam aplicaes completas e as

    suas funcionalidades (processamento ou armazenamento, por exemplo) constituem os

    insumos consumidos na CN.

    A virtualizao se refere abstrao de recursos computacionais (CPU,

    armazenamento, rede, memria, aplicaes e banco de dados) e usurios finais consumindo

    estes recursos. A abstrao da infraestrutura produz a noo de democratizao de recursos

    (sejam eles aplicaes, infraestrutura ou informao) e faz com que estes recursos possam

    ficar disponveis para qualquer usurio autorizado a utiliz-los por meio de interfaces

    padronizadas (Mather et al., 2009).

    A virtualizao permite que um nico computador assuma o papel de mltiplos

    computadores. Este tipo de virtualizao conhecido como virtualizao completa e ela torna

    possvel o processo de compartilhamento de recursos de um computador fsico em mltiplos

    ambientes (Menken e Blokdijk, 2010).

    Para Velte T. et al. (2009), a virtualizao importante para a CN porque ela constitui

    a maneira pela qual os recursos so consumidos, j que os servios oferecidos por provedores

    de CN so, em sua totalidade, virtualizados.

    Contudo, Menken e Blokdijk (2010) argumentam que a virtualizao no est limitada

    apenas simulao de mquinas. Os autores afirmam que h diferentes tipos de virtualizao,

    cada uma com um determinado propsito. Dentre eles, esto: a memria virtual, partio de

    disco, RAID (Redundant Array of Independent Disks) e virtualizao de processamento.

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    No processo de simulao de hardware via software, utiliza-se um software de

    virtualizao (programa de controle) que responsvel por criar o ambiente simulado, ou seja,

    uma mquina virtual, que permitir que outros softwares sejam executados nessa

    infraestrutura. Estes softwares de virtualizao simulam os recursos de hardware, criando

    assim uma mquina virtual com todas as funcionalidades de uma mquina fsica. Mltiplas

    mquinas virtuais podem ser instaladas em uma nica mquina fsica como entidades

    separadas sem que haja interferncias. Com isso, as mquinas virtuais operam de maneira

    independente (Menken e Blokdijk, 2010).

    Nas mquinas virtuais (gerenciados pelo programa de controle), possvel instalar

    Sistemas Operacionais (SOs) completos e o comportamento o mesmo que em mquinas

    fsicas. Frequentemente, uma nica mquina fsica pode simular diversas mquinas virtuais,

    sendo que o limite est ligado aos recursos de hardwareda mquina fsica. A virtualizao ento uma maneira de reduzir os custos de aquisio e manuteno de hardware, o que pode

    resultar em economias significativas para qualquer empresa (Rittinghouse e Ransome, 2009).

    Apesar de a virtualizao estar presente h muitos anos, somente agora ela comea a

    ser usada em larga escala. Dentre as principais razes esto o aumento do poder de

    processamento e os avanos em tecnologia de hardware. Conforme os benefcios da

    virtualizao vo sendo percebidos, esses benefcios vo se estendendo para uma ampla gama

    de usurios, desde profissionais de TI at grandes organizaes pblicas e privadas (Menken e

    Blokdijk, 2010).De acordo com Menken e Blokdijk (2010), os objetivos da virtualizao so:

    Aumentar o uso de recursos de hardware com os avanos tecnolgicos (aumento

    da capacidade de processamento e armazenamento, por exemplo), a taxa de utilizao dos

    recursos de hardwarecomeou a ficar em torno de 5% a 20%, consistindo em um desperdcio

    considervel de recursos. A virtualizao minimiza este problema porque permite que um

    servidor fsico execute softwares de virtualizao, fazendo com que os recursos sejam

    utilizados de maneira mais eficiente e reduzindo assim os custos operacionais e de gesto.

    Reduzir custos de gesto e de recursos - O uso de infraestrutura virtualizada reduz onmero de mquinas fsicas. Assim, h economia de espao fsico, sistemas de refrigerao e

    eletricidade.

    Aumentar a flexibilidade de negcio a expanso do nmero de servidores e

    estaes de trabalho, de uma maneira geral, algo caro e demorado para as organizaes.

    Alm do espao fsico, ainda necessrio instalar e configurar os novos equipamentos,

    processo este que demorado e consome recursos organizacionais direta e indiretamente. O

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    mesmo processo com mquinas virtuais mais fcil e rpido, j que no h gastos adicionais

    com hardware e nem preciso mais espao fsico.

    Melhorar a segurana e a disponibilidade mquinas virtuais so entidades

    isoladas. Dessa maneira, se uma mquina virtual falhar ou estiver com algum vrus, ela est

    isolada das outras mquinas virtuais, mesmo estando em uma mesma mquina fsica. Outra

    vantagem que as mquinas virtuais so independentes de hardware. Se um equipamento

    falhar, as mquinas virtuais nele contidas podem ser migradas para outro servidor sem

    maiores prejuzos.

    A virtualizao, por si s, traz diversos benefcios tcnicos, operacionais e gerencias

    para as organizaes. De acordo com Menken e Blokdijk (2010), os benefcios da

    virtualizao so:

    Facilidade de gesto dos recursos Com a virtualizao, administradores desistemas podem gerenciar mltiplas mquinas virtuais por meio de uma nica mquina fsica.

    Eliminao de problemas de compatibilidade no passado, a execuo de mltiplos

    SOs em uma mesma mquina fsica gerava inmeros problemas. Com a virtualizao, SOs

    distintos e aplicaes de diferentes plataformas podem ser executados em uma mesma

    mquina fsica sem que haja interferncias entre os mesmos.

    Isolamento entre instncias erros em uma mquina virtual no afetam outras

    mquinas virtuais. Os possveis defeitos so automaticamente isolados e os administradores

    de sistemas podem analis-los e conserta-los enquanto outros servios e sistemas continuamoperando normalmente.

    Aumento da segurana Com a virtualizao, os administradores de sistemas podem

    separar as informaes e aplicaes de uma mquina fsica em diferentes mquinas virtuais.

    Outro aspecto importante o fato de que um vrus, ao infectar uma mquina virtual no

    afetar todo o funcionamento da mquina fsica e nem se propagar por outras mquinas

    virtuais no mesmo hardware, j que as instncias esto isoladas.

    Uso eficiente de recursos Como uma mesma mquina fsica pode comportar

    mltiplas mquinas virtuais, os recursos de hardware so utilizados mais eficientemente,evitando-se assim os cenrios de subutilizao citados anteriormente.

    Portabilidade Os dados de uma mquina virtual so armazenados em arquivos na

    mquina fsica. Dessa forma, o esforo de transferir uma mquina virtual para outra mquina

    fsica baixo quando comparado s migraes de dados em abordagens tradicionais.

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    Ambiente para testes As mquinas virtuais podem ser facilmente configuradas para

    servirem como mquinas de teste. Com isso, cenrios especficos ou testes de estabilidade

    podem ser executados sem afetar o ambiente de produo.

    Configurao rpida O disco rgido de uma mquina virtual geralmente

    representado por um nico arquivo na mquina fsica, tornando fcil o processo de replicao

    ou transferncia dessa mquina para outra mquina fsica.

    Reduo de custos os custos so reduzidos com da diminuio do nmero de

    mquinas fsicas, dos gastos com eletricidade, refrigerao e reduo no quadro de

    funcionrios necessrios para administrar a infraestrutura tradicional. Menos mquinas fsicas

    significam menos espao fsico, menos eletricidade e refrigerao e, consequentemente,

    menor o gasto da operao.

    Habilidade para separar aplicaes Servios e aplicaes que podem conflitarentre si podem ser instalados em diferentes mquinas virtuais. Como os servios continuariam

    executando em uma mesma mquina fsica, os recursos e o poder de processamento no

    estariam sendo desperdiados.

    Facilidade de gerenciamento o nmero reduzido de mquinas fsicas faz com que

    diminuam os problemas de hardware. Com isso, a equipe de TI pode utilizar o tempo para se

    concentrar em tarefas mais estratgicas para o negcio. Alm disso, mltiplas mquinas

    virtuais podem ser configuradas e monitoradas de um nico lugar e administradores de

    sistemas no precisam ir de mquina em mquina configurando atualizaes ou efetuandomudanas. O processo de backupe restaurao de um ambiente virtualizado tambm mais

    simples quando comparado a uma mquina fsica. Caso ocorra algum problema em uma

    mquina fsica, o administrador de sistemas pode copiar todas as mquinas virtuais para outra

    mquina fsica. Este processo reduz consideravelmente as indisponibilidades do sistema.

    2.4.2 Diferenas entreCN e Grid Computing

    De acordo com Grandison et al. (2010), a diferena entre CN e Grid Computing (GC)

    est na forma como cada uma fornece os recursos necessrios para processar uma

    determinada carga de trabalho. Enquanto na GCos recursos so fornecidos em sua totalidade

    (a empresa implanta o CPD e este fica completamente disponvel), em CN, os recursos so

    fornecidos sob demanda. Armbrust et al. (2009) afirmam que, do ponto de vista de hardware,

    trs aspectos so novos em CN. So eles:

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    1. A iluso de recursos computacionais infinitos, disponveis sob demanda. Com isso,

    o usurio no precisa planejar antecipadamente possveis aumentos na demanda

    pelos servios;

    2. Os usurios no precisam realizar antecipadamente investimentos macios em

    equipamentos de TI e isso permite que empresas iniciando suas atividades possam

    utilizar somente os recursos necessrios naquele dado momento e aument-los

    conforme a necessidade;

    3. Os usurios podem pagar pelo uso de recursos computacionais por perodos

    pequenos de tempo e liber-los quando os mesmos no forem mais necessrios.

    Assim, no se pagaria um valor fixo mensal por um dado nmero de processadores

    ou certa capacidade de armazenamento: o pagamento seria por processadores por

    hora ou armazenamento por dia.Vaquero et al. (2009) analisaram detalhadamente as caractersticas da CN e as

    comparam com as de GC. Segundo os autores, a razo para haver confuso entre os termos

    est no fato de que ambos compartilham a mesma viso: reduo de custos computacionais e

    aumento da flexibilidade e da confiabilidade pelo uso de hardwareoperado por terceiros. Para

    efetivar a comparao, o autor define a GC como um sistema que gerencia recursos que no

    esto sob um controle centralizado e que usa protocolos e interfaces padres, abertos e de

    propsito geral, buscando fornecer qualidade de servio.

    Os pontos comparados por Vaquero et al. (2009) so os seguintes:Compartilhamento de recursos Enquanto a GC torna mais eficiente o

    compartilhamento de recursos, CN fornece os recursos sob demanda. Assim, a ideia de

    compartilhamento de recursos no se aplica ao conceito de CN em razo do isolamento que

    proporcionado pela virtualizao.

    Heterogeneidade Tanto CN quanto a GC suportam a agregao de recursos de

    softwaree hardwarede naturezas heterogneas.

    Virtualizao Em GC, tem-se a virtualizao tanto de dados quanto de recursos

    computacionais. Em CN, outra dimenso adicionada: a virtualizao de hardware eplataformas de software.

    Segurana Em GC, a segurana alcanada pela atribuio de credenciais. Em CN

    a segurana proporcionada pelo nvel de isolamento inerente ao processo de virtualizao.

    Arquitetura, e dependncia de plataforma Em CN possvel se fazer a

    implantao de aplicaes das mais diversas naturezas. J em GC, necessrio que o

    programador desenvolva sua aplicao com restries especficas do ambiente de GC.

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    Usabilidade CN apresenta um melhor grau de usabilidade porque os detalhes de

    plataforma no ficam visveis ao usurio.

    Padronizao Em razo da maturidade da rea, visvel que em GC h uma maior

    padronizao tanto das interfaces internas quanto das interfaces de interao com o usurio. J

    em CN, as iniciativas de padronizao e interoperabilidade ainda esto em estgios

    incipientes.

    Modelo de pagamento - Esta caracterstica um dos pontos fortes de CN no mbito

    econmico. Enquanto em GC o usurio tem que contratar os servios por um valor fixo, em

    CN o pagamento efetuado somente pelo que o usurio utiliza.

    O Quadro 3 mostra uma comparao das caractersticas da CN e da GN.

    Quadro 3 - Comparao entre GC e CN.

    Caracterstica GC CN

    Compartilhamento de recursos Colaborao Recursos alocados no so

    compartilhados

    Heterogeneidade Agregao de recursos heterogneos Agregao de recursos heterogneos

    Virtualizao Virtualizao de dados e de recursos

    computacionais

    Virtualizao de hardware e de

    plataformas de softwares

    Segurana Segurana por meio da atribuio de

    credenciais

    Segurana por isolamento

    Arquitetura e dependncia de

    plataforma

    Arquitetura orientada a servio Arquitetura escolhida pelo usurio

    Usabilidade Difcil de gerenciar Fcil de gerenciar interface amigvel

    com o usurio

    Padronizao Padronizao e interoperabilidade Falta de padres para

    interoperabilidade

    Modelo de pagamento Rgido Flexvel

    Fonte: Adaptado de Vaquero et al. (2009, p. 53).

    Para Grossman (2009), recursos e servios sob demanda no so conceitos novos e

    existem na Internet h algum tempo. O autor argumenta que o foco em CN justifica-se por

    trs fatores:

    Escalabil