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Dissertação sobre Dynamic Cone Penetrometer
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Universidade Federal de Santa Catarina
Centro Tecnológico
Departamento de Engenharia Civil
CAROLINE STRUTZEL STRIANI
CONTROLE TECNOLÓGICO DE EXECUÇÃO DAS
CAMADAS DE CORPO DE ATERRO UTILIZANDO O
PENETRÔMETRO DINÂMICO DE CONE:
APLICAÇÃO NA OBRA RODOVIÁRIA DO TRECHO
EL CARMEN-ARROYO CONCEPCIÓN, BOLÍVIA
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina, como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil.
Florianópolis, julho de 2008.
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CAROLINE STRUTZEL STRIANI
CONTROLE TECNOLÓGICO DE EXECUÇÃO DAS CAMADAS DE
CORPO DE ATERRO UTILIZANDO O PENETRÔMETRO DINÂMICO
DE CONE: APLICAÇÃO NA OBRA RODOVIÁRIA DO TRECHO
EL CARMEN-ARROYO CONCEPCIÓN, BOLÍVIA
O presente Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado como parte dos requisitos para
obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL na Universidade Federal de Santa Catarina e aprovado
em sua forma final pelo Departamento de Engenharia Civil.
Orientador:
______________________________
Prof. Glicério Trichês, Dr (UFSC)
Banca Examinadora:
______________________________
Eng. Edgar Abitante, Msc. (ECOPLAN)
______________________________
Prof. Antônio Fortunato Marcon, Dsc. (UFSC)
Florianópolis, julho de 2008.
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar à minha querida Vó Vivi (in memmoriam), que me encorajou a sair para estudar em outra cidade sozinha, e efetivou minha matrícula neste curso quinze dias antes de partir deste mundo louco... Sem ela certamente não estaria aqui neste momento, apresentando este trabalho por esta instituição.
Ao Prof. Glicério, que além de transmitir os conhecimentos técnicos em suas aulas – o que instigou o gosto pela área rodoviária e de infra-estrutura – e dar a oportunidade de realização do estágio profissional supervisionado nesta obra em estudo e conseqüentemente, o desenvolvimento teste TCC, o qual ainda pôde orientar. Obrigada pela orientação, confiança, paciência e compreensão ao longo deste.
À empresa Ecoplan, pela oportunidade de realizar o estágio na obra o qual se desenvolveu este trabalho, na Bolívia, e pelo acesso aos dados coletados. Agradecimento para todos os amigos que lá fiz e que guardarei com carinho para sempre na lembrança; em especial ao laboratorista Urso pelos ensinamentos práticos, e pela dedicação de D.Maria e D.Julia desde cafezinhos, chás para dores e amabilidade no dia a dia.
Ao eng. Edgar pela confiança, incentivo e orientação técnica que me estimulou e me fez tomar gosto por este trabalho, e colaborou para o meu aperfeiçoamento tanto profissional quanto pessoal.
À Ângela Zimmermann, Profª Lia e Profª Nora, pelo carinho, incentivo, dedicação e apoio à distância durante e após a realização do estágio profissional na Bolívia.
Aos Prof. Marciano Maccarini e Prof. Rodrigo, pela compreensão e apoio através do Laboratório de Solos ao longo da elaboração deste trabalho.
À amiga Talita, pelo apoio, carinho, e companhia durante os estudos e redação deste trabalho, bem como em todas fases e experiências ao longo da vida acadêmica.
Ao meu amigo Gerson, pela amizade, paciência e parceria tanto nas madrugadas de estudo quanto nas aventuras pela Bolívia e afins.
Aos amigos que fiz ao longo da vivência em Florianópolis, os quais formaram minha família neste local e propiciaram momentos de carinho, alegria e descontração: Regina, Juliana, Mineiro, Rafael, Dai, Ana Luisa, Karina, Paulinho, Fer, Josi...
À minha família, em especial aos meus pais Gerson e Mônica, que mesmo com dificuldades, conseguiram dar apoio à minha formação ao longo da vida e de minhas irmãs, tendo como prioridade em qualquer das situações financeiras a educação das filhas. Obrigada pela dedicação, carinho e incentivo.
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Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.
(Antoine de Saint-Exupéry)
iv
RESUMO
O presente trabalho traz resultados de um estudo que visou apresentar um procedimento para
o controle da qualidade de compactação de obras viárias empregando-se o Penetrômetro
Dinâmico de Cone – DCP (Dynamic Cone Penetrometer). O DCP pode estimar o CBR
(California Bearing Ratio) do solo compactado, através da devida calibração do mesmo em
laboratório com o solo a ser avaliado. Um grande diferencial deste método de avaliação é a
obtenção da resistência ao longo do perfil da camada, possibilitando a avaliação da eficiência
e cuidados na execução dos serviços de compactação – enquanto métodos tradicionais
fornecem, na realidade, um parâmetro médio da camada. O fácil treinamento de mão de obra,
fornecimento de resultados mais rápidos, menor custo para sua obtenção e de maneira eficaz,
além de baixo custo de aquisição do equipamento, possibilitando inclusive sua própria
confecção, colabora com as vantagens deste tipo de investigação. O estudo de caso foi
realizado na obra de implantação de um trecho de 102 km do corredor bi-oceânico Santa Cruz
– Puerto Suárez, na Bolívia. Foram selecionadas amostras de solos utilizados na rodovia, das
quais se obteve correlações CBR x DCP. O DCP foi utilizado em campo nos mesmos pontos
onde se realizou ensaios de controle de compactação tradicionais (frasco de areia, densímetro
nuclear e balão de borracha) tanto em camadas de terraplenagem quanto em aterros
compactados de valas do sistema de drenagem, verificando-se assim a validação da calibração
destes solos obtida em laboratório. O trabalho incluiu a montagem e confecção do
equipamento, treinamento da mão de obra e as curvas de calibração específicas para cada tipo
de solo visando o controle de compactação em campo. Os resultados obtidos mostram o
elevado grau de aplicabilidade do procedimento proposto para uso do ensaio DCP em obras
viárias.
Palavras Chaves: Controle Tecnológico, DCP, Compactação, Terraplenagem.
v
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 1 1.1. Objetivo __________________________________________________________________________ 3 1.2. Objetivo Específico _________________________________________________________________ 3 1.3. Organização da Apresentação do Trabalho _____________________________________________ 4
CAPÍTULO II – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ONDE SE DESENVOLVEU O TRABALHO ____________________ 5 2.1. Localização do Trecho_______________________________________________________________ 5
2.2. Características Contratuais __________________________________________________________ 8
2.3. Caracterização Geológica ____________________________________________________________ 9
2.4. Caracterização Climática ___________________________________________________________ 10
2.5. Controle Tecnológico na Obra _______________________________________________________ 11
CAPÍTULO III – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ____________________________________________________ 14 3.1. Considerações Iniciais ______________________________________________________________ 14 3.2. Métodos para Controle Tecnológico de Compactação ____________________________________ 16
3.2.1. CBR in situ _________________________________________________________________ 17 3.2.2. Frasco de Areia ______________________________________________________________ 18 3.2.3. Densímetro Nuclear___________________________________________________________ 21 3.2.4. Balão de Borracha ____________________________________________________________ 22 3.2.5. Emprego do Óleo_____________________________________________________________ 24 3.2.6. Mini-CBR in situ _____________________________________________________________ 24 3.2.7. Penetrômetros _______________________________________________________________ 25
3.2.7.1. Penetrômetro Agulha de Proctor ____________________________________________ 26 3.2.7.2. Penetrômetro Clegg Hammer ______________________________________________ 27 3.2.7.3. Penetrômetro North Dakota________________________________________________ 28 3.2.7.4. Penetrômetro Britânico ___________________________________________________ 28 3.2.7.5. Penetrômetros Dinâmicos _________________________________________________ 29
3.2.8. Ensaio para Controle Tecnológico utilizando a Viga Benkelman ________________________ 30 3.2.9. Resumo da Freqüência dos Ensaios de Controle Tecnológico no Brasil___________________ 31
3.3. O DCP _______________________________________________________________________ 33 3.3.1. Histórico ___________________________________________________________________ 33 3.3.2. Aplicações e Limitações do DCP ________________________________________________ 36 3.3.3. Equipamento DCP e Procedimento de Ensaio_______________________________________ 38 3.3.4. Interpretações de Resultados ____________________________________________________ 42 3.3.5. Correlações Existentes_________________________________________________________ 44 3.3.6. Calibração de Solos para Correlação DCP x CBR ___________________________________ 52
CAPÍTULO IV – METODOLOGIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO ___________________________________ 54 4.1. Apresentação da Metodologia________________________________________________________ 54
4.2. Ensaios em Campo_________________________________________________________________ 56
4.3. Ensaios em Laboratório ____________________________________________________________ 57
CAPÍTULO V – OBTENÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO__________________________________________ 60 5.1. Localização das Jazidas dos Solos utilizados nas Camadas de Terraplenagem e Aterros Compactados de Valas de Drenagem _____________________________________________________ 60
5.2. Caracterização Geotécnica do Solos___________________________________________________ 62
vi
5.3. Ensaio de Compactação, DCP e CBR dos Solos Estudados ________________________________ 62 5.3.1. Solo 1 ________________________________________________________________________ 62
5.3.1.1. Relação CBR versus Umidade de Moldagem______________________________________ 63 5.3.1.2. Relação de DN versus Umidade de Moldagem ____________________________________ 64 5.3.1.3. Relação CBR e DN__________________________________________________________ 67
5.3.2. Solo 2 ________________________________________________________________________ 72 5.3.2.1. Relação CBR versus Umidade de Moldagem______________________________________ 73 5.3.2.2. Relação de DN versus Umidade de Moldagem ____________________________________ 74 5.3.2.3. Relação CBR e DN__________________________________________________________ 75
5.3.3. Solo 3 ________________________________________________________________________ 78 5.3.3.1. Relação CBR versus Umidade de Moldagem______________________________________ 79 5.3.3.2. Relação de DN versus Umidade de Moldagem ____________________________________ 80 5.3.3.3. Relação CBR e DN__________________________________________________________ 82
5.3.4. Dados combinados para Solos 1 e 2 (A-2-4) __________________________________________ 85 5.4. Comparação das Curvas de Calibração Obtidas no Trabalho com Curvas da Literatura_______ 87
CAPÍTULO VI – CONTROLE TECNOLÓGICO DE CAMPO __________________________________________ 91 6.1. Pista_____________________________________________________________________________ 92
6.1.1 Estacas com utilização do Solo 2 ___________________________________________________ 92 6.1.2 Estacas com utilização do Solo 3 ___________________________________________________ 95
6.2. Valas do Sistema de Drenagem_______________________________________________________ 99 6.2.1. Vala 01______________________________________________________________________ 100
6.2.1.1. DN característico __________________________________________________________ 101 6.2.1.2.Controle Tecnológico _______________________________________________________ 103
6.2.2. Vala 02______________________________________________________________________ 105 6.2.2.1. DN característico __________________________________________________________ 105 6.2.2.2. Controle Tecnológico_______________________________________________________ 108
6.2.3. Vala 03______________________________________________________________________ 110 6.2.3.1. DN característico __________________________________________________________ 111 6.2.3.2. Controle Tecnológico_______________________________________________________ 115
CAPÍTULO VII – ANÁLISE DE DADOS________________________________________________________ 117 7.1. Avaliação da Validade de Ensaios ___________________________________________________ 117
7.2. Correlações Obtidas ______________________________________________________________ 118
7.3. Resultados de Campo Obtidos ______________________________________________________ 119
CAPÍTULO VIII – MANUAL PARA UTILIZAÇÃO DO DCP_________________________________________ 121 8.1. Considerações Iniciais _____________________________________________________________ 121 8.2. Obtenção da Curva de Calibração ___________________________________________________ 122
8.3. Definição do DN para Controle Tecnológico___________________________________________ 124
8.3. Controle Tecnológico com o Uso do DCP _____________________________________________ 125
CAPÍTULO IX – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ____________________________________________ 127
BIBLIOGRAFIA _________________________________________________________________________ 130
ANEXOS_______________________________________________________________________________ 136
vii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2. 1 – Situação do trecho em estudo._____________________________________________________ 7 Figura 2. 2 – Principais estaqueamentos do trecho._______________________________________________ 6 Figura 2. 3 – Estrada inundada em fevereiro de 2007 ____________________________________________ 11 Figura 2. 4 – Nomenclaturas bolivianas e equivalentes brasileiras para camadas do pavimento ___________ 12 Figura 2. 5 – Perfil longitudinal do pavimento da rodovia. ________________________________________ 13 Figura 3. 1 – Utilização de Veículos a tração animal em estrada não pavimentada – dificuldade de locomoção_______________________________________________________________________________________ 14 Figura 3. 2 – Equipamento para CBR in situ ___________________________________________________ 17 Figura 3. 3 – Desenho esquemático do Ensaio de Frasco de Areia.__________________________________ 18 Figura 3. 4 – Execução de cavidade cilíndrica na camada. ________________________________________ 19 Figura 3. 5 – Armazenagem do material retirado em bolsa para posterior pesagem. ____________________ 19 Figura 3. 6 – Pesagem do frasco de areia antes do ensaio. ________________________________________ 19 Figura 3. 7 – Preenchimento da cavidade com areia do frasco._____________________________________ 19 Figura 3. 8 – Detalhe da cavidade após preenchimento através do Frasco de Areia. ____________________ 19 Figura 3. 9 – Pesagem do material retirado da cavidade. _________________________________________ 19 Figura 3. 10 – Pesagem da amostra para ensaio Speed (5g)._______________________________________ 20 Figura 3. 11 – Detalhe da ampola de Carbureto de Cálcio utilizada no ensaio_________________________ 20 Figura 3. 12 – Agitação do aparelho Speed para quebra da ampola. ________________________________ 20 Figura 3. 13 – Detalhe da pressão registrada no manômetro. ______________________________________ 20 Figura 3. 14 – Funcionamento do Densímetro Nuclear ___________________________________________ 21 Figura 3. 15 – Detalhe de dispositivo que serve para orientar o Densímetro na camada antes do ensaio. ____ 22 Figura 3. 16 – Haste cravada até a altura desejada, formando uma cavidade para encaixe da haste do aparelho; a superfície é delimitada para colocar corretamente o equipamento. ________________________________ 22 Figura 3. 17 – Detalhe do painel do Densímetro Nuclear _________________________________________ 22 Figura 3. 18 – Inserção dos dados de laboratório para o fornecimento automático do grau de compactação pelo equipamento após o ensaio. ________________________________________________________________ 22 Figura 3. 19 – Desenho esquemático do Ensaio de Balão de Borracha. ______________________________ 23 Figura 3. 21 – Realização do Ensaio de Balão de Borracha _______________________________________ 23 Figura 3. 20 – Equipamento utilizado no Ensaio Balão de Borracha. _________________________________ 1 Figura 3. 22 – Desenho esquemático do Ensaio Mini-CBR in situ. __________________________________ 25 Figura 3. 23 – Penetrômetro da Agulha de Proctor ______________________________________________ 26 Figura 3. 24 – Equipamento Clegg Hammer. Modelo com 4,5kg. ___________________________________ 27 Figura 3. 25 – Equipamento Clegg Hammer. Modelo com 20kg . ___________________________________ 27 Figura 3. 26 – Penetrômetro Britânico. _______________________________________________________ 29 Figura 3. 27 – Realização do Ensaio de Viga___________________________________________________ 31 Figura 3. 28 – Detalhe da régua com leituras intermediárias ______________________________________ 31 Figura 3. 29 – Equipamento DCP, conforme modelo TRRL________________________________________ 39 Figura 3. 31 – Detalhe da leitura na régua graduada milimetricamente ______________________________ 40 Figura 3. 32 – Execução do Ensaio com DCP com dois operadores: um para realizar leituras de penetração na régua verificando verticalidade do equipamento e outro para segurar o DCP e aplicar os golpes. _________ 40 Figura 3. 30 – Detalhe do DCP desmontado: régua, cone, haste, e martelo de aço encaixado em haste deslizante com suporte para régua. ____________________________________________________________________ 1 Figura 3. 33 – Detalhe do desgaste do cone. À esquerda, cone deteriorado pelo uso, onde há uma redução no seu diâmetro e sua ponta encontra-se danificada; à direita cone novo. _______________________________ 42 Figura 3. 34 – Exemplo de curva DCP ________________________________________________________ 42 Figura 3. 35 – Curvas de DCP típicas que poderão ser obtidas com o ensaio__________________________ 43 Figura 3. 36 – Representação Gráfica de todas as Correlações CBR x DCP existentes.__________________ 47 Figura 3. 37 – Representação Gráfica de Correlações CBR x DCP para grupos de solos.________________ 48 Figura 3. 38 – Representação Gráfica de Correlações CBR x DCP para solos coesivos. _________________ 49 Figura 3. 39 – Representação Gráfica de Correlações CBR x DCP para solos arenosos. ________________ 50 Figura 3. 40 – Representação Gráfica de Correlações CBR x DCP para solos distintos. _________________ 51
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Figura 4. 1 – Organograma da metodologia do trabalho desenvolvido_______________________________ 55 Figura 4. 2 – Detalhe da realização dos ensaios com DCP (lado direito) e pelo ensaio de Frasco de Areia (lado esquerdo)_______________________________________________________________________________ 56 Figura 4. 3 – Detalhe da execução do ensaio DCP no molde de CBR: ponta do cone posicionada ao centro do corpo de prova___________________________________________________________________________ 57 Figura 4. 4 – Detalhe da execução do ensaio DCP no molde de CBR. _______________________________ 57 Figura 4. 5 Operador aplicando golpes e outro fazendo as leituras de penetração. _____________________ 58 Figura 5. 1 – Localização das Jazidas ao longo da rodovia________________________________________ 60 Figura 5. 2 – Jazida localizada na estaca 488+700 (empréstimo lateral) – Solo 1(arenoso). ______________ 61 Figura 5. 3 – Jazida localizada na estaca 488+700 (empréstimo lateral) – Solo 1(arenoso). ______________ 61 Figura 5. 4 – Jazida localizada na estaca 537+300 – Solo 2 (arenoso). ______________________________ 61 Figura 5. 5 – Jazida localizada na estaca 537+300 – Solo 2 (arenoso). ______________________________ 61 Figura 5. 6 – Jazida localizada na estaca 569+000 – Solo 3 (calcário). ______________________________ 61 Figura 5. 7 – Jazida localizada na estaca 569+000 – Solo 3 (calcário). ______________________________ 61 Figura 5. 8 – Curva de Compactação do Solo 1 _________________________________________________ 63 Figura 5. 9 – Variação de CBR com teor de umidade do Solo 1 ____________________________________ 64 Figura 5. 10 – Variação de DN com o teor de umidade do Solo 1 ___________________________________ 65 Figura 5. 11 – Variação de log DN com o teor de umidade do Solo 1 ________________________________ 66 Figura 5. 12 – Variação CBR e DN com o Teor de Umidade do Solo 1. ______________________________ 68 Figura 5. 13 – Variação de log DN com log CBR para Solo 1. _____________________________________ 70 Figura 5. 14 – Variação de log DN com log CBR para Solo 1, intervalo da umidade ótima a todo ramo úmido._______________________________________________________________________________________ 70 Figura 5. 15 – Variação de DN com CBR para Solo 1, intervalo da umidade ótima a todo ramo úmido._____ 71 Figura 5. 16 – Curva de Compactação do Solo 2 ________________________________________________ 72 Figura 5. 17 – Variação de CBR com teor de umidade do Solo 2. ___________________________________ 73 Figura 5. 18 – Variação de logDN com o teor de umidade do Solo 2. ________________________________ 74 Figura 5. 19 – Variação CBR e DN com o teor de umidade do Solo 2. _______________________________ 76 Figura 5. 20 – Variação de DN com CBR para Solo 2, intervalo entre 0,2p.p. da umidade ótima no ramo seco e todo ramo úmido . ________________________________________________________________________ 77 Figura 5. 21 – Curva de Compactação do Solo 3. _______________________________________________ 79 Figura 5. 22 – Variação de CBR com o teor de umidade do Solo 3. _________________________________ 80 Figura 5. 23 – Variação de log DN com a umidade do Solo 3 ______________________________________ 81 Figura 5. 24 – Variação CBR e DN com a umidade de moldagem do Solo 3. __________________________ 83 Figura 5. 25 – Variação de DN com CBR para Solo 3, intervalo entre 1p.p. da umidade ótima no ramo seco e todo ramo úmido . ________________________________________________________________________ 84 Figura 5. 26 – Relação CBR x DN para dados combinados dos Solos 1 e 2 ___________________________ 86 Figura 5. 27 – Correlações dos Solos 1, 2 e 3 e algumas correlações da literatura. _____________________ 88 Figura 5. 28 – Correlações para solos A-2-4.___________________________________________________ 89 Figura 5. 29 Correlações para solos A-4.______________________________________________________ 90 Figura 6. 1 – Ensaios de controle de compactação com DCP para estaca 546+800_____________________ 93 Figura 6. 2 – DN e Grau de Compactação das estacas que utilizaram Solo 2 __________________________ 94 Figura 6. 3 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das estacas que utilizaram Solo 2 ____________________ 95 Figura 6. 4 – Ensaios de controle de compactação com DCP para estaca 552+960_____________________ 97 Figura 6. 5 – DN e Grau de Compactação das estacas que utilizaram Solo 3 __________________________ 97 Figura 6. 6 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das estacas que utilizaram Solo 3 ____________________ 98 Figura 6. 7 – Execução da compactação de aterro de uma vala do sistema de drenagem nas proximidades de El Carmen._________________________________________________________________________________ 1 Figura 6. 8 – Compactação manual do aterro da vala, com a utilização de sapo mecânico – Vala 01. _______ 1 Figura 6. 9 – Vala 03: Duplicação da avenida de acesso à rodovia. ________________________________ 100 Figura 6. 10 – Realização do ensaio DCP no aterro compactado da Vala 03. ________________________ 100 Figura 6. 11 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 1ª camada da Vala 1 _______________ 101 Figura 6. 12 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 2ª camada da Vala 1 _______________ 102 Figura 6. 13 – Perfil da Vala 1 com o ensaio DCP______________________________________________ 102
ix
Figura 6. 14 – DN e Grau de Compactação das camadas da Vala 1 ________________________________ 103 Figura 6. 15 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das camadas da Vala 1 __________________________ 104 Figura 6. 16 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 1ª camada da Vala 2 _______________ 106 Figura 6. 17 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 2ª camada da Vala 2 _______________ 107 Figura 6. 18 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 3ª camada da Vala 2 _______________ 107 Figura 6. 19 – Perfil da Vala 2 com o ensaio DCP______________________________________________ 108 Figura 6. 20 – DN e Grau de Compactação das camadas da Vala 2 ________________________________ 109 Figura 6. 21 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das camadas da Vala 2 __________________________ 110 Figura 6. 22 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 1ª camada da Vala 3 _______________ 111 Figura 6. 23 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 2ª camada da Vala 3 _______________ 112 Figura 6. 24 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 3ª camada da Vala 3 _______________ 113 Figura 6. 25 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 4ª camada da Vala 3 _______________ 113 Figura 6. 26 – Perfil da Vala 3 com o ensaio DCP______________________________________________ 114 Figura 6. 27 – DN e Grau de Compactação das camadas da Vala 3 ________________________________ 115 Figura 6. 28 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das camadas da Vala 3 __________________________ 116 Figura 8. 1– Caixa confeccionada pra armazenagem do DCP_____________________________________ 122 Figura 8. 2 – Cones do DCP, do perfeito estado ao enferrujado (esquerda para direita), resultado de 4 semanas armazenado com umidade. ________________________________________________________________ 122
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ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2. 1 – Detalhe dos trechos de implantação da estrada “El Carmen–Arroyo Concepcíon” ___________ 6 Tabela 2. 2 – Resumo do Controle Tecnológico da Obra em estudo. _________________________________ 11 Tabela 2. 3 – Resumo das Deflexões Máximas Admissíveis na Obra em Estudo.________________________ 12 Tabela 3. 1 – Freqüência da solicitação de ensaios para Controle Tecnológico, segundo normas brasileiras _ 31 Tabela 3. 2 – Aprimoramento das Características do Equipamento DCP ao longo do tempo (continua...)____ 34 Tabela 3. 4 – Correlações CBR x DCP Internacionais____________________________________________ 45 Tabela 3. 5 – Correlações CBR x DCP Nacionais (continua...) _____________________________________ 45
Tabela 4. 1 – Umidade de moldagem para ensaios CBR e DCP ____________________________________ 58
Tabela 5. 1 – Resumo de Caracterização dos Solos estudados peoa Sistema HRB. ........................................ 62 Tabela 5. 2 – Resultados do ensaio de Compactação do Solo 1 .................................................................... 62 Tabela 5. 3 – Resultados dos ensaios de compactação e CBR para Solo 1 .................................................... 63 Tabela 5. 4 – Resultados dos ensaios de compactação e DCP para Solo 1 .................................................... 64 Tabela 5. 5 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 1, ramo seco. ...................... 66 Tabela 5. 6 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 1, ramo úmido. ................... 66 Tabela 5. 7 – CBR, w e DN do Solo 1......................................................................................................... 69 Tabela 5. 8 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log CBR x log DN para Solo 1, intervalo entre a umidade ótima e todo ramo úmido . ........................................................................................................... 71 Tabela 5. 9 – Resultados do ensaio de Compactação do Solo 2. ................................................................... 72 Tabela 5. 10 – Resultados dos ensaios de compactação e CBR para Solo 2................................................... 73 Tabela 5. 11 – Resultados dos ensaios de compactação e DCP para Solo 2 .................................................. 74 Tabela 5. 12 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 2, ramo seco. .................... 75 Tabela 5. 13 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 2, ramo úmido................... 75 Tabela 5. 14 – CBR, w e DN no ramo úmido do Solo 2................................................................................ 77 Tabela 5. 15 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log CBR x log DN para Solo 2, intervalo entre 0,2p.p. da umidade ótima no ramo seco e todo ramo úmido . ....................................................................... 78 Tabela 5. 16 – Resultados do ensaio de Compactação do Solo 3. ................................................................. 78 Tabela 5. 17 – Resultados dos ensaios de compactação e CBR para Solo 3................................................... 79 Tabela 5. 18 – Resultados dos ensaios de compactação e DCP para Solo 3. ................................................. 80 Tabela 5. 19 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 3, ramo seco até 1p.p. da umidade ótima no ramo seco..................................................................................................................... 81 Tabela 5. 20 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 3, após 1p.p. da umidade ótima, no ramo úmido............................................................................................................................... 82 Tabela 5. 21 – CBR, w e DN do Solo 3....................................................................................................... 84 Tabela 5. 22 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log CBR x log DN para Solo 3, intervalo entre 1p.p. da umidade ótima no ramo seco e todo ramo úmido . .................................................................................. 85 Tabela 5. 23 – Dados combinados entre solos 1 e 2 .................................................................................... 86 Tabela 5. 24 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log CBR x log DN para dados combinados Solos 1 e 2 – Solos A-2-4 ........................................................................................................................................ 87 Tabela 6. 1 – Resumo dos ensaios de controle de compactação para estacas que utilizaram Solo 2_________ 92 Tabela 6. 2 – Resumo dos ensaios de controle de compactação para estacas que utilizaram Solo 3_________ 96 Tabela 6. 3 – Resumo dos ensaios de controle de compactação para Vala 1 __________________________ 100 Tabela 6. 4 – Resumo dos ensaios de controle de compactação para Vala 2 __________________________ 105 Tabela 6. 5 – Resumo dos ensaios de controle de compactação para Vala 3 __________________________ 111 Tabela 8. 1 – Umidade de moldagem recomendada para ensaios CBR e DCP ________________________ 123
1
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
As obras rodoviárias exigem cada vez mais métodos rápidos e eficientes para o
controle tecnológico dos seus serviços. Neste particular, a execução de ensaios em camadas
compactadas demanda nos métodos tradicionais um considerável tempo, custo e interrupção
momentânea dos serviços, além de retratar as condições apenas para os pontos avaliados.
Descuidos devidos a desejos de economia, rapidez ou menor esforço no controle
tecnológico leva a falta de qualidade na implantação de um bom projeto, onde as falhas
cometidas ao longo da execução da compactação das camadas refletem-se, às vezes, logo nos
primeiros anos de vida do projeto. Um exemplo comum disso são as deformações
permanentes excessivas das camadas do pavimento ou do aterro que comumente se
manifestam no início da operação da via.
Muito embora atualmente existam equipamentos com elevada tecnologia embarcada
que permite a avaliação contínua das condições de compactação da camada, em países em
desenvolvimento e terceiro mundo, o controle tecnológico é feito de forma pontual,
utilizando-se a metodologias tradicionais, como o frasco de areia.
O controle tecnológico tradicional da compactação de camadas avalia in situ a
capacidade de suporte do material, especificada em projeto e obtida em laboratório através do
ensaio California Bearing Ratio – CBR. Diversas são as metodologias para obter parâmetros
de resistência da camada: determinação do grau de compactação da camada, fazendo-se
comparação entre a massa específica aparente seca (ρs) do material medido em campo, e sua
massa específica aparente seca máxima (ρs,máx) obtido através do ensaio de Compactação
conduzido em laboratório, determinando-se de maneira indireta a resistência do material; e o
CBR in situ, ensaio que tenta reproduzir em campo as mesmas características físicas e
metodologias do CBR em laboratório, mas é um ensaio lento.
Um método alternativo para a avaliação da camada de suporte dos solos é o DCP
(Dynamic Cone Penetrometer), cuja operação simples e ágil fornece resultados de forma
rápida e com custos reduzidos, possibilitando um maior número de pontos investigados
durante a execução da obra, além da avaliação da resistência ao longo da profundidade da
camada.
2
O CBR in situ, por exemplo, permite apenas uma avaliação pontual da resistência da
camada, enquanto o DCP possibilita uma análise global da distribuição de resistência ao
longo do perfil da estrutura do pavimento (OLIVEIRA e VERTAMATI, 1998 Apud: ALVES,
2002). O DCP ainda destaca-se na detecção de anomalias em uma ou mais camadas
construídas bem como no acompanhamento do comportamento estrutural das estradas já
consolidadas possibilitando avaliar a influência de solicitações tais como tráfego e clima.
Outra utilidade é na identificação de trechos homogêneos (ANGELONE et al, 1991 apud
ALVES, 2002). O fácil treinamento de mão de obra, fornecimento de resultados mais rápidos
e a menor custo para sua obtenção, além de baixo custo de aquisição do equipamento
possibilitando, inclusive, sua própria confecção, colaboram com as vantagens deste tipo de
investigação.
A informação ao longo do perfil da camada fornecido pelo DCP possibilita a
avaliação da eficiência e cuidados nos serviços de compactação, sendo um grande diferencial
deste método de avaliação em comparação aos demais métodos que fornecem, na realidade,
um parâmetro médio da camada.
Os resultados obtidos pelo ensaio com o DCP, como no ensaio de CBR, possuem
correlação como comportamento cisalhante dos materiais, conferindo maior confiabilidade
dos resultados se comparado a métodos que utilizam a correlação com a densidade
campo/laboratório para inferir valores de resistência. O ensaio DCP ainda apresenta menores
coeficientes de variação que o ensaio CBR.in situ (SMITH e PRATT, 1983 apud
CARVALHO, 2005).
Segundo a bibliografia consultada, o DCP vem sendo utilizado em vários países
como África do Sul, Israel, Sri Lanka, Argentina, Peru, Brasil e Austrália, além de diversos
departamentos britânicos e americanos. Este equipamento também permite outras aplicações,
como campanhas rápidas de reconhecimento do tipo de solo quanto à resistência, controle de
execução de terraplenagem, controle de camadas estabilizadas, verificação da eficiência dos
equipamentos de compactação utilizados em obra e avaliação de pavimentos existentes.
O presente Trabalho de Conclusão de Curso apresenta os resultados e as respectivas
análises do controle tecnológico de camadas de terraplenagem e de aterros compactados de
valas de drenagem da obra rodoviária do trecho El Carmen – Arroyo Concepción, na Bolívia.
Este se fez possível durante a realização do Estágio Profissional Supervisionado na empresa
Ecoplan Engenharia Ltda, de abril de 2007 a fevereiro de 2008, na supervisão da implantação
e restauração desta obra. O treinamento dos técnicos, tanto em campo como em laboratório,
3
fizeram parte do trabalho, onde foi possível desenvolver e apresentar tanto a metodologia de
calibração como de aplicação em campo no controle tecnológico de camadas de aterro.
1.1. Objetivo
O objetivo geral deste Trabalho é a apresentação dos resultados do controle
tecnológico através do uso do Penetrômetro Dinâmico de Cone (DCP) nas camadas de infra-
estrutura do pavimento do trecho rodoviário El Carmen – Arroyo Concepción, Bolívia.
1.2. Objetivo Específico
Este Trabalho, realizado juntamente com a empresa ECOPLAN na implantação e
restauração do trecho rodoviário El Carmen – Arroyo Concepción, Bolívia. tem como
objetivos específicos:
i) Obtenção das curvas de calibração DN x CBR para os solos da região no trecho
rodoviário El Carmen – Arroyo Concepción, Bolívia;
ii) Avaliar as dificuldades de aplicação do DCP no controle tecnológico das
camadas de terraplenagem e valas compactadas do sistema de drenagem;
iii) Comparar os resultados das metodologias tradicionais empregadas na rodovia
com os resultados do DCP;
iv) A incorporação e transferência de tecnologia para o órgão administrador de
rodovias do governo Boliviano, denominado ABC (Administradora Boliviana
de Carreteras).
4
1.3. Organização da Apresentação do Trabalho
O Capítulo I exibe uma descrição geral do tema a ser desenvolvido na pesquisa.
No Capítulo II é apresentada a caracterização da área onde se desenvolveu o presente
Trabalho, como localização do trecho, caracterização geológica e climática, controle
tecnológico empregado e a transferência de tecnologia à ABC (Administradora Boliviana de
Carreteiras), realizada pela empresa supervisora Ecoplan.
No Capítulo III encontram-se a revisões bibliográficas sobre os métodos existentes
para o controle tecnológico de compactação, e sobre o equipamento DCP – Dynamic Cone
Penetrometer, como histórico, aplicações e limitações do equipamento, procedimento de
ensaio, interpretações de resultados, correlações existentes e calibração de materiais.
O Capítulo IV expõe a metodologia do Trabalho desenvolvido, tanto para os ensaios
em campo quanto em laboratório.
O Capítulo V é constituído da localização das jazidas dos solos ensaiados, da
caracterização dos solos, e dos resultados de ensaios para obtenção das curvas de calibração
dos materiais utilizados.
O Capítulo VI mostra os resultados obtidos no controle tecnológico de campo, com a
utilização do DCP e de metodologias tradicionais de controle (frasco de areia, densímetro
nuclear e balão de borracha) no mesmo ponto avaliado, tanto no corpo de aterro de pista
quanto no aterro compactado de valas do sistema de drenagem da rodovia.
O Capítulo VII é definido pela análise de dados, tanto na avaliação da validade de
ensaios, quanto nas correlações e resultados de campo obtidos.
O Capítulo VIII apresenta um manual para utilização do DCP no controle de
compactação.
E finalmente, o Capítulo IX apresenta as Conclusões e Recomendações deste
Trabalho.
5
CAPÍTULO II – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ONDE SE
DESENVOLVEU O TRABALHO
2.1. Localização do Trecho
A aplicação desde estudo se dá ao longo da implantação e restauração da rodovia “El
Carmen – Arroyo Concepción”, que faz parte do Corredor Bioceânico Santa Cruz – Puerto
Suárez e está localizado ao sudeste da Bolívia, na Província de German Busch, Departamento
de Santa Cruz, e que vinculará a cidade de Santa Cruz com a Região Fronteiriça oriental da
cidade de Puerto Suárez. Os serviços de controle e supervisão deste empreendimento foram
realizados pelo Consórcio Temporal Ecoplan – CGL (a primeira empresa brasileira e a
segunda boliviana) e sua execução pelo Consórcio Temporal Odebrecht – IASA (a primeira
empresa brasileira e a segunda boliviana).
O Corredor Santa Cruz - Puerto Suárez é um dos principais projetos do governo da
Bolívia, financiado pela CAF (Confederación Andina de Fomento), com uma pequena
participação do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) nas questões ambientais, e
faz parte do processo denominado IIRSA – Iniciativa de Integração da Infra-Estrutura
Regional Sul-Americana que pretende desenvolver e integrar as áreas de transporte, energia e
telecomunicações da América do Sul, voltada para escoar mais facilmente os recursos naturais
dos países sul-americanos. Este corredor bioceânico de exportação vinculará os Portos do
Pacífico no Chile e Peru (Iquique e Arica), com os Portos do Atlântico, no Brasil (Santos),
reduzindo o tempo e custo de viagem de mercadorias. Puerto Suárez está conectada com a
cidade de Santa Cruz mediante uma estrada de 645 km, dos quais 587 não estão pavimentados
e estão em processo de construção por etapas.
O projeto de Pavimentação e Construção do trecho “El Carmen – Arroyo
Concepcion”, tem 102km de extensão, que compreende um trecho de implantação virgem
(26,0km), um trecho de implantação com aproveitamento de caminho existente (61,6km), um
trecho de restauração de pavimento asfáltico (13,71km) e um trecho urbano com a ampliação
e implantação de uma avenida (640m), totalizando 102 km em concreto asfáltico (vide Tabela
6
2.1). A obra se inicia na estaca 486+600, em El Carmen, e termina na estaca 594+500, Arroyo
Concepcion, conforme indicado nas Figuras 2.1 e 2.2.
Tabela 2. 1 – Detalhe dos trechos de implantação da estrada “El Carmen–Arroyo Concepcíon”
Trecho Extensão Estaca Tipo de Superfície Observação
26,00 km 486+600 – 512+600 Virgem
Implantação de trecho virgem. Construção de nova estrada de topografia plana El Carmen – Puerto
Suárez 61,60 km 512+600 –
574+200 Revestimento
Primário Implantação de trecho com aproveitamento de caminho existente
Puerto Suárez – Arroyo Concepción 13,71 km 580+150 –
493+860 Concreto Asfáltico
Reconformação de bermas, utilização reciclagem a frio no pavimento existente incorporação na camada base. Topografia é ondulada
Rótula da Fábrica de cimento Itacamba (Arroyo Concepción) – ponte fronteiriça com Brasil
640 m 493+860 – 594+500 Via urbana
Duplicação e implantação de avenida, utilizando reciclagem a frio na incorporação de reforço de subleito.
Figura 2. 1 – Principais estaqueamentos do trecho.
7
Figura 2. 2 – Situação do trecho em estudo.
A rodovia El Carmen – Arroyo Concepción já existia de maneira precária, sem
revestimento e composta de conexões de caminhos abertos pelas populações locais, e devido à
topografia e a sazonalidade definida das épocas de chuvas e inundações é somente transitável
seis meses ao ano. A estrada foi construída originalmente com os materiais existentes na
região, em grande parte com aterros estreitos em solos arenosos locais, a tentativa de
revestimento primário foi feita, em grande parte, com cascalho e fragmentos de rocha calcária
extraída da única formação rochosa ao longo do trecho. Revestimento este de pouca eficácia e
perda por erosão significativa em cada período chuvoso. Devido aos processos locais de
construção este caminho original não possui definição de forma geométrica clara, mantendo
seu traçado quase retilíneo decorrente da ligação das pequenas comunidades que foram
criadas ao longo da linha férrea existente com única via de transporte até poucas décadas
atrás.
8
Este trecho se encontra ao lado norte da ferrovia, que tem uma distância de 20m na
localidade de El Carmen, onde após este povoado se separa da linha férrea 6km, e
aproximando gradativamente até a Estação de Palmito, e a partir deste povoado a distância de
separação da rodovia e da ferrovia varia entre 200 e 300 m.
A avaliação do subleito ao longo de toda extensão da estrada para o
dimensionamento do pavimento se deu por realização de poços de investigação,
profundidades entre 1,5 e 3,0m, em intervalos de mil metros, obtendo-se a espessura da
camada de materiais existentes e suas características (classificação e compactação), além da
estimativa de seu CBR através de ensaio com o Cone de Penetração Dinâmica (DCP –
Dynamic Cone Penetrometer) e programa computacional sul-africano DCP-ANALYSER.
2.2. Características Contratuais
O contrato de supervisão onde se desenvolveu o presente Trabalho é resultado de
uma concorrência internacional ganha pelo consórcio temporal ECOPLAN-GCL, sendo a
GCL (Construtora Galindo Ltda) uma empresa consultora boliviana, a construção é
decorrente de uma licitação internacional ganha pelo consórcio temporal entre as empresas
Odebrecht- IASA, sendo a primeira brasileira e a segunda boliviana.
O contratante da obra é o órgão administrador de rodovias do Governo Boliviano,
inicialmente denominado SNC (Servicio Nacional de Caminos) trocou sua denominação para
ABC (Administradora Boliviana de Carreteiras), que exerce a fiscalização final tanto da
supervisão como da construção. A obra é financiada pela CAF (Confederación Andina de
Fomento), com uma pequena participação do BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) nas questões ambientais.
O objeto do contrato compreende a revisão do projeto original e a monitoração e
controle de qualidade da obra, incluindo a supervisão dos serviços quanto a qualidade e
especificações técnicas (projetos, normas e especificações). A aprovação ou rejeição dos
serviços fazem parte do contrato juntamente com a quantificação e liberação dos pagamentos.
Há uma cláusula contratual – geralmente decorrente em contratos internacionais –
referente à Transferência de Tecnologia, que promove a integração e troca de experiência para
com a contratante, no caso, a ABC. A Ecoplan possui temas definidos para tal, como projeto
geométrico, legislação e controle tecnológico de obra, o qual se pode destacar:
9
• Composição de tráfego
• Geometria de Rampas
• Gerência de Pavimentos
• Avaliação de Pavimentos e Restauração
• Métodos Alternativos para o controle tecnológico: DCP e Viga Benkelman
A Transferência de Tecnologia se dará através de seminários promovidos pela
Ecoplan. A elaboração de um manual de utilização do equipamento DCP no controle
tecnológico também está envolvida neste processo, o qual motivou a elaboração deste
Trabalho.
2.3. Caracterização Geológica1
O projeto se desenvolve sobre um terreno geologicamente pouco investigado e
correspondente ao setor oriental da Planície Chaco Beniana e ao sudoeste Escudo Brasileiro.
As rochas do Escudo estão formadas pelas rochas mais antigas pertencentes ao Précambriano,
sobrepondo-se às rochas do Paleozóico, Terciário e sedimentos do Quartenário. O traçado vial
se dá integralmente sobre depósitos de solos Quartenários, sendo estes coluvio-fluviais,
coluvuais, flúvio lacustres e solos lacustres.
Os Depósitos de Solo Lacustre se conformaram na extensa planície de Puerto
Suárez – El Carmen, onde ocupam as sub-bacias hidrográficas denominadas “Bañados de
Otuquis” ao oeste e “Quebrada Bahia Cáceres” ao leste. A partir das proximidades de El
Carmen, num primeiro subtrecho, o solo é constituído de areia siltosa, areia argilosa, e argilas
em áreas menores, de coloração marrom claro e em superfície úmida marrom avermelhado.
Num segundo subtrecho, que vai até as proximidades de Puerto Suárez, o solo formado por
argilas com baixo conteúdo de areia, de cor amarelada a cinza escuro em estado úmido,
fisicamente de consistência dura em estado seco e mole e plásticas em estado úmido. Também
há presença de depósitos de calcário de dolomita, em fragmentos de rocha de cor
esbranquiçada com tamanho variando de 1 a 10cm de diâmetro.
1 Todo este sub-item se baseia na tradução de: BOLIVIA – SERVICIO NACIONAL DE CAMINOS. Capítulo 2: Geologia. In: Proyecto Pavimentación y Construccion del Tramo “El Carmen – Arroyo Concepción” – Adequacion y Optimizacion del Diseño Final de Ingeneria. [2006?]
10
Os Depósitos de Fluvio Lacustre ocupam a zona de Tacuaral, onde foram
transportados e depositados por correntes fluviais turbidas, originadas em época de chuvas,
proveniente da planície “Bañado de Otuquis”. São sedimentos finos, tais como argila com
areia fina, interestratificada em camadas finas de 10 a 50 cm de espessura.
Os Depósitos Coluviares são depósitos de solos recentes, formados por
meteorização, desagregação das rochas existentes e transportadas por gravidade em trechos
curtos; formados por areias finas, siltosas e argilosas, de cor marrom, fisicamente
inconsistentes e permeáveis.
Os Depósitos Coluvio Fluviais (sedimentos fluviais) são sedimentos originados pela
desintegração de rochas pré-existentes e transportados aclive abaixo por correntes
superficiais. Se encontram conformando a extensa faixa de terrenos baixos levemente
ondulados, distribuídos entre a Serra de Concepción e Lagoa Cáceres. Os perfis de solo são
constituídos de areias margosas e fragmento de rochas margosas, de coloração esbranquiçada
e amarelada, com clastos calcificados acinzentados, em tamanhos de 15cm e raramente 60cm
de diâmetro máximo.
2.4. Caracterização Climática
A rodovia encontra-se na região do Pantanal boliviano, região esta que vive sob o
desígnio das águas: a chuva divide a vida em dois períodos bem distintos. Durante os meses
da seca — de maio a outubro, aproximadamente — a paisagem sofre mudanças radicais onde
o clima torna-se extremamente seco deixando a vegetação vulnerável a incêndios, que
ocorrem de maneira intensa e comum. De novembro a abril – meses de chuva – devido à
baixa declividade da planície e o fluxo d’água, há inundações principalmente nas áreas mais
baixas, como pode ser observado na Figura 2.3. Isto propiciou que a drenagem da rodovia
fosse projetada mais com visão de vaso de equilíbrio (bueiro de alívio) do que como condutor
de canais naturais de água. A temperatura anual da região é elevada, com média anual de
27ºC, onde no período de execução da obra foram registradas temperatura máxima de 34,5ºC
e mínima de 15,5ºC.
11
Figura 2. 3 – Estrada inundada em fevereiro de 2007
2.5. Controle Tecnológico na Obra
O controle tecnológico para execução de camadas de aterro e regularização do
subleito, camadas de sub-base e base desta obra rodoviária foi realizado seguindo as normas
AASHTO e especificações de projeto, como se mostram resumidas na Tabela 2.2:
Tabela 2. 2 – Resumo do Controle Tecnológico da Obra em estudo.
SSeerrvviiççoo EEnnssaaiiooss NNoorrmmaass FFrreeqqüüêênncciiaa OObbsseerrvvaaççõõeess
Compactação AASHTO T-180 1000 m3(corpo de aterro), ou 600m3 (camada final) -
CBR AASHTO T-193 a cada 4 amostras de compactação
Corpo de aterro (camadas superiores), camada final de 60
cm dos aterros
Granulometria, LL, LP
AASHTO T-27, T-89, T-90
a cada 10 amostras (corpo de aterro) ou 4
amostras (camada final) de compactação
-
%Umidade - 100m Imediatamente antes da
compactação. Variação admitida com relação à umidade ótima = 3%
Corpo de Aterro
Densidade in situ - 100m GC exigido: 95%
Compactação AASHTO T-180 300 m - CBR AASHTO T-193 300 m -
Granulometria, LL, LP
AASHTO T-27, T-89, T-90 300 m -
%Umidade - 100 m Imediatamente antes da
compactação. Variação admitida com relação à umidade ótima = 2%
Densidade in situ - 100 m
GC exigido: Reforço subleito/Camada Final
Aterro 95%; Sub-base 97%; Base 100%
Desgaste Los Angeles AASHTO T-96
Reforço de Subleito, Camada Final de Aterro,
Sub-base e Base
Índice de Forma -
Se existir variação natural do material
Aplicável somente em Sub-base e Base
12
A energia de compactação utilizada é a Energia Modificada, que confere segundo a
norma AASHTO T-180, item D, 56 golpes por camada compactada do corpo de prova do
ensaio de compactação em laboratório. Nos ensaios de densidade in situ, são utilizados
Densímetro Nuclear, Balão de Borracha e Frasco de Areia, estes último com a umidade in situ
obtida através do ensaio Speed. Também são realizados ensaios com a Viga Benkelman na
camada base, onde no geral, a deflexão máxima admissível nas camadas pelas Especificações
de Projeto é mostrada na Tabela 2.3.
Tabela 2. 3 – Resumo das Deflexões Máximas Admissíveis na Obra em Estudo.
Camada EEssppeessssuurraa ((ccmm)) MMóódduulloo ddee RReessiilliiêênncciiaa ((kkgg//ccmm22)) CCooeeffiicciieennttee PPooiissssoonn DDeefflleexxããoo MMááxxiimmaa
AAddmmiissssíívveell ((mmmm--22))
Revestimento Asfáltico
7,5 3750 0,35 60
Base Granular 20 2500 0,35 70
Sub-base Granular 20 1800 0,35 94
Reforço Subleito/Camada
final de Aterro (CBR 15%)
30 851 0,45 105
Reforço Subleito/Camada
final de Aterro (CBR 8%)
54 633 0,45 122
Corpo de Aterro ∞ 355 0,45 -
Na Figura 2.5 tem-se o perfil longitudinal do pavimento da rodovia, com respectivo
CBR e espessura nas camadas ao longo da via. Para melhor interpretação, são mostradas na
Figura 2.4 as nomenclaturas utilizadas na configuração das camadas do pavimento pelos
laboratoristas e técnicos de campo da obra e sua interpretação no Brasil:
Bolívia Brasil Carpeta Asfáltica Revestimento Asfáltico
Capa Base Base Capa Sub-base Sub-base
Subrasante Mejorada Camada final de Aterro/ Regularização do Subleito
Capa Final del Terraplén (nomeado como Fundación para
facilitar controle em campo)
Regularização do Subleito/ Camadas finais do Corpo de
Aterro (considerado fundação da estrutura do pavimento)
Cuerpo de Terraplén/ Relleno
Corpo de Aterro
Terreno de Fundación/ Terreno Natural
Subleito
Figura 2. 4 – Nomenclaturas bolivianas e equivalentes brasileiras para camadas do pavimento
13
Figura 2. 5 – Perfil longitudinal do pavimento da rodovia.
14
CAPÍTULO III – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Considerações Iniciais
A abertura de caminhos e posteriormente a construção de estradas data dos
primórdios da civilização humana, visto a necessidade de locomoção do homem e o transporte
de mercadorias. A utilização de veículos a tração animal para transporte de cargas e pessoas
(Figura 3.1) promoveu um aperfeiçoamento nas técnicas de construção viária baseado em
tentativa e erro.
Figura 3. 1 – Utilização de Veículos a tração animal em estrada não pavimentada – dificuldade de locomoção
Fonte: FORTES E MERIGHI, 1998
As primeiras contribuições significativas para o desenvolvimento da tecnologia de
pavimentação ocorreram por volta da década de 20, impulsionadas pelo acelerado
crescimento dos sistemas de transporte, em especial rodovias e aeroportos.
No final dos anos 20 na Califórnia, havia a necessidade de avaliar o potencial de
ruptura do subleito, uma vez que era o defeito mais freqüente observado nas rodovias naquele
período (BERNUCCI et al, 2007). Em 1933 Proctor publicou artigos divulgando o seu
procedimento de controle de compactação baseado num novo método de projeto e construção
de barragens de terra que estava sendo empregado na Califórnia, conhecido como
compactação normal de Proctor (VARGAS, 1978 apud LIMA, 2000). Em seguida, devido ao
maior porte dos equipamentos compactadores e à maior solicitação do pavimento com o
aumento do tráfego, surgiu o ensaio de compactação com energia modificada. Nele a energia
15
de compactação aplicada ao ensaio é superior ao ensaio normal, proporcionando máxima
estabilidade e atenuação de recalques do pavimento (LIMA, 2000).
Proctor observou que quando se compacta o solo com umidade baixa, o atrito entre
as partículas é muito alto e não se consegue uma significativa redução dos vazios; já para
umidades mais elevadas, a água provoca certa lubrificação entre as partículas, que deslizam
entre si, acomodando-se num arranjo mais compacto. Logo, ao compactar-se o solo com uma
certa energia de compactação, a massa específica resultante é em função da umidade em que
ele estiver.
O aumento da massa específica corresponde á eliminação de ar dos vazios, onde a
massa específica seca aumenta com o aumento de água (ramo seco), até certo teor de
umidade, denominado umidade ótima, que conduz a uma massa específica aparente seca
máxima (ρs,máx ). Após este ponto, o aumento de umidade provoca um decréscimo da massa
específica seca (ramo úmido). A obtenção da massa específica aparente seca máxima e
umidade ótima se dão em laboratório, com a moldagem de corpos de prova na mesma energia
de compactação, porém diferentes umidades, e graficamente através da relação massa
específica aparente seca x teor de umidade.
O engenheiro Porter em 1929 apresentou seu método para avaliação em laboratório
da capacidade de suporte e expansibilidade de materiais de pavimentação, designado por
California Bearing Ratio – CBR ou Índice de Suporte Califórnia, na busca por um parâmetro
para dimensionar as camadas de bases locais e sub-base (PORTER, 1942 apud
VERTAMATTI, et al. 2007).
Devido ao caráter prático, o ensaio CBR foi posteriormente modificado e adotado
pelo Corpo de Engenheiros do Exército Americano como parâmetro para os projetos
aeroportuários durante a Segunda Guerra Mundial, o que o tornou mundialmente conhecido,
sendo correlacionado empiricamente com o desempenho das estruturas (CARVALHO, 2005).
O CBR é expresso em porcentagem, sendo definido como a relação entre a pressão
necessária para produzir uma penetração de um pistão num corpo de prova de um solo ou
material granular e a pressão necessária para produzir a mesma penetração no material
padrão, que no caso é a brita graduada padrão da Califórnia (EUA) comumente empregada em
pavimentos americanos. O corpo de prova moldado é submergido por 4 dias antes do ensaio,
o que simula a condição mais desfavorável do solo onde foi desenvolvido o ensaio – o degelo
da primavera. O valor relativo à capacidade de suporte de um solo depende tanto do teor de
umidade como da massa específica aparente seca que se alcança. Sendo assim, cada tipo de
16
solo pode sofrer uma variação do valor relativo de suporte de acordo com as condições de
compactação (RODRIGUEZ e CASTILLO, 1976 apud BERTI, 2005).
A metodologia de dimensionamento e controle tecnológico através do CBR foi
adotada por diversos países, inclusive por países em desenvolvimento da América Latina, que
são potenciais importadores de tecnologias por estarem em um estágio menos avançado
cientificamente. Entretanto adequações metodológicas tornam-se necessárias, uma vez que os
países exportadores localizam-se em regiões de clima temperado, com processos de
intemperismo físico e químico em escala bastante reduzida em relação ao ambiente tropical.
Em solos lateríticos típicos de países tropicais, a compactação aplicada em laboratório poderá
provocar a quebra de concreções existentes, produzindo uma massa compactada com
propriedades distintas daquelas que ocorrerão efetivamente em campo; em muitos casos há
um elevado coeficiente de variação no ensaio CBR.
Geralmente a caracterização da capacidade de suporte de subleito e de materiais
constituintes das camadas estruturais é realizada com base em ensaios de laboratório, sendo
desejável que o controle de resistência de camadas leve em conta as reais condições de
campo. O material compactado em laboratório sob determinada energia de compactação
apresenta um CBR que satisfaz ao projeto, entretanto se não for bem compactado em campo
sua capacidade de suporte esperada estará reduzida, o que não é desejável. Há diversos
ensaios para caracterizar a capacidade de suporte in situ do material no controle tecnológico
da camada, como o frasco de areia, densímetro nuclear, entre outros, a serem vistos no
próximo item.
3.2. Métodos para Controle Tecnológico de Compactação
As condições de rolamento de um pavimento ou o desempenho de sua superfície
durante a vida de serviço dependem muito de uma compactação bem executada durante a
construção (DNIT, 2006).
É de conhecimento geral que a compactação tem como objetivos o aumento da
resistência da ruptura dos solos, sob ação de cargas externas; a redução de possíveis variações
volumétricas quer pela ação de cargas, quer pela ação da água que, eventualmente, percola
pela sua massa; e a impermeabilização dos solos, pela redução do coeficiente de
permeabilidade, resultante do menor índice de vazios.
17
Neste contexto, o controle de compactação das camadas visa garantir a vida útil da
estrutura preestabelecida em projeto, monitorando os parâmetros obtidos com a mesma.
Dentre os principais métodos utilizados em obras viárias no controle tecnológico da
execução das camadas, além da caracterização dos materiais empregados, podem ser citados:
3.2.1. CBR in situ
O CBR in situ foi desenvolvido pelo Corpo de Engenheiros do Exército Americano
para obter a capacidade de suporte de forma direta em seu estado natural ou em camadas
compactadas. O ensaio é realizado de forma idêntica àquela aplicada em laboratório em
relação às características geométricas e a velocidade de penetração do pistão, assim como o
cálculo para determinação do CBR. A diferença está na necessidade da utilização de um eixo
padrão de 8,2 toneladas de massa, o qual funciona como uma carga de reação. A Figura 3.2
ilustra a execução do ensaio CBR in situ.
Em muitos casos, correlações entre valores obtidos de ensaios in situ e de laboratório
são irregulares, devido ao fato de o solo no molde estar confinado e aos valores de CBR em
laboratório tenderem a ser maiores que os medidos em campo, mesmo estando sob as mesmas
condições de teor de umidade e densidade. A diferença de resultados entre ensaio in situ e de
laboratório se dá alta para os solos menos coesivos, com baixo índice de vazios (CRONEY e
CRONEY, 1998 apud BERTI, 2005). Além disso, ensaio de CBR in situ caracteriza-se como
oneroso e lento de se aplicar, o que leva a prática mais comum pra determinação da
capacidade de suporte de camadas compactadas de forma indireta, como através da massa
específica aparente seca do material.
Figura 3. 2 – Equipamento para CBR in situ
Fonte: BERTI, 2005
18
3.2.2. Frasco de Areia O Ensaio de Frasco de Areia determina de forma indireta a capacidade de suporte da
camada avaliada, fazendo relação entre a massa específica aparente seca in situ e o CBR
obtido em laboratório do material.
O ensaio consiste no preenchimento de uma cavidade cilíndrica aberta na camada
compactada, por areia de a massa específica aparente conhecida, até a superfície. Sabendo-se
a massa da areia dentro deste cilindro (ao pesar o frasco de areia antes e depois do seu
preenchimento), calcula-se o volume da cavidade (vide Figura 3.3). Com o solo extraído da
cavidade, toma-se sua massa e umidade – método para obtenção as umidade geralmente é o
Speed (Coloca-se 5g da amostra na câmara do aparelho “Speed”, junto com uma ampola que
possui cerca de 6,5g de Carbureto de Cálcio (CaC2) e esfera de aço; após fechar o aparelho,
agita-se-o para quebrar a ampola, que é percebido com a pressão assinalada no manômetro;
lê-se a pressão e calcula-se a umidade através da calibração do equipamento obtida em
laboratório). 2
Figura 3. 3 – Desenho esquemático do Ensaio de Frasco de Areia.
Calcula-se a massa específica aparente úmida do solo (compactado), sua massa
específica aparente seca, e o Grau de Compactação (GC) do solo, que é a relação entre a
massa específica aparente seca obtido em campo, e a massa específica aparente seca máxima,
obtido em laboratório.
2 Ver mais informações em: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - Solo - determinação da massa específica aparente, “in situ”, com emprego do frasco de areia. ME 092/94
19
As Figuras 3.4 a 3.13 ilustram o procedimento de ensaio, utilizada na obra
acompanhada:
Figura 3. 4 – Execução de cavidade cilíndrica na camada.
Figura 3. 5 – Armazenagem do material retirado em bolsa para posterior pesagem.
Figura 3. 6 – Pesagem do frasco de areia antes do ensaio.3
Figura 3. 7 – Preenchimento da cavidade com areia do frasco.
Figura 3. 8 – Detalhe da cavidade após preenchimento através do Frasco de Areia.
Figura 3. 9 – Pesagem do material retirado da cavidade.
3 O frasco é pesado também após o ensaio, obtendo-se o peso do material de preenchimento – o que, calculando-se através da massa específica da areia, fornece posteriormente o volume da cavidade.
20
Figura 3. 10 – Pesagem da amostra para ensaio Speed (5g).
Figura 3. 11 – Detalhe da ampola de Carbureto de Cálcio utilizada no ensaio
Figura 3. 12 – Agitação do aparelho Speed para quebra da ampola.
Figura 3. 13 – Detalhe da pressão registrada no manômetro.
A relação com o parâmetro obtido em laboratório é dada nas seguintes etapas:
a) obtenção da massa específica aparente seca máxima (ρs,max) e umidade ótima (hot
ou wót) através da curva de compactação do ensaio Proctor;
b) confecção de 3 corpos de prova na umidade ótima, compactados nas energias
normal, intermediária e modificada e obtenção de respectiva massa específica aparente seca;
c) determinação do CBR de cada corpo de prova após 4 dias de imersão;
d) obtenção gráfico CBR x ρs, onde o valor de ρs correspondente ao grau de
compactação mínimo da camada para ρs,max do material vai fornecer o CBR de projeto para o
mesmo.
Admite-se então a existência de uma equivalência nas condições de compactação de
laboratório e de campo.
21
3.2.3. Densímetro Nuclear
O Densímetro Nuclear é um equipamento que determina através da emissão de raios
gama por uma fonte radioativa, a massa específica aparente in situ (ρs). Estes raios são
contados por um detector após terem atravessado o material, e dependendo da massa
específica, o número de raios que chegam ao detector será maior ou menor. O grau de
compactação é obtido de forma análoga àquela realizada com o frasco de areia, onde os dados
obtidos em laboratório (wót e ρs,máx) são inseridos no equipamento através do painel digital.
Uma das opções para operação do equipamento é o método de transmissão direta,
recomendada para camadas de espessura média a delgadas de solos e asfalto, onde a fonte de
raios gama é introduzida no material através de um pequeno furo. Os raios gama são emitidos
através do material e medidos no detector localizado na superfície (como esquematizado na
Figura 3.14), obtendo-se a média da massa específica do material testado. Neste processo, o
operador pode escolher a profundidade de medição da massa específica. O equipamento
também mede o teor de umidade do material, dispondo todos os resultados do ensaio no seu
painel digital.
Figura 3. 14 – Funcionamento do Densímetro Nuclear
Fonte: http://www.pattrol.com.br/equipamentos/massa.html - último acesso em 13/06/2008
Este equipamento que apresenta rapidez na obtenção dos resultados, onde tem sido
comprovado na prática4 que o método é de seis a dez vezes mais rápido do que os
tradicionais, possibilitando assim uma grande economia na obra; outra vantagem é a
eliminação de grande parte de erros humanos ou de equipamento e material (balança
4 Segundo texto encontrado em: http://www.pattrol.com.br/equipamentos/massa.html (último acesso em 13/06/2008)
22
descalibrada, areia fora das especificações, etc). Porém, além do custo elevado do
equipamento e de exigir mão de obra qualificada em função dos procedimentos de segurança
contra a radioatividade, caso a superfície da camada avaliada esteja irregular, esta irá fornecer
GC´s distintos num mesmo ponto.
As Figuras 3.15 a 3.18 ilustram o procedimento de ensaio utilizado na obra
acompanhada:
Figura 3. 15 – Detalhe de dispositivo que serve para orientar o Densímetro na camada antes do ensaio.
Figura 3. 16 – Haste cravada até a altura desejada, formando uma cavidade para encaixe da haste do aparelho; a superfície é delimitada para colocar corretamente o equipamento.
Figura 3. 17 – Detalhe do painel do Densímetro Nuclear
Figura 3. 18 – Inserção dos dados de laboratório para o fornecimento automático do grau de compactação pelo equipamento após o ensaio.
3.2.4. Balão de Borracha
O procedimento consiste essencialmente na medição do volume do solo escavado
mediante o inchamento de uma membrana (balão) de borracha que contém água, como pode-
se observar na Figura 3.19. Após executar o furo na camada a ser avaliada, apóia-se a bandeja
sobre a superfície, por meio da bomba aplica-se pressão no reservatório de água até o balão
23
preencher completamente o furo, determinando-se assim seu volume. O grau de compactação
é determinado da mesma àquela apresentada com o frasco de areia.5
Figura 3. 19 – Desenho esquemático do Ensaio de Balão de Borracha.
As Figuras 3.20 e 3.21 ilustram o procedimento de ensaio, utilizada na obra
acompanhada:
Figura 3. 21 – Realização do Ensaio de Balão de Borracha
F B
5 VSolME
igura 3. 20 – Equipamento utilizado no Ensaioalão de Borracha.
er mais informações sobre procedimento de ensaio em: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. o – Determinação da Massa Específica Aparente “in situ” com emprego do Balão de Borracha. DNER- 036/94
24
Este método é restrito, proporcionando menor precisão na determinação do volume
da cavidade realizado na massa de solo compactada, comparativamente ao frasco de areia, em
função da possibilidade de ocorrência de dobras quando do enchimento do balão. Outros
fatores também constituem problemas não sempre adequadamente atendidos como a presença
de agregados graúdos (pode provocar furos no balo de borracha); a lisura das paredes, a
fixação da placa base e o ajuste pra obter a leitura inicial.
3.2.5. Emprego do Óleo
Este método consiste na medição do volume de solo escavado mediante o despejo de
um óleo de elevada viscosidade (SAE 40), cujo volume utilizado se mede com a precisão
requerida através de uma proveta com capacidade para 1000ml, graduada em 1ml. Segue o
mesmo princípio do ensaio de Frasco de Areia e Balão de Borracha, tanto para execução de
uma cavidade cilíndrica com o auxílio de uma bandeja, quanto para o cálculo do grau de
compactação.6
3.2.6. Mini-CBR in situ
Este ensaio permite determinar in situ a capacidade de suporte Mini-CBR – da
metodologia MCT (Miniatura, Compactado, Tropical), expresso em porcentagem – de
camadas do pavimento compostas de solos de granulometria fina.
Este método de ensaio consiste basicamente na penetração do pistão para o interior
do terreno previamente nivelado, por meio do macaco hidráulico de carga fixado em uma
carga de reação, que pode ser desde um material facilmente transportado e colocado
simetricamente sobre a base do suporte do macaco (sacos de areia, blocos de concreto),
quanto uma perua Kombi ou similar com pára-choque provido de encaixe apropriado para
adaptar o suporte de transmissão da sobrecarga, como se observa na Figura 3.22.
6 Ver mais informações sobre procedimento de ensaio em: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Solo – Determinação da Massa Específica Aparente “in situ”, com emprego do óleo. DNER-ME 037/94
25
Figura 3. 22 – Desenho esquemático do Ensaio Mini-CBR in situ.
Fonte: Prefeitura do Município de Recife, ME-56. 2003
Durante o ensaio efetuam-se as leituras no relógio comparador do anel
dinamométrico correspondentes às penetrações de 0,5,1,0, 1,5, 2,0, 2,5, 3,0, 3,5, 4,0, 4,5 e 5,0
mm. Calculam-se as cargas correspondentes às leituras do anel dinamométrico, elabora-se um
gráfico da relação carga x penetração, traça-se a curva média por estes pontos, e anota-se os
valores de carga correspondentes às penetrações de 2,00 e 2,50 mm sendo procedimento para
obtenção dos parâmetros similar ao tradicional CBR.
Calcula-se os valores Mini-CBR.1 e Mini-CBR.2 através das fórmulas
1log*896,0254,0)1.log( CMiniCBR +−= e 2log*937,0356,0)2.log( CMiniCBR +−= , onde
C1 2 C2 são as cargas correspondentes às penetrações de 2,00 e 2,50 mm. Adota-se o maior
valor como o índice de suporte Mini-CBR, representado por um número em porcentagem, o
qual expressa a capacidade da camada do solo em uma determinação ou na média de
determinações em torno do ponto ensaiado.
3.2.7. Penetrômetros
Sendo a penetração de uma haste no terreno uma técnica antiga utilizada para se
obter medidas de resistência das camadas do mesmo, a evolução deste processo originou os
penetrômetros atuais. Estes equipamentos podem avaliar a resistência se uma maneira
estática, onde a energia aplicada para efetuar a penetração é obtida através de um sistema de
forças como macaco hidráulico, ou de uma forma dinâmica, onde a energia aplicada para
26
penetração é obtida através da queda livre de uma massa padronizada sobre um elemento
solidário à haste de penetração. De uma forma geral, a resistência à penetração do
equipamento estima o CBR do material através de um determinado processo de calibração.
Este tipo de equipamento para estimativa de CBR, que possui as vantagens de
praticidade, simplicidade e ser portátil, além de avaliar a estrutura de forma semi-destrutiva,
tem desenvolvimento de modelos em diversos países (embora não sejam são normatizados no
Brasil), que podemos destacar:
3.2.7.1. Penetrômetro Agulha de Proctor
O equipamento consiste de uma haste provida de mola, no interior de um cilindro
graduado, constituindo um verdadeiro dinamômetro, em cuja parte superior há uma
braçadeira. Aplicando-se à agulha de dimensões padronizadas certa força com as mãos no
sentido de enterrá-la no solo, o esforço necessário para cravá-la é medido pelo dinamômetro.
A resistência à penetração é calculada através da força e da área da agulha. A Figura 3.23
mostra o equipamento acondicionado em recipiente próprio.
Figura 3. 23 – Penetrômetro da Agulha de Proctor
Fonte: BERTI, 2005
A agulha de Proctor antigamente foi utilizada no controle de compactação: “O
terreno deveria ser compactado até que a resistência, indicada pela agulha de Proctor,
mostrasse certo valor correspondente àquele que se determinasse em laboratório sobre os
corpos de prova compactados na umidade ótima e densidade máxima. Havia, entretanto, o
inconveniente do aterro apresentar altas resistências sem estar saturado. Tais altas resistências
poderiam desaparecer com a saturação do aterro. Além disso, as pontas das agulhas são muito
pequenas e medirão resistências em áreas muito restritas. Estas medidas poderiam então ser
muito influenciadas por torrões duros ou pedras próximas da superfície do aterro. Assim o
27
controle de compactação a partir da medida das suas resistências tem caído em
desuso”(VARGAS, 1981 apud: BERTI, 2005).
3.2.7.2. Penetrômetro Clegg Hammer
O equipamento é constituído de um soquete, pelo qual uma massa de 4,5 kg com 5
cm de diâmetro é liberada de uma altura de 45 cm e cai livremente, sendo guiada por um tubo,
que exerce sobre a superfície uma desaceleração proporcional à rigidez do material no ponto
de impacto. Conjuntamente, um acelerômetro incorporado ao soquete gera uma descarga
elétrica conduzida por um cabo coaxial a um aparelho de leitura, alimentado por baterias, que
registra a desaceleração máxima. Dessa forma, o nível obtido após o 4ª golpe é tomado como
o Valor de Impacto do material que é registrado em um visor digital, no qual se relaciona com
a rigidez da camada, ou seja, este equipamento avalia a intensidade do repique ao impacto
(BERTI, 2005). As Figuras 3.24 e 3.25 ilustram alguns dos modelos de Clegg Hammer
disponíveis no mercado.
Figura 3. 24 – Equipamento Clegg Hammer. Modelo com 4,5kg. Fonte: http://www.geotestusa.com/CatalogImages/FullSize/E-920.jpeg
Figura 3. 25 – Equipamento Clegg Hammer. Modelo com 20kg . Fonte: http://www.lafayetteclegg.com/product_detail.asp?ItemID=1489
Por ser um ensaio simples e rápido, há a possibilidade de se obter um grande número
de Valores de Impacto em um reduzido espaço de tempo (até 250 em 12 horas). O Valor de
Impacto é uma indicação da resistência do solo e existe uma correlação com os resultados dos
testes CBR realizados em laboratório ou in situ. A norma internacional (ASTM D 5874)
28
recomenda que haja uma calibração para cada material a ser testado com o Penetrômetro
Clegg, relacionando os tipos de materiais que podem ser submetidos ao equipamento:
materiais estruturais do pavimento, solos e solos-agregados com partículas menores a 37,50
mm.
3.2.7.3. Penetrômetro North Dakota
O ensaio pode ser facilmente empregado in situ, no subleito natural ou no subleito
preparado por compactação ou estabilização, ou em laboratório, desde que o solo seja
moldado em cilindros grandes. Sua aplicação se limita aos solos de granulometria fina,
particularmente aos solos argilosos, devendo-se verificar a presença ou não de britas e seixos,
já que estes alteram a obtenção do resultado.
Este equipamento foi desenvolvido pelo North Dakota State Highway Department
(ROAD RESEARCH LABORATORY apud BERTI 2005), e consiste de um eixo com um
cone agudo (meio ângulo de 7º45’) na sua extremidade. Provém de pratos que são fixados à
extremidade superior do eixo e de uma escala de nônio. À medida que se carrega o prato com
pesos crescentes, o eixo é solto durante um minuto, o que permite a cravação do cone. Os
resultados são a relação das medidas das cargas pela da área da seção do cone.
3.2.7.4. Penetrômetro Britânico
Esta ferramenta é precisa para a avaliação da uniformidade do subleito em ambas as
direções, horizontal e vertical, e foi desenvolvido pelo antigo Departamento Experimental de
Engenharia Militar, em Christchurch, Hampshire. Em sua constituição, duas escalas,
correspondentes a diferentes tamanhos de cone, indicam a resistência do solo em termos de
um “índice de cone” ou o equivalente CBR in situ.
29
Figura 3. 26 – Penetrômetro Britânico.
Fonte: CRONEY e CRONEY, 1998 apud BERTI, 2005
O instrumento pode ser utilizado satisfatoriamente para se examinar a variação do
valor de CBR em relação à profundidade. Neste processo, o cone é cravado a uma velocidade
constante no solo, e a leitura, observada para as diferentes profundidades anotadas na haste.
Embora a leitura se correlacione de forma justa com o CBR in situ em solos finos, o mesmo
não ocorre com solos de granulometria grossa (CRONEY e CRONEY, 1998 apud BERTI,
2005).
3.2.7.5. Penetrômetros Dinâmicos
Atualmente há diversos modelos desenvolvidos de Penetrômetros Dinâmicos, que
por ser uma ferramenta simples, fácil confecção e de melhor relação custo-benefício de
aplicação na avaliação da capacidade de suporte in situ tornou-se o equipamento mais
divulgado dentre os vários tipos de Penetrômetros e objeto de vários estudos.
O equipamento constitui-se principalmente de uma haste com cone na ponta, que é
introduzido ao solo através da queda de um peso/soquete que se dá de forma manual. A altura
de queda e peso do soquete, assim como o ângulo de abertura e diâmetro do cone variam de
acordo a confecção do equipamento realizada por cada instituição. Este ensaio fornece o valor
da taxa de penetração do equipamento no solo, que pode ser relacionada como uma estimativa
do CBR in situ. A densidade do solo pode ser também estimada se o tipo de solo e seu teor de
30
umidade forem conhecidos. Com isso, é necessária a calibração do equipamento para os
diferentes materiais empregados.
No Brasil, além dos penetrômetros para a estimativa de CBR in situ, foi
desenvolvido também penetrômetro dinâmico para avaliação do mini-CBR in situ, que utiliza
da metodologia MCT (Miniatura, Compactado, Tropical). Este equipamento é utilizado para
avaliação da resistência na construção de valas do sistema de abastecimento de São Paulo
devido à facilidade de mobilidade (pequenas dimensões) e de suprir a realização de ensaios
laboratoriais na obtenção parâmetros para determinar o grau de compactação da camada
(FORTES et al 2006.).
3.2.8. Ensaio para Controle Tecnológico utilizando a Viga Benkelman
A Viga Benkelman é um equipamento utilizado para medição de deflexões
reversíveis do pavimento. O ensaio mede as deformações recuperáveis nas camadas,
permitindo determinar experimentalmente a linha de influência das cargas (bacia de
deflexões).
O principio da viga é o da alavanca: a deflexão é sensível na ponta da haste rígida da
viga, que está articulada em um corpo de apoio e em sua outra extremidade há um
extensômetro que, quando a ponta se desloca pra cima (principio da deflexão reversível), faz
com que a outra extremidade desloque-se para baixo, alterando a leitura do extensômetro.
Para realizar o ensaio é necessário um caminhão com eixo traseiro simples tipo
toco,de roda dupla com 8,2t (carga padrão para medir a deformação elástica) e 100psi de
pressão pneumática. A viga tem sua ponta de prova colocada entre o par de rodas traseira do
caminhão (no eixo); o caminhão se afasta da ponta de prova entre as rodas, onde deve-se fazer
leituras no extensômetro. É colocada uma régua na lateral do caminhão para auxiliar dos
pontos onde realizar as leituras. Ao se afastar, a superfície do pavimento estará retornando ao
seu plano original quando não estava carregada, por isso a leitura no extensômetro se altera
(BERNUCCI et al 2007).
As deflexões maiores que previsto calculado no projeto, demonstram falha no
processo executivo, seja por uso de material inadequado ou presença de material com excesso
de umidade. Isto se deve ao fato do pavimento ser de um sistema de camadas que trabalham
solidariamente, permitindo compatibilizar os materiais em termos de rigidez, por isso
31
parâmetros como a espessura, Módulo de Resiliência e Coeficiente de Poisson (elasticidade)
do material, analisados em conjunto, proporcionam a deflexão de camada.
As Figuras 3.27 e 3.28 ilustram o processo deste ensaio, acompanhado nesta obra.
Figura 3. 27 – Realização do Ensaio de Viga
Figura 3. 28 – Detalhe da régua com leituras intermediárias
3.2.9. Resumo da Freqüência dos Ensaios de Controle Tecnológico no Brasil
A Tabela 3.1 apresenta um resumo da freqüência dos ensaios solicitados no controle
tecnológico, segundo as especificações brasileiras.
Tabela 3. 1 – Freqüência da solicitação de ensaios para Controle Tecnológico, segundo normas brasileiras (continua...)
Ensaio7 DER – PR ES-P 01/05 e DER – PR ES-T 06/05
DER – SP ET-DE-Q00/003 DNER – ES 299/97
Caracterização
Ensaios LL, LP e granulometria. R.S.: 4500m2 de pista
C.A: a cada dez ensaios de compactação.
C.F.A.: 1000m3.
Classificação MCT e Análise Granulométrica: um ensaio a
cada quatro amostras submetidas ao ensaio de
compactação.
R.S.:a cada 300m de pista ou por jornada diária de trabalho. Pode ser
reduzida a uma amostra por segmento de 1000m de extensão
quando material homogêneo. Compactação
(Determinação da Massa Específica
Aparente Máxima Seca e Umidade ótima)
R.S.: 4500m2, amostras coletadas na pista.
C.A: a cada 1000m3. C.F.A.: a cada 200m3 e no mínimo três ensaios por
pano de 600m.
C.A: a cada 1500m2
C.F.A.: a cada 750m2
R.S.:a cada 300m de pista ou por jornada diária de trabalho. Pode ser
reduzida a uma amostra por segmento de 1000m de extensão
quando material homogêneo.
Índice de Suporte Califórnia
R.S.: 9000m2 de pista. C.A e C.A.F.: 1000m3.
C.A e C.A.F.: um ensaio a cada quatro amostras
submetidas ao ensaio de compactação.
R.S.:a cada 300m de pista ou por jornada diária de trabalho. Pode ser
reduzida a uma amostra por segmento de 1000m de extensão
quando material homogêneo.
Massa Específica Aparente Seca
in situ
R.S.: 750m2 de pista à 20 cm de profundidade.
C.A: máximo a cada 200m, mínimo duas determinações por camada.
GC em relação à ρ máx seca ≥100% C.F.A.: 150m3 para extensão inferior
a 100m mínimo duas execuções. GC≥95%
C.A: a cada 350m2
C.F.A.: a cada 250m2
Profundidade mínima de 75% da espessura da
camada.
Em locais escolhidos aleatoriamente, por camada, distribuídas
regularmente ao longo do segmento.Pistas com extensão limitada
(volumes máx. de 1250 m3 de solo) deverão ser feitos, no mínimo, cinco
ensaios para cálculo do G.C. GC≥100%
7 RS= Regularização de Subleito; C.A.= Corpo de Aterro; C.F.A.=Camada Final de Aterro; GC= grau de compactação; w=teor de umidade; wót = umidade ótima.
32
Tabela 3. 1 – Freqüência da solicitação de ensaios para Controle Tecnológico, segundo normas brasileiras (...continuação)
Ensaio DER – PR ES-P 01/05 e DER – PR ES-T 06/05
DER – SP ET-DE-Q00/003 DNER – ES 299/97
Umidade Higroscópica
Método da Frigideira. R.S.: 750m2 de pista.
C.A: máx. a cada 200m, mínimo duas determinações por camada.
C.F.A.: 150m3 para extensão inferior a 100m, mínimo duas determinações.
w aceitável: ±3% e ±2% em relação à wót para primeiras camadas e C.A.,
e camada superficial respectivamente
Método Speedy. Coleta de Amostras
a cada 150m2. w aceitável: compreendida no intervalo de ±3% e ±2% da wót para o C.A. e da C.F.A,
respectivamente.
R.S.: 100m de pista w aceitável: compreendida no intervalo de ±2% da wót
Medidas de Deflexões
Recuperáveis
R.S.:Em locais aleatórios, espaçados no máximo a cada 100m.
Outras verificações de campo
R.S.:Acompanhar o deslocamento longitudinal de um rolo de pneus
com peso mínimo de 20t e pressão de inflação de 5,6kgf/cm2,
observando eventuais formas de ruptura, deformações excessivas e/ou
ascensão de água à superfície sob ação do rolo.
33
3.3. O DCP
3.3.1. Histórico
A penetração de uma haste no terreno é uma técnica antiga utilizada para se obter
medidas de resistência das camadas de um terreno, onde sua forma mais evoluída originou os
penetrômetros atuais (LIMA, 2000). Os engenheiros e arquitetos valiam-se da introdução de
varas de madeira ou hastes metálicas no solo já no início do século XIX com o objetivo de
avaliarem qualitativamente a resistência dos terrenos, baseando-se na resistência oferecida à
penetração das hastes (RÖHM, 1984. apud LIMA, 2000)
O primeiro penetrômetro dinâmico da literatura foi desenvolvido nos Estados Unidos
da América, em 1933. Era um equipamento semelhante ao Standard Penetration Test, operado
manualmente, com uma haste de aço de 32.5mm de diâmetro, a qual possuía em uma das
extremidades uma ponta cônica de 60º de abertura e diâmetro máximo da seção transversal de
50mm (BONDARIK, 1967 apud LIMA, 2000).
No início da década de 50, Scala, ao participar do projeto de recuperação e
duplicação de estradas na Austrália, buscou aperfeiçoar os procedimentos de campo para
obtenção da capacidade de suporte do subleito, procurando uma solução capaz de medir a
resistência in situ do material de forma simples, rápida, aplicável a uma gama considerável de
materiais e com embasamento teórico (SCALA, 1956. apud LIMA, 2000).
Após testar vários ensaios existentes na ocasião para caracterização de suporte do
subleito in situ tanto de forma direta como indireta, observou que a maioria dos equipamentos
falhava em relação à simplicidade e rapidez. Assim, juntamente com o objetivo de
desenvolver um equipamento que fosse capaz de revelar a estrutura de um pavimento
existente, em termos de resistência e espessura, Scala desenvolveu um penetrômetro dinâmico
portátil chamado na época de Scala Penetrometer, e posteriormente, Dynamic Cone
Penetrometer – DCP, cuja ponta cônica encontrada em uma das extremidades da haste
possuía um ângulo de abertura de 30º. Scala ainda esclarece que não objetivava abandonar o
ensaio CBR, e sim necessitava obter um procedimento rápido, simples e de custo reduzido
para a avaliação estrutural e determinação de vida útil restante de pavimentos existentes
(LIMA, 2000).
34
Em 1969 Van Vuuren, no Zimbabwe, ao pesquisar a operacionalidade e resultados
de vários modelos de penetrômetros, afirma que o DCP desenvolvido por Scala apresentava a
melhor aplicabilidade em campo e correlação considerável com o CBR, e realizou
modificações no equipamento (HARISON, 1986 apud DAL PAI, 2005).
Na África do Sul, o Transvaal Road Department – TRD iniciou em 1973 uma
extensa campanha de investigação de pavimentos rodoviários, onde através de pesquisas
realizou modificações no equipamento DCP, como a alteração do ângulo de abertura da ponta
cônica para 60º, proporcionando a configuração mais conhecida e utilizada do DCP no mundo
todo. A alteração do ângulo do cone proporciona uma maior vida de trabalho e produz uma
representação gráfica dos resultados mais bem definida do que com o ângulo de 30º (KLEYN,
1975 apud LIMA, 2000).
Na Bélgica, Kindermans, do Centre de Recherches Routières, desenvolveu um
equipamento denominado “La Sonde de Battage Légère”, com o mesmo princípio de
funcionamento do DCP, porém sofisticou a leitura da penetração com a utilização de régua
telescópica (KINDERMANS, 1976 apud: LIMA, 2000).
As diferenças resultadas das modificações do equipamento DCP desde a sua criação
por Scala são apresentadas na Tabela 3.2 (LIMA, 2000):
Tabela 3. 2 – Aprimoramento das Características do Equipamento DCP ao longo do tempo (continua...)
SSccaallaa ((11995566))
VVaann VVuuuurreenn ((11996699))
KKlleeyynn //TTRRDD ((11997733))
KKiinnddeerrmmaannss ((11997766))
Peso do Martelo (kgf) 9,08 10,0 8,0 10,0 Altura de queda do
martelo (mm) 508 460 575 500 Diâmetro externo da
haste (mm) 16 16 16 21,3 Diâmetro interno da
haste (mm) - - - 11,3
Diâmetro da ponta cônica (mm) 20,0 20,0 20,0 25,2
Ângulo de abertura da ponta cônica 30º 30º 60º 60º
Altura total do equipamento (m) 1,70 1,70 1,90 -
Peso Total (kgf) 14,0 14,0 14,0 -
Em 1980 em Botwsana, África, Overby, do Departamento de Estradas concluiu que o
DCP é o ensaio de maior aplicabilidade em campo ao comparar os resultados obtidos com a
utilização do DCP, viga Benkelman e Clegg-Hammer.(OVERBY, 1982. apud DAL PAI,
35
2005). A ainda em 1983 na França, foi desenvolvido um pequeno penetrômetro dinâmico para
estimar o valor de CBR (SMITH e PRATT, 1983 apud: DAL PAI, 2005).
Em 1984, Livneh e Ishai realizaram vários trabalhos de investigação e avaliação da
capacidade de suporte de pavimentos como no Aeroporto Ben Gurion, em Israel (LIVNEH, e
ISHAI, 1988. apud FONTES, 2001). Livneh relata o desenvolvimento na Alemanha de um
DCP com dispositivo pneumático para o içamento do martelo, sendo indicado na avaliação de
solos muito resistentes; entretanto houve perdas na mobilidade do equipamento (LIVNEH,
1987. apud LIMA, 2000).
No Reino Unido em 1986, o Transport and Road Research Laboratory – TRRL
apresentou um DCP desenvolvido pela instituição com características idênticas ao
equipamento desenvolvido pelo Transvaal Road Department (TRRL, 1986. apud: LIMA,
2000). Esta instituição deu a preferência do uso do DCP entre vários ensaios não destrutivos
(FONTES, 2001). Os estudos posteriores, desenvolvidos em diversos países como Estados
Unidos, Sri Lanka, Chile, Argentina, Peru e Brasil para procedimentos de ensaios e obtenção
de parâmetros com o equipamento utilizaram o modelo DCP divulgado por esta instituição.
Em 2003, um dos órgãos de regulamentação e padronização de procedimentos
experimentais do mundo – a ASTM apresentou à comunidade científica um procedimento
padrão de ensaio DCP através da norma D-6951.
No Brasil, trabalhos com o uso do DCP foram desenvolvidos em diversas regiões, a
maioria com equipamentos de fabricação própria baseado no modelo TRRL. Em 1999 a
empresa Solotest passou a produzir no Brasil o DCP com características idênticas ao modelo
desenvolvido pelo TRD, oferecendo pontas cônicas de 30º e 60º.
No Departamento de Estradas e Rodagens – DER o Paraná, Heyn (HEYN, 1986 apud
LIMA, 2000) construiu um DCP baseado no modelo divulgado pelo TRRL. Na Escola de
Engenharia da USP de São Carlos, foram desenvolvidas por Röhm em 1984 correlações
envolvendo índices mini-CBR e DCP, onde o mesmo pesquisou inclusive um modelo de
Penetrômetro Dinâmico Leve UFV-I, desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa. Do
Instituto Tecnológico de Aeronáutica, em 1994 Vertamatti reintroduziu estudos com o DCP, e
orientou outros trabalhos de verificação de potencialidades do equipamento como os de
Oliveira (OLIVEIRA, 1998 apud: LIMA, 2000), Costa (COSTA, 1999 apud LIMA, 2000), de
controle tecnológico de compactação de solos lateríticos como Lima (LIMA, 2000), e
correlações do CBR com solos tropicais com Carvalho (CARVALHO, 2005) e Amaral
(AMARAL, 2005). No estado da Paraíba, foram desenvolvidos trabalhos de avaliação
36
estrutural de trecho pavimentado com solos lateríticos com o DCP e outros tipos de ensaios,
por Rodrigues e Lucena (RODRIGUES, e LUCENA, 1991 apud ALVES, 2002) e por
Santana, Lucena e Macêdo (SANTANA; LUCENA e MACÊDO, 1998 apud: ALVES, 2002).
Na Universidade Estadual de Campinas, foi desenvolvido um estudo experimental da
avaliação da capacidade de suporte por Berti (BERTI, 2005). Na Universidade Federal de
Santa Catarina, Trichês e Cardoso (TRICHÊS e CARDOSO, 1998 apud ALVES, 2002)
iniciaram estudos correlacionando índices CBR e DCP, apresentando em 1999 correlações
envolvendo DCP e propriedades resilientes dos materiais. Trichês ainda orientou trabalhos
como de Fontes (FONTES, 2001) e Dal Pai (DAL PAI, 2005) para investigação geotécnica, e
controle tecnológico da camada final de terraplenagem com Alves (ALVES, 2002).
3.3.2. Aplicações e Limitações do DCP
O ensaio realizado com o DCP nada mais é do que medir a resistência à penetração,
de uma haste com ponta cônica em sua extremidade, que um material em seu estado natural
ou compactado oferece ao golpeá-lo com a queda livre de um peso padrão – ou martelo como
alguns autores definem. Como a resistência ao cisalhamento do solo também é uma
propriedade avaliada com o ensaio CBR, há uma boa correlação entre o ensaio DCP e o CBR,
sendo a estimativa de capacidade de suporte do pavimento com do DCP sua correlação mais
divulgada.
Os resultados obtidos com o DCP permitem a investigação geotécnica de pavimentos
existentes, definindo a espessura das camadas, já que detecta a mudança de resistência à
penetração que as mesmas oferecem e revela a estrutura real do pavimento. Essa vantagem,
aliada ao baixo custo, torna o DCP uma ferramenta de estudos voltada para a investigação de
subleito e de camadas de pavimento já existentes para execução de projetos e manutenção de
vias por prefeituras e autoridades com poucos recursos para investimento no setor.
Além da capacidade de suporte, outro parâmetro obtido com o DCP é o módulo de
elasticidade in situ (CHUA, 1987 apud DAL PAI, 2005) O DCP também pode ser aplicado
para estimar a Resistência à Compressão Simples (McELVANEY e DJATNIKA, 1991 apud
DAL PAI, 2005.) e Módulo Resiliente (ANGELONE et al, 1991 apud ALVES, 2002). Devido
às vantagens do equipamento, muitas instituições como o Minnesota Department of
Transportation (Mn/DOT) divulgam várias pesquisas para essas potenciais aplicações do
equipamento.
37
Sabe-se que a compactação em campo é influenciada, além do tipo de solo e teor de
umidade, pela espessura da camada, a intensidade da pressão aplicada pelo equipamento de
compactação e a área sobre a qual a pressão é aplicada: a pressão aplicada na superfície
decresce com a profundidade, ou seja, camadas muito espessas não são compactadas
homogeneamente, e o número de passadas do equipamento de compactação também interfere
nas propriedades estruturais.
Neste contexto, DCP revela de forma rápida e suficiente precisa o grau de
heterogeneidade das propriedades estruturais das diferentes camadas do pavimento,
fornecendo uma real previsão da vida útil do mesmo. Pode verificar a eficiência dos
equipamentos de compactação utilizados em obra, e além ser uma ferramenta para o controle
de compactação das camadas executadas verificando também se a compactação se deu de
forma uniforme ao longo do perfil de forma rápida.
Parâmetros como tipo de solo e principalmente origem influenciam muito nos
resultados do DCP, assim como a umidade in situ, quando se pretende realizar o controle de
tecnológico e avaliar materiais de origem tropical e subtropical. O tipo de solo, que é dado
através de granulometria e plasticidade conforme especificações estrangeiras, por si só não
representa um grupo para correlacionar os índices do ensaio DCP e CBR, visto que nas
regiões de clima tropical o intemperismo físico e químico atua intensamente, produzindo
solos de comportamento distintos ao esperado pela classificação usual como em relação à
contração e expansão, elaborada em regiões de clima temperado. Dal Pai desenvolveu um
amostrador acoplável ao DCP para facilitar a identificação do tipo de solo no caso de
investigação de subleito, e a determinação a umidade in situ.8
Em ensaios CBR realizados com a confecção de moldes em umidades distintas da
mesma energia de compactação, teores de umidade maiores que a ótima diminuem
consideravelmente a capacidade de suporte do material. Entretanto, se o material estiver com
o teor de umidade abaixo em 2,0% da ótima, o DCP não é capaz de avaliar seu grau de
compactação, já que o DCP apresenta valores constantes no ramo seco dos materiais. Estes
fatos sugerem a necessidade um intervalo de aceitação do teor de umidade distinto para cada
material ao serem avaliadas (ALVES, 2002).
Algumas dificuldades de penetração podem ser encontradas em camadas fortemente
estabilizadas, camadas de solo muito ressecadas ou materiais granulares: neste último caso,
8 Ver sobre coleta de amostras em DAL PAI, C.M. Op. Cit., In: Determinação da resistência e da umidade dos perfis de solo das vias não pavimentadas. p.193-198.
38
com presença de dispersão dos resultados por medir a resistência à quebra dos grãos pelo
DCP. Mesmo assim, alguns autores afirmam que a faixa de trabalho do DCP é ampla,
abrangendo desde solos moles ou poucos consistentes, até camadas de bases muito resistentes
constituídas por brita graduada ou pedregulho (NOGAMI e VILLIBOR, 1995 apud ALVES,
2002). Kleyn (KLEYN, 1975 apud LIMA, 2000), também recomenda a utilização do DCP em
materiais cimentados e brita, com diâmetro máximo de 75mm (KLEYN, 1975 apud LIMA,
2000). Ainda, o TRRL indica a utilização do DCP inclusive para tratamentos superficiais
simples ou duplos, recomendando a remoção de camadas betuminosas previamente ao ensaio.
Há vários programas computacionais para investigação de subleito através da
utilização do DCP, onde a entrada de dados obtidos em campo fornece o perfil do solo e suas
respectivas capacidades de suporte, entre outras propriedades. Entretanto, a maioria não leva
em conta o tipo do solo, dando correlação generalizada para os materiais avaliados.
3.3.3. Equipamento DCP e Procedimento de Ensaio
O modelo do DCP reproduzido através das características adotadas pelo TRRL é
apresentado na Figura 3.29: 9
9 O DCP utilizado controle tecnológico da obra em estudo teve hastes confeccionadas com 80cm de altura, visto que a altura do equipamento original era incompatível para a estatura da mão de obra disponível no local aplicado. Com isso, a altura total do equipamento utilizado na pesquisa possui 1840mm.
39
Figura 3. 29 – Equipamento DCP, conforme modelo TRRL
Fonte: DAL PAI, 2005
O equipamento DCP consiste em uma barra de aço de 16 mm de diâmetro e um cone
aço de 20 mm de diâmetro com 60º fixado na extremidade dessa barra: o diâmetro da ponta
cônica é superior ao diâmetro da haste, evitando que a penetração meça não somente a
resistência da ponta, mas também o atrito lateral. O conjunto cone-haste é posicionado na
superfície da estrutura do pavimento a ser avaliada e a penetração realizada pela ação
dinâmica de um martelo de aço, com 8,0 kgf de peso deslizando por uma haste cursora de aço
de 25mm de diâmetro, com altura de queda livre de 575mm. Na lateral da barra de 16 mm é
fixada uma régua de aço graduada usada para fazer a leitura da profundidade de penetração do
cone para cada série de golpes escolhidos arbitrariamente. Os componentes do equipamento
podem ser observados na Figura 3.30.
São necessários dois operadores para a realização do ensaio: um para segurar o
punho verticalmente e levantar o peso, outro para realizar as leituras penetração do cone na
régua (Figura 3.32), observando se o equipamento está sendo operado verticalmente na
superfície da camada a ser penetrada, evitando que haja atrito entre a barra de 25mm e o
40
martelo e superestime o valor do CBR. Deve-se realizar o primeiro golpe levantando
parcialmente o martelo, permitindo uma pequena penetração do cone, sendo este valor
desconsiderado, principalmente em solos mais resistentes ou coesivos – no caso de avaliar
uma camada arenosa o próprio peso estático do martelo já promovia uma pequena penetração
inicial na superfície. Em seguida calibra-se a régua graduada, anotando a leitura zero em uma
planilha de campo (Figura 3.31).
Figura 3. 31 – Detalhe da leitura na régua graduada milimetricamente
Figura 3. 32 – Execução do Ensaio com DCP com dois operadores: um para realizar leituras de penetração na régua verificando verticalidade do equipamento e outro para segurar o DCP e aplicar os golpes.
F cd
o
a
igura 3. 30 – Detalhe do DCP desmontado: régua,one, haste, e martelo de aço encaixado em haste eslizante com suporte para régua.
A partir de então, inicia-se a cravação do cone para sucessivos golpes, levantando-se
martelo até o topo da haste superior e soltando-o em queda livre para bater na bigorna,
notando-se a leitura de penetração numa planilha padrão.
41
As leituras podem ser tomadas de três formas, sendo elas: após cada golpe do
martelo, após uma série de golpes dados e em incrementos de penetração, sendo a ultima
menos indicada (LIMA, 2000).
No caso de operadores pouco experientes com o ensaio DCP, as leituras deverão ser
realizadas a cada golpe do martelo. Com o aumento da experiência e sensibilidade do
operador como ensaio, o número de golpes para cada leitura de penetração poderá ser
modificado de acordo com a resistência observada na camada (LIMA, 2000).
O número de golpes arbitrariamente escolhido pode ser mudado dependendo da
resistência da camada penetrada. Segundo o TRRL é recomendado fazer a leitura para base
granular de boa qualidade, a cada 5 ou 10 golpes, e para sub-base e subleito de baixa
resistência 1 a 2 golpes por leitura de penetração. Se as leituras de penetração não forem
freqüentes, pontos fracos não serão avaliados e será mais difícil identificar, precisamente, as
divisas das camadas, perdendo-se importantes dados. O índice de penetração tão baixo quanto
0,5mm/golpe é aceitável, mas se para 20 golpes sucessivos não houver penetração, considerar
como impenetrável (LIMA, 2000).
Após a realização do ensaio, o equipamento é removido do pavimento golpeando
com o martelo em sentido contrário, ou seja, de baixo para cima, batendo no punho, na
posição vertical para não danificar o mesmo.
Alguns cuidados devem ser tomados na execução do ensaio. Além de manter o
equipamento verticalmente, deve-se cuidar para que durante o levantamento do martelo este
não se choque energeticamente no punho do equipamento, provocando um movimento
ascendente no conjunto haste-cone, o que afetaria o resultado do ensaio. Também se deve
verificar se todas as peças estão devidamente rosqueadas antes de iniciar cada ensaio, já que
as peças soltas além de propiciar resultados errôneos, produzem desgastes das roscas. O cone
deve ser trocado quando o seu diâmetro reduzir em mais de 10%, quando a superfície estiver
ruim ou a ponta danificada (SASKATCHEWAN HIGHWAYS AND TRANSPORTATION,
1992).
42
Figura 3. 33 – Detalhe do desgaste do cone. À esquerda, cone deteriorado pelo uso, onde há uma redução no seu
diâmetro e sua ponta encontra-se danificada; à direita cone novo.
3.3.4. Interpretações de Resultados
Os resultados obtidos no ensaio são anotados em planilha padrão, onde indica para
cada golpe aplicado ou série de golpes, a penetração alcançada pelo cone.
A partir destes resultados, tem-se a Curva DCP que é a representação do numero de
golpes acumulado para a penetração do equipamento através da estrutura do solo na
profundidade. As ordenadas indicam as profundidades, e as abscissas, o numero de golpes
acumulado para alcançar estas profundidades, como se pode observar na Figura 3.34.
DN=
DN=
DN=
Figura 3. 34 – Exemplo de curva DCP Fonte: LIMA; 2000
43
A mudança de inclinação da curva DCP mostra a diferença na resistência do perfil,
seja por mudança na umidade, mudança de material, mudança no estado de compactação do
material ou mudança de camada (LIMA, 2000). Dependendo do tipo de material que compõe
a camada do pavimento, as suas condições de umidade e densidade, ou homogeneidade de
compactação com a profundidade, a inclinação da curva muda: quanto mais verticalizada,
menor sua capacidade de suporte, entretanto, quanto mais próxima da horizontal (inclinada),
maior será a resistência da camada avaliada. A Figura 3.35 mostra as curvas típicas que
poderão ser obtidas com o ensaio DCP.
Figura 3. 35 – Curvas de DCP típicas que poderão ser obtidas com o ensaio
Fonte: ALVES, 2002
As curvas apresentadas têm a seguinte interpretação (ALVES, 2002):
• Curva 1: homogeneidade de compactação com a profundidade, indicando um eficiente
controle de compactação das camadas.
• Curva 2: parte superior da camada (ou camada superior, no caso de duas camadas)
apresenta maior grau de compactação que a camada ou parte inferior. Também pode
indicar que o equipamento de compactação utilizado é inadequado para o solo que se
deseja compactar, ou que a camada é muito espessa (no caso de uma única camada)
44
• Curva 3: parte superior da camada (ou camada superior, no caso de duas camadas)
apresenta um grau de compactação menor que a camada ou parte inferior), indicando então
a necessidade da recompactação da camada.
Na investigação de subleito e de pavimentos já existentes as medições contínuas
podem ser realizadas até uma profundidade de 800mm, já que em profundidade acima de 800
mm a ação do tráfego tem efeito reduzido (KLEYN e SAVAGE, 1982 apud ALVES, 2002).
A avaliação de compactação de camadas necessita da calibração do material em
laboratório (CBR x DCP), obtendo-se um DN característico para o mesmo. No ensaio in situ,
onde se deseja mais praticidade e maior compreensão de operadores, a planilha padrão
utilizada para obtenção do DN in situ , como a literatura indica, é uma ferramenta voltada
para a investigação geotécnica. Como ferramenta para controle tecnológico esta planilha é de
difícil trabalhabilidade ou ineficiente, já que requer que o operador calcule para cada golpe ou
seqüência a profundidade alcançada, para posteriormente fazendo a média entre as mesmas
obter o DN in situ, o que torna a obtenção do resultado demorada, sendo necessária uma
metodologia mais eficaz para o mesmo. Nota-se a necessidade de uma ferramenta mais
prática e simples para analisar os resultados obtidos, como informar aos operadores o número
de golpes mínimo para atingir uma determinada profundidade, que corresponda ao DN
característico do material avaliado.
3.3.5. Correlações Existentes
Desde sua concepção, muitos pesquisadores e instituições rodoviárias de todo mundo
o têm estudado, desenvolvendo diversas correlações entre o DCP e outros parâmetros
avaliados no solo, principalmente o CBR. Os quadros a seguir mostram as correlações CBR x
DCP existentes para todos os modelos de DCP desenvolvidos, solo o qual se aplica, e autoria.
Como pode-se observar, as pesquisas desenvolvidas no Brasil utilizaram o modelo
desenvolvido pelo Transport and Road Research Laboratory – TRRL (TRRL, 1986), baseado
no Transvaal Road Department – TRD.
45
Tabela 3. 3 – Correlações CBR x DCP Internacionais CCoorrrreellaaççããoo CCBBRR xx DDCCPP
AAuuttoorr PPaaííss AAnnoo MMooddeelloo DDCCPP NNºº
EEnnssaaiiooss CCoorrrreellaaççããoo rr22 TTiippooss ddee SSoolloo
Kleyn África do Sul 1975 TRRL 2000 log CBR= 2,631 – 1,280.logDN -
Kindermans França 1976 Kindermans
63 log CBR= 2,578 – 1,309.logDN - Solos finos argilosos e arenosos
Smith e Pratt Austrália 1983 Scala log CBR= 2,555 – 1,145.logDN - log CBR= 2,56 – 1,16.logDN 0,97 Argilosos log CBR= 3,03 – 1,51.logDN 0,92 Arenosos S-W log CBR= 2,55 – 0,96.logDN 0,96 Pedregulho G-W Harison Indonésia 1986 TRRL
72 log CBR= 2,810 – 1,320.logDN 0,98 Dados combinados (argiloso, S-W,G-W)
Livneh Israel 1987 TRRL, (cone 30º) 74 log CBR= 2,20 – 0,71.(logDN)1,5 - Argilosos e Siltosos
Hasin e Mustafa Malásia 1987 TRRL 28 log CBR= 2,43 – 0,99.logDN - Solos coesivos
TRRL Inglaterra 1991 TRRL log CBR= 2,48 – 1,057.logDN -
Ponce et al. Chile 1991 TRRL 101 log CBR= 2,89 – 1,46.logDN 0,95 Solos finos argilosos e arenosos
Angelone et al. Argentina 1991 TRRL CBR= 450.DN-1,05 - Solos arenosos finos
log CBR= 3,54 – 2,00.logDN - Argila tipo CL com CBR<10%
log CBR= 2,54 – 1,00.logDN - Argila tipo CH
Webster (utilizado por
USACE e referencia da ASTM)
EUA 1992 TRRL log CBR= 2,47 – 1,12.logDN - Outros tipos de solo
Tabela 3. 4 – Correlações CBR x DCP Nacionais (continua...) CCoorrrreellaaççããoo CCBBRR xx DDCCPP
AAuuttoorr LLooccaall AAnnoo MMooddeellooDDCCPP NNºº
EEnnssaaiiooss CCoorrrreellaaççããoo rr22 TTiippooss ddee SSoolloo
Heyn DER/PR 1986 TRRL - log CBR= 2,64 – 1,30.logDN -
Trichês e Cardoso
UFSC 1998 TRRL 53 log CBR= 2,71 – 1,25.logDN 0,90 Solos A-7-6, A-4 e A-2-4
31 log CBR= 2,51 – 1,07.logDN 0,98 Solos transicionais, DUCBR
39 log CBR= 2,44 – 1,02.logDN 0,93 Solos transicionais, DSCBR Oliveira ITA/SP 1998 TRRL
70 log CBR= 2,49 – 1,057.logDN 0,96 Solos transicionais, DUCBR e DSCBR
19 log CBR= 2,41 – 1,09.logDN 0,941 A-7 (HRB) LG´(MCT)DUCBR
22 log CBR= 2,98 – 1,44.logDN 0,941 A-7 (HRB) TG´(MCT)DUCBR
20 log CBR= 2,97 – 1,34.logDN 0,962 A-2-6 (HRB) TA´(MCT)DUCBR
18 log CBR= 3,03 – 1,40.logDN 0,921 A-2-4 (HRB) TA´G´(MCT)DUCBR
Lima ITA/SP 2000 TRRL
79 log CBR= 2,81 – 1,29.logDN 0,859 Dados combinados (A-7, A-2-6, A-2-4)
5 CBR= 456,63.DN-1,36 1,0 A-4 (HRB) LA´-LG´(MCT)
5 CBR= 1075,34.DN-1,74 0,99 A-3 (HRB) NA´-NS´(MCT) Fontes UFSC 2001 TRRL
10 CBR= 467,20.DN-1,41 0,95 Dados combinados (A-4, A-3)
46
Tabela 3. 5 – Correlações CBR x DCP Nacionais (...continuação) CCoorrrreellaaççããoo CCBBRR xx DDCCPP
AAuuttoorr LLooccaall AAnnoo MMooddeellooDDCCPP NNºº
EEnnssaaiiooss CCoorrrreellaaççããoo rr22 TTiippooss ddee SSoolloo
10 CBR= 351,48.DN-1,05 1,0 A-2-4 DUCBR
5 CBR= 148,60.DN-1,01 0,71 A-2-4 DSCBR
20 CBR= 954,99.DN-1,27 0,82 A-2-7 DUCBR
10 CBR= 516,49.DN-1,17 0,94 A-2-7 DSCBR
25 CBR= 497,66.DN-1,21 0,89 A-4 DUCBR
19 CBR= 127,19.DN-0,94 0,72 A-4 DSCBR
20 CBR= 247,93.DN-1,06 0,82 A-7-5 DUCBR
10 CBR= 77,63.DN-0,96 0,89 A-7-5 DSCBR
10 CBR= 900,32.DN-1,37 0,96 A-7-6 DUCBR
5 CBR= 107,20.DN-0,93 0,76 A-7-6 DSCBR
80 CBR= 363,67.DN-1,10 0,83 Dados combinados
DUCBR (A-2-7, A-4, A-7-5, A-7-6)
Alves UFSC 2002 TRRL
49 CBR= 79,46.DN-0,82 0,71 Dados combinados
DSCBR (A-2-7, A-4, A-7-5, A-7-6)
17 log CBR= 2,5119 – 1,1145.logDN 0,938 A-7-5(13) (HRB)
MH (USC) LG´(MCT)
7 log CBR= 1,6884 – 0,7360.logDN 0,951 A-5(3) (HRB)
SM (USC) NS´-NG´(MCT)
Dal Pai UFSC 2005 TRRL
8 log CBR= 2,6209 – 1,0040.logDN 0,897 A-1-b(0)(HRB)
SM (USC) NS´-NA´(MCT)
16 log CBR= 2,87 – 1,12.logDN 0,98 A-2-4 (HRB) NA (MCT)
SC (USC) DUCBR10
18 log CBR= 2,65 – 1,12.logDN 0,95 A-2-4 (HRB) NS´(MCT)
SM (USC) DUCBR
18 log CBR= 2,33 – 0,83.logDN 0,96 A-6 (HRB)
NS´G´(MCT) CL (USC) DUCBR
16 log CBR= 2,38 – 0,80.logDN 0,96 A-7-6 (HRB) NG´(MCT)
CH (USC) DUCBR
Carvalho ITA/SP 2005 TRRL
68 log CBR= 2,54 – 0,96.logDN 0,90 Dados combinados (A-2-4, A-6, A-7-6) DUCBR
A Figura 3.36 apresenta as correlações existentes entre o índice de penetração do
DCP (DN) confeccionado conforme as especificações TRRL, e o CBR tradicional com
imersão, têm-se os seguintes gráficos:
10 DSCBR= disturbed soaked CBR (CBR com imersão) DUCBR= disturbed unsoaked CBR (CBR sem imersão)
47
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 10 20 30 40 50 60
CB
R %
DN (mm/golpe)
Correlações CBR x DCP (todas)A-4 (LA´-LG´) Fontes
A-3 (NA´-NS´) Fontes
Geral A-4 e A-3 Fontes
A-2-4 Alves
A-2-7 Alves
A-4 Alves
A-7-5 Alves
A-7-6 Alves
Geral A-2-4, A-2-7, A-4, A-7-5, A-7-6 Alves
A-7-5 / MH / LG´ Dal Pai
A-5 / SM / NS`- NG´ Dal Pai
A-1-b / SM / NS` Dal Pai
Geral A-2-4, A-4, A-7-6 Trichês e Cardoso
Geral argila, SW e G-W Harison
Argiloso Harison
Arenoso S-W Harison
Pedregulhoso G-W Harison
Coesivos Hasin e Mustafa
Geral TRRL
Finos Arenosos e argilosos Ponce et al.
Fino Arenoso Angeloni et al.
Argila CL Webster/ASTM
Argila CH Webster/ASTM
Geral exceto argila Webster/ASTM
Figura 3. 36 – Representação Gráfica de todas as Correlações CBR x DCP existentes.
48
Nota-se que as maiores discrepâncias na obtenção do CBR pelo DN dos grupos e
tipos de materiais se dão na maior capacidade de suporte do solo, ou seja, no intervalo do DN
até 20 mm/golpe, mostrando a não eficiência de uma curva generalizada para todos os
materiais. A Figura 3.37 mostra as correlações generalizadas para grupos específicos de tipos
de solo:
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 10 20 30 40 50 60 7
CB
R %
DN (mm/golpe)
Correlações CBR x DCP (Equações Generalizadas)
0
Geral A-4 e A-3 Fontes
Geral A-2-4, A-2-7, A-4, A-7-5, A-7-6 Alves
Geral A-2-4, A-4, A-7-6 Trichês e Cardoso
Geral argila, SW e G-W Harison
Geral TRRL
Finos Arenosos e argilosos Ponce et al.
Geral exceto argila Webster/ASTM
Figura 3. 37 – Representação Gráfica de Correlações CBR x DCP para grupos de solos.
Observa-se na Figura que para materiais mais finos, conforme a correlação de Alves
(ALVES, 2002) há uma diminuição da capacidade de suporte. Entretanto, ao se considerar
materiais menos coesivos junto a este grupo, como pode-se observar na equação de Trichês e
Cardoso (TRICHÊS e CARDOSO, 1998 apud ALVES, 2002), a correlação fornece uma
maior capacidade de suporte – e valores semelhantes a Harison (HARISON, 1986 apud DAL
PAI, 2005) que considera ainda materiais pedregulhosos. Observa-se, também, grande
proximidade na correlação de materiais finos arenosos e argilosos de Ponce et al (PONCE et
al, 1991 apud LIMA, 2000), principalmente quando o solo oferece maior resistência. Nota-se
uma diferença de 20% na estimativa de CBR pelas equações gerais adotadas pela ASTM, que
não considera solos argilosos, e a correlação TRRL, pra todo tipo de solo.
49
Já a equação geral adotada pelo TRRL fornece um parâmetro mediano, o que levaria
a subestimar materiais menos coesivos e mais grossos, e a sobreestimar materiais de baixa
capacidade de suporte, mostrando então uma grande deficiência quando se utiliza uma única
correlação para qualquer tipo de solo. Num caso prático, ao obter-se um índice DN
5mm/golpe, pela equação TRRL forneceria um CBR 55%; para este mesmo DN, em solos
mais finos pela equação geral de Alves forneceria um CBR 21% e, para um solo pedregulhoso
conforme Harison o CBR seria 76%. Isto mostra a necessidade de se utilizar a correlação
adequada ao tipo de solo ao invés de uma geral.
A Figura 3.38 mostra as correlações da literatura existentes para solos coesivos.
0
10
20
30
40
50
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70
80
90
100
0 10 20 30 40 50 60 7
CB
R %
DN (mm/golpe)
Correlações CBR x DCP (Solos Coesivos)
0
A-2-7 Alves
A-7-5 Alves
A-7-6 Alves
A-7-5 / MH / LG´ Dal Pai
A-5 / SM / NS`- NG´ Dal Pai
Argiloso Harison
Coesivos Hasin e Mustafa
Argila CL Webster/ASTM
Argila CH Webster/ASTM
Figura 3. 38 – Representação Gráfica de Correlações CBR x DCP para solos coesivos.
Nesta Figura nota-se uma congruência entre as correlações para solos coesivos de
Hasin e Mustafa (HASIN e MUSTAFA, 1987 apud LIMA, 2000), para solos argilosos de
Harison e solo A-7-5 (ou MH) de Dal Pai. Entretanto, a correlação para a mesma classificação
HRB A-7-5 obtida por Alves e Dal Pai, fornece uma capacidade de suporte no qual a
diferença da segunda autora chega a ser um valor até 200% a mais que a primeira. Esta
discrepância pode se referir aos solos de origens distintas, que seriam mais bem classificados
através do método MCT – o que a primeira autora não realizou; mas principalmente, esta
50
diferença pode se dar à metodologia adotada para a obtenção da curva de calibração entre DN
e CBR, como descrita no item 3.3.6.
A Figura 3.39 mostra as correlações entre os ensaios CBR e DCP obtidas para solos
arenosos.
0
10
20
30
40
50
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70
80
90
100
0 10 20 30 40 50 60 7
CB
R %
DN (mm/golpe)
Correlações CBR x DCP (arenoso)
0
A-4 (LA´-LG´) Fontes
A-3 (NA´-NS´) Fontes
Geral A-4 e A-3 Fontes
A-2-4 Alves
A-4 Alves
Arenoso S-W Harison
Fino Arenoso Angeloni et al.
Geral exceto argila Webster/ASTM
Figura 3. 39 – Representação Gráfica de Correlações CBR x DCP para solos arenosos.
Em geral, as correlações para solos arenosos se mostraram mais próximas que as
para solos coesivos. As correlações obtidas por Fontes e Webster (WEBSTER et al, 1994
apud CARVALHO, 2005) são praticamente equivalentes. Já as obtidas por Alves se diferem,
mas em proporção menor que as observadas em solos coesivos: há uma maior resistência a
penetração do DCP para um dado CBR em relação aos demais autores. Já no caso de
Angelone et al., há uma menor resistência a penetração do DCP para um determinado CBR
que os demais; isto pode ocorrer devido o material estudado ser de solos arenosos finos
provenientes de região litorânea, menos coesivo e de granulometria mais homogênea, onde os
rearranjos entre as partículas dá uma menor resistência a penetração a um equipamento como
o DCP.
A Figura 3.40 apresenta as correlações CBR x DN relativo aos distintos tipos de
solos, sem correlações gerais.
51
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10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 10 20 30 40 50 60 7
CB
R %
DN (mm/golpe)
Correlações CBR x DCP (tipos distintos solo)
0
A-4 (LA´-LG´) Fontes
A-3 (NA´-NS´) Fontes
A-2-4 Alves
A-2-7 Alves
A-4 Alves
A-7-5 Alves
A-7-6 Alves
A-7-5 / MH / LG´ Dal Pai
A-5 / SM / NS`- NG´ Dal Pai
A-1-b / SM / NS` Dal Pai
Argiloso Harison
Arenoso S-W Harison
Pedregulhoso G-W Harison
Coesivos Hasin e Mustafa
Fino Arenoso Angeloni et al.
Figura 3. 40 – Representação Gráfica de Correlações CBR x DCP para solos distintos.
De forma geral, observa-se que, para um índice de penetração DN igual a
5mm/golpe, quanto mais fino e coesivo o material menor será o CBR correspondente.
Observa-se o inverso para solos arenosos e granulares.
Em alguns países, com o intuito de difundir o uso do DCP e facilitar a interpretação
dos resultados, órgãos rodoviários disponibilizam, ao invés da equação CBR x DCP, o valor
máximo de penetração por golpe aceitável para determinados materiais.
O Minnesota Department of Transportation – Mn/DOT vem, desde 1991,
investigando o potencial uso do DCP e definindo especificações para o uso do mesmo. Em
1998, divulgaram uma nova especificação para compactação de base granular, a aceitação do
DN máximo na compactação de camada é de 15mm/golpe para espessuras até 75mm,
10mm/golpe para espessuras entre 75 e 150 mm e 5mm/golpe para superiores a 150mm. Em
1997 o DN aceitável para aprovação e divulgado pela instituição era de 19mm/golpe. É
recomendável que a avaliação seja feita no máximo um dia após a compactação da camada, já
que a umidade afeta o resultado (SIEKMEIER et al, 1998).
52
Este departamento ainda, baseado em análises dos resultados de DCP do “Minnesota
Road Research Project – Mn/Road” tem recomendado os seguintes valores de DN na
avaliação de camadas de pavimentos existentes (AMINI, 2003):
a) Material siltoso/argiloso: DN menor que 25mm/golpe;
b) Material granular selecionado: DN menor que 7mm/golpe; e,
c) Mn/Road Classe 3 graduação especial: DN menor que 5mm/golpe.
Quando valores maiores que os limites acima mencionados são encontrados, ensaios
adicionais serão precisos, já que indicam uma resistência menor do que a esperada. Os valores
acima são independentes do teor de umidade, sendo este um fator importante, pois pode
causar larga variabilidade dos DN. Pode acreditar-se que estas camadas estejam então em sua
umidade de equilíbrio, que tende a umidade ótima do Proctor Normal – o que não ocorre em
regiões que sofrem com penetrações e flutuações do nível de lençol subterrâneo (MEDINA e
MOTTA, 1997 apud DAL PAI, 2005).
3.3.6. Calibração de Solos para Correlação DCP x CBR
A obtenção da relação entre os ensaios DCP e CBR (DN x CBR), provém da
calibração de um solo, ou grupo de solo. Esta calibração se dá, de maneira geral, relacionando
valores de CBR e DN obtidos em corpos de prova de mesma umidade de moldagem e energia
de compactação. Em geral, o ensaio CBR é realizado de maneira tradicional, através da
imersão do corpo de prova compactado por 4 dias, já que o CBR definido em projetos
rodoviários se dá por este valor.
Lima realizou a moldagem de 9 corpos de prova para cada energia de compactação
(Normal, Intermediária e Modificada), sendo os corpos de prova moldados em umidade
distribuídas no ramo seco, próximo a umidade ótima e ramo úmido. Os ensaios CBR e DCP
são realizados no mesmo corpo de prova, em faces opostas, ao centro do molde (LIMA,
2000). Porém o CBR avaliado é dado na condição não saturada, e o a penetração do pistão foi
realizada sem a sobrecarga de confinamento, visto que a condição saturada não simula a real
condição de solo tropical fornecendo uma resistência menor que efetivamente oferece;
entretanto não permite avaliar se atende o CBR de projeto, concebido na condição saturada.
Fontes realiza a calibração moldando 5 pares de corpos de prova nas mesmas
condições de umidade e apenas na energia de compactação normal, realizando também os
ensaios DCP e CBR no mesmo corpo de prova, em faces opostas: o primeiro ensaio logo após
53
a compactação do corpo de prova, o segundo após a imersão (FONTES; 2001). Entretanto, ao
realizar ambos os ensaios no mesmo corpo de prova, a ruptura causada pelo ensaio DCP pode
afetar nos resultados obtidos no ensaio CBR.
Alves realizou a calibração de acordo com Fontes, diferenciando-se por realizar
correlação de CBR com e sem imersão, e o ensaio DCP após o ensaio CBR no molde,
posicionando o equipamento no círculo vazado da sobrecarga do ensaio CBR (ALVES,
2002). O ensaio DCP então é realizado numa região com massa específica maior devido à
pressão do pistão do ensaio CBR, descaracterizando a massa específica que a energia de
compactação utilizada propicia. Assim, o solo vai oferecer uma resistência maior com o DCP
para uma capacidade de suporte analisada pelo CBR; este pode ser o motivo o qual as
correlações obtidas por esta autora forneçam um CBR tão baixo para um DN menor (mais
resistente), como observado nos gráficos de correlação CBR x DCP. A calibração é dada em
função da classificação do material (HRB), o qual foi possível o agrupamento dos ensaios de
solos de mesma classificação ao longo da via estudada.
Dal Pai moldou para cada tipo de solo estudado 5 pares de corpos de prova nas
mesmas condições de umidade e energia de compactação, utilizando energia Normal,
Intermediária e Modificada, num total de 15 corpos de prova para cada material estudado. Foi
determinado o valor de DN na condição não saturada e o valor de CBR na condição saturada.
A correlação obtida de cada material utilizou os resultados obtidos em todas as energias de
compactação, sendo descartados os valores cuja umidade de compactação encontrava-se
inferior a 2 p.p. da umidade ótima propiciando melhor nível de confiança nos resultados
(DAL PAI, 2005). Isto se deve as observações de Alves, sobre a linearidade do DN no ramo
seco dos solos, não caracterizando o comportamento dos mesmos frente ao DCP. A autora
realizou a caracterização do material tanto por metodologias tradicionais (HRB e USC)
quanto pelo voltado a solos tropicais, MCT.
Carvalho utiliza o mesmo número de corpos de prova e energia de compactação para
cada amostra ensaiada de Dal Pai; porém obtém a correlação CBR x DCP conforme indica
Lima: o CBR avaliado é obtido na condição não saturada, e o a penetração do pistão realizada
sem a sobrecarga de confinamento (CARVALHO, 2005). O autor disponibiliza suas
correlações tanto para caracterizações HRB e USC quanto MCT.
4.1. Apresentação da Metodologia
CAPÍTULO IV – METODOLOGIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO
O ensaio DCP foi realizado em pista, entre as estacas 546+280 e 553+060 para o
corpo de aterro, num total de seis ensaios, e entre as estacas 549+760 e 553+060 para o corpo
de aterro pertencente à fundação da estrutura do pavimento, num total de onze ensaios.
Também se realizou o ensaio DCP no aterro compactado de três valas de drenagem, sendo
duas localizadas próximo à cidade de El Carmen, e uma na Avenida Urbana a ser duplicada,
num total de treze ensaios. Foram realizados mais ensaios em pista além dos apresentados
neste trabalho, entretanto em alguns casos, o solo encontrado em pista era uma mescla entre
dois solos distintos (calcário e areia, por exemplo), cuja proporção estava em estudo, não
sendo possível a calibração do mesmo com o DCP; em outro caso, os ensaios foram
descartados devido à manipulação de resultados pelo operador do DCP, como ocorrido em 32
pontos ensaiados nas proximidades de El Carmen.
Devido ao fato do ensaio DCP não ser obrigatório para o controle tecnológico, e,
como já explicado, existirem dificuldades para aceitação do ensaio pelos operários – além da
época de chuvas que se deu uma semana após o início da utilização do DCP em campo – o
DCP não foi utilizado em todo o trecho.
A metodologia para condução do trabalho se dá por duas frentes: uma de laboratório
e outra de campo. A metodologia de laboratório corresponde aos ensaios de caracterização do
solo, como ensaios de granulometria, limites de Atterberg; ensaio de compactação e
determinação do CBR, além do ensaio de calibração do DCP. Através de ensaios de
laboratório obteve-se resultados capazes de correlacionar DN com o teor de umidade do solo
ensaiado e do CBR nas mesmas condições de umidade. A metodologia de campo consistiu na
determinação de ensaios tradicionais de avaliação da compactação da camada (densímetro
nuclear, balão de borracha e frasco de areia) e seu teor de umidade, e também na execução de
ensaio com o DCP no mesmo local onde eram realizados os ensaios tradicionais podendo-se,
assim, verificar a aplicabilidade da curva de calibração no controle tecnológico.
O organograma mostrado na Figura 4.1 mostra a metodologia do trabalho executado.
54
Caracterização do solo das camadas deterraplenagem e de aterro compactado de
valas de drenagem
Objetivo:Classificação HRB (H ight way Research Board)
Objetivo:Calibração do DCP para o solo
Objetivo: Verificar se o teor de umidade in situ estao de acordo com os limites estabelecidos para o material
Objetivo: Avaliar o controle de compactaçao do DCP com Ensaios Tradicionais
Aplicação da Curva de
Compactação
Ensaios a CampoEnsaios em laboratório
Ensaio de Compactação
Caracterização Física do Solo
Ensaio DCP sem imersão
Ensaio DCP
Ensaio CBR com imersão
Umidadein situ
Ensaio Frasco de Areia, Balão de
Borracha ou Densímetro
Nuclear
Ensaio Granulometria e Limites de Consistência
Objetivo: Massa Especifica Aparente Máxima e Umidade
Ótima
Objetivo: Relações e gráficos: CBRx Umidade; DNxUmidade;
CBR x DN (curva de calibração)
55
Figura 4. 1 – Organograma da metodologia do trabalho desenvolvido
56
4.2. Ensaios em Campo
O ensaio de DCP em campo foi realizado no mesmo local onde foram executados os
ensaios de controle de compactação com ensaio tradicional (densímetro nuclear, balão de
borracha ou frasco de areia). Foram realizados dois ensaios com o DCP distantes linearmente
80 cm do ponto avaliado, no sentido de compactação da camada, obtendo-se um valor médio
de DN para o grau de compactação e umidade in situ do material avaliado. Em alguns casos,
eram realizados três ensaios com o DCP.
Para a realização do ensaio o equipamento é posicionado verticalmente na superfície,
como ilustra a Figura 4.2: um operador segura o punho e levanta o martelo e outro, faz a
leitura de penetração do cone na régua. Aplica-se um primeiro golpe sem levantar totalmente
o martelo, permitindo uma pequena penetração do cone (este golpe não é computado). Anota-
se a leitura zero da régua na planilha. Após isso, se inicia o ensaio, anotando-se a leitura da
régua a cada golpe.
Figura 4. 2 – Detalhe da realização dos ensaios com DCP (lado direito) e pelo ensaio de Frasco de Areia (lado
esquerdo)
Os resultados foram anotados em uma planilha padrão onde se indica, para cada
golpe aplicado, a profundidade alcançada pelo cone de penetração, repetindo-se esta operação
até a profundidade da camada executada; entretanto pode-se fazer a leitura a cada três golpes
para diminuir o tempo da realização do ensaio – o que não ocorreu neste caso, para melhor
57
acuidade nos resultados. Também são anotadas informações de ensaios laboratoriais do
material, como umidade ótima, e resultados do ensaio de controle tecnológico, como umidade
in situ e grau de compactação, além da origem e tipo de material.
4.3. Ensaios em Laboratório
No laboratório foram realizados os seguintes ensaios para caracterização dos solos
empregados nas camadas de terraplenagem avaliadas:
• Granulometria, Limite Líquido (LL) e Limite Plástico (LP) baseados
respectivamente nas normas AASHTO T-27, T-89, T-90 – o que fornece a
classificação do mesmo segundo a HRB (Higthway Research Board);
• Ensaio de Compactação (AASHTO T-180);
• Ensaio CBR com medida de expansão (AASHTO T-193).
Também foram realizados em laboratório os ensaios DCP para a obtenção das curvas
de calibração DN x CBR para os três tipos de solos empregados.
O ensaio de calibração consiste em, após realizar o ensaio de compactação para obter
a massa específica aparente máximo e a umidade ótima do solo, moldar com mesma energia
de compactação, pares idênticos de corpos de prova com umidades em torno da ótima, sendo
um corpo de prova para ensaiar com DCP, e outro para realizar o ensaio de CBR. As Figuras
4.3 a 4.5 ilustram o ensaio DCP em laboratório.
Figura 4. 3 – Detalhe da execução do ensaio DCP no molde de CBR: ponta do cone posicionada ao centro do corpo de prova
Figura 4. 4 – Detalhe da execução do ensaio DCP no molde de CBR.
58
Figura 4. 5 Operador aplicando golpes e outro fazendo as leituras de penetração.
O ensaio de compactação é realizado com a moldagem de no mínimo quatro corpos
de prova, em intervalos aproximados de 1,5% de umidade, utilizando para todos os ensaios a
energia Modificada, conforme AASHTO T-180 item D. Esta energia de compactação
Modificada foi utilizada já que é a aplicada na obra em estudo. Todos os corpos de prova do
ensaio são moldados sem reuso de material e com secagem prévia até a umidade higroscópica
(w higroscópica).
A umidade definida para moldagem dos corpos de prova para os ensaios de CBR e
DCP segue o intervalo apresentado na Tabela 4.1.
Tabela 4. 1 – Umidade de moldagem para ensaios CBR e DCP RRaammoo SSeeccoo wwóótt RRaammoo ÚÚmmiiddoo %%ww eemm
rreellaaççããoo àà wwóótt
--22,,00%% --11,,55%% --11,,00%% --00,,55%% wwóótt ++00,,55%% ++11,,00%% ++11,,55%% ++22,,00%% ++22,,55%% ++33,,00%%
Os corpos de prova moldados para CBR são ensaiados após 4 dias de imersão,
(AASHTO T-193). Os corpos de prova moldados para ensaio de DCP são confeccionados
também conforme AASHTO T-193, e são ensaiados imediatamente após sua moldagem (sem
imersão), inserindo o cone ao centro do molde. A primeira leitura é desconsiderada. Para as
diferenças de leituras por golpe realizadas em cada corpo de prova é obtida uma média,
59
adquirindo-se o Índice de Penetração – DN (DCP Number – milímetros penetrados/golpe)
característico para cada condição de umidade e massa específica.
A partir dos ensaios, são possíveis de serem obtidas as seguintes relações:
• CBR x umidade;
• DN x umidade;
• CBR x DN (curva de calibração)
Observa-se que para a definição da relação entre CBR e DN adota-se na maior parte
da literatura técnica o modelo “log CBR = c + a * log DN”, onde c e a são parâmetros de
regressão linear do solo obtidos a partir dos resultados de laboratório.
Neste trabalho foi realizada a calibração de três tipos de solo.
60
CAPÍTULO V – OBTENÇÃO DA CURVA DE CALIBRAÇÃO
5.1. Localização das Jazidas dos Solos utilizados nas Camadas de
Terraplenagem e Aterros Compactados de Valas de Drenagem
Os ensaios de calibração foram realizados para três solos de diferentes jazidas e
características geológicas, aqui enumerados para melhor apresentação: Solo 1 – solo arenoso-
siltoso encontrado no banco de empréstimo lateral 488+700; Solo 2 – solo arenoso
proveniente da jazida localizada na estaca 537+300; Solo 3 – solo calcário proveniente da
jazida localizada na estaca 569+000.
A Figura 5.1 mostra a localização das jazidas ao longo da rodovia; já as Figuras 5.2 a
5.7 ilustram as jazidas dos solos estudados.
SOLO 1
SOLO 2
SOLO 3
Figura 5. 1 – Localização das Jazidas ao longo da rodovia
61
Figura 5. 2 – Jazida localizada na estaca 488+700 (empréstimo lateral) – Solo 1(arenoso).
Figura 5. 3 – Jazida localizada na estaca 488+700 (empréstimo lateral) – Solo 1(arenoso).
Figura 5. 4 – Jazida localizada na estaca 537+300 – Solo 2 (arenoso).
Figura 5. 5 – Jazida localizada na estaca 537+300 – Solo 2 (arenoso).
Figura 5. 6 – Jazida localizada na estaca 569+000 – Solo 3 (calcário).
Figura 5. 7 – Jazida localizada na estaca 569+000 – Solo 3 (calcário).
62
5.2. Caracterização Geotécnica do Solos
A Tabela 5.1 apresenta um resumo dos ensaios de caracterização das amostras
estudadas.
Tabela 5. 1 – Resumo de Caracterização dos Solos estudados peoa Sistema HRB.
Granulometria (Porcentagem que passa Peneira)
Limites Atterberg
ClassificaçãoIdentificação Visual da Amostra
Localização da Jazida
3’ 2’ 1’ 3/4' 3/8’ 4 10 40 200 L.L. I.P. HRB I.G.
Solo 1 Areia 488+700 100 100 100 100 100 100 100 90,6 13,4 16,3 0,0 A - 2 - 4 0Solo 2 Areia 537+300 100 100 100 100 100 100 99,7 94,4 32,9 16,6 0,0 A - 2 - 4 0Solo 3 Calcário 569+000 100 100 97,2 90,9 81,7 68,0 59,2 47,5 40,7 22,6 8,9 A - 4 1
Embora os solos 1 e 2 tenham apresentado a mesma classificação segundo o sistema
HRB, a curva DN x CBR foi obtida para os dois solos.
5.3. Ensaio de Compactação, DCP e CBR dos Solos Estudados
5.3.1. Solo 1
A Tabela 5.2 apresenta a massa específica aparente seca (ρseca), teor de umidade de
(w) obtidos na confecção dos corpos de prova para o ensaio de compactação, e a Figura 5.8 a
curva de compactação.
Tabela 5. 2 – Resultados do ensaio de Compactação do Solo 1 CP1 CP2 CP3 CP4 CP5
ρ seca (kg/m³) 2.015 2.141 2.131 2.037 1.969w % 5,32 6,67 7,99 9,70 10,86
63
1.960
1.980
2.000
2.020
2.040
2.060
2.080
2.100
2.120
2.140
2.160
4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mas
sa E
spec
ifica
Apa
rent
e Se
ca (k
g/m
3)
Teor de Umidade %
Curva de Compactação
ρs,máx
wót
Figura 5. 8 – Curva de Compactação do Solo 1
A umidade ótima (wot) e a massa específica aparente seca máxima (ρs,máx) do Solo 1,
são respectivamente 7,1% e 2.149kg/m3.
5.3.1.1. Relação CBR versus Umidade de Moldagem
A Tabela 5.3 apresenta a massa específica aparente seca (ρseca), o teor de umidade
(w), o Índice de Suporte Califórnia (CBR) com imersão e a Expansão (%), obtidos a partir da
confecção de corpos de prova para obtenção do CBR do Solo 1. A Figura 5.9 mostra a curva
CBR x w.
Tabela 5. 3 – Resultados dos ensaios de compactação e CBR para Solo 1 CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10
w % 4,2 5,0 5,3 5,9 6,8 7,6 8,3 8,8 9,3 9,7ρ seca (kg/m³) 1.835 1.943 2.025 2.045 2.091 2.141 2.136 2.131 1.870 2.028CBR % 2,1 10,4 22,7 32,0 33,0 22,1 6,9 4,7 2,6 1,8Expansão % 2,1 1,0 0,6 0,6 0,2 0,4 0,3 1,6 0,5 0,6
64
0
5
10
15
20
25
30
35
4 5 6 7 8 9 10
CBR
%
Teor de Umidade %
Curva CBR x Teor de Umidade
W ót. (ensaio compactação)
W ót. (ensaio CBR)
Figura 5. 9 – Variação de CBR com teor de umidade do Solo 1
A umidade ótima determinada no ensaio de compactação, 7,1%, mostrou-se diferente
do ensaio de CBR. Mesmo sendo esperada esta diferença houve constatação posteriormente
de alguns erros de ensaio e somando-se ao pequeno número de corpos de prova se
comparados ao ensaio de CBR, optou-se, neste trabalho, adotar a umidade ótima obtida no
próprio gráfico de CBR, onde é mais coerente um valor em torno de 6,5%.
5.3.1.2. Relação de DN versus Umidade de Moldagem
A Tabela 5.4 apresenta os resultados de massa específica aparente seca (ρseca), teor
de umidade (w), e índice de penetração (DN), obtidos a partir da confecção de corpos de
prova para o ensaio de DCP.
Tabela 5. 4 – Resultados dos ensaios de compactação e DCP para Solo 1 CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10 CP11
w % 4,8 5,3 5,6 6,2 7,0 7,5 7,9 8,5 9,2 9,4 9,9ρ seca (kg/m³) 1.965 2.019 2.045 2.075 2.115 2.129 2.126 2.094 2.077 2.065 2.018DN médio (mm/golpe) 2,6 2,6 2,9 3,1 3,8 6,2 8,2 12,6 17,7 28,7 38,0
65
Ao plotar-se o gráfico que relaciona DN com o teor de umidade (Figura 5.10),
observa-se que o DN cresce com o aumento da umidade, e que esta relação é mais bem
definida no ramo úmido. No ramo seco, abaixo da umidade ótima, os valores de DN são
praticamente constantes.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
4 5 6 7 8 9 10
DN (m
m/g
olpe
)
Teor de Umidade %
DN x Teor de Umidade
W otima
Figura 5. 10 – Variação de DN com o teor de umidade do Solo 1
A relação entre DN e a umidade dos CP’s foi obtida através de análise de regressão
simples, aplicando-se critérios estatísticos que permitem verificar se existe uma relação
significativa entre DN e teor de umidade. Esta relação se faz melhor a partir de log DN, como
se pode observar na Figura 5.11.
66
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
4 5 6 7 8 9 1
log
DN
Teor de Umidade %
DN x Teor de Umidade
0
W ótima
Linear (Ramo Seco)
Linear (Ramo Úmido)
Figura 5. 11 – Variação de log DN com o teor de umidade do Solo 1
Pode-se constatar a partir do gráfico que há uma inflexão da curva nas proximidades
da umidade ótima. Propõe-se então, um modelo bilinear.
Incluindo no modelo de regressão linear simples tanto para ramo seco quanto para
ramo úmido do material o valor de log DN correspondente a umidade ótima, obtido através do
gráfico da DN x Teor de Umidade, tem-se os parâmetros estatísticos nas Tabelas 5.5 e 5.6.
Tabela 5. 5 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 1, ramo seco. Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ n
Interseção 0,1101 0,0570 1,49E-01W 0,0611 0,0100 8,77E-03
0,9259 0,0081 5
Tabela 5. 6 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 1, ramo úmido. Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ n
Interseção -1,6253 0,1255 1,31E-05W 0,3215 0,0151 6,99E-07
0,9869 1,0818 8
Observa-se pelas tabelas que há boas correlações entre o DN e w, onde para o ramo
seco o coeficiente de determinação (r2) de 0,93 mostra que 93% da variação de DN pode ser
67
explicada pela variação de umidade, e no ramo úmido, o r2 de 0,99 mostra que 99% da
variação de DN pode ser explicada pela variação de umidade; em ambos os casos inclui-se a
umidade ótima.
As relações DN e w através da regressão linear são representadas nas equações a
seguir:
1101,0.0611,0log += wDN 93,02 =r
que é válida para o intervalo de 4,8%≤w≤6,5%;
6253,1.3215,0log −= wDN 99,02 =r
que é válida para o intervalo de 6,5%≤w≤9,9%, com DN e w já definidos anteriormente, na
energia modificada de compactação.
5.3.1.3. Relação CBR e DN
A Figura 5.12 ilustra, em um mesmo gráfico, as resistências CBR (com imersão) e
DN (sem imersão) versus o teor de umidade. Neste gráfico, os pontos DN x umidade ficaram
na ordem inversa do apresentado na Figura 5.10, alterando apenas o sinal de DN. Este gráfico
auxilia na definição do CBR para as umidades correspondentes nas quais as resistências DN
foram obtidas e vice-versa. Como se pretende relacionar as resistências CBR e DN, é preciso
garantir que ambas tenham sido determinadas nas mesmas condições de umidade.
Como se pode observar na Figura 5.12, para os valores de umidade abaixo da ótima
não se tem uma relação entre DN e CBR, pois o DN se mantém praticamente constante
enquanto que a queda no CBR é acentuada. Já para valores no entorno da umidade ótima e no
ramo úmido tanto o CBR como o DN variam no mesmo sentido, isto é um maior valor de DN
corresponde a uma baixa capacidade de suporte.
68
-40
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
4 5 6 7 8 9
DN
(mm
/gol
pe)
Teor de Umidade %
CBR e DN x Teor de Umidade
10
W ótima
CBR
%
Figura 5. 12 – Variação CBR e DN com o Teor de Umidade do Solo 1.
69
Na Tabela 5.7 são apresentados os valores de resistência de CBR e DN para as
mesmas condições de umidade. Os valores em negrito correspondem aos valores de
resistências obtidos no gráfico da Figura 5.12 (tanto para DN quanto para CBR); os valores de
cor vermelha não possuem correlação DN x CBR (o qual é mais bem visualizado nas Figuras
5.13 e 5.14, e correspondem ao ramo seco do solo). A seguir, tem-se na Figura 5.14 a
plotagem da variação de logDN com logCBR, obtidos através da Tabela 5.7.
Tabela 5. 7 – CBR, w e DN do Solo 1. CBR (%) w (%) DN (mm/golpe)
7,4 4,8 2,6
10,4 5,0 2,6 22,7 5,3 2,6
28,0 5,6 2,9
32,0 5,9 3,0
33,4 6,2 3,1
34,0 6,5 3,2 33,0 6,8 3,5
31,2 7,0 3,8
24,5 7,5 6,2
22,1 7,6 6,8
16,7 7,9 8,2
6,9 8,3 11,0
6,5 8,5 12,6
4,7 8,8 14,3
3,1 9,2 17,7
2,6 9,3 21,5
2,5 9,4 28,7
1,8 9,7 32,5
70
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
0,4 0,8 1,2 1,6
log
CB
R
Log DN
CBR x DN
Figura 5. 13 – Variação de log DN com log CBR para Solo 1.
Nota-se através do gráfico logDN x logCBR que não é possível uma correlação
considerável com todos os pontos da curva obtida, como já previsto ao analisar a Figura 5.12.
Entretanto, ao eliminar-se valores pertencentes ao ramo seco, até a umidade ótima, a relação
logDN x logCBR torna-se significante, como pode ser observado na Figura 5.14. Já na Figura
5.15 pode-se relacionar de forma direta DN e CBR para este intervalo de umidade.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
0,4 0,8 1,2 1,6
log
CB
R
Log DN
CBR x DN
Figura 5. 14 – Variação de log DN com log CBR para Solo 1, intervalo da umidade ótima a todo ramo úmido.
71
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 32,0 34,0
CB
R %
DN (mm/golpe)
CBR x DN
Figura 5. 15 – Variação de DN com CBR para Solo 1, intervalo da umidade ótima a todo ramo úmido.
A Tabela 5.8 apresenta os parâmetros estatísticos da relação logCBR x logDN,
pertencentes ao intervalo entre a umidade ótima e todo ramo úmido.
Tabela 5. 8 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log CBR x log DN para Solo 1, intervalo entre a umidade ótima e todo ramo úmido .
Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ nInterseção 2,3401 0,0940 5,0598E-11Log DN -1,3859 0,0893 7,9315E-09
0,9564 2,7797 13
Observa-se pela Tabela 5.8 que há uma boa correlação entre o CBR e DN no ramo
úmido, onde o coeficiente de determinação (r2) 0,96 mostra que cerca de 96 % da variação de
CBR pode ser explicada pela variação de DN, quando se consideram todos os pontos do
intervalo da umidade ótima e todos ramo úmido da curva de compactação para este ensaio. A
relação CBR e DN é dada pela equação a seguir:
DNCBR log.3859,13401,2log −= 96,02 =r
que é válida para o intervalo de 6,5%≤w≤9,7%, com CBR e DN já definidos anteriormente.
72
5.3.2. Solo 2
A tabela a seguir apresenta a massa específica aparente seca (ρseca) e o teor de
umidade (w), obtidos na confecção dos corpos de prova para o ensaio de compactação. A
Figura 5.16 mostra a curva de compactação.
Tabela 5. 9 – Resultados do ensaio de Compactação do Solo 2.
CP1 CP2 CP3 CP4ρ seca (kg/m³) 1.967 2.075 2.084 1.982w % 4,8 6,9 9,3 11,0
1.950
1.960
1.970
1.980
1.990
2.000
2.010
2.020
2.030
2.040
2.050
2.060
2.070
2.080
2.090
2.100
4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mas
sa E
spec
ifica
Apa
rent
e Se
ca (
kg/m
3)
Teor de Umidade %
Curva de Compactação Proctor
wót
ρs,máx
Figura 5. 16 – Curva de Compactação do Solo 2
A umidade ótima (wot) e a massa específica aparente seca máxima (ρs,máx) do
material, são respectivamente 8,3% e 2.093kg/m3.
73
5.3.2.1. Relação CBR versus Umidade de Moldagem
A Tabela 5.10 apresenta a massa específica aparente seca (ρseca), o teor de umidade
(w), o Índice de Suporte Califórnia (CBR) com imersão, e Expansão (%), obtidos a partir da
confecção de corpos de prova no ensaio CBR do Solo 2. A Figura 5.17 mostra a variação do
CBR com o teor de umidade.
Tabela 5. 10 – Resultados dos ensaios de compactação e CBR para Solo 2. CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9
w % 6,7 7,0 7,6 8,5 9,0 9,7 10,0 10,8 11,2ρ seca (kg/m³) 2.018 2.001 2.002 2.028 2.036 1.996 1.996 2.072 2.048CBR % 8,1 10,3 37,8 44,1 38,4 10,9 6,9 3,4 2,6Expansão % 1,9 1,8 1,0 0,8 0,5 0,4 0,3 0,1 0,0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0 10,5 11,0 11,5
CBR
%
Teor de Umidade %
Curva CBR x Teor de Umidade
W ót (ensaio compactação)
W ót. (ensaio CBR)
Figura 5. 17 – Variação de CBR com teor de umidade do Solo 2.
A umidade ótima determinada no ensaio de compactação mostrou-se deslocada no
ensaio CBR. De forma análoga ao Solo1, a umidade ótima adotada se deu através da Figura
5.17, com valor em torno de 8,5%.
74
5.3.2.2. Relação de DN versus Umidade de Moldagem
A Tabela 5.11 apresenta a massa específica aparente seca (ρseca), o teor de umidade
(w), e Índice de Penetração (DN) obtidos a partir da confecção de corpos de prova para o
ensaio de DCP.
Tabela 5. 11 – Resultados dos ensaios de compactação e DCP para Solo 2 CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9 CP10
w % 6,1 7,0 7,6 8,3 9,0 9,7 9,8 10,4 10,7 11,2ρ seca (kg/m³) 2.109 2.166 2.170 2.219 2.264 2.258 2.243 2.247 2.228 2.208DN médio (mm/golpe) 3,3 3,4 3,5 3,8 4,6 6,9 9,0 12,3 17,5 24,5
De forma análoga ao Solo 1, pode-se observar pela Figura 5.18 que ao relacionar DN
e w a partir de LogDN, há uma inflexão da curva nas proximidades da umidade ótima, o qual
um modelo bilinear se torna mais coerente para análise desta relação.
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
6 7 8 9 10 11
log
DN
Teor de Umidade %
log DN x Teor de Umidade
W ótima
Linear (Ramo seco)
Linear (Ramo Úmido)
Figura 5. 18 – Variação de logDN com o teor de umidade do Solo 2.
75
Incluindo no modelo de regressão linear simples tanto para ramo seco quanto para
ramo úmido do material o valor de log DN correspondente a umidade ótima, obtido através do
gráfico da DN x Teor de Umidade, tem-se os parâmetros estatísticos nas Tabelas 5.12 e 5.13.
Tabela 5. 12 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 2, ramo seco. Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ n
Interseção 0,1303 0,0070 3,34E-04W 0,1179 0,0019 6,13E+01
0,9992 0,0063 5
Tabela 5. 13 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 2, ramo úmido. Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ n
Interseção -2,1087 0,2111 1,72E-04W 0,3108 0,0212 1,46E+01 0,9772 0,5214 7
Observa-se pelas tabelas que há boas correlações entre o DN e w, tanto para o ramo
seco quanto para o ramo úmido. Para o ramo seco o coeficiente de determinação (r2) de 1,0
mostra que cerca de 100 % da variação de DN pode ser explicada pela variação de umidade; e
no ramo úmido o r2 equivalente a 0,98 mostra que cerca de 98% da variação de DN pode ser
explicada pela variação de umidade; em ambos os casos inclui-se a umidade ótima.
As relações DN e w através da regressão linear são representadas nas equações a
seguir:
1303,0.1179,0log += wDN 00,12 =r
que é válida para o intervalo de 6,1%≤w≤8,5%;
1087,2.3108,0log −= wDN 98,02 =r
que é válida para o intervalo de 8,5%≤w≤11,2%, com DN e w já definidos anteriormente, na
energia modificada de compactação.
5.3.2.3. Relação CBR e DN
A Figura 5.19 ilustra, em um mesmo gráfico, as resistências CBR e DN versus o teor
de umidade, de forma análoga à apresentada no Solo 1.
76
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0
DN (m
m/g
olpe
)
Teor de Umidade %
CBR e DN x Teor de Umidade
W ótima
CBR
%
Figura 5. 19 – Variação CBR e DN com o teor de umidade do Solo 2.
77
Na Tabela 5.14 são apresentados os valores de resistência de CBR e DN para as
mesmas condições de umidade. Os valores em negrito correspondem aos valores de
resistências obtidos no gráfico da Figura 5.19. A seguir, a tem-se na Figura 5.20 a plotagem
da relação CBR x DN, obtidos a partir da Tabela 5.14 (dados em cor preta, no intervalo de
0,2p.p. (pontos percentuais) abaixo da wót e todo o ramo úmido, dados em vermelho estão no
ramo úmido do solo até 0,2p.p. abaixo da wót).
Tabela 5. 14 – CBR, w e DN no ramo úmido do Solo 2. CBR (%) w (%) DN (mm/golpe)
8,1 6,7 3,4 10,3 7,0 3,4 37,8 7,6 3,5 43,8 8,3 3,8 44,1 8,5 4,1 38,4 9,0 4,6 10,9 9,7 6,9 8,5 9,8 9,0 6,9 10,0 10,5 3,7 10,7 17,5 3,4 10,8 19,0 2,6 11,2 24,5
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
2,0 6,0 10,0 14,0 18,0 22,0 26,0
CB
R %
DN (mm/golpe)
CBR x DN
Figura 5. 20 – Variação de DN com CBR para Solo 2, intervalo entre 0,2p.p. da umidade ótima no ramo seco e todo ramo úmido .
78
A Tabela 5.15 apresenta os parâmetros estatísticos da relação logCBR x logDN,
pertencentes ao intervalo entre 0,2p.p. (pontos percentuais) abaixo da wót e todo ramo úmido.
Tabela 5. 15 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log CBR x log DN para Solo 2, intervalo entre 0,2p.p. da umidade ótima no ramo seco e todo ramo úmido .
Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ nInterseção 2,5207 0,1086 7,00E-08log DN -1,5773 0,1093 -1,44E+01
0,9628 1,9404 9
Observa-se pela tabela que há uma boa correlação entre o CBR e DN no ramo
úmido, onde o coeficiente de determinação (r2) 0,96 mostra que 96% da variação de CBR
pode ser explicada pela variação de DN, quando se consideram todos os pontos do intervalo
de 0,2p.p. da wót no ramo seco e todos do ramo úmido da curva de compactação para este
ensaio. A relação CBR e DN é dada pela equação a seguir:
DNCBR log.5773,15207,2log −= 96,02 =r
que é válida para o intervalo de 8,3%≤w≤11,2%, com CBR e DN já definidos anteriormente.
5.3.3. Solo 3
A Tabela 5.16 apresenta a massa específica aparente seca (ρseca), teor de umidade de
(w) obtidos na confecção dos corpos de prova para o ensaio de compactação, e a Figura 5.21 a
curva de compactação.
Tabela 5. 16 – Resultados do ensaio de Compactação do Solo 3.
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5ρ seca (kg/m³) 1969 2024 2033 1973 1942w % 6,1 8,2 10,3 12,4 12,9
79
1.940
1.960
1.980
2.000
2.020
2.040
2.060
6 7 8 9 10 11 12 13 14
Mas
sa E
spec
ifica
Apa
rent
e Se
ca (
kg/m
3)
Teor de Umidade %
Curva de Compactação
wót
ρs,máx
Figura 5. 21 – Curva de Compactação do Solo 3.
A umidade ótima (wot) e a massa específica aparente seca máxima (ρs,máx) do Solo 1,
são respectivamente 9,6% e 2.038kg/m3.
5.3.3.1. Relação CBR versus Umidade de Moldagem
A Tabela 5.17 apresenta a massa específica aparente seca (ρseca), o teor de umidade
(w), o Índice de Suporte Califórnia (CBR) com imersão e a Expansão (%), obtidos a partir da
confecção de corpos de prova para obtenção do CBR do Solo 3. A Figura 5.22 mostra a curva
CBR x w.
Tabela 5. 17 – Resultados dos ensaios de compactação e CBR para Solo 3. CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7
w % 7,3 8,0 9,0 10,1 12,0 12,3 13,7ρ seca (kg/m³) 2.028 2.036 2.072 2.048 2.001 2.002 1.926CBR % 11,7 22,4 28,1 25,4 9,6 6,5 2,2Expansão % 2,2 1,9 1,5 0,9 0,4 0,4 0,6
80
0
5
10
15
20
25
30
7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0
CBR
%
Teor de Umidade %
Curva CBR x Teor de Umidade
W ót. (ensaio compactação)
W ót (ensaio CBR)
Figura 5. 22 – Variação de CBR com o teor de umidade do Solo 3.
A umidade ótima determinada no ensaio de compactação mostrou-se deslocada no
ensaio CBR. De forma análoga ao Solo1, a umidade ótima adotada para o Solo 3 se deu
através da Figura 5.22, com valor em torno de 9,3%.
5.3.3.2. Relação de DN versus Umidade de Moldagem
A Tabela 5.18 apresenta os resultados de massa específica aparente seca (ρseca), teor
de umidade (w), e índice de penetração (DN), obtidos a partir da confecção de corpos de
prova para o ensaio de DCP.
Tabela 5. 18 – Resultados dos ensaios de compactação e DCP para Solo 3. CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9
w % 8,3 9,3 10,0 10,4 11,5 11,6 11,8 12,7 13,2ρ seca (kg/m³) 2.013 2.039 2.025 2.041 2.035 2.035 2.040 1.996 1.986DN médio (mm/golpe) 3,9 4,6 4,7 5,1 7,8 10,1 11,6 26,3 29,3
81
De forma análoga ao Solo 1, a Figura 5.23 que ao relacionar DN e w a partir de
LogDN, mostra o modelo bilinear considerando-se a inflexão na curva.
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0
log
DN
Teor de Umidade %
log DN x Teor de Umidade
W ótimaLinear (Ramo Seco)Linear (Ramo Úmido)
Figura 5. 23 – Variação de log DN com a umidade do Solo 3
Pelo gráfico apresentado na Figura 5.23 a inflexão da curva se deu a 1p.p. umidade
ótima no ramo úmido, diferente ao observado nos dois solos anteriores. Seguindo-se a mesma
metodologia aplicada nos solos anteriores para o modelo de regressão linear simples ao
analisar a variação de DN tanto para ramo seco quanto para ramo úmido do material, incluso
o valor de log DN correspondente a umidade ótima, tem-se os parâmetros estatísticos nas
Tabelas 5.19 e 5.20.
Tabela 5. 19 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 3, ramo seco até 1p.p. da umidade ótima no ramo seco.
Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ nInterseção 0,1555 0,0761 1,78E-01W 0,0526 0,0080 6,58E+00
0,9558 0,0073 4
82
Tabela 5. 20 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log DN x w para Solo 3, após 1p.p. da umidade ótima, no ramo úmido.
Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ nInterseção -2,4565 0,3876 3,17E-03W 0,2989 0,0326 9,18E+00
0,9547 0,4472 6
Observa-se pelas tabelas que há boas correlações entre o DN e w, tanto para o ramo
seco quanto para o ramo úmido. Para os dois intervalos de umidade o coeficiente de
determinação (r2) de 0,96 mostra que cerca de 96 % da variação de DN pode ser explicada
pela variação de umidade.
As relações DN e w através da regressão linear são representadas nas equações a
seguir:
1555,0.0526,0log += wDN 96,02 =r
que é válida para o intervalo de 8,3%≤w≤10,4%;
4565,22989,0log −= wDN 96,02 =r
que é válida para o intervalo de 10,4%≤w≤13,2%, com DN e w já definidos anteriormente, na
energia modificada de compactação.
5.3.3.3. Relação CBR e DN
A Figura 5.24 ilustra, em um mesmo gráfico, as resistências CBR e DN versus o teor
de umidade, de forma análoga à apresentada no Solo 1.
83
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
7 8 9 10 11 12 13 1
DN (m
m/g
olpe
)
Umidade %
CBR e DN x Teor de Umidade
4
W ótima
CBR
%
Figura 5. 24 – Variação CBR e DN com a umidade de moldagem do Solo 3.
84
Na Tabela 5.21 são apresentados os valores de resistência de CBR e DN para as
mesmas condições de umidade. Os valores em negrito correspondem aos valores de
resistências obtidos no gráfico da Figura 5.24. A seguir, a tem-se na Figura 5.25 a plotagem
da relação CBR x DN, obtidos a partir da Tabela 5.21.
Tabela 5. 21 – CBR, w e DN do Solo 3. CBR (%) w (%) DN (mm/golpe)
24,8 8,3 3,9 28,1 9,0 4,4 28,2 9,3 4,6 25,9 10,0 4,7 25,4 10,1 4,8 25,3 10,4 5,1 14,0 11,5 7,8 13,2 11,6 10,1 11,4 11,8 11,6 9,6 12,0 14,3 6,5 12,3 20,0 5,1 12,7 26,3 3,6 13,2 29,3
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0
CBR
%
DN (mm/golpe)
CBR x DN
Figura 5. 25 – Variação de DN com CBR para Solo 3, intervalo entre 1p.p. da umidade ótima no ramo seco e
todo ramo úmido .
85
A Tabela 5.22 apresenta os parâmetros estatísticos da relação logCBR x logDN,
pertencentes ao intervalo entre 1p.p. abaixo da umidade ótima e todo ramo úmido .
Tabela 5. 22 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log CBR x log DN para Solo 3, intervalo entre 1p.p. da umidade ótima no ramo seco e todo ramo úmido .
Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ nInterseção 2,0555 0,0431 4,17E-14log DN -0,9651 0,0435 -2,22E+01
0,9782 1,1364 13
Observa-se pela tabela que há uma boa correlação entre o CBR e DN no intervalo de
umidade de 1p.p. abaixo da umidade ótima e todo ramo úmido, o qual o coeficiente de
determinação (r2) 0,98 mostra que 98% da variação de CBR pode ser explicada pela variação
de DN, quando se consideram todos os pontos do intervalo de 0,3p.p. da umidade ótima no
ramo seco e todos do ramo úmido da curva de compactação para este ensaio. A relação CBR e
DN é dada pela equação a seguir:
DNCBR log.9651,00555,2log −= 89,02 =r
que é válida para o intervalo de 8,3%≤w≤13,2%, com CBR e DN já definidos anteriormente.
5.3.4. Dados combinados para Solos 1 e 2 (A-2-4)
Os Solos 1 e 2 apresentam a mesma classificação segundo a HRB, porém foi
realizada a calibração individual para estes solos. Notou-se uma grande semelhança na
correlação CBR x DN, embora tenham intervalos de umidade distintos para estes resultados.
A seguir, são apresentados na Tabela 5.23 os dados combinados entre Solos 1 e 2
(retirados das Tabelas .7 e 5.14). Nesta tabela, os valores em azul correspondem ao Solo 1,
enquanto os valores em vermelho ao Solo 2. Tem-se na Figura 5.26 a plotagem da correlação
CBR x DN para estes dados.
86
Tabela 5. 23 – Dados combinados entre solos 1 e 2 CBR (%) w (%) DN (mm/golpe)
34,0 6,5 3,2 33,0 6,8 3,5 31,2 7,0 3,8 43,8 8,3 3,8 44,1 8,5 3,9 38,4 9,0 4,6 24,5 7,5 6,2 22,1 7,6 6,8 10,9 9,7 6,9 16,7 7,9 8,2 8,5 9,8 9,0 6,9 10,0 10,5 6,9 8,3 11,0 6,5 8,5 12,6 4,7 8,8 14,3 3,7 10,7 17,5 3,1 9,2 17,7 3,4 10,8 19,0 2,6 9,3 21,5 2,6 11,2 24,5 2,5 9,4 28,7 1,8 9,7 32,5
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
2,0 6,0 10,0 14,0 18,0 22,0 26,0
CB
R %
DN (mm/golpe)
CBR x DN
Figura 5. 26 – Relação CBR x DN para dados combinados dos Solos 1 e 2
87
A Tabela 5.24 apresenta os parâmetros estatísticos da relação logCBR x logDN,
pertencentes ao intervalo entre 1p.p. abaixo da umidade ótima e todo ramo úmido .
Tabela 5. 24 – Parâmetros Estatísticos de regressão linear log CBR x log DN para dados combinados Solos 1 e 2 – Solos A-2-4
Coeficientes Erro padrão Probabilidade r 2 SQ nInterseção 2,4052 0,0706 3,44E-19log DN -1,4529 0,0686 -2,12E+01
0,9552 4,7455 22
Observa-se pela tabela que há uma boa correlação entre o CBR e DN para os dados
combinados, o qual o coeficiente de determinação (r2) 0,96 mostra que 96% da variação de
CBR pode ser explicada pela variação de DN, quando se consideram todos os pontos do ramo
úmido (incluso umidade ótima) de cada solo. A relação CBR e DN é dada pela equação a
seguir:
DNCBR log.4529,14052,2log −= 69,02 =r
que é válida para os intervalos de umidade do ramo úmido (incluso a umidade ótima) dos
solos 1 e 2.
Vale lembrar que a aplicação desta curva generalizada a solos do tipo A-2-4 se dá
apenas para o ramo úmido, incluso a umidade ótima destes solos. No estudo de caso deste
trabalho, serão utilizadas as equações individuais de cada solo.
5.4. Comparação das Curvas de Calibração Obtidas no Trabalho com
Curvas da Literatura
Na Figura 5.27, tem-se num mesmo gráfico a comparação entre as curvas de
calibração obtidas para os Solos 1, 2 e 3, e algumas das curvas da literatura.
88
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
CB
R %
DN (mm/golpe)
Correlações CBR x DCP Solo 1 - A-2-4
Solo 2 - A-2-4
Solo 3 - A-4
Dados combinados Solos 1 e 2 - A-2-4
Alves, A-4
Alves, A-2-4
Alves, Solos A-2-7, A-4, A-7-5, A-7-6
Trichês e Cardoso Solos A-7-6, A-4 e A-2-4
Ponce et al, Solos finos argilosos e arenosos
Figura 5. 27 – Correlações dos Solos 1, 2 e 3 e algumas correlações da literatura.
As curvas de Alves, referente aos solos A-4 e A-2-4 são praticamente congruentes.
Nota-se também que as curvas generalizadas apresentadas por Alves, Trichês e Cardoso e
Ponce et al. mostram-se próximas entre si, entretanto deslocadas em relação às curvas
individuais para solos A-4 e A-2-4.
Ao analisar as correlações para tipos de solos, tem-se na Figura 5.28 as curvas
referentes a solos A-2-4, que correspondem aos Solos 1 e 2.
89
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
CB
R %
DN (mm/golpe)
Correlações CBR x DCP Solo 1 - A-2-4
Solo 2 - A-2-4
Dados combinados Solos 1 e 2 - A-2-4
Alves, A-2-4
Alves, Solos A-2-7, A-4, A-7-5, A-7-6
Trichês e Cardoso Solos A-7-6, A-4 e A-2-4
Ponce et al, Solos finos argilosos e arenosos
Figura 5. 28 – Correlações para solos A-2-4.
Pode-se notar uma congruência entre as correlações dos Solos 1 e 2 a partir de
valores de DN de 7mm/golpe, valores anteriores a este se mostram muito próximos. Logo a
curva obtida com os dados combinados dos Solos 1 e 2 mostra-se válida, podendo-se adotar
uma curva generalizada neste caso para solos tipo A-2-4. Estas curvas têm um
comportamento muito próximo também à curva obtida por Alves para este tipo de solo.
Ao analisar as correlações solos A-4, tem-se a Figura 5.28.
90
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
CB
R %
DN (mm/golpe)
Correlações CBR x DCP Solo 3 - A-4
Alves, A-4
Alves, Solos A-2-7, A-4, A-7-5, A-7-6
Trichês e Cardoso Solos A-7-6, A-4 e A-2-4
Ponce et al, Solos finos argilosos e arenosos
Figura 5. 29 Correlações para solos A-4.
A curva obtida para o Solo 3 (A-4) mostra-se muito próxima à calibração realizada
por Alves para este tipo de solo. Já para as curvas generalizadas de Alves, Trichês e Cardoso e
Ponce et al esta semelhança não se aplica.
91
CAPÍTULO VI – CONTROLE TECNOLÓGICO DE CAMPO
O controle tecnológico com o uso do DCP se deu juntamente a ensaios tradicionais
de controle de compactação (densímetro nuclear, balão de borracha ou frasco de areia),
obtendo-se um valor médio de DN para o grau de compactação e umidade in situ do material
avaliado. Este ensaio foi realizado em campo independente da calibração ser concluída.
Foram avaliadas em pista as camadas do corpo de aterro e a camada final de
terraplenagem. Também foi avaliado o aterro compactado de valas do sistema de drenagem.
Os resultados foram anotados em uma planilha padrão onde se indica, para cada golpe
aplicado, a profundidade alcançada pelo cone de penetração, repetindo-se esta operação até a
profundidade da camada executada. Além disso, foram anotadas quando possíveis
informações de ensaios laboratoriais do material e resultados do ensaio de controle
tecnológico.
Na adequação do projeto da obra, feito pela empreiteira como parte integrante de seu
contrato onde foi revisado um projeto original antigo, indicava um CBR de projeto de 3%
para as camadas de aterro. No início da obra, os ensaios exigidos pela supervisão das jazidas
identificaram materiais com capacidade de suporte muito superiores (CBR acima de 20%) aos
indicados no projeto adequado, não sendo, inclusive, identificadas jazidas exploráveis de
material com capacidade de suporte inferiores. Desta maneira, é oportuno alertar a este fato
para não ocasionar dúvidas quanto aos valores de CBR de projeto constante nas tabelas com o
CBR exigido pela supervisão após a aprovação e liberação das jazidas. Na realidade, o grau
de compactação exigido em obra era em referência aos novos valores encontrados nas jazidas.
A seguir, são apresentados os resultados obtidos em campo – por tipo de camada
avaliada e solos – e análise dos mesmos.
92
6.1. Pista
Acompanharam-se dezoito ensaios do controle tecnológico da execução do corpo de
aterro e da fundação da estrutura do pavimento, os quais utilizaram os Solos 2 e 3. Em todas
as estacas o controle de compactação se deu através da utilização do densímetro nuclear, e
para cada ensaio de controle de compactação se realizou dois ensaios com o DCP.
Nas estacas 546+280 a 546+800 foram avaliadas camadas do corpo de aterro, com o
Solo 2, e o CBR é equivalente a 3%. Nas estacas 549+760 a 553+060 foram avaliadas
camadas de fundação, CBR de projeto 4%, porém com utilizando o Solo 3. Neste último caso,
das estacas 552+160 a 552+340, o material calcário não era de mesma origem do Solo 3 (a
jazida estava a 3km de distância, na estaca 552+000).
6.1.1 Estacas com utilização do Solo 2
Nas estacas avaliadas onde se utilizou o Solo 2, foram realizados um total de seis
ensaios no controle tecnológico. Através da curva de calibração obtida para o Solo 2, o DN
correspondente ao CBR de projeto (3%) equivale a 19,8mm/golpe. A Tabela 6.1 apresenta um
resumo dos ensaios realizados.
Tabela 6. 1 – Resumo dos ensaios de controle de compactação para estacas que utilizaram Solo 2
Banco Local (km) Camada Estrutura
ρs,máx
(kg/m3)wotima % GC %
ρseco campo
(kg/m3)wcampo%
Espessura AVAL. MEDIA
(mm)
DN campo (mm/golpe)
537+300 546+280 2º Corpo de Aterro 2011 8,0 102,5 2061 9,3 228 6,4 8,5 0,8 19,8 3,0 18,2
537+300 546+380 2º Corpo de Aterro 2011 8,0 98,5 1981 8,7 177 3,5 8,5 0,2 19,8 3,0 46,5
537+300 546+480 2º Corpo de Aterro 2011 8,0 99,1 1993 9,5 193 4,6 8,5 1,0 19,8 3,0 30,6
537+300 546+620 3º Corpo de Aterro 2018 8,7 99,0 1998 8,2 199 4,1 8,5 -0,3 19,8 3,0 37,1
537+300 546+720 3º Corpo de Aterro 2018 8,7 96,9 1956 8,0 191 3,9 8,5 -0,5 19,8 3,0 39,9
537+300 546+800 3º Corpo de Aterro 2018 8,7 97,1 1960 10,2 217 5,6 8,5 1,7 19,8 3,0 22,2
PISTA - SOLO 2
Origem Dados Laboratório Dados Campo Diferença
wcampo e wót calibração
CBR projeto
(%)
CBR estimado pista
(%)
wót
calibração
DNcalibração
(mm/golpe)
Foi avaliado em média 195mm de espessura de cada camada, embora a mesma
contenha 300mm – ou seja, 2/3 da espessura da camada. O DN obtido pela média dos ensaios
93
em campo varia de 3,5mm/golpe a 6,4mm/golpe, ou seja, atendem o DN de projeto,
conferindo um CBRmédio de 18,2% a 39,9% nas camadas das estacas avaliadas – valor muito
superior ao necessário. O desvio padrão nos DN’s de cada curva varia entre 0,8 e
1,7mm/golpe – o que mostra uma homogeneidade na espessura avaliada, mesmo essa
considerada delgada (aproximadamente 20 cm). A Figura 6.1 mostra a relação profundidade
(mm) x golpe obtida no ensaio DCP da estaca 546+800.
650
700
750
800
850
900
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
ENSAIO 01
ENSAIO 02
Figura 6. 1 – Ensaios de controle de compactação com DCP para estaca 546+800
A Figura 6.2 apresenta a relação entre DN e o Grau de Compactação (GC) de cada
estaca. São mostrados também o DN de calibração para o CBR de projeto, assim como o DN
correspondente a 95%, 96%, 97%, 98%, 99% e 100% de GC do Solo 2, obtidos através da
Curva de Compactação (teor de umidade correspondente ao GC) e da Relação CBR x DN por
teor de umidade (DN correspondente ao teor de umidade referente ao GC requerido).
94
95,0
96,0
97,0
98,0
99,0
100,0
101,0
102,0
103,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
DN
(mm
/gol
pe)
Estacas
DN e Grau de Compactação x Estacas
DN campo (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
DN 95% (mm/golpe)
DN 96% (mm/golpe)
DN 97% (mm/golpe)
DN 98% (mm/golpe)
DN 99% (mm/golpe)
DN 100% (mm/golpe)
GC %
Grau de C
ompactação
%
Figura 6. 2 – DN e Grau de Compactação das estacas que utilizaram Solo 2
Observa-se que o DN de calibração encontra-se próximo a um grau de compactação
entre 95 e 95,5% e o DN característico das camadas avaliadas encontra-se no intervalo de DN
correspondente a 99 e 100% de GC. Já o GC obtido em campo varia entre 97,1 e 102,5%.
Na estaca 546+280 notou-se utilização do densímetro nuclear de forma inadequada11,
o qual pode justificar um GC tão elevado. Pode-se observar que as estacas 536+720 e
546+800 possuem GC próximos a 97% enquanto seu DN está próximo à faixa correspondente
à 99,5%; as demais estacas encontram-se com DN equivalentes à faixa do GC
correspondentes considerando-se um intervalo de aceitação de 1p.p. no GC de campo.
A Figura 6.3 apresenta a relação entre DN e a diferença entre o teor de umidade in
situ e a umidade ótima da calibração para as estacas avaliadas.
11 Como a superfície não estava totalmente horizontal, foi solicitado ao equipamento diversas vezes a determinação do GC sem deslocar o equipamento, e este variou de 90% a 102,5%, assim como sua umidade in situ também variou. Foi acompanhada em uma ocasião a determinação do GC onde foi informada incorretamente a profundidade da haste cravada (20cm ao invés de 25cm). Com isso, o GC apresentado pelo equipamento foi de 65%.
95
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
22,0
DN
(mm
/gol
pe)
Estacas
DN e Umidade x Estacas
DN campo (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
Diferença wcampo e wót calibração
Diferença de H
campo e H
ótima %
Figura 6. 3 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das estacas que utilizaram Solo 2
Tendo-se a mesma energia de compactação ao longo da pista, o aumento no teor de
umidade provoca uma queda na resistência do solo, e conseqüentemente, um aumento no DN.
Este fato pode ser observado em todos as estacas avaliadas para o Solo 2.
6.1.2 Estacas com utilização do Solo 3
Nas estacas avaliadas onde se utilizou o Solo 3, foram realizados um total de onze
ensaios no controle tecnológico. Através da curva de calibração obtida para o Solo 3, o DN
correspondente ao CBR de projeto (4%) equivale a 32,1mm/golpe. A Tabela 6.2 apresenta um
resumo dos ensaios realizados.
96
Tabela 6. 2 – Resumo dos ensaios de controle de compactação para estacas que utilizaram Solo 3
Banco Local (km) Camada Estrutura
ρs,máx
(kg/m3)wotima % GC %
ρseco campo
(kg/m3)wcampo%
Espessura AVAL. MEDIA
(mm)
DN campo (mm/golpe)
555+000 549+760 3º Fundação 2062 9,4 103,1 2126 5,9 125 2,8 9,3 -3,4 32,1 4,0 42,0
555+000 549+940 2º Fundação 2062 9,4 102,1 2105 7,2 222 7,5 9,3 -2,1 32,1 4,0 16,2
555+000 551+520 3º Fundação 1992 10,8 95,6 1904 9 254 6,9 9,3 -0,3 32,1 4,0 17,7
552+000 552+160 2º Fundação 1929 11 97,0 1871 11,9 292 12,1 9,3 2,6 32,1 4,0 10,2
552+000 552+280 2º Fundação 1929 11 99,1 1912 12,3 278 10,1 9,3 3,0 32,1 4,0 12,2
552+000 552+340 2º Fundação 1929 11 97,5 1881 10,9 219 11,8 9,3 1,6 32,1 4,0 10,5
555+000 552+460 2º Fundação 1929 11 96,1 1854 10,8 286 7,0 9,3 1,5 32,1 4,0 17,3
555+000 552+560 2º Fundação 1929 11 100,7 1943 13,1 299 6,7 9,3 3,8 32,1 4,0 18,0
555+000 552+860 2º Fundação 1911 13,5 99,2 1896 10,2 255 5,2 9,3 0,9 32,1 4,0 23,2
555+000 552+960 2º Fundação 1911 13,5 95,6 1827 10 301 8,0 9,3 0,7 32,1 4,0 15,3
555+000 553+060 3º Fundação 1911 13,5 99,1 1894 11 307 7,2 9,3 1,7 32,1 4,0 16,9
DNcalibração
(mm/golpe)
Origem
PISTA - SOLO 3
CBR estimado pista
(%)
Dados Laboratório wót
calibração
CBR projeto
(%)
Dados Campo Diferença wcampo
e wót
calibração
Foi avaliado em média quase que toda a de espessura de cada camada, com exceção
da estaca 549+760. O DN obtido pela média dos ensaios em campo varia de 2,8mm/golpe a
12,1mm/golpe, ou seja, atendem o DN de projeto, conferindo um CBRmédio de 10,5% a 42,0%
nas camadas das estacas avaliadas – valor muito superior ao necessário. O desvio padrão nos
DN’s de cada curva para este material varia entre 0,9 e 4,1mm/golpe – valor superior ao das
estacas que utilizaram o Solo 2, devido a presença de grãos no Solo 3, que provoca uma maior
resistência à penetração do DCP quando em contado com o cone, já que o mesmo estará
medindo a resistência do grão. Este pode ser observado na Figura 6.4, que mostra a relação
profundidade (mm) x golpe obtida no ensaio DCP da estaca 552+960. Pode-se notar que a
partir de aproximadamente 7cm de profundidade do Ensaio 2 para esta estaca a medida do DN
se deu através do contato do DCP com um grão presente na camada, promovendo maior
resistência à penetração e conseqüentemente uma diminuição do DN.
97
500
550
600
650
700
750
800
850
900
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
ENSAIO 01
ENSAIO 02
Figura 6. 4 – Ensaios de controle de compactação com DCP para estaca 552+960
A Figura 6.5 apresenta a relação entre DN e o Grau de Compactação (GC) de cada
estaca, de forma análoga à utilizada para as estacas avaliadas com o Solo 2.
95,0
96,0
97,0
98,0
99,0
100,0
101,0
102,0
103,0
104,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
DN
(mm
/gol
pe)
Estacas
DN e Grau de Compactação x Estacas
DN campo (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
DN 95% (mm/golpe)
DN 96% (mm/golpe)
DN 97% (mm/golpe)
DN 98% (mm/golpe)
DN 99% (mm/golpe)
DN 100% (mm/golpe)
GC %
Grau de C
ompactação
%
Figura 6. 5 – DN e Grau de Compactação das estacas que utilizaram Solo 3
98
Observa-se que o DN de calibração encontra-se próximo a um grau de compactação
abaixo dos 95% e o DN característico das camadas avaliadas encontra-se no intervalo de DN
correspondente a aproximadamente 98 e 100% de GC. Já o GC obtido em campo varia entre
95,6 e 103,1%.
Considerando-se uma tolerância de 1p.p. no GC, pode-se considerar que as estacas
exceto 549+940, 551+520, 552+460 e 552+960 possuem DN de campo equivalentes à faixa
do GC correspondentes. Estas diferenças, como já expostas, se devem principalmente à
presença de grãos no Solo 3, o qual podem fornecer um DN menor para a camada avaliada.
A Figura 6.6 apresenta a relação entre DN e a diferença entre o teor de umidade in
situ e a umidade ótima da calibração para as estacas avaliadas.
-3,5
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
DN
(mm
/gol
pe)
Estacas
DN e Umidade x Estacas
DN campo (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
Diferença wcampo e wót calibração
Diferença de H
campo e H
ótima %
Figura 6. 6 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das estacas que utilizaram Solo 3
Pode-se observar que o aumento no teor de umidade provoca um aumento no DN nas
estacas avaliadas. Este só é menos evidente nas estacas 552+280, 552+560, 552+800 e
552+960, os quais podem ser explicados pela presença de grãos no solo.
99
6.2. Valas do Sistema de Drenagem
Foi acompanhado o controle tecnológico da execução do aterro compactado de duas
valas (Vala 1 e Vala 2) utilizando o Solo 1 nas proximidades de El Carmen e uma vala (Vala
3) utilizando Solo 3 na duplicação de avenida de acesso a rodovia, próxima a fronteira.
Em cada vala eram realizados no mínimo um ensaio de controle de compactação no
lado direito e outro no lado esquerdo da rodovia em cada camada avaliada. O controle de
compactação nas proximidades de El Carmen (Valas 1 e 2) foi realizado através do ensaio
com o balão de borracha; já na duplicação da avenida de acesso à rodovia este foi realizado
através do frasco de areia. A compactação da camada se dá de forma manual, com a utilização
de sapos mecânicos. Cada camada de aterro compactado da vala possuía 30 cm de espessura e
seu CBR de projeto era de 3%.
As Figuras 6.7 a 6.9 ilustram a execução da compactação de aterros nas valas, e a
Figura 6.10 o controle de compactação com a utilização do DCP.
Figura 6. 7 – Execução da compactação de aterro de uma vala do sistema de drenagem nas proximidades de El Carmen.
Figura 6. 8 – Compactação manual do aterro da vala, com a utilização de sapo mecânico – Vala 01.
100
Figura 6. 9 – Vala 03: Duplicação da avenida de acesso à rodovia.
Figura 6. 10 – Realização do ensaio DCP no aterro compactado da Vala 03.
6.2.1. Vala 01
Na Vala 01 foram realizados no total quatro ensaios de controle de compactação,
referentes aos lados esquerdo e direito da vala de duas camadas avaliadas. Para cada ensaio de
controle de compactação desta vala, se realizou três ensaios com o DCP, fornecendo um total
de seis ensaios com DCP por camada.
Através da curva de calibração obtida para o Solo 1, utilizado nesta vala, o DN
correspondente ao CBR de projeto (3%) equivale a 22,1mm/golpe.
A Tabela 6.3 apresenta um resumo dos ensaios realizados na Vala 1 (valores
referente ao DN de campo correspondem à média dos três ensaios com o DCP).
Tabela 6. 3 – Resumo dos ensaios de controle de compactação para Vala 1
Banco Camada Ladoρs,máx
(kg/m3)wotima % GC %
ρseco campo
(kg/m3)wcampo%
Espessura AVAL. MEDIA
(mm)
DN campo
médio
(mm/golpe)
487+560 1ª Direito 2021 9,9 95,2 1924 9,5 210 15,0 6,5 3,0 22,1 3,0 5,1
487+560 1ª Esquerdo 2021 9,9 99,0 2001 9,5 207 13,8 6,5 3,0 22,1 3,0 5,7
487+560 2ª Esquerdo 2071 9,5 96,6 2001 9,3 217 17,1 6,5 2,8 22,1 3,0 4,3
487+560 2ª Direito 2071 9,5 96,6 2001 9,3 273 13,2 6,5 2,8 22,1 3,0 6,0
VALA 1 - SOLO 1
Origem Dados Laboratorio Dados CampoDNcalibração
(mm/golpe)CBR projeto
(%)CBR estimado
pista (%)
wót
calibração
%
Diferença wcampo e
wót
calibração
101
6.2.1.1. DN característico
Os ensaios de DCP realizados na 1ª camada da Vala 1, tanto para o lado esquerdo
como o lado direito, plotados na relação profundidade (mm) x golpe, podem ser visualizados
na Figura 6.11. Foi avaliado em média 208mm de espessura desta camada, embora a mesma
contenha 300mm. O DN obtido pela curva média dos ensaios corresponde a 14,6mm/golpe,
ou seja, atende o DN de projeto, conferindo um CBRmédio de 5,3% para esta camada. O desvio
padrão nos DN’s de cada curva varia entre 3,3 e 7,7mm/golpe.
650
700
750
800
850
900
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
L.D. Ensaio 1
L.D. Ensaio 2
L.D. Ensaio 3
L.E. Ensaio 1
L.E. Ensaio 2
L.E. Ensaio 3
MÉDIA
Figura 6. 11 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 1ª camada da Vala 1
Os ensaios de DCP realizados na 2ª camada da Vala 1, tanto para o lado esquerdo
como o lado direito, podem ser visualizados na Figura 6.12. Foi avaliado em média 245mm
de espessura desta camada, embora a mesma contenha 300mm. O DNmédio obtido pela curva
média dos ensaios corresponde a 14,9mm/golpe, ou seja, atende o DN de projeto, conferindo
um CBRmédio de 5,1% para esta camada. Pode-se notar uma diferença no DN para cada ensaio
realizado na camada, onde este varia de 11,5 a 17,5mm/golpe, e elevado desvio padrão nos
DN’s de cada curva, que chega a 9,9mm/golpe.
102
550
600
650
700
750
800
850
900
0 5 10 15 20 25
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
L.D. Ensaio 1
L.D. Ensaio 2
L.D. Ensaio 3
L.E. Ensaio 1
L.E. Ensaio 2
L.E. Ensaio 3
MÉDIA
Figura 6. 12 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 2ª camada da Vala 1
Ao plotar o perfil avaliado da Vala 1, considerando que a espessura avaliada de cada
camada corresponda a espessura total da mesma, têm-se a Figura 6.13.
320
400
480
560
640
720
800
880
0 5 10 15 20 25 30 35
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
2ª Camada
1ª Camada
DN médio 2ª camada
DN médio 1ª camada
DNmédio = 14,6mm/golpe
DNmédio = 14,9mm/golpe
Figura 6. 13 – Perfil da Vala 1 com o ensaio DCP
A curva média apresentada para cada camada avaliada com o DCP, ao ser comparada
com o DNmédio das mesmas, mostra que a parte superior de cada camada apresenta maior grau
103
de compactação que sua parte inferior, o que pode indicar que a compactação de cada camada
não se deu de forma homogênea; o desvio padrão do DN para as camadas 1 e 2 são
respectivamente 5,2 e 3,7mm/golpe. Observa-se, entretanto, que o DNmédio de toda a vala é
homogêneo ao longo do perfil, conferindo mesma resistência para todo o aterro compactado
da Vala 1.
6.2.1.2.Controle Tecnológico
A Figura 6.14 apresenta a relação entre DN e o Grau de Compactação (GC) de cada
ensaio realizado na Vala 1. São mostrados também o DN de calibração para o CBR de
projeto, assim como o DN correspondente a 95%, 96%, 97%, 98%, 99% e 100% de GC do
Solo 1, obtidos através da Curva de Compactação (teor de umidade correspondente ao GC) e
da Relação CBR x DN por teor de umidade (DN correspondente ao teor de umidade referente
ao GC requerido).
95,0
95,5
96,0
96,5
97,0
97,5
98,0
98,5
99,0
99,5
100,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
DN
(mm
/gol
pe)
Camadas
DN e Grau de Compactação x Camadas da Vala 1
DN campo (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
DN 95% (mm/golpe)
DN 96% (mm/golpe)
DN 97% (mm/golpe)
DN 98% (mm/golpe)
DN 99% (mm/golpe)
DN 100% (mm/golpe)
GC %
Grau de C
ompactação
%
Figura 6. 14 – DN e Grau de Compactação das camadas da Vala 1
104
Observa-se que o DN de calibração encontra-se próximo a um grau de compactação
de 95,5% e o DN característico das camadas avaliadas encontra-se no intervalo de DN
correspondente a 96 e 98% de GC. A 2ª camada no lado esquerdo possui GC de 96,6%, e pela
Figura 6.14 seu DN está bem próximo ao DN correspondente a este GC. Já do lado direito, o
DN acusa um grau de compactação maior que obtido. Na 1ª camada o DN acusa um GC
maior que o obtido em campo no lado direito; o contrário ocorre no lado esquerdo.
A Figura 6.15 apresenta a relação entre DN e a diferença entre o teor de umidade in
situ e a umidade ótima da calibração da Vala 1.
2,5
3,0
3,5
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
22,0
24,0
DN
(mm
/gol
pe)
Camadas
DN e Umidade x Camadas da Vala 1
DN campo (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
Diferença wcampo e wót calibração
Diferença de H
campo e H
ótima %
Figura 6. 15 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das camadas da Vala 1
Tendo-se a mesma energia de compactação ao longo da vala, o aumento no teor de
umidade provoca uma queda na resistência do solo, e conseqüentemente, um aumento no DN.
Nota-se que a 2ª camada do lado esquerdo não se enquadra nesta premissa se comparado aos
demais ensaios dessa vala. As camadas avaliadas se encontravam no ramo úmido do Solo 1.
105
6.2.2. Vala 02
Na Vala 02 foram realizados no total cinco ensaios de controle de compactação,
referentes aos lados esquerdo e direito da vala das duas primeiras camadas e ao lado esquerdo
da terceira camada avaliada. Para cada ensaio de controle de compactação desta vala, se
realizou dois ensaios com o DCP, fornecendo um total de quatro ensaios com DCP nas duas
primeiras camadas. O DN correspondente ao CBR de projeto (3%) equivale a 22,1mm/golpe.
A Tabela 6.4 apresenta um resumo dos ensaios realizados na Vala 2.
Tabela 6. 4– Resumo dos ensaios de controle de compactação para Vala 2
Banco Camada Ladoρs,máx
(kg/m3)wotima % GC %
ρseco campo
(kg/m3)wcampo%
Espessura AVAL. MEDIA
(mm)
DN campo
médio
(mm/golpe)
488+700 1ª Direito 7,3 96,6 7,3 207 14,8 6,5 0,8 22,1 3,0 5,2
488+700 1ª Esquerdo 7,3 96,7 7,3 231 19,3 6,5 0,8 22,1 3,0 3,7
488+700 2ª Direito 7,3 95,2 7,3 214 14,4 6,5 0,8 22,1 3,0 5,4
488+700 2ª Esquerdo 7,3 96,4 7,3 228 19,0 6,5 0,8 22,1 3,0 3,8
488+700 3ª Esquerdo 7,3 96,3 7,3 214 17,8 6,5 0,8 22,1 3,0 4,1
CBR estimado
pista (%)
VALA 2 - SOLO 1
OrigemDNcalibração
(mm/golpe)
Dados Laboratorio Dados Campo wót
calibração
%
Diferença wcampo e
wót
calibração
CBR projeto
(%)
Na ocasião considerou-se o teor de umidade in situ como equivalente à umidade
ótima. Dados sobre a ρseca e ρs,máx não foram anotados na planilha padrão de ensaio.
6.2.2.1. DN característico
Os ensaios de DCP realizados na 1ª camada da Vala 2, tanto para o lado esquerdo
como o lado direito, plotados na relação profundidade (mm) x golpe, podem ser visualizados
na Figura 6.16. Foi avaliado em média 219mm de espessura desta camada, embora a mesma
contenha 300mm. O DN obtido pela curva média dos ensaios corresponde a 16,3mm/golpe,
ou seja, atende o DN de projeto, conferindo um CBRmédio de 4,6% para esta camada. O desvio
padrão nos DN’s de cada curva varia entre 3,7 e 6,4mm/golpe.
106
600
650
700
750
800
850
900
0 2 4 6 8 10 12
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
14
L.D. Ensaio 1
L.D. Ensaio 2
L.E. Ensaio 1
L.E. Ensaio 2
MÉDIA
Figura 6. 16 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 1ª camada da Vala 2
Pode-se notar que a partir de aproximadamente 160mm de profundidade no lado
esquerdo da vala há uma diminuição no DN, indicando um aumento na resistência da camada.
No entanto, nos primeiros 160mm de profundidade da camada(aproximadamente), pode-se
notar uma equivalência no DN, que permanece constante no lado esquerdo após esta
profundidade.
Os ensaios de DCP realizados na 2ª camada da Vala 1, tanto para o lado esquerdo
como o lado direito, podem ser visualizados na Figura 6.17. Foi avaliado em média 215mm
de espessura desta camada, embora a mesma contenha 300mm. Os DN’s obtidos mostram-se
distintos, variando de 13,1 a 19,9mm/golpe. O DNmédio obtido pela curva média dos ensaios
corresponde a 17,4mm/golpe, ou seja, atende o DN de projeto, conferindo um CBRmédio de
4,2% para esta camada. O desvio padrão nos DN’s de cada curva varia de 5 a 7,7mm/golpe.
107
600
650
700
750
800
850
900
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
L.D. Ensaio 1L.D. Ensaio 2L.E. Ensaio 1L.E. Ensaio 2MÉDIA
Figura 6. 17 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 2ª camada da Vala 2
Os ensaios de DCP realizados na 3ª camada da Vala 2 no lado esquerdo, podem ser
visualizados na Figura 6.18. Foi avaliado em média 214mm de espessura desta camada.
DNmédio obtido pela curva média dos ensaios corresponde a 17,8mm/golpe, ou seja, atende o
DN de projeto, conferindo um CBRmédio de 4,1% para esta camada. O desvio padrão nos DN’s
das curvas varia 4,1 a 5,5mm/golpe.
600
650
700
750
800
850
900
0 2 4 6 8 10 12
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
14
ENSAIO 1
ENSAIO 2
MÉDIA
Figura 6. 18 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 3ª camada da Vala 2
108
Ao plotar o perfil avaliado da Vala 2, considerando que a espessura avaliada de cada
camada corresponda a espessura total da mesma, têm-se a Figura 6.19.
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
3ª Camada
2ª Camada
1ª Camada
DN médio 3ª camada
DN médio 2ª camada
DN médio 1ª camada
DNmédio = 16,8mm/golpe
DNmédio = 17,4mm/golpe
DNmédio = 17,8mm/golpe
Figura 6. 19 – Perfil da Vala 2 com o ensaio DCP
A curva média apresentada para cada camada avaliada com o DCP, ao ser comparada
com o DNmédio das mesmas, mostra que a parte superior das camadas 2 e 3 apresentam grau de
compactação levemente maior que sua parte inferior, o que pode indicar que a compactação
de cada camada não se deu de forma homogênea. O desvio padrão dos DN’s médio de cada
camada varia de 4 a 4,5mm/golpe. No geral, o valores de DNmédio das 3 camadas são muito
próximos, conferindo uma resistência homogênea ao longo do perfil para todo o aterro
compactado da Vala 2.
6.2.2.2. Controle Tecnológico
A Figura 6.20 apresenta a relação entre DN e o Grau de Compactação (GC) de cada
ensaio realizado na Vala 2, de forma análoga à apresentada na Vala 1.
109
95,0
95,2
95,4
95,6
95,8
96,0
96,2
96,4
96,6
96,8
97,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
DN
(mm
/gol
pe)
Camadas
DN e Grau de Compactação x Camadas da Vala 2
DN campo (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
DN 95% (mm/golpe)
DN 96% (mm/golpe)
DN 97% (mm/golpe)
DN 98% (mm/golpe)
DN 99% (mm/golpe)
DN 100% (mm/golpe)
GC %
Grau de C
ompactação
%
Figura 6. 20 – DN e Grau de Compactação das camadas da Vala 2
Observa-se que o DN de calibração encontra-se próximo a um grau de compactação
de 95,5% e o DN característico das camadas avaliadas encontra-se no intervalo de DN
correspondente a 95,5 e 97,5% de GC. Sendo as camadas compactadas na mesma energia de
compactação, o aumento no GC promove uma diminuição no DN; na Figura 6.20 esta relação
se dá de forma inversa considerando-se todos os pontos. Ao analisar a proximidade do DN de
campo com os DN’s de diferentes GC, considerando-se uma tolerância de 0,5p.p., os ensaios
correspondentes à 1ª camada lado esquerdo e à 2ª camada lado direito não possuem relação
entre GC obtido em campo e a faixa de DN correspondente ao GC em que DN de campo se
encontra.
A Figura 6.21 apresenta a relação entre DN e a diferença entre o teor de umidade in
situ e a umidade ótima da calibração da Vala 2.
110
0,5
1,0
14,0
15,0
16,0
17,0
18,0
19,0
20,0
21,0
22,0
23,0
DN
(mm
/gol
pe)
Camadas
DN e Umidade x Camadas da Vala 2
DN campo (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
Diferença wcampo e wót calibração
Diferença de H
campo e H
ótima %
Figura 6. 21 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das camadas da Vala 2
Observa-se que incorporação da umidade ótima como equivalente ao teor de
umidade em campo não se fez de maneira correta, já que ao considerar que todas as camadas
foram executadas a uma mesma energia de compactação, a mudança de DN corresponderia à
mudança no teor de umidade do solo – o que não se nota nesta Figura.
6.2.3. Vala 03
Na Vala 03 foram realizados no total quatro ensaios de controle de compactação,
correspondendo a quatro camadas avaliadas. Para cada ensaio de controle de compactação
desta vala, se realizou dois ensaios com o DCP. O DN correspondente ao CBR de projeto
(3%) equivale a 43,2mm/golpe – um valor considerado elevado, ou seja, em um único golpe o
DCP atravessa mais de 4cm de camada.
A Tabela 6.5 apresenta um resumo dos ensaios realizados na Vala 3.
111
Tabela 6. 5 – Resumo dos ensaios de controle de compactação para Vala 3
Banco Camada Ladoρs,máx
(kg/m3)wotima % GC %
ρseco campo
(kg/m3)wcampo%
Espessura AVAL. MEDIA
(mm)
DN campo
médio
(mm/golpe)
593+800 1ª Direito 1991 10,0 90,8 2 7,4 287 16,2 9,3 -1,9 43,2 3,0 7,7
593+800 2ª Direito 1991 10,0 91,3 2 7,4 301 8,4 9,3 -1,9 43,2 3,0 14,5
593+800 3ª Direito 1991 10,0 97,4 2 12 309 18,2 9,3 2,7 43,2 3,0 6,9
593+800 4ª Direito 1991 10,0 94,4 2 10,6 214 12,7 9,3 1,3 43,2 3,0 9,8
Origem Dados Laboratorio Dados CampoDNcalibração
(mm/golpe)
VALA 3 - SOLO 3
CBR projeto
(%)
wót
calibração
%
Diferença wcampo e
wót
calibração
CBR estimado
pista (%)
6.2.3.1. DN característico
Os ensaios de DCP realizados na 1ª camada da Vala 3 podem ser visualizados na
Figura 6.22. Foi avaliada praticamente toda a espessura desta camada. O DN obtido pela
curva média dos ensaios corresponde a 16,2mm/golpe (desvio padrão para ambas as curvas de
ensaio é de 7,4mm/golpe), ou seja, atende o DN de projeto, conferindo um CBRmédio de 7,7%
para esta camada.
550
600
650
700
750
800
850
900
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
ENSAIO 01
ENSAIO 02
MÉDIA
Figura 6. 22 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 1ª camada da Vala 3
Os ensaios de DCP realizados na 2ª camada da Vala 3 podem ser visualizados na
Figura 6.23. Foi avaliada praticamente toda a espessura desta camada. O DNmédio obtido pela
curva média dos ensaios corresponde a 8,4mm/golpe – maior resistência dentre as quatro
112
camadas desta vala, e atende o DN de projeto, conferindo um CBRmédio de 14,5% para esta
camada. O desvio padrão para os ensaios 1 e 2 são respectivamente 6,5 e 3,0 mm/golpe, e
seus DN’s, 10,2 e 6,6 mm/golpe.
550
600
650
700
750
800
850
900
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
ENSAIO 01
ENSAIO 02
MÉDIA
Figura 6. 23 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 2ª camada da Vala 3
Como o Solo 3 (calcário) é granular, pode-se justificar a diferença entre os DN’s
ensaiados pela presença de um grão a partir de 150mm de profundidade no Ensaio 2,
conferindo uma maior resistência após o contato com o mesmo – foi medido neste caso a
resistência ao DCP do grão.
Os ensaios de DCP realizados na 3ª camada da Vala 3 podem ser visualizados na
Figura 6.24. Foi avaliada praticamente toda a espessura desta camada. O DNmédio obtido pela
curva média dos ensaios corresponde a 18,1mm/golpe, ou seja, atende o DN de projeto,
conferindo um CBRmédio de 6,9% para esta camada. O desvio padrão para os ensaios 1 e 2 são
respectivamente 4,5 e 7,2 mm/golpe.
113
550
600
650
700
750
800
850
900
0 2 4 6 8 10 12 14 16 1
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
8
ENSAIO 01
ENSAIO 02
MÉDIA
Figura 6. 24 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 3ª camada da Vala 3
Os ensaios de DCP realizados na 4ª camada da Vala 3 podem ser visualizados na
Figura 6.25. Foi avaliados 214mm dos 300mm de espessura desta camada. O DNmédio obtido
pela curva média dos ensaios corresponde a 12,5mm/golpe, ou seja, atende o DN de projeto,
conferindo um CBRmédio de 9,8% para esta camada. O desvio padrão para os ensaios 1 e 2 são
respectivamente 5,3 e 6,7 mm/golpe.
550
600
650
700
750
800
850
900
0 5 10 15 20 25
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
ENSAIO 01
ENSAIO 02
MÉDIA
Figura 6. 25 – Ensaios de controle de compactação com DCP para 4ª camada da Vala 3
114
Ao plotar o perfil avaliado da Vala 3, considerando que a espessura avaliada de cada
camada corresponda a espessura total da mesma, têm-se a Figura 6.26.
0
200
400
600
800
1000
1200
0 10 20 30 40 50 60 70 80 9
Prof
undi
dade
(mm
)
Nº Golpes Acumulado
Controle de Compactação com DCP
0
4ª Camada3ª Camada2ª Camada1ª CamadaDN médio 4ª camadaDN médio 3ª camadaDN médio 2ª camadaDN médio 1ª camada
DNmédio = 17,8mm/golpe
DNmédio = 18,1mm/golpe
DNmédio = 8,1mm/golpe
DNmédio = 15,9mm/golpe
Figura 6. 26 – Perfil da Vala 3 com o ensaio DCP
A curva média apresentada para cada camada avaliada com o DCP, ao ser comparada
com o DNmédio das mesmas, mostra que a parte superior de todas as camadas apresentam grau
de compactação levemente maior que em sua parte inferior, o que pode indicar que a
compactação de cada camada não se deu de forma homogênea. O desvio padrão dos DN’s
médio de cada camada varia de 3,3 a 6,4mm/golpe. Nota-se que o valor de DNmédio da 2ª
camada é muito inferior às demais, que provavelmente, como foi detectado na Figura 6.23
deve-se à aplicação de golpes em um grão, conferindo maior resistência à camada ensaiada.
Os valores de DNmédio das camadas 3 e 4 são muito próximos, conferindo uma resistência
homogênea ao longo do perfil na metade superior do aterro compactado. A 1ª camada obteve
um DN com valor um pouco inferior às duas últimas camadas, cuja resistência é pouco
superior a estas.
115
6.2.3.2. Controle Tecnológico
A Figura 6.27 apresenta a relação entre DN e o Grau de Compactação (GC) de cada
ensaio realizado na Vala 3, de forma análoga ao apresentado na Vala 1.
90,0
91,0
92,0
93,0
94,0
95,0
96,0
97,0
98,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
DN
(mm
/gol
pe)
Camadas
DN e Grau de Compactação x Camadas da Vala 3
DN campo médio (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
DN 95% (mm/golpe)
DN 96% (mm/golpe)
DN 97% (mm/golpe)
DN 98% (mm/golpe)
DN 99% (mm/golpe)
DN 100% (mm/golpe)
GC %
Grau de C
ompactação
%
Figura 6. 27 – DN e Grau de Compactação das camadas da Vala 3
Observa-se que o DN de calibração encontra-se num um grau de compactação
inferior a 95% e o DN característico das camadas avaliadas encontra-se no intervalo de DN
correspondente a 97 e 98,5% de GC; porém o GC obtido com a utilização do frasco de areia
está num intervalo entre 90,8 e 97,4%.
Como detectado anteriormente, o DN referente à 2ª camada teve um valor muito
abaixo em relação às demais camadas, porém, devido à presença de grãos no solo que se
evidenciou na Figura 6.23, tornando a comparação entre seu DN e GC inconsistente. Nota-se
que na 3ª camada o DN em campo está próximo a faixa correspondente a 97% de GC,
conferindo sua relação com GC de campo. Entretanto observa-se que as camadas 1 e 4
possuem DN próximos a esta, porém o GC obtido em campo está aquém desta.
116
A Figura 6.28 apresenta a relação entre DN e a diferença entre o teor de umidade in
situ e a umidade ótima da calibração da Vala 3. A relação entre DN e umidade in situ desta
camada não se faz corretamente para esta vala na 1ª camada, como pode ser observado, já que
ao considerar que todas as camadas foram executadas a uma mesma energia de compactação,
a mudança de DN corresponderia à mudança no teor de umidade do solo, onde maior teor de
umidade corresponde à maior DN e vice-versa.
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
8,0
12,0
16,0
20,0
24,0
28,0
32,0
36,0
40,0
44,0
DN
(mm
/gol
pe)
Camadas
DN e Umidade x Camadas da Vala 3
DN campo (mm/golpe)
DNcalibração (mm/golpe)
Diferença wcampo e wót calibração
Diferença de H
campo e H
ótima %
Figura 6. 28 – DN e Diferença entre wcampo e wótima das camadas da Vala 3
117
CAPÍTULO VII – ANÁLISE DE DADOS
7.1. Avaliação da Validade de Ensaios
A análise de dados gráficos oriundos dos ensaios de Laboratório identificaram a
existência de pontos singulares em algumas curvas obtidas, como na calibração do Solo 3,
calcário. Neste, a difícil trabalhabilidade em laboratório para aquisição de parâmetros fez com
que se realizassem três seqüências de ensaios para obtenção da curva de compactação e
determinação da umidade ótima; notou-se que a determinação do teor de umidade dos corpos
de prova só era possível utilizando no mínimo 500g do material. Cada corpo de prova teve a
mesma porcentagem de material granular, determinado pelo ensaio de granulometria. Neste
material também foram desconsiderados alguns resultados referentes a ensaio CBR, que se
apresentavam incoerentes na curva – indicativos de problemas ocorridos no processo de
compactação, não seguindo uma tendência – o que causaria erros na determinação das
correlações CBR x DN.
Desconsideraram-se os corpos de prova pouco resistentes no ensaio DCP, ou seja, no
extremo úmido das curvas de compactação, nos quais para a determinação do DN
representativo da umidade com apenas um golpe o cone atravessava completamente o corpo
de prova tocando no fundo do molde – em alguns casos, apenas o peso do equipamento sobre
o corpo de prova já causava a penetração do equipamento. No caso do Solo 2, este fato se deu
a partir de 3p.p. (pontos percentuais) da wót.
Na análise de dados correspondentes a massa específica aparente dos solos (ρseca),
foi notado a partir dos resultados apresentados nos ensaios CBR e DCP que havia uma
incoerência na determinação dos mesmos, já que em todas as curvas obtidas para tal se
apresentavam “em ziguezague”, exceto a curva de compactação inicial para obtenção da wót –
único ensaio em que se utilizou o mesmo molde para compactar os corpos de prova.
Constatou-se então que o volume dos moldes foi estabelecido de forma incorreta12. A falta de
12 Vale lembrar que o laboratório da empresa supervisora, utilizado neste estudo, não produzia os ensaios para controle tecnológico em obra – serviço este a cargo da contratista. Os moldes aqui utilizados foram emprestados em sua maioria pela contratista, e os volumes medidos pelos laboratoristas que realizaram a calibração.
118
tempo em obra para uma nova bateria de ensaios impossibilitou uma nova determinação
destes parâmetros. Com isso, não foi possível uma correlação e análise do ρseca dos solos
utilizados neste estudo.
A umidade ótima, obtida pelo ensaio preliminar de Compactação para definição dos
teores de umidade utilizados nos ensaios CBR e DCP foi substituída pela umidade ótima
apresentada pelo gráfico da curva do CBR x teor de umidade, que se mostrou mais coerente
ao corresponder ao ponto de maior resistência do material, embora esta diferença seja pouca.
Deve-se lembrar que os Solos 1 e 2 possuíam mesma classificação segundo a HRB;
entretanto se realizou a calibração para cada um, já que eram provenientes de jazidas distantes
quase 40km além de apresentarem coloração distinta – Solo 1 vermelho e Solo 2 amarelo. Em
virtude disso foi cogitada a realização da classificação segundo a metodologia MCT para uma
classificação mais rigorosa; entretanto a escassez de tempo não possibilitou tal estudo.
Foi realizada a curva para dados combinados entre os Solos 1 e 2, porém se utilizou a
calibração individual de cada solo na análise de resultados de campo.
Descartaram-se também 33 ensaios de campo com a utilização do DCP em camadas
de pista com Solo 1. Notou-se a leitura errônea da penetração do equipamento, onde o
operador realizou apenas leituras correspondentes a múltiplos de 5mm, definindo previamente
o DN de cada camada avaliada como 5mm/golpe; observou-se que às vezes esta leitura era
corrigida quando o operador notava uma diferença muito grande entre a apresentada na régua
e a da seqüência já determinada, e então era produzido DN naquela leitura de 10 a 15mm,
voltando a seqüência de múltiplos de 5mm.
7.2. Correlações Obtidas
Obteve-se ótimas correlações com os Solos 1, 2 e 3. Deve-se lembrar que nas
correlações obtidas por outros autores, se obteve a correlação de cada material através de
ensaios realizados nas diferentes energias de compactação. Neste estudo, utilizou-se apenas a
energia aplicada em campo – modificada – tanto pela escassez de tempo quanto de
laboratoristas disponíveis para tal.
Também vale informar que a obtenção da relação CBR x DCP não é válida para o
ramo seco dos solos de uma forma geral (neste trabalho utilizou-se a relação a partir de no
119
máximo 1p.p. da wót do ramo seco). Os resultados apresentados pelo DCP no ramo seco são
praticamente constantes, havendo uma horizontalidade neste trecho ao visualizar o gráfico
DN x teor de umidade – o que não ocorre com o ensaio CBR; com isso, não há uma tendência
entre estes pontos, como apresentado no trabalho. Em campo, observou-se pontos com teores
de umidade inferiores ao intervalo de avaliação do DCP somente na aplicação do Solo 3.
Nota-se a necessidade de realização de um maior número de corpos de prova para o
ensaio de DCP na calibração para os teores de umidade pertencentes ao ramo úmido do solo
ensaiado. A partir de aproximadamente 1,5p.p. da wót no ramo úmido, o DN característico
destes teores de umidade eram obtidos com no máximo dois golpes no corpo de prova, já que
a partir disto o cone tocava o fundo do molde. Como estes pontos são muito importantes na
determinação da curva de calibração, vê-se necessário uma maior acuidade na obtenção dos
mesmos, o que é dado com mais ensaios para este intervalo de umidade.
7.3. Resultados de Campo Obtidos
Os resultados de campo puderam avaliar tanto a homogeneidade de compactação da
camada – e conseqüentemente a eficiência do processo de compactação empregado ao longo
da camada, que é em função do número de passadas dos equipamentos de compactação –
quanto à resistência in situ das camadas compactadas no processo de controle tecnológico.
Com relação à homogeneidade de compactação das camadas, foi possível identificar
a mesma tanto ao longo do perfil quanto da extensão da camadas.
No controle de aterros compactados nas valas de drenagem observou-se em cada
camada um maior grau de compactação na sua parte superior em relação à inferior, que pode
ser atribuído ao tipo de equipamento de compactação empregado (sapo mecânico – manual),
porém no perfil do corpo de aterro total, notou-se homogeneidade na compactação,
proporcionando mesma resistência ao longo do perfil. A exceção se dá na Vala 3, cuja
granularidade do solo utilizado, que mesmo de fácil destorroamento, ao ser aplicado golpes
com o DCP o cone pode ter cravado em um grão mais resistente na 2ª camada, e o DN obtido
é em função da resistência do grão, proporcionando uma maior resistência nesta camada em
relação às demais desta Vala.
No controle de compactação em pista com a utilização do DCP, pôde-se notar uma
homogeneidade maior da resistência ao longo do perfil da camada em relação às camadas das
120
valas, o que pode ser atribuído ao tipo de equipamento empregado na compactação, e,
conseqüentemente sua eficiência de compactação.
Ainda em relação aos resultados obtidos em pista, o DN obtido em campo, na
maioria dos casos, correspondeu ao DN correspondente ao grau de compactação do solo
utilizado, obtido através da curva de compactação e da relação CBR e DN x teor de umidade.
Também se observou uma correspondência entre o aumento do teor de umidade com o
aumento do DN em campo, já que o acréscimo de umidade promove uma queda na resistência
do solo e conseqüentemente um acréscimo no valor de DN.
A utilização do DCP no controle de compactação, previsto na Transferência de
Tecnologia, se deu de forma facultativa, já que não era obrigatório seu uso no controle
tecnológico pelo projeto. Este fato, somado a resistência dos laboratoristas e inspetores de
campo pela falta de credibilidade no método, dificultou um pouco tanto a calibração como a
realização dos ensaios de campo, condições estas que tiveram que ser administradas na
dinâmica dos laboratoristas que tinham como prioridade os ensaios previstos em contrato,
decorrendo assim um número de ensaios em campo reduzido destinados ao DCP.
121
CAPÍTULO VIII – MANUAL PARA UTILIZAÇÃO DO DCP
Através do Trabalho realizado, pode-se definir a metodologia que estabelece a
sistemática a ser empregada no controle da qualidade do serviço de execução de aterros e
camada final de terraplenagem, através do emprego do Penetrômetro Dinâmico de Cone
(DCP), bem como os critérios para aceitação e rejeição dos serviços.
8.1. Considerações Iniciais
O ensaio com a utilização do DCP deve ser realizado com o auxílio de pelo menos
duas pessoas, devendo obedecer aos seguintes procedimentos:
• Montar o equipamento devidamente, conforme a Figura 3.29 (Capítulo III);
• As junções devem ser rosqueadas até estarem bem firmes. Deve-se verificar se
as junções estão bem apertadas antes de realizar o ensaio e também antes da retirada
do equipamento cravado na camada, pois qualquer operação com o equipamento com
as junções soltas ou frouxas pode danificar o equipamento, diminuindo sua vida útil;
• Deve-se limpar a ponta do cone e haste após cada ensaio;
• Verificação periódica do bom estado da ponta cônica, isto é, a ponta não deve
estar achatada, e estar de acordo com a Figura 3.29. A diferença entre uma ponta em
boas condições de uso e a ser descartada também pode ser visualizada na Figura 3.33
do mesmo capítulo;
• Manter o DCP na posição perpendicular à camada a ser ensaiada durante o
ensaio, evitando que qualquer contato entre o peso e a barra gere algum esforço
adicional na penetração do cone no solo, e os resultados não serão precisos e
homogêneos;
• A aplicação dos golpes deve ser dada em um ritmo regular, respeitando a altura
de queda do peso. Deve-se cuidar ainda ao elevar o peso, para não provocar uma
movimentação ascendente do aparelho;
122
• Em campo, a primeira leitura de penetração do DCP é sempre desconsiderada,
pois no primeiro golpe a superfície de contato entre o cone e o solo não é a mesma
dos golpes posteriores;
• Deve-se ter cuidados especiais na realização do ensaio em solos pedregulhosos,
que, como pôde-se observar através dos ensaios realizados ao longo deste trabalho
possuem uma variação do resultado devido à resistência do grão à ponta do DCP.
Também este tipo de material é mais propício a danificar a ponta do DCP na
realização do ensaio. Recomenda-se então a utilização do DCP em camadas
principalmente constituídas por solo considerado fino, como solos argilosos, siltosos
e arenosos.
• Manter o DCP protegido de intempéries, armazenando-o corretamente. Isto
evita oxidação das peças do equipamento (Figura 8.2). Recomenda-se a confecção de
uma caixa para armazenamento e transporte do equipamento (que evita o contato do
DCP com eventuais chuvas que podem ocorrer em campo), como mostrada na Figura
8.1. Também se recomenda lubrificar o equipamento com certa freqüência.
Figura 8. 1– Caixa confeccionada pra armazenagem do DCP
Figura 8. 2 – Cones do DCP, do perfeito estado ao enferrujado (esquerda para direita), resultado de 4 semanas armazenado com umidade.
8.2. Obtenção da Curva de Calibração
A obtenção da curva de calibração do solo é de fundamental importância para o
controle de execução em campo, pois é sobre ela que é definido o Índice de Penetração – DN
que será controlado no campo. Esta curva é obtida segundo o procedimento descrito a seguir:
123
Passo 1: Deve-se obter Curva de Compactação do solo para conhecimento da wót.,
que irá definir o intervalo de umidade utilizado na confeccção dos corpos de prova para
calibração.
Passo 2: Moldar pares de corpos de prova idênticos para o ensaio CBR e DCP
(mesma energia de compactação e umidade de moldagem), utilizando o molde de CBR para
ambos os casos. Os intervalos de umidade serão variáveis em função do tipo de solo e energia
utilizados. Uma sugestão, a qual foi utilizada no presente trabalho, é indicada na Tabela 8.1, a
qual possuem no máximo a diferença de 0,5p.p. (pontos percentuais) no teor de umidade entre
um corpo de prova e outro.
Tabela 8. 1 Umidade de moldagem recomendada para ensaios CBR e DCP
RRaammoo SSeeccoo wwóótt RRaammoo ÚÚmmiiddoo %%ww eemm rreellaaççããoo àà
wwóótt-2,0% -1,5% -1,0% -0,5% wót +0,5% +1,0% +1,5% +2,0% +2,5% +3,0%
Deve ser confeccionado mais de um corpo de prova para o mesmo teor de umidade
no ramo úmido do ensaio DCP, obtendo-se um DN médio entre estes característico para o teor
de umidade.
Passo 3: Realiza-se os ensaios CBR (AASHTO T-193) para os corpos de prova
moldados para tal.
Passo 4: Realiza-se os ensaios com o DCP sem a imersão dos corpos de prova,
posicionando o cone ao centro do corpo de prova e anotando-se a penetração a cada golpe.
Deve-se cuidar para que a ponta não atinja o fundo do molde e não seja danificada. Para tal
pode-se confeccionar um fundo para o molde de madeira, o qual diminui o dano à ponta do
cone caso este o toque.
Passo 5: Faz-se a Plotagem da relação CBR e DN x teor de umidade em um mesmo
gráfico, onde o teor de umidade corresponde ao eixo das abcissas (eixo x); o CBR é dado no
eixo das ordenadas (eixo y) e o DN também no mesmo eixo, porém com valores negativos.
Passo 6: Elabora-se uma tabela com os valores de resistência CBR e DN para as
mesmas condições de umidade.Nesta tabela são inseridos os valores de CBR e DN e seus
respectivos teores de umidade; deve-se extrair do gráfico elaborado no Passo 5 os valores de
DN ou CBR correspondentes aos mesmos teores de umidade, obtendo-se então para uma
mesma umidade um valor de CBR e de DN.
Passo 7: Para facilitar a visualização do intervalo de dados (teor de umidade) a ser
utilizado na correlação dos ensaios CBR x DCP, plota-se no programa Excel o gráfico log
124
CBR x log DN através da Tabela elaborada com valores logarítmicos de CBR e DN obtidos
no Passo 6. Com auxílio da linha de tendência e respectivo r2 elimina-se os pares de dados
correspondentes ao ramo seco que não fornecem um bom r2 (quanto mais próximo de 1,0
melhor a correlação) até no máximo a umidade ótima – estes dados geralmente encontram-se
no gráfico de forma verticalizada, não conferindo com a reta da relação log CBR x log DN.
Passo 8: Realiza-se a regressão linear entre os valores log CBR (eixo y) e log DN
(eixo x), já que se tem a equação para correlação como sendo:
log CBR = c + a * log DN
Para isto, pode-se utilizar no programa Excel a ferramenta “regressão linear”, contida
na opção “Análise de Dados” – os valores utilizados devem ser organizados em colunas.
Deve-se escolher a opção de saída de resultados em uma nova Planilha para facilitar. Esta
fornecerá, além de outros dados estatísticos, o r2, e os coeficientes de intersecção (parâmetro c
da equação) e da variável x (parâmetro a).
Passo 9: Através dos dados obtidos no Passo 8, tem-se a equação de calibração para
o solo ensaiado. Deve-se observar se a curva de calibração atende ao CBR requerido em
campo, visualizando no gráfico CBR e DN x teor de umidade se ambas as curvas existem para
o valor solicitado. Com isto, avalia-se a validade da curva obtida. Deve-se analisar também o
intervalo de umidade a ser aceito em campo através do gráfico CBR e DN x teor de umidade,
o qual deve atender o CBR requerido em projeto para a camada avaliada.
8.3. Definição do DN para Controle Tecnológico
No controle de compactação é preciso garantir uma capacidade de suporte igual ou
superior ao CBR de projeto utilizado no dimensionamento da estrutura, onde é necessário
definir então valor de Índice de Penetração (DN) que propicie esta resistência mínima para o
solo utilizado na camada, através da curva de calibração. Ao se utilizar o DCP, o qual
possibilita avaliar in situ a resistência do material compactado através do DN, e levando-se
em conta que se pode realizar um número maior de ensaios, tem-se uma maior probabilidade
de se atingir o CBR de projeto nesta camada. A definição do DN que atenda o CBR de projeto
é feita através dos seguintes procedimentos:
125
Passo 1: Através da equação da curva de calibração do solo empregado, deve-se
prever qual DN atende o CBR solicitado na camada compactada a ser avaliada, inserindo o
valor do CBR de projeto na equação. Por exemplo, numa dada camada o CBR solicitado é de
5%, o que corresponde numa dada equação ao DN de 8mm/golpe – DN este definido para o
controle tecnológico.
Passo 2: Para facilitar o uso do DN a ser utilizado no controle tecnológico, deve-se
transformá-lo em um número de golpes mínimo para uma dada espessura ensaiada da camada.
Por exemplo, utilizando-se DN de 8mm/golpe, para ser penetrado 10 cm com o DCP na
camada avaliada, deve-se realizar no mínimo 13 golpes; para 15 cm no mínimo 19 golpes e
para 20 cm no mínimo 25 golpes.
8.3. Controle Tecnológico com o Uso do DCP
A simplicidade e mobilidade do DCP permite realizar uma grande quantidade de
ensaios e, assim, obter-se uma melhor perfil das propriedades das camadas o qual foi
empregado.
Em escritório pode-se a partir dos resultados anotados, plotar a curva DCP, como
descrito ao longo Capitulo 6, o qual através da inclinação das retas (que representa o índice de
penetração - DN em mm/golpe), pode-se analisar a eficiência da compactação ao longo da
profundidade das camadas. A interpretação destes resultados se dá através da Figura 3.35 do
Capítulo III. No item 3.34 deste capítulo encontra-se a devida interpretação de todos os dados
obtidos com o DCP.
No controle tecnológico com o uso do DCP, pode-se dizer que, em relação ao DN
definido no item 8.4 deste Capítulo, um número maior de golpes que o previsto para a
profundidade determinada (como 10, 15 ou 20 cm) indica uma maior resistência do solo à
penetração e conseqüentemente um maior CBR. Caso o ensaio forneça um número menor de
golpes para atingir a profundidade prevista (DN maior que o definido para controle
tecnológico), a camada deve ser devidamente recompactada, quando um ponto isolado, na
região de influência deste. Num conjunto de ensaios que possuíram um menor número de
golpes para tal profundidade, deve-se escarificar e compactar novamente a região. Em ambos
os casos, deve-se realizar o ensaio com o DCP novamente após a recompactação.
126
Deve-se observar se o teor da umidade in situ encontra-se no intervalo definido para
validade do ensaio. Caso o teor de umidade esteja fora do intervalo já definido, a camada
deverá ser retrabalhada para adequar-se à umidade.
O DCP possui uma resposta pouco representativa no ramo seco, principalmente em
umidade distantes da ótima. Porém, pode-se sugerir a utilização do ensaio para simples
liberação de camada compactada a uma umidade limite obtida do gráfico de compactação,
observando-se o teor de umidade relativo, por exemplo, a 97% da massa específica aparente
seca. Este percentual poderá ser minimamente ajustado em função do comportamento da
curva de compactação decorrente do tipo de solo.
127
CAPÍTULO IX – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O equipamento DCP mostrou-se de elevado potencial de uso em obras viárias, apto
de ser empregado no controle tecnológico de compactação de camadas estruturais e de aterro
de obras viárias, principalmente quando utilizado solo de granulometria fina. Observa-se uma
ótima ferramenta na determinação do perfil de resistência tanto ao longo da profundidade
quanto extensão da camada avaliada e no controle da eficiência de compactação, levantando
perfis de CBR mais realistas no campo, com a vantagem de um baixo custo de operação e
aquisição – possibilitando inclusive sua própria confecção, além da simplicidade e rapidez de
execução de ensaio e obtenção de resultados, possibilitando um maior número de pontos
investigados durante a execução da obra.
É necessário, entretanto, um conhecimento sobre os parâmetros alcançados com
equipamento para adquirir a sensibilidade necessária na interpretação dos dados obtidos com
sua aplicação, como demonstrado neste trabalho.
Os resultados obtidos com as correlações mostraram que existem restrições a alguns
solos para aplicação do DCP no que se refere à estimativa do CBR, principalmente na
utilização de solos granulares. Notou-se a necessidade no processo de calibração, da
realização de um número maior de ensaios para teores de umidade pertencentes ao ramo
úmido do solo – o qual define a curva de calibração. Nestes teores de umidade o DN obtido se
dá entre um e dois golpes no corpo de prova, um número pequeno para a acuidade exigida
para estas umidades.
Foi possível estabelecer uma metodologia para a calibração de solos, que se dá
através de intervalos de umidade relacionados à wót de cada material.
Os resultados com o DCP em campo puderam avaliar a eficiência dos equipamentos
utilizados na compactação, produzindo um perfil da resistência ao longo da espessura da
camada, e também ao longo da extensão da mesma. Com isso, o DCP identificou onde deve
ter-se mais acuidade dos operadores no processo de compactação das camadas.
Com relação aos resultados de ensaios tradicionais de controle tecnológico (Frasco
de Areia, Balão Volumétrico e Densímetro Nuclear), o DCP identificou a real resistência da
camada avaliada, onde para a maioria dos pontos avaliados – principalmente pra os Solos 2 e
128
3 – as camadas possuíam uma capacidade de suporte superior ao CBR de projeto, onde
poderia ser aplicada uma energia de compactação inferior à utilizada.
A utilização do DCP em solos granulares, embora recomendada pela literatura, deve
ter cuidados especiais, já que além de danificar a ponta do cone muitas vezes apresenta um
DN referente à quebra dos grãos pelo golpe do DCP. Na presença de pedregulhos, frações
britadas ou concreções no solo como o calcário, recomenda-se no controle tecnológico a
realização de mais de um ensaio para o mesmo ponto, podendo identificar se o DN obtido é
característico da camada avaliada ou se é referente à presença de grãos.
Observou-se, principalmente em solos mais resistentes, que após o ensaio o cone
estava completamente desrosqueado da haste, e, em alguns casos, ao extrair o conjunto haste-
cone da camada ensaiada, o cone ficava retido na camada. Também se notou o
desrosqueamento do apoio da régua no equipamento, que mesmo após soldagem da peça,
depois de determinado tempo de uso a mesma começava a deslocar-se a cada aplicação de
golpe, o que atrapalhava na leitura da penetração e após alguns golpes ameaçava prejudicar a
integridade da régua por começar a envergá-la. Com isso torna-se essencial a verificação dos
componentes do equipamento – se todos se encontram devidamente encaixados através de
suas roscas – permanecendo bem atarraxadas para execução do ensaio, além da necessidade
de peças extras de cone, não se esquecendo que também o mesmo deve ser trocado quando
houver ± 10% de redução da seção.
Não se deve esquecer-se de ser verificada a verticalidade do equipamento por um dos
operadores. Outro ponto importante é a necessidade de um dispositivo para a régua não ter
mobilidade e manter a verticalidade; alguns equipamentos comerciais já produzem este
dispositivo, entretanto o DCP utilizado neste estudo não. Com o tempo foi improvisada uma
tábua de madeira com uma fenda para apoio da régua (tábua da caixa de armazenamento do
equipamento), já que muitas vezes com a aplicação de golpes a régua se movimentava.
Outro cuidado observado com o equipamento DCP foi à necessidade de proteger e
lubrificar constantemente o equipamento para evitar ferrugem. Foi confeccionada uma caixa
de madeira para armazenagem e transporte do equipamento, evitando o empenamento devido
a colisões e a oxidação das peças; entretanto a mesma deve ser protegida de chuva para evitar
o umedecimento do equipamento.
A aplicação dos resultados da calibração dos solos em campo pode ser efetuada
através de determinação do número de golpes necessários para atravessar determinada
profundidade da camada, o que facilitaria a interpretação do DN pelos operadores em campo,
129
tornando o ensaio mais simples e prático. Tem-se como exemplo, no Solo 1, onde para um
CBR de 3% o DN correspondente é 22,8mm/golpe; para aceitação da camada no controle
tecnológico, em 10 cm atravessados pelo DCP é necessário no mínimo de 5 golpes, ou em 20
cm no mínimo 9 golpes com o DCP. No caso do Solo 2, onde o CBR solicitado foi de 3%, em
10 cm de material avaliado são necessários no mínimo 5 golpes e em 20cm, 10 golpes. No
caso de um número de golpes inferior a este deve haver uma recompactação da camada.
O DCP possui uma resposta pouco representativa no ramo seco, principalmente em
umidade distantes da ótima. Porém, pode-se sugerir a utilização do ensaio para simples
liberação de camada compactada a uma umidade limite obtida do gráfico de compactação,
observando-se o teor de umidade relativo, por exemplo, a 97% da massa específica aparente
seca. Este percentual poderá ser minimamente ajustado em função do comportamento da
curva de compactação decorrente do tipo de solo.
Mesmo com algumas restrições e recomendações, a utilização do Cone de
Penetração Dinâmica (DCP) no Controle Tecnológico mostra-se um ensaio mais prático e
confiável para determinar a real capacidade de suporte das camadas avaliadas, minimizando
erros inerentes aos ensaios para determinação do Grau de Compactação. É um ensaio de fácil
treinamento de mão de obra devido à simplicidade do equipamento, da realização do ensaio,
da obtenção e aprovação dos resultados, como foi proposto na metodologia do Controle
Tecnológico com seu uso. No caso onde se pretende analisar a penetração por golpe do DCP é
necessária uma sensibilidade na verificação da execução dos ensaios e dos resultados obtidos.
130
BIBLIOGRAFIA
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ANEXOS
ANEXO 01 – PLANILHA DESENVOLVIDA E UTILIZADA NOS ENSAIOS
EM CAMPO COM DCP
ANEXO 02 – RESULTADOS DOS ENSAIOS DCP REALIZADOS
EM ATERROS COMPACTADOS DE VALAS DE DRENAGEM
ANEXO 03 – RESULTADOS DOS ENSAIOS DCP REALIZADOS EM
CAMADAS COMPACTADAS DE PISTA