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““Distrações e RiscosDistrações e Riscos
no Trânsito”no Trânsito”
““Distrações e RiscosDistrações e Riscos
no Trânsito”no Trânsito”
PesquisaPesquisaPesquisaPesquisa
Introdução
A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
preocupada com os atropelamentos e colisões,
causados pela distração dos motoristas e pedestres no
dia a dia, encomendou este trabalho de pesquisa, junto
a população das duas principais cidades do país, São
Paulo e Rio de Janeiro.
Objetivos
O principal objetivo do trabalho foi levantar e quantificar
o percentual da população que se distrai durante o seu
deslocamento no trânsito e quais são os principais
fatores que contribuem para este comportamento.
Metodologia
As entrevistas foram pessoais e realizadas em pontos
de fluxos, onde existe reconhecido tráfego de
pedestres, para tanto utilizamos um questionário pré-
estruturado.
Os pontos de fluxos em ambas as cidade, foram
distribuídos pelas diversas regiões (Norte, Sul, Leste e
Oeste)
Amostra
Foram realizadas 1020 entrevistas sendo 510 em São
Paulo e 510 no Rio de Janeiro.
As variáveis sexo e idade, foram controladas com base
no perfil da população e objetivos do trabalho, portanto,
trabalhamos uma amostra com 70% de homens e 30%
de mulheres, o que reflete o perfil dos motoristas nas
praças cobertas.
O total de entrevistas por faixas etárias está baseado
nos resultados fornecidos pelo Censo-2010 do IBGE.
A amostra trabalhada foi estimada com um intervalo de
confiança de 95% e um erro de 3%.
Dados da Amostra
Sexo
Base => (1020)
Feminino30%
Masculino70%
Idade
Base => (1020)
18/30 anos31%
31/40 anos22%
41/50 anos19%
51 e + anos28%
Renda Familiar
Base => (1020)
até 5 de 6 a 10 mais de 10 salários salários salários
69%
16% 15%
15%
12%
28/%
15%
7%
23%
2º grau completo
superior completo
superior incompleto
2º grau incompleto
1º grau completo
1º grau incompleto
Grau de Escolaridade
Base => (1020)
Dirige Automóvel
Base => (1020)
Não - 46%
Sim - 54%
Posse de Celular
Base => (1020)
1 celular 72%
Sim89%Sim
11% + de 1 celular 28%
Sumário Gráfico
Principais distrações ao atravessar a rua
não verificar dos dois lados da ciclovia a presença de ciclista
atravessar falando com alguém
atravessar falando ao celular/digitar
não olhar para os dois lados da rua
atravessar fora da faixa de pedestres
atravessar fora do sinal
34%
52%
66%
66%
74%
77%
Base => (1020)
Sempre que precisa, encontra locais sinalizados/orientados para atravessar a
rua
Base => (1020)
Não64%
Sim36%
Principais movimentos/atitudes que realiza com mais frequência ao atravessar a rua
fumar
beber (refrigerante/água/suco)
buscar objeto na bolsa/no bolso
alimentar-se (biscoito/sanduíches/sorvetes)
falar ao telefone celular/digitar/jogar
pressa (correr, ziguezaguear entre os carros
14%
16%
18%
38%
46%
47%
Base => (1020)
conversar com outra pessoa presente
16%
Principais distrações observadasmais frequentemente em relação a quem
está dirigindo
falar ao celular no viva voz
alimentar-se (comer ou beber)
procurar objetos (pasta/console)
atrações fora do veículo (colisão, ciclista, mulher, anúncios)
mudar estação de rádio ou faixa de CDconversar com outros passageiros
30%
30%
37%
43%
53%
55%
Base => (1020)
ouvir música alta
31%
fumar
ficar muito próximo ao veículo da frentefalar ao celular com uma das mãos
55%
60%
84%
Acredita que desviar a atenção dirigindo, o risco de incidente é maior?
Base => (1020)
Sim
100%
Até 10% de 11% a 50% de 51 a 89% mais de 89%
3%
25%
41%
31%
Percentual de aumento do risco ao desviar atenção dirigindo
Base => (1016)
Principais incidentes que podem ocorrer, causados por distrações ao volante
atropelar um animal
deixar o volante solto para falar ao celular
diminuir a capacidade de atenção/piorar a qualidade de reação/reflexo
não perceber buracos, quebra molas/ sinalizações
atropelar uma pessoa/criança
colidir com veículo à frente
45%
45%
50%
53%
91%
91%
Base => (1020)
Base => (554)
Não - 52%
Sim - 48%
Já passou por situação de risco ao volante causada por distração?
Principais distrações causadoras da situação de risco que passou, enquanto
dirigia
estava com problemas no trabalho/ problemas financeiros/pessoais
fui pegar algo na bolsa/porta luvas/ pegando moedas no porta níquel
cansaço/sono
batendo papo com amigos
5%
5%
6%
8%
Base => (268)
ajeitando o som do carro/trocando CD/ mudando a estação do rádio
4%
distração ao olhar para fora do carro (mulher bonita/transeuntes/carro bonito)
estava falando ao celular
12%
19%
23%
estava embriagado/bêbado/alcoolizado
Base => (554)
Não - 70%
Sim - 30%
Tem o hábito de usar celularenquanto dirige?
Principais recomendações para evitarriscos por distrações no trânsito
evitar mexer, manusear rádio/CD
não fumar enquanto dirige/não acender cigarros
não escutar música alta/som alto/não ouvir músicas
maior atenção às sinalizações/respeitar os sinais/faixas
12%
14%
16%
19%
Base => (1020)
evitar conversas/bate papo com caronas, crianças
8%
não beber ao volante/não ingerir álcool
não falar ao celular/não receber ligações/ manter o celular desligado
21%
23%
79%
procurar não desviar a atenção para fatos da rua (brigas, colisões, mulheres, anúncios)
Resultados
Os pedestres das duas maiores cidades do país, na
opinião de mais de 70% da população, atravessam a
rua fora do sinal e fora da faixa. Este comportamento é
mais observado no Rio de Janeiro do que em São
Paulo.
Pedestres
As principais distrações dos pedestres observadas pela população são:
Citações Total%
Rio de Janeiro
%
SãoPaulo
% atravessar fora do sinal 77 88 67 atravessar fora da faixa de pedestres
74 79 69
não olhar para os dois lados da rua 66 73 59 atravessar falando ao celular/digitar/ jogar
66 69 63
atravessar falando com alguém 52 58 46 não verificar dois 2 lados da ciclovia a presença de ciclistas
35 46 23
Base (1020) (510) (510)
Podemos observar que é alto o índice de distração dos
pedestres nas duas cidades. No entanto no Rio de
Janeiro eles estão ainda mais expostos a riscos pois
andam um pouco mais distraídos do que os
paulistanos.
Observa-se que a travessia fora do sinal e da faixa
exclusiva de pedestre são as duas maiores distrações
apontadas pela população pesquisada. No entanto, os
resultados mostram que falta nas duas cidades locais
sinalizados/orientados, pois, 64% da população declara
que não encontra estes locais quando precisa.
A falta de sinalização nas ruas para travessia de
pedestres é maior no Rio, 67% enquanto em São Paulo,
falta na opinião de 61%.
Os pedestres do Rio e de São Paulo, além de
atravessarem as ruas/vias fora dos locais próprios, por
falta desses locais e/ou por imprudência, ainda se
expõem mais, pois atravessam conversando com outra
pessoa, correm ou ziguezagueiam entre os carros por
pressa, falam ao celular, alimentam-se/comem, buscam
objetos na bolsa/bolso e bebem água/refrigerantes.
Realiza com mais frequência ao atravessar a rua
Citações Total%
Rio de Janeiro
%
SãoPaulo
% conversar com outra pessoa presente
47 53 40
pressa (correr ou ziguezaguear entre os carros)
46 51 40
falar ao telefone celular 38 45 31 alimentar-se (biscoito/sorvetes/ sanduíches)
18 23 13
buscar objetos na bolsa/bolso 16 19 13 beber (refrigerante/água/suco) 16 19 12 fumar (cigarros) 14 13 15
Base (1020) (510) (510)
Estas atitudes contribuem muito para o risco de um
incidente.
Uma análise envolvendo a variável sexo, mostra que
tanto os homens quanto as mulheres atravessam a rua
fora do sinal e da faixa de pedestre, praticamente na
mesma proporção.
Citações Total%
Masc.%
Fem.%
atravessam fora do sinal 77 78 76 atravessam fora da faixa de pedestres
74 74 74
Base (1020) (510) (510)
Quanto a idade, os dados mostram que os mais idosos
tendem a cometer mais estas duas distrações do que os
mais jovens.
Citações Total%
18/30%
18/30%
18/30%
+ de 50%
atravessam fora do sinal 77 78 75 73 82 atravessam fora da faixa de pedestres
74 74 70 74 77
Base (1020) (315) (227) (190) (288)
A população observa e destaca com muita clareza as
mais frequentes distrações cometidas pelos motoristas
ao volante.
Na opinião da totalidade da amostra, o motorista ao
dirigir, sempre comete alguma distração e a principal na
opinião de 84% é falar ao celular, seguida de dirigir com
o carro muito próximo ao veículo da frente, 60%
Motoristas
As distrações mais observadas são:
Citações Total%
Rio de Janeiro
%
SãoPaulo
% falar ao celular com uma das mãos ocupada
84 84 83
ficar muito próximo ao veículo da frente 60 61 59 fumar 55 54 56 ouvir música alta 55 57 53 conversar com outros passageiros 53 58 49 mudar estação de rádio ou faixa de CD 43 45 41 atrações fora do veículo (ciclista/ pedestre/colisão/pessoa famosa, bonita/ anúncios)
37 49 25
Base (1020) (510) (510)
Os resultados mostram que tanto no Rio quanto em São
Paulo, as principais distrações ao dirigir, são
observadas praticamente na mesma proporção.
Para 100% da população o risco de ocorrer um
incidente é maior em razão de uma distração, um
desvio de atenção ao dirigir.
Pencentualmente o risco de incidente aumenta em mais
de 50% para 72% da amostra e em até 50% para 28%.
Na opinião de 91% dos entrevistados, uma distração ao
dirigir, pode causar uma colisão com o veículo da frente
e/ou causar um atropelamento.
Outros incidentes podem ocorrer. A seguir destacamos
os principais.
Principais incidentes causados pela distração ao volante
Citações Total%
Rio de Janeiro
%
SãoPaulo
% colidir com veículos à frente 91 89 93 atropelar uma pessoa/criança 91 90 92 não perceber buracos, quebra molas e sinalizações na via
52 49 57
diminuir a capacidade de atenção/ piorar a qualidade de reação/reflexo
50 39 62
deixar o volante solto para falar ao celular
45 44 47
atropelar um animal 45 43 46
Base (1020) (510) (510)
Vimos anteriormente que expressiva parcela da
população se distrai ao atravessar as vias por motivos
diversos, mas esta situação se agrava na medida que
48% dos motoristas declara que já passou por situação
de risco ao volante, causada por uma distração.
Estes dados nos leva a pensar que medidas firmes,
campanhas, punições e outras iniciativas, precisam ser
imediatas, pois temos um quadro onde tanto o pedestre
quanto o motorista andam distraídos e o resultado só
pode ser o pior.
Passou por situação de risco ao volante?
Respostas Total%
Rio de Janeiro
%
SãoPaulo
% Sim 48 40 56 Não 52 60 44
Base (554) (262) (292)
Os motoristas que já passaram por situação de risco
causada por distração, ao relatarem o que causou o
risco, destacam em primeiro lugar o uso do celular, 23%
e em segundo lugar destacam a distração por ficar
olhando algo (transeuntes/mulher bonita/carro bonito e
outros).
A distração causada por uso de celular é um pouco
maior em São Paulo.
As principais distrações apuradas são:
Citações Total%
Rio de Janeiro
%
SãoPaulo
% estava falando ao celular distraída/fui pegar o celular para atender
23 21 25
me distraí olhando algo fora do caro (transeuntes/mulher bonita/carro bonito/crianças atravessando a rua)
19 20 19
ajeitando o som do carro/trocando CD/ mudando a estação do rádio
12 7 15
batendo papo com amigo/contando piada
8 11 8
fui pegar algo na bolsa/pegando algo no porta luvas/pegando moedas no porta níquel
5 4 6
estava bêbado/embriagado/alcoolizado 5 6 4
Base (1020) (510) (510)
Atender o celular ou fazer ligação é o que mais distrai
os motoristas e 30% deles tem esse hábito.
Falar ao celular dirigindo é um hábito praticado nas
duas cidades, sendo que o motorista do Rio de Janeiro
usa mais o celular ao volante, 32%, do que o paulistano
(28%).
Os motoristas mais jovens, são os que mais falam ao
celular dirigindo.
Hábito de usar/falar ao celular dirigindo
Respostas Total%
Cidade Idade
RJ SP18/3
0%
18/30%
18/30%
+ de 50%
Sim 30 32 28 41 39 29 14
Não 70 68 72 59 61 71 86
Base (554) (262) (292) (147) (135) (105) (167)
Perguntamos a todos os entrevistados, que tipo de
recomendação faria para evitar riscos por distrações no
trânsito.
A principal recomendação, feita por 79% dos
entrevistados, está associada ao uso do celular e em
segundo lugar, fazem menção ao consumo de bebida
alcoólica, 23%.
As principais recomendações:
Citações Total%
Rio de Janeiro
%
SãoPaulo
% não falar ao celular enquanto dirige ou atravessar a rua/manter o celular desligado/ não usar celular
79 85 73
não beber ao volante/não ingerir bebidas alcoólicas
23 31 15
evitar conversas com caronas/passageiros/ crianças
21 26 16
maior atenção as sinalizações/respeitar sinais/faixas/parar no sinal amarelo
19 13 25
não escutar música alta no trânsito/som alto 16 19 13
não fumar enquanto dirige/acender cigarros 14 19 10
não desviar a atenção com brigas, colisões, mulheres, anúncios, outros carros
12 16 8
evitar mexer, manusear rádio/CD 8 8 8
Base (1020) (510) (510)
Conclusão
Estes resultados mostram que a população conhece,
sabe o que é certo em relação ao trânsito tanto de
pedestres, quanto de autos.
As pessoas por distração, agem, se comportam de
forma errada e têm conhecimento dos riscos que
correm no trânsito, tanto de pedestres quanto de
veículos.
O pedestre atravessa a rua fora do sinal, atravessa fora
da faixa, fala ao celular atravessando a rua, bate papo
com alguém e sabe que agindo assim se coloca na
linha de risco de um incidente.
Os motoristas conhecem os riscos que a distração pode
gerar. Parcela significativa já até passou por situação de
risco ao se distrair e até relatam a distração causadora.
Diante de um quadro onde a própria vítima em potencial
tem conhecimento do risco e mesmo assim se mantém
agindo sem uma atitude contrária, em busca de maior
segurança, somente um choque de ordem e uma
contínua campanha de alerta poderá fazer com que as
pessoas se conscientizem.
O pedestre se expõe a riscos na rua, muito por falta de
orientação e principalmente pela ausência do poder
público. Mais de 60% quando procura sinalização e
locais próprios para atravessar a rua, não encontra.
Veja que sinalizar rua, pintar faixas, construir barreiras
que impeçam o pedestre de atravessar em qualquer
lugar, não é um serviço que custe mais do que ter os
hospitais e plantões médicos, todos os dias atendendo
a atropelados.
Conscientizar os motoristas de que a sua segurança
reflete na segurança de seus caronas e dos pedestres,
dará resultados que também contribuirão para redução
de despesas com atendimento, socorro a feridos nos
hospitais públicos.
Imediatamente os órgãos competentes e a sociedade
civil, devem destacar os fatores de maior distração no
trânsito e focar sobre eles uma maciça campanha.
O uso do celular ao volante é o principal culpado pela
distração dos motoristas e a falta de sinalização nas
ruas, leva o pedestre ao risco. Estes dois fatores de
risco tem que ser combatidos com todo rigor.
A sinalização de ruas, pode ter a colaboração da
iniciativa privada. Pode o poder público pensar em algo
como as campanhas de adoção.
A empresa adota a rua, sinaliza e mantém. Em troca
pode receber algum tipo de isenção e a possibilidade de
explorar espaços com anúncios. Este tipo de atitude
pode interessar a muitas empresas.
No combate ao uso do celular ao volante, as próprias
operadores devem ser envolvidas. Por que não pensar
em algo como é feito com propaganda de cigarros e
bebidas?
Somente medidas extremas, campanhas longas,
poderão a médio/longo prazo, resultar em mudanças no
comportamento/atitude dos pedestres e dos motoristas.
Leis novas não adiantam, pois já existem leis até
demais, somente não são cumpridas.
No fundo de tudo, está a certeza da impunidade.
Paralelamente a qualquer campanha, o pedestre e o
motorista, precisam ser convencidos na prática de que
se errarem, pagarão com punições severas.
A longo prazo esse tipo de campanha educa e cria bons
hábitos.