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DOC DESCOBRIMENTOS E A MARINHARIA Antologias geográfico-antropológicas pertinentes ao conhecimento dos Descobrimentos Portugueses dos séculos XV e XVI: Francesco da Montalboddo (org.), Paesi Novamente Ritrovati Per La Navigatione di Spayna in Calecut, Vicência, 1507. Giovanni Batista Ramusio, Delle Navigationi et Viaggi, Veneza, 1550. J. H. Van Linschoten, Itinerarium, Amsterdão, 1595. Marinharia: Livros de Marinharia: compêndios com princípios, normas e informações que ordenam e orientam a navegação astronómico- oceânica. Usados principalmente por pilotos, cartógrafos e navegantes. Oferecem princípios práticos como os regimentos do Sol, da Estrela do Norte, do Cruzeiro do Sul e as Tábuas Solares. Exemplos de autores de Livros de Marinharia: Francisco Rodrigues, Livros de Marinharia (ca. 1513); João de Lisboa – Séc. XVI 1ª 1/2 André Pires – Séc. XVI 1ª ½ Manuel Álvares – Séc. XVI 1ª 1/2

Doc Descobrimentos e a Marinharia

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DOC DESCOBRIMENTOS E A MARINHARIA

Antologias geográfico-antropológicas pertinentes ao conhecimento dos Descobrimentos Portugueses dos séculos XV e XVI:

Francesco da Montalboddo (org.), Paesi Novamente Ritrovati Per La Navigatione di Spayna in Calecut, Vicência, 1507.

Giovanni Batista Ramusio, Delle Navigationi et Viaggi, Veneza, 1550.

J. H. Van Linschoten, Itinerarium, Amsterdão, 1595.

Marinharia:

Livros de Marinharia: compêndios com princípios, normas e informações que ordenam e orientam a navegação astronómico-oceânica. Usados principalmente por pilotos, cartógrafos e navegantes. Oferecem princípios práticos como os regimentos do Sol, da Estrela do Norte, do Cruzeiro do Sul e as Tábuas Solares.

Exemplos de autores de Livros de Marinharia:

Francisco Rodrigues, Livros de Marinharia (ca. 1513);

João de Lisboa – Séc. XVI 1ª 1/2

André Pires – Séc. XVI 1ª ½

Manuel Álvares – Séc. XVI 1ª 1/2

Pêro Vaz Fragoso – Séc. XVI 2ª 1/2

Bernardo Fernandes – Séc. XVI 2ª 1/2

Gaspar Moreira – Séc. XVII

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Roteiros: constituem um importante corpo documental de navegação astronómica oceânica.

Devem destacar-se os seguintes:

Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de Situ orbis (1505-1508).

Tratado da Esfera por Perguntas e Respostas (ca. 1535).

Diogo Afonso, Roteiro da Navegação de Lisboa para a Índia, ca. 1535.

Roteiro de Lisboa a Goa, 1538.

Roteiro de Goa a Diu, 1538-1539.

D. João de Castro, Roteiro do Mar Roxo, 1540-1541.

Luís Teixeira, Roteiro da Costa do Brasil, c. 1586 (BNAjuda, 51-IV-38).

Manuel de Mesquita Perestrelo, Roteiro da África do Sul e Sueste desde o Cabo da Boa Esperança até ao das Correntes, 1576.

Edições: A. Fontoura da Costa, Roteiros Portugueses Inéditos da Carreira da Índia do Século XVI, Lisboa, 1940

Diários de Navegação: descrevem o dia-a-dia das viagens náuticas enunciando acontecimentos, particularidades geográficas, oceanográficas e antropológicas. São exemplos de roteiros de viagens:

Viagens de Vasco da Gama de 1497-1499 e de 1502.

Viagem de Pedro Álvares Cabral de 1500-1501.

Viagem de D. Francisco de Almeida de 1505-1506.

Pêro Lopes de Sousa, Navegação do descobrimento da Costa do Brasil (1530-1532) [Edição: Paulicae Lusitana Monumenta Histórica, Vol. 1, Lisboa, 1956].

Guias Náuticos: obras didácticas nas quais se expõem as regras da astronomia náutica.

Os mais antigos Guias Náuticos conhecidos são:

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Guia Náutico, impresso em Munique cerca de 1509.

Guia Náutico, impresso em Évora cerca de 1516.

[Edição: Luís de Albuquerque, Os Guias Náuticos de Munique e Évora (1509 e 1516), Lisboa, 1965.

Tratados náuticos:

D. João de Castro, Tratado da Esfera por Perguntas e Respostas (c. 1535) [Edição: D. João de Castro, Obras Completas (Org. Luís de Albuquerque e A. Cortesão), Vol. I, Coimbra, 1968].

Pedro Nunes (1502-1578), Tratado da Esfera. Tratado sobre certas dúvidas da Navegação,Tratado em Defensam da Carta de Marear, Lisboa, 1537 [Edição: Obras, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, Vol. 1, 1940].

Pedro Nunes, Opera Omnia, Basileia, 1566.

Defensão do Tratado de Rumação do Globo para a Arte de Navegar (manuscrito, meados Séc. XVI).

Fernando de Oliveira (1507-1581), A Arte da Guerra do Mar, Coimbra, 1555.

Livro Náutico (fins do Séc. XVI).

Ars Nautica/Arte Náutica (começado cerca de 1555, em português, depois vertido para latim, cerca de 1575).

Tratados de construção naval: compendiam as regras da engenharia naval mais adequadas à produção de navios (caravelas, naus, galeões). Destacam-se os seguintes exemplos:

Fernando de Oliveira, Livro das Fábricas das Naus (ca. 1555-1570) [Edição: H. Lopes de Mendonça, O Padre Fernando Oliveira e a sua Obra Náutica, Lisboa, 1898].

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Manuel Fernandes, Livro das Traças de Carpintaria, 1616 (Lisboa - B. N. Ajuda).

Gonçallo de Sousa, Regras Gerais para Navio das Curiosidades, (1572 a 1632) (BGUC – Ms. 3074).

Marcos de Aguilar, Advertências de Navegantes, 1640.

[Edição: H. Lopes de Mendonça, Estudos sobre navios portugueses nos séculos XV e XVI, Lisboa, 2ª edição, 1971]

Cartas Náuticas: ultrapassam os tradicionais mapas-portulanos, introduzindo a escala de latitudes, os planos hidrográficos com vistas das costas no plano horizontal, a graduação de longitudes e o registo de sondas.

Atlas

Mapas-Mundo.

Portugaliae Monumenta Cartographica.

[Ver links na bibliografia da cadeira na página woc].

Matéria médico-farmacêutica:

Garcia de Orta (1503(?)-1568), Colóquios dos Simples e das Drogas da Índia, Goa, 1563.

Cristóvão da Costa, Tratado de las Drogas y medicinas de las Índias Orientales, Burgos, 1578 [Edição: por J. Walter, Lisboa, 1964].

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Matéria antropológico-geográfica:

Epistolografia:

Pêro Vaz de Caminha, A Carta do Achamento do Brasil, 1500.

Fernão Cardim, S. J., Narrativa Epistolar, 1583-1590.

António de Andrade, S. J., Cartas do Novo Achamento do Gram Catayo-Tibete, 1624-1626.

Memórias e descrições:

Diogo Gomes /e/ Martinho da Boémia, De prima inventione Guinee, ca. 1483 [Edição (várias): A. Baião, O Manuscrito Valentim Fernandes, Lisboa, 1940].

J. Munzer, Viagem a Portugal, ca. 1495. [Edição: As Viagens dos Descobrimentos, org. J. Manuel Garcia].

João de Barros, Ásia: Dos feitos que os Portugueses fizeram no Descobrimento e Conquista dos Mares e Terras do Oriente, Décadas I a IV (Edição por A. Baião, Coimbra, 1932).

Duarte Lopes, Relação do Reino do Congo e das Terras Circunvizinhas, 1591 [Edição: R. Capeans, Lisboa, 1951].

Pe. Magalhães Gândavo, História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, 1576 [Edição: Lisboa, 1984].

Gabriel Soares de Sousa, Tratado Descritivo do Brasil, 1587 (Edição: F. A. Varnhagen, São Paulo, 1971].

Fernão Cardim, Tratados da Terra e Gente do Brasil (1580-1590), (ed. Por Baptista Caetano, Capistrano de Abreu e Rodolfo Garcia, Col. Brasiliana, 1939).

Ambrósio Fernandes Brandão, Diálogos das Grandezas do Brasil (editado por Rodolfo Garcia e Jaime Cortesão, Rio de Janeiro, 1943).

Sumas e tratados:

Duarte Barbosa, Livro das Coisas da Índia, ca. 1511 [Edição: Lisboa, 1941].

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Tomé Pires, Summa Oriental, ca. 1515-1516. [Edição: Org. A. Cortesão, Coimbra, 1978].

Galeote Pereira, Tratado sobre a China, 1561.

F. Gaspar da Cruz, Tratado das Coisas da China, 1570 [Edição: Barcelos, 1937].

André Álvares de Almada, Tratado Breve dos Rios de Guiné e do Cabo Verde, 1594 [Edição: A. Brásio, Lisboa, 1964].

[Anónimo], Livor que trata das Coisas da Índia e do Japão, 1548 [Edição: A. Calado, Coimbra, 1957].

Roteiros terrestres:

Pe. Francisco Álvares, Verdadeira informação das Terras do Preste João das Índias, 1540 [Edição: Lisboa, 1974].

António Tenreiro, Itinerário de Antonyo Tenreiro, cavaleyro da Ordem de Christo, em que se contem como da Índia veo por terra a estes Reynos de Portugal (1522 e 1528-29), Lisboa, 1560.

Mestre Afonso, Ytinerario de Mestre Affonso, solurgião mor que foi da Índia, em tempo do conde VisoRei e do Governador João de Mendonça, da viagem que fez da Índia por terra a estes Reinos de Portugal por mandado do mesmo Governador (Viagem de 1565-1566), (Editado por António Baião, Coimbra, 1923).

Fr. Pantaleão de Aveiro, Itinerário da Terra Santa e suas particularidades, Lisboa, 1596 (reedição por António Baião, Coimbra, 1927).

Fr. Gaspar de S. Bernardino, Itinerário da Índia por terra até este Reino de Portugal, Lisboa, 1611. (Reeditado por Reis Machado, Lisboa, 1953).

Nicolau Dorta Rebelo, Da jornada que fez Nicolao Dorta Rabello natural de Santo António do Tojal, partindo de Goa… e cometeu o caminho por terra athé chegar a cidade de Marselha, e do mais que na jornada lhe aconteceu, 1605 (editado por J. Veríssimo Serrão, Fundação C. Gulbenkian, 1972).

Pe. Manuel Godinho, Relação do Novo Caminho que fez por terra e mar vindo da Índia para Portugal no anno de 1663, Lisboa, 1665. (Reeditado por Reis Machado, Lisboa, 1944).

Literatura:

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Autores relevantes:

Gomes Eanes Zurara

Rui de Pina

Garcia de Resende

Gil Vicente

J. Ferreira de Vasconcelos

Sá de Miranda

F. Gaspar de Leão

Amador Arrais

Heitor Pinto

João de Barros

A. Resende

Damião de Góis

Diogo do Couto (Diálogos do Soldado Prático, ca. 1565 e 1611-1612).

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, 1572)

Fernão Mendes Pinto (Peregrinação, 1614)

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FONTES PARA A HISTÓRIA DOS DESCOBRIEMNTOS PORTUGUESES EXISTENTES NA BIBLIOTECA GERAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA –

Para além das cotas deixadas nas páginas anteriores, o estudante de História dos Descobrimentos na FLUC deverá ter conhecimento da existência, na cidade de Coimbra, de um rico património documental relativo aos Descobrimentos Portugueses, nomeadamente:

As Tábuas dos Roteiros de D. João de Castro

Manuscrito da BGUC “que inclui os desenhos que ilustravam os roteiros "de Goa a Diu" (1538-1539) e o "Roteiro do Mar Roxo" (1540) do conhecido vice-rei da Índia. É verdade que se conhecem outras cópias (os originais consideram-se perdidos) das tábuas destes roteiros, mas que não incluem a totalidade das ilustrações: da costa da Índia, na Biblioteca Nacional (COD. 8033), e da costa do Mar Vermelho, na British Library. Manuscrito em papel, de grandes dimensões, com desenhos aguarelados dos portos, baixios e aguadas, cheios de apontamentos pitorescos, seja de habitantes, seja de animais exóticos. Cortesão e Albuquerque, nas Obras Completas de D. João de Castro,dizem que estas obras, tradicionalmente apontadas como roteiros, "seriam mais apropriadamente designadas por diários", dada a grande soma de pormenores, de observações hidrográficas, náuticas e geográficas que encerram. Este manuscrito foi facsimilado, com estudo do matemático e historiador Luís de Albuquerque, em versões portuguesa e inglesa, pelas Edições INAPA, em 1988.”

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Sem esquecer…

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Os Códices chamados de Dom Flamínio

Manuscritos existentes na BGUC. “Da mão de Frei Flamínio de Jesus Maria, no século D. Flamínio de Sousa "da família dos Pantoja", são um conjunto de imensa documentação memorialista, de uso pessoal, à mistura com papéis genealógicos e notícias da Carreira da Índia. Os 3500 fólios destes códices devem considerar-se uma das fontes mais importantes e fidedignas para o conhecimento dos contingentes das Monções quinhentistas: neles se encontra, por exemplo, notícia do embarque de Luís Vaz de Camões. Apesar de terem sido compulsados pontualmente pelos investigadores, constituem uma enorme massa documental inédita e, porventura, susceptível de proporcionar ainda importantes descobertas, desde que devidamente estudada, no seu conjunto. Os volumes foram comprados em duas ocasiões, em anos recentes, acreditando-se que a Biblioteca Geral possui agora a totalidade dos Códices ditos de Dom Flamínio. Na Biblioteca Nacional, conserva-se uma cópia manuscrita do seu Nobiliário.”