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  • ERICA MENDONA CINTRA

    Advogada OAB/SP 205.440

    Rua Delcides Presoto, n. 918, Sta Maria do Carmo, Franca/SP

    Tel. (16) 3723-9516 / 9163-5662

    EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA PRIMEIRA VARA DO

    TRABALHO DA COMARCA DE RIBEIRO PRETO/SP.

    Processo n. 0000655-30.2014.5.15.0004

    DIEGO RODRIGUES DA SILVA, devidamente

    qualificado nos autos da Reclamao Trabalhista que move em face de

    RODONAVES TRANSPORTES E ENCOMENDAS LTDA, tambm j qualificada nos

    autos, atravs de sua procuradora que esta subscreve, vem mui

    respeitosamente perante a ilustre presena de Vossa Excelncia,

    apresentar CONTRARRAZES DE RECURSO ORDINRIO, ao Egrgio TRT da 15

    regio, com os fundamentos que seguem.

    Termos em que pede e aguarda deferimento.

    Franca/SP, 15 de Outubro de 2015.

    ERICA MENDONA CINTRA

    OAB/SP 205.440

  • ERICA MENDONA CINTRA

    Advogada OAB/SP 205.440

    Rua Delcides Presoto, n. 918, Sta Maria do Carmo, Franca/SP

    Tel. (16) 3723-9516 / 9163-5662

    EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) PRESIDENTE DO EGRGIO

    TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA DCIMA QUINTA REGIO ESTADO DE

    SO PAULO.

    Processo n. 0000655-30.2014.5.15.0004

    Recorrente: RODONAVES TRANSPORTES E ENCOMENDAS LTDA

    Recorrido: DIEGO RODRIGUES DA SILVA

    CONTRARRAZES DE RECURSO ORDINRIO

    ILUSTRES MAGISTRADOS,

    PRECLAROS JULGADORES,

    O Reclamante apresenta suas contrarrazes ao

    Recurso Ordinrio da Reclamada, para que seja mantida a r. sentena

    que deu pela procedncia parcial aos pedidos formulados na

    Reclamao Trabalhista, reformando apenas as matrias apresentadas

    no Recurso Adesivo do Reclamante, o que fica requerido a este E.

    Tribunal ad quem.

    DA JORNADA LABORAL

    Insurge-se a Recorrente quanto sentena de 1

    instncia que declarou a nulidade do acordo de compensao adotado

    pela empresa, condenando-a ao pagamento do adicional de horas extras

  • ERICA MENDONA CINTRA

    Advogada OAB/SP 205.440

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    Tel. (16) 3723-9516 / 9163-5662

    sobre as horas excedentes da oitava diria, bem como ao pagamento de

    diferenas de horas extras, assim consideradas as excedentes da

    quadragsima quarta semanal, acrescidas do adicional convencional ou

    do adicional legal de 50%, alm dos reflexos pela habitualidade.

    A Recorrente pretende excluir a condenao ao

    pagamento de horas extras, defendendo a legitimidade do acordo

    individual de compensao da jornada de trabalho, visto que a

    extrapolao da jornada no acarreta a invalidade do referido

    acordo.

    Tais alegaes so meramente protelatrias e

    no merecem prosperar, seno vejamos.

    Salienta-se que o Recorrido logrou xito ao

    demonstrar por amostragem, em sede de impugnao, que o mesmo

    laborou de forma extraordinria durante todo o contrato de trabalho,

    fato esse corroborado pelo MM. Juiz a quo em sua sentena.

    Nesta senda, a referida amostragem e

    comprovao de sobrelabor sem a devida remunerao foi fundamentada

    nos documentos juntados pela prpria Recorrente, quais sejam, nos

    cartes de ponto do obreiro e nos respectivos demonstrativos de

    pagamento.

    Diante do conjunto ftico-probatrio, a E. Vara

    de origem considerou que o Autor prestava habitualmente horas extras

    conforme demonstrado pelos registros de horrio e de pagamento de

    salrios, ressaltando que o obreiro laborou em vrios dias por mais

    de 08h40.

    Assim, patente a harmonizao do decisum a quo

    com a Smula 85, item IV, do TST, in verbis:

    Smula n 85 do TST COMPENSAO DE JORNADA (inserido o item V) - Res.

    174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

    (...)

    IV. A prestao de horas extras habituais descaracteriza

    o acordo de compensao de jornada. Nesta hiptese, as

    horas que ultrapassarem a jornada semanal normal devero

    ser pagas como horas extraordinrias e, quanto quelas

    destinadas compensao, dever ser pago a mais apenas

    o adicional por trabalho extraordinrio. (ex-OJ n 220

    da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

    (...)

    Adotar entendimento contrrio significaria

    compactuar com a possibilidade de prorrogao da jornada para alm

    do limite previsto na legislao celetista, estimulando a confeco

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    Advogada OAB/SP 205.440

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    de acordos esvaziados de sentido desde sua gnese, em detrimento das

    normas de segurana e medicina do trabalho.

    Cabe concluir que no havia a alegada

    compensao de todas as horas excedentes, razo pela qual, deve-se

    observar a orientao preconizada pelo item IV da Smula 85 do C.

    TST. Neste passo, no excessivo salientar que o nus probatrio da

    compensao de horas arguida em defesa cabia Reclamada, nos exatos

    termos do artigo 333, inciso II, do CPC, posto tratar-se de fato

    impeditivo do direito autoral.

    Nossos Tribunais j possuem entendimento

    pacfico sobre o assunto, seno vejamos:

    PRESTAO HABITUAL DE HORAS EXTRAS. ACORDO DE

    COMPENSAO DE JORNADA. DESCARACTERIZAO. SMULA 85,

    IV, DO TST. A prestao habitual de horas extras

    descaracteriza o acordo individual de compensao de

    jornada (Smula 85, IV, do TST), assegurado o direito ao

    recebimento das horas que ultrapassaram a jornada

    semanal de 44 horas como extraordinrias. Quanto s

    horas destinadas compensao, devido apenas o

    adicional respectivo. Incidncia do item IV da Smula 85

    do TST. (TRT-18 - RO: 0001964-86.2011.5.18.0011 - GO,

    Relator: ELVECIO MOURA DOS SANTOS, Data de Julgamento:

    06/11/2012, 3 TURMA)

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS

    HABITUAIS. ACORDO DE COMPENSAO DE JORNADA.

    DESCARACTERIZAO. SMULA 85, ITEM IV, DO TST. No caso

    sob exame, os registros de horrio e recibos salariais

    demonstraram que o reclamante prestava habitualmente

    horas extras, at mesmo ultrapassando o limite de dez

    horas dirias o que descaracteriza o acordo de

    compensao de jornada conforme item IV da Smula 85 do

    TST. INTERVALO INTRAJORNADA. SUPRESSO. NATUREZA

    JURDICA SALARIAL. ORIENTAO JURISPRUDENCIAL 354 DA

    SBDI-1/TST. -Possui natureza salarial a parcela prevista

    no art. 71, 4, da CLT, com redao introduzida pela

    Lei n 8.923, de 27 de julho de 1994, quando no

    concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mnimo

    intrajornada para repouso e alimentao, repercutindo,

    assim, no clculo de outras parcelas salariais-.

    INTERVALO INTERJORNADA. DESRESPEITO. A Orientao

    Jurisprudencial n 355 da SBDI-1/TST estabelece que o

    desrespeito ao intervalo mnimo interjornada acarreta,

    por analogia, os mesmos efeitos previstos no 4 do

    artigo 71 da CLT. Agravo de instrumento a que se nega

    provimento. (TST - AIRR: 60540-88.2007.5.12.0008,

    Relator: Horcio Raymundo de Senna Pires, Data de

    Julgamento: 01/12/2010, 3 Turma, Data de Publicao:

    DEJT 10/12/2010)

    Assim, com a descaracterizao do acordo de

    compensao de horas e pela simples confrontao dos controles de

    ponto e dos holerites mensais, chega-se a concluso de que as horas

    extras trabalhadas no foram quitadas de forma integral.

    Conforme bem asseverou o nobre Juiz

    sentenciante, fl. 74 consta o acordo de compensao de horas, com

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    jornada de segunda a sexta-feira, das 22h00 s 06h33, com 01h00 para

    refeies e descanso, contudo, verifica-se que o Reclamante laborou

    em vrios dias por mais de 08h40, o que descaracteriza o acordo de

    compensao nos termos da Smula 85, IV, do TST. grifo nosso

    Insta salientar que as horas extras foram

    apuradas considerando o acordo de compensao, conforme fls. 91,

    contudo, o mesmo foi considerado nulo, pelo que existente

    diferenas.

    Portanto, tendo em vista que o decisum a quo

    fez a esperada justia, pugna-se pela mantena da sentena nesta

    matria.

    DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

    Insurge-se o Recorrente quanto ao deferimento

    do pagamento do adicional de periculosidade, afrontando o laudo

    pericial com teses completamente absurdas e desprovidas de qualquer

    fundamentao jurdica!

    No presente caso, coube a Perita a confeco de

    laudo elucidativo, tornando possvel verificar, com segurana, a

    ocorrncia das condies periculosas s quais o Reclamante ficou

    exposto durante o pacto laboral.

    Conforme bem asseverado pela nobre Expert:

    Conclumos pela existncia de periculosidade por

    inflamveis:

    d) Nas tarefas realizadas pelo Reclamante e nas

    atividades de manuteno eltrica nos veculos da

    Reclamada nos permetros dos tanques e bombas de

    combustvel, permanecendo em mdia 3 a 4 horas da

    sua jornada de trabalho a uma distncia de 1,0 a

    3,0 metros de distncia das bombas de combustveis.

    Esta atividade expe o Autor a riscos de operaes

    perigosas em rea de risco. De acordo com a norma

    regulamentadora n 16, da portaria 3214 de junho de

    1978 em seu anexo 2 item e-II - Atividades e operaes perigosas com inflamveis, que diz nos

    trechos pertinentes situao em tela, todos trabalhadores nessas atividades ou que operam na

    rea de risco. Armazenagem de inflamveis lquidos,

    em tanques ou vasilhames. CONCLUI-SE, PORTANTO,

    QUE EXISTE ADICIONAL DE PERICULOSIDADE POR

    INFLAMVEIS. grifo nosso

    Tem-se, portanto, que a concluso da

    ilustrssima Expert incontestvel, pois o Reclamante, ao

    permanecer prximo a rea de abastecimento de lquido inflamvel,

    ficava exposto a rea de risco.

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    Conforme entendimento da Corte mxima dessa

    Justia Especializada, a permanncia habitual na presena de

    inflamveis, ainda que por poucos minutos, caracteriza exposio

    intermitente, para efeito de pagamento de adicional de

    periculosidade. Nesse sentido, segue entendimento publicado no

    informativo do Colendo TST:

    ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. MOTORISTA. ABASTECIMENTO DO

    VECULO E ACOMPANHAMENTO DO ABASTECIMENTO REALIZADO POR

    OUTREM. EXPOSIO A INFLAMVEIS. Possui direito ao

    adicional de periculosidade o motorista responsvel pelo

    abastecimento do veculo, por um perodo de tempo no

    eventual ou espordico. O referido adicional ser

    indevido, entretanto, se o motorista somente acompanhar

    o abastecimento realizado por outrem. In casu, o

    reclamante permanecia em rea de risco, abastecendo ou

    acompanhando o abastecimento do veculo, duas a trs

    vezes por semana, por dez a quinze minutos. Concluiu o

    relator, com base no Quadro 3 do Anexo 2 da NR 16 do

    MTE, que, na hiptese em que o empregado abastece o

    automvel, a exposio ao risco decorre das prprias

    atividades por ele desenvolvidas, j que est em contato

    direto com inflamveis, de forma no eventual ou

    espordica. Por outro lado, no caso em que o motorista

    se atm a acompanhar o abastecimento do veculo,

    prevalece, tambm com base no Quadro 3 do Anexo 2 da NR

    16 do MT, o mesmo fundamento que levou esta Corte a

    pacificar entendimento no sentido de ser indevido

    adicional de periculosidade aos tripulantes que

    permaneam no interior da aeronave durante o seu

    abastecimento. Com esse posicionamento, a SBDI-I, por

    unanimidade, conheceu dos embargos por divergncia

    jurisprudencial e, no mrito, por maioria, deu-lhes

    parcial provimento para restringir a condenao ao

    pagamento do adicional de periculosidade queles

    perodos em que o prprio reclamante abastecia o seu

    veculo, excludos os momentos em que ele apenas

    acompanhava o abastecimento, conforme se apurar em sede

    de execuo. Vencidos, em parte, os Ministros Ives

    Gandra Martins Filho e Aloysio Corra da Veiga, que

    davam provimento integral aos embargos, e, totalmente,

    os Ministros Jos Roberto Freire Pimenta, Augusto Csar

    Leite de Carvalho e Delade Miranda Arantes, que negavam

    provimento ao recurso. TST-E-RR-123300-

    19.2005.5.15.0054, SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda

    Paiva, 25.10.2012. (Observao: Publicado no Informativo

    n 27 do TST) grifo nosso

    AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA.

    ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. CONTATO COM INFLAMVEIS.

    ABASTECIMENTO DE CAMINHO. MOTORISTA. SMULA N 364 DO

    TST. A e. 4 Turma - depois de repetir a premissa ftica

    do c. TRT da 12 Regio segundo a qual o Autor,

    motorista de caminho, expunha-se a inflamveis de

    quatro a seis vezes por ms, quando abastecia

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    pessoalmente aquele veculo na sede da Empresa R ou na

    filial localizada no Chile - expressamente afastou o

    carter eventual (bem como a configurao do tempo

    extremamente reduzido) daquela exposio e deu

    provimento ao recurso de revista do Autor. Nesse

    contexto, o deferimento do adicional de periculosidade,

    ao contrrio do que alega a empresa, est, na verdade,

    em consonncia com a Smula n 364 do TST. Por fim,

    estando a deciso embargada em conformidade com

    enunciado de smula desta Corte, revela-se invivel a

    admissibilidade do recurso de embargos, nos termos do

    art. 894, II, da CLT. Agravo no provido. TST-AgR-E-ED-

    AIRR e RR-370400-13.2008.5.12.0038, Relator Ministro:

    Alexandre de Souza Agra Belmonte, Subseo I

    Especializada em Dissdios Individuais, 22/11/2013.

    Assim, no h que se falar em exposio por

    tempo reduzido, como pretende a Reclamada em sua tese recursal, uma

    vez que a ocorrncia de eventual sinistro imprevisvel.

    Com efeito, o anexo II da NR 16 no determina o

    tempo de exposio para a caracterizao ou no da exposio

    periculosidade por inflamveis, de forma que no cabe criar

    interpretaes, mas to somente cumprir o determinado pelas NRs.

    Ademais, conforme bem asseverado pelo nobre

    Julgador, a Reclamada na petio de fls. 235, verso, concordou

    com o laudo pericial. Diante de tal concordncia, no h que se

    aventar nova tese de defesa nesse momento processual.

    Diante da ausncia de prova em sentido

    contrrio, agiu acertadamente o MM. Juiz a quo ao acolher a

    concluso da nobre Expert, reconhecendo que o Autor trabalhou em

    condies periculosas durante todo o pacto laboral, nos termos da NR

    16, anexo II, motivo pelo qual faz jus ao recebimento do adicional

    de 30% sobre o salrio base e seus reflexos. Pugna-se, pois, a este

    E. Tribunal que mantenha a sentena recorrida.

    CONCLUSO

    ANTE O EXPOSTO, CULTOS MAGISTRADOS, o Recorrido apela ao EGRGIO TRT DA DCIMA QUINTA REGIO, pugnando para o no

    conhecimento e provimento do recurso, como forma de se fazer a

    verdadeira Justia!

    Termos em que pede e aguarda provimento.

    Franca/SP, 15 de Outubro de 2015.

    ERICA MENDONA CINTRA

    OAB/SP 205.440

    2015-10-15T14:29:42-0300ERICA MENDONCA CINTRA