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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FREI BARTOLOMEU DOS MÁRTIRES
2012/2013
Professora: Estefânia Sá
Viana do Castelo, 3 de outubro de 2012
BLOCO I
JOGO DESPORTIVO COLETIVO
(VOLEIBOL)
Escola EB 2,3/S Frei Bartolomeu dos Mártires 2012/2013
Bloco I – Jogo Desportivo Coletivo (Voleibol) Professora: Estefânia Sá
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I – BREVE RESENHA HISTÓRICA
Em 1895, o professor de Educação Física William Morgan num colégio
dos E.U.A., criou uma modalidade desportiva inicialmente chamada
"Minonette", com o intuito de motivar as classes de recriação do Young Men
Christian Association (Y.M.C.A.).
O jogo era inicialmente jogado por duas equipas com igual número de
jogadores (ilimitado) e consistia em manter a bola em movimento por meio de
toques com as mãos por cima da rede. A bola tinha de ser jogada de um modo
limpo, de um jogador para outro, e não era permitido apanhá-la, agarrá-la ou
lançá-la ao chão. Uma das suas características era a rotação dos jogadores, de
modo a garantir que durante o jogo cada um deles ocupasse todas as posições
do campo (Veloso et al., 2000).
Em 1896, Morgan foi convidado a fazer uma demonstração no
Springfield College, tendo organizado duas equipas de cinco jogadores cada,
esta teve grande aceitação por parte do grupo de professores presentes. Mais
tarde aumentou-se a altura da rede para 2,28 metros e as equipas foram
reduzidas a seis jogadores cada.
O Dr. Haistead sugeriu que o nome do jogo fosse mudado de
“Minonette” para “Volley-ball”, devido ao seu toque no ar, designação que foi
universalmente aceite (Pais & Romão, 2004).
Em Portugal, mais precisamente nos Açores, o Voleibol foi introduzido
em 1914, pelas tropas Norte Americanas estacionadas na base das Lages.
Durante os anos de guerra, a prática do Voleibol aumentou consideravelmente,
uma vez que fazia parte do treino de muitos soldados era igualmente praticado
nos campos de aprisionamento como forma de exercício e de entretenimento.
O primeiro Campeonato Internacional de Voleibol teve lugar durante os
Jogos Mundiais Universitários de 1939. Em Abril de 1947, foi fundada a
Federação Internacional de Voleibol (FIVB) com sede em Paris, sendo
constituída por catorze membros fundadores. O primeiro Campeonato Mundial
Masculino realizou-se em Praga, 1949, e foi ganho pela antiga União Soviética,
e em 1964, graças aos esforços da nação anfitriã dos Jogos Olímpicos, o
Japão, o Voleibol fez a sua apresentação Olímpica em Tóquio.
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II – IDENTIFICAÇÃO DO JOGO DESPORTIVO COLETIVO VOLEIBOL
O voleibol é um jogo desportivo coletivo (JDC) praticado por duas
equipas com doze jogadores cada, sendo seis jogadores efetivos e seis
suplentes (Pais & Romão, 2004). O objetivo do jogo é enviar a bola por cima da
rede, respeitando as regras definidas, fazendo-a tocar no campo do adversário
(ação ofensiva) e impedir que a bola toque no nosso próprio campo (ação
defensiva).
2.1. Caracterização do Voleibol
O JDC – Voleibol joga-se com 6 jogadores efetivos de cada equipa,
havendo no máximo 6 suplentes no banco. O campo tem uma dimensão total
de 18x9 metros, a rede é colocada a uma altura variável dependendo do
escalão e sexo dos jogadores. Este é um jogo constituído pelo máximo de 5
sets, ganhando a equipa que primeiro obtiver 3 sets a seu favor. Segue-se uma
figura alusiva ao campo, bem como a colocação de juízes e áreas de jogo
(figura 1), e apresenta-se de seguida a caracterização sumária deste jogo
(quadro 1).
Figura 1 – Campo de Voleibol
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Quadro 1 – Caracterização sumária do JDC Voleibol (Costa & Costa, 2000)
2.2. Colocação dos jogadores em campo (posições e rotação)
Cada equipa deve ter sempre em jogo 6 jogadores, 3 em situação de
defesa (posições 1, 6 e 5) e 3 em situação de ataque (posições 4,3 e 2). A
ordem da rotação é determinada pela formação inicial dada pelo treinador ao 2º
árbitro. Como se pode ver na figura 2, a equipa que está do lado esquerdo
encontra-se sem a posse de bola, a receber a bola da equipa adversária, por
seu lado a equipa do lado direito da figura encontra-se na posse da bola e do
serviço (o jogador que está na posição 1 está fora do campo).
Legenda:
Defesa
Ataque
Figura 2 – Representação esquemática de um campo de Voleibol com legenda
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Cada vez que uma equipa ganha o serviço, os seus jogadores executam
uma rotação no sentido dos ponteiros do relógio, como demonstrado na figura
3.
Figura 3 – Representação esquemática da rotação em meio campo de Voleibol
2.3. Regulamento
Todas as ações de uma equipa que violem as regras de jogo são
sancionadas por um dos árbitros e consideradas faltas. Se as faltas forem
cometidas simultaneamente por dois jogadores adversários, é considerada falta
dupla e a jogada é repetida. Caso sejam cometidas sucessivamente duas ou
mais faltas, apenas a primeira deve ser assinalada. Uma falta cometida por
uma equipa implica perder a jogada:
- se a equipa adversária servia, marca ponto e continua a servir;
- se a equipa adversária recebia, ganha o direito a servir e conquista o
ponto.
Vence um set a equipa que primeiro fizer 25 pontos, desde que tenha
uma diferença de 2 pontos. Em caso de igualdade a 24 pontos, o jogo continua
até se verificar uma diferença de dois pontos.
Um jogo é ganho pela equipa que vencer três sets. Caso as duas
equipas estejam empatadas em relação ao número de sets ganhos (2-2), o set
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Rede
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Bola dentro
Bola fora
Bola dentro
Bola dentro
Bola fora
Bola fora
decisivo (5º) é disputado até aos 15 pontos com uma diferença mínima de dois
pontos.
2.3.1. Penalizações
Uma equipa é sancionada com perda de um ponto (conforme os casos)
quando:
1. há dois toques, um jogador toca a bola duas vezes seguidas (o
toque do bloco não conta);
2. uma equipa toca a bola mais de três vezes consecutivas (o toque do
bloco não conta);
3. a bola é agarrada ou transportada por um jogador;
4. a bola cai ao solo;
5. um jogador toca na rede ou invade o campo adversário (pisa ou
ultrapassa a linha central);
6. a bola cai fora ou toca num objeto fora do campo.
2.3.2. Bola dentro vs bola fora
As linhas que limitam o campo fazem parte deste. A bola que bate na
linha é considerada dentro. A bola que bate no solo para além da linha, é
considerada fora.
Figura 4 – Representação esquemática das bolas consideradas dentro e fora
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2.3.3. Gestos do Árbitro
A equipa de arbitragem assinala as falta cometida pelos jogadores de
ambas as equipas recorrendo à seguinte sinalética:
Quadro 2 – Representações da sinalética utilizada pela equipa de arbitragem num jogo
de Voleibol (FPV, 2000)
Quadro 3 – Representações da sinalética utilizada pela equipa de arbitragem num jogo
de Voleibol, continuação (FPV, 2000)
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III – AÇÕES TÉCNICO-TÁTICAS
As ações técnico-táticas no desporto são definidas como uma forma
racional (oportuna e económica) de atingir bons resultados desportivos. É pois,
a maneira de realizar um movimento com sucesso, tomando em consideração
as regras de cada jogo.
3.1. Posição base
Esta ação caracteriza-se por o jogador colocar-se em pontas de pés,
com os apoios mais afastados que a largura dos ombros, pernas fletidas (de
forma confortável), tronco ligeiramente inclinado à frente, braços ao longo do
corpo (preparados para realizar passe ou manchete) de acordo com a trajetória
da bola, olhar dirigido para a bola. Realizar deslocamentos rápidos em passe
caçado (junto ao solo), sem cruzar as penas (figura 5).
Figura 5 – Posição base (Veloso et al, 2000)
3.2. Passe de dedos (por cima)
Esta ação técnico-tática é utilizada quando a bola vem acima da linha
dos ombros, normalmente é a ação que mais facilmente consegue ser
executada com o intuito de enviar a bola com a maior exatidão possível para os
colegas.
O jogador coloca os apoios à largura dos ombros, com um pé à frente do
outro, pernas ligeiramente fletidas, assim como as mãos acima e à frente da
testa, com dedos afastados, polegares e indicadores a formarem um triângulo.
Este coloca-se debaixo da bola e toca-a com os dedos, realizando um
movimento de absorção e extensão de todo o corpo, enquanto as mãos
seguem o movimento da bola.
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Figura 6 – Passe de dedos (por cima) (Veloso et al, 2005)
3.3. Manchete
Esta ação técnico-tática é utilizada quando a bola vem abaixo da linha
dos ombros.
O jogador deve afastar os apoios mais que a largura dos ombros, um pé
à frente do outro, pernas bem fletidas, tronco ligeiramente inclinado à frente. Os
braços devem estar juntos e estendidos à frente no meio das pernas, as mãos
devem estar sobrepostas e os polegares juntos, o contacto com a bola é feita
com os antebraços. O jogador deve acompanhar o batimento da bola com um
movimento de extensão dos membros inferiores, direcionando os apoios para o
local de envio da bola.
Figura 7 – Manchete (Veloso et al., 2005)
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3.4. Serviço por baixo
Esta é a ação técnico-tática que dá início ao jogo de Voleibol. O jogador
coloca-se atrás da linha de fundo (sem a pisar) e envia a bola por cima da rede
para o campo adversário com o intuito de fazer ponto.
O jogador deve fletir ligeiramente as pernas, o tronco ligeiramente
inclinado à frente, segura a bola com a mão do lado da perna avançada
(contrária à que vai executar o batimento). Realiza um movimento pendular
com o braço de batimento estendido e atinge com a palma da mão e dedos
bem afastados a bola, segue o movimento do braço que bateu a bola entrando
em campo.
Figura 8 – Serviço por baixo (Veloso et al, 2005)
3.5. Serviço por cima
Esta é a ação técnico-tática, tal como a anterior, que dá início ao jogo de
Voleibol. O jogador coloca-se atrás da linha de fundo (sem a pisar) e envia a
bola por cima da rede para o campo adversário com o intuito de fazer ponto.
O jogador deve fletir ligeiramente as pernas, o tronco direito, segura a
bola com a mão do lado da perna avançada (contrária à que vai executar o
batimento). Braço do batimento semi-fletido com a mão a palma da mão a
apontar para a nuca, movimento rápido do braço em direção à bola
recentemente atirada ao (pela mão contrária), palmada seca da palma da mão
na bola, o tronco e as pernas acompanham o movimento do braço.
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Figura 9 – Serviço por cima
3.6. Remate
Esta ação utiliza-se para enviar com a maior rapidez possível a bola
para o solo do campo adversário. Consiste numa corrida preparatória de um a
três passos de balanço, com uma aproximação na diagonal à rede. Chamada a
dois apoios (pés juntos), impulsão do tronco para cima, na vertical, através da
flexão dos joelhos com ajuda dos braços, preparando o braço que vai efetuar o
remate. Após o remate, descer, amortecendo a queda, com flexão dos joelhos.
Figura 10 – Remate
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3.7. Bloco
Esta ação é realizada, por um, dois ou três atacantes que procuram
intercetar a bola rematada pela equipa contrária. Elevação vertical, junto à
rede, impulsão com os dois apoios, extensão dos membros superiores para
cima, mãos com os dedos afastados, palmas das mãos viradas para a frente,
olhar dirigido para a bola. Contacto da bola com as palmas das mãos e os
antebraços. Amortecer a queda, realizando a flexão das pernas.
Figura 11 – Bloco duplo
Bibliografia
Barata, J. & Coelho, O. (2000). Hoje há Educação Física. Porto: Porto Editora.
Costa, M. & Costa, A. (2000). Educação Física10/11/12. Perafita: Areal Editores.
Federação Portuguesa de Voleibol (2000). Regulamento de jogo. www.fpv.pt
Romão, P. & Pais, S. (2004). Educação Física 10.º/11.º/12.º anos. Porto: Porto
Editora.
Veloso, R., Lopes, E., Nunes, F., Moreira, J., Cachada, J., & Pereira, M. (2005). Passa
a bola. Porto: Porto Editora.