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S S e e g g u u r r a a n n ç ç a a e e S S a a ú ú d d e e d d o o T T r r a a b b a a l l h h o o e e a a P P r r e e v v e e n n ç ç ã ã o o d d o o C C o o n n s s u u m m o o d d e e S S u u b b s s t t â â n n c c i i a a s s P P s s i i c c o o a a c c t t i i v v a a s s : : L L i i n n h h a a s s O O r r i i e e n n t t a a d d o o r r a a s s p p a a r r a a I I n n t t e e r r v v e e n n ç ç ã ã o o e e m m M Me e i i o o L L a a b b o o r r a a l l D D O O C C U U M M E E N N T T O O D D E E T T R R A A B B A A L L H H O O 8ª VERSÃO 13 de Janeiro 2010

DOCUMENTO DE TRABALHO · Cerca de 70% das pessoas com problemas ligados ao. S ... Qualquer melhoria e mudança operada no comportamento dos trabalhadores será ... Trabalho, a Segurança

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8ª VERSÃO 

13 de Janeiro 2010

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INDICE 

Preâmbulo ....................................................................................................................... 4

Parte I Intervenção em Meio Laboral ............................................................................. 7

I.1 Substâncias Psicoactivas ............................................................................................ 9

I.2 Padrões de Consumo de substâncias ......................................................................... 9

I.3 O Consumo de Substâncias Psicoactivas no Local de Trabalho ............................... 10

I.4 Conceitos no Âmbito da Intervenção em Meio Laboral .......................................... 13

I.4.1 Programa de Assistência aos Trabalhadores (PAT) .............................................. 14

I.4.2 Regulamento ......................................................................................................... 14

I.4.3 Detecção ............................................................................................................... 15

I.5 Paradigma de Intervenção em Meio Laboral ........................................................... 17

I.6 Enquadramento Legal e Normativo Referente a Substâncias Psicoactivas em Meio 

Laboral .......................................................................................................................... 17

I.7 Objectivos da Intervenção em Meio Laboral ........................................................... 19

I.8 Princípios orientadores da Intervenção em Meio Laboral ...................................... 21

Parte II Contributo para a Política de segurança e saúde das Organizações ............... 23

II.1Criação de uma Política de segurança e saúde no âmbito do Consumo de 

Substâncias Psicoactivas ............................................................................................... 23

II.1.1 Sensibilização, Informação, Educação e Formação ............................................. 26

II.1.2 Acesso a Serviços de Aconselhamento, Tratamento e de Reabilitação .............. 27

II.2 Programa de Assistência aos Trabalhadores no âmbito do Consumo de 

Substâncias Psicoactivas ............................................................................................... 29

II.2.1 Concepção ............................................................................................................ 30

II.2.2 Implementação e Gestão ..................................................................................... 30

II.3 Redução dos Factores de Risco e Potenciação dos Factores de Protecção ........... 30

II.4 Definição e aplicação da política de saúde da organização .................................... 32

II.5 Avaliação da Política de Segurança e Saúde no Âmbito do Consumo de Substâncias 

Psicoactivas ................................................................................................................... 33

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL 

 

  _________________________________________________________________________ 3

II.6 Operacionalização da Detecção .............................................................................. 33

II.4.2 Pontos para Incluir na Minuta‐Tipo para a Elaboração de um Regulamento ..... 34

Parte III Intervenção em Micro, Pequenas e Médias Empresas ................................... 38

Considerações Finais ..................................................................................................... 39

Bibliografia .................................................................................................................... 41

ANEXOS ......................................................................................................................... 45

ANEXO 1 ........................................................................................................................ 46

ANEXO 2 ........................................................................................................................ 47

ANEXO 3 ........................................................................................................................ 48

Glossário ....................................................................................................................... 49

 

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL 

 

  _________________________________________________________________________ 4

PREÂMBULO 

O estímulo da motivação pessoal para a segurança e saúde do trabalho reforçada por 

estratégias  colectivas  é  um  imperativo  de  natureza  ética,  revelador  da  concepção 

humanista em que assenta uma sociedade e que o IDT, I.P e a ACT preconizam como 

base de toda a sua actuação. Neste sentido, as linhas orientadoras para a intervenção 

em ambiente de trabalho baseiam‐se nos seguintes referenciais:  

• Conselho Económico e Social da Organização das Nações Unidas;  

• Conselho Económico e Social do Tratado de Lisboa,  

• Plano Nacional de Combate à Droga e às Toxicodependências 2005‐2012; 

• Plano Acção para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool 2009‐2012; 

• Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde do Trabalho 2008‐2012; 

• Plano Operacional para a Segurança e Saúde do Trabalho. 

Destes documentos, destacam‐se os seguintes princípios: 

• a centralidade no indivíduo que trabalha; 

• o diálogo e a concertação social 

• a parceria activa com a sociedade civil e a responsabilidade partilhada;  

• a proactividade organizacional e políticas de proximidade;  

• a prevenção em ambiente de trabalho, baseada na evidência;  

• o reconhecimento da importância da reabilitação;  

• a elaboração de planos de intervenção em meio laboral, numa lógica de respostas 

integradas;  

• a construção de conhecimento do indivíduo sobre a própria segurança e saúde; 

• a promoção de mudanças de comportamentos de risco; 

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL 

 

  _________________________________________________________________________ 5

• incidir na redução da procura de substâncias psicoactivas e não só na redução da 

oferta; 

• a elaboração de programas de prevenção em ambiente de trabalho para reduzir o 

consumo nocivo de álcool  e outras substâncias psicoactivas; 

• a elaboração de guias dirigidos em especial  às micro, pequenas, médias e micro 

empresas  que  permitam  a  divulgação,  em  linguagem  simples,  de  informações  e 

orientações de fácil compreensão e execução de normas legais; 

• o  investimento  na  prevenção  da  doença  e  promoção  da  saúde  como  forma  de 

diminuir  a  probabilidade  de  riscos  tardios,  como  sejam  as  declarações  de 

incapacidade temporária ou os subsídios de doença. 

 

As  representações  que  o  indivíduo  tem  sobre  o  seu  estado  de  saúde  são  parte 

integrante do processo de saúde da pessoa (Reis, 1999). Este processo de interpretar 

ou de dar um significado à saúde é um processo autónomo, ainda que se enquadre no 

âmbito de uma interacção social ou de uma cultura organizacional, como é o caso do 

local de trabalho.  

 

Na promoção da segurança e saúde do trabalho o indivíduo tem um papel activo e é 

responsável por gerir a sua acção, nomeadamente no que diz respeito ao consumo de 

substâncias  psicoactivas. Neste  sentido,  a  ênfase  coloca‐se  ao  nível  dos  consumos 

(que são da responsabilidade do próprio) e não na substância propriamente dita, seja 

esta o álcool ou qualquer outra substância psicoactiva. 

 

Os indivíduos passam cerca de um terço da vida adulta no local de trabalho. O facto 

de  permanecer  no  local  de  trabalho  sob  a  influência  de  substâncias  psicoactivas 

depende  da  conjugação  de  múltiplos  factores,  alguns  dos  quais  ligados  a 

características  individuais  e  hábitos  de  vida  e  outros  de  natureza  profissional, 

relacionados por exemplo com a  tipologia do trabalho, ritmos e cadências,  trabalho 

por turnos, stress, entre outros. Cerca de 70% das pessoas com problemas ligados ao 

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  _________________________________________________________________________ 6

consumo de álcool e 62% das pessoas  com problemas associados ao  consumo de 

outras  substâncias  psicoactivas  encontram‐se  enquadradas  profissionalmente 

(Silva,  2001).  Os  padrões  de  consumo  nocivo,  particularmente  no  que  respeita  a 

bebidas  alcoólicas,  são  uma  das  principais  causas  de morte  prematura  e  doenças 

evitáveis, tendo, para além disso, efeitos prejudiciais sobre a capacidade de trabalho. 

O  absentismo  associado  ao  consumo  de  substâncias  psicoactivas  afecta  o 

desempenho profissional e, por conseguinte, a competitividade e produtividade, e a 

própria riqueza do país.  

 

A  promoção  da  segurança  e  saúde  do  trabalho  é  uma  abordagem  recente,  que 

introduz uma perspectiva inovadora e integrada do conceito de saúde. Já em 1981 a 

Convenção nº 155 da OIT, considerava que os serviços de medicina no trabalho não 

se  deviam  restringir  ao  domínio  da  vigilância  e  exames médicos  de  avaliação  da 

saúde,  devendo  estender‐se  ao  controlo  dos  elementos  físicos  e  mentais  que  a 

possam afectar. Neste quadro conceptual, a responsabilidade das organizações para 

garantir  a  segurança  e  saúde  dos  seus  trabalhadores  não  se  pode  limitar  aos 

tradicionais exames de vigilância da saúde.  

No quadro da definição de políticas  gerais de promoção da  saúde,  é  importante o 

enfoque  nos  estilos  de  vida  saudáveis  e  na  responsabilidade  individual  na 

manutenção da saúde. Problemas como oconsumo de álcool e drogas, consumo de 

tabaco,  alimentação  desequilibrada,  os  acidentes  de  automóvel,  doenças 

sexualmente  transmissíveis,  devem  ser  abordadas  e  discutidas  com  o  mesmo  à‐

vontade com que se abordam questões directamente ligadas à saúde do trabalho. 

 

A  Organização  Mundial  de  Saúde  em  1984  definiu  a  promoção  da  saúde, 

fundamentada  no modelo  ecológico  de  saúde,  não  só  como  a mera  ausência  de 

doença, mas sim como um estado de bem‐estar  físico, psicológico e social. Trata‐se 

de uma definição mais  abrangente, que  abarca  todas  as dimensões do  indivíduo  e 

exige uma intervenção alargada e sistémica. Este conceito de promoção da saúde foi 

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL 

 

  _________________________________________________________________________ 7

adaptado  pela  Fundação  Europeia  para  a  Melhoria  das  Condições  de  Trabalho 

(European Foundation for the  Improvement of Living and Working Conditions, 1997) 

para  utilização no  local de  trabalho, partindo dos  seguintes princípios:  a) pode  ser 

aplicada  a  todos  os  grupos  de  trabalhadores;  b)  coloca  o  enfoque  nas  causas 

subjacentes de  falta de saúde; c) combina diversos métodos de abordagem; d)  tem 

como objectivo a participação estratégica do indivíduo; e) não é primariamente uma 

actividade médica, e deverá fazer parte da organização do trabalho e das condições 

de trabalho; 

 

 Esta  abordagem  exige  a  implementação  de  um  conjunto  diversificado  de  acções, 

susceptíveis  de  afectar  positivamente  a  segurança  e  saúde  e  o  bem‐estar  dos 

trabalhadores,  os  seus  conhecimentos,  atitudes  e  comportamentos,  bem  como  as 

suas condições de vida e de trabalho. Implica também que as questões da segurança 

e saúde não sejam  tratadas separadamente. Devem ser entendidas como um  todo, 

interdependentes  e  complementares,  devendo  resultar  em  políticas  operacionais 

concertadas e integradas.  

 

PARTE I INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL 

Na linha da abordagem do Grupo Pompidou, em que a actuação em meio laboral no 

que  concerne  a  substâncias  psicoactivas  se  refere  indistintamente  ao  álcool  e  a 

substâncias  ilícitas procurou‐se enfatizar uma  visão globalizante, não discriminando 

procedimentos em função das substâncias. De facto definem‐se linhas de orientação 

suficientemente  flexíveis  e  adaptáveis  às diferentes  realidades organizacionais e  às 

diferentes problemáticas individuais. 

Na  mesma  perspectiva,  entre  as  competências  do  Instituto  da  Droga  e  da 

Toxicodependência,  assumidas  com  a  publicação  da  Lei  Orgânica  do  Instituto 

(Decreto‐Lei n.º 221/2007, de 29 de Maio),  consagra‐se  como missão  “promover  a 

redução  do  consumo  de  drogas  lícitas  e  ilícitas,  bem  como  a  diminuição  das 

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL 

 

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toxicodependências” ; de entre as competências destaca‐se “a) Apoiar o membro do 

Governo  responsável pela área da  saúde na definição da  estratégia nacional  e das 

politicas de luta contra a droga, o álcool e as toxicodependências e na sua avaliação;”.  

Também a Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde do Trabalho, aprovada pela 

Resolução  do  Conselho  de  Ministros  n.º  59/2008  de  12  de  Março  prevê  na  sua 

medida 1.7 “desenvolver em articulação com o Plano Nacional contra a Droga e as 

Toxicodependências,  programas  de  prevenção  em  meio  laboral  para  combater  o 

alcoolismo e outras toxicodependências”. 

Paulo  Vitória  (1994)  refere  que,  já  em  1988  a  Organização  das  Nações  Unidas 

considerava  o meio  laboral,  a  par  das  escolas,  das  pequenas  associações  e  grupos 

comunitários,  um  meio  privilegiado  para  o  desenvolvimento  de  acções  com  o 

objectivo  de  prevenir  e  reduzir  o  consumo  de  substâncias  psicoactivas.  Neste 

documento  é  recomendado  o  envolvimento  das  organizações,  sindicatos  e 

associações sócio‐profissionais na abordagem destes problemas. 

Qualquer melhoria  e mudança operada no  comportamento dos  trabalhadores  será 

transportada para fora da organização, conduzindo a transformações significativas na 

vida  familiar,  com  reflexos  importantes  na  sociedade.  A  responsabilidade  das 

organizações não deverá terminar na produção de bens e serviços, deve  igualmente 

promover o desenvolvimento e  formação pessoal dos  trabalhadores, no  sentido de 

contribuir para a construção de sociedades mais equilibradas, instruídas e coesas. 

A  prevenção  e  a  dissuasão  dos  problemas  associados  ao  consumo  de  substância 

psicoactivas em ambiente de trabalho deve ser uma  intervenção global, que deve 

envolver  a  participação  de  todos  os  actores  da  organização:  órgãos  decisores, 

departamentos  com  implicações  nesta  matéria  nomeadamente  a  Medicina  do 

Trabalho, a Segurança do Trabalho, os Recursos Humanos, a Acção Social, as chefias 

intermédias  e directas,  os  representantes  para  a  segurança  e  saúde  do  trabalho, 

representantes dos trabalhadores e os próprios trabalhadores. 

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL 

 

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A intervenção em micro, pequenas e médias empresas, que representam uma larga 

parcela do mundo laboral português, será abordada num capítulo específico desde 

documento dada a sua organização (Parte III). 

Cabe  aqui  reiterar  a  importância  de  incrementar  políticas  gerais  de  prevenção  das 

dependências que  contemplem  iniciativas  ao nível preventivo e no  tratamento das 

situações detectadas,  tendo em vista a manutenção do  trabalhador na organização. 

Conforme refere a Declaração de Lisboa, as dependências, mesmo a de evolução mais 

prolongada, devem ser encaradas como uma situação transitória.  

I.1 SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS 

Substâncias  psicoactivas  são  aquelas  que,  quando  ingeridas,  bebidas,  injectadas, 

fumadas,  inaladas,  afectam  o  sistema  nervoso  central.  Segundo  a  Organização 

Mundial de Saúde, podem classificar‐se como: 

Depressoras:  diminuem  e  inibem  a  actividade  do  sistema  nervoso  central,  a 

actividade  motora,  a  reacção  à  dor  e  a  ansiedade,  sendo  frequente  um  efeito 

euforizante  inicial  (diminuição  das  inibições)  e  posteriormente  um  aumento  da 

sonolência, no caso do álcool. Os principais depressores do sistema nervoso central 

são: álcool, opiáceos e fármacos sedativo‐hipnóticos. 

Estimulantes: aumentam o estado de alerta e a aceleração dos processos psíquicos, a 

actividade do sistema nervoso central e, como consequência, a   taxa metabólica do 

organismo. São exemplos: anfetaminas, cocaína, nicotina e cafeína. 

Perturbadoras: São substâncias que  levam ao aparecimento de diversos fenómenos 

psíquicos  anormais  como  alucinações  e  delírios,  sem  que  haja  inibição  ou 

estimulação global do sistema nervoso central. Modificam o curso do pensamento e 

as percepções  sensoriais e podem provocar hiperestesias e  ilusões de movimento. 

Estas drogas, também chamadas psicadélicas, alteram a nossa percepção do mundo. 

O LSD e os canabinóides são exemplos desta categoria. 

I.2 PADRÕES DE CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS 

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL 

 

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Nos vários documentos produzidos por diferentes instâncias e organizações nacionais 

e internacionais constam uma série de evidências científicas, conceitos, orientações e 

recomendações,  que  dão  fundamento  aos  pressupostos  essenciais  a  respeito  do 

consumo  de  substâncias.  Neste  sentido,  podem‐se  diferenciar  três  padrões  de 

consumo problemático distintos: 

O consumo de risco, que corresponde a um tipo ou padrão de consumo, mesmo que 

ocasional, que provoca dano se o consumo persistir e que aumenta o risco de sofrer 

doenças, acidentes, lesões, transtornos mentais ou de comportamento.  

O consumo nocivo que é definido como um “padrão de consumo que provoca danos 

à saúde tanto física como mental” mas que não preenche os critérios de dependência.  

A dependência, que se reporta a um conjunto de fenómenos fisiológicos, cognitivos e 

comportamentais que podem desenvolver‐se após repetido uso da substância.  Inclui 

um  desejo  intenso  do  consumo,  descontrolo  sobre  o  seu  uso,  continuação  dos 

consumos  independentemente  das  consequências,  uma  alta  prioridade  dada  aos 

consumos em detrimento de outras actividades e obrigações, aumento da tolerância 

e  sintomas  de  privação  quando  o  consumo  é  descontinuado  (World  Health 

Organization, 1992). Trata‐se de uma doença primária, crónica, cujo desenvolvimento 

e  manifestações  são  influenciados  por  factores  genéticos,  psicológicos,  sociais  e 

ambientais;  a  doença  é  frequentemente  progressiva  e  potencialmente  fatal; 

caracteriza‐se por uma perda de controlo do consumo, permanente ou  temporária, 

apesar  das  consequências negativas  e  acompanha‐se  de distorções  cognitivas,  com 

particular ênfase para a negação. 

A  Classificação  Internacional  de  Doenças,  publicada  no  DR  II  Série  de  22/07/1997 

pp8703‐8704  reporta‐se  igualmente  às perturbações mentais  e de  comportamento 

associadas ao uso de substâncias psicoactivas. 

I.3 O CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS NO LOCAL DE TRABALHO Os factores inerentes a algumas condições de trabalho (trabalhos perigosos, horários 

prolongados,  trabalho  por  turnos,  ritmos  excessivos,  distress,  frustração,  falta  de 

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estímulo,  baixos  salários,  insegurança  no  emprego...)  são  susceptíveis  de  afectar 

negativamente a saúde dos  trabalhadores, comportando múltiplos  factores de risco, 

quer  físicos,  quer  psicossociais,  interagindo  e  potenciando  os  problemas  laborais 

ligados ao consumo de álcool e outras drogas. 

De  uma  forma  geral,  sempre  que  existem  consumos  de  substâncias  psicoactivas, 

existem  consequências  biológicas,  sociais  e  comportamentais  (Carrilho,  2002)  que 

podem:  

• Interferir com o exercício da actividade profissional; 

• Colocar em risco a integridade física dos trabalhadores e do equipamento; 

• Prejudicar  a  segurança  e  a  saúde  do  trabalho  e  a  aptidão  para  o 

desempenho; 

• Gerar um fardo administrativo e ocasionar problemas financeiros; 

• Criar uma imagem negativa, desacreditar e desprestigiar a organização. 

  

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ( 2003): 

• Os trabalhadores que consomem substâncias  ilícitas têm maior probabilidade 

de ocorrência de acidente de trabalho do que a população geral; 

• Até  40%  dos  acidentes  de  trabalho  envolvem  ou  estão  relacionados  com  o 

consumo do álcool; 

• Os trabalhadores que consomem substâncias psicoactivas tendem a ausentar‐

se mais frequentemente do trabalho; 

• Cometem mais erros e faltam mais no primeiro dia útil da semana; 

• Tendem a  chegar ao  trabalho mais  tarde e a  sair mais  cedo do a população 

trabalhadora geral; 

• Apresentam  mais  comportamentos  de  risco  para  a  segurança  (intoxicação 

aguda,  negligência  e  diminuição  da  capacidade  de  julgamento)  do  que  a 

população geral; 

• Envolvem‐se mais frequentemente em conflitos, comportamentos violentos e 

furtos e são mais repetidamente alvo de queixas do que a população geral. 

 

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No  esquema  seguinte  (Cook,  1996)  figuram  as  principais  dimensões  envolvidas  no 

processo: 

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I.4  CONCEITOS  NO  ÂMBITO  DA  INTERVENÇÃO  EM 

MEIO LABORAL 

Toda a actividade profissional está condicionada pelo estado de segurança 

e saúde dos seus actores. Parece fundamental existir um equilíbrio a nível 

físico, psíquico e  social, para que o  trabalhador  esteja em  condições de 

desempenhar com qualidade a sua função e as suas tarefas. Cerca de 50% 

dos  acidentes  de  trabalho  ocorrem  com  trabalhadores  deprimidos, 

perturbados emocionalmente, preocupados ou receosos (Rolo, 1999).  

Actualmente, parece  claro que as políticas de promoção da  segurança e 

saúde no trabalho devem contemplar a questão das dependências, no que 

respeita  à  prevenção  e  ao  acompanhamento  de  situações  concretas  de 

consumo  continuado  de  substâncias  psicoactivas,  detectado  no  seio  da 

empresa  ou  organização.  O  problema  doconsumo  de  substâncias 

psicoactivas existe nas empresas ou organizações, tal como na sociedade 

exterior. 

As medidas  implementadas nas empresas e organizações no âmbito das 

dependências traduzem‐se a breve prazo em benefícios relevantes para os 

trabalhadores  e  para  as  próprias  organizações,  embora  dificilmente 

quantificáveis. Politicas de recursos humanos voltadas para a promoção da 

segurança, saúde e bem‐estar dos trabalhadores, que integrem Programas 

de  Assistência  aos  Trabalhadores,  Campanhas  Informativas,  e  outras 

intervenções  neste  domínio  reflectem  culturas  organizacionais  que 

incorporam conceitos e princípios de cidadania empresarial,  incentivando 

os empresários a boa práticas, à produção de códigos de conduta, de ética 

ou deontológicos o que valoriza a  imagem da empresa ou organização e 

dos seus produtos finais.  

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I.4.1  PROGRAMA  DE  ASSISTÊNCIA  AOS 

TRABALHADORES (PAT) 

Os  PAT  (Programas  de  Assistência  a  Trabalhadores)  são  uma  forma  de 

enquadramento,  criada  (opcionalmente) por algumas organizações, para 

abordar a dimensão psicossocial da  saúde dos  trabalhadores. Consistem 

num  conjunto  de  linhas  de  intervenção  que  prevêem  o  apoio  a 

trabalhadores  e,  frequentemente,  às  suas  famílias,  com  problemas  que 

afectam ou podem vir a afectar o seu desempenho profissional. Um PAT 

pode dar assistência a trabalhadores com problemas relacionados com o 

consumo  de  substâncias  psicoactivas,  mas  é  frequente  dar  resposta  a 

outras  questões  que  podem  afectar  a  vida  pessoal  nas  suas  várias 

dimensões. Porventura o PAT poderá utilizar os  recursos da comunidade 

para  a  abordagem  dos  problemas  relacionados  com  o  consumo  de 

substâncias psicoactivas. Embora centrados no  local de trabalho, a tónica 

dos  PAT  é  colocada  ao  nível  individual.  O  objectivo  último  desta 

abordagem é a melhor adaptação social do indivíduo, designadamente nas 

suas relações pessoais, saúde física, estabilidade emocional e familiar e na 

própria  adaptação  profissional.  Pretende‐se,  desta  forma,  uma  maior 

eficácia profissional com melhorias significativas ao nível do desempenho 

e do rendimento. 

 

I.4.2  POLÍTICA  DE  SAÚDE  E  SEGURANÇA  DA ORGANIZAÇÃO 

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Pretende dar a conhecer a política de segurança e saúde da organização: 

quais os objectivos, as  respostas disponibilizadas no decurso de acção e 

quais  os  procedimentos  a  adoptar,  caso  esta  política  venha  a  ser 

infringida. Através deste documento todos os trabalhadores deverão ficar 

a  saber  que  a  organização  está  empenhada  em  criar  um  ambiente  de 

trabalho promotor da segurança e da saúde. As políticas e as respectivas 

medidas  devem  ser  aplicadas  a  todos  os  elementos  do  sistema 

organizacional.  No  regulamento,  os  problemas  relacionados  com  o 

consumo  de  substâncias  psicoactivas  devem  ser  considerados  como 

problemas de saúde, e consequentemente ser tratados tal como os outros 

problemas de saúde no contexto laboral. 

I.4.3 DETECÇÃO A  detecção  pode  ou  não  fazer  parte  dos  procedimentos  da  política  de 

segurança e  saúde da organização. A  ser  considerada a possibilidade de 

criar  um  programa  que  inclua  a  aplicação  de  testes  de  detecção  de 

substâncias, deve ser elaborado um documento escrito formal explanando 

a política  subjacente, nomeadamente através da  indicação do objectivo, 

do  regulamento,  direitos  e  responsabilidades  de  todas  as  partes 

envolvidas. 

 Na elaboração desse documento devem ficar bem explícitas as questões 

sobre a Protecção de Dados Pessoais e da aplicação de  testes e exames 

médicos, de acordo com os Artigos 17º e 19º do Código do Trabalho.  

Salvaguarda‐se, que não se deve generalizar, para todas as profissões ou 

tarefas, o limite máximo que foi estabelecido para o Código da Estrada. O 

controlo  de  alcoolémia  geralmente  é  feito  através  da  análise  do  ar 

expirado  (TAE),  utilizando‐se  um  alcoolímetro  que  se  baseia  na  relação 

teórica  que  é  definida  na  Lei  18/2007,  referente  ao  teor  de  álcool  no 

sangue  (TAS): 1 mg/L  (TAE) = 2,3 g/L  (TAS). A determinação do Teor de 

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EM MEIO LABORAL 

 

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16 

Álcool no Sangue  (TAS) pode  ser  conhecida  também através da  colheita 

deste meio biológico. 

Quanto  à  detecção  de  substâncias  ilícitas,  será  efectuada  através  de 

análises  toxicológicas  diversos meios  biológicos.  Em  qualquer  dos  casos 

dever‐se‐á  ponderar  a  relação  dose‐efeito  individual,  bem  como  os 

resultados  dos  exames  médico‐periciais  da Medicina  do  Trabalho,  que 

avalia  os  3  eixos  principais  designadamente,  funções  mentais  globais, 

funções mentais  específicas  e  funções  de movimento,  o  que  permitirá 

avaliar o estado de  influência da substância sobre o  trabalhador naquele 

momento. Nos últimos quatro  anos o Grupo  Pompidou  do Conselho da 

Europa  tem  vindo  a  trabalhar  no  âmbito    da  Plataforma  Ética  que 

procurou, entre outras matérias, definir orientações para a aplicação de 

procedimentos de detecção. Assim, preconiza que:  

A  aplicação dos  testes deverá  ser  encarada  para  um  número restrito  de  profissões  ligadas  a  altos  níveis  de  segurança  e performance e de acordo com parâmetros bem definidos pela organização,  na  relação  dose  laboratorial  toxicológica  da substância  psicoactiva  recreativa  versus  o  seu  efeito  na afectação  funcional e na capacidade de  funções mentais e de movimento, conforme a CIF‐OMS (2001) 

 

Os  testes  deverão  ser  aplicados  por  profissionais  de  saúde sujeitos ao dever da confidencialidade 

 

Quando  realizados no  âmbito de pedidos das  autoridades de aplicação da  lei ou  judiciais, os  testes deverão ser executados no estrito cumprimento do que é ordenado 

 

Neste  documento  subscrevem‐se  genericamente  as  orientações  da 

Plataforma  Ética  do  Grupo  Pompidou  e  da  Comissão  Nacional  de 

Protecção de Dados nesta matéria, que salvaguardam direitos universais.  

 

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I.5 PARADIGMA DE INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL Na  abordagem  ao  consumo  de  substâncias  psicoactivas  nos  locais  de 

trabalho, o enfoque tem sido tradicionalmente colocado no tratamento e 

reabilitação  dos  trabalhadores  dependentes.  Contudo,  a  maioria  dos 

trabalhadores não é dependente de substâncias psicoactivas, mesmo que 

ocorram consumos em padrão nocivo ou de intoxicação aguda, por álcool 

ou por outras substâncias psicoactivas. Estima‐se que, em alguns países, 

apenas  10  em  cada  100  pessoas  apresentam  um  problema  relacionado 

com substâncias psicoactivas e dessas, apenas 3 se tornaram dependentes 

(Carrilho,  1987,  1991,  2002,  2007).  Assistimos  hoje  a  uma mudança  de 

paradigma, uma evolução do tratamento para a prevenção dos consumos.  

 

I.6  ENQUADRAMENTO  LEGAL  E  NORMATIVO REFERENTE  A  SUBSTÂNCIAS  PSICOACTIVAS  EM MEIO LABORAL  São amplamente reconhecidas por todos as lacunas legais que permitem 

frequentemente  às  organizações  ignorar  os  problemas  ou  optar  por 

medidas  predominantemente  disciplinares  como  resposta,  relegando 

para segundo plano a promoção da segurança e da saúde. 

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EM MEIO LABORAL 

 

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A prevenção de riscos profissionais tem sede no Novo Regime Jurídico da 

Segurança  e  Saúde  do  Trabalho:  Lei  102/2009,  de  10  de  Setembro  que 

estabelece  que  aquela  deve  assentar  numa  correcta  e  permanente 

avaliação  de  riscos  e  ser  desenvolvida  segundo  princípios,  políticas, 

normas  e  programas  que  visem,  nomeadamente,  a  implementação  da 

Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde do Trabalho, a promoção e a 

vigilância da saúde do trabalhador e o incremento da investigação técnica 

e científica aplicadas no domínio da segurança e da saúde no trabalho, em 

particular  no  que  se  refere  à  emergência  de  novos  factores  de  risco; 

(Artigo 5º) 

Constitui  obrigação  geral  do  empregador  “assegurar  ao  trabalhador 

condições de segurança e de saúde em todos os aspectos do seu trabalho”, 

devendo  zelar,  de  forma  continuada  e  permanente,  pelo  exercício  da 

actividade  em  condições  de  segurança  e  de  saúde  para  o  trabalhador, 

identificando  todos  os  riscos  previsíveis  em  todas  as  actividades  da 

organização;  deve,  ainda  atenuar  o  trabalho  monótono  e  o  trabalho 

repetitivo  e  reduzir  os  riscos  psicossociais.  Estes  estão muitas  vezes  na 

origem  de  consumos  aditivos  que  são  factor  de  risco  de  acidente  e 

potenciadores de doenças relacionadas com o trabalho.

A vigilância da saúde dos trabalhadores é também uma obrigação geral do 

empregador que, nos  termos da Lei 102/2009, de 10 de Setembro, deve 

ser  assegurada  em  função  dos  riscos  a  que  o  trabalhador  estiver 

potencialmente exposto no local de trabalho, devendo o empregador para 

o  efeito  vigiar  as  condições  de  trabalho,  preservar  a  saúde  dos 

trabalhadores  em  situações  mais  vulneráveis,  respeitando  a  legislação 

disciplinadora da protecção de dados. 

A  realização de  exames médicos  situa‐se  no  âmbito da organização  dos 

serviços de  Segurança  e  Saúde  no  Trabalho  e  tem que  ter  em  conta  os 

direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.  

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O Regime Jurídico para a SST obriga o empregador a consultar por escrito, 

previamente ou em tempo útil, os representantes dos trabalhadores para 

a segurança e saúde ou, na sua  falta, os próprios  trabalhadores, sobre a 

avaliação dos riscos para a segurança e a saúde no trabalho. Aqui incluem‐

se os respeitantes aos grupos de trabalhadores sujeitos a riscos especiais, 

bem como sobre as medidas de protecção e de prevenção e a forma como 

se aplicam, quer em relação à actividade desenvolvida quer em relação à 

organização.

I.7 OBJECTIVOS DA INTERVENÇÃO EM MEIO LABORAL  A filosofia básica da intervenção dirigida aos problemas ligados ao álcool e 

a  outras  substâncias  psicoactivas  nos  locais  de  trabalho  consiste  em 

considerar que os consumos são um problema de segurança e saúde que 

pode ser alvo de detecção precoce e encaminhamento para  tratamento, 

com o menor tempo de afastamento possível do local de trabalho. 

 As  razões  principais  para  implementar  um  programa  de  prevenção  de 

consumos de risco são as seguintes: 

Promover estilos de vida saudáveis; 

Diminuir  a  sinistralidade  e  promover  a  segurança  e  saúde  no 

trabalho. 

 

A  adopção  de  programas  de  prevenção  dos  problemas  associados  ao 

consumo  de  substâncias  psicoactivas  beneficia  as  organizações.  Vários 

estudos  epidemiológicos  demonstram  que  a  incidência  de  problemas 

relacionados com o consumo de substâncias psicoactivas está relacionada 

com  as  quantidades  consumidas;  quanto maior  for  o  consumo, maior  a 

probabilidade  de  ocorrência  de  problemas  como  os  acidentes,  o 

absentismo, a violência e o assédio. Além disso, a  implementação de um 

programa  de  prevenção  é menos  dispendiosa  do  que  o  tratamento  dos 

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EM MEIO LABORAL 

 

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trabalhadores dependentes ou a reparação de danos relacionados com os 

consumos.  Deste  modo,  a  produtividade  e  a  competitividade  das 

organizações aumenta. 

Assim, os objectivos da intervenção em meio laboral são: 

• Eleger os  locais de  trabalho como contextos privilegiados para a 

prevenção  de  consumos  problemáticos  de  substâncias 

psicoactivas; 

• Proceder  ao  enfoque  na  segurança  e  saúde  do  trabalho  e  na 

promoção e sensibilização para estilos de vida saudáveis;  

• Centrar  estratégias  no  âmbito  da  responsabilidade  e  ética 

organizacionais,  apoiando  as  organizações,  os  trabalhadores  e 

alargando  a  sua  intervenção  às  famílias  e  comunidades  onde 

estes se inserem; 

• Contribuir para a prevenção do  risco de acidentes de  trabalho e 

para  a  promoção  dos  níveis  de  segurança,  minimizando  o 

consumo de substâncias psicoactivas;  

• Dar  suporte  à  criação  e  ao  desenvolvimento  de  políticas  de 

segurança e saúde nas organizações; 

• Escrever e divulgar as referidas políticas. 

 

A participação dos trabalhadores e dos seus representantes na concepção 

de  um  plano  de  promoção  de  saúde  ocupacional  e  na  definição  das 

políticas  a  preconizar  representa  uma  questão  de  princípio 

desempenhando,  indiscutivelmente,  um  papel  importante  na 

implementação  dos  programas  de  prevenção.  Com  efeito,  a  sua 

participação  é  imprescindível  e  inalienável  pelo  princípio  de  legalidade 

(Código do Trabalho, subsecção IV, artigo 46º e seguintes): 

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EM MEIO LABORAL 

 

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21 

‐  Contribui  para  a  aceitação  do  programa  por  parte  dos  trabalhadores, 

constituindo‐se como agentes facilitadores para a criação de um ambiente 

positivo de real aceitação do programa; 

‐  Capacita  os  representantes  dos  trabalhadores  para  intervir  junto  dos 

seus pares, quando existem situações de consumo, impedindo que muitas 

vezes  se  passe  de  uma  situação  de  consumo  de  baixo  risco  para  uma 

condição de consumo nocivo e dependência, dado que  têm uma relação 

de proximidade com estes;  

‐ Facilita (promove) o esclarecimento de dúvidas que possam subsistir no 

que respeita aos direitos individuais dos trabalhadores, especialmente nas 

situações de tratamento e reentrada no posto de trabalho; 

Nos  casos  em  que  a  própria  organização  não  disponha  de  um  serviço 

interno de segurança e saúde no trabalho (SST), os parâmetros constantes 

deste  documento  orientador  deverão  ser  assumidos  pelas  entidades 

prestadoras de  SST  (serviços  externos), obviamente  em  sintonia  com  as 

politicas e estratégias de gestão de  recursos humanos. Refira‐se que são 

obrigatórios  os  SSST  internos  em  organizações  com  mais  de  400 

trabalhadores  ou  com  mais  de  30  trabalhadores  nas  quais  existam 

trabalhadores expostos a actividades  consideradas de  risco elevado.  (Lei 

102/2009, de 10 de Setembro). 

 

 

 

I.8  PRINCÍPIOS  ORIENTADORES  DA  INTERVENÇÃO  EM MEIO LABORAL A  adopção  de  políticas  e  programas  de  prevenção  do  consumo  de 

substâncias  psicoactivas  representa  um  alargamento  da  intervenção  à 

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totalidade dos trabalhadores. Neste sentido, as aprendizagens ao nível da 

auto‐avaliação  de  nível  de  consumo  de  substâncias  psicoactivas 

(nomeadamente  a  contagem de unidades de bebida padrão no  caso do 

álcool), a correlação entre o desempenho profissional e os consumos e o 

enfoque  na  promoção  de  estilos  de  vida  saudáveis  são  componentes 

fundamentais a desenvolver neste âmbito. 

Assim, consideram‐se os seguintes pontos essenciais: 

As políticas e os programas em matéria do consumo de substâncias psicoactivas devem promover a prevenção e o tratamento dos problemas ligados ao consumo de substâncias psicoactivas no local de trabalho; 

 

Os problemas ligados ao consumo de substâncias psicoactivas no local de trabalho são considerados problemas de saúde e por isso devem ser tratados sem nenhuma discriminação, como qualquer outro problema de saúde e com recurso aos correspondentes serviços de saúde; 

 

Para fomentar a segurança e saúde do local de trabalho devem ser levados a cabo programas de informação, formação e qualificação sobre substâncias psicoactivas que devem, na medida do possível, ser integrados em programas de segurança e saúde mais amplos; 

 

Deve estabelecer‐se um sistema que assegure o carácter confidencial de toda a informação, em todos os pontos da cadeia de custódia assim como durante o tratamento e a reabilitação; 

 

Os trabalhadores que desejem ser alvo de intervenção clínica para os seus problemas ligados ao consumo de substâncias psicoactivas, não devem ser objecto de discriminação por parte do empregador e devem gozar da segurança do emprego e das mesmas oportunidades de promoção dos seus pares; 

 

O tratamento e a reabilitação só poderão processar‐se mediante a aceitação voluntária do trabalhador, no respeito pela liberdade 

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pessoal, não podendo ser impostos, designadamente por recurso a formas de coacção; 

 

A dependência de drogas ou álcool deve ser entendida como uma doença e tratada como tal no que respeita a incapacidade temporária, subsídio de doença e outros benefícios sociais, especialmente nos períodos em que o trabalhador se encontra em tratamento; 

 

Todas as informações relativas ao processo de reabilitação e tratamento deverão manter‐se estritamente confidenciais; 

 

Durante o tratamento, o empregador deve garantir a manutenção do posto de trabalho do trabalhador enquanto este se encontrar em tratamento ou garantir a sua transferência para outras funções que não constituam risco para a segurança do próprio ou de terceiros, sem perda de direitos ou outras regalias. 

 

PARTE  II  CONTRIBUTO  PARA  A  POLÍTICA  DE SEGURANÇA E SAÚDE DAS ORGANIZAÇÕES  

II.1  CRIAÇÃO  DE  UMA  POLÍTICA  DE  SEGURANÇA  E 

SAÚDE  NO  ÂMBITO  DO  CONSUMO  DE  SUBSTÂNCIAS 

PSICOACTIVAS 

A prevenção de riscos na segurança e saúde dos trabalhadores dentro de 

um  ambiente  laboral,  implica  não  somente  abordar  as  condições 

profissionais que possam actuar como  factores de  risco para o consumo 

de substâncias psicoactivas, mas  também ponderar mudanças na cultura 

organizacional de  forma a promover a melhoria da qualidade de vida no 

trabalho, de forma integradora.  

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A  participação  dos  trabalhadores,  ou  dos  seus  representantes,  na 

concepção  de  um  plano  para  a  promoção  da  segurança  e  saúde,  na 

definição das políticas a preconizar, representa uma obrigação  legal. Da 

mesma  forma, é  incontornável e  imperioso que, previamente  à efectiva 

introdução das  iniciativas que  fazem parte deste Plano, se proceda à sua 

divulgação clara e precisa.  

A forma de conduzir estes processos varia, em função das especificidades 

sectoriais  e  das  diferenças  culturais  dos  cenários  em  mudança.  As 

organizações podem começar por adoptar uma declaração de missão, um 

código de conduta ou uma declaração de princípios, em que se anunciam 

os objectivos, os valores fundamentais e as responsabilidades para com as 

diversas partes interessadas. 

Assim,  para  a  definição  da  política  de  promoção  da  segurança  e  saúde 

ocupacional, que contemple a componente das dependências, dever‐se‐á: 

• Assumir uma política (escrita) sobre o tema; 

• Realizar um diagnóstico organizacional;  

• Aferir,  por  amostragem,  o  nível  de  conhecimentos  sobre  os 

problemas  do  consumo  de  substâncias,  níveis  de  consumo, 

atitudes face ao consumo e a sua regulamentação; 

• Implicar  todos  os  trabalhadores,  através  das  estruturas 

representativas; 

• Definir  os  objectivos  da  política  de  segurança  e  saúde,  com  a 

participação de toda a organização; 

• Elaborar um plano de intervenção, com ampla participação;  

• Propor, especificamente, mecanismos de apoio a quem apresente 

problemas  ligados  ao  consumo  de  substâncias  psicoactivas, 

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através,  por  exemplo,  da  definição  de  um  PAT  ou  mesmo  da 

referenciação a estruturas de saúde; 

• Implicar  os  elementos  directivos  ou  executivos,  chefias, 

supervisores  e  todos  os  trabalhadores  de  todas  as  áreas  da 

organização; 

• Fundamentar para compromisso, a difusão e a avaliação da política 

de segurança e saúde da organização, devendo esta ser conhecida 

por todos os trabalhadores.  

 

O  esquema  seguinte  apresenta  detalhadamente  as  dimensões  a 

contemplar na definição da política de segurança e saúde da organização. 

 

 

Política de Saúde da Organização

Compromisso da equipa directiva

Constituição da equipa

Diagnóstico Inicial

Adesão e compromisso em toda a organização

Grupo da implementação da política

Sensibilização e informação de toda a organização

Reconhecer factores de risco e de protecção na cultura organizacional

Elaboração da política e do plano de prevenção

Directivas de compromisso, supervisão e difusão da política

Trabalho com representantes da organização, definição de objectivos e acções da política

Avaliação de processo e de resultados.

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II.1.1 SENSIBILIZAÇÃO, INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E 

FORMAÇÃO 

A implementação e gestão de programas de intervenção em meio laboral, 

no  âmbito  das  dependências  de  substâncias  psicoactivas,  deverá  ser 

precedida  de  acções  de  sensibilização,  informação  e  formação 

generalizadas a todos os elementos da hierarquia da empresa. As chefias, 

a par dos representantes dos trabalhadores, são a chave para o sucesso de 

uma  política  de  redução  dos  problemas  relacionados  com  substâncias 

psicoactivas  em meio  laboral,  uma  vez  que  estão  em  contacto  com  os 

trabalhadores. 

Assim as chefias são responsáveis por: 

• Estarem  informadas  sobre  a  política  de  redução  do  consumo  de 

substâncias psicoactivas,  serem  capazes de  transmitir  informação 

sobre essa política aos trabalhadores e saberem quando agir; 

• Falar  com  os  trabalhadores  sobre  problemas  ligados  ao 

desempenho profissional e discutir como resolvê‐los; 

• Documentar e referenciar para o Serviço de Saúde Ocupacional ou 

de Segurança e Saúde no Trabalho um desempenho profissional ou 

comportamentos  desadequados  reiterados  (que  podem  ou  não 

estar associados a consumos de risco). 

 

As chefias não podem ser responsáveis por: 

• Diagnosticar  clinicamente  problemas  de  consumo  de  substâncias 

psicoactivas; 

• Tratar problemas relacionados com os consumos; 

• Encaminhar para o tratamento, (somente referenciar). 

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As sessões de informação e de sensibilização deverão incluir: 

• Aspectos gerais de promoção da saúde nos locais de trabalho;  

• Estratégias de prevenção e de educação e actividades de promoção 

de segurança e saúde; 

• Noções  gerais  sobre  substâncias  psicoactivas  e  sobre  a  relação 

dose‐efeito na  capacidade e na  funcionalidade  (CID‐10‐OMS; CIF‐

OMS); 

• Estratégias de detecção precoce em Medicina do Trabalho; 

• Informação  sobre  os  recursos  da  comunidade  para  o 

encaminhamento. 

II.1.2 ACESSO A SERVIÇOS DE ACONSELHAMENTO, 

TRATAMENTO E DE REABILITAÇÃO 

Sempre  que  um  trabalhador  inicie  o  tratamento  de  uma  dependência, 

deve ser mantida a garantia da estabilidade profissional durante e após o 

tratamento,  tornando‐se  este  um  dos  factores  facilitadores  da 

recuperação. Uma boa reintegração profissional faz parte do processo de 

prevenção de recaídas, sendo que durante este período de readaptação se 

deverá  salvaguardar  que  o  desempenho  do  trabalhador  dependa  da 

qualidade do processo de recuperação. Ao trabalhador poderá ser dada a 

oportunidade de escolher uma rede de suporte durante a recuperação, de 

forma a eleger figuras de interlocução para a sua evolução. 

A prestação de cuidados em função das necessidades das populações exige o 

estabelecimento  criterioso  do  circuito  de  atendimento  dos  doentes  com 

problemas  ligados ao consumo de substâncias psicoactivas seja de consumo 

nocivo ou dependência. Estes serviços devem estar articulados no sentido de 

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dar  as  respostas  necessárias,  quer  em  termos  de  detecção  do  problema  e 

tratamento, quer de eventual  reabilitação, envolvendo  sempre que  tal  seja 

necessário  múltiplos  agentes  e  diferentes  sectores  além  dos  serviços  de 

saúde,  nomeadamente  os  sectores  da  segurança  social,  do  trabalho,  da 

justiça e da comunidade em geral, garantindo uma arquitectura de respostas 

coordenadas. 

Por forma a que o circuito do utente seja feito de maneira a dar a resposta 

mais  atempada  às  necessidades  identificadas  em  termos  de  diagnóstico, 

tratamento  e  reabilitação,  há  que  estruturar,  por  níveis  de  intervenção,  a 

articulação a partir dos Cuidados de Saúde Primários, Unidades do IDT, I.P. e 

da Saúde Mental,  Instituições das Ordens Hospitaleiras, das Misericórdias, e 

Organizações Não Governamentais. 

Devem ainda ser disponibilizadas respostas, de forma a estabelecer uma comunicação 

que privilegie o doente, melhorando a acessibilidade, a continuidade, a prevenção de 

recaídas,  a  complementaridade  e  a  qualidade  dos  cuidados  prestados,  assim  como 

estruturar cuidados tendo em vista doentes sem recursos e sem apoios familiares. 

O circuito do utente deverá ser: 

 

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Assim, num primeiro nível o  trabalhador deveria  recorrer à medicina do trabalho ou ao médico de família para um diagnóstico precoce, de forma a determinar  o  modo  de  intervir  junto  do  indivíduo  em  causa.  A referenciação destes casos deverá  ser  feita para os Centros de Resposta Integrada do  IDT ou outras estruturas especializadas, como é o caso das Unidades  de  Alcoologia,  dos  Serviços  de  Saúde  Mental  ou  para  os Hospitais.   II.2  PROGRAMA  DE  ASSISTÊNCIA  AOS 

TRABALHADORES  NO  ÂMBITO  DO  CONSUMO  DE 

SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS 

Da elaboração da política de segurança e de saúde da organização poderá 

fazer parte a criação e desenvolvimento de um Programa de Assistência 

aos Trabalhadores  (PAT),  sendo que este deverá obedecer aos seguintes 

pontos: 

 

 

PAT 

Concepção

Implementação e Gestão

Estudo de viabilidade e das necessidades 

Acordo dentro da organização 

Nomeação e formação do grupo de coordenação 

Redução dos factores de 

risco 

Documento de política 

sobre a segurança, saúde e 

bem‐estar 

Sensibilização, Informação, 

Educação e Formação 

Acesso a serviços de 

aconselhamento, 

tratamento e reabilitação 

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II.2.1 CONCEPÇÃO A formação de um grupo coordenador de PAT deve ser precedida de um 

estudo  de  viabilidade  e  da  avaliação  das  necessidades.  Este  deverá, 

preferencialmente,  incluir  representantes  da  Administração, 

representantes dos trabalhadores nos domínios da Segurança e Saúde no 

Trabalho,  da  Área  de  Recursos  Humanos  e  eventualmente  da  Área  de 

Formação. Estes elementos devem, em conjunto, avaliar os efeitos do uso 

de  substâncias  psicoactivas  no  local  de  trabalho,  e  cooperar  para  uma 

política  de  promoção  da  segurança  e  saúde  que  inclua  os  consumos 

considerados problemáticos para a organização. 

II.2.2 IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO Ao equacionar‐se uma politica de  intervenção em meio  laboral, deverão 

ser  garantidas  as  condições  técnico‐financeiras  adequadas  para  a 

prossecução dos objectivos. 

Deverão ser contemplados os seguintes aspectos: 

• Requisitos estatutários ou normativos; 

• Normas contra a discriminação por incapacidade; 

• Acordos colectivos de trabalho; 

• Quaisquer outros requisitos em vigor. 

O rastreio de consumos, se  for entendido como necessário, deverá ser o 

último passo do programa global.  

 

II.3  REDUÇÃO  DOS  FACTORES  DE  RISCO  E POTENCIAÇÃO DOS FACTORES DE PROTECÇÃO 

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No  âmbito  da  epidemiologia,  o  conceito  de  risco  é  definido  como  a 

probabilidade  de  ocorrência  de  um  acontecimento  desfavorável.  A 

presença  de vários factores de risco no local de trabalho e a sua eventual 

interacção  podem  conduzir  à  potenciação  de  efeitos  negativos  para  a 

segurança e para a saúde do trabalhador.  

Os problemas  ligados ao  consumo de  substâncias psicoactivas,  tal  como 

outros  comportamentos  de  risco,  não  se  submetem  a  relações  causais 

explícitas. A etiologia é multifactorial, complexa e reporta‐se a aspectos de 

natureza biológica, psicológica, social e cultural.  

São  factores  de  risco  de  consumo  de  substâncias  psicoactivas  no meio 

laboral: 

• Factores  relacionados  com  a  actividade  laboral  (repetitividade  das 

tarefas, trabalho por turnos, stressores, etc.); 

• Factores  individuais  (baixa  tolerância  à  frustração,  impulsividade, 

género masculino, locus de controlo externo, etc.); 

• Factores organizacionais / psicossociais (ritmos  intensos de trabalho, 

monotonia das tarefas, insuficiente suporte social, etc.). 

A presença de vários factores de risco pode potenciar a probabilidade de 

consumos. Nesse  sentido,  as  intervenções  centradas  na  organização  do 

trabalho,  e mais  especificamente  na  redução dos  factores de  risco para 

um grupo mais ou menos extenso de trabalhadores, constituem medidas 

de  prevenção  ou  de  resolução  orientada  para  o  problema.  (Uva,  2006) 

Numa  revisão efectuada por Williamson  (1994, cit. por European Agency 

for  Safety  and  Health  at  Work,  2000),  o  autor  verificou  que  as 

intervenções  a  nível  organizacional  que  têm  por  objectivos  eliminar  e 

controlar  os  factores  de  risco  no  ambiente  de  trabalho,  foram 

identificadas como sendo as mais vantajosas apesar de pouco frequentes  

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(Williamson  cit.  por  European  Agency  for  Safety  and  Health  at  Work, 

2000). 

II.4  DEFINIÇÃO  E  APLICAÇÃO  DA  POLÍTICA  DE  SAÚDE DA ORGANIZAÇÃO O documento que operacionaliza a política de saúde deverá: 

• Contextualizar  e  fundamentar  a  política  de  saúde  (segurança  no 

trabalho, segurança e saúde do trabalhador, qualidade do produto, 

produtividade, responsabilidade social pública, etc.); 

• Incluir, de forma clara, as normas de conduta no  local de trabalho 

relacionadas  com  substâncias  psicoactivas,  de  acordo  com  a 

legislação vigente; 

• Incluir  a  forma  de  nomeação  e  a  constituição  do  grupo  de 

coordenação e implementação deste plano; 

• Estabelecer a forma de participação dos trabalhadores; 

• Referir  as modalidades de  informação,  sensibilização  e  formação, 

bem  como  os  respectivos  destinatários,  relacionados  com  a 

implementação da política de saúde; 

• Indicar  os  mecanismos  através  dos  quais  os  trabalhadores  com 

problemas  de  uso  de  substâncias  podem  ter  respostas  de 

acompanhamento, internas ou externas à organização; 

• Incluir  a  forma  de  avaliação  periódica  da  implementação  do 

processo; 

• Assegurar o cumprimento das disposições negociadas em sede de 

contratação colectiva. 

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33 

II.5  AVALIAÇÃO  DA  POLÍTICA  DE  SEGURANÇA  E 

SAÚDE  NO  ÂMBITO  DO  CONSUMO  DE  SUBSTÂNCIAS 

PSICOACTIVAS 

O objectivo de um processo de avaliação é determinar em que medida a 

intervenção  atinge  os  objectivos  inicialmente  definidos.  No  essencial, 

deverá identificar os pontos fortes e os fracos, indicar as oportunidades e 

os  constrangimentos  às  diferentes  etapas  de  aplicação  da  política  de 

saúde. A avaliação poderá incidir sobre: 

• O processo 

• Os resultados 

• O impacto 

 II.6 OPERACIONALIZAÇÃO DA DETECÇÃO 

Os  testes  de  álcool  ou  de  detecção  de  drogas  apenas  serão  lícitos  em 

casos excepcionais, quando estejam em causa  interesses para a  saúde e 

bem‐estar  do  trabalhador,  do  empregador,  ou  de  terceiros  (Código  do 

Trabalho – artigo 19º, nº 1). No entanto, o rastreio  já não será aceitável 

em  termos  legais  de  princípios  de  proporcionalidade,  adequabilidade  e 

razoabilidade, quando não exista uma razão objectiva para o realizar em 

função  da  segurança  para  outros  trabalhadores,  para  os  utentes  dos 

serviços ou para a comunidade em geral ou quando, desse ponto de vista, 

os riscos sejam mínimos. 

No  que  respeita  à  detecção,  o  regulamento  deverá  ser  explícito  em 

relação  a  vários  aspectos,  designadamente,  que  profissionais  poderão 

ser  submetidos  a  teste. À partida,  a  aplicação do  teste deverá  cingir‐se 

apenas a certas categorias profissionais, dedicadas a tarefas que envolvam 

especiais riscos, para os próprios ou para a sociedade em geral, desde que 

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devida e concretamente fundamentados, segundo a Comissão Nacional de 

Protecção de Dados, que  vai  igualmente  ao  encontro da  perspectiva  da 

Plataforma  Ética  do  Grupo  Pompidou.  Podemos  mencionar  como 

exemplos de actividades que envolvem riscos graves para o próprio e para 

terceiros os agentes de segurança, os  técnicos de energia, os motoristas 

de  transportes  pesados  e  ligeiros,  e  as    actividades  que  constam do DL 

102/2009. 

Por outro lado, o procedimento da detecção deverá estar inserido numa 

política de saúde, sendo que a detecção não deverá existir em quaisquer 

outros  contextos  que  não  seja  o  de  uma  política  de  promoção  de 

segurança e saúde no trabalho (que inclua ou não um PAT). 

A  detecção  deverá  acontecer  unicamente  no  âmbito  da  Medicina  do 

Trabalho. 

Os tratamentos de dados resultantes dos rastreios devem ser notificados à 

CNPD. Juntamente deverá ser anexado o regulamento que o fundamenta. 

Do  regulamento  deverá  constar:  que  substâncias  deverão  ser  alvo  de 

detecção;  as  circunstâncias  da  aplicação  dos  testes;  os  profissionais 

envolvidos na detecção (sempre obrigados ao dever da confidencialidade), 

sendo que a responsabilidade da aplicação do teste deve ser do médico de 

trabalho; qual a frequência dos testes; a oportunidade de contraprova por 

organismo credenciado; os procedimentos a adoptar no caso de resultado 

positivo. 

 

II.6.2 PONTOS PARA INCLUIR NA MINUTA‐TIPO PARA 

A ELABORAÇÃO DE UM REGULAMENTO  

Em matéria de  realização de  testes  clínicos  importa  ter presente que as 

empresas  não  podem,  com  legitimidade,  invocar  nesta  matéria  a 

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obrigatoriedade de  realização dos  testes  clínicos previstos no Código do 

Trabalho  e  na  Lei  102/2009,  de  10  de  Setembro.  A  obrigatoriedade  de 

realização  de  testes  clínicos  encontra‐se  devidamente  tipificada  na 

legislação  –  exame  de  admissão,  exames  ocasionais,  exames 

complementares  –  sendo  o  seu  objectivo  “verificar  a  aptidão  física  e 

psíquica  do  trabalhador  para  o  exercício  da  sua  profissão,  bem  como  a 

repercussão do  trabalho e das  suas  condições na  saúde do  trabalhador” 

(art.º  n.º  16).  A  realização  obrigatória  de  testes  de  despistagem  de 

consumos  põe  em  causa  direitos,  liberdades  e  garantias  pessoais 

consagrados  na  Constituição,  nomeadamente  o  direito  à  integridade 

pessoal  (artigo  25º)  e  o  direito  à  reserva  da  intimidade  da  vida  privada 

(artigo 26). Para além disto, a criação, por  regulamento  interno, de uma 

justa  causa  de  despedimento,  não  prevista  na  lei,  viola  o  princípio  da 

segurança  no  emprego,  direito  fundamental  dos  trabalhadores, 

consagrado  no  artigo  53º  da  Constituição.  Neste  sentido,  ainda  que  se 

considere justificada a realização de testes de despistagem obrigatórios a 

determinadas categorias de  trabalhadores e em determinadas  situações, 

nomeadamente  quando  se  encontrem  em  causa  a  saúde  e  a  segurança 

públicas,  terá  de  ser  a  lei  a  impor  tal  obrigação,  salvaguardando 

devidamente todos os direitos,  liberdades e garantias, em suma todos os 

interesses em causa. Assim  sendo,  tal obrigatoriedade nunca poderá  ser 

imposta  por  um  mero  regulamento  ou  circular  interna  emitido  pela 

entidade empregadora; 

Do documento deverão constar os seguintes pontos: 

• O  regulamento  enquadra‐se  no  âmbito  da  criação  e 

implementação  da  política  global  de  segurança  e  saúde  da 

empresa; 

• As  acções  previstas  no  regulamento  inserem‐se  numa  atitude 

preventiva; 

Comentário [C1]: Revogado– novas referências ao diploma no documento da ACT

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• Enquadramento Legal: Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro; Lei nº 

59/2008, de 11 de Setembro; Portaria nº 390/2002 de 11 de Abril; 

• Operacionalização de conceitos 

• Previsão  de  acções  de  sensibilização,  informação  e  formação, 

tendo  em  vista  a  diminuição  do  consumo  de  substâncias 

psicoactivas no local de trabalho; 

• Definição de situações, locais e quantidades em que o consumo de 

álcool é admitido; 

• Definição  do  universo  de  aplicação  da  detecção  da  presença  de 

álcool  ou  outras  substâncias  psicoactivas  e  do  exame  médico 

pericial, conforme o previsto na CIF‐OMS ; 

• Obrigatoriedade ou não do teste a grupo ou grupos profissionais a 

serem  abrangidos  pela  detecção  –  apenas  as  actividades 

profissionais consideradas de risco elevado, para o próprio ou para 

terceiros; 

• Enquadramento  científico:  fundamentação  do  limiar  de  TAS 

adoptada na detecção e referência às fontes documentais; 

• O controlo de substâncias efectiva‐se através de meios biológicos; 

• Possibilidade  de  solicitar  a  presença  de  uma  testemunha  que  se 

encontre no local; 

• A  responsabilidade  da  aplicação  do  teste  de  detecção  é 

inteiramente do médico do trabalho; 

• Sigilo profissional e garantia da confidencialidade das informações: 

o  médico  do  trabalho  na  sequência  de  exames  (admissão, 

periódicos  ou  ocasionais)  apenas  deve  fazer  uma  avaliação  se  o 

trabalhador  está  apto  ou  não  apto  para  desempenhar  as  suas 

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funções, mas  nunca  deverá  comunicar  o  resultado  dos  testes  à 

entidade patronal (Código do Trabalho ‐ Artigo 17º n.º 2); 

• Informação dos resultados ao próprio; 

• Consequências de um resultado positivo: pode implicar a inaptidão 

para o serviço; 

• Contraprova:  realização  de  exame médico  para  confirmação  dos 

resultados e exame médico pericial, conforme CIF‐OMS; 

• Custos  referentes  à  contraprova  e  à  detecção:  são  sempre  da 

responsabilidade da entidade patronal (Código do Trabalho); 

• Incluir  a  cadeia  de  custódia  e  seus  elementos,  caso  exista  uma 

componente de análises toxicológicas; 

• Indicar  claramente  que  substâncias  estão  abrangidas  pelo 

normativo; 

• Mencionar a entidade que homologa os instrumentos de detecção 

que deverão ser validados, calibrados, fiáveis e que sejam passíveis 

de contraprova; 

• Dada a existência de falsos positivos em qualquer  instrumento de 

detecção,  a  aplicação  inicial  do  teste  pressupõe  sempre  uma 

confirmação,  que  pode  ser  requerida  pelo  trabalhador  na 

eventualidade de um  resultado positivo. Essa contraprova deverá 

realizar‐se  num  laboratório  de  referência  de  toxicologia 

ocupacional  indicado  pelo  Instituto  Nacional  de  Saúde  Ricardo 

Jorge; 

• Ter  em  conta questões que  se  colocam  ao nível  da  aplicação  de 

testes  de  detecção,  como  sejam  a  detecção  de  consumos  que 

ocorrem  fora do horário de  trabalho,  sem evidência de estar sob 

influência; 

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• Referir  as  normas  para  acompanhamento  ou  encaminhamento, 

bem  como  as  normas  sancionatórias  em  caso  de  sinalização  e 

reincidência; 

• Estabelecer um sistema que assegure a confidencialidade de todas 

as  informações  respeitantes  aos  problemas  relacionados  com 

substâncias  psicoactivas,  bem  como  quem  integra  a  cadeia  de 

custódia; 

• Esclarecer  que  a  participação  num  programa  de  tratamento  é 

confidencial  e  não  coloca  em  risco  nem  o  emprego  nem  a 

progressão na carreira, mas que a participação não o protege de 

acção disciplinar face a uma prestação  laboral considerada fraca e 

inaceitável ou à violação das normas estabelecidas. 

PARTE  III  INTERVENÇÃO  EM  MICRO,  PEQUENAS  E 

MÉDIAS EMPRESAS 

A maior parte do tecido empresarial nacional não se enquadra no modelo 

clássico  caracterizado  anteriormente,  uma  vez  que  esse  universo  é 

composto  principalmente  por micro,  pequenas  e médias  empresas.  De 

uma forma geral, estas não dispõem de recursos próprios em matéria de 

promoção  e  vigilância  de  saúde  e  poderão  não  ter  capacidade  de 

implementar algumas das acções atrás descritas. Desta forma, propõe‐se 

que nestes casos a abordagem no âmbito da política de segurança e saúde 

do trabalho nessas empresas passe prioritariamente pela  implementação 

de  acções  de  prevenção  (sensibilização/informação/formação)  e  de 

referenciação  para  o  tratamento  em matéria  de  problemas  ligados  ao 

consumo  de  substâncias  psicoactivas,  tendo  em  vista  a  prevenção  da 

desinserção; 

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A  empresa  deve  ter  uma  política  global  de  segurança  e  saúde  e  nessa 

medida proporcionar  formação  transversal à globalidade da organização, 

independentemente de recorrerem a empresas prestadoras de segurança 

e saúde no trabalho. Para a promoção dessa política, deverão contar com 

o  apoio  técnico  do  IDT  e  da  ACT. O  Serviço Nacional  de  Saúde  poderá 

deverá  ter  um  papel  importante  nas  respostas  a  algumas  das  situações 

neste âmbito. 

As  empresas prestadoras de  serviços de  segurança  e  saúde  no  trabalho 

devem,  por  seu  turno,  ser  sensibilizadas  para  a  temática  e  estar 

capacitadas para desenvolverem políticas de saúde.  

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS As medidas adoptadas de promoção da  segurança e  saúde em  contexto 

laboral, nomeadamente na área do consumo de substâncias psicoactivas, 

contribuem, sem ser a solução definitiva, para a melhoria da qualidade de 

vida  dentro  da  organização,  aumentando  a  eficácia  e  a  eficiência  no 

trabalho. Contribuem  igualmente para o aumento da produtividade e da 

segurança e, de uma maneira geral, melhoram as condições de trabalho. 

Indiscutivelmente, promovem o desenvolvimento dos trabalhadores, bem 

como a imagem da organização na comunidade onde se insere. 

No  actual  contexto mundial  de  liberalização  económica  e  globalização, 

exige‐se a cada empresa níveis de produtividade e de competitividade que 

não  se  compadecem  com  culturas  de  gestão  que  não  promovam  o 

desenvolvimento  e  o  bem‐estar  dos  seus  colaboradores,  dimensão 

definida no âmbito da responsabilidade social organizacional.  

Parece  axiomático  a  interdependência  entre  o  sistema  económico  e  o 

sistema  social,  e  o  papel  de  regulação  da  cultura  organizacional  nesta 

dialéctica. As estratégias e políticas de gestão que preconizam uma cultura 

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organizacional  criadora  de  climas  motivadores,  criativos  e  inovadores, 

solidários,  facilitadores  do  desenvolvimento  profissional  e  pessoal  dos 

trabalhadores,  parecem  influenciar  as  performances  individuais  e 

colectivas,  e  consequentemente,  os  níveis  de  produção  e  os  índices 

económicos.  

As  organizações  que  investem  na  qualificação,  no  desenvolvimento,  na 

valorização  e  na  promoção  do  bem‐estar  dos  recursos  humanos, 

constituem  instrumentos estratégicos para promover a mudança  a nível 

societal  e  ocupam  um  lugar  preponderante  nas  sociedades 

contemporâneas.  Representam  também  um  universo  social 

extremamente importante e autónomo, com capacidade e potencial para 

influenciar  o  sistema  social  global.  As  mudanças  operadas  dentro  da 

organização  reflectem‐se  no  conjunto  dos  relacionamentos  sociais  de 

interdependências  entre  indivíduos  e  grupos,  no  quadro  cultural  dos 

trabalhadores e dos grupos profissionais, e serão transportadas para fora 

da empresa, para as relações familiares, de vizinhança, sociais. 

 

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Behavioural Disorders: Clinical Descriptions and Diagnostic Guidelines. 

Geneva: WHO.  

World  Health  Organization  (2001).  The  International  Classification  of 

Functioning, Disability and Health: ICF. Geneva: WHO. 

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO 

EM MEIO LABORAL 

 

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ANEXOS 

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO 

EM MEIO LABORAL 

 

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ANEXO 1  

Tabela referente à detecção de substâncias psicoactivas, tempos de detecção e fiabilidade 

  urina  saliva  suor  sangue  cabelo 

fiabilidade  2 a 3 dias  24 horas 24 horas a 2/3 

dias Até 31 horas 

1 semana a 18 

meses 

 

A mais 

utilizada desde 

há 20 anos. A 

mais 

adequada para 

a pesquisa de 

canabinóides 

preservadas . 

A mais sujeita 

a fraudes 

(substituição 

das amostras). 

Exige 

confirmação 

laboratorial. 

Adequada para 

consumo recente, 

particularmente 

canabinóides e 

opiáceos. 

Facilmente 

adulterável com 

uma lavagem da 

boca. As amostras 

precisam de 

refrigeração. Exige 

confirmação. 

Procedimento à 

base do uso de 

adesivos. Usado 

maioritariamente 

para a 

monitorização. 

Não são muito 

fiáveis (…) 

Sujeita a fraude 

(substituição das 

amostras). 

Necessários 

procedimentos 

laboratoriais. 

Não detecta 

consumos de 

álcool. Não é 

apropriada para 

detectar 

consumos 

recentes. 

Necessários 

procedimentos 

laboratoriais. 

 

DrugLink, Vol. 19, No. 2, March/April 2004. 

 

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ANEXO 2  

Tabela referente à detecção de substâncias psicoactivas, tempos de detecção e fiabilidade 

Substância/Tipo de Substância Psicoactiva  Tempos de Detecção 

Álcool  6 horas a 1 dia 

Anfetaminas  1 a 4 dias 

Benzodiazepinas Uso terapêutico a curto prazo: três dias 

Uso crónico: 4 a 6 semanas 

Cocaína  2 a 5 dias 

LSD  1 a 4 dias 

Marijuana  Consumo ocasional: atá sete dias; consumo crónico: até 30 dias ou mais 

MDMA  1 a 4 dias 

Mescalina  1 a 4 dias 

Metadona  1 a 7 dias 

Metanfetaminas  1 a 4 dias 

Nicotina  1 a 2 dias 

Opiáceos  1 a 4 dias 

Propoxyphene  1 a 7 dias 

Cogumelos Mágicos  1 a 3 dias 

Esteróides  Orais: 2 a 3 semanas; Injectados: 1 a 3 meses; Nandrolone: até 9 meses 

Antidepressivos triciclicos  1 a 9 dias 

 

DrugLink, Vol. 19, No. 2, March/April 2004. 

 

 

 

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 ANEXO 3  

A OMS preconiza que uma unidade de bebida padrão corresponde a: 

 

330ml de cerveja com (graduação de 5%) 

140ml de vinho (graduação de 12%) 

70ml de bebida licorosa (graduação de 25%) 

40ml de bebida destilada (graduação a 40%) 

 

Cada ml de álcool contém 0,785g de álcool, o que pressupõe que, segundo a OMS, a definição de unidade de 

bebida padrão seja de 13g de álcool. Na Europa, as bebidas standard contém habitualmente 10g de álcool. 

 

Assim o consumo de baixo risco para  indivíduos de sexo masculino reporta‐se a um máximo de duas bebidas 

por dia e para os de sexo feminino, a não mais de uma bebida diária. 

 

(Anderson, Gual & Colom, 2005) 

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GLOSSÁRIO 

 

Absentismo 

1.Não comparência ao trabalho de um trabalhador por razões de saúde ou 

outras, nas condições em que seria de esperar a sua comparência. 

2.Período exacto, em horas ou em dias, durante o qual o assalariado não 

se apresenta fisicamente no seu posto de trabalho, mesmo sabendo que 

deveria  estar.  Essa  ausência  é  independente  das  razões  invocadas  para 

justificar a ausência. 

Em sentido lato, é um comportamento individual de ausência ao trabalho, 

exterior à empresa, que esta não pode prever e que remete para o âmbito 

das  relações  individuais  de  trabalho.  Essa  ausência  pode  ser  devida  a 

doença, a acidente ou a outras causas,  incluindo, entre outros, a  licença 

de maternidade/paternidade, a assistência  inadiável e  imprescindível, em 

caso de doença ou acidente, a filhos, adoptados ou enteados menores de 

dez anos, o exercício do direito de  representação dos  trabalhadores e a 

suspensão disciplinar. 

No  âmbito  do  Balanço  Social,  é  sinónimo  de  “ausências  do  trabalhador 

durante  o  período  normal  de  trabalho  a  que  está  obrigado,  devendo 

atribuir‐se todas essas ausências ao trabalhador, independentemente das 

suas  causas  e  de  se  converterem  em  faltas  justificadas  ou  não.  Nesse 

sentido, são excluídos outros fenómenos de ausência ao trabalho, uns por 

serem  do  foro  das  relações  colectivas  de  trabalho  (por  ex.,  greves  e 

paralisações),  e outros por  resultarem do exercício das prerrogativas da 

gestão  ou  da  vida  interna  da  empresa  (por  exº,  formação  profissional, 

compensação por trabalho suplementar, desemprego tecnológico). 

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Abstinência 

É  o  não  utilização  de  uma  determinada  substância  psicoactiva  com 

potencial aditivo 

 

Acidente de Trabalho 

1.O acidente de trabalho é um acontecimento que resulta portanto de um 

factor  profissional  “determinante”  para  a  sua  ocorrência.  As  suas 

diferenças essenciais do conceito de doença profissional, em que também 

são determinantes os  factores profissionais, são:   o tempo de ocorrência 

muito curto  (no máximo alguns minutos);   a fácil  identificação do agente 

causal (profissional) e  a fácil identificação da lesão.  

São  considerados  acidentes  de  trabalho  os  acidentes  de  viagem,  de 

transporte ou de  circulação, nos quais os  trabalhadores  sofrem  lesões e 

que ocorrem por causa ou no decurso do trabalho, isto é, quando exercem 

uma actividade económica, estão a  trabalhar, ou realizam  tarefas para o 

empregador.  

2.Todo  o  acontecimento  inesperado  e  imprevisto,  incluindo  os  actos de 

violência,  derivado do  trabalho ou  com  ele  relacionado, do qual  resulta 

uma  lesão  corporal,  uma  doença  ou  a  morte,  de  um  ou  vários 

trabalhadores. 

3.Em  termos  legais  é  acidente  de  trabalho  o  sinistro,  entendido  como 

acontecimento  súbito  e  imprevisto,  sofrido  pelo  trabalhador  que  se 

verifique no local e no tempo de trabalho. 

Considera‐se também acidente de trabalho o ocorrido:  no trajecto de ida 

para o  local de  trabalho ou de  regresso deste, nos  termos definidos em 

legislação especial;   na execução de serviços espontaneamente prestados 

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e de que possa resultar proveito económico para a entidade empregadora;  

no  local  de  trabalho,  quando  no  exercício  do  direito  de  reunião  ou  de 

actividade de  representante dos  trabalhadores, nos  termos pelo Código;  

no  local  de  trabalho,  quando  em  frequência  de  curso  de  formação 

profissional  ou,  fora  do  local  de  trabalho,  quando  exista  autorização 

expressa da entidade empregadora para tal frequência;  em actividade de 

procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido por lei 

aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em 

curso;    fora  do  local  ou  do  tempo  de  trabalho,  quando  verificado  na 

execução  de  serviços  determinados  pela  empregador  ou  por  este 

consentidos. 

4.Um acidente que  se verifique no  local e  tempo de  trabalho e produza 

directa  ou  indirectamente  lesão  corporal,  perturbação  funcional  ou 

doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou 

a morte. 

 

O acidente de trabalho é um acontecimento que resulta portanto de um 

factor profissional “determinante” para a sua ocorrência de aparecimento 

“inesperado”,  de  que  resulta  “dano”  ou,  numa  acepção mais  ampla  a 

probabilidade  de  tal  ocorrência  (incidente  ou  “quase  acidente”).  A 

denominação  incidente  também  é  por  vezes  aplicada  à  existência  de 

danos materiais. 

 

Adicção 

Processo patológico caracterizado pelo uso continuado de uma substância 

psicoactiva  específica,  apesar  do  dano  físico,  psicológico  ou  social  que 

provoca. 

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Ambiente Profissional  

Tudo  o  que  é  exterior  ao  indivíduo  no  local  de  trabalho  e  que  pode 

influenciar, positiva ou negativamente, o seu estado de saúde.  

 

Amostragem 

Processo  ou  técnica  que  permite  a  obtenção  de  uma  amostra  de  uma 

população, de acordo com certos requisitos definidos a priori. 

A  amostragem  pode  ser  probabilística  (quando  todos  os  elementos  da 

população têm uma probabilidade conhecida e superior a zero de integrar 

a  amostra)  ou  não‐probabilística  (intencional,  quando  subordinada  a 

objectivos  específicos  ou  não  intencional,  regida  por  critérios  de 

conveniência). 

 

Aptidão para o trabalho 

Capacidade de um trabalhador desempenhar um determinado trabalho. 

O  conceito  de  aptidão  para  o  trabalho  abrange  o  “impacto”  da 

incapacidade (impairment) nas exigências do trabalho (disability).  

O  conceito  de  aptidão  para  o  trabalho  está  sempre  associado  a  um 

horizonte temporal.  

 

 

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Bebida Alcoólica  

Toda a bebida que, por fermentação, destilação ou adição, contenha um 

título alcoométrico superior a 0,5L, segundo a Portaria 390/2002 de 11 de 

Abril. 

 

Cadeia de Custódia 

É um procedimento que obedece a princípios  rigorosos para assegurar a 

preservação da  integridade da amostra, para manter a confidencialidade 

em todas as circunstâncias e garantir a validade dos resultados dos testes. 

Envolve o registo administrativo de todos os passos no manuseamento e 

armazenamento  da  amostra  de  urina  desde  a  sua  colheita  até  à  sua 

destruição. 

 

Classificação  Internacional  das  Doenças  e  Problemas 

Relacionados com a Saúde (CID‐10) 

Uma classificação de doenças é organizada por um sistema de categorias 

às  quais  correspondem,  segundo  determinados  critérios,  entidades 

mórbidas. 

A  10ª  revisão  da  Classificação  Internacional  das  Doenças  e  Problemas 

Relacionados com a Saúde é a última de uma série de edições, a primeira 

das  quais  oficializada  em  1893  com  a  denominação  Classificação  de 

Bertillon ou Lista Internacional de causas de morte. 

 

 

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Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) 

Documento  publicado  pela  OMS  em  2001  que  oferece  um  quadro 

conceptual  de  referência  para  a  classificação  da  funcionalidade  e  da 

incapacidade humana. 

 

Comissão de Trabalhadores 

A  comissão  de  trabalhadores  (CT),  cuja  criação  está  prevista  na 

Constituição da República Portuguesa  (art.  54º, n.º  2),  como um direito 

colectivo  de  participação  na  gestão  da  empresa,  é  um  órgão 

representativo  dos  trabalhadores  de  uma  organização  que  se  rege  por 

estatutos  próprios  aprovados  pelos  seus  trabalhadores  e  que  tem  por 

missão a defesa dos  interesses dos trabalhadores que estão previstos na 

lei.  

  

Comportamento de Risco 

Determinada  forma  de  comportamento  sobre  a  qual  há  já  suficiente 

evidência  empírica  (clínica  e  epidemiológica)  de  estar  associada  a  uma 

aumento da susceptibilidade a uma dada doença ou problema de saúde. 

 

Na perspectiva mais  tradicional da prevenção da doença, a mudança de 

comportamentos de risco, a operar sobretudo através da educação para a 

saúde,  tende  a  ser  vista  como um  importante objectivo. Na perspectiva 

hoje mais  integrada  da  promoção da  saúde,  o  comportamento  de  risco 

(v.g.,  fumar)  é  visto  sobretudo  como  uma  resposta  ou  como  um 

mecanismo para lidar com condições de vida e de trabalho adversas (v.g., 

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stresse). A intervenção de saúde, nesse caso, não pode centrar‐se apenas 

no indivíduo mas também no ambiente em que vive e em que trabalha. 

 

Comportamento de Saúde 

Qualquer actividade  levada a cabo por um  indivíduo, com o propósito de 

promover, proteger ou manter a sua saúde. 

Essa  actividade  pode  ser  independentemente  do  estado  de  saúde  do 

indivíduo ou das suas necessidades objectivas ou subjectivas de saúde. O 

comportamento  de  saúde  opõe‐se  ao  comportamento  de  risco.  Além 

disso, pode ser ou não ser efectivo no sentido de alcançar a promoção, a 

protecção ou a manutenção da saúde. 

 

Condições de Trabalho 

Numa  perspectiva  mais  propriamente  sociológica,  entende‐se  por 

condições de  trabalho,    tudo o que  tem a ver  com o  trabalho em  si  (os 

factores intrínsecos, associados ao conteúdo e à organização do trabalho); 

e    tudo  o  que  gira  à  volta  do  trabalhador  (os  demais  componentes 

materiais e  imateriais de  trabalho ou  factores extrínsecos), do ponto de 

vista  da  sua  incidência,  não  apenas  negativa mas  também  positiva,  na 

saúde do trabalhador, a nível físico, psicológico, mental e social (1, 2). 

 

Os  componentes  materiais  do  trabalho  compreendem  os  locais  ou 

instalações, o ambiente físico, as ferramentas, as máquinas e os materiais, 

incluindo  as  matérias‐primas  usadas  nos  processos  de  fabrico,  as 

substâncias  e  agentes  químicos,  físicos  e  biológicos,  os  processos  de 

produção, a par da organização e tempo de trabalho… Em contrapartida, 

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EM MEIO LABORAL 

 

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os componentes  imateriais são mais dificilmente objectiváveis e  incidem, 

no essencial, os factores psicossociais e organizacionais (por ex., cultura da 

empresa, o clima organizacional, os processos de  liderança, os estilos de 

gestão  dos  conflitos,  a  comunicação,  a  dinâmica  de  grupo,  as 

representações  simbólicas,  as  identidades  profissionais).  O  seu 

conhecimento é relevante para a avaliação da situação de trabalho (3). 

 

Há  também  a  definição  mais  propriamente  jurídico‐normativa  do 

conceito:  vd. art. 8º do Código do Trabalho. Nesta acepção,  também  se 

incluem “a segurança, a higiene e a saúde no trabalho”. 

 

Confidencialidade 

Propriedade da  informação em  saúde: esta  só pode  ser  conhecida pelas 

pessoas e/ou organismos autorizados, além do próprio doente ou utente. 

Em  geral,  é  este  que  controla  a  distribuição  desta  informação  (com 

algumas  raras excepções,  como no  caso de  certas doenças  sexualmente 

transmissíveis). 

 

Condição ética e profissional segundo a qual um prestador de cuidados de 

saúde não pode revelar as informações do foro clínico. Em países como a 

Itália  e  a  Holanda,  por  exemplo,  a  utilização  de  um  dado  confidencial 

implica sempre a autorização expressa do doente ou utente. 

 

A  confidencialidade da  informação  em  saúde  é particularmente  sensível 

no local de trabalho. O Código Internacional de Ética para os profissionais 

de Saúde Ocupacional  integra, nos  três grandes princípios de ética a  “… 

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EM MEIO LABORAL 

 

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protecção da  confidencialidade dos dados de  saúde e da privacidade do 

trabalhador”. 

 

Dano  

Considera‐se dano a lesão corporal, perturbação funcional ou doença que 

determine redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte do 

trabalhador.  

 

Dependência  

Ver Padrões de Consumo 

 

Determinantes de Saúde   

Factores  (pessoais, sociais, económicos, profissionais ou ambientais) que 

produzem,  causam,  influenciam,  condicionam  ou  explicam  o  estado  de 

saúde dos indivíduos ou das populações, incluindo a morbimortalidade. 

Direito à intimidade da vida privada 

Segundo o artº 16º do Código do Trabalho,  tanto o empregador como o 

trabalhador  devem  respeitar  os  direitos  da  contraparte,  cabendo‐lhes 

designadamente  guardar  reserva  quanto  à  intimidade  da  vida  privada. 

Este  direito  abrange  tanto  o  acesso  como  a  divulgação  de  aspectos 

atinentes à esfera da vida  íntima e pessoal das partes  (vd., vida  familiar, 

afectiva e sexual, estado de saúde, convicções políticas e religiosas). 

 

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Doença  

Em  língua  inglesa, o  termo doença é mais  rido em  termos  semânticos e 

conceptuais do que nas línguas latinas: por exemplo, disease (por oposição 

a  ease)  significa  algo  que  não  está  bem.  Na  perspectiva  biomédica,  a 

doença  (disease) é vista  como um desvio da normalidade,  seja no plano 

genético, fisiológico ou psicológico. A doença é, pois, o outro extremo do 

continuum  health/disease.  Trata‐se  de  algo  que  é  objectivamente 

observável  e  diagnosticável;  é,  além  disso,  susceptível  de  codificação 

(veja‐se  a  CAE  –  Classificação  Internacional  das  Doenças,  em  inglês, 

Internacional Classification Diseases, da OMS).   

 

Doença Agravada pelo Trabalho 

É a  situação em que a  influência dos  factores profissionais, não dizendo 

respeito  à  génese  da  doença,  incide  apenas  na  sua  evolução  e  no 

correspondente resultado final.  

 

 

Doença Ligada ao Trabalho 

As situações patológicas em que os factores profissionais contribuem, de 

alguma forma, para a etiologia, predisposição ou agravamento de doenças 

ou lesões. 

 

Eliminação 

É uma das quatro grandes fases do ciclo toxicológico: 

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EM MEIO LABORAL 

 

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Absorção ‐ Distribuição – Biotransformação ‐ Eliminação 

 

Empregador 

Pessoa singular ou colectiva com um ou mais trabalhadores ao seu serviço 

e responsabilidade pela empresa ou estabelecimento ou, quando se trate 

de  organismos  sem  fins  lucrativos,  que  detenha  competência  para  a 

contratação de trabalhadores. 

No caso de empregadores na Administração Pública, trata‐se do dirigente 

máximo  do  serviço  ou  do  organismo  que  tenha  a  competência  própria 

prevista na lei para gestão e administração do pessoal.   

 

Empresa 

Entidade económica que desenvolve uma determinada actividade, sendo 

constituída  por  uma  sede  social  e  podendo  ter  um  ou  mais 

estabelecimentos com localizações diversas. 

A noção de estabelecimento remete, por sua vez, para uma unidade local 

que,  sob  um  único  regime  de  propriedade  ou  de  controlo,  produz 

exclusiva ou principalmente um  grupo homogéneo de bens ou  serviços, 

num único local.  

 

Exame de Saúde 

Avaliação do estado de saúde  individual, utilizando um ou mais métodos 

(v.g.,  questionários;  exame  clínico;  biomarcadores;  exames 

complementares;...)  objectivando:    identificar  possíveis  efeitos  para  a 

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EM MEIO LABORAL 

 

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saúde ou   avaliar as  consequências para a  saúde da progressão de uma 

doença ou de um factor de risco já conhecidos. 

Avaliação  do  estado  de  saúde,  objectivando:    avaliar  a  capacidade 

(aptidão)  para  o  desempenho  de  determinada  actividade  profissional;  

avaliar  globalmente  a  situação  de  saúde;    detectar  precocemente 

eventuais  casos  de  doença  profissional;    detectar  indivíduos 

hipersusceptíveis e  controlar a eficácia da prevenção técnica ambiental. 

São os exames de saúde com vista a verificar a aptidão física e psíquica do 

trabalhador para o exercício da sua profissão, bem como as implicações na 

sua saúde do conteúdo, organização e demais condições de trabalho. 

Sem  prejuízo  do  disposto  em  legislação  especial  (por  ex.,  trabalhadores 

expostos  a  determinados  substâncias  perigosas  como  o  chumbo  ou  o 

cloreto de vinilo monómero), devem  ser  realizados os  seguintes exames 

de  saúde:    exame  de  admissão  (v.g.,  antes  do  início  da  prestação  de 

trabalho  ou,  quando  a  urgência  da  admissão  o  justificar,  nos  10  dias 

seguintes);  exames periódicos (v.g., anuais para os menores de 18 anos e 

para  os maiores  de  50  anos  e  de  dois  em  dois  anos  para  os  restantes 

trabalhadores ou  com a periodicidade que  for estabelecida pelo médico 

do  trabalho);    exames  ocasionais  (v.g.,  sempre  que  haja  alterações 

substanciais  nos  meios  utilizados,  no  ambiente  e  na  organização  do 

trabalho susceptíveis de repercussão nociva na saúde do trabalhador, bem 

como no caso de regresso ao trabalho depois de uma ausência superior a 

30 dias por motivo de acidente ou de doença, ou sempre que o médico do 

trabalho achar oportuno e conveniente). 

 

Factor de Risco (profissional) 

Factor (profissional) susceptível de provocar um efeito adverso. 

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EM MEIO LABORAL 

 

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Uma  fonte de efeito adverso potencial ou uma situação capaz de causar 

efeito  adverso  em  termos  de  saúde,  lesão,  ambiente  ou  uma  sua 

combinação.  

 

Factores  (profissionais)  de  risco  de  natureza  psico‐

social  

Um grupo de peritos da Organização Mundial de Saúde  (OMS) definiu‐os 

como “aqueles que, influenciando a saúde e o bem‐estar do indivíduo e do 

grupo,  derivam  da  psicologia  do  indivíduo  bem  como  da  estrutura  e 

função da organização do trabalho”. E neles incluíam tanto características 

sociais e culturais  (por ex. padrões de  interacção grupal) e culturais  (por 

ex.  modelos  tradicionais  de  liderança,  de  tomada  de  decisão  e  de 

resolução  de  conflitos)  como  psicológicas  (por  ex.  atitudes,  valores, 

representações, personalidade).  

 

 

 

Graduação Alcoólica  

Percentagem volumétrica de álcool puro numa bebida. Por exemplo, um 

vinho de 10o  significa que um  litro dessa bebida  contém 10% de  álcool 

puro. 

 

Inaptidão para o Trabalho 

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EM MEIO LABORAL 

 

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É uma  limitação do  indivíduo, que o  impede de desempenhar as funções 

profissionais, em consequência de uma deficiência  (“impairment”) ou de 

uma incapacidade (“disability”). 

 

Incapacidade para o trabalho 

É  a  limitação  substancial  da  vida  activa  das  pessoas  afectadas  por  uma 

deficiência. É, por isso, uma consequência da deficiência.  

Na perspectiva da incapacidade por lesão profissional, é a incapacidade da 

pessoa com  lesão  (devida ao trabalho) para executar as tarefas habituais 

correspondentes,  no  emprego  ou  porto  de  trabalho  que  ocupava  no 

momento em que sofreu o acidente de trabalho.   

 

Local de Trabalho 

Todo o  lugar em que o  trabalhador se encontra, ou donde ou para onde 

deve  dirigir‐se  em  virtude  do  seu  trabalho,  e  em  que  esteja,  directa  ou 

indirectamente, sujeito ao controlo do empregador. 

 

 

Medicina do Trabalho 

É o ramo da Medicina Preventiva cuja população‐alvo é constituída pelos 

trabalhadores  no  exercício  das  respectivas  actividades  profissionais, 

ocupando‐se  especificamente  das  múltiplas  repercussões  do  trabalho 

sobre a saúde (e da saúde do trabalho).  

Comité Misto  OIT/OMS  (1950)  –  A  medicina  do  Trabalho    objectiva  a 

promoção  e  a  manutenção  do  bem‐estar  físico,  mental  e  social  dos 

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EM MEIO LABORAL 

 

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trabalhadores em todas as profissões;  a prevenção das doenças “ligadas” 

ao  trabalho;    a  protecção  dos  trabalhadores  no  seu  trabalho  contra  os 

riscos  profissionais  e    a manutenção  do  trabalhador  num  ambiente  de 

trabalho adaptado às suas capacidades físicas e psicológicas. Resumindo, a 

adaptação do trabalho ao homem e de cada homem ao seu trabalho. 

É o ramo da medicina que objectiva a protecção e a promoção da saúde 

dos trabalhadores nos seus locais de trabalho. 

É  a  especialidade médica  que  tem  por  finalidade  a  protecção  da  saúde 

contra os riscos profissionais. 

 

MPE (Micro e Pequena Empresas) 

Segundo um recente recomendações da Comissão Europeia, de 6 de Maio 

de  2003,  uma  pequena  é  empresa  é  aquela  que    emprega menos  de 

cinquenta trabalhadores e  o seu volume de negócios (e/ou balanço anual) 

não excede os 40 milhões de euros.  

Por seu turno, a microempresa é a   que tem ao seu serviço menos de 10 

trabalhadores  e    não  podendo  o  seu  volume  de  vendas  (e/ou  balanço 

anual) ultrapassar os 2 milhões de euros).  

Padrões de consumo  

Existem essencialmente três tipos de padrões de consumo de substâncias 

psicoactivas: consumo de risco, que corresponde a um tipo ou padrão de 

consumo, mesmo que ocasional, que provoca dano se o consumo persistir 

e que aumenta o  risco de  sofrer doenças, acidentes,  lesões,  transtornos 

mentais ou de comportamento; O consumo nocivo que é definido como 

um  “padrão  de  consumo  que  provoca  danos  à  saúde  tanto  física  como 

mental”  mas  que  não  preenche  os  critérios  de  dependência;  A 

dependência,  que  se  reporta  a  um  conjunto  de  fenómenos  fisiológicos, 

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EM MEIO LABORAL 

 

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cognitivos e  comportamentais que podem desenvolver‐se  após  repetido 

uso  da  substância.  Inclui  um  desejo  intenso  do  consumo,  descontrolo 

sobre  o  seu  uso,  continuação  dos  consumos  independentemente  das 

consequências, uma alta prioridade dada aos consumos em detrimento de 

outras  actividades  e  obrigações,  aumento  da  tolerância  e  sintomas  de 

privação quando o consumo é descontinuado. 

 

Prevenção da Doença  

Um  conjunto  de medidas  destinadas  não  só  a  prevenir  a  ocorrência  da 

doença, designadamente a eliminação ou a  redução de  factores de  risco 

(prevenção primordial e primária), mas  também, uma vez estabelecida a 

doença,  a  conter  a  sua  evolução  e  reduzir  as  suas  consequências 

(prevenção secundária e terciária). 

Acções  com  vista  a:    reduzir  o  impacto  dos  factores  determinantes  das 

doenças ou dos problemas de saúde,  evitar a sua ocorrência,  conter a sua 

progressão ou  limitar as suas consequências. O termo prevenção utiliza‐se 

para um leque muito vasto de medidas que podem, por exemplo, incluir a 

intervenção  do  médico  do  trabalho,  o  controlo  dos  factores  de  risco 

ambientais,  a  promulgação  de medidas  legislativas,  a  educação  para  a 

saúde ou, por exemplo, a adopção de comportamentos saudáveis.    

 

Prevenção de Recaída  

Programa  de  psicoterapia  e  tratamento  que  se  baseia  na  capacidade 

individual  da  modificação  de  comportamentos  adictivos.  O  objectivo 

principal deste tipo de intervenção é dotar os indivíduos de competências 

que  lhes  permitam  identificar,  antecipar  e  lidar  com  as  pressões  e  os 

problemas que podem levar a uma recaída.  

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EM MEIO LABORAL 

 

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Problemas Ligados ao Álcool  

Consequências  nocivas  do  consumo  do  álcool  que  abrangem  não  só  o 

consumidor  mas  também  a  família  e  a  comunidade.  As  perturbações 

podem ser  físicas, mentais ou sociais e  resultam de episódios agudos ou 

de um consumo inoportuno ou prolongado. 

 

Produtividade do Trabalho  

Resulta  da  comparação  entre  uma  dada  produção  (por  ex.  número  de 

automóveis montados numa fábrica) e a quantidade de trabalho utilizada 

nessa produção (por ex. número de trabalhadores), num dado período de 

tempo.  

Na acepção que lhe é dada no balanço Social (Dec. Lei nº. 141/85 de 14 de 

Novembro; Dec. Lei 9/92 de 22 de Janeiro), a produtividade do Trabalho é 

um  indicador  sociolaboral  que  se  calcula  divindo  o  Valor  Acrescentado 

Bruto (VAB) da empresa pelo número médio de trabalhadores.  

 

Programas de Assistência a Trabalhadores  

São uma  forma de enquadramento,  criada  (opcionalmente) por algumas 

organizações,  para  abordar  a  dimensão  psicossocial  da  saúde  dos 

trabalhadores.  Consistem  num  conjunto  de  linhas  de  intervenção  que 

prevêem o apoio a trabalhadores e, frequentemente, às suas famílias, com 

problemas  que  afectam  ou  podem  vir  a  afectar  o  seu  desempenho 

profissional. 

 

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EM MEIO LABORAL 

 

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Promoção da Saúde  

Segundo a consagrada definição de um grupo de trabalho da OMS (1984) 

e  da  Carta  de  Otava  (1986);  é  o  processo  dos  indivíduos  e  das 

comunidades  terem  a  capacidade  de  aumentar  o  controlo  sobre  os 

determinantes  da  saúde  e,  dessa  forma, melhorar  a  saúde  (individual  e 

comunitária)  (em  inglês,  “the  processo  of  enabling    people  to  increse 

controlo ver, and to improve their health”). 

É a ciência e a arte de ajudar os indivíduos e os grupos  a alterarem o seu 

estilo de vida com vista a alcançar um estado de saúde óptimo, ou seja, 

um equilíbrio da saúde física, emocional, social, espiritual e  intelectual. A 

mudança do estilo de vida pode ser facilitada, através da combinação de 

esforços para  aumentar a consciencialização,  alterar  comportamentos e  

criar ambientes que favoreçam práticas de boa saúde.  

É a ciência e a arte de ajudar as pessoas a mudar os seus estilos de vida 

para obter uma saúde óptima.    

 

Rastreio  

É o processo pelo qual doenças ou alterações não conhecidos do estado 

de  saúde  são  identificadas  por  testes  que  podem  ser  aplicadas 

rapidamente e em larga escala. 

É  o  conjunto  de  exames  e  testes  que  se  faz  numa  população 

aparentemente  sadia  para  descobrir  doenças  latentes  ou  numa  fase 

precoce.  

É um processo de detecção de doenças assintomáticas, de anomalias ou 

factores de risco através da realização de teste simples, exames ou outros 

procedimentos, de aplicação rápida e em grande escala. O rastreio detecta 

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EM MEIO LABORAL 

 

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pessoas aparentemente saudáveis que podem ter a doença ou o factor de 

risco.   

 

Recolocação Profissional  

Em  saúde  e  segurança  do  trabalho  o  termo  recolocação  refere‐se,  no 

essencial, à mudança  (temporária ou definitiva) de posto de trabalho, na 

mesma profissão ou categoria profissional)  

   

Reconversão Profissional 

Atribuição de  formação para qualificação diferente da que o  trabalhador 

possui, com vista a exercer uma nova actividade profissional.  

 

 

 

Reinserção  

Processo  que  se  inicia  no  primeiro  contacto,  com  o  pedido  de  ajuda,  e 

mantêm‐se até ao momento em que o  indivíduo  readquire autonomia e 

estabilidade  e  integra  como  cidadão  de  plenos  direitos  a  sociedade  em 

que vive. 

Do  ponto  de  vista  técnico  a  reinserção  actua  a  dois  níveis:  na 

reparametrização  das  rotinas  quotidianas  dos  consumidores  e, 

concomitantemente,  nos  sistemas  sociais,  de  forma  a  enquadrar,  dar 

consistência e sequência às mudanças operadas nos indivíduos. 

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Concomitantemente  ao  objectivo  primordial  de  criar  condições  para  a 

empregabilidade,  a  reinserção  inclui  também  diversos  objectivos  de 

percurso, como o acesso a condições de vida condignas, a escolaridade e a 

formação profissional, o acesso à  saúde, o enquadramento da ocupação 

do  tempo,  entre  outros,  constituem  dimensões  fundamentais  num 

processo  que  garante  os  direitos  fundamentais  da  pessoa  e  respeita  o 

princípio humanista e da centralidade no cidadão. 

 

Representantes dos Trabalhadores 

Trabalhador  eleito  para  exercer  funções  de  representante  dos 

trabalhadores nos diferentes domínios. 

 

Representante dos  trabalhadores para  a  segurança  e 

saúde no trabalho 

Trabalhador  eleito  nos  termos  da  lei  para  exercer  funções  de 

representação dos  trabalhadores nos domínios da  segurança e saúde no 

trabalho. 

 

Não  é  um  técnico  de  SST, mas  um  trabalhador devidamente  legitimado 

pelo processo eleitoral, mandatado por um período de 3 anos para exigir e 

defender  os  direitos  dos  trabalhadores  no  que  se  refere  à  segurança  e 

saúde no trabalho.  

 

 

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EM MEIO LABORAL 

 

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Risco (Profissional) 

Probabilidade de ocorrência de um efeito adverso.   

Probabilidade  de  lesão  potencial  nas  condições  de  utilização  ou  de 

exposição e a amplitude eventual da lesão. 

Combinação  da  probabilidade  e  da(s)  consequência(s)  da  ocorrência  de 

um determinado acontecimento perigoso. 

Probabilidade de ocorrer um efeito, por exemplo, uma doença ou a morte 

num determinado intervalo de tempo.  

 

Saúde 

Tal como vem definida na Constituição da OMS de 1984, a saúde é “um 

estado  de  completo  bem‐estar  físico, mental  e  social,  e  não  apenas  a 

ausência  de  doença  ou  enfermidade”.  No  contexto  da  protecção  e  da 

promoção da saúde, deve se considerada não como um estado abstracto 

mas como um estado abstracto mas como um meio para atingir um fim. 

Em  termos  funcionais  pode‐se  dizer  que  é  um  recurso  que  permite  às 

pessoas  levar  uma  vida  individual,  social  e  economicamente  activa  e 

produtiva.   

 

Saúde Ocupacional  

Segundo  o  Comité  Misto  OIT/OMS  (1950),  a  Saúde  Ocupacional  deve 

orientar‐se para a promoção e a manutenção do maior bem‐estar físico e 

social  dos  trabalhadores  de  todas  as  profissões,  independentemente  da 

sua  situação  no  emprego  (trabalhadores  por  conta  de  outrem, 

trabalhadores por conta própria, ou familiares não remunerados); para a 

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EM MEIO LABORAL 

 

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prevenção  da  doença  relacionada  com  as  condições  de  trabalho;  a 

protecção  dos  trabalhadores  dos  riscos  profissionais;  a  colocação  e 

manutenção  dos  trabalhadores  num  ambiente  de  trabalho  adaptado  às 

suas  capacidades  físicas e psicológicas. Resumindo, a Saúde Ocupacional 

visa a adaptação do trabalho ao homem e do homem ao seu trabalho. 

Manutenção, protecção e promoção da  saúde dos  trabalhadores no  seu 

local de trabalho. 

A Saúde Ocupacional centra‐se principalmente em três objectivos: 

A  promoção  da  saúde  e  a manutenção  da  capacidade  de  trabalho  dos 

trabalhadores;  

A  melhoria  do  conteúdo,  da  organização  e  das  demais  condições  de 

trabalho de modo a favorecerem a saúde e a segurança dos trabalhadores 

e o desenvolvimento de  sistemas  técnicos e organizacionais de  trabalho 

que, além de  favorecedores da saúde e da segurança dos  trabalhadores, 

promovam  um  bom  clima  social  de  trabalho  a  par  da  melhoria  da 

produtividade, qualidade e competitividade da empresa.  

Na  12ª  Sessão  do  Comité Misto  OMS/OIT  (1994)  o  conceito  de  Saúde 

Ocupacional  foi  revisto dando ênfase à manutenção de um ambiente de 

trabalho  são e  seguro,  aos  aspectos não  sé da protecção da  saúde mas 

também  a  acções  tendentes  a  manter  a  capacidade  de  trabalho  e  à 

necessidade  da  participação  dos  trabalhadores  na  gestão  desses 

objectivos.  

A  nível  europeu  o  objectivo  da  Saúde  Ocupacional  (que  aparece 

actualmente  com  a  denominação  Saúde  e  Segurança  do  Trabalho  – 

“Occupational  Safety  and  Health”)  é  fixado  da  seguinte  forma:  Cada 

trabalhador deve beneficiar, no seu ambiente de trabalho de condições de 

saúde e segurança satisfatórias.   

 

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO 

EM MEIO LABORAL 

 

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71 

Segurança e Saúde do Trabalho 

Conjunto  das  intervenções  (médicas,  de  engenharia  ou  outras)  que 

objectivam a prevenção dos ricos profissionais e a promoção da saúde dos 

trabalhadores.  

 

Substâncias psicoactivas  

São aquelas que, quando ingeridas, bebidas, injectadas, fumadas, inaladas, 

afectam o sistema nervoso central. 

 

Substâncias psicoactivas de consumo recreativo 

Segundo  o  léxico  da  OMS,  as  substâncias  psicoactivas  que  não  são 

administradas  em  contexto  terapêutico,  são  consideradas  como  tendo 

uma função recreativa.  

 

Trabalhador 

Pessoa singular que, mediante retribuição se obriga a prestar um serviço a 

um empregador e bem assim, o tirocinante, o estagiário e o aprendiz que 

estejam na dependência económica do empregador em  razão dos meios 

de trabalho e do resultado da sua actividade. 

 

Trabalhador por Conta de Outrem  

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SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO E A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:LINHAS ORIENTADORAS PARA INTERVENÇÃO 

EM MEIO LABORAL 

 

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O indivíduo que exerce a sua profissão dependente de outro e na base de 

um contrato de  trabalho, e  recebe um  remuneração em dinheiro ou em 

géneros.  

 

Trabalhador por Conta Própria  

Indivíduo que exerce uma actividade independente, isolado ou com um ou 

vários  associados,  obtendo  uma  remuneração  que  está  directamente 

dependente dos lucros (realizados ou potenciais provenientes de bens ou 

serviços  produzidos  e  que,  habitualmente  não  contrata  trabalhador(es) 

por  conta  de  outrem  para  com  ele  trabalhar(em) Os  associados  podem 

ser, ou não, membros do agregado familiar.   

 

Unidade de Bebida Padrão 

Quantidade  de  bebida  alcoólica,  que  corresponde  geralmente  à 

capacidade  de  um  copo,  que  contém  aproximadamente  a  mesma 

quantidade de etanol, independentemente da bebida.