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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO NAS COMPRAS FEITAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL Por: Roseli da Silva Fontes Araujo Orientadora Profª. Mariana Monteiro Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2014-11-24 · se modernizando por meio do pregão eletrônico, que é o propulsor da ... O objetivo desse estudo é apresentar

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO NAS

COMPRAS FEITAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

Por: Roseli da Silva Fontes Araujo

Orientadora

Profª. Mariana Monteiro

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PREGÃO ELETRÔNICO NAS

COMPRAS FEITAS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Direito Público Tributário

Por: . Roseli da Silva Fontes Araujo

3

AGRADECIMENTOS

....A Deus, ao meu esposo, mãe, a

professora e orientadora Mariana

Monteiro, parentes, e amigos, etc......

4

DEDICATÓRIA

.....dedica-se ao pai, mãe, cônjuge,

familiar, amigos.......

5

RESUMO

O presente trabalho científico aborda o processo licitatório na

modalidade pregão eletrônico. A temática inicia-se pelas normas gerais de

licitação, lei n°8.666/93. Seguindo, de forma mais especifica pela lei

n°10.520/2002 e o decreto n° 5.450/2005.

Com o avanço tecnológico, o cenário das contratações públicas vem

se modernizando por meio do pregão eletrônico, que é o propulsor da

celeridade nos processos, pelo quais todas as etapas são feitas via sistema,

mantendo a inversão das fases de habilitação e análise das propostas trazidas

pelo pregão presencial, além disso conjuga eficiência e eficácia na aplicação

dos recursos públicos, de forma simplificada, aumentando a competitividade

com a ampla participação de diversas empresas localizadas em diferentes

territórios.

O objetivo desse estudo é apresentar ao leitor, o conceito do pregão

eletrônico, as fases internas e externas, suas características e peculiaridades,

a forma especial do registro de preços e suas especificidades. As orientações

do Tribunal de Contas da União, bem como o enfoque das vantagens e

desvantagens, identificando as incidências de práticas ilícitas.

A intenção principal é demonstrar com maior ênfase as dificuldades

que o gestor público encontra para realizar as aquisições e as contratações na

forma da lei, com qualidade e a menor custo, frente às implicações

conjunturais do sistema estatal.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I – Pregão eletrônico, uma modalidade licitatória 12

1.1 – Licitação 12

CAPÍTULO II – Pregão eletrônico e suas fases 18

2.1 – O pregão Eletrônico 18

2.1.1 – Fase interna ou preparatória da contratação administrativa 23

2.1.2 – Fase externa ou preparatória da contratação administrativa 24

2.2 – O pregão eletrônico pelo sistema de registro de preço 31

3.2 – As vantagens e desvantagens no pregão eletrônico 39

3.2.1 – As vantagens 39

3.2.2 – As desvantagens 42

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA 52

ÍNDICE 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO 55

7

INTRODUÇÃO

Toda organização tem necessidade de realizar contratações para

adquirir produtos e serviços a fim de garantir a efetivação das metas e

objetivos. Assim, também ocorre na Administração Pública, mas com algumas

peculiaridades por tem a função de gerir recursos públicos e promover a

prestação dos serviços com qualidade a toda coletividade.

O serviço público é essencial e necessidade à coletividade, deve,

portanto, ser prestado de forma ágil e eficaz, seguindo os princípios que regem

tal instituto, sendo eles: legalidade; impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência.

Com o fim de buscar o melhor resultado na atuação da Administração

Pública, a nossa Constituição Federal em seu artigo 37, inciso XXI, teve por

objetivo delimitar a discricionariedade da Administração Pública, definindo

como regra a obrigatória de realizar a licitação, antecedendo as contratações

administrativas, admitindo apenas as exceções legais descritas nos artigos 24

e 25 da Lei nº 8.666/93.

O administrado público não deve somente observa quando das

contratações públicas a legislação pertinente, mais também os princípios

constitucional, como a legalidade, a igualdade, publicidade, probidade,

impessoalidade, moralidade e eficiência.

A Lei nº 8.666/93 foi criada para regulamentar a obrigatoriedade em

licitar, seguindo o previsto no artigo 22, inciso XXVII, do texto constitucional.

Além disso, defini normas gerais sobre licitações.

A lei 8.666/93 trata de cinco modalidades de licitação: concorrência,

tomada de preço, convite, concurso e leilão. O presente estudo tem como

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enfoque analisar o pregão eletrônico como uma modalidade de licitação que

surge em um contexto de mudanças, pelas quais o Estado enfrenta para

conseguir conferir maior agilidade e eficiência ao procedimento licitatório.

Portanto, como bem entendido, a regra é licitar, a fim de promover a

competitividade e consequentemente obter maior vantagem nas propostas

oferecidas pelas empresas obtendo menor emprego de recurso público.

Nessa linha, será abordada a forma que se instrumentaliza a licitação

conforme legislação e doutrina. Tal exposição argumentativa direcionará para a

modalidade licitatória pregão eletrônico, que atualmente é o meio mais

utilizado, principalmente nas compras Federais.

O Pregão eletrônico está definido na lei n°10.520/2002 e pelo decreto

n° 5.450/2005, sendo a modalidade meio eletrônico com maior simplificação na

sua aplicação, mantendo a mesma inovação da forma presencial em relação

as outras espécies de licitação, ou seja, a inversão das fases de habilitação e

análise das propostas. Dessa forma, apenas a documentação do participante

que tenha apresentado a melhor proposta é analisada, com isso, proporcionou-

se maior celeridade.

A simplificação favorecida pelo pregão eletrônico pode estimular o

aumento da competitividade e ampliar a participação de empresas de pequeno

e médio porte, que por sinal, sãos as mais beneficiadas pela redução dos

custos de transação, sem mencionar que poderão participar empresas de

qualquer localidade

Para um melhor estudo do pregão eletrônico, primeiramente faz-se

mister analisar um comparativo entre a forma presencial e a eletrônica. Na

prática dos pregões, além das vantagens decorrentes da adoção da nova

modalidade que, em geral, são: a inversão de fases, habilitando apenas o

proponente melhor classificado, a celeridade da fase externa da licitação, com

9

o estabelecimento de prazo de publicação de 08 (oito) dias, julgamento

instantâneo, apenas uma fase de recurso, economicidade e transparência.

No pregão presencial em relação ao eletrônico, há certa sobrecarga de

ações e responsabilidades do pregoeiro, pois todos os atos da sessão são

unicamente conduzidos por ele, seja realizando credenciamentos, efetuando

classificação de propostas, gerindo a fase de lances, conferindo documentos

habilitatórios, estabelecendo manifestação de interposição de recursos,

julgando-os admissíveis ou não e adjudicando o objeto. Todos estes atos

ressaltem-se, na presença física dos participantes a fim de assegura maior

transparência dos atos da Administração para toda a sociedade.

Quando realizado por meio eletrônico, o pregoeiro também é imbuído

da mesma responsabilidade, porém muitas das ações são realizadas pelo

próprio sistema, e a documentação para habilitação são remetidas on-line, e o

prévio credenciamento, ordenamento das propostas em ordem classificatória,

controle do tempo da fase de lances, desempate de propostas e demais

controles de etapas que são definidos automaticamente pelo sistema, inclusive

a confecção de ata da sessão pública.

Outra vantagem apresentada pela forma eletrônica é a vinculação das

propostas vencedoras, automaticamente, ao Sistema Integrado de

Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, módulo integrado do

Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais – SIASG onde ocorre

empenho das despesas.

Uma peculiaridade dessa modalidade, é que só pode ser empregada

para contratações de bens e serviços comuns com origem de recursos

públicos da União, decorrentes de convênios, instrumentos congêneres,

consórcios públicos, organizações sociais federais ou organizações da

sociedade civil de interesses públicos, cujos recursos são oriundos de

repasses pela União. De tal modo, se os recursos forem oriundos da União,

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deverá utilizar do pregão eletrônico para a aquisição e contratação de bens ou

de serviços comuns.

No âmbito da União, o veículo utilizado para operacionalizar o pregão

eletrônico é o Comprasnet, que é um portal de compras eletrônica, implantado

e consolidado como uma ferramenta de trabalho para as áreas de contratação

e das comissões de licitação que imprime maior transparência e agilidade na

aquisição de bens de consumo e contratação de serviços.

A questão da transparência, também é um fator bem difundido e

favorável nessa forma de compra pois possibilita a qualquer cidadão

acompanhar as contratações, os recursos empenhados e as empresas

participantes.

Outra forma, bastante empregada com o pregão eletrônico é o sistema

de registro de preço, na forma do decreto 7.892/2013, que é uma espécie de

acordo por meio de cadastro de produtos e fornecedores, selecionados

mediante licitação, para contratações sucessivas de bens e serviços,

respeitados lotes mínimos e outras condições previstas no edital durante 12

meses.

Neste cenário, o objetivo geral deste estudo é apresentar ao leitor, o

conceito, as fases internas/externas e características do Pregão eletrônico. A

partir dessa linha descritiva, abordar o objetivo específico que é o enfoque das

vantagens e desvantagens do seu uso como modalidade de licitação.

Identificar as incidências das práticas ilícitas que podem proporcionar ação

fraudulenta, seja na obtenção de qualquer tipo de vantagem ou até mesmo

para a efetividade na aquisição de bens e de serviços comum.

Seguindo o estudo, será esquematizada as dificuldades que o gestor

público encontra para realizar as aquisições e as contratações na forma da lei,

11

visto o rigorismo predefinido e a falta de estrutura frente as implicações

conjunturais do sistema estatal.

Ainda no contexto, será exposta a dificuldade na prática para realizar

as aquisições somando melhor preço e qualidade tendo em vista a gama de

empresas que oferecem seus produtos e serviços sem qualidade tentando se

mascarar e se favorecer do rigor legal sobre a Administração Pública.

Esse estudo científico abordou-se a metodologia da pesquisa

bibliográfica usando materiais já elaborados, constituídos de livros e artigos

científicos, aprofundando as teses argumentativas com base nos

entendimentos e orientações jurisprudenciais do Tribunal de Contas da União

visto sua função essencial em realizar a fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial dos entes federativos, da

Administração Pública direta e indireta, como também as diretrizes da

Advocacia Geral da União. Esses órgãos são auxiliadores e fiscalizadores dos

procedimentos licitatórios realizados pela máquina estatal, a fim de garantir o

fiel cumprimento legal, por meio de pareceres jurídicos, podendo inclusive

expedir medidas cautelares, no caso do TCU, para evitar futura lesão ao erário

e garantir o cumprimento de suas decisões.

12

CAPÍTULO I

PREGÃO ELETÔNICO, UMA MODALIDADE LICITATÓRIA

Para iniciar o estudo científico sobre pregão eletrônico, primeiramente,

deve-se entender o processo licitatório.

A licitação pública é o meio criado para restringir a liberdade da

máquina estatal, quando na contratação de serviços e compras de materiais, a

fim de garantir a igualdade e a competitividade do mercado, de forma a

preservar a moralidade e a legalidade, atendendo com eficiência e eficácia os

interesses da coletividade

1.1 – Licitação

É o procedimento administrativo preparatório e integrado por atos e

fatos da administração e dos licitantes, que gerará um futuro contrato.

Consequentemente, uma expectativa de direito, tendo em vista, que a

administração pública não é obrigada a celebrar contrato, contudo se assim o

fizer será com o proponente vencedor.

Conforme conceitua Hely Lopes Meirelles: “É o

procedimento administrativo mediante o qual a

administração pública seleciona a proposta mais

vantajosa para o contrato de seu interesse” (ALEXANDRE

MAZZA, 2011, p.306).1

Ao longo do tempo, a regulamentação legislativa da licitação no Brasil

sofreu modificações desde seu surgimento até a atual positivação.

1 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Editora Saraiva, 2011, p.306.

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A primeira norma utilizada foi o Código das Ciências Contábeis

Decreto-Legislativo. n° 4.536, de 28 de janeiro de 1922, Código de

Contabilidade Pública regulamentado pelo Decreto n°15.783, de 08 de

novembro de 1922. A falta de lei própria para a matéria deu ensejo a

divergências doutrinárias, principalmente quando do advento da Lei Federal n°

5.456, de 20 de junho de 1968, que definiu normas de contratação no Decreto-

Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967, aos Estados e Município, e o Decreto-

Lei n° 2.300, de 21 de novembro de 1986, para a Administração Pública

Federal.

Como a Constituição da época não definia a competência para legislar

sobre licitação, a divergência ampliou-se ainda mais, originando duas

correntes, a primeira entendia que a licitação é matéria de direito financeiro,

cabendo assim à União estabelecer normas gerais, e aos Estados às normas

supletivas, a outra compreendeu que a licitação é matéria de direito

administrativo, de competência legislativa, ou seja, compete a cada um dos

entes da federação legislar.

Com o advento da Constituição de 1988, à controvérsia foi

solucionada, deu-se competência privativa à União para legislar sobre normas

gerais de licitação e contratação, nas diversas unidades federativas, art. 22, inc

XXVII; art. 37, XXI e art. 173, § 1°, III.

Ainda no art. 37, inciso XXI da Constituição de 1988, fundamentou-se

a obrigatoriedade da Administração licitar, assim na contratação pública,

ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras

e alienações serão contratados mediante processo licitatório de forma pública,

que garanta a igualdade de condições a todos os concorrentes.

Mas ainda, falta uma lei que regulamentasse essas contratações, e em

21 de junho de 1993 entra em vigor a Lei Federal n° 8.666, que revoga o

Decreto-Lei n° 2.300/86 e regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição

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Federal, instituindo normas para licitações e contratos da Administração

Pública, conforme texto do art. 1° da lei 8.666/93, que estabelece ser essa lei

regulamentadora de norma gerais sobre licitações e contratos administrativos

pertinentes a obras, serviços e compras no âmbito da União, Estados, Distrito

Federal e Municípios.

E no mesmo diploma legal, art. 22, menciona cinco modalidades para

licitar: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão.

Assim, com a entrada em vigor da lei n° 10.520, de 17 de julho de

2002, surgiram duas modalidades de pregão, a forma convencional

(presencial) e a eletrônica cujo objetivo era promover a celeridade dos

procedimentos na aquisição de bens e serviços comuns em que a disputa pela

contratação se verifica publicamente através de lances operacionais, sendo

semelhante ao leilão e diferente no procedimento das ofertas, que são

crescentes, a partir de um valor mínimo aceitável definido pela Administração,

e nesse as ofertas são decrescentes, cujo parâmetro é determinado pelo

máximo pecuniário que se propõe a Administração a pagar.

Posteriormente, foi aprovado o Decreto n° 5.450 de 31 de maio de

2005, que trouxe normas para o pregão eletrônico, no que tange a aquisição

de bens e serviços comuns, no âmbito da União, registrando o seu caráter

obrigatório, e preferencial à forma presencial.

Para o Tribunal de Contas da União, órgão fiscalizador e orientador da

Administração Pública, bem ou serviço comum é aquele que pode ter seus

padrões de desempenho e qualidade objetivamente definidos pelo edital, por

meio de especificações usuais no mercado. O conceito de serviço comum não

está necessariamente ligado a sua complexidade. Acórdão 1287/2008

Plenário.

15

Quando a Administração Pública for contratar, deverá respeitar os

princípios constitucionais, da isonomia ou igualdade, da seleção da proposta

mais vantajosa e os previstos na Lei 8.666/93, art. 3°, a legalidade, a

impessoalidade, a moralidade, a probidade, da competitividade, a publicidade,

eficiência, a vinculação ao instrumento convocatório, a razoabilidade, o

julgamento objetivo e da economicidade. De todo modo, não há uma

uniformidade entre os doutrinadores, com relação aos princípios, cada um

elucida os quais entende correlacionar ao tema.

A isonomia ou igualdade é o princípio que garante o tratamento

igualitário a todos os concorrentes, proibindo preferências, distinções ou

qualquer outra circunstância que desvirtua o objeto especifico do contrato. art.

3°, § 1° da Lei 8.666/93.

A impessoalidade é o princípio que garante que todos os licitantes

devem ser tratados igualmente, em termos de direitos, obrigações, devendo a

Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar

em consideração as condições pessoais do licitante ou as vantagens por ele

oferecidas, salvo as expressamente previstas na lei ou no instrumento

convocatório.

A moralidade e a probidade são princípios que exigi da Administração

comportamento não apenas lícito, mas também que estejam em consoante

com a moral, os bons costume, a ideia de justiça, equidade e honestidade em

todos os procedimentos licitatórios

A legalidade é o princípio basilar da licitação, que defini que todos os

procedimentos sejam formais e vinculativos as normas constituídas nas leis.

Os participantes da licitação têm direito público subjetivo à fiel observância ao

estabelecido em lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o procedimento.

Assim, o licitante que se sentir lesado pela inobservância do que esteja

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estabelecido em lei, poderá dependo da fase impugnar o procedimento ou

ingressar com recurso.

Esse direito público subjetivo vai corresponder ao direito difuso, por

isso que o cidadão por iniciativa própria pode manifestar-se contra a

ilegalidade utilizando os instrumentos definidos na Lei 8.666/93, arts. 4°, 41 §1,

101, e 113 §1.

A competitividade é a busca pela melhor proposta, por isso é

extremamente proibido o uso de exigências que limita o caráter competitivo.

A vinculação ao instrumento convocatório exige que tanto a

Administração Pública como as empresas proponentes, obedeçam às

condições estabelecidas no Edita, ou seja, o edital é lei na licitação. Art. 41 da

Lei 8.666/93.

O princípio do julgamento objetivo consistiu que o edital deve conter

normas claras no critério de julgamento das propostas para determinar o

licitante vencedor. A análise dos documentos deve ser predefinida e com

avaliação objetiva, nunca poderá o agente usar da subjetividade.

A publicidade é o princípio que se buscar dar ciência aos

administrados, sobre a atuação da administração. Portanto, atos irregulares

não serão convalidados pela publicação, diferentemente dos regulares que

necessitam ser publicados para serem exigidos.

A eficiência é o princípio que exigi a prática de atos não só legais, mas

que atenda os serviços públicos e sejam satisfatórios às necessidades da

sociedade, os resultados são em prol da coletividade.

A razoabilidade é o princípio muito empregado. A Administração

Pública deverá obedecer a critérios aceitáveis ao ponto de vista racional não

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podendo ultrapassar os limites estabelecidos em lei. O agente público deverá

ponderar na sua decisão de forma a busca a melhor para o interesse público.

A economicidade é o princípio que visa a atuação do agente público

em busca da proposta mais vantajosa com menor desprendimento econômico

sem a perda da qualidade nas contratações públicas.

Visto os principais princípios norteadores da licitação na Administração

Pública e como já dito, cada doutrinador trata de forma diferenciada e

enumerativa a diversos outros princípios. Passa-se a estudar o pregão

eletrônico propriamente dito.

18

CAPÍTULO II

PREGÃO ELETÔNICO E SUAS FASES.

2.1 – O pregão eletrônico

É definido como a modalidade licitatória mais difundida na

Administração Pública Federal, nas contratações de serviços e aquisições de

bens. O fornecimento é feito por meio de lances em sessão pública com

recursos tecnológicos, na forma da Lei n°10.520/2002 e pelo Decreto n° 5.450,

de 31 de maior de 2005.

Essa modalidade atualmente é a mais utilizada em todos os entes

federados, e demais entidades públicas, tanto da administração direta como na

indireta. O Decreto n° 5.450/2005 estabelece a exigência de preferencialmente

utilizar a forma eletrônica nas contratações de bens e serviços comuns,

realizados com origem de recursos públicos da União, decorrentes de

convênios, instrumentos congêneres, consórcios públicos, organizações

sociais federais ou organizações da sociedade civil de interesses públicos,

cujos recursos são oriundos de repasses pela União. De tal modo, se os

recursos forem oriundos da União, deverá utilizar do pregão eletrônico para a

aquisição e contratação de bens ou de serviços comuns.

Diferentemente das outras espécies de licitação o pregão se dá pela

inversão das fases de habilitação e análise das propostas. Dessa forma,

apenas a documentação do participante que tenha apresentado a melhor

proposta é analisada, com isso, proporcionou-se maior celeridade. A criação

por meio eletrônico, foi a grande virada, promovendo maior disputa,

competitividade, promovendo a economia em escala, alcançando o menor

preço.

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No âmbito da União, o veículo utilizado, inclusive para operacionalizar

o pregão eletrônico e o Comprasnet, que é um portal de compras eletrônica,

implantado e consolidado como uma ferramenta de trabalho para as áreas de

contratação e das comissões de licitação que imprime maior transparência e

agilidade na aquisição de bens de consumo e contratação de serviços

O que é entendido como bens e serviços comuns?

De acordo com o art. 1º, § 1º, da Medida Provisória nº 2.026/2000, são

considerados bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho

e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de

especificações usuais no mercado. Mas esse conceito legal é insuficiente,

tendo em vista que, em regra, todos os bens licitados devem ser objetivamente

definidos, em descrição sucinta e clara, de acordo com o que preceitua o art.

40, I, da Lei 8.666/93.

O Decreto 3.555/2000, com redação dada pelo Decreto n° 3.784/2001,

estabeleceu para o âmbito da União um rol taxativo dos bens e serviços que

podem ser contratados mediante pregão. Com isso, se for interpretar

sistematicamente o conjunto de leis sobre licitação, concluir-se que é proibido

o uso do pregão, para todas as esferas federais, quando se tratar de

contratação de obras e serviços de engenharia, locações imobiliárias ou de

bens e serviços de informática e automação.

Contudo, verifica-se que são inúmeros os objetos passíveis de serem

licitados pelo pregão, o que torna inviável qualquer tentativa de se estipular,

num rol taxativo, ou seja, uma enumeração das quais bens e serviços podem

ser contratados por essa nova modalidade. Portanto, o rol trazido pelo Decreto

3.555/2000, é apenas exemplificativo, servindo para orientar o administrador

na caracterização do bem ou do serviço comum.

20

Outra interpretação para a contratação de obra e serviço de

engenharia por meio do pregão, segundo o professor Sidnei Pacheco de Melo

(Licitações e Contratos Administrativos, Fiscalização, Gestão e Controle, p.5)2.

O decreto regulamentador do pregão, não detém força suficiente para criar ou

proibição, sem que esteja predisposta em lei, o que inclui a realização de obras

na modalidade de pregão, pois somente à lei, compete inovar o ordenamento

jurídico, jamais um decreto, conforme dispõe o art. 84 da Constituição de 1988.

Portanto, desde de que a natureza se disponha comum, cujos padrões de

desempenho e principalmente, de qualidade possam ser especificados por

objetivas descrições conhecidas no mercado, e naturalmente, o tipo da

licitação corresponda de menor preço, não se verifica óbice que obras sejam

contratadas em decorrência de procedimentos licitatórios sob a modalidade de

pregão sendo assim, os serviços de engenharia, desde que dotados de

especificações lidas comuns, estariam adstritas às regras da Lei do Pregão.

E para melhor entender esse controvertido tema, é fundamental

estudar as orientações e jurisprudência aduzidas pelo Tribunal de Contas da

União.

O Egrégio Tribunal em seu Compendio de Licitações e Contratos, ano

2010, p.673, traduz a temática da contratação de obras e serviços de

engenharia, locações imobiliárias ou de bens e serviços de informática e

automação da seguinte forma: “o fato de estarem os serviços vinculados a

diversas normas técnicas não é suficiente para caracterizá-los como comuns,

pois mesmo os serviços de engenharia evidentemente complexos como

projetos de alta tecnologia (v.g. desenvolvimento de semicondutores) estão

sujeitos a diferentes normas técnicas. Nesses casos as normas estabelecem

padrões mínimos a serem seguidos, mas de forma alguma modulam os

2 MELO, Sidinei Pacheco de. Licitações e Contratos Administrativos, Gestão e Controle, 2013, p.5. 3 Revista, atualizada e ampliada. Orientações e Jurisprudências do TCU. Licitações e Contratos. 4ª ed., Brasília-DF,

2010.p.67.

21

serviços em sua totalidade de forma a ser possível considerá-los padronizados

ou usuais de mercado. Acórdão 1615/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator).

O art. 1º, caput da Lei nº 10.520/2002, e art. 1º, caput, e 2º, § 1º do

Decreto nº 5.450/2005, providenciando a realização de pregão eletrônico para

a contratação de serviços comuns de engenharia, ou seja, aqueles serviços

cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente

definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. Acórdãos

817/2005 e 1329/2006, ambos do Plenário, e Acórdão 286/2007 Primeira

Câmara, entre outros). Acórdão 2664/2007 Plenário.

Necessário verificar quando da realização de pregão para a

contratação de serviços de engenharia, se possuem caráter comum, tal como

exigido no art. 1º da Lei nº 10.520/2002. Acórdão 709/2007 Plenário.

No mesmo sentido, a Egrégia Corte de Contas da união

através do Ministro Valmir Campelo manifestou-se: “[

Como se vê, a Lei nº 10.520, de 2002, não excluiu

previamente a utilização do Pregão para a contratação de

obras e serviços de engenharia. O que exclui essas

contratações é o art. 5º do Decreto 3.555, de 2000.

Todavia, o item 20 do Anexo II desse mesmo Decreto

autoriza a utilização do Pregão para a contratação de

serviços de manutenção de imóveis, que pode ser

considerado serviço de engenharia. Examinada a

aplicabilidade dos citados dispositivos legais, recordo que

somente à lei compete inovar o ordenamento jurídico,

criando e extinguindo direitos e obrigações para as

pessoas, como pressuposto do princípio da legalidade4.

4 CAMPELO, Ministro Valmir. Tribunal de Contas da União. O uso do pregão nas contratações de serviços comuns de engenharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002. Acórdão 709/2007 Plenário. Interessada: Secretaria das Sessões do Tribunal de Contas da União (Seses). Relator Ministro José Múcio Monteiro. 28, abril 2010. p.1- 6.

22

Segundo argumentação proferida no Acordão 817/2005, da 1ª Câmara

em 03 de maio de 2005, pelo então Ministro Valmir Campelo, que atuou como

relator, defende que o decreto, por si só, não reúne força para criar proibição

que não esteja prevista em lei, com o propósito de regrar a execução e a

concretização, tendo em vista o que dispõe o inciso IV do art. 84 da Carta

Política de 1988. Desse modo, as normas regulamentadoras que proíbem a

contratação de obras e serviços e engenharia pelo Pregão carecem de

fundamento de validade, visto que não possuem embasamento na Lei nº

10.520, de 2002. O único condicionamento que a Lei do Pregão estabelece é a

configuração do objeto da licitação com bem ou serviço comum.5

O Tribunal de Contas da União defende que a lei 10.520/2002 e o

decreto 5.450/2005 amparam a realização de pregão eletrônico para a

contratação de serviços comuns de engenharia, ou seja, aqueles serviços

cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente

definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado.

Por fim, esse assunto foi tão difundido nessa Corte, que chegou a ser

sumulada.

Súmula 257/2010 – TCU: O uso do pregão nas

contratações de serviços comuns de engenharia encontra

amparo na Lei nº 10.520/2002.

Pode-se concluir que está pacificado na doutrina e na jurisprudência

que a contratação de obras e serviços de engenharia, locações imobiliárias ou

de bens e serviços de informática e automação podem ser realização a

contratação por intermédio da modalidade Pregão, desde seja caracterizado

como serviço comum.

5 CAMPELO, Ministro Valmir. Tribunal de Contas da União. Possíveis irregularidades praticadas pelo Serpro na realização de pregão. Constatada a natureza de bens e serviços comuns daqueles constantes do objeto do referido pregão. Acórdão 817/2005 - Primeira Câmara. Interessada: Soclima Engenharia LtdaUnião (Seses). Relator Ministro Valmir Campel.09, maio 2010. p.1- 7.

23

2.1.1 – Fase interna ou preparatória da contratação administrativa

A fase interna do pregão conforme art. 3° da Lei n° 10.520/2002, é a

que se constitui do conjunto de atos e atividades de caráter preparatório a

cargo do órgão administrativo. Sendo providências que antecedem o certame.

A autoridade competente justificará a necessidade de contratação e

definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de

aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do

contrato, inclusive com a fixação dos prazos para fornecimento;

A definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas

especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a

competição.

Nos autos do procedimento constarão a justificativa das definições

referidas ao objeto, a justificativa e necessidade de contratação, os critérios de

habilitação, aceitação e sanções, como também os elementos técnicos

indispensáveis sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento,

elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços

a serem licitados.

A autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou

entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja

atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a

análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a

adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

A autoridade competente designará o pregoeiro, a quem incumbe

dirigir todos os trabalhos, inclusive receber as propostas e lances, analisar sua

aceitabilidade e classificação e, ainda, decidir sobre a habilitação e proceder à

24

adjudicação do objeto do pregão ao licitante vencedor, que deverá contar com

a equipe de apoio.

Não deixando de lado, o julgamento deverá conter critérios em

conformidade com a modalidade e o tipo de licitação adotada, observando os

prazos, as especificações técnicas e os parâmetros mínimos de desempenho e

qualidade definidos no instrumento convocatório.

A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores

ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente

pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do

evento.

2.1.2 – A Fase externa ou preparatória da contratação administrativa

A Fase externa é constituída dos atos e atividades que contam com a

participação da Administração e de terceiros. É nela que se consuma

realmente o processo de escolha da melhor proposta e do futuro contratado,

art. 4° da Lei n° 10.520/2002.

Inicia-se com a convocação dos interessados, por meio da publicação

do aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não e existindo, em

jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e conforme

o vulto de licitação, em jornal de grande circulação.

O aviso constará a definição do objeto da licitação, a indicação do

local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital.

O Edital contará o objeto do certame, as normas que disciplinarem os

procedimentos e a minuta do contrato, quando for o caso. Sendo este

divulgado e disponibilizado para consulta de qualquer pessoa.

25

Depois da elaboração do instrumento convocatório, será este

submetido à apreciação da assessoria jurídica, que é um órgão consultivo,

para o qual emitirá o parecer jurídico após análise. Havendo apontamentos,

restrições ou orientações, a Administração Pública fica recomendada a

acolher, pois se não o fizer deverá apresentar motivação fundamentada.

Impugnação ou esclarecimentos, de acordo com o art. 12, §1º e §2º do

Decreto 3.555/2000, e arts 18 e 19 do Decreto 5.450/2005, na modalidade

pregão eletrônico, é faculta a qualquer pessoa, cidadão ou licitante, impugnar,

solicitar esclarecimentos ou providências, protocolando o pedido ou

encaminhá-lo por meio eletrônico, até dois dias úteis antes da data fixada para

recebimento das propostas no caso de impugnação e até três dias úteis antes

da data fixada para recebimento das propostas, para esclarecimentos ou

providências.

Sendo acolhida a petição contra o ato convocatório do pregão, será

designada nova data para a realização do certame.

Será designada com dia, hora e local a sessão pública para

reconhecimento das propostas, devendo o interessado representante,

identificar-se, comprovando poderes para práticas dos atos no certame.

O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da

publicação do aviso, não sendo inferior a 8 (oito) dias uteis.

Aberta a sessão do pregão presencial, os interessados ou seus

representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem

plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a

indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata

abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos

estabelecidos no instrumento convocatório. Na forma eletrônica, essa fase é

feita no próprio sistema, mantendo a mesma ideia, sendo que posteriormente a

26

fase de lances, deverá apresentar documentação comprobatória via sistema

(comprasnet).

Em seguida as propostas são abertas via sistema, cabendo ao

pregoeiro verificar, se estas estão em conformidade com as normas e os

princípios estabelecidos no ato convocatório. As propostas que não atenderem

às exigências contidas na licitação ou apresentarem preços excessivos ou

manifestamente inexequíveis deverão ser desclassificadas.

Mas, o que seria preço inexequível?

O Tribunal de Contas, na 4ª Edição - Revista, atualizada e ampliada

sobre Licitações e Contratos aponta certas observações quando do momento

da desclassificação, dentre elas está o preço inexequível. p. 503 a 5316:

a) Com relação a preços manifestadamente inexequíveis, é vedada a

desclassificação dos licitantes, conforme disposições do art. 48,

inciso II, da Lei n° 8.666/1993, sem que haja informações

suficientes sobre os custos dos itens questionados,

comparativamente com seus respectivos quantitativos previstos no

edital. Acórdão 1055/2009 Plenário (Sumário)7. Deve-se conceder a

oportunidade do promitente apresentar justificativa de valor do

preço ofertado;

Ademais, o procedimento adotado no certame em tela de

desclassificação direta das propostas com custos unitários julgados

inexequíveis deve ser analisada sob a ótica do que prevê o art. 48,

6 Revista, atualizada e ampliada. Orientações e Jurisprudências do TCU. Licitações e Contratos. 4ª ed., Brasília-DF,

2010.p.503 - 531. 7 AGUIAR. Ministro Ubiratan. Tribunal de Contas da União. Irregularidade no uso do pregão eletrônico na contratação de empresa especializada na prestação de serviços de transporte aéreo. O uso do pregão nas contratações de serviços comuns de engenharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002. Acórdão 1055/2009 Plenário. Interessada: TB Encomendas e Distribuições Ltda Entidade: Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT. Relator Ministro Raimundo Carreiro. 28, abril 2010. p.31.

27

§ 1º da Lei nº 8.666/1993, que devem está estabelecido no edital e

definidos como parâmetros do que seria considerado preço

manifestamente inexequível, o que apresentasse valores inferiores

a 70% do orçamento da Administração ou inferior a 70% da média

aritmética dos valores das propostas superiores a 50% do valor

orçado pela Administração.

“A desclassificação da proposta por irrisoriedade de

preços depende da evidenciação da inviabilidade de sua

execução, tendo em vista a compatibilidade entre os

custos reconhecidos pelo licitante e aqueles praticados no

mercado. Também deverá ser examinado se o coeficiente

de produtividade previsto na proposta (ainda que

implicitamente) é adequado aos termos previstos para a

execução do contrato. Se o licitante não dispuser de

condições econômicas de executar a proposta, deverá

haver a desclassificação dela. (JUSTEN FILHO, Marçal,

Comentários à Lei de Licitações e Contratos

Administrativos, 10ª Edição, São Paulo. Editora Dialética.

2004, pág. 447)8

Há, porém como dito, a obrigatoriedade do edital veicular as condições

de execução mínimas de executoriedade da prestação. É obvio que não cabe

ao edital estabelecer coeficientes mínimos de produtividade, margens de lucro

ou preços máximos de insumos e custos. O edital deverá prever a

obrigatoriedade de o licitante declinar informação acerca da elaboração de sua

proposta, do molde a permitir um exame objetivo da exequibilidade da

proposta.

Todavia, considera-se inexequível a proposta que apresente preço

global ou unitário simbólico, irrisório ou de valor zero, incompatíveis com os

8 JUSTEN FILHO, Marçal, Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 10ª Edição, São Paulo. Editora Dialética. 2004, pág. 447

28

preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos

encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido

limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de

propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à

totalidade da remuneração.

O tema comporta uma ressalva prévia sobre a impossibilidade de

eliminação de propostas vantajosas para o interesse público. A

desclassificação por inexequibilidades apenas pode ser admitida como

exceção, em hipóteses muito restritas, para não aferir a competitividade, a

proposta mais vantajosa e a isonomia.

Outros apontamentos trazidos pelo Tribunal de contas da União,

quanto a desclassificação da proposta antes da face de lances:

b) Desclassificação de elevado número de licitantes em razão de

critério pouco relevante é medida de excessivo rigor formal, que

fere o princípio da razoabilidade e restringe o caráter competitivo da

licitação. Acórdão 604/2009 Plenário (Sumário)9;

c) A desclassificação de propostas por defeito plenamente sanável

relativa a um dos prazos intermediários de execução pode

configurar decisão arbitrária da administração e direcionamento do

certame a licitante certo, principalmente quando o valor da proposta

desclassificada estava bem abaixo da empresa que permaneceu na

tomada de preços.

9 AGUIAR. Ministro Ubiratan. Tribunal de Contas da União. Indícios de restrição à competitividade. Concessão de cautelar suspendendo o andamento do certame. O Acórdão Acórdão 604/2009 - Plenário. Interessada: Santa Helena Urbanização e Obras Ltda. Entidade Coordenação-Geral de Recursos Logísticos do Ministério do Esporte. Relator Ministro Augusto Sherman Cavalcanti. 04, março 2009. p.1-24.

29

d) As alegações em que se fundam a comissão de licitação para

desclassificar empresa participante do certame devem estar

cabalmente comprovadas no processo, não sendo aceitável que a

comissão, ao declarar que o valor do orçamento básico do certame

encontrava-se defasado, atribua tal fato genericamente a aumento

extraordinário de preços de um dos insumos. Acórdão 3040/2008

Plenário (Sumário). Portanto, as desconformidades sanáveis na

proposta de preços afiguram-se insuficientes para a

desclassificação de concorrente. Acórdão 2836/2008 Plenário

(Sumário).

e) Será desclassificada a proposta que não apresente os elementos

mínimos necessários para a verificação do atendimento às

especificações técnicas previstas em edital. Acórdão 2241/2007

Plenário (Sumário);

Para o julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério

do menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as

especificações técnicas, e o padrão mínimo de desempenho e qualidade

definidos no edital.

Examinada proposta classificada em primeiro lugar, passa-se para a

fase da aceitabilidade, quanto ao objeto e valor, cabendo o pregoeiro decidi

motivadamente.

Encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro

procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do

licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento

das condições fixadas no edital.

A etapa de habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está

em situação regular perante a Fazenda Nacional, Estadual e Municipal, a

30

Seguridade Social, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS,

comprovação que atende as exigências quanto à habilitação jurídica, a

qualificação técnica e econômico-financeira.

Os entes federados possuem sistema de cadastramento de

fornecedores, a exemplo, o SICAF para os órgãos e entidades da União, nele

resguarda algumas informações de fornecedores que muitas das vezes são

exigidas na fase de habilitação, assim desde que esteja atualizada, pode-se

fazer uso desse sistema, desobrigando o fornecedor de apresentar

correspondentes documentos que vão comprovar a mesma informação.

Após, a fase de habilitação e comprovado o atendimento as exigências

do edital, o licitante será declarado vencedor. Contudo, se não for aceita, ou o

licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as

ofertas subsequentes e suas respectivas qualificações, na ordem de

classificação, até a apuração de um que atenda o edital e seja o licitante

vencedor.

O pregoeiro está livre para realizar negociação de preço, buscando

sempre o menor lance para o produto ou serviço que deseja contratar.

Por fim, declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar

imediatamente e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será

concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso,

ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar

contrarrazões em igual prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista

imediata dos autos.

Acolhido o recurso, importará na invalidação apenas dos atos

insuscetíveis de aproveitamento.

A falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a

decadência do direito de recorrer.

31

Sem mais nenhuma providência, será adjudicado. Decidindo quem será

o vencedor do certame. Em seguida, o Ordenador de Despesa, ou agente

público semelhante a autoridade competente, homologará a licitação. O

adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em

edital. Caso o vencedor não compareça, será retornada a fase e convocado o

licitante subsequente na ordem de classificação até que o feito se encerre.

2.2 – O pregão eletrônico pelo sistema de registro de preço

O procedimento Sistema de Registro de Preço foi instituído pelos Decretos

n° 3.931/2001 3 n° 4342/2002, que posteriormente foi alterado pelos Decretos

nº 7.892/2013, Decreto nº 8.250/2014.

O SRP, sistema de registro de preço, foi definido no art. 2º, I do Decreto nº

7.892/2013 como um conjunto de procedimentos para registro formal de

preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para

contratações futuras.

A leitura fria da letra da lei, não é tão clara quanto ao conceito, por

isso, importantes doutrinadores, contribuíram para melhor compreender esse

instituto, como destaca-se.

Sistema de Registro de Preços é um procedimento

especial de licitação que se efetiva por meio de uma

concorrência ou pregão sui generis, selecionando a

proposta mais vantajosa, com observância do princípio da

isonomia, para eventual e futura contratação pela

Administração. É um contrato normativo, constituído

como um cadastro de produtos e fornecedores,

selecionados mediante licitação, para contratações

sucessivas de bens e serviços, respeitados lotes mínimos

32

e outras condições previstas no edital. (FERNANDES,

Jorge Ulisses Jacoby, 2013, p. 31)10

O registro de preços é um contrato normativo, expressão

que indica uma relação jurídica de cunho preliminar e

abrangente, que estabelece vínculo jurídico disciplinando

o modo de aperfeiçoamento de futuras contratações entre

as partes. (JUSTEN FILHO, Marçal, 2013. p. 144.)11

Da síntese acima, conceitua o sistema de registro de preços como um

conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação

de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras. O SRP não é uma

nova modalidade de licitação. Após efetuar os procedimentos do SRP, é

assinada uma Ata de Registro de Preços – ARP, documento de compromisso

para contratação futura, em que se registram os preços, fornecedores, órgãos

participantes e condições a serem praticadas.

A implementação do SRP está contida na Lei nº 8.666/1993, em seu art.

15, inciso II, para o qual estabelece que as compras, sempre que possível,

deverão ser processadas por meio de SRP. Considerando que a Lei de

Licitações configura normas gerais sobre licitações e contratos administrativos

no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, cabe a cada ente federativo estabelecer por decreto a respectiva

regulamentação, conforme estabelece o § 3º, do art. 15. Na esfera federal, o

assunto está positivado no Decreto nº 7.892/2013, que sofreu recente

alteração conforme já foi dito.

Nessa mesma linha, foi criado o Decreto 7.581/2011, que regulamentam

o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), no que se refere a

10 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão Presencial e Eletrônico, 7°Volume, 5ª edição, Brasília -DF. Editora Forum. 2013, pág.31 11 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à legislação do pregão comum e eletrônico, 6ª edição, São Paulo. Editora Dialética. 2013, p.144

33

licitações para implantação do SRP, para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos

e 2016, Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol

Associação - FIFA 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014, obras de

infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos

Estados da Federação distantes até 350 km das cidades sedes dos mundiais,

ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e obras

e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.

O art. 3º do Decreto nº 7.892/2013 estabelece as hipóteses em que a

Administração Pública Federal pode utilizar o SRP. Mesmo assim, é

necessário que os órgãos e entidades, quando da utilização de licitação para

registro de preços, fundamente sua decisão, formalmente, nos autos do

processo, indicando quais das hipóteses estabelecidas neste artigo, está

amparada a licitação para o qual deseja ser feita por meio do sistema de

registro de preços – SRP.

I - quando, pelas características do bem ou serviço,

houver necessidade de contratações frequentes;

II - quando for conveniente a aquisição de bens com

previsão de entregas parceladas ou contratação de

serviços remunerados por unidade de medida ou em

regime de tarefa;

III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a

contratação de serviços para atendimento a mais de um

órgão ou entidade, ou a programas de governo; e

IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível

definir previamente o quantitativo a ser demandado pela

Administração. É importante ressaltar que os órgãos e

entidades, quando da utilização de licitação para registro

de preços, devem fundamentar, formalmente, nos autos

do processo em qual das hipóteses estabelecidas pelo

art. 3º do Decreto nº 7.892/2013 está amparada a

licitação para Sistema de Registro de Preços - SRP.

34

A SRP é muito utilizada por órgão e entidades Federais na modalidade

pregão eletrônico, por meio do procedimento Intenção de Registro de Preços –

IRP, que é um processo sistematizado e operacionalizado dentro do módulo do

Sistema de Administração e Serviços Gerais – SIASG, podendo ser acessado

no Portal de Compras do Governo Federal (www.comprasnet.gov.br), que

possibilita aos órgãos e entidades interessados, efetuar licitação para registro

de preços de um determinado bem ou serviço divulgar a intenção dessa

compra para o restante da Administração Pública Federal, possibilitando,

assim, a realização de certame licitatório em conjunto para contratação do

objeto pretendido. Ou seja, o IRP é um procedimento que permite a realização

de licitação única com a junção das demandas dos diversos órgãos e

entidades federais para a contratação de objetos comuns.

O objetivo principal da IRP é que os órgãos e entidades informem,

previamente, as quantidades individuais a serem contratadas, estimulando-os

a participar da fase de planejamento da compra compartilhada, potencializando

maior economia face ao aumento da escala, comprando menor preço em

razão do montante previsto, além disso, manter o preço durante 12 meses.

Dessa forma, é possível tornar os potenciais futuros “órgãos caronas”

(órgãos ou entidades não participantes que, atendidos os requisitos, fazem

adesão à ARP posteriormente) em participantes dos procedimentos iniciais do

processo licitatório para SRP, reduzindo-se, portanto, o número de adesões às

atas de registro de preço por órgãos que não participaram da licitação.

Outro benefício, é a diminuição dos custos administrativos pela redução

do número de licitações. Como também, a promoção da padronização de bens

e serviços contratados, e a redução de custos com logística e estoque, tanto

no armazenamento como na distribuição das compras.

35

Esse sistema proporciona a contratação do preço de item ou itens (dos

bens ou serviços) que a Administração Pública pretende futuramente adquirir

ou contratar, diferentemente dos demais.

A Administração também tem outra vantagem, ela não se obriga,

necessariamente, a adquirir ou contratar o objeto licitado. Por isso, não se ver

obrigada a firmar o contrato, mas tão somente a contratar junto ao licitante

vencedor o objeto pretendido – e registrado na ata respectiva – se, porventura,

vier a realmente dele necessitar. De sua parte, o licitante vencedor obriga-se a

disponibilizar o objeto licitado no preço registrado, assim o garantindo até a

quantidade configurada no certame, dentro do prazo fixado, que não pode

exceder o período de um ano, conforme art, 15, § 3º, inc. III, da Lei nº

8.666/93.

A fundamental vantagem do sistema de registro de preço é assegurar o

pronto atendimento à demanda estimada pela Administração, beneficiando as

aquisições em escala, como já apontado, sem a necessária de uma previsão

de recursos orçamentários para assinatura da Ata de Registro de Preços, os

quais deverão existir apenas no momento da contratação, que só se

consumará com a manifestação de necessidade pela Administração Pública,

obrigando o licitante a manter durante o prazo definido a disponibilidade do

produto nos quantitativos máximos pretendidos.

Ata de Registro de Preços, para melhor entender, é uma espécie de

acordo documentado e está regulamentada no parágrafo único, II, do art. 1º do

Decreto 3.931/2001, que conceitua como um instrumento ou um documento

vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para futura

contratação, onde se registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e

condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no

instrumento convocatório e propostas apresentadas.

36

O Sistema de Registro de Preços vem favorecendo a gestão nas situações

em que as demandas são incertas, frequentes ou de difícil mensuração,

porque muitas das vezes para a compra ou contratação, depende da liberação

de recursos que são disponibilizados diversas vezes ao ano, com prazos

restritos e limitados por destinar-se a despesas específicas, que ora é

transferida. Cabendo ao órgão utilizar essa verba em compras ou contratações

voltadas para o fim estatal, sem desperdícios das verbas, e com menor preço.

Por isso, se já estiver onde comprar e o objeto definido com suas quantidades

provisionadas, basta realizar o empenho e assim, consumar a compra ou

contratação.

Portanto, como exposto, são inúmeras as vantagens, trazidas pelo sistema

de registro de preço, na modalidade pregão eletrônico, pois possibilita a

contratação com diversas empresas, de forma rápida, eficiente e eficaz, tendo

em vista a ausência de previsão orçamentária, e o favorecimento da

contratação futura, ou seja, quando houver a efetiva necessidade. Contribui

com a redução do custo com estoque e logística, desburocratização e

ampliação do uso do poder de compra, possibilitando agilidade e obter preços

menores nas contratações. Facilita o parcelando das contratações,

padronização de materiais e a redução de inúmeras licitações pela

possibilidade de outros órgãos públicos se beneficiarem com a ata de registro

de preço concretizada, por um determinado órgão, por meio da “carona”, ou

seja, cada órgão pode utilizar a ata de outo órgão observando as

determinações legais.

A carona é mais bem definida pelo doutrinador Marçal Justen Filho:

[...] a pratica conhecida como ‘carona’ consiste na

utilização por um órgão administrativo do sistema de

registro de preço alheio. Como se sabe, o registro de

preços é implantado mediante uma licitação, promovida

no âmbito de um ou mais órgãos administrativos. Essa

37

licitação é modelada de acordo com as necessidades dos

órgãos que participam do sistema. A “carona” ocorre

quando outro órgão, não participante originariamente do

registro de preços, realiza contratações com base no dito

registro. (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à

legislação do pregão comum e eletrônico, 6ª edição, São

Paulo. Editora Dialética. 2013.)12

Para uso da carona, faz-se necessário o atendimento dos seguintes

requisitos legais estabelecidos no art. 22 do Decreto n° 7.892/2013:

a) como a demonstração justificada da vantagem, a ata de registro de

preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão

ou entidade da administração pública federal que não tenha

participado do certame licitatório, mediante anuência do órgão

gerenciador, que deverá ser consultado para que manifeste-se sobre

a possibilidade da adesão a ata;

b) o fornecedor beneficiário da ata de registro de preços, deverá

observar as condições nela estabelecidas e optar pela aceitação ou

não do fornecimento decorrente de adesão, desde que não prejudique

as obrigações presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com

o órgão gerenciador e órgãos participantes;

c) as aquisições ou contratações não poderão exceder, por órgão ou

entidade, a cem por cento dos quantitativos dos itens do instrumento

convocatório e registrados na ata de registro de preços para o órgão

gerenciador e órgãos participantes. Para o qual deverá está previsto

no instrumento convocatório que além disso, o quantitativo decorrente

12 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à legislação do pregão comum e eletrônico, 6ª edição, São Paulo. Editora

Dialética. 2013, p.

38

das adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na

totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata

de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes,

independentemente do número de órgãos não participantes que

aderirem;

d) Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante

deverá efetivar a aquisição ou contratação solicitada na adesão em

até noventa dias, observado o prazo de vigência da ata, caso não se

concretize, há necessidade de nova autorização.

Outro importante ponto trazido nesse mesmo artigo é a regulamentação

da competência do órgão não participante, em exigir que os atos relativos ao

cumprimento do estabelecido na ata de registro de preço sejam cumpridos

pelo fornecedor, de acordo com as obrigações contratualmente assumidas, e a

aplicação, observada a ampla defesa e o contraditório, de eventuais

penalidades decorrentes do descumprimento de cláusulas contratuais, em

relação às suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão

gerenciador, uma vez que fica inviável delegar tal gestão a esse órgão.

Antes da alteração trazida pelo Decreto nº 8.250/2.014, o órgão

gerenciador só poderia autorizar a adesão à ata após a primeira aquisição ou

contratação pelo órgão integrante a ata, exceto se for devidamente justificada,

e não houver previsão no edital que deverá ser primeiramente contratada ou

adquirida pelo órgão gerenciador, o que trazia um enorme desconforto na

gerencia dessas atas, ocasionando práticas ilegais nos órgão públicos quando

um órgão precisasse usar a ata, tendo em vista que se tivesse ainda que

realizar um processo licitatório, mesmo que fosse um pregão eletrônico,

dispenderia tempo e custo desnecessário. Assim, muitos órgãos davam

adesão mediante justificativa, mas outros que tinham a ressalva da primeira

aquisição ou contratação ser pelo gerenciador, promovia empenhos fictícios

para poder conceder a adesão e depois os anulavam. Com a nova redação,

tais práticas ilegais ficam sem razão de existir.

39

3.2 – As vantagens e desvantagens no pregão eletrônico

3.2.1 – As vantagens

A grande vantagem trazida pelo pregão eletrônico é a possibilidade em

realizar a sessão pública, utilizando tecnologia da informação pelo portal de

compras do governo, o Comprasnet (www.comprasnet.gov.br), que promove a

comunicação pela internet acarretando uma enorme economia para as

empresas licitantes como para a administração pública. Pelo qual licitantes de

todas as partes do país possam disputar igualmente e com custos menores.

Assim como a divulgação instantânea do menor preço do pregão vigente,

garantindo transparência, legalidade, isonomia, impessoalidade e celeridade

na seleção da proposta mais vantajosa para a administração.

Assim como na forma presencial, o pregão eletrônico manteve a

vantagem em destina-se à aquisição de bens e serviços comuns, para tanto

estes devem ser padronizadamente mensurados quanto a qualidade e

desempenho segundo as adequações de mercado e as necessidades da

Administração Pública.

A sua forma eletrônica, além de indiscutível economia e agilidade,

possibilita o acesso de todos os cidadãos dando maior transparência e

redução de fraudes nas contratações públicas, uma vez que o acesso ao portal

é constituído por ferramentas simplificadas.

Não deixando de desmerecer, a forma eletrônica manteve as mesmas

vantagens do pregão presencial, com apenas algumas pequenas diferenças,

que serão indicadas ao longo do trabalho.

40

A inversão das fases, como bem beneficiou a forma presencial, também

contribuí positivamente na forma eletrônica, em razão da agilidade eficiência e

rapidez no certame, quando da análise dos documentos de habilitação para

apenas o proponente classificado em primeiro lugar, gerando economia de

tempo e processo, que significar dizer que só será realizada a fase habilitatória

após o término da fase de lances e aceitação da proposta com preço mais

vantajoso, sem o prejuízo de retornar a fase se assim for preciso em razão da

legalidade e isonomia.

Nessas duas fases, estão o foco das razões recursais, assim, a melhor

mudança, que também foi mantida, é o momento para propor recursos, sendo

no entanto definida para o final da sessão após passadas todas as fases,

antes da adjudicação. Pois, é por meio do recurso que a licitante que julgar

necessário, inclui em ata a intenção de recurso, sendo concedido o prazo legal

para motivação do recurso. Nas demais modalidades, há dois momentos para

propor o recurso, na fase da aceitação da proposta e na habilitação, onde, em

cada uma delas, se concede um prazo específico e maior para apresentação

dos motivos, o que acaba retardando o processo. Essa mudança não impediu

o exercício do contraditório e da ampla defesa, pois se o pregoeiro estiver

errado em alguma decisão, é possível retornar a fase e segui com o processo,

desde que fundamentado.

Quanto aos lances, manteve-se a mesma ideia, da forma presencial, em

que possibilita dar novos e sucessivos lances, e na forma eletrônica, esse

fenômeno ocorre em tempo real por todos os licitantes interessados no país,

contribuindo ainda mais para uma contratação a preços menores, e uma

grande economia para a administração pública.

41

Outro diferencial do pregão tanto na forma eletrônica como na

presencial com relação às demais modalidades é que não são considerados

limites de valores para a realização de contratações. A exigência para

realização do pregão é que os produtos ou serviços a serem licitados sejam

bens e serviços comuns, portanto uma empresa no acre pode celebrar

contrato, de qualquer valor, com um órgão público no rio de janeiro, sem

desprender qualquer gasto antes da realização do contrato, o que favorece

consideravelmente os seus lucros.

Na mesma linha do favoritismo na competitividade e na economia de

mercado, tanto a forma eletrônica como a presencial, beneficia às ME e EPP a

oportunidade de concorrer com empresas maiores com um pouco mais de

condição, já que pode dar lance menor, caso sua proposta seja até 5% acima

da menor proposta. Isto permite ganhos para a Administração e fomento à

economia local, pelo benefício proporcionado às micro e pequenas empresas,

conforme previsto na Lei 123/2006.

Outro fato é a celeridade na publicação do instrumento convocatório ser

em prazo menor que as demais modalidades, atendendo a oito dias úteis

anteriores a abertura das propostas.

Por fim, a possibilidade do uso do sistema de registro de preços na

modalidade pregão eletrônico, favorece a contratação futura, possibilitando

assim, a redução de estoque e de custos na logística, com entregas

parceladas de forma frequente e em menores quantidades, de produtos, mas

frescos no caso de perecíveis, evitando a perda da qualidade, permitindo maior

planejamento nas compras e consequentemente maior agilidade nas

aquisições, quando não se tem o prévio bloquei orçamentário, com isso a

administração pode programar suas compras e prestações de serviços

42

apropriadas ao longo de um ano, efetivando a contratação daquilo que

realmente tem necessidade.

3.2.2 – As desvantagens

Depois de apontado o benefício com à inversão das fases, alguns

autores visualizaram certa desvantagem:

(...) a perda na transparência do procedimento, uma vez

que o condutor da licitação tenderia a ser mais flexível na

análise dos documentos habilitatórios do proponente que

sabidamente apresenta oferta favorável à Administração

Pública. Ou de outra parte, mais rígido no caso de a

proposta classificada em primeiro lugar consignar preço

consideravelmente reduzido, tornando a proposta

inexequível. (Scarpinella, 2002, p. 12113).

Para a referida autora, essa inversão, proporciona que o pregoeiro

beneficie empresas fazendo jus a seus critérios, em favor da vantagem

econômica. Em justificativa, (2008. P.35-36)14 o autor afirma que o valor

orçado pela administração é excessivamente gorduroso e irreal. A redução

obtida não refletirá a economia, pois os valores iniciais estarão acima dos

preços praticados pelo mercado.

Uma argumentação, trazida pelos defensores da economia, está ligada

ao sistema de registro de preço, em que o arrematante (empresa vencedora)

detentor da ata, deve manter o produto ofertado em qualidade, quantidade e

principalmente no preço proposto, durante 12 meses de vigência da ata. Se o

13 SCARPINELLA, Vera. Licitação na modalidade de pregão. 1. São Paulo, Editora Malheiros, 2002.p.121. 14 Idem, p.35-36.

43

preço inicial estimado não estiver engordurado, ficará difícil manter o ofertado,

tendo em vista os desequilíbrios econômicos de mercado.

Outra desvantagem, é a definição do que seria bens e serviços, tendo

em vista que a lei deixa entendimento amplo, dessa forma da margem e

diferentes conceitos, é o que principalmente vem ocorrendo com o serviços de

manutenção predial, onde o detalhamento de cada possibilidade de

manutenção como serviço comum é difícil mensurar, por isso, muitos

doutrinadores para sair dessa celeuma defende a realização de concorrência,

mas outros favorece ao pregão em razão da agilidade processual, mas como é

um serviço sensível a linha tênue do entendimento unificado ainda está longe

de existir.

Quanto a descrição dos serviços ou produtos que por muitas vezes deve

ser detalhada, verifica-se a exigência legal de não restringi a competição, por

isso que quando um órgão público especifica em detalhes, tem o risco de

direcionar a contratação para um determinado grupo ou a um só fornecedor,

desfavorecendo os demais. De todo modo, essa também é uma preocupação,

pois deixando ampla a especificação, ocasiona a aquisição ou contratação de

serviços com qualidades bem inferiores, podendo até provocar gastos

desnecessários com produtos ou serviços dos quais é impossível que se faça

uso, diante das condições qualitativas apresentadas.

Por isso que em muitos casos, principalmente na compra de produtos

de informática, há indicação de marca ou fabricante, como forma de buscar

parâmetros de especificação técnica e qualidade. Sendo que a princípio a lei

veda a preferência por marca, art. 15, §7°, II da Lei 8.666/93 por representar

restrição à ampla competitividade. Todavia, não se pode olvidar que a própria

lei, em seu art. 7°, §5° admite a indicação de marca, características ou

44

especificações exclusivas, desde que tecnicamente justificável, o que também

é sustentado pela doutrina, em casos de padronização.

Portanto, a justificativa correspondente deve-se pautar em critérios

técnicos e objetivos que demonstrem a sua imprescindibilidade, podendo

utilizar-se de expressões “equivalente, similar, ou melhor, qualidade” em

relação a marca ou fabricante que representa a especificação técnica para a

qual deseja contratar.

O pregão presencial e o eletrônico estabelecem para maior

competitividade a forma mais simplificada, exigindo na habilitação

apresentação de documentação básica, isso afeta incondicionalmente a

contratação pública, por atrair fornecedores que não primam pela qualidade,

porque para oferecer produtos de qualidade há um custo, seja direto ou

indireto e certamente será transferido ao preço. Daí, mais um fato, que nem

tudo que é barato é de boa qualidade.

É comum na administração pública, encontrar computadores com pouco

tempo de uso e já impróprios para uso; cartuchos que derramam tinta na

impressora; canetas que não escrevem; café com sabor distinto do próprio

café.... Tudo em favor do menor preço e da isonomia na competitividade, já

que se for exigir a apresentação de certificação ou outra documentação que

comprova uma boa qualidade no que será contratado, vai ofender a

competitividade e consequentemente o direcionamento da contratação.

A questão da qualitativa tem diversas minúcias de forma a evitar a

restrição na contratação. Conforme, entendimento do Tribunal de Contas da

União, é lícito exigi nas licitações a apresentação de certificado de

45

conformidade de marca emitido por entidade certificadora, sempre que o

simples exame das descrições do objeto contidas na proposta da licitante não

for suficiente para constar o atendimento às exigências do edital.

Mas, para tanto, é necessário que a Administração apresente adequada

motivação técnica, justificada em previsão legal, não levando em consideração

as hipóteses infralegais, que são, por exemplo, as resoluções. Além disso, fixe

as condições e critérios a serem atendidos de forma objetiva no edital e

estabeleça prazo suficiente para apresentação, o que em muitos casos fica

inviável de se exercer.

Uma das constantes discussões nos Tribunal de Contas era a

exigências em editais, principalmente de gêneros alimentícios de certificados

de qualidade e laudos de análises. A exemplo, parecer n°

2324/2014/CFOC/CJU-RJ/CGU/AGU de 10 de junho de 201415, com relação a

especificação da compra de café, que foi exigida a certificação de autorização

ao uso de selo de pureza da Associação Brasileira da Indústria do Café

(ABIC), tendo em vista que somente empresas associadas àquela entidade

possuem essa certificação. Dessa maneira, estaria direcionando o certame ao

um grupo de fornecedor, devendo deixa mais competitivo, colocando à análise

a qualquer laboratório credenciado e habilitado pela Rede de Vigilância

Sanitária.

Para tanto, somente as empresas certificadas pela ABIC, possuem o

sabor na qualidade do café, e por muitas dessas extremidades na competição,

fica o órgão público ao dessabor de contratar produtos sem qualidade.

15 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. Pregão para registro de preços, aquisição de gêneros alimentícios, 2324/2014/CFOC/CJU-RJ/CGU/AGU, 09 junho, 2014. Interessado Comando da Primeira Região Militar. Publicado, 10 junho, 2014.

46

Para tanto, qualquer certificação, laudo ou amostra devam-se indicados

no instrumento convocatório com fixação de critérios e métodos aceitáveis,

sendo estes analisados na fase de aceitação da proposta, eis que tais

exigências afetam ao objeto contratado e não a pessoa jurídica a ser

contratada, que para esse último, os critérios estão definidos na fase de

habilitação.

Outra desvantagem é a falta de habilidade dos órgãos públicos em

especificar o que desejam e necessitam contratar de forma técnica e precisa,

resultando em especificações restritivas de mercado, ou até mesmo

contratações sem qualidade, prejudicando a eficiência e eficácia das atividades

na administração pública, sendo este um problema estruturam de gestão, não

vinculado ao processo licitatório, mas como é um grande problema enfrentado,

que na maioria das vezes invalida uma licitação. Por isso, entendeu-se por

apontá-lo nesse estudo.

Outro ponto, nessa linha de gestão, é o planejamento, as unidades dos

órgãos públicos desejam contratar, mas não conseguem se planejar. A falta do

bom planejamento inflama a máquina estatal, pois independente da

modalidade e o instrumento de contratação, se não tiver planejamento a

contratação feita fica sem utilidade e desmobiliza gastos com processos e

homens horas desnecessários. Isso é uma realidade latente, muitas empresas,

a exemplo do sistema de registro de preços, possuem ata e passam o limite

temporal de 12 meses e nenhum órgão adquiriu àquele bem ou serviço fruto

de uma péssima provisão.

Quanto ao preço, uma grande desvantagem que se enfrenta é a

formulação da pesquisa de mercado, uma vez que as empresas não

costumam cooperar no fornecimento de seus preços. Mediante a esse fato,

47

que é constante, a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do

Ministério do Planejamento, a fim de propor uma diretriz, editou recente

Instrução Normativa n. 5, de 27/06/2014, informando que pode utiliza-se de um

seguimento de parâmetros, observados a ordem de preferência, quando da

estimativa: 1) Portal de Compras Governamentais; 2) Pesquisas publicadas em

mídias especializadas, sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo,

desde que contenha a data e hora de acesso; 3) Contratações similares ou de

outros entes públicos, em execução ou concluídos em 180 dias anteriores à

data da pesquisa de preços; ou 4) pesquisa com os fornecedores.

No que tange a aceitabilidade das propostas, uma questão que ainda

gera dúvidas é definir inexequibilidade dos preços. A legislação pertinente, Lei

8.666/93, dispõe que serão desclassificadas: “...as propostas com valor maior

que o limite estabelecido ou com preços inexequíveis, assim considerados

aqueles que não demonstrem sua viabilidade através de documentação que

comprove que os custos dos insumos são coerentes com o mercado e que os

coeficientes de produtividade são compatíveis com o objeto do contrato...”

As propostas com valores muito altos serão desclassificadas por estar

acima do valor máximo estipulado pela administração.

Já em relação às propostas com valores muito baixos, na grande

maioria dos casos a administração não solicita a comprovação da formação do

preço em planilha de composição dos custos, para que a empresa possa

provar se consegue vender o produto com o preço ofertado e nem chegam a

fazer diligências, assim, provavelmente terão problemas futuros para a entrega

do item ou prestação do serviço, refletindo no desequilíbrio dos contratos.

48

Ainda nessa seara de preço, pode-se observar uma reiterada prática

utilizada pelas empresas, em que é proibida no mercado econômico, quanto a

ofertar preços relativamente baixos, que mesmo solicitando a empresa

proponente a demonstração de sua formação de preço, percebe-se que estará

atuando na margem do prejuízo. Muitas atuam dessa maneira em

determinados ramos de contratação para consegui a Ata de Registro de

Preços, e a oferece para outros órgãos, a fim de que eles comprem e assim,

possam, se manter no topo das contratações e desvencilhar outras empresas,

ocasionando uma espécie de monopólio nas contratações públicas.

Outra ilegalidade praticada por empresas e órgãos públicos condiz

nessa linha econômica. Diversas empresas mantenedoras do ranking de

fornecimento e prestação de serviço combinam com os órgãos públicos a

fornecer produtos diferentes dos que constam na requisição de compras, a

qual foi à origem dos itens empenhados, para entregar produtos da sua ata ou

até mesmo diferentes do que constam na ata, mas que atendam a

necessidade atual da administração pública. Essa prática busca coibir a

realizar de outra licitação e facilitar as contratações, mesmo que para isso, o

almoxarifado dos órgãos públicos ateste e receba produtos diferentes dos que

estão descritos na nota fiscal ou na ata de registro de preço.

Como visto a ideia nesse caso, seria um grupo de empresas que se

mantem nas contratações, até mesmo com preços a margem dos lucros, mas

que conseguem recuperar o suposto desequilíbrio, por fornecerem outros

produtos com valor condizente de mercado, em troca de empenhos com

produtos e quantidades correspondentes a ata, mas que não refletirá a

realidade, assim a administração agiliza suas contratações, ou seja, “todos

saem ganhando”.

49

Como exposto, a maior preocupação do legislador é garantir o rigor na

aplicação das leis que conduzem os processos de contratações públicas, de

forma a evitar que os recursos públicos sejam empregados em destinos

distintos ao coletivo. Sendo que essa saída só proporciona maior

engessamento da máquina estatal ocasionando maior morosidade na

prestação dos serviços públicos.

A sugestão seria uma maior rigidez na lei de reponsabilidade fiscal (LC

101/2000), procurando estreitar a conduta do agente público, garantir maior

fiscalização e atuar com severidade sobre as empresas que coadunam com

práticas ilícitas no mercado. Como também, propiciar maior especialização dos

agentes. Públicos, de forma que a Administração Pública mude sua visão,

demonstre resultados positivos e apresente serviços de qualidade garantindo a

satisfação de um povo.

50

CONCLUSÃO

Ao analisar todo o desenvolvimento do estudo, é possível observar uma

transformação na gestão de compras governamentais. Com o advento do

pregão eletrônico pode-se afirmar que os processos e tapas de contratação

nessa modalidade licitatória, tornou-se mais célere, pois todo o processamento

e envio de documentos são feitos via sistema. Além disso, promove a

eficiências na aplicação dos recursos públicos, por obter a preços mais baixos,

a aquisição de produtos ou de serviços, uma vez que nesse modelo é possível

alcançar maior competitividade e ampla participação até mesmo das

microempresas e empresários individuais, dependendo do valor e o objeto a

ser contratado.

Outro aspecto conclusivo é a possibilidade em proporcionar maior

transparência nas ações governamentais. Minimizar a enfadonha burocracia,

resultando em uma maior economicidade não só pelo fato de obter preços com

melhor vantagem econômica, mais também, atingir com menos custos nos

processos, no desprendimento de tempo e na aplicação de pessoal. Diante

desses benefícios, essa é uma modalidade de maior crescimento, sendo a

mais usada principalmente no âmbito Federal. Devido a esse sucesso, pode-se

dizer que em pouco tempo será a maior, a mais eficiente e eficaz das

modalidades de contratação empregada em toda gestão estatal.

Por outro lado, foi observada a dificuldade que o gestor público tem em

se programar e contratar produtos e serviços com qualidade, de forma que

efetivamente se aplique as necessidades da máquina Estatal, sendo esse o

maior problema enfrentado. Sendo que, tal fato não é uma questão negativa

para a modalidade do pregão eletrônico, e sim uma problemática conjuntural

na estrutura e gestão pública.

51

Nesse diapasão, os apontamentos trazidos ao longo do trabalho,

demonstrou que as práticas ilegais aplicadas nas contratações

governamentais, não se eliminam por criação de leis mais rígidas, tais

legislações já existem. Isso só acarretaria o engessamento do Estado,

dificultando ainda mais a atividade da contratação, que por sua vez, deveria

ser dinâmica para atender as diversas necessidades da coletividade. Assim, o

ponto de ataque seria em dificultar as ações, tanto do Estado, revestido dos

seus agentes e gestores públicos, como também nas Empresas, fazendo-se

valer da fiscalização e da efetiva aplicação das punições.

52

BIBLIOGRAFIA

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edição. Rio de Janeiro, Editora Lumen Juris, 2010.

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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo. Editora

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53

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Licitações e Contratos. 4ª ed., Brasília-DF, 2010.

SCARPINELLA, Vera. Licitação na modalidade de pregão. 1. São Paulo,

Editora Malheiros, 2002.

54

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I – Pregão eletrônico, uma modalidade licitatória 12

1.1 – Licitação 12

CAPÍTULO II – Pregão eletrônico e suas fases 18

2.1 – O pregão Eletrônico 18

2.1.1 – Fase interna ou preparatória da contratação administrativa 23

2.1.2 – Fase externa ou preparatória da contratação administrativa 24

2.2 – O pregão eletrônico pelo sistema de registro de preço 31

3.2 – As vantagens e desvantagens no pregão eletrônico 39

3.2.1 – As vantagens 39

3.2.2 – As desvantagens 42

CONCLUSÃO 50

BIBLIOGRAFIA 52

ÍNDICE 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO 55

55

FOLHA DE AVALIAÇÃO