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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM CLIMA ORGANIZACIONAL: uma abordagem sobre líderes e liderados Por: Daniela Viana de Oliveira Farnese Teixeira Orientador Prof. Mário Luiz Trindade Rocha Brasília 2011 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de ... me pedia para ler ... com o livro Fundamentos do Comportamento

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

CLIMA ORGANIZACIONAL: uma abordagem sobre líderes e

liderados

Por: Daniela Viana de Oliveira Farnese Teixeira

Orientador

Prof. Mário Luiz Trindade Rocha

Brasília

2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

CLIMA ORGANIZACIONAL: uma abordagem sobre líderes e

liderados

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Estratégica e Qualidade.

Por: Daniela Viana de Oliveira Farnese Teixeira

3

AGRADECIMENTOS

Às amigas Tatiane e Luciana, à sobrinha

Sabrina, que muito me auxiliaram na

parte prática dos exercícios no decorrer

do curso. À minha irmã Zilmara e a amiga

Juliana que “puxaram minha orelha” para

eu não desistir e ir até o final.

4

DEDICATÓRIA

Ao meu maior incentivador, meu amor,

companheiro, conselheiro e amigo de

todas as horas, meu marido Michel.

E aos meus pais, que mesmo sem

estudos instigaram-me estar sempre

em busca de conhecimento, através de

suas ações quando, como líderes de

nossa família, meu pai demonstrava

através das leituras de fim de tarde no

alpendre de casa a sua vontade de

aprender, e minha mãe sem a visão

(literalmente) me pedia para ler livros e

escrever cartas que imortalizariam em

minha mente a personificação de dois

seres iluminados, de verdadeiros líderes.

5

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo bibliográfico sobre como o comportamento

de um líder pode influenciar o clima organizacional de seus liderados. Dentro deste

contexto, conceituou-se diversos tópicos relacionados ao clima organizacional e à

liderança, descreveu pontos importantes inerentes ao líder para que este possa se

ater em manter o clima favorável bem como fazer que seus liderados entendam a

dinâmica da organização.

Verificou-se que as organizações estão sempre em busca de líderes que

consigam passar aos seus colaboradores sua cultura e visão organizacional, através

de habilidades e características que trarão os melhores resultados para a empresa.

O trabalho também discorre sobre os tipos de climas organizacionais que

podem ser identificados na organização, bem como, o resultado de cada um e como

lidar com cada tipo para obter um melhor aproveitamento. Trata também dos estilos

de liderança e suas diversas abordagens, de como os executivos devem agir para

manter suas equipes satisfeitas e motivadas diante dos reveses do dia-a-dia.

Enfim, tenta mostrar que as organizações esperam que seus líderes sejam

assertivos no que tange manter o clima organizacional em compasso com as

expectativas de seus liderados e com o desempenho estratégico das mesmas.

6

METODOLOGIA

A elaboração deste trabalho deu-se por uma pesquisa bibliográfica de caráter

descritivo, onde foram abordados conceitos e teorias acerca do tema proposto,

através da análise de fontes documentais bibliográficas, como livros, artigos, teses,

bem como fontes virtuais de informações, como sites e bases de dados sobre o

assunto.

Para a realização desta pesquisa foram utilizadas várias fontes de informação

como livros de alguns conhecidos autores como: Chiavenato e seus livros Gestão de

Pessoas e Administração de recursos humanos; Stephen Robbins e sua obra

Comportamento Organizacional; Bowditch e Buono com o livro Fundamentos do

Comportamento Organizacional; Psicologia para Administradores de José Osmir

Fiorelli; na mesma linha Psicologia Aplicada à Administração de Empresas de

Bergamini entre outros citados e referenciados na bibliografia.

Foram utilizados alguns artigos dos sites www.administradores.com.br,

www.revista.fundap.sp.gov.br, www.periodicos.capes.gov.br/ bem como algumas

teses disponíveis na internet também referenciadas ao final da webgrafia.

Livros de Metodologia Científica de autores como: Lakatos, Ruiz e Severino,

bem como as normas da ABNT para apresentação de trabalhos, citações e

referências bibliográficas, também foram de grande valia para entender como

desenvolver este trabalho monográfico.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I – Entendendo o comportamento organizacional 11

1.1 Comportamento organizacional: conceitos e níveis 11

1.2 Cultura organizacional 12

1.3 Os gerentes/executivos nas organizações 13

1.4 Abordando equipes no comportamento organizacional 14

CAPÍTULO II – Clima organizacional 16

2.1 Conceituando e entendendo a importância de seu estudo 16

2.2 Tipos de clima e como agem os colaboradores em função deles 17

2.3 Dimensões do clima organizacional 21

2.4 Satisfação no trabalho influenciando no clima organizacional 22

2.5 Motivação no trabalho e o comprometimento dos colaboradores 24

CAPÍTULO III – Buscando entender a liderança 27

3.1 Definições, teorias e abordagens sobre liderança 27

3.2 A confiança inerente à liderança e seus tipos 30

3.3 Poder e liderança num contexto organizacional 31

CAPÍTULO IV – Líderes e sua importância entre seus colaboradores 32

4.1 Conceituando líder 32

4.2 Talentos nos líderes que fortalecem ou enfraquecem o clima organizacional de

uma empresa 33

4.3 Estilos comportamentais de líderes que influenciam o clima organizacional de

seus liderados 34

4.4 Atributos e habilidades importantes de líderes que influenciam o clima

organizacional de seus liderados 37

4.4.1O líder e a construção de visões 37

4.4.2 Conhecendo as características cognitivo-comportamentais dos líderes 39

4.4.3 Habilidades de um líder 41

4.4.3.1 Habilidade para observar 41

4.4.3.2 Habilidade para escutar 41

4.4.3.3 Habilidade para falar 42

8

4.4.3.4 Envolvimento 42

4.4.3.5 Compreensão 42

4.4.3.6 Congruência 43

4.4.3.7 Dar e receber feedback 43

4.4.3.8 Expressão corporal 43

4.4.3.9 Habilidade para orientar 43

4.4.4 Erros comportamentais 44

4.5 Encontrando e/ou criando líderes eficazes 44

CONCLUSÃO 46

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

9

INTRODUÇÃO

O ser humano está inserido na maior parte do tempo em organizações, sejam

elas de trabalho, familiares, estudos e/ou lazer. E em cada uma dessas

organizações, há sempre um líder para nos influenciar a seguir o melhor caminho e,

este se pretende ser o caminho do sucesso.

Segundo Graça (1999), é preciso que os administradores tenham ouvidos

interessados e olhos atentos para o comportamento das pessoas no trabalho. Isso

só será possível quando estiverem convencidos, sensibilizados, da importância dos

recursos humanos e do clima de suas organizações. Afinal, só é excelente a

empresa que estende excelência à qualidade de vida de seus funcionários.

O clima organizacional surge como uma significativa ferramenta para a

organização compreender melhor a relação dela com seus colaboradores e também

como seus líderes se comportam na disseminação da sua cultura, influenciando

seus liderados a manter um clima que favoreça o melhor desempenho de suas

funções e consequentemente o alcance do sucesso.

Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é avaliar o impacto do

comportamento organizacional de líderes no clima organizacional de seus

colaboradores, através da análise de alguns livros que discorrem sobre este

assunto. Através desta pesquisa, observa-se que o sucesso ou fracasso das

empresas está diretamente ligado ao comportamento organizacional de seus líderes,

já que é através deles que a cultura da empresa será difundida, incutida e

vivenciada por seus colaboradores. Assim, se o líder se comporta fora dos padrões

organizacionais esperado, ele certamente não conseguirá angariar adeptos para as

estratégias de crescimento organizacional.

Corroborando para o entender o exposto, os capítulos a seguir discorrem

sobre o conceito de comportamento organizacional e elementos inerentes a ele,

como a cultura organizacional, as competências dos gerentes/executivos, a

formação de equipes. No capítulo sobre clima organizacional foram abordados

conceitos, importância, tipos, dimensões, assim como tópicos sobre satisfação e

motivação no trabalho e como os colaboradores agem de acordo o tipo de clima

percebido por eles. Mais adiante, é observado no capítulo sobre liderança suas

teorias e abordagens, os tipos de confiança que se troca entre líder e liderados, bem

como um argumento sobre poder.

10

Um capítulo sobre líderes finaliza o desenvolvimento deste trabalho,

discorrendo sobre a conceituação de líder, sobre os talentos que ele deve adquirir

para uma influência positiva sobre seus liderados, assim como os estilos

comportamentais que podem influenciar no clima organizacional e, uma orientação

das habilidades e atributos que facilitam as organizações a encontrarem ou até

mesmo “criarem” seus próprios líderes.

11

CAPÍTULO I

ENTENDENDO O COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

Para que se possa tratar de clima organizacional e liderança é preciso

conceituar alguns termos para podermos nos situar na dinâmica desta pesquisa.

Portanto, numa abrangência maior dentro de uma organização devemos

entender o que é comportamento organizacional.

1.1 Comportamento organizacional: conceitos e níveis

Segundo ROBBINS (2005) comportamento organizacional “é um campo de

estudos que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o

comportamento dentro das organizações com o propósito de utilizar este

conhecimento para melhorar a eficácia organizacional”.

Há três aspectos que caracterizam os níveis do comportamento

organizacional: o Microorganizacional, o Mesoorganizacional e o

Macroorganizacional. Cada um deles concentra-se em determinado ponto, como:

• Microorganizacional: ocupa-se principalmente do indivíduo;

• Mesoorganizacional: diz respeito da compreensão dos

comportamentos das pessoas que trabalham em grupos;

• Macroorganizacional: concentra-se na compreensão dos

comportamentos das organizações de uma forma integral.

Percebemos que em todos os níveis o destaque se dá para o comportamento

das pessoas, sejam elas inseridas em quaisquer que seja o setor da organização.

Porém este trabalho se concentrará no comportamento mesoorganizacional, já que

“ele desenvolveu-se a partir das pesquisas de campos da comunicação, da

psicologia social e da sociologia interacionista, que forneceram teorias sobre

socialização, liderança e dinâmica de grupo”. (WAGNER III; HOLLENBECK, 2000)

Com isso começamos a entender que a partir do comportamento

organizacional dos atores envolvidos no processo de uma organização, torna-se

imprescindível que este esteja em harmonia com a cultura e política da empresa,

contribuindo para seu sucesso e permanência no mercado a qual estiver inserida, já

que o comportamento dos indivíduos afetará claramente o desempenho das

organizações.

12

Logo, como não podemos ignorar que as organizações estão cada vez mais

heterogêneas, com uma força de trabalho diversificada, a criação de um ambiente

de trabalho eticamente saudável vem de encontro com a proposta das empresas de

conhecer seu ambiente e funcionários e conseguir trabalhar com bons resultados,

um clima agradável e que garanta o êxito dos objetivos esperados para alcançar a

eficácia organizacional.

1.2 Cultura organizacional

Para se entender uma organização é preciso estar em sintonia com a sua

cultura, com a missão e visão que ela passa aos seus colaboradores e clientes,

ficando mais fácil de assimilar o que sua direção pretende para alcançar seus

objetivos, assim, cultura organizacional, segundo Chiavenato (2010) equivale ao

modo de vida da organização em todos os seus aspectos, como ideias, crenças,

costumes, regras, técnicas etc.

A partir do momento que o colaborador tem incutida a cultura organizacional

da empresa em seu dia-a-dia, este a partilha e compreende como fonte de

inspiração e motivação para o alcance do sucesso, já que tudo a que se refere aos

costumes, políticas e diretrizes, valores e comportamentos organizacionais se

tornam um diferencial no trato cotidiano das atividades funcionais, seja do maior ou

menor escalão da organização.

Há uma íntima ligação entre os conceitos de clima e cultura organizacional,

onde definimos que cultura é tudo aquilo que no decorrer das atividades de uma

empresa deu certo e foi passado adiante como processo de sucesso e, o clima

organizacional é um indicador tanto dos pontos fortes da organização como da

necessidade de melhorar ou mudar alguma coisa. Partindo dessa análise, se

descobre as causas de problemas que a organização pode enfrentar e aumenta o

grau de compreensão a respeito deles, fazendo com que a mudança da cultura e a

melhoria do clima sejam solucionadas com eficiência e engajamento de todos os

envolvidos, já que mesmo que duas ou mais empresas tenham situações, objetivos,

ramos e culturas diferentes, o clima organizacional delas poderá ser harmonioso se

ir de encontro às expectativas dos colaboradores.

Entretanto a cultura de uma organização pode ter aspectos positivos e

negativos como alerta o autor:

13

“para a interferência positiva da cultura na eficácia

organizacional, é quando dá suporte às metas da empresa,

quando é amplamente compartilhada e profundamente

internalizada pelos membros da organização. No que tange ao

impacto negativo, quando influencia os comportamentos em

direções que não são aquelas das metas organizacionais, e,

em muitos casos, até interferindo com as metas” (SILVA, 2002,

p. 422).

Assim, como a cultura organizacional tem certa inclinação para ser exclusiva

de cada empresa, com seus costumes, objetivos e tradições, ela exerce influência

em todos os aspectos da organização, desde a interação entre as pessoas, a

elaboração e realização dos trabalhos até mesmo na tomada de decisão políticas e

estratégicas. Com isso, percebemos o quanto é importante saber qual a cultura

organizacional que impera na organização para que a formação de lideranças seja

coerente e obtenha sucesso em seus propósitos.

1.3 Os gerentes/executivos nas organizações

As pressões sobre as empresas são cada vez maiores, exigindo das pessoas

e, principalmente, dos seus gerentes maneiras diferentes e seguras de se alcançar

melhores resultados. Nos tempos atuais são necessárias mais informações e

recursos para o enfrentamento de condições instáveis e inesperadas. Os executivos

são levados a dar respostas às situações complexas que exigem diferentes

habilidades.

Robert Katz identifica três competências essenciais: técnicas, humanas e

conceituais (ROBBINS, 2005):

• Habilidades técnicas: englobam a capacidade de aplicação de conhecimentos ou

especialidades específicas. [...] Por meio da educação formal extensiva, eles

obtiveram os conhecimentos e as práticas específicas de suas áreas;

• Habilidades humanas: a capacidade de trabalhar com outras pessoas,

compreendendo-as e motivando-as, tanto individualmente como em grupos.

Muitas pessoas são tecnicamente proficientes, mas incompetentes nos

relacionamentos interpessoais. [...] Como os executivos realizam coisas por meio

14

do trabalho de outras pessoas, eles precisam ter habilidades humanas para se

comunicar, motivar e delegar;

• Habilidades conceituais: os executivos precisam ter capacidade mental para

analisar e diagnosticar situações complexas. [...] Um executivo pode possuir

competências técnica e humana, mas fracassar por causa da incapacidade de

processar e interpretar racionalmente as informações. (ROBBINS, 2005)

Para Robbins (2002), o estudo do comportamento organizacional oferece

desafios e oportunidades para os executivos, mostrando as diferenças e ajudando

os mesmos a perceber o valor da diversidade da mão-de-obra; e entendimentos

específicos para aperfeiçoar as habilidades humanas do executivo, podendo ajudá-

los a lidar com um mundo de temporariedades e aprender formas de estimular a

inovação.

As habilidades descritas acima deixam claro o quanto a interligação delas são

necessárias para o sucesso do trabalho do executivo/gerente/líder. Já que as

pressões de tempo, satisfação do cliente, redução de custos, entre outras, estão

presentes no dia-a-dia daqueles que administram.

1.4 Abordando equipes no comportamento organizacional

Para Fiorelli (2008), na Organização, é a liderança que dá condições de

existência ao trabalho em equipe. Dentro das organizações as equipes sofrem e

exercem influências de todos os lados, sejam das características pessoais de seus

componentes, sejam das peculiaridades do meio em que está inserido, tendo que se

adaptar conforme vão se desempenhando os papéis e funções da organização.

Para tal processo ser bem sucedido, é preciso que os líderes estejam atentos

às peculiaridades de cada indivíduo e de sua equipe, já que equipes são formadas

por indivíduos engajados num mesmo propósito.

Para Wagner III e Hollenbeck, (1999 apud FIORELLI, 2008) equipe é um tipo

especial de grupo em que, entre outros atributos, evidencia-se elevada

interdependência na execução das atividades.

Segundo Fiorelli (2008), uma equipe é um conjunto de pessoas:

1 com um senso de identidade, manifesto em comportamentos desenvolvidos e

mantidos para o bem comum;

15

2 em busca de resultados de interesse comum a todos os seus integrantes,

decorrentes da necessidade mútua de atingir objetivos e metas

especificadas.

Assim caracterizadas, torna-se importante focar que uma boa equipe tem

agregada em si um bom líder, isto é corroborado pelo que diz o autor:

“O líder transforma um grupo desarticulado em equipe coesa;

seu afastamento, quando não deixa quem o substitua, significa o

oposto. O líder mantém atado o laço emocional.

Não há equipe sem liderança. O líder possui o poder de

fortalecer ou enfraquecer os vínculos emocionais que dão

consistência à equipe.

Por esse motivo, o surgimento ou o desaparecimento de

liderança eficaz acarreta consequencias definitivas para as

pessoas e merece especial atenção dos Administradores.”

(FIORELLI, 2008, p. 170).

Portanto, as equipes (colaboradores) se manterão no foco de seus objetivos

se para tal tiverem um líder engajado em motivá-la, em mostrar o correto caminho a

ser traçado e usar do conjunto de suas habilidades, um meio de aumentar a

eficiência e manter a harmonia interpessoal no ambiente de trabalho.

16

CAPÍTULO II

CLIMA ORGANIZACIONAL

2.1 Conceituando e entendendo a importância de seu estudo

Clima organizacional sugere o bem estar que os indivíduos percebem no

ambiente de trabalho e consequentemente como eles tiram proveito disso para que

se produza melhor e com maior satisfação.

“Clima organizacional pode ser entendido como a atmosfera

do ambiente de trabalho. Refere-se a uma complexa rede de

expectativas e percepções individuais e de grupo, permeada

por referências estratégicas, organizacionais e por

componentes estruturais do contexto do trabalho, que orienta

e determina o comportamento de seus integrantes, criando

um ambiente com características próprias” BRESCANCINI

([2005] site: Revista Fundap)

Segundo Fleury; Fischer (1989) o clima organizacional é a qualidade ou

propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos

membros da organização e influencia o seu comportamento.

Souza (19--? apud GRAÇA, 1999) diz que o clima é uma resultante das

variáveis culturais, assim entendida como a soma dos valores, costumes, tradições e

propósitos que fazem com que uma empresa seja singular. Isso muitas vezes,

também, é chamado de caráter de uma organização. Quando essas variáveis são

alteradas, ocasionam alterações no clima, que curiosamente é mais perceptível do

que suas fontes causais.

22 O clima organizacional refere-se ao ambiente interno existente entre os

membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação

de seus participantes (Fleury; Fischer, 1996). O termo clima organizacional refere-se

especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja,

aqueles aspectos da organização que levam à provocação de diferentes espécies de

motivação nos seus participantes (Fleury; Fischer, 1996). Assim, o clima

17

organizacional é favorável quando proporciona satisfação das necessidades

pessoais dos participantes e elevação do moral. É desfavorável quando proporciona

a frustração dessas necessidades.

Encontramos em Luz (2003) citado por Encarnação (2006), uma referência a

Coda que diz que “o clima indica o grau de satisfação dos funcionários da empresa,

relacionados a aspectos da cultura ou realidade aparente da organização como:

missão, valorização profissional, modelo de gestão, política de recursos humanos e

processos de comunicação.

Tamayo; Lima; Silva (2002 apud ENCARNAÇÃO, 2006) relatam que [...] clima

organizacional refere-se à forma como o ambiente organizacional é percebido e

interpretado pelos empregados [...] embasados em Brown; Ligh (1996), James; Ashe

(1990) ainda afirmam que as pessoas de uma mesma organização não irão

perceber e interpretar da mesma forma o ambiente de trabalho, mas que há

elementos comuns na percepção e na interpretação desse ambiente, e resumindo

diz que “o que define mais precisamente o clima organizacional são as percepções

compartilhadas entre os membros da organização sobre o ambiente organizacional.”

O conceito de clima organizacional envolve um quadro mais amplo e flexível

da influência ambiental sobre a motivação. O clima organizacional é a qualidade ou

propriedade do ambiente organizacional que (Fleury; Fischer, 1996):

• é percebida ou experimentada pelos membros da organização; e

• influencia o seu comportamento.

2.2 Tipos de clima e como agem os colaboradores em função deles

O clima ideal para garantir a missão sócio-econômica da organização é o que

atende às demandas dos trabalhadores. Assim, os trabalhadores tendem a

apresentar interesse e disposição no exercício das atividades laborais, com

resultados proveitosos.

Souza (1992) argumenta que o clima organizacional pode ser favorável,

neutro ou desfavorável. Segundo Kanaane (1999); Kolb et al., (1978); Luz (2003);

Souza (1992); Tamayo (1999) citados por Mota (2006), no clima desfavorável, o

trabalhador manifesta comportamento de frieza, de distanciamento social, com

reclamações, conflitos, reações de estresse, de alienação, de rejeição, de

negatividade, de frustração. Hernandez; Melo (2003) também citados por Mota

18

(2006) assinalam que climas ruins alteram o ânimo da maioria dos trabalhadores e

se instalam ambientes de “tensões, discórdias, desunião, rivalidades, animosidades,

desinteresse, resistências às ordens, ruídos de comunicação”.

Para Oliveira; Lima; Borges-Andrade; Tamayo, (1999/2004 apud MOTA 2006)

quando as instituições não implementam ações que ofereçam suporte de apoio

social e organizacional, o ambiente expressa um clima desfavorável.

Citados por Mota (2006) Kanaane, 1999; Kolb et al, 1978; Likert, 1971; Luz,

2003; Souza, 1978; Souza, 1992; Tamayo, 2004 concordam que a autoridade não

deve ser questionada, o subordinado apenas obedece. Com isso o trabalhador trava

uma luta no cotidiano laboral com os seguintes comportamentos:

a) trabalha em ritmo lento de produção;

b) apresenta baixo nível de cooperação;

c) demonstra pouca preocupação com a qualidade final da tarefa;

d) desperdiça recursos disponíveis, como: tempo, dinheiro, patrimônio,

potencial;

e) realiza as atividades com atrasos, desvios de padrão e ou retrabalhos;

f) apresenta ausência de interesse em executar funções que levem a

instituição a alcançar os objetivos da lógica sócio-econômica;

g) provoca situações defensivas para preservar-se criando intrigas, ações

hostis, desavenças, desacordos, conflitos, tensões, tornando o ambiente

turbulento;

h) provoca e estimula reação contra a instituição;

i) desenvolve atividades baseadas na lógica do medo, da insegurança e de

receio de ser punido, e ainda, estabelece vínculos de desconfiança e temor;

j) estabelece uma aliança de transgressão à norma e à regra e rompe com a

ética no trabalho;

k) demonstra competitividade acirrada e destrutiva e;

l) apresenta estratégia oportunista de trabalho.

Quando exerce sua força de trabalho em situação de clima desfavorável, o

trabalhador avalia a situação como se sentisse lesado e tende a emitir

comportamentos retaliatórios em relação à organização em que trabalha.

Conforme Kanaane; Kolb et al.; Luz; Tamayo; Souza; (1999, 1978, 2003,

1999, 1992 apud MOTA 2006) o clima neutro apresenta-se quando o trabalhador

perde a consciência do significado do trabalho e passa a executar as tarefas de

19

forma linear, monótona e subserviente, revelando as contradições por meio do clima.

Quando se instala o clima neutro, o trabalhador apresenta o seguinte

comportamento:

a) aguarda que as normas sejam implementadas de cima para baixo e as

segue;

b) segue o padrão, cumpre as normas de forma inerte, procurando repetir o

que lhe foi ordenado;

c) apresenta uma descaracterização de sua identidade pessoal e social;

d) produz satisfatoriamente e não contribui intelectualmente;

e) demonstra ausência de criatividade, de iniciativa e de empreendimento e;

f) revela pouca expressão de suas idéias e opiniões, sem inovações ou

possibilidades de desafios ou alternativas nas tomadas de decisão.

Os comportamentos e atitudes dos trabalhadores, no clima neutro,

desencadeiam letargia, resignação, apatia, falta de criatividade, desinteresse,

indefinição e estagnação. Nesse clima, o trabalhador assume um papel passivo,

aceita ser controlado, ensaia seus atos e apresenta o papel que a empresa espera

dele, isto é, não participa das decisões e sugestões e nem expõe suas idéias e

opiniões. Cabe considerar que os comportamentos apresentados pelos

trabalhadores, tanto no clima neutro e desfavorável, como no clima favorável, estão

relacionados com as variáveis organizacionais e a maneira como o trabalhador

interpreta sua situação no trabalho e essa percepção do trabalhador é modelada

pelas experiências e características individuais de cada pessoa.

De acordo com Souza (1992), o ambiente de clima favorável é permeado por

vários elementos de representações significativas que expressam calor humano,

integração, satisfação, receptividade ao novo, comprometimento, destaque no

desempenho diário e alta produtividade. Hernandez; Melo (2003); Souza (1978)

citados por Mota (2006) afirmam que as características que predominam no clima

bom são: alegria, motivação e dedicação. Trabalhando nesse clima, o

comportamento do trabalhador tende a ser pró-ativo e produtivo. Se as condições de

trabalho materiais, de apoio social e gerencial forem garantidas, os trabalhadores

interagem entre si e com a chefia, demonstrando sentimentos de afeição e

colaboração.

Os estudos de Likert (1971) demonstram que no clima favorável há “uma

atmosfera amistosa e solidária, os membros da organização têm suficiente interação

20

[...] alto nível de confiança e um fluxo efetivo de informação e influência [...]”. Esse

ambiente desperta o trabalhador para as possibilidades, desafios e oportunidades de

suas funções. O bom clima é indicador de satisfação no trabalho. Nas organizações

que suprem as necessidades dos trabalhadores e abrem oportunidades para a

participação das atividades na empresa e para a contribuição criativa, o trabalhador

percebe que é reconhecido e respeitado no meio em que convive e se sente parte

de sua unidade de trabalho (Moscovici, 1996).

Portanto, pesquisar o grau de satisfação em relação ao clima organizacional

predominante em uma organização, possibilita avaliar o quanto os colaboradores

estão satisfeitos e também evidenciar se existe insatisfação por parte dos mesmos.

De acordo com Kanaane:

“Ao nos apropriarmos de expectativas, anseios e necessidades

dos funcionários e do conjunto das respectivas relações

interpessoais, poder-se-á identificar e compreender o clima

organizacional.

Quando se consegue criar um clima organizacional que

propicie a satisfação das necessidades de seus participantes e

que canalize seus comportamentos motivados para a

realização dos objetivos da organização, simultaneamente,

tem-se um clima propício ao aumento da eficácia da mesma.”

(KANAANE, 2008, p.40)

Assim, identificando o tipo de clima organizacional que está predominando

consegue-se angariar um diferencial competitivo para os gestores, pois fornece

subsídios para a tomada de decisão, já que os mesmos percebem através do clima,

as relações existentes entre os colaboradores e evidenciam os possíveis conflitos na

organização, bem como os pontos que estão sendo positivos no desenvolvimento

desta.

O clima organizacional refere-se ao ambiente interno existente entre os

membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação

de seus participantes (Fleury; Fischer, 1996). O termo clima organizacional refere-se

especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja,

21

aqueles aspectos da organização que levam à provocação de diferentes espécies de

motivação nos seus participantes (Fleury; Fischer, 1996). Assim o clima

organizacional é favorável quando proporciona satisfação das necessidades

pessoais dos participantes e elevação do moral. É desfavorável quando proporciona

a frustração daquelas necessidades.

Então, pode-se dizer que o clima organizacional influencia o estado

motivacional das pessoas e é por ele influenciado.

2.3 Dimensões do clima organizacional

Litwin e Stringer ([19--?] apud GRAÇA, 1999) definiram sete variáveis-chave

no clima organizacional, concebendo-as como suas dimensões:

1. Conformismo: O sentimento de que existem muitas limitações externamente

impostas nas organização; o grau em que os membros sentem que há

inúmeras regras, procedimentos, políticas e práticas, às quais eles devem

amoldar-se, ao invés de serem capazes de fazer seu trabalho como gostariam

de fazê-lo;

2. Responsabilidade: Dá-se responsabilidade pessoal aos membros da

organização, para realizarem sua parte nos objetivos da organização; o grau

em que os membros sentem que podem tomar decisões e resolver

problemas, sem terem de verificar, com os superiores, cada etapa.

3. Padrões: A ênfase que a organização coloca na qualidade do desempenho e

na produção elevada, incluindo o grau em que os membros da organização

sentem que ela coloca objetivos estimulantes para eles, comunicando-lhes o

comprometimento com esses objetivos;

4. Recompensas: O grau em que os membros sentem que estão sendo

reconhecidos e recompensados para o bom trabalho, ao invés de serem

ignorados, criticados ou punidos, quando algo sai errado;

22

5. Clareza organizacional: O sentimento, entre os membros, de que as coisas

são bem organizadas, e os objetivos claramente definidos, ao invés de serem

desordenados, confusos ou caóticos;

6. Calor e Apoio: O sentimento de que a amizade é uma norma valorizada na

organização, onde os membros confiam uns nos outros e oferecem apoio

mútuo. O sentimento de que boas relações prevalecem, no ambiente de

trabalho, e

7. Liderança: a disposição dos membros da organização, para aceitarem a

liderança e a direção de outros qualificados. Quando surgem necessidades

de liderança, os membros sentem-se livres para assumi-la e são

recompensados por uma liderança bem-sucedida. A liderança é baseada na

perícia. A organização não é dominada por uma, duas pessoas ou

dependente delas.

2.4 Satisfação no trabalho influenciando no clima organizacional

Não há de se falar em clima organizacional sem mencionar a satisfação no

trabalho pelos colaboradores da organização. De uma forma ampla Robbins (2005)

define satisfação com o trabalho como “a atitude geral de uma pessoa em relação

ao trabalho que realiza”.

Sendo o trabalho uma atividade muito mais complexa que o simples realizar

de tarefas, deve-se pensar em como se mensurar essa tal satisfação. De acordo

com Robbins (2005) há duas abordagens mais comumente utilizadas que são a

classificação única global e a soma de pontuação, formadas por diferentes facetas

do trabalho.

• Classificação única global: é perguntar diretamente ao funcionário o quanto

ele está satisfeito com o trabalho;

• Soma de pontuação ou somatória das facetas do trabalho: identifica

elementos-chave no trabalho e pergunta ao funcionário qual a sua opinião

sobre cada um deles.

23

Os objetivos de quem trabalha caminham paralelamente com os objetivos da

empresa Claret (1998). Ambos devem buscar a produtividade para atingir conforto e

satisfação. Se uma organização qualquer tiver os objetivos dos trabalhadores

diferentes do da empresa, depreende-se que, ou a empresa está política e

organizacionalmente desorganizada e carente de maiores recursos ou o trabalhador

está desajustado ou infeliz. (Boss, 1997).

Realizando uma pesquisa sobre o clima organizacional, descobre-se que se o

clima é favorável, consequentemente torna-se um indicador de satisfação do

trabalhador.

Wagner; Hollenbeck (2000 apud ENCARNAÇÃO 2006) relatam que [...] a

motivação dos membros é outro fator importante que afeta a produtividade em grupo

e que pode ser gerenciada para evitar ou minimizar a perda do processo [...] e

continuam relatando que [...] os membros devem estar suficientemente motivados

para alcançar o mais alto nível de produtividade permitido por seus talentos. E ainda

apresentam que [...] tal como as metas e as recompensas podem fortalecer a

motivação dos indivíduos, também podem aumentar a motivação nos grupos.

Robbins (2005), aborda a Teoria da Equidade explicando que os empregados

comparam os esforços e resultados do seu trabalho com os dos demais colegas.

Quando dessa comparação resulta uma proporção igualitária, a teoria denomina de

estado de equidade. Essa comparação pode ser concentrada em quatro variáveis de

moderação: sexo, tempo de serviço, nível na organização e o grau de educação ou

profissionalização. Argumentando através da Teoria da Expectativa, Robbins (2005),

explica que a atuação de um indivíduo, de uma certa maneira vai depender

basicamente de uma força e de uma expectativa de seu ato ser seguido de um

resultado. E esse resultado gerará uma atração exercida sobre o indivíduo. Em

resumo e em termos práticos a Teoria da Expectativa esclarece que um empregado

sentirá motivado a realizar um determinado nível de esforço quando acredita que

esse esforço trará uma boa avaliação do seu desempenho. Consequentemente,

essa boa avaliação do seu desempenho trará recompensas organizacionais,

recompensas essas que irão satisfazer as metas pessoais daquele empregado.

Pensando em como o colaborador pode se sentir em relação ao trabalho que

exerce e em como ele se coloca diante da cidadania organizacional, Stephen P.

Hobbins diz:

24

“Existe uma relação genérica tênue entre a satisfação com o

trabalho e o comportamento de cidadania organizacional. Mas

quando existe um ambiente de justiça, a satisfação não parece

estar relacionada com o comportamento de cidadania

organizacional. [...] a satisfação com o trabalho engloba os

conceitos de resultados, tratamento e procedimentos justos. Se

você não vê justiça em seu chefe, nos procedimentos da

empresa ou em sua política de remuneração, sua satisfação

com o trabalho cai consideravelmente. Entretanto, quando você

percebe que os processos e resultados da empresa são justos,

cria-se a confiança. E, quando você confia em seu

empregador, tem boa vontade para se engajar voluntariamente

em comportamentos que excedam suas atribuições regulares.”

(ROBBINS, 2005, p.69)

Satisfazer-se em atividades exercidas no trabalho pode trazer não só para a

empresa um ganho econômico pela eficácia e eficiência com que os resultados

aparecerão, mas também para o indivíduo, uma conotação de realização que estará

intrínseca na qualidade e desempenho agregados ao seu trabalho.

2.5 Motivação no trabalho e o comprometimento dos colaboradores

A motivação é algo que vem do cerne do indivíduo, ela se dá em todas as

etapas do dia-a-dia sejam na vida pessoal ou profissional, ela visa impulsionar o

indivíduo a desempenhar ações. Para alguns autores, a noção de motivação é

usada em vários segmentos como na Psicologia, na Engenharia, na Administração

entre outros. Levy-Leboyer (1974) citado por Bergamini (2005) assim caracteriza o

comportamento motivacional dentro do contexto organizacional:

“A motivação para o trabalho aparece como um fenômeno

complexo, que não se pode analisar sem levar em

consideração o conjunto da situação, quer dizer, o indivíduo

(suas características e experiências), o trabalho (sua natureza

e restrições) e a organização com suas regras, seus objetivos,

25

bem como o clima que lhe é próprio.” (Levy-Leboyer, 1974

apud BERGAMINI, 2005, p.146)

Compreendendo o conceito de clima organizacional, o administrador pode

manejar a motivação de seus colaboradores, aumentando, assim, a eficiência de

seu grupo. Graça (1999).

O sucesso de um líder pode depender quase que exclusivamente de sua

capacidade de motivar outras pessoas Marchetti, (1997 apud MOTA, 2006). Robbins (2005) cita várias teorias motivacionais, nas quais seus principais

estudiosos Maslow, McGregor e Herzberg pensava que o objetivos motivacionais

fossem genéricos. Não se pretende discutir nenhuma dessas teorias em particular,

mas tentar um novo enfoque, mais em termos de como se passa a psicodinâmica

interna motivacional, do que em termos de levantar os tipos de objetivos

perseguidos pelas pessoas. Chiavenato (2008).

O que todos gostariam de fazer é criar um ambiente no qual as pessoas

gostem de trabalhar e no qual as pessoas trabalhem bem, um ambiente de trabalho

que ajude a enriquecer a vida dos trabalhadores. Este ambiente deveria satisfazer

tanto os requerimentos do trabalhador quanto do seu empregador, atendendo as

necessidades da comunidade como um todo. Goniliart; Kelly (1997 apud MOTA,

2006).

A criação de tal ambiente parece bastante complicada, pois presume um

acordo entre pessoas e pessoas são totalmente diferentes umas das outras. Mas o

fato de as pessoas serem diferentes entre si torna-se o que elas têm em comum e é

um bom ponto de partida Iman (1996 apud KANNANE, 2008).

Como cada um segue sua própria trilha dentro do terreno da motivação, o

treinamento e o desenvolvimento de líderes na quase totalidade das grandes

organizações têm se concentrado em torno de assuntos ligados ao comportamento

humano no trabalho, em lugar de explorar simplesmente assuntos técnicos.

Bergamini (2005).

Levy-Leboyer (1994 apud BERGAMINI, 2005) propõe com muita propriedade:

“O verbo motivar não pode existir sem complemento. Os

responsáveis por empresas cometem o erro de solicitar

pessoal ‘motivado’ dentro do mesmo espírito, como se isso

26

significasse uma qualidade permanente e distribuída de forma

homogênea; não existe o pequeno gênio da motivação; que

transforma cada um de nós em trabalhador zeloso, ou nos

condena a ser o pior dos preguiçosos. Em verdade, a

desmotivação não é nenhum defeito de uma geração, nem

uma qualidade pessoal, pois ela está ligada a situações

específicas. Um indivíduo aqui será diferente em outro lugar.”

(LEVY-LEBOYER, 1994, p.43 apud BERGAMINI, 2005, p. 160

– 161).

Assim sendo, segundo Bergamini (2005), não se está cometendo uma

inverdade quando se conclui que a motivação representa mais que um fenômeno

isolado; ela é não há dúvida, uma atitude que representa o próprio clima

organizacional.

27

CAPÍTULO III

BUSCANDO ENTENDER A LIDERANÇA

Fiorelli (2008), diz que na busca de obter resultados por intermédio de

pessoas, o Administrador convive com a missão de liderar profissionais.

A influência da liderança tem seu lado positivo ou negativo, conforme o tipo

de liderança que estiver sendo oferecida. Se for uma liderança ruim, seus resultados

serão negativos, assim como o contrário, se a liderança for firme com os propósitos

da organização de uma forma positiva, os resultados consequentemente serão

decididamente satisfatórios.

3.1 Definições, teorias e abordagens sobre liderança

De acordo com Bowditch; Buono (2006), pode-se entender liderança como

um processo de influência, geralmente por uma pessoa, por meio do qual outra

pessoa ou grupo é orientado para o estabelecimento e o alcance de determinadas

metas.

Os líderes devem saber que são responsáveis pela qualidade do clima

organizacional, pois eles é que estão a par de cada situação e indivíduo sob sua

gerência e como estes se comportam no processo da organização. Corroborando

com esta assertiva o autor diz:

“Embora administrar o clima seja uma responsabilidade da

administração de recursos humanos, em cada setor passa a

ser de quem exerce o cargo de chefia, pois conhecer o grau de

satisfação, as expectativas e as necessidades da equipe de

trabalho constitui um importante papel gerencial, essencial para

a melhoria do ambiente de trabalho e da qualidade dos

atendimentos” LUZ (2004, p. 24).

Contudo, segundo Fiorelli (2008), conseguir obter, de cada pessoa, o

cumprimento das prescrições de papel, não torna o gerente, supervisor ou chefe

reconhecido como líder.

28

Katz e Kan (1975 apud FIORELLI, 2008) clarificam essa diferenciação,

estabelecendo a essência da liderança organizacional como incremento influencial

além e acima do cumprimento mecânico das diretivas rotineiras da Organização.

Em síntese, Fiorelli (2008), afirma que liderança é a capacidade que algumas

pessoas possuem de conseguir que outras, de modo espontâneo, ultrapassem o

estabelecido formalmente. Na Organização, é a liderança que dá condições de

existência ao trabalho em equipe.

Novamente Robbins (2005), diz que há teorias que buscam explicar a

liderança, como a Teoria dos Traços, na qual através de atributos de personalidade,

físicos e sociais e ainda intelectuais podem identificar os líderes dos não líderes.

Porém, como relata Bergamini (2005) “Stogdil encontrou mais do que uma centena

de traços comuns que possuíam [...] pessoas reconhecidas como eficazes no

desempenho da liderança”. Porém, após a continuidade de suas pesquisas, o

professor emérito da Universidade de Ohio, EUA citado por Bergamini (2005),

confessa ter, [...] encontrado os mesmos traços em pessoas tidas como líderes não

eficazes, assim como aqueles reconhecidos como líderes eficazes também podiam

não possuir esses traços. Com isso cai por terra a crença do líder nato.

Já mencionando a Teoria Comportamental poder-se-ia treinar pessoas para

serem líderes se através de estudos comportamentais mostrassem determinantes

críticos de liderança. Há ainda as Teorias Contingenciais que falam sobre fatores

situacionais que afetam a eficácia da liderança. Robbins (2005), discorre sobre a

Teoria Situacional de Hersey e Blanchard onde a denomina de uma teoria

contingencial que está concentrada nos liderados. A aceitação ou rejeição de um

líder mostra a realidade da eficácia de uma liderança. As ações dos liderados é que

vão dar condições de analisar a eficácia dos líderes, independentemente do que o

líder faça ou deixe de fazer.

Como Robbins (2005), argumenta é função do líder ajudar os subordinados

no alcance de suas metas, fornecendo orientação e/ou dando apoio necessário para

assegurar que tais metas sejam compatíveis com a organização. Corroborando com

o que foi descrito anteriormente, que o líder é o responsável pelo sucesso do

cumprimento das metas organizacionais incentivando e influenciando seus liderados

numa melhor produtividade de suas atividades.

Bergamini (2005), define que um líder considerado eficaz, além de preocupar-

se com o desenvolvimento integral de toda a potencialidade dos seguidores,

29

consegue que os mesmos cheguem, até mesmo, a desconsiderar seus próprios

interesses para comprometer-se com os objetivos propostos pelo grupo ao qual

pertencem.

Segundo Bas assinala:

“Uma pessoa não se torna um líder pelo fato de possuir uma

determinada combinação de traços, mas o padrão de

características pessoais do líder que deve manter um

relacionamento que seja relevante às características,

atividades e objetivos dos seguidores”. (BASS, 1990 apud

BERGAMINI, 2005, p.129)

Portanto, pensar em líder como alguém que apenas atrai outros para

determinados propósitos, que possui essa habilidade nata ou que por determinada

posição acaba por desenvolvê-la seria imprudente e simplista, assim como já

constatado que não existe líder nato.

Com um relacionamento assim como o citado, o líder será bem visto por seus

liderados. Porém, para que ele se mantenha em uma liderança eficaz motivante e

motivadora, precisa ter em mente que liderar também é uma vontade sua, que

também o satisfaz, que o realiza.

A postura teórica mais recente no estudo da liderança propõe que a eficácia

do líder depende de uma contingência especial, na qual o estilo do líder atenda às

expectativas do seguidor e aos requisitos da situação que está sendo enfrentada.

(Bergamini, 2005)

O comportamento organizacional-estratégico do chefe devem ajustar-se às

demandas da organização e de seus liderados, criando um ambiente de trabalho

adequado à produtividade e reduzindo a lacuna entre a racionalidade econômica e a

satisfação no trabalho, em busca do engajamento laboral efetivo por parte dos

trabalhadores.

Portanto, segundo Bergamini (2005), conclui-se que um líder poderia ser

considerado eficaz dirigindo um certo grupo de pessoas, numa determinada

situação, mas não teria o mesmo sucesso com outro grupo de pessoas, vivendo

outro tipo de situação. Dentro dessa perspectiva fica, portanto, abandonada a figura

do líder ideal, isto é, eficaz em qualquer contingência ou situação.

30

3.2 A confiança inerente à liderança e seus tipos

Se em diversas relações que as pessoas têm no dia-a-dia necessita-se de

uma dose generosa de confiança para que se possa ter um relacionamento

saudável e idôneo, há de se afirmar que um dos atributos essenciais na base de

uma relação de liderança organizacional com os liderados é a confiança. Robbins

(2005),cita um autor que afirma que a confiança e a credibilidade modulam o acesso

do líder ao conhecimento e à cooperação.

Existem três tipos de confiança nas relações organizacionais: a baseada na

intimidação, a baseada no conhecimento e a baseada na identificação, segundo

Robbins (2005):

1. Confiança baseada na intimidação: se baseia no medo de

represálias. As pessoas que se encontram nesse tipo de

relacionamento fazem o que dizem por medo das

consequencias no caso de não cumprirem suas obrigações.

2. Confiança baseada no conhecimento: Apoiam-se mais na

informação do que na intimidação. O Conhecimento se

desenvolve no decorrer do tempo, essencialmente em função

da experiência que constrói a confiabilidade e a previsibilidade.

3. Confiança baseada na identificação: esse tipo de confiança

permite que uma parte faça as vezes da outra e a substitua nas

transações interpessoais. A confiança existe porque as partes

entendem as intenções uma da outra e concordam com suas

vontades e seus desejos.

Percebe-se realmente que a confiança exerce um papel fundamental no que

tange sobre liderança e liderados, já que ela inspira as pessoas a fazerem com mais

afinco e dedicação o que lhes é solicitado, assim, líderes que conseguem e mantêm

a confiança de seus liderados ganham o respeito dos mesmos e estímulo para

continuarem se esforçando a atingir os propósitos organizacionais que lhe são

“confiados”.

31

3.3 Poder e liderança num contexto organizacional

Segundo Fiorelli (2008), muitas vezes, o fato de o profissional exercer algum

tipo de poder na Organização, gera no indivíduo a falsa crença de que é um líder. O

comportamento dos áulicos que o rodeiam contribui para reforçá-la.

Poder não é a mesma coisa que liderança, porém há uma inter-relação entre

esses dois termos já que quem exerce liderança possui certa forma de poder.

Os líderes utilizam o poder como meio de atingir os objetivos do grupo. Eles

atingem os objetivos, e o poder é um meio de facilitar suas conquistas. (Robbins,

2005).

Há algumas características que diferem poder e liderança. Como Robbins

(2005) afirma, uma dessas diferenças se refere à compatibilidade de objetivos. Uma

segunda diferença se relaciona à direção em que a influência é exercida. E uma

terceira diferença diz respeito à ênfase dada pelas pesquisas.

Heifetz (1999) um dos autores em liderança mais lidos da atualidade, afirma:

“Frequentemente, liderança e autoridade são dois conceitos

conflitantes. Muitas pessoas em cargos de autoridade não

sabem exercer a liderança. Outras exercem-na sem

autoridade, simplesmente pelo fato de identificarem um

problema em determinado setor e terem condições de mobilizar

as pessoas para solucioná-lo”. (HEIFETZ, 1999, p. 62 apud

BERGAMINI, 2005, p. 124)

O poder está inserido na vida organizacional bem como vários outros

assuntos, atitudes e características, não se deve vê-lo como algo ruim ou prejudicial,

principalmente por quem o precisa exercer. É algo intrínseco à administração de

pessoas, de setores, cargos, assim como em outros segmentos da vida humana,

alguém estará sempre tendo o poder ou querendo obtê-lo para o alcance de próprios

ou conjuntos objetivos. O fato é que quem exerce o poder e a liderança deve

entender sobre o lugar e as pessoas que serão afetadas por eles, assim terá mais

requisitos de utilizá-los para o sucesso ao qual se propor.

32

CAPÍTULO IV

LÍDERES E SUA IMPORTÂNCIA ENTRE SEUS COLABORADORES

Como explicita Robson Luiz Magalhães Coutinho:

“O líder deve esta sempre buscando o crescimento, para inspirar

seus liderados em novos processos, pois quando o líder deixa

de se desenvolver ele começa a exercer o poder e não a

liderança, deixando o clima organizacional em desavença, pois

quando o líder negligenciar os aprendizados e colocar sua

confiança em si mesmo, seu crescimento será atrofiado e

começará a secar, e quando sua equipe se atentar a esse fato

perde a credibilidade em seu líder, perdendo o entusiasmo com

a organização.”(COUTINHO, 2006, site administradores.com. br)

4.1 Conceituando líder

Vários autores aplicam significados ao termo líder; num rápido levantamento,

Fiedler e Chemers (1981) citados por Bergamini (2005) apontam, em uma de suas

obras, alguns autores e suas definições:

O líder é a pessoa que mais de perto atende às normas e aos valores do

grupo; essa conformidade dá a ela a mais alta posição, que atrai as pessoas e

implica o direito de assumir o controle do grupo Homans, (1950).

O líder é uma pessoa que tem sucesso em conseguir que as pessoas o sigam

(Cowley, 1954).

O líder é a pessoa que consegue as mudanças mais efetivas no desempenho

do grupo (Cattell, 1953).

O líder é aquele que inicia e facilita a interação entre os membros do grupo (Bales e

Strodbeck, 1951).

O líder é aquela pessoa identificada e aceita como tal pelos seus seguidores

(Sanford, 1949)

Apesar dessas citações virem de anos atrás, cada uma delas é aceita e pode

ser aplicada sozinha ou em conjunto em determinada situação em que se exige a

presença de um líder, reafirmando o que já foi exposto sobre o tema até agora e

33

estabelecendo um elo entre todas, ou seja, todas as definições descritas direcionam

que há uma aptidão em comum, a de conduzir pessoas de forma natural, de

conformidade com as características e normas próprias dos diferentes grupos.

(Bergamini, 2005)

Assim também Bergamini (2005) indica que Fiedler (1981) aponta sua própria

definição, afirmando:

“Nós definiremos aqui o líder como um indivíduo no grupo, a

quem é dada a tarefa de dirigir e coordenar atividades

relevantes dentro das iniciativas grupais, ou quem, na ausência

do líder designado, assume a principal responsabilidade de

desempenhar tais funções no grupo” (FIEDLER, 1967, p. 8

apud BERGAMINI, 2005 p. 131).

Entende-se, portanto que o líder obterá sucesso com seus liderados fazendo-

os serem mais produtivos e eficazes, se entender que para tal é necessário

compreender que cada indivíduo tem sua maneira pessoal de agir, de entender e de

se ajustar ao meio que está inserido. Assim poderá coordenar sua equipe de modo

que esta participe ativamente com coerência e motivação para atingir os objetivos

organizacionais que lhes são propostos. Bergamini (2005), aponta que posições

mais atuais no campo da pesquisa em liderança propõem que a eficácia do líder é

contingente ao seu estilo, ao estilo comportamental de sua equipe e à situação que

está sendo enfrentada.

4.2 Talentos nos líderes que fortalecem ou enfraquecem o clima organizacional

de uma empresa

Como menciona Ritter (1994) citado por Bergamini (2005), o líder eficaz

combina quatro talentos que são:

• Talento Cognitivo: capacidade de interpretar o mundo para compreender

os objetivos visados pela organização;

• Talento Social e Político: capacidade de compreender o sistema social

que é a organização e a capacidade de influir sobre sua evolução por meio

34

de decisões que dizem respeito às estruturas e regras, bem com o às

particularidades dos indivíduos e do grupo que o levem a ser detentor da

autoridade formal;

• Talento Intrapsíquico: capacidade de pensar no seu próprio poder e

perceber os perigos das suas próprias paixões;

• Talento Ético: capacidade de compreender que o poder organizacional

deposita nele a responsabilidade frente ao outro, na medida em que

arrasta aqueles que o seguem na sua interpretação do mundo e sua ação

sobre o social.

Os talentos acima descritos demonstram o que já foi referido, que o líder

necessita de agregar diversas habilidades, sejam elas pessoais ou técnicas, para

que seus liderados o sigam e realizem o que lhes forem determinados com

eficiência, motivação e sucesso.

4.3 Estilos comportamentais de líderes que influenciam o clima organizacional

de seus liderados

Bergamini (2005), embasada em Burns (1979), propõe três tipos diferentes de

estilos comportamentais de líderes, que são: Transacional, Transformacional e

Laissez-faire.

Como diz o autor citado, Bergamini (2005),: “A primeira chamarei de liderança

transacional. Tal tipo de liderança ocorre quando uma pessoa toma a iniciativa de

estabelecer contato com as outras com o objetivo de trocar bens de valor.”

Os bens mencionados podem ser de ordem econômica, política ou

psicológica – neste caso, os seguidores entram em ação, em troca de alguma

coisa. Portanto, não se trata de uma verdadeira liderança, mas sim de uma forma

de controle. (Bergamini, 2005)

Como o próprio nome diz, é uma transação, onde os envolvidos trocam algo que

pensam ser para o benefício de ambos.

No segundo estilo de liderança, o transformacional Bass e Avalio (1997)

citados por Bergamini (2005), propõem que um líder Transformacional difere do

Transacional não apenas por reconhecer as necessidades dos associados, mas pelo

35

fato de procurar desenvolver aquelas necessidades que vão desde um nível mais

baixo para um nível mais alto de maturidade.

Para Robbins (2005), o líder transformacional possui uma característica que

marca muito seu desempenho diante de seus liderados, o carisma. Durante muito

tempo o carisma tem sido considerado como algo que as pessoas têm ou não.

Entretanto, percebe-se que carisma, assim como outras tantas características

pessoais tradicionalmente consideradas inatas, também está associado a certas

habilidades e posturas, algumas delas perfeitamente capazes de serem

desenvolvidas como habilidades interpessoais, capacidade de expressar idéias de

maneira clara e de ajudar as pessoas a fazerem o mesmo, capacidade de lidar

com os próprios sentimentos e os de outras pessoas.

São os líderes transformacionais que se envolvem com seus liderados para

desenvolver características, atitudes e funções que elevem a motivação, a moral e a

auto-estima de todos. A liderança transformacional cria um vínculo bastante forte em

termos de influência mútua, que se propõe como uma ligação muito mais estável,

onde líder e liderados aprendem juntos nas situações diárias.

De acordo com Cecília Whitaker Bergamini:

“O estilo transformacional de liderança não segue normas

prefixadas, também não adota receitas preestabelecidas, pois

se caracteriza por sua abertura e disponibilidade, oferecendo

soluções inovadoras e institucionalizando novos recursos. O

acompanhamento dos resultados da ação de líderes

transformacionais mostra nítida superioridade sobre a ação dos

líderes transacionais no dia-a-dia de trabalho.” (BERGAMINI,

2005, p. 136)

A superioridade da liderança transformacional sobre a transacional é bastante

convincente, até porque a primeira é construída em cima da segunda, produzindo

liderados com potencial de desempenho e esforço muito maiores que numa simples

relação/transação de interesses.

Laissez-faire é um tipo de liderança que não exprime nenhuma atividade;

portanto, caracteriza-se como a “negação” da liderança. Ocorre quando o líder evita

assumir posições e resolver conflitos. (Bergamini, 2005).

36

No estilo Laissez-faire o grupo decide sem a participação do líder, já que este

não toma parte na discussão do que se deve ser feito. Com isso, os indivíduos só

fornecem materiais e informações se lhes forem pedidas, porque não têm quem os

direcione para tal, para determinar os trabalhos a serem feitos individualmente e/ou

em equipe, para a pró atividade inerente a bons liderados.

Robbins (2005), reproduz o quadro de B. M. Bass (1990), onde são

identificadas sucintamente e definidas as quatro características que diferenciam

esses tipos de líderes:

Características dos Líderes Transacionais e Transformacionais

Líder Transacional

Recompensa contingente: negocia a troca de recompensas por esforço,

promete recompensas pelo bom desempenho, reconhece as conquistas.

Administração por exceção (ativa): procura e observa desvios das regras e

padrões, tomando as atitudes corretivas necessárias.

Administração por exceção (passiva): intervém apenas quando os padrões

não são alcançados.

Laissez-faire: abdica das responsabilidades, evita a tomada de decisões.

Líder Transformacional

Carisma: oferece uma visão e o sentido da missão, estimula o orgulho, ganha

o respeito e a confiança.

Inspiração: comunica suas altas expectativas, utiliza símbolos para focar os

esforços, expressa propósitos importantes de maneira simples.

Estímulo intelectual: promove a inteligência, a racionalidade e a cuidadosa

resolução de problemas.

Consideração individualizada: dá atenção personalizada, trata cada

funcionário individualmente, aconselha, orienta.

Fonte: B. M. Bass, “From transactional to transformational leadership [...] reproduzido do livro de

Robbins, Stephen P. Comportamento organizacional, página 285.

A partir dessas abordagens acabamos por concordar com Collins e Drucker

(2000) citados por Bergamini (2005), que diz que “só se é um líder se as pessoas

seguirem sua liderança, tendo a liberdade de não o fazerem”.

37

4.4 Atributos e habilidades importantes de líderes que influenciam o clima

organizacional de seus liderados

Os atributos e características dos líderes e a maneira como eles se adéquam

às mudanças e desafios crescentes no campo cognitivo e emocional, constituem

referências para todos aqueles que pretendem exercer ou compreender a liderança.

Segundo Fiorelli (2008), um desses atributos é básico, comum a todos os

líderes; uma condição necessária, embora não suficiente, para liderar: a capacidade

de produzir visões.

4.4.1 O líder e a construção de visões

Nem todo o que produz visões exerce liderança, mas não há liderança sem

uma visão (Fiorelli, 2008).

O líder deve inspirar seus liderados, extrair deles o seu melhor, fazendo com

eles se auto desafiem para na utilização de seu potencial e perceberem que são

capazes de crescerem pessoal e profissionalmente.

A base de toda liderança consiste no estabelecimento de uma visão

compartilhada por todos os liderados (AT&T, 1991 apud FIORELLI, 2008). Isolada,

paralisada nos meandros da imaginação do criador, permanecerá estéril. Ou seja, a

visão compartilhada e aceita como válida orienta a decisão e gera a cooperação de

todos para alcançá-la (AT&T, 1991 apud FIORELLI, 2008)

Assim, também é fato que o líder deve ter o cuidado de perceber se o

trabalho está sendo feito harmoniosamente, se a visão está sendo entendida e

compartilhada por todos, pois os indivíduos podem não querer viverem da mesma

forma, contribuindo e compartilhando da mesma visão da organização, daí o líder

tem de agir de forma a neutralizar qualquer conflito que possa fugir da visão que une

a todos na mesma direção.

Segundo Fiorelli (2008), a transmissão da visão requer, do líder,

conhecimento da linguagem capaz de produzir efeitos emocionais nas pessoas. Ele

deve possuir sensibilidade para identificar e utilizar a linguagem compreensível pelos

liderados, adaptando-a à situação.

Ainda Fiorelli (2008), afirma que estudar, compreender e praticar a linguagem

adequada às características dos liderados constitui ponto de partida para que o

38

Administrador, [...] desperte a atenção e desenvolva a percepção favorável a suas

ideias.

Do líder organizacional exigem-se outras habilidades, possíveis de ser

desenvolvidas para reforçar e manter viva a visão. Três formam o tripé de apoio:

exemplo, perseverança e compromisso (Fiorelli, 2008).

1. Demonstrar a visão pelo exemplo

As pessoas precisam perceber que à fala corresponde a ação (AT&T, 1991

apud FIORELLI, 2008). A motivação vem do esforço, da perseguição de resultados,

do comprometimento em torno de valores e o verdadeiro líder consegue despertá-la

e mantê-la por seu exemplo (Fiorelli, 2008). Ou seja, a linguagem pode ser clara e

consistente, mas se não vier seguida do exemplo que reafirma o que foi dito não

falará ao âmago do liderado, serão mensagens vazias, não passíveis de serem

seguidas e consequentemente não terá valor nenhum, resultando no não

cumprimento dos objetivos organizacionais, já que os liderados não perceberão que

a linguagem e o exemplo de seu líder não estão andando juntos para convencê-los.

2. Perseverar nos momentos difíceis

Espera-se do líder a habilidade para sustentar a visão nos momentos em que

dificuldades contribuem para enfraquecer o ânimo das pessoas (AT&T, 1991 apud

FIORELLI, 2008). O líder deve manter a constância da visão no dia-a-dia , para que

seus liderados não desanimem diante dos obstáculos que possam vir a surgir, ele

dever estar presente e firme nos momentos difíceis tanto da organização quanto do

próprio liderado, portanto segundo Fiorelli (2008), (adaptado de AT&T, 1991) o líder

deve:

• Comunicar a visão continuamente;

• Alertar para os perigos no horizonte e procurar antecipar-se a eles;

• Analisar, com a equipe, as causas de eventuais resultados negativos;

• Manter as pessoas informadas dos resultados positivos; e

• Manifestar sua apreciação pelas iniciativas que reforçam a persistência

para atingir as metas e perseguir a visão.

39

Verifica-se, pois, a importância da perseverança para o líder – talvez sua

maior virtude (Fiorelli, 2008).

3. Compromisso

Líderes demonstram compromisso com as causas que abraçam, por meio de

sacrifícios pessoais, e o demonstram de forma inequívoca: eles encontram tempo

para isso (Fiorelli, 2008).

Quando o líder é comprometido com a visão, com o que instiga aos seus

liderados, fica claro que ele tem um compromisso sério com a organização.

Assim, fica mais evidente aos liderados que também devem fazer algo, com

compromisso e lealdade àquele que está sempre encontrando tempo para

demonstrar e transmitir segurança, firmeza, dinamismo e comprometimento nos

seus atos.

4.4.2 Conhecendo as características cognitivo-comportamentais dos líderes

Para se tornar um líder eficaz é necessário um conjunto de atributos para se

firmar nesta posição. Nem todos os notáveis funcionários de determinada área são

capazes de se tornarem líderes, isso se dá ao fato de que é necessário agregar

diversas características para exercer a liderança que lhe é proposta, imposta e/ou

atribuída, assim como afirma Fiorelli (2008), quanto maior quantidade de atributos

adequados à liderança o profissional demonstrar, tanto maior sua chance de exercê-

la com sucesso.

1. Habilidade Interpessoal

É a habilidade de saber se relacionar com as pessoas. O líder deve saber

administrar as necessidades e anseios de seus liderados, ter verdadeiro interesse

em suas aspirações. E segundo Fiorelli, 2008:

“ saber que a responsabilidade maior por sua eficácia é antes

de tudo sua; que os resultados que obtém dependem de suas

habilidades interpessoais e que elas podem ser aprendidas e

40

aperfeiçoadas; que não basta conhecer sobre essas

habilidades: elas devem ser transformadas em

comportamentos e; que os componentes emocionais

constituem a base sobre a qual os comportamentos devem ser

estabelecidos.” (adaptado de MIRANDA e MIRANDA, 1993

apud FIORELLI, 2008, p. 209)

2. Autoconhecimento

O autoconhecimento reveste-se de importância fundamental para quem

pretende liderar pessoas, porque possibilita ao profissional alguma certeza de que

não contamina, com seus conteúdos psíquicos, os comportamentos que manifesta

e a interpretação que faz dos fenômenos que vivencia. (Fiorelli, 2008)

Conhecer a si mesmo é o melhor meio para identificar os pontos fracos e

fortes, manter a firmeza emocional e, assim desenvolver estratégias para

administrar a realidade da organização e de seu liderados e a partir disso colocar

em prática as habilidades de liderança para o desenvolvimento de todos e sucesso

da empresa.

3. Convicção

De acordo com Fiorelli (2008), o líder deve ter convicção de sua capacidade

de obter sucesso e do acerto de suas decisões, combinando capacidade técnica e

equilíbrio emocional para suportar os desafios do caminho em direção à visão.

4. Autoconfiança

O líder que possui autoconfiança consegue angariar para seu lado

profissionais brilhantes e ativos que acabam por promover o crescimento não só da

equipe como do próprio líder. A autoconfiança não é a única condição para que um

líder tenha sucesso com seus liderados, porém é primordial que a tenha

desenvolvido para conseguir instigar sua equipe para o sucesso.

41

5. Comportamentos de um líder

De acordo com Fiorelli (2008), a criação da espiral de (auto) desenvolvimento,

[...] requer, além de autoconfiança, a capacidade de demonstrar, por seus

comportamentos: Expansividade; Inteligência; Estabilidade emocional; Entusiasmo;

Ousadia; Sensibilidade; Confiança; Imaginação; Espírito Crítico de seus atos; Senso

de justiça e; Disciplina.

4.4.3 Habilidades de um líder

As habilidade descritas a seguir facilitam (mas, não garantem) o exercício da

liderança: contribuem para reduzir as barreiras interpessoais, aumentar os

sentimentos de identificação e estabelecer elos emocionais.

Habilidades não se confundem com conhecimentos. Uma habilidade é um

conhecimento posto em prática. (Fiorellli, 2008)

4.4.3.1 Habilidade para observar

Observar compreende olhar atentamente para tudo e todos, buscando

perceber os mínimos detalhes que estão contidos na organização e nas pessoas.

Isso engloba ver todos os tipos de comportamentos exercidos e inerentes aos

indivíduos no decorrer do processo organizacional, propondo encaminhar ou

adequar ao caminho certo.

De acordo com Fiorelli (2008), o bom observador é paciente, busca detalhes,

usa de discrição, respeita a privacidade e persegue a neutralidade.

4.4.3.2 Habilidade para escutar

Saber ouvir não é somente uma habilidade importante para líderes, mas para

todas as pessoas. É ouvindo que se percebe o que o outro anseia, assim, escutando

mais, os líderes poderão empolgar mais sua equipe para o desenvolvimento dos

projetos da organização, já que compreenderá as ideias e anseios de seus liderados

e poderá colocar em discussão e posteriormente em prática os pontos de vista

ouvidos.

42

4.4.3.3 Habilidade para falar

A fala da pessoa que escuta pode sinalizar o grau de compreensão (Miranda

e Miranda (1993 apud FIORELLI, 2008) e, muitas vezes, a única demanda de quem

fala consiste em ser compreendido!

O bom líder comunicador é aquele que sabe expor aos seus liderados o que

realmente é preciso ser feito. Ele deve ter coerência e coesão na transmissão de

suas mensagens para que os outros entendam e compreendam o que ele quer

dizer.

A fala adequada compreende os conteúdos verbais e não verbais. Aqueles,

exigem correspondência com a escuta; estes, com as posturas. A boa fala contém

algo de reflexão, até como forma de demonstrar a existência de compreensão.

4.4.3.4 Envolvimento

O líder precisa conhecer seus liderados, para ta,l ele necessita se relacionar

com eles, procurando saber de sua qualificação técnica, de seus anseios pessoais e

profissionais, o que os motiva e dar suporte e respaldo nos projetos que estiverem

desenvolvendo, assim eles perceberão nitidamente que o seu líder realmente

compartilha dos mesmos valores.

Ver e escutar em profundidade requererem envolvimento, isto é, a capacidade

de, em um momento, fazer parte da situação que cerca o problema que o outro

apresenta (Fiorelli, 2008)

4.4.3.5 Compreensão

As habilidades já citadas acima contribuem para o desenvolvimento da

compreensão por parte dos líderes. O líder compreende as forças que movem os

liderados; adquire sensibilidade para perceber fraquezas e pontos fortes – sem isso,

não saberá neutralizar aquelas e obter resultados com estas. (Fiorelli, 2008)

O líder pode compreender as ideias, os desejos, as reivindicações de seus

liderados de diversas formas, porém ele dever ser firme e convincente de que

realmente entendeu o que lhes encaminharam, para não correr o risco de ser

também incompreendido.

43

4.4.3.6 Congruência

O liderado vê seu líder como um modelo a ser seguido, portanto este líder

deve manter a proporção, a harmonia de suas ações com o que professa. Deve

zelar pelo que fala e age, mesmo que isso o force a rever seus estilos de

comportamento, pois os liderados percebem rapidamente se algo dito está

congruente com o que está feito ou não, se as duas coisas não se encaixarem não

haverá colaboração e o líder consequentemente será visto com descrédito perante a

todos.

4.4.3.7 Dar e receber feedback

Segundo Fela Moscovici (1995), feedback é um processo de ajuda para

mudanças de comportamento; é comunicação a uma pessoa, ou grupo, no sentido

de fornecer-lhe informações sobre como sua atuação está afetando outras pessoas.

É um componente cognitivo que os líderes devem se valer para se realçar

bons comportamentos e identificar outros não tão bons assim, conseguindo superá-

los e os tornando mais produtivos.

4.4.3.8 Expressão corporal

Vários líderes conseguem identificar o que realmente seus liderados querem

dizer através de suas expressões corporais. Para tanto, ele deve observar

atentamente tudo o que o corpo sinaliza quando em confronto com o outro. Quando

consegue perceber o que o outro diz com seu corpo, o próprio líder consegue

desenvolver sua linguagem corporal e estabelecer um melhor controle de sua

consciência corporal diante dos outros. Essa é uma habilidade que pode ser

desenvolvida com técnicas e observação.

4.4.3.9 Habilidade para orientar

Reunindo todas as habilidades já descritas e executando-as de modo

transparente o líder terá uma bagagem consistente para orientar seus liderados a

executarem as funções e tarefas a eles confiados, pois ele saberá compartilhar

44

conhecimento e informações para o bom desenvolvimento das atividades de todos,

identificando o que deve ser comunicado ao liderado, utilizando uma comunicação

adequada e clara, fazendo os comunicados nos momentos oportunos,

compartilhando o motivo da orientação e, escolhendo locais que valorizará o tema e

as pessoas para que elas possam até mesmo fazerem associações de ideias e com

isso perceber a importância do tema.

4.4.4 Erros comportamentais

Há várias falhas as quais os líderes estão sujeitos a se enredar e

comprometer todo o empenho que teve para criar e manter uma legítima liderança.

Fiorelli (2008) descreve alguns erros grosseiros de comportamento, mas deixa claro

que não há de se esgotar as possibilidades de aparecem outros:

• Realizar atividades paralelas enquanto escuta;

• Permitir interrupções por terceiros;

• Escolher locais inadequados ao relacionamento interpessoal;

• Interromper em momentos inadequados;

• Atender em momento ou situação inadequada para quem escuta e;

• Preocupar-se mais em julgar do que em escutar.

4.5 Encontrando e/ou criando líderes eficazes

Líderes eficazes podem ser encontrados e formados dentro da própria

organização, por seleção, treinamento e acompanhamento freqüente, pois o

desenvolvimento da liderança se dá pela prática, pelo conhecimento e experiências

observadas e desenvolvidas de determinadas pessoas que receberam a missão de

liderar outras.

Assim sendo, Robbins (2005), afirma que todo o processo pelo qual passa

uma organização para preencher os cargos de chefia é, essencialmente, um

exercício para identificar indivíduos que possam ser líderes eficazes.

No próprio processo de seleção pelo qual um potencial líder passa, ele será

avaliado em todas suas habilidades, comportamentos e conhecimentos, através de

45

vários tipos de teste, de entrevistas e também da análise da situação, já que esta vai

determinar o estilo de líder que será necessário naquele momento ou lugar.

Há também a possibilidade de se fazer treinamentos que realmente surtam o

efeito desejado: “o desenvolvimento de líderes”. Stephen P. Robbins provoca:

“Que coisas uma pessoa pode aprender para melhorar a sua

eficácia como líder? Seria utópico imaginar que se pode

ensinar alguém a criar uma visão, mas podem-se ensinar

habilidades de implementação. Podemos treinar as pessoas

para desenvolver uma compreensão sobre conteúdos críticos

para a visão eficaz. Também podemos ensinar habilidades

como a construção de confiança e a função de mentor. O

mesmo acontece com a análise situacional. As pessoas podem

aprender a avaliar as situações, modificá-las para que se

ajustem melhor ao seu estilo, além de determinar qual

comportamento de liderança é mais eficaz para cada situação”

(ROBBINS, 2005, p. 296)

Assim fica claro que o líder pode ser uma pessoa que foi reconhecida por

determinadas habilidades ou simplesmente teve a oportunidade de assumir tal

“função”. Não importando o modo pelo qual o líder chegou a conduzir pessoas, ele

deve ter em mente que estará sempre desempenhando papéis que mobilizem seus

liderados para o alcance dos objetivos desejados pela organização.

Partindo desta premissa, ele deve entender também que seu comportamento

está sendo observado por todos aqueles que o seguem, portanto ao desenvolver

suas habilidades, policiar-se com suas falhas, corrigindo-as, expor suas

características, influenciar seus liderados a entender a cultura e a visão da

organização e com isso obter o sucesso esperado. O líder conseguirá manter um

clima favorável ao sucesso e à eficácia organizacional, já que conseguirá atrelar

seus pontos fortes e dos seus liderados para o melhor desenvolvimento da

organização e consequentemente manutenção de um clima organizacional

harmonioso e eficaz.

46

CONCLUSÃO

Conhecer pessoas, processos de grupos, cultura organizacional e o modo

como esses processos interagem entre si passou a ser uma exigência essencial de

qualquer gestor que almeje sucesso no mundo dos negócios e das organizações.

Considerando-se que um harmônico clima organizacional depende de como

os indivíduos que estão inseridos na organização são vistos e se comportam, há de

se inferir que o comportamento de um líder tem um papel de suma importância no

que tange à percepção de seus liderados.

O líder que não se posiciona de acordo com a cultura da empresa, ou que

não enxerga seu liderado como indivíduo que é, não consegue o respeito e o

acompanhamento deste nas propostas estratégicas da organização para se atingir

os objetivos. Assim, ele deve se preocupar com o tipo de comportamento que

exerce, para que este não destoe do que se espera de um líder, ou seja, a coerência

entre o que diz e age, já que o seu comportamento poderá determinar o tipo de

clima organizacional que será instalado entre seus colaboradores e o nível de

comprometimento que estes terão para com os objetivos estratégicos da

organização.

Se na organização o líder e seus liderados não compartilharem de um clima

organizacional favorável que permite a sinergia entre ambos, será impossível haver

uma influência positiva do primeiro que instigue o segundo a seguí-lo. A análise do

presente trabalho demonstrou que as habilidades e características de um líder

produzem um clima de pro atividade, em que, mesmo que conflitos apareçam, serão

habilmente resolvidos, pois a liderança eficaz é feita da motivação e satisfação que o

líder instiga em seus liderados.

Através da elaboração desta pesquisa, tentamos proporcionar uma

abordagem dos pontos fortes e fracos de um líder perante seus liderados,

demonstrando quão forte é o papel de uma liderança dentro da organização, força

esta, que influencia os outros por sua sensibilidade de perceber os sentimentos e

atitudes que eles transmitem claramente ou não, bem como da capacidade de

compreender os anseios que se passa dentro do grupo e ainda cooperar com a

facilitação da execução das tarefas.

47

Portanto, fica claro que o líder eficaz pretendido por liderados é aquele que se

adapta ao tipo de organização e consegue adequar suas habilidades no

gerenciamento do equilíbrio organizacional.

48

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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49

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50

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I – Entendendo o comportamento organizacional 11

1.1 Comportamento organizacional: conceitos e níveis 11

1.2 Cultura organizacional 12

1.5 Os gerentes/executivos nas organizações 13

1.6 Abordando equipes no comportamento organizacional 14

CAPÍTULO II – Clima organizacional 16

2.1 Conceituando e entendendo a importância de seu estudo 16

2.2 Tipos de clima e como agem os colaboradores em função deles 17

2.3 Dimensões do clima organizacional 21

2.4 Satisfação no trabalho influenciando no clima organizacional 22

2.5 Motivação no trabalho e o comprometimento dos colaboradores 24

CAPÍTULO III – Buscando entender a liderança 27

3.1 Definições, teorias e abordagens sobre liderança 27

3.2 A confiança inerente à liderança e seus tipos 30

3.3 Poder e liderança num contexto organizacional 31

CAPÍTULO IV – Líderes e sua importância entre seus colaboradores 32

4.5 Conceituando líder 32

4.6 Talentos nos líderes que fortalecem ou enfraquecem o clima organizacional de

uma empresa 33

4.7 Estilos comportamentais de líderes que influenciam o clima organizacional de

seus liderados 34

4.8 Atributos e habilidades importantes de líderes que influenciam o clima

organizacional de seus liderados 37

51

4.4.1O líder e a construção de visões 37

4.4.2 Conhecendo as características cognitivo-comportamentais dos líderes 39

4.4.3 Habilidades de um líder 41

4.4.3.1 Habilidade para observar 41

4.4.3.2 Habilidade para escutar 41

4.4.3.3 Habilidade para falar 42

4.4.3.4 Envolvimento 42

4.4.3.5 Compreensão 42

4.4.3.6 Congruência 43

4.4.3.7 Dar e receber feedback 43

4.4.3.8 Expressão corporal 43

4.4.3.9 Habilidade para orientar 43

4.4.4 Erros comportamentais 44

4.5 Encontrando e/ou criando líderes eficazes 44

CONCLUSÃO 46

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

52

FOLHA DE AVALIAÇÃO