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Doenças Crônicas e Eventos Adversos Pós Vacina Influenza Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza 2013 Informe Técnico do Ministério da Saúde Nádia Teixeira Gabriel Médica – GIRF/GO Março 2013

Doenças Crônicas e Eventos Adversos Pós Vacina Influenza · (enzima proteolítica) diminuição capilares pulmonares ... os vasos pérvios e permitir a troca gasosa, pois faz a

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Doenças Crônicas e Eventos Adversos Pós Vacina Influenza

Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza 2013

Informe Técnico do Ministério da SaúdeNádia Teixeira Gabriel

Médica – GIRF/GOMarço 2013

Influenza

Vírus da influenza = Um dos principais agentes etiológicos das

infecções respiratórias.

Gripe – Recuperação em torno de 1-2 semanas na maioria das

pessoas.

Crianças, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas =

Podem evoluir com complicações graves como pneumonia e morte.

Principal intervenção preventiva = VACINA.

Categorias de risco clínico(Listagem definida pelo MS em conjunto com sociedades científicas)

1) Doenças respiratórias crônicas,2) Doenças cardíacas crônicas,3) Doenças renais crônicas,4) Doenças hepáticas crônicas,5) Doenças neurológicas crônicas,6) Diabetes,7) Imunossupressão,8) Obesos,9) Transplantados. HÁ NECESSIDADE DE PRESCRIÇÃO MÉDICA, QUE DEVERÁ HÁ NECESSIDADE DE PRESCRIÇÃO MÉDICA, QUE DEVERÁ

SER APRESENTADA NO ATO DA VACINAÇÃO.SER APRESENTADA NO ATO DA VACINAÇÃO.

Doenças respiratórias crônicas

INDICAÇÕES DA VACINA INFLUENZA PELO PNI:-Asma em uso de corticóides inalatórios ou sistêmicos ( moderada ou grave),-DPOC,-Bronquiectasia,-Fibrose Cística,-Doenças intersticiais do pulmão,-Displasia broncopulmonar,-Hipertensão arterial pulmonar,-Crianças com doença pulmonar da prematuridade.

Doenças respiratórias crônicas

Doenças respiratórias crônicas Asma moderada ou grave: Em uso de corticóide inalatório ou

sistêmico.

- Doença inflamatória crônica das vias aéreas que resulta em

redução do fluxo de ar (edema de mucosa brônquica,

hiperprodução de muco, contração de musculatura lisa das vias

aéreas).

- Há uma hiperreatividade das vias aéreas com broncoconstrição na

presença de alérgenos (poeira, fumaças, INFECÇÕES VIRAIS).

Doenças respiratórias crônicas

Doenças respiratórias crônicas DPOC:

- Doença pulmonar obstrutiva crônica: bronquite crônica e

enfisema pulmonar.

- Principal característica: destruição dos alvéolos

pulmonares.

- Fator de risco principal: tabagismo.

- Cigarro Inflamação vias aéreas aumento da produção

de mucodiminuição movimento ciliar ativação de

macrófagos inibição alfa1-antitripsinaaumento elastase

(enzima proteolítica) diminuição capilares pulmonares

troca O2 comprometida.

Doenças respiratórias crônicas Bronquiectasia:

- Alargamento ou distorção dos brônquios por destruição de

componentes elásticos.

- Causas: Agressão por infecções, exemplo: adenovírus,

S. aureus, pseudomonas, fungos.

- Sintomas: Tosse, escarro (principalmente pela manhã),

hemoptise.

- Complicações: Abscesso pulmonar, hemoptise, pneumotórax.

Doenças respiratórias crônicas Fibrose cística:

- Também chamada mucoviscidose.

- Doença hereditária causada por mutação no gene

regulador de condutância transmembrana de fibrose

cística (CFTR), localizado no cromossomo 7.

- O gene é responsável pela produção de proteína que

regula o transporte de cloro e sódio através das

membranas de células secretoras - glândulas

exócrinas ( suor, sucos digestivos, muco).

- Manifestações clínicas mais comuns são atribuídas ao

muco mais viscoso = infecções respiratórias e má

absorção de nutrientes.

Doenças respiratórias crônicas- O muco na FC fica 30-60x mais viscoso: H2O segue o

movimento do sódio para interior célula ressecamento

do fluido intra ducto.

- Manifestações clínicas mais comuns são atribuídas ao

muco mais viscoso = infecções respiratórias e má

absorção de nutrientes.

- Diagnóstico: teste do suor (cloreto fica elevado no suor

em 99% pacientes).

Doenças respiratórias crônicas Doenças intersticiais do pulmão:

- O pulmão é sustentado por uma rede de fibras de tecido conectivo chamada interstício pulmonar.

- Eles cumprem basicamente duas funções: manter as vias aéreas e os vasos pérvios e permitir a troca gasosa, pois faz a interface entre o alvéolo e o capilar.

- Qualquer estímulo ou agente que altere o interstício causará uma doença pulmonar intersticial.

- É grupo heterogêneo de situações que podem causar inflamação e/ou cicatrização do tecido pulmonar, afetando diretamente a troca gasosa e a sustentação vascular, alveolar e de vias aéreas.

Doenças respiratórias crônicas Displasia broncopulmonar:

- Doença resultante de agressões pulmonares causadas

pelo tratamento de recém nascidos prematuros ou com

doenças pulmonares e necessitam de ventilação

mecânica.

- Diagnóstico é feito nas crianças que apresentam

dependência de oxigênio com 28 dias de vida e que

tenham alterações típicas nos raios x de tórax.

Doenças respiratórias crônicas

- Os pulmões não estão totalmente formados ao

nascimento e o número de alvéolos aumentam nos 2

primeiros anos de vida.

- Ventilação mecânica pulmonar inflamação pulmonar

cicatrizes (altera desenvolvimento normal pulmões).

- O ganho de peso e crescimento pulmonar e prevenção

de infecções são fundamentais para tratamento da

displasia broncopulmonar.

Doenças Cardíacas Crônicas

INDICAÇÕES DA VACINA INFLUNZA PELO PNI:-Doença cardíaca congênita-Hipertensão arterial sistêmica com comorbidade-Doença cardíaca isquêmica-Insuficiência cardíaca

Doenças Cardíacas Crônicas

Doenças Cardíacas Crônicas Doença cardíaca congênita:

- Doença na qual há anormalidade na estrutura ou função

do coração e que está presente no nascimento.

- Ocorre em cerca de 8 a cada 1000 nascimentos.

- Causas: infecções na gravidez, síndromes genéticas,

exposição materna a raios x, uso de bebidas alcoólicas,

doenças metabólicas materna.

Doenças Cardíacas Crônicas- Tipos:

1) Cardiopatias acianóticas (shunts esquerdo

direito) com aumento de fluxo sanguíneo pulmonar

exemplo: CIA,CIV,PCA

2) Cardiopatias cianóticas (shunts direito

esquerdo), exemplo: Tetralogia Fallot

3)Lesões estenóticas obstrutivas

exemplo: Estenose aórtica, pulmonar

Doenças Cardíacas Crônicas

Doenças Cardíacas Crônicas Hipertensão Arterial Sistêmica Com ComorbidadesHipertensão Arterial Sistêmica Com Comorbidades:- A mais comum das doenças cardiovasculares e fator de

risco principal para AVC, IAM e doença renal crônica.- Brasil: 17 milhões de portadores (35% da população > 40

anos).- HAS: PA > ou = 140/90mmHg.- Controle: Necessidade de diminuir ingestão sal, controle

de peso, atividade física, controle tabagismo e uso de bebidas alcoólicas.

- Comorbidades associadas a HAS: Diabetes, dislipidemias, obesidade, DPOC, doença renal crônica.

Doenças Cardíacas Crônicas Cardiopatia isquêmica:- Doença que cursa com isquemia (diminuição do

fornecimento de sangue) geralmente devido uma aterosclerose coronariana.

- Sintomas: dores no peito ou angina súbita.- Fatores de risco: tabagismo, hipercolesterolemia, DM,

HAS.

Doenças Cardíacas Crônicas

Insuficiência cardíaca:

- Condição que o coração não está muito capacitado para

manter as necessidades circulatórias do organismo,

falha como bomba e não envia o sangue que recebe

adiante.

- Causas: Infarto agudo do miocárdio, aterosclerose,

hipertensão arterial sistêmica, enfisema pulmonar.

Doenças renais crônicas:

Doenças renais crônicas:INDICAÇÃO DA VACINA INFLUENZA PELO PNI:-Doença renal nos estágios 3,4 e 5-Síndrome nefrótica-Paciente em diálise

Doenças renais crônicas: Doença Renal Crônica:

- Indivíduo que apresente, independente da causa, taxa de

filtração glomerular (TFG) < 60/min/1,73m² ou TFG >

60/min/1,73m² associado a pelo menos um marcador

de dano renal com proteinúria presente a pelo menos 3

meses.

- TFG: Capacidade do rim em eliminar uma substância

do sangue. Volume de sangue que é completamente

depurada por unidade de tempo.

Doenças renais crônicas:

Doenças renais crônicas: Síndrome Nefrótica:

- É o conjunto de sinais e sintomas e achados laboratoriais

que ocorrem quando há um aumento de permeabilidade

dos glomérulos renais às proteínas ocasionando em

proteinúria.

- Além da proteinúria o paciente apresenta

hipoalbuminemia, edema generalizado e hiperlipidemia.

Doença hepática crônica:INDICAÇÕES DA VACINA INFLUENZA PELO PNI:-Atresia biliar-Hepatites crônicas(exemplo: Hepatite B, C, autoimune)-Cirrose

Doença hepática crônica:Atresia Biliar:

- Caracteriza-se por uma obstrução progressiva das vias

biliares extra-hepáticas, não há a excreção da bile para

o intestino e assim quadro de colestase.

- Sofrimento hepático progressivo = cirrose biliar

- Causa é desconhecida, embora haja referência à

etiologia viral, imunológica ou a associação delas.

Atresia de Vias Biliares

Doença neurológica crônica:INDICAÇÃO DA VACINA INFLUENZA PELO PNI:

- Condições em que a função respiratória pode estar

comprometida pela doença neurológica.

- Necessidades clínicas individuais dos pacientes incluindo:

AVC, paralisia cerebral, esclerose múltipla e condições

similares.

- Doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou

muscular.

- Deficiência neurológica grave.

Diabetes

-Diabetes tipo I em uso de medicamentos (insulino-dependente):

Ocorre na infância onde há destruição autoimune das

células pancreáticas produtoras de insulina.

-Diabetes tipo II em uso de medicamentos:

Associado a obesidade onde há uma resistência

periférica à insulina.

Imunossupressão-Imunodeficiência congênita ou adquirida.

-Imunossupressão por doenças ou medicamentos.

Obs.: Os tratamentos com imunossupressores ou radioterapia

podem reduzir ou anular a resposta imunológica. Esse

fenômeno NÃO se aplica aos corticosteroides utilizados na

terapêutica de reposição, em tratamentos sistêmicos de curto

prazo (menos de 2 semanas) ou por outras vias de

administração que não causem imunossupressão.

ObesosObesidade Grau III:

-O índice de massa corpórea (IMC)= peso dividido pela

altura ao quadrado (peso/altura²).

• IMC= 25 e 30 sobrepeso.

• IMC= 30 e 40obesidade correlacionada com risco de

doença cardíaca e de câncer em mulheres e homens.

• IMC= Acima de 40 obesos grau 3, risco de morte.

Pacientes não conseguem executar tarefas cotidianas e

necessitam de cirurgia.

Transplantados- Órgãos sólidos - Medula óssea

Vigilância dos Eventos Adversos pós - vacinação

• Evento Adverso pós – vacinação:

É todo agravo relacionado temporalmente à vacinação, causado ou

não pela vacina administrada.

• Vacina Influenza sazonal: São seguras e bem toleradas. São

constituídas de vírus inativado ou seja, vírus morto e assim não

podem causar doença. Processos agudos respiratórios (gripe ou

resfriados) após a administração da vacina significam processos

COINCIDENTES e não estão relacionados com a vacina.

Vigilância dos Eventos Adversos pós - vacinação

Manifestações locais:

- Dor, sensibilidade no local da injeção, eritema e

enduração (10 a 64%) – Resolução em 48h.

- Abscessos (associados com infecção secundária ou

erros de técnica de aplicação).Manifestações sistêmicas:

- Febre, mal estar, mialgia que podem começar entre 6

-12 h após vacinação e persistir por 1 a 2 dias.

Vigilância dos Eventos Adversos pós - vacinação

- Reações de hipersensibilidade: as reações anafiláticas

são raras e podem ser devido a qualquer componente

da vacina. Reações anafiláticas graves relacionadas a

doses anteriores também contraindicam doses

subsequentes.

- Pessoas com historia de alergia grave a proteína de

ovo de galinha, assim com qualquer outro componente

da vacina devem ser avaliadas pelo médico e vacinadas

no CRIE.

Vigilância dos Eventos Adversos pós - vacinação

- Manifestações neurológicas: Algumas vacinas de

vírus atenuados ou mortos podem anteceder a

Síndrome de Guillain Barré (polirradiculopatia

inflamatória com lesão de desmielinização, parestesias e

déficit motor ascendente de intensidade variável) em no

máximo 42 dias. Até o momento, é desconhecido se a

vacina influenza pode aumentar o risco de recorrência

da SGB em indivíduos com história pregressa desta

doença.

Tipo Sintomas Tempo decorrente da aplicação

Conduta

Manifestações locais

Dor e sensibilidade no local da injeção, eritema e enduração.Os abscessos normalmente encontram-se associados com infecção secundária ou erros na técnica de aplicação.

ocorrem em 10% a 64% dos pacientes, sendo benignas e autolimitadas geralmente resolvidas em 48 horas.

Notificar e investigar todos os casos. Na maioria dos casos há recuperação espontânea, não requerem atenção médica.

Manifestações sistêmicas

Gerais leves: febre, mal estar e mialgia, mais frequentes em pessoas que não tiveram contato anterior com os antígenos da vacina (por exemplo as crianças)

Ocorrem entre 6 e 12 horas após a vacinação e persistem por um a dois dias.

Manifestações leves e moderadas não contra-indicam doses subsequentes.

Reações de hipersensibilidade

Reações anafiláticas são raras e podem ser devido à hipersensibilidade a qualquer componente da vacina

Ocorrem geralmente em menos de duas horas após a vacinação, principalmente na primeira meia hora.

Contra-indicam doses subseqüentes.

Manifestações neurológicas

Raramente podem anteceder a Síndrome de Guillain Barré (SGB). Até o momento, é desconhecido se a vacina da influenza pode aumentar o risco de recorrência da SGB em indivíduos com história pregressa desta patologia

Geralmente, os sintomas aparecem entre 7 a 21 dias, no máximo até 42 dias (7 semanas) após a exposição ao possível agente desencadeante.

Os riscos e benefícios devem ser discutidos

com o médico.

EAPV

Obrigada e bom dia a todos!!

“A satisfação reside no esforço, não no resultado obtido. O esforço total é a plena vitória”

Gandhi