Dom casmurro - Julgamento da Capitu

Embed Size (px)

Citation preview

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SO PAULO

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

I-

INTRODUO

Nesse julgamento, iremos tratar de um caso de adultrio entre Capitolina Pdua Santiago com Ezequiel de Sousa Escobar, que gerou um filho Ezequiel Albuquerque de Santiago possivelmente fruto desse romance. Iremos defender o cnjuge da acusada, Bento Santiago que teve sua vida destruda.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

II- PERFIL PSICOLOGICO DOS ENVOLVIDOSBento Santiago ou Bentinho: o narrador e pseud. autor da obra. Na velhice, momento da narrao, um homem fechado, solitrio e triste. As lembranas de um passado doloroso tornaram-no um individuo de poucos amigos. Desde menino, fora sempre mimado pela me, pelo tio Cosme, por prima Justina e pelo agregado Jos Dias. Isso o tornou um individuo inseguro e dependente, incapaz de tomar decises por conta prpria e resolver seus prprios problemas. Essa insegurana foi, sem dvida, geradora dos cimes e da suspeita de adultrio que estragaram sua vida. Capitolina ou Capitu: Ao contrrio de Bentinho, muito segura de si; desde menina aproveitou-se da desateno dos pais para firmar-se em suas ideias e princpios. Capitu forte e determinada, sempre procurando atingir seus objetivos, como acontece em relao conquista de Bentinho e sada deste do seminrio. Tem olhos de cigana oblqua e dissimulada, como constatou Jos Dias. Segundo Bentinho, tem olhos de ressaca, fortes como as ondas do mar que parecem trazer para dentro de si as pessoas. Sua capacidade para dissimular tambm contrasta com a falta de esperteza de Bentinho. Praticamente, forou o primeiro beijo do casal. Depois venceu as resistncias da famlia de Bentinho; aproximou-se de D. Glria depois que o namorado foi para o seminrio, tornando-se indispensvel. Talvez tenha sido essa mesma fora e segurana que a impediram de defender-se quando acusada de adultrio. Jos Dias: agregado na casa de D. Glria desde os tempos do marido. Individuo que tem mania de usar superlativos. Veste-se moda antiga. Teria cinquenta e cinco anos. Depois de muitos anos em casa de D. Glria, passa a fazer parte da famlia, sendo ouvido pela velha senhora. No apenas cuida de Bentinho: protege-o de forma paternal (ou maternal, como prefere o narrador). D. Glria: Me de Bentinho fica viva muito cedo e cria o filho com a ajuda de Jos Dias, tio Cosme e prima Justina. Mulher determinada e de fibra, administrava com rigor os bens deixados pelo marido.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

Prima Justina: Tambm viva, no costuma gostar de ningum, j que compara todos com o falecido marido. Segundo tio Cosme, quando este ltimo era vivo, viviam brigando. tambm fofoqueira. Escobar: Ezequiel Escobar foi colega de seminrio de Bentinho e tambm no tinha vocao para o sacerdcio. Melhor amigo de Bentinho. Gosta de matemtica e do comercio. Quando sai do seminrio, consegue dinheiro emprestado de D. Glria para comear seu prprio negocio. Casa-se com Sancha, melhor amiga de Capitu. Morre afogado depois de enfrentar a ressaca do mar. Ezequiel: Filho de Capitu e Bentinho, embora Bentinho acredite que seja filho de Escobar, com quem se parece demasiadamente. Quando pequeno, imitava as pessoas. Estuda antropologia e morre de febre tifoide perto de Jerusalm.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

III- FRAGMENTO DO LIVROCap. XLIV O primeiro filho (pg. 79, 80 e 81. Dom Casmurro Machado de Assis. Coleo Grandes Mestres da Literatura Brasileira, Vol. 5. Editora Escala 2 Edio) - D c, deixe escrever uma cousa. Capitu olhou para mim, mas de um modo que me fez lembrar a definio de Jos Dias, oblquo e dissimulado; levantou o olhar, sem levantar os olhos. A voz, um tanto sumida, perguntou-me: - Diga-me uma coisa, mas fale verdade, no disfarce; h de responder com o corao na mo. Cap. XXXII Olhos de ressaca (pg. 54, 55 e 56. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). Tinha-me lembrado a definio que Jos Dias dera deles, "olhos de cigana oblqua e dissimulada." Eu no sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. [...] Olhos de ressaca? V, de ressaca. o que me d idia daquela feio nova. Traziam no sei que fluido misterioso e enrgico, uma fora que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para no ser arrastado, agarrei-me s outras partes vizinhas, s orelhas, aos braos, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas to depressa buscava as pupilas, a onda que saa delas vinha crescendo, cava e escura, ameaando envolver-me, puxar-me e tragar-me [...]. NOTA: Nesses trechos observamos dois pontos. Primeiramente retomamos a definio feita por Jos Dias, onde comeamos reparar nos olhos de Capitu, os olhos ditos como profundos inexplicveis e enganadores. Olho de ressaca como o autor coloca, olhos que assim como as ondas profundas ameaam avanar e tudo tragarem. E por ultimo introduz ao captulo 72 olhos de ressaca, cuja funo na trama fundamental.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

IV- FRAGMENTO DO LIVROCap. CXXIII- Olhos de ressaca (pg. 160 e 161. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). [...] No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadver to fixa, to apaixonadamente fixa, que no admira lhe saltassem algumas lgrimas poucas e caladas... [...] Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar l fora, como se quisesse tragar tambm o nadador da manh.

NOTA: Nesse trecho mostra fortes impresses que os gestos de Capitu durante o velrio deixam no narrador, que aproveita para retomar a imagem dos olhos de ressaca. O episdio mostra mais um indcio de suspeita de adultrio da Capitu. Pois olha para o defunto tal como fosse a prpria viva.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

V-

FRAGMENTO DO LIVRO

Cap. CIX - Um filho nico (pg. 146. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). "Ezequiel, quando comeou o captulo anterior, no era ainda gerado; quando acabou era cristo e catlico. este outro destinado a fazer chegar o meu Ezequiel aos cinco anos, um rapago bonito, com seus olhos claros, j inquietos [...]" - Definio de Escobar: "era um rapaz esbelto, olhos claros, um pouco fugitivos, como as mos,... como tudo". Fugitivos - inquietos

NOTA: Nesse trecho temos uma pequena descrio de Ezequiel, assim como visto tinha caracterstica que j lembravam Escobar.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

VI- FRAGMENTO DO LIVROCap. CXII - As imitaes de Ezequiel (pg. 149 e 150. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). "- Imitar os gestos, os modos, as atitudes. imita prima Justina, imita Jos dias; j achei at um jeito dos ps de Escobar e dos olhos..." NOTA: J podemos observar que Ezequiel no s tinha caractersticas fsicas, mas tambm no jeito de se comportar, suas imitaes eram de pessoas prximas, mas no do pai e sim de Escobar.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

VII- FRAGMENTO DO LIVROCap. XVIII Um Plano (pg. 41, 42 e 43. Dom Casmurro Machado de Assis. Coleo Grandes Mestres da Literatura Brasileira, Vol. 5. Editora Escala 2 Edio) Pai nem me foram ter conosco, quando Capitu e eu , na sala de visita, falvamos do seminrio. [...] [...] Capitu, a principio, no disse nada. Recolheu os olhos, meteu os em si e deixou estar com as pupilas vagas e surdas, a boca entreaberta, toda parada. [...] Capitu no parecia sequer ouvir; era uma figura de pau. [...] Essa criatura que brincara comigo, que pulara, danara, creio at que dormira comigo, deixava-me agora com os braos atados e medrosos. Enfim, tornou a si, mas tinha a cara lvida, e rompeu nestas palavras furiosas: - Beata! Carola! Papa-Missas! [...]. Capitu gostava tanto de minha me, e minha me dela, que eu no podia entender tamanha exploso. verdade que tambm gostava de mim, e naturalmente mais, ou melhor, ou de outra maneira, cousa bastante a explicar o despeito que lhe trazia a ameaa de separao; mas os improprios, como entender que lhe chamasse nomes to feios, e principalmente para deprimir costumes religiosos, que eram os seus? [...] [...] A teno de Capitu estava agora particularmente nas lgrimas de minha me; no acabava de entend las. Em meio disto, confessou que certamente no era por mal que minha me me queria fazer padre; era a promessa antiga que ela, temente a Deus, no podia deixar de cumprir. [...] Capitu deixou se ir, rindo; depois a conversa entrou a cochilar e dormir. [...] [...] Como vs, Capitu, aos quatorze anos, tinha j idias atrevidas, muito menos que outras que lhe vieram depois; mas eram s atrevidas em si, na prtica faziam se hbeis, sinuosas, surdas, e alcanavam o fim proposto, no de salto, mas aos saltinhos. [...] NOTA: Capitu apresentava uma personalidade forte. Jovem j tinha ideias atrevidas, determinada procurava atingir seus objetivos.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

VIII- FRAGMENTO DO LIVROCap. XLV Abane a cabea, leitor (pag. 81, Dom Casmurro Machado de Assis. Coleo Grandes Mestres da Literatura Brasileira, Vol. 5. Editora Escala 2 Edio) [...] Foi assim mesmo que Capitu falou, com tais palavras e maneiras. Falou do primeiro filho, como se fosse a primeira boneca. [...] NOTA: Capitu mostra frieza ao falar do primeiro filho. Diz de modo que demonstra no se importar em vir um dia a tlo.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

IX-

FRAGMENTO DO LIVRO

Cap. CVI - Dez libras esterlinas (pg. 141, 142 e 143. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). [...] Uma noite perdeu-se em fitar o mar, com tal fora e concentrao, que me deu cimes. Voc no me ouve, Capitu. Eu? Ouo perfeitamente. O que que eu dizia? Voc...voc falava de Srius. Qual Srius, Capitu. H vinte minutos que eu falei de Srius. Falava de... Falava de Marte, emendou ela apressada. Realmente, era de Marte, mas claro que s apanhara o som da palavra, no o sentido. Fiquei srio, e o mpeto que me deu foi deixar a sala, Capitu, ao perceb-lo, fez-se a mais mimosa das criaturas, comeou-me na mo, confessou-me que estivera contando, isto , somando uns dinheiros para descobrir certa parcela que no achava. Tratava-se de uma converso de papel em ouro. [...] Mas que libras so essas? perguntei-lhe no fim. Capitu fitou-me rindo, e replicou que a culpa de romper o segredo era minha. [...] Quem foi o corretor? O seu amigo Escobar. Como que ele no me disse nada? Foi hoje mesmo. Ele esteve c? Pouco antes de voc chegar; eu no disse para que voc no desconfiasse. [...] No dia seguinte, fui ter com Escobar ao armazm, e ri-me do segredo de ambos. Escobar sorriu e disse-me que estava para ir ao meu escritrio contar-me tudo. A cunhadinha (continuava a dar este nome a Capitu) tinha-lhe falado naquilo por ocasio da nossa ltima visita a Andara, e disse-lhe a razo do segredo. [...] NOTA: Ao se fixar os olhos, ponto de se perder, eu uma noite, consequentemente em algo se deve estar pensando, aps as perguntas do marido, Capitu se faz doce e como se tivesse algo a esconder conta do dinheiro que economizou com ajuda de Escobar que o mesmo nem desconfiava que estivera em sua casa. Escobar trata Capitu com tal intimidade, que podemos perceber que algo poderia estar ocorrendo entre eles.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

X-

FRAGMENTO DO LIVRO

Cap. LXXIII O contra-regra (pg. 107 e 108. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). O cavaleiro no se contentou de ir andando, mas voltou a cabea para o nosso lado, o lado de Capitu e olhou para Capitu, e Capitu para ele; o cavalo andava, a cabea do homem deixava-se ir voltando para trs[...] A rigor, era natural admirar as belas figuras; mas aquele sujeito costumava passar ali, s tardes; morava no antigo Campo da Aclamao, e depois... e depois... [...] Cap. LXXVI - Explicao. (pg. 109 e 110. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). No ceei e dormi mal. Na manh seguinte no estava melhor, estava diferente. A minha dor agora complicava-se do receio de haver ido alm do que convinha, deixando de examinar o negcio. Posto que a cabea me doesse um pouco, simulei maior incmodo, com o fim de no ir ao seminrio e falar a Capitu. Podia estar zangada comigo, podia no querer-me agora e preferir o cavaleiro. Quis resolver tudo, ouvi-la e julgla; podia ser que tivesse defesa e explicao. Tinha ambas as cousas. Quando soube a causa da minha recluso da vspera, disse-me que era grande injria que lhe fazia; no podia crer que depois da nossa troca de juramentos, to leviana a julgasse que pudesse crer... E aqui romperamlhe lgrimas, e fez um gesto de separao; mas eu acudi de pronto, peguei-lhe das mos e beijei as com tanta alma e calor que as senti estremecer. Enxugou os olhos com os dedos, eu os beijei de novo, por eles e pelas lgrimas; depois suspirou, depois abanou a cabea. Confessou-me que no conhecia o rapaz, seno como os outros que ali passavam s tardes, a cavalo ou a p. Se olhara para ele, era prova exatamente de no haver nada entre ambos; se houvesse, era natural dissimular. - E que poderia haver, se ele vai casar? concluiu. - Vai casar?

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

Ia casar, disse-me com quem, com uma moa da Rua dos Barbonos. Esta razo quadrou-me mais que tudo, e ela o sentiu no meu gesto; nem por isso deixou de dizer que, para evitar nova equivocao, deixaria de ir mais janela. - No! no! no! no lhe peo isto! Consentiu em retirar a promessa, mas fez outra, e foi que, primeira suspeita da minha parte, tudo estaria dissolvido entre ns Aceitei a ameaa, e jurei que nunca a haveria de cumprir; era a primeira suspeita e a ltima.

NOTA: No primeiro trecho o narrador desconfia dos olhares ente Capitu e o cavaleiro. J no segundo temos a promessa feita por Capitu de que tudo estaria terminado entre eles, se Bentinho suspeitasse novamente dela, ser comprida como se ver mais tarde, j que ela no se defende das acusaes de adultrio feitas por Bentinho e aceita a separao. Isso ser, sem duvida, uma prova da retido moral e da fora de Capitu e da insegurana de Bentinho.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XI- FRAGMENTO DO LIVROCap. XXXIII - O penteado (pg. 56 e 57. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). No quis, no levantou a cabea, e ficamos assim a olhar um para o outro, at que ela abrochou os lbios, eu desci os meus, e.... Grande foi a sensao do beijo; Capitu ergueu-se, rpida, eu recuei at parede com uma espcie de vertigem, sem fala, os olhos escuros. Quando eles me clarearam vi que Capitu tinha os seus no cho. No me atrevi a dizer nada; ainda que quisesse, faltava-me lngua. Preso, atordoado, no achava gesto nem mpeto que me descolasse da parede e me atirasse a ela com mil palavras clidas e mimosas... No mofes dos meus quinze anos, leitor precoce. Com dezessete, Des Grieux (e mais era Des Grieux) no pensava ainda na diferena dos sexos .DES GRIEUX: Protagonista do romance francs Manon Lescaut, escrito em 1731 pelo abade Prvost, onde se desenvolve uma anlise implacvel da paixo amorosa, que arrasta o heri perdio, levando-o da condio de adolescente e ingnuo a percorrer os caminhos da corrupo e da condenao. Sua amante Manon, personagem encantadora e vaidosa, amoral e incapaz de renunciar tentao de um prazer, leva perdio um homem ingnuo, fraco e exaltado.

NOTA: O primeiro beijo dos dois enamorados j reflete a diferena de comportamento entre eles. Capitu praticamente fora o beijo, demonstrando sua determinao a maturidade. Bentinho deixa-se levar e terminar o beijo sem relao nenhuma.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XII- FRAGMENTO DO LIVROCap LXXIV - A presilha (pg. 108. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). [...] A visita de Jos Dias lembrou-me o que ele me dissera no seminrio: Aquilo enquanto no pegar algum peralta da vizinhana que case com ela.... CAPTULO LXII - Uma ponta de Iago (pg. 93, 94 e 95. Dom Casmurro Machado de Assis. Srie Bom Livro. Editora tica 28. Edio). A pergunta era imprudente, na ocasio em que eu cuidava de transferir o embarque. Equivalia a confessar que o motivo principal ou nico da minha repulsa ao seminrio era Capitu, e fazer crer Improvvel a viagem. Compreendi isto depois que falei; quis emendar-me, mas nem soube como, nem ele me deu tempo. - Tem andado alegre, como sempre; uma tontinha. Aquilo enquanto no pegar algum peralta da vizinhana, que case com ela... Estou que empalideci; pelo menos, senti correr um frio pelo corpo todo. A notcia de que ela vivia alegre, quando eu chorava todas as noites, produziu-me aquele efeito, acompanhado de um bater de corao, to violento, que ainda agora cuido ouvi-lo. NOTA: Podemos ver o que Jos Dias pensa de Capitu, que uma garota solta e seu nico interesse casar. No outro vemos que Capitu no sentiu a falta de Bentinho enquanto o mesmo est no seminrio, ele por outro lado mostra-se muito triste com a ausncia da amada.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XIII- EVIDNCIA DNA

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XIV- EVIDNCIA PROBABILIDADE

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XV- INFORMAOQuanto tempo vou demorar para engravidar? Escrito para o BabyCenter Brasil Aprovado pelo Conselho Mdico do BabyCenter Brasil difcil dizer com preciso quanto tempo vai demorar para algum engravidar. Apresentamos aqui, porm, algumas estatsticas que podem ajud-la a ter uma idia. Em condies normais, um casal frtil tem entre 20 e 30 por cento de chance de conceber uma criana a cada ciclo menstrual. Cerca de 85 por cento dos casais em geral consegue engravidar dentro de um ano mantendo relaes sexuais frequentes, sem proteo. Metade do restante consegue a gravidez se continuar tentando por mais um ano. Isso quer dizer que alguns casais podem engravidar j no primeiro ms de tentativas, e para outros pode levar at dois anos para a concepo acontecer. E h a pequena parcela que demora ainda mais tempo. Determinados fatores sabidamente tm impacto sobre a fertilidade. So eles: A idade, a alimentao e o estilo de vida da mulher. A idade do parceiro, a alimentao, o estilo de vida e at as atividades profissionais. Doenas crnicas Problemas na sade reprodutiva A frequncia das relaes sexuais. tentador achar que, sabendo exatamente o dia da ovulao, vai dar para engravidar mais rpido. Os especialistas em fertilidade, porm, no so muito favorveis a que as mulheres acompanhem cada detalhe do ciclo menstrual, com tcnicas para detectar a ovulao (existem at testes de farmcia) para acelerar o processo, se elas no apresentarem nenhum problema a priori. Essa estratgia causa muito estresse e expectativa, e acaba com a naturalidade do relacionamento, j que preciso sincronizar a vida sexual com os dias frteis.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

Alm disso, fatores como estresse, viagens e mudanas alimentares podem facilmente mudar o dia da ovulao, mesmo em mulheres regulares. O ideal manter relaes sexuais frequentes, cerca de trs vezes por semana, para garantir que sempre haja espermatozoides no lugar certo na hora em que voc ovular. Em todo o caso, voc pode usar nossa calculadora da ovulao para ter uma ideia dos dias em que tem mais chances de ficar grvida. Como a maioria das mulheres passa bastante tempo evitando a gravidez, na hora em toma a grande deciso de comear a tentar fica com a impresso de que ter o mesmo tipo de controle sobre o corpo que tinha na poca em que usava os mtodos contraceptivos. Procure escapar dessa armadilha, deixando as coisas acontecerem naturalmente. Os especialistas costumam recomendar que um casal s procure ajuda para uma possvel infertilidade depois de um ano de tentativas frustradas, exceto se houver algum problema j conhecido, relacionado aos fatores acima (idade da mulher acima dos 35 anos, por exemplo, ou doenas especficas).

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XVI- INFORMAES GRAFICOS

A tabela explica as taxas de natalidade e mortalidade para o perodo. Notamos que os ndices de natalidade para a poca eram vastos.

A pesquisa demonstra que quanto menor a idade feminina, maior a possibilidade de traio.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XVII-COMPROVAO DE INFERTILIDADECapitulo CIV As pirmides (pargrafo II e VII)* [...] Ao fim de dous anos de casado, salvo o desgosto grande de no ter um filho, tudo corria bem. [...] Capitu pedia-o em suas oraes, eu mais de uma vez dava por mim a rezar e pedi lo. J no era como em criana; agora pagava antecipadamente, como os aluguis da casa. Capitulo CVIII Um Filho (pargrafo II)* [...] ... As invejas morreram, as esperanas nasceram, e no tardou que viesse ao mundo o fruto delas. No era escasso nem feio, como eu j pedia, mas um rapago robusto e lindo. [...]

*Textos extrados do livro Dom Casmurro de Machado de Assis Para reforarmos nossa constatao entrevistamos o professor de biologia, Robson Ciatti, da Escola Estadual Professor Leopoldo Santana, em So Paulo, SP. Entrevista, esta, anexada ao DVD de prova.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

-REPORTAGEM

Fonte: www.terra.com.br/saude/sexo/consultorio/2002/09/22/000.htm

Constatao Podemos concluir atravs do depoimento dado pelo Sr. Bento de Albuquerque Santiago* e os conhecimento que nos traz esta reportagem que, este tem cerca de 99,9% de possibilidades existia, ainda, o uso de anticoncepcionais. de ser um homem infrtil. No descartamos que na poca descrita no E se esses eram um casal que estava a tentar uma gravidez, no h motivos de esta ser evitada, por um logo perodo, dando a concretizao da esterilidade do Sr. Bento e infidelidade sua parceira.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XVIII-

DEPOIMENTOS

Relao de entrevistados com Bento de Albuquerque Santiago, este que acusa sua cnjuge Capitolina Santiago de adultrio, com seu conhecido de muito prestigio, Ezequiel de Sousa Escobar. o Maria da Glria Fernandes Santiago Me. o Justina Fernandes Santiago Prima de 2 grau. o Jos Dias Agregado da famlia o Sancha Gurgel Escobar Nenhuma relao de parentesco. Amiga da acusada, casada com Ezequiel de Sousa Escobar. o Depoimento de destaque: Bento de Albuquerque Santiago

Todas referncias citada nos depoimentos fora retiradas do livro Dom Casmurro de Machado de Assis. Coleo Grandes Mestres da Literatura Brasileira, volume 5, Editora Escala, 2 edio. Contendo modificaes, para adequar o contexto de acusao.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XIX- DEPOIMENTOBento de Albuquerque de Santiago

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XX-

DEPOIMENTO

Maria da Glria Fernandes Santiago Quando meu querido Bentinho fora para o seminrio, Capitu foi minha salvao; fazia-me companhia, passvamos as tardes juntas conversando, bordando... Compensando a falta de meu filho com sua presena harmoniosa; havia ganhado mais um filho, que Deus no me concedeu. (Cap. LXVI, pargrafo I; Cap. LXXX, pargrafo VII) Foi ela quem sugerira que adotasse uma criana, um substituto para pagar a promessa no lugar de meu filho. (Cap. XCVI, pargrafo III) Muito me agradou o casamento deles. Porm meu filho, no seria mais meu Bentinho, mas so coisas da vida... (Cap. C, pargrafo III) Quando Ezequiel, meu neto, nasceu fora uma felicidade, tanto para mim quanto para Bentinho. Mas ao passar do tempo, enquanto aquela criana crescia, algo no me parecia est certo. No tinha convico se aquele garotinho pertencia ao meu sangue. Por esse motivo no fiz mais questo de sua presena em minha casa. Se meu Bento percebeu meu afastamento, no tenho conhecimento, s no queria que ele sofresse... Nunca deveria ter permitido que este abandonasse o sacerdcio. (Cap. CVIII, pargrafo II; Cap. CXV, pargrafo IV)

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XXI- DEPOIMENTOJustina Fernandes Santiago Capitu, por mais que tivesse modos, gravidade, costumes, trabalhara para os seus, tinha amor famlia, no discordo da opinio que Jos Dias tinha dela. Capitolina era dissimulada. (Cap. XXII) Mesmo quando Bentinho foi para o seminrio e Capitu no saiu mais de casa, por companhia a prima Glria, a sua presena l, era-me de muito incomodo, porm a vida cheia de obrigaes que a gente cumpre, por mais vontade que tenha de infringi-las deslavadamente. (Captulo LXVI, pargrafo III e IV.) No desprovejo de dvida, que ao invs de fazer companhia a sua amiga Sancha, esta ficara a namorar os peraltas da vizinhana. (Cap. LXXXI, pargrafo I) J Escobar era um tanto metedio, tinha olhos de policias que no escapava-lhe nada, s que esses olhos no me agradava. (Cap. XCIII, pargrafo III) O casamento de Capitu e Bentinho nunca foi do meu agrado, nunca tive total confiana naquela rapariga. (Cap. C, pargrafo II)

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XXII- DEPOIMENTO

Jos Dias Como agregado da famlia vejo-me na obrigao de falar sobre, o que conheo daquela afoita. Capitu, apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu... Era assim, de cigana obliqua e dissimulada. Mas este poderia passar se no fossem a vaidade e a ondulao dela. (Cap. XXV, pargrafo I) Quando o Bento foi para o seminrio andava toda alegre, aquela tontinha. Aquilo enquanto no pegasse algum peralta da vizinhana, que se casasse com ela no sossegaria. (Cap. LXII, pargrafo I) Para Bentinho, fiz-me de conselheiro, a respeito de seu casamento com Capitolina. Eu sabia que aquela intimidade toda de vizinhos acabaria nisto. Porm no fora de empecilho para que no agisse ironicamente. Tinha conhecimento que aquela exagerada afeio, a idealizao Capitu, era a maior companheira de Bentinho. (Cap. C, pargrafo II) Quando o filho do homem veio a calhar na vida de Bento, no tive mais incertezas sobre a dissimulao de Capitu. Mas a concretizao, tive quando esta se recusou a enviar-me da Europa (lugar para onde fora depois da separao), o retrato do menino para v-lo. Eu o nico ter a displicncia de corresponder-me com ela. (Cap. CXVI, pargrafo II; Cap. CXLIII, pargrafo I)

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XXIII-

DEPOIMENTO

Sancha Gurgel Escobar Capitu sempre fora minha amiga, crescemos juntas. Lembro-me que quando cair doente, ela cuidou de minha pessoa. (Cap. LXXXI) Conheci meu esposo, Ezequiel, atravs das relaes que ele travou com meu pai, nos casamos assim com Capitu e Bento. Mesmo depois de casadas continuamos amigas prximas, do mesmo modo que nossos esposos. (Cap. XCVIII, pargrafo V; Cap. CIV, pargrafo IV) Meu marido teve um relacionamento extraconjugal com uma atriz de teatro ou bailarina, deste detalhe no tenho conhecimento, mas sempre fui muito discreta, at mesmo, por conta de nossa filha. (Cap. CIV, pargrafo V) O que me incomodou bastante foi a viagem, quatro que Escobar props. Bento percebeu minha inquietao. Algo havia de errado com aquela histria de viagem quatro, um interesse mtuo. (Cap. CXVIII, pargrafo IV) Porm a viagem no vingou, meu Escobar faleceu antes. Ento depois do ocorrido mudei-me com minha filha para casa de uns parentes no Paran e no tive mais contato com Capitu e Bento. (Cap. CXXI; Cap. CXXVIII, pargrafo V)

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XXIV- ANEXO - DVD

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XXV- TESE - CIENTIFICAProvado cientificamente o adultrio de Capitolina A. de Santiago, Capitu, por meio de provas concretas anexadas aos altos, atravs do exame laboratorial de DNA, feito com mechas de cabelo da criana Ezequiel Albuquerque de Santiago, com a do suposto pai Bento de Albuquerque Santiago e do teste de probabilidade realizado, confirmam o no vinculo biolgico entre Ezequiel e Bento. Atestamos tambm a possibilidade de 99,9% de chance de infertilidade deste. Consta no teste de probabilidade, que Bento Santiago um homem de pele clara, cabelo escuro e olhos escuros, sua me e seu pai tambm possuem estas caractersticas, e Capitolina uma mulher de pele clara, olhos claros e cabelo escuro, sendo assim Ezequiel A. de Santiago, criana de cabelos claros, olhos e pele clara, no pode ser filho de Capitolina com Bento Santiago. A confirmao da infertilidade de nosso cliente foi dada por seu prprio depoimento (Livro Don Casmurro, Machado de Assis; Cap. CIV As pirmides, pargrafo II e VI), e constatada pela entrevista, que nos fora concedida, no dia 19 de outubro de 2011 pelo professor de biologia, Robson Ciatti da Escola Estadual Professor Leopoldo Santana, em So Paulo, SP. Alm da reportagem extrada do site: http://www.terra.com.br/saude/sexo/consultorio/2002/09/22/00 0.htm, s 15h35min, do dia 19 de outubro de 2011. O teste de DNA prova que Ezequiel A. de Santiago tem 0,0% de chances de ser filho biolgico de Bento Santiago. Portanto, atravs de provas concretas, anexamos aos altos, que Ezequiel A. de Santiago no filho biolgico de Bento A. Santiago com Capitolina A. de Santiago, provando contudo, a infidelidade da

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XXVI-TESE FATORESPodemos tecer dois argumentos que comprova que Capitolina Santiago traiu Bento Santiago. Primeiro o momento literrio onde romance machadiano mantm tematicamente a sua fidelidade ao Realismo, j que o adultrio o tema mais frequente nos romances do fim do sculo 19. Machado de Assis v o ser humano como imperfeitos capazes de cometer qualquer barbaridade. Seus personagens todos agem em funo de seus interesses racionais e materiais. Enquanto os personagens romnticos so movidos pela emoo, os realistas so guiados pela razo. Os realistas no se deixam levar pelos sentimentos e s por isto j no podem ser vistos como vitimas e, sim, como predadores destinados a realizar seus objetivos mais ntimos. Enquanto ao narrador, a me de Bentinho, alguns anos depois do nascimento do neto, passa a no fazer mais questo de ver o filho de Capitu. Esse fator tira a unilateralidade da narrativa do protagonista. Deixa de ser uma desconfiana apenas do narrador para incluir na questo a av. No capitulo 116, Bentinho quer saber de Jos Dias sobre o distanciamento da me. O fato de Jos Dias se dispor a explicar o distanciamento de Dona Glria significa, obviamente, que ele, o agregado, concordava com tal afastamento. E a explicao explica, mas no justifica. Indisposies no so suficientes para arredar uma av de seu nico neto, filho de seu nico filho. No sculo 19, uma mulher vinha ao mundo para ser esposa e me. Tornou-se esposa de Bentinho circunstancialmente, sem qualquer paixo, porque eram vizinhos desde a infncia e no havia concorrentes para ela. Bentinho um personagem romntico, tinha seus ideais pequeno-burgueses: constituir uma famlia e ser feliz pra sempre. Capitu, ao contrrio era to fria e impessoal como a burguesia que a educou. Traiu de forma tal que apenas o traidor soubesse e se ele um dia revelasse, ela como qualquer pequeno-burguesa, que no abre mo da hipocrisia para alcanar seus objetivos, negaria at o fim. Capitu sabia que

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

Ezequiel Escobar jamais colocaria em risco seu casamento com Sancha Gurgel. Os personagens de Machado de Assis traram, sim, mas Machado jamais traiu o Realismo, cujo tema obsessivo era o adultrio.

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XXVII-

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LIVRO: FUVEST UNICAMP/ PUC LITERATURA 2009 ESCRITOR: JOS LUIZ AMCALAK EDITORA: NAVEGAR ISBN: 85-87678-88-1 DOM CASMURRO MACHADO DE ASSIS LIVRO: COLEO FOLHA - GRANDES ESCRITORES BRASILEIROS EDITORA: MEDIAFASHION (TITULAR DOS DIREITOS DE EDIO: EDITORA NOVA FRONTEIRA Ltda.) ISBN 978-85-99896-26-6 LIVRO: SRIE BOM LIVRO EDITORA TICA 28. EDIO ISBN 85-08-04081-4 LIVRO: Coleo Grandes Mestres Vol. 5. EDITORA: ESCALA 2 Edio da Literatura Brasileira,

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

XXVIII- ANEXOS

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

]

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

INDICEIINTRODUO II- PERFIL PSICOLOGICO DOS ENVOLVIDOS III- FRAGMENTO DO LIVRO IV- FRAGMENTO DO LIVRO VFRAGMENTO DO LIVRO VI- FRAGMENTO DO LIVRO VII- FRAGMENTO DO LIVRO VIII- FRAGMENTO DO LIVRO IX- FRAGMENTO DO LIVRO XFRAGMENTO DO LIVRO XI- FRAGMENTO DO LIVRO XII- FRAGMENTO DO LIVRO XIII- EVIDNCIA DNA XIV- EVIDNCIA PROBABILIDADE XV- INFORMAO XVI- INFORMAES GRAFICOS XVII- COMPROVAO DE INFERTILIDADE - REPORTAGEM XVIIIDEPOIMENTOS XIX- DEPOIMENTO - Bento de Albuquerque de Santiago XX- DEPOIMENTO - Maria da Glria Fernandes Santiago XXI- DEPOIMENTO - Justina Fernandes Santiago XXII- DEPOIMENTO - Jos Dias XXIIIDEPOIMENTO - Sancha Gurgel Escobar XXIV- ANEXO DVD XXV- TESE CIENTIFICA XXVI- TESE FATORES XXVIIREFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS XXVIIIANEXOS

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIA

DADOS GERAISADVOGADOS DE ACUSAO: RAQUEL OLIVEIRA, 33 WEBSTER SOUSA, 45 TESTEMUNHA E ADJACENTES: JAQUELLINE FREITAS, 17 DEBORA YURI, 06 ELLEN SOARES, 08 JUIZA: KATIA VERISSIMO LOCAL: ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR. RUA: MANUEL DUARTE OLIVEIRA, 151. SALA: 17 LINGUA PORTUGUESA

RUA MANOEL DUARTE OLIVEIRA, 151. ESCOLA ESTADUAL LEOPOLDO SANTANA, PROFESSOR.

SO PAULO, 20 DE OUTUBRO DE 2011