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DOMUS; REVISTA TECNOLÓGICA DO CETEP CURITIBA, V. 1, N. 1, (Junho a Dezembro de 2016) - ISSN
FACULDADE DE TECNOLOGIA – CETEP
Rua Francisco Torres, 768 – Centro
CEP: 80060-130 – Curitiba/PR
Telefone: (41) 3362-1705
http://cetepensino.com.br/
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca do CETEP, PR – BRASIL)
REVISTA TECNOLÓGICA DO CETEP , V. 1, N. 1, (jun/dez 2016) ISSN
PPeriodicidade semestral
TTexto em português.
IIISSN:
1. Automação Industrial. 2. Eletrônica. 3. Gestão da Qualidade
EXPEDIENTE
REVISTA TECNOLÓGICA DO CETEP, V. 1, N. 1, (jun/dez 2016)
ISSN
É uma publicação semestral editada pela Faculdade CETEP de Tecnologia
Rua Francisco Torres, 768 – Centro
CEP: 80060-130 – Curitiba/PR
Telefone: (41) 3362-1705
Associação Cetep de Ensino Superior
email: [email protected]
site: http://cetepensino.com.br/
Diretor Geral
Cassiano Rodycz Vitiuk
Diretora Administrativa
Verônica Rodycz Vitiuk
Diretora Acadêmica
Kamille Rodycz Vitiuk
Editora
Paraguassu de Fátima Rocha
Conselho Editorial
Evildia Aparecida Bassi
Julio Cesar Cristoffer Vieira
Marcio Aparecido Batista
Capa
Rafael Stedile
Paraguassu de Fátima Rocha
Revisão
Paraguassu de Fátima Rocha
Diagramação
Paraguassu de Fátima Rocha
SUMÁRIO
EDITORIAL....................................................................................................................6
ARTIGOS
Análise de resposta em frequência em hastes de aterramento.........................................8
Marcio Aparecido Batista
A importância das redes de Petri no ensino de automação no Brasil ...........................22
Maurício F. Blos
Tecnologia: a importância do uso consciente para manter a saúde ..............................36
Chelin Boeng
Aplicabilidade da análise Swot na estratégia organizacional: um estudo de caso em
uma indústria de pequeno porte de móveis para escritório ...........................................43
Gleison HidalgoMartins
Unidade de descarte de vidros e lâmpadas fluorescentes compactas: um caminho
para a sustentabilidade................................................................................................. 61
José Roberto Nunes
SEÇÃO LIVRE
Tecnologia e Comunicação Empresarial .....................................................................82
Jhonys Biscola
Caminhos da comunicação no ambiente empresarial ..................................................84
Geovane Felipe Goulart Grochoski
Tecnologia da informação e gerenciamento empresarial ............................................86
Halisson Fábio Paulo
O estudo da Comunicação Empresarial e suas aplicações nas empresas ....................87
Eraldo Antonio dos Santos
NORMAS PARA ENCAMINHAMENTO DE ARTIGO ..........................................88
6
EDITORIAL
A Revista DOMUS: Revista Tecnológica do CETEP é uma publicação eletrônica
semestral do corpo docente e discente dos Cursos de Graduação Superior em Tecnologia
em Automação Industrial, Tecnologia em Gestão da Qualidade e Tecnologia em Eletrônica
Industrial da Faculdade de Tecnologia CETEP.
Consciente das transformações do mundo contemporâneo, a publicação tem como
objetivo promover e divulgar a produção acadêmica dos alunos e dos docentes do CETEP
e de outras IES, incentivar a troca de ideias e reflexões sobre os avanços tecnológicos
aplicados às áreas de automação industrial, gestão da qualidade, eletrônica industrial e
áreas correlatas que fazem uso de abordagens teóricas atuais e que contemplem estudos
envolvendo a tecnologia.
O formato eletrônico da revista, que se pretende publicar semestralmente, permite
atingir um público leitor amplo, que inclui professores e alunos de instituições diversas, e
incentivar a continuidade de estudos além da graduação.
Reitera-se, portanto, o objetivo precípuo deste novo veículo de divulgação da
pesquisa em tecnologia, qual seja, proporcionar um espaço estimulante de reflexão crítica e
desenvolvimento de ideais e novas tecnologias, aberto aos pesquisadores iniciantes, a
caminho do aperfeiçoamento científico.
Por esses motivos, é com grande satisfação que lançamos a primeira edição da
DOMUS, dedicado à comemoração dos 30 anos do CETEP, para a qual foram
selecionados quatro artigos escritos por professores e incluímos a seção livre destinada à
publicações dos alunos da instituição.
No primeiro artigo, Marcio Aparecido Batista faz uma análise sobre os sistemas de
aterramento, destacando a segurança como foco principal de seus estudos. Já, Mauricio F.
Bloss, no segundo artigo, destaca como as Redes de Petri funcionam como uma poderosa
ferramenta de modelagem e de fácil entendimento para os pesquisadores (graduandos,
mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos) de RdP focados no ensino de automação no
Brasil. O terceiro artigo, traz uma preciosa contribuição de Chelin Boeng a respeito do uso
consciente da tecnologia com o intuito de minimizar os prejuízos causados por essa ao
7
individuo e sociedade. O quarto artigo, escrito a oito mãos por Gleison Hidalgo Martins,
Gisela Hidalgo Martins, Herman Wiens e Sonia Silva Ferreira Martins, delineia os
princípios da aplicação da análise SWOT em uma empresa de pequeno porte com o
objetivo no desenvolvimento de estratégias para potenciais ganhos na gestão da
competitividade da empresa. No último artigo, José Roberto Nunes demonstra o
desenvolvimento de uma unidade de descarte de vidros e lâmpadas com foco nos aspectos
sociais e de sustentabilidade do planeta.
A seção livre traz quatro análises sobre a disciplina de Comunicação Empresarial
de alunos do curso de graduação em Tecnologia em Automação Industrial, destacando a
importância do seu estudo, bem como da Tecnologia da Informação no ambiente
empresarial.
Esperamos que os temas aqui apresentados fomentem novas discussões e
abordagens e incentivem novas pesquisas, uma vez que o campo da tecnologia é uma
ciência em eterno desenvolvimento.
A editora
8
ANÁLISE DE RESPOSTA EM FREQUÊNCIA EM HASTES DE ATERRAMENTO
ANALYSIS OF FREQUENCY RESPONSE IN GROUND RODS
Marcio Aparecido Batista (Mestre) CETEP
RESUMO: Sistemas de aterramento são essenciais para segurança de equipamentos e pessoas. A sua
capacidade de escoar valores de altas correntes está inteiramente relacionada ao correto
dimensionamento dos elementos que compõem o aterramento, em muitos casos esse dimensionamento
é feito em frequências industriais, ou seja, baixas frequências, o que pode comprometer seu
desempenho. Este artigo busca analisar o comportamento desse sistema de aterramento quando
sujeitos a altas frequências, analisando o comportamento dos valores de impedância em testes
efetuados num protótipo específico e em simulações computacionais.
PALAVRAS-CHAVE: Aterramento. Alta Frequência. Segurança.
ABSTRACT: Grounding systems are essential for equipment and people safety. Their ability to drain
high current values are entirely related to the correct dimensioning of the elements of the earth , in
many cases this scaling is done in industrial frequencies, ie , low frequencies , which can compromise
their performance. This article seeks to analyze the behavior of grounding system when subjected to
high frequencies by analyzing the behavior of impedance values in tests performed in a specific
prototype and computational simulations.
KEY WORDS: Ground. High Frequency. Safety.
Introdução
Os equipamentos que compõem um sistema elétrico de potência estão sujeitos,
rotineiramente, a estresses originários de picos de energia que ocorrem no sistema. A fim de
amenizar os danos causados por estes transientes de tensão se faz necessária a utilização de
sistemas de aterramento, que limitam os níveis de oscilação de energia, controlando os
gradientes de potencial, buscando evitar que danifiquem os equipamentos próximos à
incidência do pico de energia e causem sobre tensões que coloquem em risco a integridade
física de pessoas no instante da falha.
Os acidentes causados por fenômenos de alta frequência, tais como, descargas
atmosféricas geram sérios problemas ao sistema elétrico de potência, diminuindo a segurança
e os níveis de confiabilidade destes sistemas. A maioria das avarias, por exemplo: mau
funcionamento e falhas de controle, ocorrem nas proximidades do circuito, onde há o
aumento de potencial em decorrência da queda do raio.
9
No que tange à segurança pessoal, conforme L. Grcev e V. Arnautovski-Toseva
(2003), a conexão dos equipamentos ao sistema de aterramento permite que, caso ocorra uma
falha de isolação ou uma sobretensão, a proteção seja sensibilizada e os potenciais de toque e
de passo fiquem abaixo dos limites críticos da fibrilação ventricular humana.
O desempenho adequado do sistema de aterramento depende de especificidades de
cada tipo de instalação. Por exemplo: o tipo de solo, relevo, variações sazonais, perda de
umidade, agentes agressivos e heterogeneidades que acentuem a corrosão dos componentes
do aterramento, solicitações mecânicas que possam afetar o sistema de aterramento, filosofia
adotada para o sistema de proteção, o acesso das pessoas e animais a essa instalação (áreas
urbanas), as dimensões envolvidas no sistema (exemplo: parques eólicos), altura das
estruturas como o caso de petroquímicas e parques eólicos, controle dos potenciais de toque e
de passo, riscos de transferência de potenciais em instalações de grandes dimensões.
Segundo Visacro (2007), as características do solo, concentração de água, teor de sais
dissolvidos, temperatura e o tipo de solo, têm grande influência na resposta do aterramento
para os transientes, decorrentes de um raio, estas características influenciam no
comportamento dos parâmetros elétricos do solo, sendo a resistividade e a permissividade os
mais relevantes, e que, consequentemente, estão diretamente dependentes da frequência de
propagação da onda. Alipio e Visacro (2012) ressaltam que a variação destes parâmetros é
resultado de mecanismos de relaxação e de absorção que ocorrem no solo.
Projetar e implementar um sistema de aterramento é relativamente fácil quando a
região apresenta baixa resistividade e leva-se em consideração as baixas frequências
industriais, já existem modelos consagrados para isso, mas quando em regiões de elevada
resistividade e sujeitas a transientes de elevada frequência esses modelos podem não
contemplar uma efetiva ligação à terra.
Mattos (2003) salienta que em décadas passadas a atenção foi dada apenas às
condições estacionárias em malhas de aterramento, no entanto a análise transitória se torna
indispensável quanto à proteção de equipamentos eletro-eletrônicos.
Este artigo busca contribuir, através de experimentos e de modelagem, para construção
de uma ferramenta que auxilie no mapeamento das características do solo e, por
consequência, melhore as condições de aterramento em regiões de alta resistividade, levando
em consideração os efeitos das altas frequências e altas correntes elétricas, como os existentes
numa descarga atmosférica.
10
1) Circuito equivalente de um sistema de aterramento
De acordo com Visacro (2007), um sistema de aterramento é constituído basicamente
de três componentes:
a) Os condutores metálicos que ligam o sistema aos eletrodos de aterramento;
b) Os eletrodos de aterramento;
c) A terra que envolve os eletrodos.
No desenvolvimento dos conceitos relacionados à modelagem de um sistema de
aterramento, interessa-se, principalmente, pela compreensão dos aspectos físicos envolvidos.
Nesse sentido, é adotado um modelo conceitual simplificado para o sistema de aterramento,
baseado na teoria de circuitos.
Para avaliação da natureza dos aterramentos considera-se que, em geral, uma conexão
à terra apresenta efeitos resistivo, capacitivo e indutivo. A Fig. 1 ilustra um circuito
equivalente que representa estes efeitos para uma pequena porção ou elemento de um eletrodo
de um sistema de aterramento. A corrente neste elemento é composta de duas parcelas: uma
corrente transversal IT que dispersa para o solo e uma corrente longitudinal IL que é
transferida para o restante do eletrodo.
Fig. 1 – Circuito equivalente – aterramento
A corrente longitudinal está associada às perdas internas no condutor e gera um
campo magnético interno e em volta dele. Na Fig. 1, uma resistência R e uma indutância L em
série são responsáveis pela modelagem desses efeitos.
A corrente transversal está associada à dispersão para o solo de correntes condutiva
e capacitiva. A razão entre essas duas correntes não depende da geometria do eletrodo, mas
apenas da frequência característica do fenômeno solicitante, da condutividade e da
permissividade elétrica do solo. Os efeitos transversais associados a essa corrente de
dispersão são representados na Fig. 1 por meio de uma condutância G e uma capacitância C
em paralelo. A representação ilustrada na Fig. 1 se aplica apenas a uma pequena porção do
11
eletrodo. Adicionalmente, devem ser considerados os acoplamentos eletromagnéticos próprios
e mútuos (capacitivo, condutivo e indutivo) entre os diversos elementos dos eletrodos de
aterramento recomendam Kindermann e Campagnolo (2002). O conhecimento do
comportamento completo do aterramento requer a solução de uma série de circuitos similares
ao apresentado na Fig. 1 conectados de acordo com a geometria do aterramento.
Na Fig. 2 está representada esta série de circuitos.
Fig. 2 – Modelo distribuído – aterramento
Neste trabalho foi aplicada a técnica de utilização de Linhas de Transmissão para
representar modelos de parâmetros concentrados e distribuídos. O modelo proposto por
Bogatin (2010) é composto por quatro componentes ideais que são descritos no domínio do
tempo e da frequência, que são: o resistor, o indutor, o capacitor e a linha de transmissão, esta
última pode ser composta pelos três primeiros elementos, formadas com regras próprias de
disposição que garantem uma aproximação com o modelo real.
2) Influência dos parâmetros eletromagnéticos do solo em alta frequência
Um aspecto essencial no estudo e simulação de aterramentos elétricos é a
modelagem adequada do solo. Exceto para valores elevados de campo elétrico, que causam
significativa ionização do meio, o comportamento eletromagnético do solo é essencialmente
linear, mas com significativa dependência da condutividade elétrica (σ) e permissividade
elétrica (ε) em relação à frequência. Conforme Portela (1999), a permeabilidade magnética µ
é, em geral, praticamente igual a permeabilidade magnética do vácuo (µ0). Para uma
configuração do aterramento elétrico, os parâmetros determinantes da forma de propagação
do campo eletromagnético associado a uma onda de corrente injetada, em condições em que
12
não há a ocorrência significativa de fenômenos não-lineares, são σ, ε e µ. Neste sentido, a
determinação do comportamento de tais parâmetros de forma mais próxima possível da
realidade é fundamental para o estudo completo do sistema de aterramento.
O comportamento dos parâmetros σ e ε ao longo do espectro típico de descargas
atmosféricas é determinado, em geral, por meio de medições. A partir das medições,
expressões aproximadas em função da frequência podem ser estabelecidas para σ e ε.
Deve-se salientar que, na avaliação da variação da condutividade e permissividade
com a frequência, o efeito do tipo de solo é bastante acentuado, o que implica na necessidade
de se considerar as características específicas de cada solo, nas aplicações de aterramento,
ainda que de forma aproximada. Esse aspecto dificulta a obtenção de uma formulação geral
para dependência dos parâmetros do solo com a frequência defendem Alipio e Visacro
(2012).
3) Desenvolvimento experimental
Com o objetivo de analisar o comportamento de uma haste de aterramento em
determinada faixa de frequência foi construído um protótipo que se assemelha a um cabo
coaxial, composto por: um tubo de cobre de 15 mm de diâmetro e 2,5 m de comprimento,
utilizado como condutor, um tubo de cobre de 79 mm de diâmetro e 2,4 m de comprimento,
utilizado como condutor de retorno, e terra utilizada para forração de gramados, utilizada no
experimento como dielétrico. A Fig. 3 representa estes componentes.
Fig 3 – Desenho esquemático - protótipo
A Fig. 4 mostra o protótipo sendo construído:
13
Fig. 4 – Construção do protótipo
Para a realização das varreduras nas faixas de frequência pudessem ser realizadas
foi inserido ao protótipo um conector BNC. A fig. 5 demonstra essa construção.
Fig. 5 – Adaptação do conector BNC
Após a construção do protótipo foram realizadas varreduras de frequência
utilizando o Analisador de Impedância, fig. 6, com os seguintes parâmetros:
a) Faixa de frequência = 100 kHz a 200 MHz
b) Tempo de propagação = 1 ns
c) Amplitude = - 6 dB
ANALISADOR DE
IMPEDÂNCIA
CABO
14
Fig. 6 – Desenho esquemático – medição
Na figura 7 demonstra-se a medição sendo realizada:
Fig. 7 – Realização das medições
Foram realizadas varreduras com o protótipo aberto, ou seja, sem carga e em curto.
A fig. 8 demonstra estes dois estados
Fig. 8 – medição em aberto e em curto
Também foi realizada análise temporal, onde foi utilizado um osciloscópio que
analisou o comportamento do protótipo ao ser aplicado um pulso por um gerador de função
4) Resultados obtidos
Com o protótipo em aberto o comportamento da impedância está demostrado no
gráfico 1.
.
15
Gráfico 1 – Impedância “em aberto”
Com o protótipo em curto o comportamento da impedância está demonstrado no
gráfico 2.
Gráfico 2 – Impedância “em curto”
Com o protótipo em aberto e em curto o comportamento temporal está demostrado
no gráfico 3.
Gráfico 3 – Análise no tempo
5) Simulações
Com base em dados obtidos do experimento, foram determinados os parâmetros
necessários à simulação.
Foi utilizado o programa Qucs, versão 0.0.18.
Utilizando o modelo de Linhas de Transmissão do Qucs, foi realizada uma
comparação entre os dados medidos e os simulados por este programa, isto se fez necessário
em consequência do comportamento não linear do protótipo em aberto. Na fig. 9 está
representada esta comparação
16
𝐶/𝑚 =2 𝑥 𝜋 𝑥 𝜀𝑟 𝑥 𝜀𝑜
ln (𝑏𝑎
)
𝐶/𝑚 = 2 𝑥 𝜋 𝑥 34 𝑥 8,85 𝑥 10−12
ln (7915
)
𝐶/𝑚 = 1
2 𝑥 𝜋 𝑥 1,02 𝑥 106 𝑥 9,8
𝐶/𝑚 = 1,14 𝑛𝐹
𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐿𝑥 1,14 𝑛𝐹
𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 2,4 𝑥 1,14 𝑛𝐹
𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 2,73 𝑛𝐹
.
Fig. 9 – Comparação da simulação com LT do Qucs com os valores medidos
Desta simulação foi possível determinar os seguintes parâmetros:
a) Permissividade elétrica:
εr = 34
b) Tangente de perdas
tanD = 0,9
c) Permeabilidade
µr =1
Segundo Bogatin (2010), para cabo coaxial
Com o cabo em curto, o
comportamento da impedância está
demonstrado no gráfico 4.
:
17
Gráfico 4 - Simulação: impedância em “curto”
Do gráfico:
F=1,02x10^6 Hz
Z=5,33 Ω
Fase=86,03 0
Zimag. = Z x sen 86,03 = 5,32
L=2,4 m
Cálculo da impedância característica
Cálculo de velocidade
Cálculo de εr
Cálculo do comprimento das estruturas
Cálculo do número de segmentos
𝑍𝑜 = √𝐿
𝐶
𝑍𝑜 = √ 830,14𝑥 10−9
2,73𝑥 10−9
𝑍𝑜 = 17,43 Ω
𝑣 = 1
√𝐿/𝑚 𝑥 𝐶/𝑚
𝑣 = 1
√345,87 𝑥 10−9𝑥 1,14 𝑥 10−9
𝑣 = 50,36 𝑥 106 𝑚/𝑠
𝑣 = 𝑐
√𝜀𝑟 . 𝑥 µ𝑟
50,36 𝑥 106 = 3 𝑥 108
√𝜀𝑟 𝑥 1
𝜀𝑟 = 35,48
𝜆 = 𝑣
𝑓𝑚𝑎𝑥
𝜆 = 50,36 𝑥 106
200 𝑥 106
𝜆 = 0,2518 𝑚
𝑁 > 10 𝑥 𝐿
𝜆
𝑁 > 10 𝑥 2,4
0,2518
𝑁 > 95,13
𝑁 = 96 𝑠𝑒𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠
18
Por segmento, tem-se os seguintes valores:
C = 28,4 pF
L = 8,6 nH
Cálculo das perdas no dielétrico:
Utilizou-se o programa Qucs para a realização dos cálculos referentes às perdas no
dielétrico.
O resultado da aplicação deste formulário
foi o seguinte:
Com isso foi possível construir o modelo
por segmento: conforme Fig. 10.
Fig. 10 – Modelo por segmento
Onde cada segmento é o resultado da
divisão por 96.
Para a simulação foram construídos dois
sub-circuitos contendo 10 e 6 elementos
unitários. Utilizando, então, nove sub-
circuitos de 10 elementos e um sub-circuito
de 6 elementos. A Fig.11 apresenta este
circuito no “modo aberto”:
𝜔 𝐿 = 𝑍𝑖𝑚
𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 5,32
2 𝑥 𝜋 𝑥 1,02 𝑥 106
𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 830,14 𝑛𝐻
𝐿
𝑚= 345,87 𝑛𝐻/𝑚
19
Fig. 11 – Modelo “modo aberto”
O gráfico 5, apresenta a comparação
entre os valores da impedância medida em
laboratório e a simulada, obtidas no modo
aberto.
Dados do experimento
Dados da simulação
Gráfico 5 – impedância medida e simulada
A Fig.12 apresenta este circuito no modo
em curto:
Fig. 12 – Modelo “modo em curto”
O gráfico 6, apresenta a comparação
entre os valores da impedância medida em
laboratório e a simulada, obtidas no modo
em curto.
Dados do experimento
Dados da simulação
Gráfico 6 – Impedância medida e simulada
É possível comparar os valores obtidos
do modelo de Linhas de Transmissão
com os valores obtidos do modelo
construído e também com os valores
medidos, o gráfico 7 demonstra esta
comparação no modo aberto:
Dados do experimento
Dados da simulação
distribuído
Dados da simulação LT
Gráfico 7 – Impedância medida e simulada
O gráfico 8 demonstra a comparação no
modo em curto.
Dados do experimento
Dados da simulação
distribuído
Dados da simulação LT
20
Gráfico 8 – impedância medida e simulada
Conclusão
Não foi possível a realização de simulação temporal, pois devido ao número
excessivo de elementos o programa não rodava a simulação, tentou-se diminuir a faixa de
análise, mas sem efeito satisfatório.
Verifica-se que ocorrem muitas perdas no dielétrico, em virtude de que esse sistema
apresenta uma tangente de delta (tanD) muito elevada. Já as perdas no condutor são
extremamente baixas, em relação às perdas no dielétrico.
Na simulação com o protótipo em aberto, para frequências entre 100 kHz e 4 MHz
os valores não são coincidentes, isto se deve ao fato que fatores característicos do solo
provocam reações não previstas no modelo do programa, gerando respostas não-lineares, por
exemplo a ionização do solo. Já na simulação com o protótipo em curto, os valores são mais
coincidentes, provavelmente por ter minimizado os fatores característicos do solo nesta
configuração. Deve-se salientar que, na avaliação da variação da condutividade e
permissividade com a frequência, o efeito do tipo de solo é bastante acentuado, o que implica
na necessidade de se considerar as características específicas de cada solo, ainda que de forma
aproximada.
Esse aspecto dificulta a obtenção de uma formulação geral para dependência dos
parâmetros do solo com frequência.
Sugestão: Inclusão de efeitos não lineares na ferramenta desenvolvida, sobretudo o
fenômeno de ionização do solo, com posterior avaliação desse efeito no desempenho e
comportamento transitório do aterramento.
21
Referências
ALIPIO, R. e VISACRO, S. - A Physical Model For The Frequency Dependence Of Soil
Conductivity And Permittivity - International Conference on Grounding and Earthing & 5th
International Conference on Lightning Physics and Effects – Brasil – 2012
BOGATIN, E. Signal and power integrity. 2. ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2010.
758p.
GRCEV, L, ARNAUTOVSKI-TOSEVA, V. “Grounding systems modeling for high
frequencies and transients: some fundamental considerations, Proceedings of the IEEE
Bologna PowerTech Conference, Bologna, Itália, junho de 2003.
KINDERMANN, G.; CAMPAGNOLO, J. M. Aterramento Elétrico. 5. Ed.,Edição do Autor,
Florianópolis, SC, 2002
MATTOS, M. A. – Transitórios em Malhas de Terra – SNPTEE, Seminário Nacional de
Produção e Transmissão de Energia Elétrica – Minas Gerais – 2003
PORTELA, C. M. “Measurement and modeling of soil electromagnetic behavior”
Proceedings of IEEE International Symposium on Electromagnetic Compatibility, pp. 1004-
1009, Seattle, EUA, 1999.
VISACRO, S.. “A comprehensive approach to the grounding response to lightning currents”,
IEEE Transactions on power delivery, vol. 22, nº 1, pp. 381-386, janeiro de 2007.
22
A IMPORTÃNCIA DAS REDES DE PETRI NO ENSINO DE AUTOMAÇÃO NO
BRASIL
THE IMPORTANCE OF PETRI NETS IN AUTOMATION EDUCATION IN
BRASIL
Maurício F. Blos (Doutor) Unisanta
RESUMO: A utilização da rede de Petri (RdP), a nível projeto de sistemas, é de grande
importância ao ensino de automação. Neste sentido, neste artigo é feita uma introdução da RdP,
onde é demonstrada de uma maneira fácil o seu entendimento. Quanto ao histórico da RdP, é
descrito como ela foi criada e da sua introdução no Brasil. Quanto aos fundamentos, são descritas
as suas particularidades de uso. Quanto aos tipos de RdP, verifica-se a grande variedade de suas
abreviações e extensões. Quanto às principais pesquisas, conseguiu-se detalhá-las por meio de um
estudo de caso na POLI-USP (detêm o benchamarking como Universidade de ponta em pesquisas
em RdP). Quanto as perspectivas da RdP, é verificado o potencial de pesquisas em
desenvolvimento de uma plataforma de desenvolvimento em RdP. Portanto, o objetivo deste artigo
é mostrar a RdP como uma poderosa ferramenta de modelagem e de fácil entendimento para os
pesquisadores (graduandos, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos) de RdP focados no ensino
de automação no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Rede de Petri. Automação. Ferramenta de Aprendizagem. Engenharia.
Mecatrônica.
ABSTRACT: The use of Petri net (PN), as a project of systems, is of great importance to
automation education. In this sense, this article is an introduction of PN, which is presented in an
easy way to your understanding. The history of PNs describes how it was created and its
introduction in Brazil. As the principles, are describe their use of features. As for the types of PN,
there is a wide range of abbreviations and extensions. As the main research, it was possible to
identify the key research through a case study at POLI-USP (hold the benchamarking as leading
university in research in PNs). In the prospects of PNs is verified the potential of research in
developing a development platform in PNs. Therefore, the purpose of this article is to show the PN
as a powerful modeling tool and easy to understand for researchers (undergraduate, master's,
doctoral and post-doctoral students) of PN focused on education of automation in Brazil.
KEY WORDS: Petri net. Automation. Learning tools. Engineering. Mechatronics.
Introdução
As Redes de Petri (RdPs) permitem a modelagem e análise de sistemas complexos
difíceis de serem modelados por técnicas tradicionais. São usadas na especificação de
sistemas, principalmente, nos sistemas computacionais, devido a sua capacidade de
23
representar atividades concorrentes e assíncronas. Segundo Aalst (2000) as principais
razões para uso das RdPs são:
• Semântica formal e de natureza gráfica. Tendo como vantagens eliminar a
ambiguidade, resolver conflitos de interpretação de procedimentos comuns, permite o
raciocínio sobre as propriedades de um dado procedimento, montagem de pré- requisitos
para aplicar em técnicas de análise. Sendo possível o suporte de vários fluxos paralelos.
• Modelo baseado em estados ao invés de eventos. Esse modelo se justifica pela
necessidade de modelar explicitamente o que ocorre entre as transições (Aalst, 2000). Uma
descrição baseada em estados permite uma clara distinção entre habilitação de tarefa e sua
execução, uma vez que a habilitação não implica que a tarefa será executada
imediatamente. Podendo ser disparado de maneira automática, pelo usuário, por um
recebimento de uma mensagem externa ou por tempo pré-definido.
• A diversidade de ferramentas de simulação que permitem avaliar e validar todas as
situações principalmente as mais complexas.
A RdP trouxe para o mundo da automação um avanço no tratamento de sistemas a
eventos discretos (SEDs), isto é, graças a RdP é possível formular invariantes de sistemas
para SEDs. Portanto, a RdP é uma poderosa ferramenta de modelagem e simulação para os
SEDs. Mais ainda, a rede de Petri, como uma técnica de representação gráfica e
matemática, provê um ambiente uniforme para modelagem, análise formal e projetos de
SEDs (Adam et al, 1998; Nassar et al., 2008; Zurawski e Zhou, 1994). A RdP é muito
efetiva como técnica de descrição e especificação de processos (Morales et al., 2007; Yoo
et al., 2010; Hamadi e Benatallah, 2003). Uma RdP é tipicamente um formalismo
operacional (exemplo: uma RdP descreve como um sistema trabalha). Outras das suas
qualidades são:
a) Minimalidade no número de premissas: este é um diferencial na construção de
qualquer conceito de framework, o qual gera um conflito quanto a perspectiva entre
engenharia e ciência: enquanto engenheiros apreciam a riqueza da ontologia entre
diferentes conceitos adequados para diferentes propósitos, os cientistas geralmente olham
para as noções básicas. É claro que a diversificação e especificidadas premissas possam ser
conveniente para o desenvolvimento conciso e elegante de modelos, mas geralmente estas
premissas dificultam a razão de uma construção formal e teórica. Aí que surge como
solução ideal das capacidades e práticas em se ter um mínimo número de prmissas básicas
24
em termos de riqueza que alguem possa desenvolver. Neste sentido, o formalismo da RdP
é bem simples (veja figuras 1 e 2).
b) Localização e estruturação: Com a RdP, adescrição é em Local (termos de estados)
e em Transição (mudança de estado). Conduzindo nos termos requeridos, é possível
representar em paralelismo, sincronismo, conflitos, etc. De fato, em um nível maior,
competições e cooperações podem ser modeladas. A localização dos lugares e transições é
o ponto chave de uma RdP.
Figura 1 – Elementos de uma RdP
Figura 2 – Exemplo de uma RdP estocástica, onde a minimalidade
de conceitos é bastante clara: lugares e transições vs atrasos, filas,
estações, aquisições.
c) Realismo temportal e ocorrência em redes: A representação da simultaneidade
através de independências casuais da ocorrência de transições é mais realista que o caso de
intercalação de semânticas (exemplo: visão sequencializada). Isto tem várias
consequências: de um lado, permite ter um realismo temporal em interpretações temporais,
o qual é crucial para a avaliação da performance ou o controle (programação). De uma
perspectiva diferente, em modelos de duração indeterminada, existe a possibilidade de se
usar técnicas em desenvolvimento que tragam a ocorrência de redes, reduzindo o peso
computacional de abordagens puramente sequenciais (alcance ou cobertura gráficas).
25
Matematicamente, a RdP pode ser descrita como um conjunto de equações
algébricas lineares e, por isso pode ser usada para a verificação formal de relações de
precedência entre eventos e condições.
1) Histórico
Tudo começou com a tese de doutorado do matemático alemão Carl Adam Petri (Petri,
C.A., 1962). De lá para cá, inúmeros estudos pelo mundo afora aprofundaram e introduziram
diversas variantes sobre o assunto.
Com base em uma entrevista pessoal com um dos professores da POLI-USP,
Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos (referência com RdP no
Brasil), seguem algumas informações da introdução das RdPs no Brasil: A primeira vez que
eu ouvi falar de rede de Petri foi numa aula na Faculdade de Economia e Administração da
USP em 19981. O palestrante era o Prof. Dr. Nicolau Reinhardt, onde o tema envolvia
“Sistemas de Informação”. Depois que voltei do Japão em 1988, fiquei sabendo que o Prof.
Dr. Robert Valette da França (instituto chamado LAAS) esteve na POLI-USP dando várias
palestras e que gerou trabalhos como a tese de doutorado do Prof. Dr. Marcio Rillo aqui da
POLI-USP defendido em 1988 no programa de Engenharia Elétrica (eu assisti a defesa da
tese). Por volta de 1989, fui convidado/convocado a elaborar um material didático para a
Escola Brasil-Argentica de Informática e percebi que em 1991 o Prof. Dr. Carlos Alberto
Heuser da UFRGS com doutorado na Alemanha de 1986, havia publicado um livro para a
Escola Brasil-Argentica de Informática, cujo título é “Modelagem Conceitual de Sistemas”
onde ele já apresentava a RdP. Ainda em 1988, tive contato com o Prof. Dr. Jean Marie
Farines da UFSC que veio da França e com o Prof. Dr. Miguel Menasche, na época, docente
da PUC-Rio, que concluiu o doutorado na França em 1982 e que também trabalhavam com
RdP para sistemas de informação. Depois de algum tempo soube do pessoal que tinha ido
para a França fazer doutorado e que de alguma forma foram envolvidos com a RdP com o
Prof. Dr. Antonio Marcus Nogueira Lima Antonio da UFPB e Prof. Dr. João Mauricio do
Rosário da UNICAMP. A pouco tempo, soube de pessoas como o Prof. Dr.
Norian Marranghello de UNESP que também foram atraídos para pesquisas com a RdP. Note
que a RdP está no contexto de “sistemas a eventos discretos”, onde existem também outros
professores e pesquisadores envolvidos no Brasil.
26
Podemos concluir com este relato que a maior iniciativa em pesquisas com RdP no
Brasil foi introduzida pelos pesquisadores ligados a “Sistemas de Informação”, mas hoje já
existem pesquisadores mais voltados para sistemas de manufatura, e outros tipos de sistemas
voltados para automação.
2) Fundamentos
A definição de uma rede de Petri é feita em dois passos: primeiro, define-se o grafo
da RdP, também chamado estrutura da rede de Petri, que é análogo ao 21 diagrama de
transição de estado de um autômato; em seguida, junta-se a esse grafo um estado inicial, um
conjunto de estados marcados, e uma função de transição rotulada, resultando no modelo
completo da RdP. Em uma RdP, os eventos estão associados às “transições”. Para que uma
transição aconteça, várias condições devem ser satisfeitas. Estas condições são localizadas nos
próprios estados ou “lugares” com suas informações relacionadas a cada transição. Os lugares
podem ser definidos como “entradas” ou “saídas” para uma transição. Transições, lugares, e
as relações entre esses definem os componentes básicos de um grafo da RdP. O grafo de uma
RdP tem dois tipos de nós (lugares e transições) e setas conectando estes nós. Por esta razão a
rede de Petri é um grafo bipartido, no sentido que as setas não podem conectar diretamente
nós do mesmo tipo, isto é, as setas conectam nós de lugares para nós de transição e nós de
transição para nós de lugares. Pode-se, então apresentar a seguinte definição: (Grafo da RdP)
Um grafo ou estrutura da RdP é um grafo ponderado bipartido (P, T, A, w), onde P é o
conjunto finito de lugares, T é o conjunto finito de transições, A ⊆ (P x T) ∪ (T x P) é o
conjunto de setas de lugares para transições e de transições para lugares no gráfico e w : A
→1,2,3,... é a função dos pesos das setas (um número inteiro positivo).
Figura 3- Gráfico de uma RdP
27
Com base na figura 1, é detalhada abaixo a formalização das RdP.
Inicialmente tem-se a RdP Condição-Evento (C ∕ E net) que matematicamente, é
descrita como uma 4-tupla, isto é:
PNCE = (P, T, F, M)
em que:
P é o conjunto de elementos passivos chamados de Lugares,
T é o conjunto de elementos ativos chamados de Transições,
FCE é o conjunto de relacionamentos entre os elementos passives e os elementos ativos
chamados de Arcos Orientados,
MCE é um vetor de recursos chamados de Marcação, isto é, um vetor de números binários
em que cada elemento mi indica o número de marcas no lugar pi, isto é, mi = MCE(pi) e,
,Pp MCEp(0,1), e onde:
P e T são conjuntos finitos, não nulos )0( TP e disjuntos )0( TP , e FCE PTTP .
A representação gráfica dos elements de uma RdP são descritos abaixo:
Lugares: são representados como circunferências.
Transições: são representados como retângulos.
Arcos Orientados: são representados como setas apontando do elemento de
origem para o elemento de destino.
Marcação: são representadas por pontos (marcas) dentro dos Lugares (figura 2).
Os estados do sistema ou processo são representados pela distribuição das Marcas
nos Lugares da rede. A dinâmica da RdP depende da alteração do estado da RdP, resultante
do disparo das Transições. Pode-se assim adotar a idéia de que as Marcas fluem pela rede
direcionadas pelos Arcos Orientados, isto é, fluem de certos Lugares para outros Lugares
passando pelas Transições disparadas.
3) Tipos de RDP
Os tipos de RdP vão de acordo com as suas abreviações (RdP Generalizada, RdP
Colorida e RdP com Capacidade Finita) e as suas extensões (RdP com Arcos Inibidores,
28
Redes de Petri Contínuas, RdP Híbrida, RdPs Sincronizadas, RdP T_Temporizada, RdP P-
Temporizada, RdP Estocástica, e RdP Temporal). Vejamos abaixo algumas das suas
descrições com os seus respectivos exemplos:
ABREVIAÇÕES:
a) RdP Generalizada:
É uma RdP onde pesos (inteiros estritamente positivos) são associados aos arcos.
Em geral todas as RdPs Generalizadas podem ser transformadas em RdPs Ordinárias, já que
as propriedades das RdPs Ordinárias podem ser adaptadas para as RdPs Generalizadas.
b) RdP Colorida:
Nas RdPs Coloridas, a cada ficha é atribuído uma cor diferente (Jensen 1980,1986).
Elas formam uma categoria de Redes cuja percepção intuitiva é menos clara do que as RdPs
Generalizadas. Elas são de grande valor para a modelagem de certos sistemas complexos.
c) RdP com Capacidade Finita:
É uma RdP onde a cada lugar é associado uma capacidade dada de fichas. O
disparo de uma transição de entrada pi, cuja capacidade Cap (pi) é somente possível se o
disparo desta transição não resulta num número de fichas em pi que exceda esta capacidade.
EXTENSÕES:
a) RdP com Arcos Inibidores:
Quando duas transições estão em conflito, a priorização é um problema comum
numa RdP. Para dar solução ao mesmo, aumentando assim o poder de modelagem das RdPs
(Peterson1981) foram criados os arcos inibidores. Como visto na figura 7, um arco inibidor é
um arco dirigido que une um lugar a uma transição.
b) RdPs Contínuas:
A característica principal em relação às RdPs é que a marcação de uma posição é
um número real (positivo) e não mais um inteiro. Sendo o disparo de uma transição realizado
como um fluxo continuo. Estas redes representam sistemas que não podem ser modelados por
29
RdPs Ordinárias, obtendo um modelo muito apropriado também quando o número de
marcações de uma RdP Ordinária torna-se muito grande.
c) RdP Híbrida.
Este é um novo modelo apresentado pela primeira vez por Le Bail em 1991
(David1994). Esta rede é formada tanto por lugares e transições discretas quanto lugares e
transições contínuas.
As abreviações e extensões mostradas até aqui são RdPs as quais só permitem uma
abordagem qualitativa. As seguintes extensões que daremos a conhecer em continuação,
permitem descrever, não só o que acontece no sistema modelado, mas também quando os
eventos acontecem. Estas RdPs permitem portanto que sistemas sejam modelados quando os
disparos das transições são sincronizados por eventos externos, e/ou cujas evoluções são
dependentes do tempo. Este tipo de extensões são também conhecidas na literatura como
RdPs não autônomas.
d) RdPs Sincronizadas:
Numa RdP autônoma, sabe-se que uma transição pode ser disparada se ela é
habilitada, mas não sabemos quando ela será disparada. Numa RdP Sincronizada, um evento é
associado a cada transição, e o disparo desta transição acontecerá se a transição estiver
habilitada e quando o evento associado ocorrer.
e) RdP T-Temporizada:
Apresentada por Ranchandani em sua tese de Doutorado em 1973 no MIT, associa
a cada transição da rede um único parâmetro temporal (sua duração de disparo). Um tempo,
possivelmente de valor zero, é associado com cada transição. Desde que uma transição torna-
se habilitada, seu disparo absorve as fichas correspondentes desde cada uma dos seus lugares
de entrada, as quais permanecem na transição durante o tempo da execução do disparo.
Quando a duração do disparo termina, então as fichas são depositadas em cada lugar de saída
da transição.
30
f) RdP P-Temporizada:
Contrário ao modelo de Ranchandani, associa a cada lugar um tempo possivelmente
de valor zero. Quando uma ficha é depositada no lugar, a mesma deverá permanecer no
mínimo um tempo neste lugar (esta ficha é dita ser indisponível por este tempo). Quando o
tempo decorreu, as fichas então tornam-se disponíveis. Somente fichas disponíveis são
consideradas para habilitar condições.
g) RdP Estocástica:
Em RdPs Temporizadas, uma duração fixa (geralmente constante, pudendo ser
também variável), é associada com cada lugar ou transição da rede, é o caso por exemplo dos
sistemas de produção, onde o tempo de trabalho de uma máquina para realizar uma
determinada operação é constante. Porém existem casos, onde ela não pode ser modelada com
durações constantes; sendo este caso por ex.: o tempo de funcionamento real entre 2
Breakdowns de uma máquina. Esta duração pode ser modelada por uma variável random.
Redes de Petri Estocásticas podem ser usadas neste caso (Hatono1991; Molloy1982,
Molloy1985). Aqui um tempo random é associado com o disparo de cada transição, onde o
tempo é geralmente distribuído segundo uma lei exponencial.
h) RdP Temporal:
Esta RdP foi criada por Merlin (1974), onde o tempo é relacionado a Transições ou
Lugares. Uma Transição leva certo tempo para disparar e uma marca deve permanecer certo
tempo em um Lugar. Noutras palavras, uma Transição deve permanecer sensibilizada durante
a espera mínima Tmim antes de poder ser disparada, e não pode disparar além da espera
máxima Tmáx. O disparo de uma Transição tem duração nula, hipótese essencial ao
funcionamento deste modelo de RdP. Neste caso da RdP Temporal, a sua análise é bastante
difícil devido a grande quantidade de estados.
3) Pesquisas no Brasil
Nesta seção foi feito um levantamento de dados, em Janeiro de 2016, sobre a
quantidade de teses, dissertações e relatórios em pesquisas e projetos sobre a aplicação da
RdP na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP) ou simplesmente POLI-
31
USP, Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos (A POLI-USP é
considerada a 75º melhor escola de tecnologia do mundo e a melhor da América Latina. O
Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos é considerado como
benchmarking em estudos com RdP na área de automação).
Estes dados foram extraídos de um questionário elaborado para os professores
responsáveis por pesquisas e projetos com RdP, onde foi feita a seguinte pergunta: Do ano
2000 até o ano 2015 qual foi o número de teses, dissertações e relatórios a nível graduação,
mestrado, doutorado e pós-doutorado? (o tempo considerado de 15 anos é um tempo ótimo
para a maturação de pesquisas em RdP). Com o questionário, montou-se a tabela 1, o qual os
resultados são: 67 teses a nível graduação, 119 teses a nível mestrado, 87 teses a nível
doutorado e 6 teses a nível pós-doutorado.
Tabela 1 – Quantidade de Pesquisa sobre RdP envolvendo
graduandos, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos da POLI-USP.
As pesquisas e os projetos são todos relacionados a processos e sistemas de
automação, controle e robótica, onde usam várias das técnicas em RDP: RdP Generalizada,
RdP Colorida, RdP Híbrida, Fuzzy Petri net, etc. Estas principais pesquisas envolvem:
Projetos com Sistemas de Manufatura, incluindo Programação, Detecção e Tratamento de
Falhas, Sistemas Híbridos, Confiabilidade, etc...entrando em assuntos bem atuais, tais como a
Indústria 4.0 e a Empresa Virtual. Também se tem pesquisas com áreas médicas, onde se
aplica RdP no estudo do coração. Têm também pesquisas com sistemas de automação predial
(vigilância, sistemas contra incêndio, elevadores seguros, integração de dispositivos, consumo
energético, etc.), sistema de automação hospitalar (segurança, elevadores, inventário e
controle de remédios, etc.), cadeias de suprimentos (análise de riscos, análise de rompimentos,
etc.), sistemas de trânsito e semáforos (controle de semáforos, análise de rotas, etc.), sistemas
de sustentabilidade (indicadores de desempenho ou KPIs de dispositivos de produção, etc.),
32
sistemas de transporte de pessoas via metrô (viabilidade, segurança, etc.), sistemas de
gerenciamento de plataformas navais (confiabilidade de processos, etc.), entre outras.
Lembrando que estes pesquisadores, dependendo do nível acadêmico (graduação,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), acabam utilizando os seus conhecimentos em
automação atuando como Professores Universitários, consultores, gerentes e até diretores de
empresas nacionais e multinacionais. Muitos dos pesquisadores são patrocinados em projetos
dentro e fora do Brasil como bolsistas de alguns órgãos de fomento, tal qual CAPES e CNPq.
Alguns dos professores também recebem incentivos de bolsas para realizar pesquisas dentro e
fora do Brasil.
Existem outros projetos de pesquisa desenvolvido por instituições de pesquisas, tal
qual o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que criou o TER-Net (Timed
Environment Relational Nets) para aplicação de RdP com satélites, etc. Tem também o ITA
(Instituto Tecnológico de Aeronáutica) que vem fazendo pesquisas com aplicação de RdP
para operações de defesa aérea, satélites, etc. Tem também o IME (Instituto Militar de
Engenharia), que faz pesquisas com RdP aplicadas em exoesqueletos, veículos militares, etc.
4) Perspectivas no Brasil
Existem duas plataformas muito utilizadas em toda a parte do mundo em que se faz
pesquisas com RdP e elas são grátis para quem quizer copiar da Internet. O aplicativo PIPE
(Plataform Independent Petri net Editor) que foi desenvolvido por pesquisadores do Imperial
College London em 2003, tem o objetivo de edição e análise de RdPs. O IOPT (Input-Output
Place-Transition), o qual dá suporte para o desenvolvimento e teste de sistemas de controle,
aplicações de automação industrial e outros sistemas digitais, foi desenvolvido por
pesquisadores de Lisboa/Portugal (UNINOVA, FCT, GRES e CTS) em 2014.
Como foi visto na seção anterior, a POLI-USP é uma das maiores instituições de
pesquisas em RdP no Brasil. São vários os incentivos dados por órgãos de fomento (CAPES,
CNPq e FAPESP) para fins de pesquisas e projetos em sistemas de automação utzando
técnicas em RdP. Sendo assim, imagina-se que na POLI-USP se crie uma plataforma de RdP
semelhante com as que foram demonstradas no parágrafo anterior.
Conclusão
33
Este artigo faz parte da revista do CETEP, comemorando os 30 anos da instituição.
Por isto, o autor dedica este trabalho ao CETEP, onde procurou abordar um assunto
interessante e bastante pesquisado em Universidades por todo o Brasil na area de automação.
Para tanto o autor procurou detalhar o tema deste artigo em seis etapas: Introdução, Histórico,
Fundamentos, Tipos de RdP, as Pesquisas em RdP e as Perspectivas da RdP no ensino a nível
Brasil. Na etapa Introdução da RdP, procurou-se descrever a RdP em uma maneira simples de
compreender. Quanto a etapa Histórico da RdP, é descrito como a RdP foi criada e como foi
introduzida no Brasil. Quanto a etapa Fundamentos de uma RdP, são descritas as suas
particularidades de uso. Quanto a etapa Tipos de RdP, verifica-se a grande variedade de suas
abreviações e extensões. Na etapa Pesquisas no Brasil, por meio de um estudo de caso na
POLI-USP (detêm o benchamarking de Universidade de ponta no Brasil em pesquisas em
RdP), juntou-se dados referentes a quantidade de pesquisas em RdP no Brasil e montou-se a
Tabela 1, onde tem-se 67 teses a nível graduação, 119 teses a nível mestrado, 87 teses a nível
doutorado e 6 teses a nível pós-doutorado.
Assim como verificou-se algumas das instituições de pesquisa em RdP, tal como
INPE, ITA e IME. Quanto as perspectivas da RdP, cogita-se a criação de uma plataforma
semelhante ao PIPE e ao IOPT pela POLI-USP. Com base no que foi visto neste artigo, o
autor procurou demonstrar a importância das RdPs no ensino de automação no Brasil e desta
forma incentivar que mais pesquisadores se interessem pelo assunto.
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35
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Editora Springer. 2010.
Softwares de simulação em redes de Petri:
PIPE 5: http://sarahtattersall.github.io/PIPE/
IOPT: http://gres.uninova.pt/IOPT-Tools/login.php
36
TECNOLOGIA: A IMPORTÂNCIA DO USO CONSCIENTE PARA MANTER A SAÚDE
THECNOLOGY: THE IMPORTANCE OF THE CONSCIOUS USE TO MAINTAIN
HEALTH
Chelin Boeng (Especialista) SEED/PUC
“Não reze para ter uma vida fácil, reze para ser uma pessoa forte”.
John F. Kennedy
“Não se preocupe com o grito dos maus, mas com o silêncio dos bons”.
Martin Luther
Resumo: As ferramentas tecnológicas parecem ser um critério a ser alcançado para completar o bem
estar, sendo exigido uma conexão constante nesse ambiente de transformações tecnológicas imediatas,
com constante exposição a ambientes conflitantes e a alta exigência que mobilizam capacidades
físicas, cognitivas e afetivas para atingir objetivos, podendo reduzir o rendimento profissional e
qualidade da saúde que podem ser repetidos, agravando gradualmente a saúde do trabalhador,
refletindo em suas atividades de forma crítica. Deve-se refletir sobre os cuidados necessários para
utilização consciente dos recursos tecnológicos, evitando acarretar em prejuízos ao indivíduo e
sociedade.
Palavras-chave: Tecnologia. Reflexão. Saúde. Auto cuidado. Prevenção.
Abstract: Technological tools seem to be a criterion to be achieved to complete the well-being, and
required a constant connection in this environment of immediate technological change, with constant
exposure to conflicting environments and high demand that mobilize physical, cognitive and affective
abilities to achieve goals, can reduce work performance and quality of health that can be repeated,
gradually worsening the health of workers, reflecting their critically activities. One should reflect on
the necessary care for conscious use of technological resources, avoiding result in damage to the
individual and society.
Keywords: Technology. Reflection. Health. Self-care. Prevention.
A utilização constante das ferramentas tecnológicas atualmente parece ser um critério
a ser alcançado para completar o bem estar completo e realização do ser humano, que
necessita em seu ambiente laboral ou particular, sendo exigido uma conexão constante,
37
caracterizando como uma parceira fiel e onipresente, às vezes mais do que familiares, colegas
de trabalho e amigos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde consiste no “estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”, sendo
inúmeros os fatores que influenciam nesse processo.
Considerando que atualmente convive-se numa sociedade em constante
transformação, qualquer mudança gera estresse, que pode ser um sentimento positivo ou
negativo, dependendo da forma como o sujeito a utiliza para solucionar os desafios impostos.
Esses novos padrões de interação social refletem em mudanças drásticas nos
relacionamentos e na saúde do individuo e sociedade, onde, dependendo da utilização do
indivíduo, essa pode representar a solução de diversos problemas ou a criação de inúmeros
mais decorrentes da dificuldade de acesso e manuseio das informações. Todos os fatores
devem ser analisados considerando como o comportamento do ser humano se adapta as
tecnologias e mais ainda, como o estilo de vida é influenciado nesse contexto. É evidente que
a tecnologia auxilia incrivelmente na atualidade, nos favorecendo a realizar atividades
complexas e auxiliando na concretização adequada de nossos objetivos. Percebe-se em muitos
casos, uma diminuição do auto cuidado – fundamental para a manutenção adequada da saúde
– sendo que a correria cotidiana faz com que seja inadequadamente utilizada a
automedicação; falta de concentração em atividades importantes devido a diversos fatores tais
como ao excesso de descontração em jogos e redes sociais, por exemplo, podendo acarretar
em aumento de atividades pendentes ou redução da qualidade na execução das mesmas;
sedentarismo talvez pela irresistível comodidade da possibilidade em realizar praticamente a
totalidade das ações através de um simples click; postura inadequada durante as diversas horas
de uso, normalmente sem pausa de repouso e alongamento tão necessários e importantes para
a articulações, podendo acarretar em danos a toda coluna vertebral e estruturas associadas;
exigência exagerada de concentração e da visão, sendo que há uma redução da lubrificação
natural dos olhos, influenciada pela redução de número de vezes que piscamos; em alguns
casos pode se desenvolver a lesão por esforço repetitivo, acarretando em prejuízos
limitadores.
Deve-se considerar que é impossível separar o que o ser humano é como pessoa e o
que reproduz em sua atuação no seu ambiente de trabalho. Portanto, o estudante – futuro
profissional - deve ter consciência sobre a importância e responsabilidade inerente a sua
38
profissão, devendo reconhecer fatores prejudiciais específicos do desempenho de suas
atividades para que possa prevenir os problemas de saúde agravadas ou originadas nesse
contexto, tornando o trabalho desestimulante para todos os envolvidos na qualidade desse
processo, sendo de fundamental importância compreender e considerar as consequências na
saúde dos mesmos, pois é exigida consciência e competência por ser se tratar de profissões
em que não pode haver erros, e nesse contexto, a reflexão sobre a atuação de qualidade.
Na área da tecnologia, a constante exposição a ambientes conflitantes e a alta
exigência e requisitos para que uma atuação seja satisfatória ou para o desenvolvimento das
atividades relacionadas, mobilizam capacidades físicas, cognitivas e afetivas para atingir
objetivos, podendo reduzir o rendimento profissional e qualidade de produção.
Mesmo assim, muitos continuam exercendo a profissão não considerando suas
limitações, encontrando múltiplas justificativas para tais alterações, dificultando a definição
eficaz de um diagnóstico e, distanciando o tratamento. Esses passos podem ser
potencialmente repetidos, agravando gradualmente a saúde do trabalhador, refletindo em suas
atividades de forma crítica.
É necessária a percepção de que e do quanto algo é desconfortável para que possa
prevenir-se contra os efeitos negativos desse algo que causa desconforto. O acúmulo de
situações desconfortáveis faz com que haja o desgaste físico e psicológico, podendo ser
geradas por estímulos que são claramente perceptíveis como um conflito expresso
abertamente ou por estímulos sutis dificilmente percebidos, e esses, em geral, os que geram
maiores riscos, pois o indivíduo sente apenas as consequências que decorrem da exposição a
eles e “essa falta de percepção impede a caracterização dos determinantes e,
consequentemente, não possibilita ao professor desenvolver comportamentos de prevenção”
(ULRICH, 2008, p. 23).
Considera-se que a saúde é afetada pelo local de atuação que pode se apresentar
potencialmente danoso, e quando associado a uma personalidade e/ou ao estresse da vida
diária provoca perda da capacidade física e mental pelo aumento de exigência. Pereira (2003,
p. 96) destaca que, “[...] quando, por algum motivo, esses profissionais bloqueiam o livre
fluxo de sua energia, e se fecham para se autoprotegerem, a doença ataca seus corpos e suas
mentes”.
39
O estresse pessoal ou ocupacional está associado a sentimento de hostilidade, tensão,
ansiedade, depressão, podendo repercutir de forma evidente na saúde e desempenho,
apresentando causas internas ou externas, e quando é crônico desenvolve doenças.
Considerando que ninguém terá sucesso fazendo somente o que lhe solicitam,
torna-se importante se destacar em seu ambiente profissional e para isso, deve-se
considerar a flexibilidade - pois nem tudo caminhará de acordo com os seus planos – e o
equilíbrio como primeira condição para crescimento, evitando antecipar os fatos
negativamente e sim, mantendo planos de ação com diversas alternativas, sendo positivo e
não esperando uma transformação imediata, refletindo sobre a própria atuação sempre
buscando satisfação mútua e escutando o que não estão dizendo, o que talvez nunca
venham a dizer.
O grau de desgaste do corpo diante dessas agressões físicas e tensões emocionais
dependem do efeito direto do agente estressante sobre o individuo; de respostas internas
que estimulam a defesa; de respostas internas que estimulam a rendição dos tecidos, por
causa da inibição das defesas.
A percepção da própria saúde é influenciada quando o indivíduo encontra-se
estressado. É muito importante reconhecer elementos ou situações no trabalho que
aumentam risco para saúde, tais como o excesso de atribuições, fatores biopsicosociais
tanto dentro quanto fora do ambiente ocupacional, problemas familiares; relacionamento
interpessoal inadequado, falta de recursos e estrutura adequados em determinadas
empresas, sobrecarga física e psicológica acarretando em possíveis distanciamento do
funcionário, seja no âmbito da empresa assim como de seus colegas de profissão, refletidas
pelas desculpas recorrentes para se ausentar dos compromissos, afastamento por atestado,
falta no trabalho, falta de motivação em atuar, e de alguma forma, influencia na saúde da
equipe como um todo, reduzindo de forma notável a eficácia dos resultados e do bem estar
necessário para o cumprimento dos objetivos diários. Cabe ressaltar que alguns sintomas
organizacionais, tais como dificuldades de relação e faltas, originam ou são originadas pela
apatia, podendo ter como causas fatores físicos ou psicológicos, onde contatos positivos
podem evitar desgaste físico e emocional.
A promoção e manutenção da saúde devem ser priorizadas através de exames
periódicos. As instituições devem possuir um departamento específico para atender este
profissional e ajudá-lo em sua recuperação.
40
Os comportamentos que identificam essas dificuldades podem ser identificados,
através de uma análise das ações cotidianas e suas influências no processo, assimilando dados
influentes no processo saúde-doença, promovendo de forma saudável e eficaz o
desenvolvimento de tarefas inerentes a profissão, no qual o silêncio ou a não verbalização dos
fatos e sentimentos apontam fielmente o sentimento dos funcionários, mensagens essas, que
devem ser interpretadas, pois há necessidade de se exercer suas atividades de forma reflexiva
e motivadora, o que poderá auxiliar na resolução efetiva de impasses, considerados a partir
das reais necessidades do contexto social nos quais estão inseridos.
Para manter ou buscar esse equilíbrio denominado saúde, aconselha-se desligar o
motor diariamente, reservando momentos para desfrutar sobre algo que é valioso, valorizando
o convívio com família e amigos em ambientes reais, sempre utilizando a empatia em cada
ação e mostrando-se como exemplo ao invés de aconselhar, para reduzir a possibilidade de
estresse por exigência aumentada, pois nem sempre os demais satisfazem plenamente nossas
expectativas e, respeitar o individualismo é essencial para evitar um desgaste desnecessário,
sendo mais apropriado e indicado utilizar essa energia para garantir força para alcançar seus
próprios ideais, que podem também envolver auxiliar aos demais. É indicado também
perceber os sinais que o organismo transfere através de dores, desconfortos, indisposições,
dentre outros, pois podem representar uma indicação de excesso ou falta de alguma atitude
positiva de manutenção da saúde, tais como hidratação, postura adequada, períodos de pausa e
alongamento, repouso da visão em intervalos curtos, alimentação adequada e balanceada em
intervalos regulares.
A escolha em atuar na encantadora e gratificante área da tecnologia exige superação
constante de limites e dedicação de grande parte do tempo, evitando decepcionar os que
acreditam em seu trabalho, sendo essencial a motivação, colaboração e participação,
proporcionando um ambiente agradável nas empresas, imprescindível para que os
relacionamentos aconteçam de forma satisfatória, onde os envolvidos no processo devem ser
compreendidos, escutando o que elas não estão dizendo, o que elas talvez nunca venham a
dizer, pois sua atividade comporta uma obrigação moral.
O ideal seria realmente amar a profissão – além de tudo que se faz - e fazer
transparecer isso, exercendo um papel de formador de cidadãos e profissionais conscientes,
considerando que o exemplo é mais forte do que o discurso, sendo imprescindível contemplar
fatores de motivação tais como: realização, satisfação, força, confiança, interesse,
41
conhecimento, segurança, capacidade de adaptação, responsabilidade, respeito, envolvimento,
reconhecimento, dentre outros.
Garantir a saúde em toda sua complexidade é uma forma básica de proporcionar uma
atuação com qualidade, pois trata-se do maior patrimônio que possuímos, considerando que a
atuação nessa complexa área do conhecimento exige muita concentração, energia e potencial.
É fundamental manter a saúde física, mental e social para ter disposição para o sucesso, além
de cuidar do ambiente familiar, social e profissional, pois a busca e realização dos sonhos são
importantes metas, mas talvez mais ainda a possibilidade de ter com quem comemorar e
compartilhar desse momento. Realizar críticas construtivas e considerar que elogios
promovem sensação de reconhecimento. Abençoado é aquele que enxerga a necessidade,
reconhece a responsabilidade e se transforma ativamente na resposta.
Ainda, considerar as barreiras da comunicação como base do fracasso na atuação,
percebendo a limitação na compreensão das mensagens transmitidas, mantendo o
compromisso com futuro, considerando que conversar pode aliviar dores emocionais,
possibilitando negociar conflitos com flexibilidade, sensibilidade e humildade e administrar
diferenças com ética e análise de seu próprio desempenho, pois muitos sonhos dependem do
nosso comprometimento ético profissional.
Acredite: a solução para os problemas está em seu potencial !!
Você pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
Não tenha medo de abrir seu coração, ter mais vitalidade, ter sensações mais
intensas e não superficiais, lute mais. Nós nos comprometemos com o seu sucesso e não em
ser uma pessoa boa. Nos comprometemos com metas de poder e progresso, mas podemos
também desejar e alcançar também paz de espírito. E muito cuidado, pois a tecnologia pode
distanciar quem está próximo e aproximar (as vezes inadequadamente) quem está longe. E
muitas vezes precisamos de fato de um carinho real para amenizar muitas situações.
Referências
Definição de saúde. Disponível em: <portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro092.pdf>.
Acessado em 01 de setembro de 2016.
42
PEREIRA, Valéria Resende Teixeira. A síndrome de Burnout e a concepção reichiana de
saúde do educador. Psicologia Corporal, Curitiba, v. 3, p. 93-97, jan. 2003.
ULRICH, Elizabeth; KUBO, Olga Mitsue. Estresse e trabalho docente: um estudo das
percepções de professores universitários sobre suas reações profissionais e estresse. União da
Vitória: Uniuv, 2008.
43
APLICABILIDADE DA ANÁLISE SWOT NA ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL:
UM ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DE PEQUENO PORTE DE MÓVEIS
PARA ESCRITÓRIO
APPLICABILITY OF SWOT ANALYSIS IN THE ORGANIZATIONAL STRATEGY: A
CASE STUDY IN A SMALL INDUSTRY FORNITURE OFFICE
Gleison Hidalgo Martins (Especialista) - CETEP
Gisela Hidalgo Martins (Graduanda) - UNIGRAN
Herman Wiens (MBA) - IFPR
Sonia Silva Ferreira Martins (Especialista) - FAE
Resumo: Manter-se no mercado competitivo sem uma estratégia está cada vez mais difícil entre as
empresas de pequeno porte ausentes de estratégias organizacionais. O estudo abordou a aplicabilidade
da análise SWOT para avaliar o posicionamento estratégico global da empresa e formular estratégias
de forma estruturadas em uma indústria de pequeno porte de móveis para escritório, localizada em
Curitiba. O resultado contribuiu para identificar a capacidade defensiva entre os pontos fortes e os
pontos e a avaliar sua capacidade ofensiva entre as ameaças e oportunidades para com foco no
desenvolvimento de estratégias para potenciais ganhos na gestão da competitividade da empresa.
Configurado como estudo de caso por caracterizar como uma investigação empírica de fenômenos
contemporâneos principalmente quando estes limites entre os fenômenos e o contexto não são
evidenciados aumenta a confiabilidade da pesquisa.
Palavras-chaves: Posicionamento Estratégico Global, Análise Swot, Indústria de Móveis,
Planejamento Estratégico.
Abstract: Keep the company on the competitive market without an organizational strategy is
increasingly difficult among small businesses. The study addressed the applicability of the SWOT
analysis to evaluate the overall strategic positioning of the company and formulate strategies so
structured in a small office furniture industry, located in Curitiba. The result contributed to identify the
defensive capacity of the strengths and points and to assess its offensive capacity of the threats and
opportunities for focusing on the development of strategies for potential gains in the company's
competitiveness management. Configured as a case study to characterize as an empirical investigation
of contemporary phenomena especially when these limits between the phenomenon and context are
not shown increases the reliability of the research.
Key-words: Global Positioning Strategy, SWOT Analysis, Industry of Office Furniture, Strategic
Plan.
Introdução
As pesquisas que investigam a heterogeneidade nas organizações fundamentam que as
principais perspectivas teóricas sobre fontes de vantagem competitiva sustentável, como a
perspectiva são derivadas da área da organização industrial (BANDEIRA-DE-MELLO;
44
MARCON, 2006). Essa vantagem competitiva é a principal hipótese para explicar o
desempenho entre as empresas (BRITO; BRITO, 2012). Que para ser competitiva terá que
assimilar muito bem o significado da expressão flexibilidade (MOTTA, 1995). Sob esse
prisma Brito; Brito (2012) salienta que a vantagem competitiva pode ser medida pela
avaliação de seus efeitos sobre o desempenho organizacional, combinando com as curvas de
lucratividade e de crescimento em participação de mercado. Porter (1985) complementa que a
vantagem competitiva de uma organização não é compreendida pelas inúmeras atividades
distintas que esta empresa realiza, mas sim pelas que geram de valores.
Determinada pela inter-relação dinâmica entre as competências organizacionais e a
estratégia competitiva (FLEURY; FLEURY, 2004). Normalmente, as empresas que estão em
vantagem no seu ambiente competitivo estão executando estratégias competitivas que as suas
competidoras não estão (BARNEY, 2002 apud CAMELO, 2008). Já Ribeiro; Nogueira
(2009) argumenta que as empresas que estão expostas a um mercado agressivo, onde as
dinâmicas competitivas moldam as formulações de estratégias em diversos setores. Ter uma
estratégia bem concebida e bem executada é fundamental principalmente para a micro e
pequenas empresas, que são desfavorecidas na competitividade com empresas melhores
organizadas, principalmente pelas as de médio e grande porte (SANTOS, et al., 2007).
Ressaltado por Mintzberg; Quinn (1998) uma estratégia genuína é sempre necessária quando
as ações em potenciais dos concorrentes possam afetar seriamente o resultado desejado do
esforço da organização.
Cher (1990) Apud Santos et al., (2007) alguns estudiosos da área estimam que cerca de
80% das pequenas empresas não completam o primeiro ano de atividade, e 92% fecham suas
portas em até cinco anos de vida. As causas desse alto índice de mortalidade estão sempre
relacionadas à sua incapacidade formular estratégias. A questão crucial deste impacto nas
micro e pequenas empresas são mais contundentes do que seria em uma grande empresa, pois
a justificativa descreve que as todas as empresas independentes do tamanho necessitam de
estratégias para manter-se no mercado competitivo.
Portanto nota-se que a problemática da empresa pesquisada é de fato revelada, já que a
empresa não possui habilidades para enfrentar os principais desafios para o aumento da
competitividade em relação a formalizações da estratégia organizacional. Diante das
justificativas dos fatos, que alternativa poderia ser utilizada para minimizar as informalidades
na formulação das estratégias.
45
Diante dos fatos a pesquisa tem como objetivo propor alternativas para avaliar o
posicionamento estratégico global e formular a estratégia organizacional de forma estruturada
para auxiliar todos os colaboradores quanto aos propósitos da empresa, bem como sua missão,
visão e valores. Para tanto será necessário o desenvolvimento dos objetivos específicos:
1. Fundamentação teórica sobre o tema;
2. Elaborar um modelo de formulação das estratégias através da Análise SWOT;
3. Analisar o ambiente interno e externo;
4. Formular das estratégias;
A Pesquisa configurou-se como estudo de caso por caracterizar uma investigação
empírica de fenômenos contemporâneos no contexto real, especialmente quando os limites
entre os fenômenos e o contexto não são evidenciados. O qual será orientado por protocolo de
estudo de caso, onde aumenta a confiabilidade da pesquisa na realização da coleta de dados
(Yin, 2010).
1) Revisão bibliográfica
1.1 Estratégias
A “A Arte da Guerra” foi umas das primeiras obras escritas sobre táticas e estratégias
militares entre 544-496 a.C. pelo estrategista e filosofo chinês Sun Tzu (TZU, 2006). Para
Bushido (2006) o manuscrito abordava de forma abrangente as estratégias militares, onde a
formulação de uma estratégia era basicamente respeitar quatro princípios fundamentais entre
muitos outros: Princípio da escolha do local de batalha; Princípio da concentração das forças;
Princípio do ataque; Princípio das forças diretas e indiretas.
Séculos depois o general militar prussiano Carl Von Clausewitz (1780-1831) define
estratégia militar como o emprego de batalhas para obter o fim da guerra formando como base
um tripé: a preparação das táticas militares, a aplicação dos planos no campo de batalha e
a logística envolvida na manutenção do exercito. Desta forma revolucionou a estratégia
militar da época salientando que a tática ensina uso das forças armadas no engajamento,
enquanto a estratégia utiliza o engajamento para atingir objetivos de guerra (HOWARD;
PARET, 1984).
46
Na ótica de Ribeiro (2011) as estratégias evoluíram nos campos de batalhas, onde
muitos conquistadores tiveram campanhas militares bem sucedidas, tais como: Ghengis Khan
e Alexandre “o Grande”, outros cometeram erros irreversíveis, com exemplo clássico de
Napoleão Bonaparte. Para Chiavenato (2003) de fato ou conhecidência a primeira definição
do termo estratégia surge da palavra grega strátego, em que a estratégia era vista como a “arte
do general”. A estratégia militar era utilizada na aplicação das competências de um general
sobre um exército do planejamento e condução de campanhas.
Para Bracker (1980); Fernades; Berton (2005) somente após a segunda guerra às
estratégias militares foram incorporadas nos modelos de gestão, para que as organizações
buscassem conquistas de novos mercados. Para Mintzberg (2001) a estratégia é o plano que
integra as principais metas de ações da organização e ajuda ordenar e alocar recursos para
promover mudanças no ambiente, antecipando contingências realizadas por outros oponentes.
Como atividade principal esta inclui analisar o fator ambiental para conhecer os pontos fortes,
pontos fracos, ameaças e oportunidades, e assim avaliar os recursos disponíveis.
2) Planejamento Estratégico
Para um melhor entendimento do planejamento estratégico deve-se inicialmente
conceituá-lo. Para OLIVEIRA (2005) trata-se de um processo gerencial que possibilita ao
executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa. Historicamente a estratégia está
ligada à antecipação de cenários e planos de ação a serem desencadeados (SCHNAARS, 1991
apud Mainardes et al., 2011). Para Mintzberg et al., (1998) a estratégia é inimiga das
abordagens deterministas e mecanicistas, pois reduz a liberdade e a escolha. Na ótica Porter
(2004) a estratégia é uma fórmula ampla para o modo como uma empresa vai competir.
Essa estratégia surge através de um conjunto de variáveis constituído por tempo,
cultura organizacional, ambiente, atividades, estrutura, aparato tecnológico e sistema político
(SARAIVA, 2004). Em que Mintzberg; Waters (1985) estratificam as estratégias em duas
formas: a deliberada e a emergente. Para esses autores, a estratégia deliberada foca o
planejamento, a direção e o controle, fazendo com que os objetivos sejam efetivados,
enquanto que a estratégia emergente possibilita o aprendizado estratégico das empresas à
medida que surgem novos cenários de atuação.
47
Em decorrência das transformações na ordem econômica mundial, das consequências
da globalização e da concorrência entre as organizações são fatores que afetam as estratégias
das organizações empresariais e transformam em motivos, nos quais levam as empresas a
elaborarem planejamento estratégico (MACHADO-DA-SILVA; FERNADES, 1998);
(BRONDANI; SANTOS, 2003).
O Planejamento Estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a
direção a ser seguida pela organização, visando maior grau de interação com o ambiente
(KOTLER, 1975). Constituindo-se na primeira função do processo administrativo e permiti o
estabelecer objetivos organizacionais em função dos recursos necessários para atingi-los de
maneira eficaz (CHIAVENATO, 2004). Para formular a sistemática dos objetivos e ações,
que resultará nas melhores escolhas para decisões presentes, mas para (BRONDANI;
SANTOS, 2003) o planejamento é mais importante que o produto final, pois identifica futuras
mudanças, gerando harmonia no ambiente.
Esse processo auxilia a empresa a identificar os caminhos a seguir através da
formalização de processos e procedimentos e contribui para transformar ameaças em
oportunidades, definir novos rumos para a organização, promover mudanças e mobiliza
recursos para objetivo comum unificando os esforços da organização, entre outros itens que
justificam o planejamento estratégico nas empresas (OLIVEIRA, 1998); (FERNANDES;
BERTON, 2005). O desenvolvimento do planejamento estratégico é realizado basicamente
em três etapas: análise ambiental, formulação e implantação (KOTLER, 1991; FERNANDES;
BERTON, 2005).
2.1 Análise ambiental
Utilizada a mais de três mil anos, a análise ambiental resurgiu nas décadas de 60 a 70
através de um projeto de pesquisa realizado por Albert Humphrey na Universidade de
Stanford Research Institute (TARAPANOFF, 2001 apud FEIL; HEINRICHS, 2009). Na ótica
de Appio, et al., (2009) a análise ambiental é importante para todos os tipos de organizações,
indiferentemente do segmento inclusive para as empresas sem fins lucrativos. Para Johnson,
et al., (2007) apud Appio et al., (2009) a análise Ambiental é uma técnica que relaciona os
principais fatores internos e externos das organizações. E constitui uma das principais etapas
do processo de planejamento estratégico pode ser estudado pelos administradores através da
48
análise SWOT – do inglês Strengths (forças), weakenesses (fraquezas), opportunities
(oportunidades) e threats (ameaças) (FERNANDES; BERTON, 2005; FEIL; HEINRICHS,
2009). A análise SWOT é um instrumento extremamente útil na organização do planejamento
estratégico (APPIO et al., 2009). Após conduzir a análise da matriz SWOT, baseada no
ambiente interno e externo, o diretor poderá agrupar os elementos necessários na formulação
das estratégias e melhorar o desempenho da empresa (FERNANDES; BERTON, 2005;
APPIO et al., 2009).
2.2 Formulação
Nesta etapa deverão ser observados e definidos os seguintes itens: propósitos,
objetivos e estratégias gerais, objetivos e estratégias funcionais e orçamento do plano
estratégico.
a) Propósitos - Consiste em reformular o propósito da organização, o qual é à base da
estrutura organizacional, caracterizada por elementos, os quais direcionam a empresa ao
objetivo dos quais pretende alcançar no futuro. Segundo COSTA (2004) nesse propósito está
inserido:
- Visão: Deve ser definida de maneira clara e objetiva envolvendo mostrar onde a
empresa quer chegar, compreendendo os valores, desejos, vontades, sonhos e ambição,
(FERNANDES; BERTON, 2005; ZARO; LIMA, 2009);
- Missão: deve ser expressa de forma criativa para mostrar aos colaboradores qual a
finalidade da razão de ser da empresa e, perante essa missão, alinhar seus objetivos e
estratégias. Esta é a ótica de (ALDAY, 2000; FERNANDES; BERTON, 2005);
- Valores: esclarecem as características das qualidades e virtudes visando a conduzir a
empresa para um determinado rumo (COSTA, 2004; PORTELLA, et al., 2015).
b) Objetivos e Estratégias Gerais – São metas da empresa (ALDAY, 2000). Após confrontar
as ameaças e oportunidades do ambiente com as forças e fraquezas da organização
diagnosticada pela análise SWOT e da reformulação do propósito da organização, serão
identificados os objetivos gerais, que são diversos resultados precisos e concretos propostos, a
49
ser alcançados em um determinado tempo, conforme relata (FERNANDES; BERTON, 2005).
Os objetivos gerais precisam cumprir algumas características, tais como: quantificar, definir
prazos, ter boa comunicação, alinhados com a missão, detalhar em diversos níveis
organizacionais e serem flexíveis.
c) Objetivos e Estratégias Funcionais - Nas empresas são elaboradas áreas denominadas como
objetivos e estratégias funcionais a serem estabelecidas, devendo estar alinhados com os
objetivos e estratégias gerais da empresa. Servirá para que os gerentes formulem ações, para
alcançar esses objetivos. De acordo com FERNANDES; BERTON (2005) as áreas
relacionadas sempre são compras e materiais, produção, P&D, recursos humanos, sistema de
informação e marketing.
2.3 Implementação
Sem a implementação efetiva da estratégia, as empresas são incapazes de obter os
benefícios da realização de uma análise ambiental (ALDAY, 2000). Já Costa (2004) enfatiza,
que esta fase corresponde à transformação das ideias, sugestões, propostas, resoluções e
determinações em realizações práticas e efetivas. Pois as estratégias implementadas são
resultantes de um processo de formulação racional, visão deliberada da estratégia (MARINO;
ZYLBERSZTAJN, 2007).
Para Costa, (2004) a implementação envolve a execução e o acompanhamento,
efetuados simultaneamente:
- Execução - nesta etapa colocam-se em prática os planos de ação e os projetos
aprovados pelas equipes responsáveis na sua elaboração. Para cada objetivo ou meta,
deve haver planos de ação específicos para se assegurar que as ações e passos
necessários para a implantação das estratégias sejam executadas e acompanhadas;
- Acompanhamento - o acompanhamento das implantações das estratégias ocorre
principalmente por meio de relatórios, gráficos, reuniões e entrevistas, entre outros. O
acompanhamento percorre todo o processo de implantação e pode implicar em
correções de rumo, operacionais ou estratégicos. Nesta fase utilizam-se também
indicadores de desempenho para controle e avaliação das estratégias implantadas.
3) Modelo de aplicação
50
Após realizar esta análise ambiental identificando os pontos fortes e pontos fracos,
será necessário correlaciona-los na matriz SWOT, conforme figura 1, as forças e fraquezas
com as oportunidades e ameaças, deve-se atribuir um peso de intensidade para todas as
células, de 0 para “nenhuma” que corresponde de (0% a 33%), 1 para “intensidade média”
que corresponde a (34% a 66%) e 2 para “intensidade alta” que vai de (67% a 100%), de
acordo LEITÃO (1996), com o procedimento descrito a seguir:
Fonte: Matriz adaptada FERNANDES, 2006.
Figura 1 - Matriz Swot
Para a avaliação e interpretação dos resultados deve-se utilizar o indicador de
motricidade, que é o somatório das linhas da Matriz. A análise dá um indicador de
“Motricidade” de cada força e fraqueza, permitindo a identificação das forças mais
atuantes e das fraquezas mais prejudiciais face às oportunidades e ameaças relacionadas ao
cenário em análise.
Já o somatório das colunas fornecem indicadores que identificam as oportunidades
mais acessíveis e as ameaças mais impactantes neste mesmo cenário.
A Matriz SWOT pode ainda fornecer indicações mais globais a partir de um
indicador de “densidade dos quadrantes” obtido pelo quociente do somatório de pontos
reais pelo somatório de pontos possíveis em cada quadrante.
Onde:
51
Qi= Quadrante de referência (QI, QII, QIII, QIV).
Σ dos pontos obtidos em Qi (QI, QII, QIII, QIV).
Segundo LEITÃO (1996), a interpretação do posicionamento permite avaliar as
chances e riscos da organização em cada cenário, indicando se as condições predominantes
favorecem estratégias agressivas ou, pelo contrário, recomendam movimentos mais
defensivos. Com os respectivos resultados de cada quadrante, pode-se então calcular a
capacidade ofensiva e a capacidade de defesa e, através da figura 2, escala de posicionamento,
avaliar as chances e riscos da organização em cada cenário de acordo com o posicionamento
estratégico global – PEG.
CO = Capacidade Ofensiva, que indica o potencial de captura das oportunidades,
mediante a subtração da densidade do QIII e da densidade do QI. CO = (QI-QIII)
CD = Capacidade Defensiva, que indica a capacidade de neutralizar as ameaças
mediante a subtração da densidade do QII e da densidade do QIV. CD = (QII-QIV)
PEG = Posicionamento Estratégico Global, resulta da integração conjunta dos quatro
quadrantes. PEG = ((QI+QII)-(QIII+QIV))
Fonte: LEITÃO, 1996.
Figura 2 - Escala de Posicionamento
4) Estudo de caso
A empresa de “Indústria de Móveis para Escritório” fundada em fevereiro de 1998,
atua no setor moveleiro de escritório, tanto na sua fabricação quanto no comércio, atuando no
mercado sob a forma de capital fechado, fabricando e comercializando móveis para escritório.
Localizada em Campo Largo, sua primeira loja em Curitiba foi inaugurada no ano de 2000.
Os principais processos utilizados na empresa para fabricação e comercialização do
produto final são: processo de venda do produto pelos respectivos vendedores nas lojas e
através de licitações compra de materiais de acordo com a necessidade do que fora projetado
52
para atender ao pedido especificado e produção, envolvendo diversos processos (corte,
usinagem, laminação, lixamento, pintura, montagem, embalagem, etc.).
A pesquisa objetivou-se no desenvolvimento do estudo de caso para investigar a
prática da gestão na empresa, através da aplicação da análise SWOT fundamental para coleta
de dados e auxilio na identificação ambiental da empresa.
4.1 Metodologia de pesquisa
A escolha pelo método de estudo de caso proporciona vantagens por abordar uma
visão sistêmica e flexível nos procedimentos de coleta e análise dos dados e para isto utilizou-
se de técnicas como: Pesquisa bibliográfica fundamentada em materiais como livros, teses,
dissertações, artigos científicos e sites com o objetivo de esclarecer conceitos e formas;
contextualizado através de software Microsoft Office.
Para YIN (2010), as evidências do estudo de caso podem vir de seis fontes:
Documentos, registros em arquivos, entrevistas, observações diretas, observações
participantes e artefatos físicos. Documentos: Foram pesquisados relatórios gerenciais para
visualizar evidências:
a) Registros em arquivos: A empresa utiliza o sistema de gestão chamado Townsoft e
Promob;
b) Entrevistas: As entrevistas foram realizadas com os membros responsáveis de cada
setor;
c) Observações diretas: As observações diretas ocorreram dentro do ambiente natural do
estudo de caso;
d) Observações do participante: Este tópico trata-se de uma modalidade onde o observado
participante não é somente o observador passivo, mas também pode assumir vários
papéis nas situações do estudo de caso.
e) Artefatos físicos: foram tomados como artefatos físicos padrões de madeiras, folders e
outros insumos de produção.
5) Análise dos resultados
5.1 Análise ambiental
53
Na análise do ambiente, utilizou-se de entrevista com o diretor e os líderes dos setores
envolvidos tais como: Compras, Vendas, PCP, RH, Financeiro e Produção com o objetivo de
coletar dados para identificar e descrever as possíveis situações da organização. Nesta etapa
utilizou-se de uma ferramenta conhecida como Brainstorming para realizar a identificação dos
pontos fracos, pontos fortes, ameaças e oportunidades do ambiente interno e externo da
empresa. Em seguida foram caracterizados através da Matriz SWOT para confrontá-los:
II. AMBIENTE INTERNO
III.
IV. FORÇAS
Móveis customizados;
Força de trabalho
(formação/especialização);
Baixo turnover;
Parcerias com empresas privadas;
Design diferenciado.
V.
VI. FRAQUEZAS
Falta de preparação
(informação/conhecimento);
Resíduos industriais;
Administração centralizada;
Sistema contábil pouco eficiente;
Pouco investimento em marketing.
VII. AMBIENTE EXTERNO
VIII.
IX. OPORTUNIDADES
Aumentar participação no mercado
(licitações);
Franquias;
Novos nichos;
Desenvolvimento de tecnologia para
resíduos;
Aumento da demanda em relação ao
aumento de números de escritório e
centros comerciais.
Ameaças
Economia instável;
Juros altos;
Carga tributária;
Concorrentes;
Dependência de fornecedores.
54
Segue abaixo na figura 3, os dados coletados na pesquisa e lançados na matriz
SWOT, já correlacionadas um a um para visualização da análise ambiental.
Figura 3 - Matriz SWOT
4.1.1 Motricidade das forças e fraquezas
Através do indicador de motricidade, analisou-se a identificação das forças mais
atuantes e das fraquezas mais prejudiciais, face às oportunidades e ameaças em relação ao
mesmo cenário. Pode-se evidenciar que as forças mais atuantes da organização são
eficientes e agregam valores para organização, tais como: parcerias com empresas
privadas, produzir móveis customizados com um design diferenciado, profissionais
qualificados e um baixo turnover. Desta forma a organização deve solucionar os impactos
das fraquezas mais atuantes, sendo elas: falta de informação e conhecimento, deficiência
no sistema contábil, baixo investimento em marketing, descentralização de poder e
encontrar alternativas para os resíduos industriais.
4.1.2 Motricidade das forças e fraquezas
Com relação ao cenário da acessibilidade ou impacto a organização tem em seu
favor boas perspectivas de aumentar a seu market share atendendo outros segmentos de
55
mercados e estuda em abrir franquias, mas preocupa-se com as ameaças de instabilidade
econômica e juros altos.
4.1.3 Posicionamento estratégico global
Com os respectivos resultados de cada quadrante, pode-se então calcular as
capacidade ofensiva e a capacidade de defesa. Através da figura 2, escala de
posicionamento, avaliou-se as chances e riscos da empresa em cada cenário de acordo com
o Posicionamento Estratégico Global – PEG:
Capacidades Ofensivas, após a análise dos resultados é notável um potencial
equilibrado medidas através das forças, fraquezas e confrontadas com as oportunidades
mostra que a empresa tem em sua capacidade ofensiva 12%, a organização necessita de
audácia criativa para definir uma estratégia para buscar crescimento competitivo no
mercado;
Capacidade Defensiva, confrontando a análise dos resultados medidas através das
forças e fraquezas e confrontando-as com as ameaças, mostra um resultado negativo de
-2%, a empresa tem capacidade ofensiva de 12% porém a empresa deve estabelecer
uma estratégia de defesa para conter os avanços da concorrência;
Posicionamento Estratégico Global conforme a escala de valores comparativa figura
2, o PEG com valor de 10% é um resultado de potencial positivo e equilibrado. Porém
no ambiente externo a competitividade entre os concorrente é fortemente acirrada. É
claro a ausência em investimento infraestrutura, mão de obra qualificada e software de
gestão, investimento em marketing e outros prejudicam em muito o desenvolvimento
de crescimento da empresa e o trabalho da gestão.
4.2 Formulação das Estratégias
Após a análise dos ambientes interno e externo com os resultados da análise SWOT,
a Direção da empresa juntamente com os envolvidos no processo de formulação das
estratégias formulou os propósitos, visão, missão deixando clara a sua razão de ser e aonde
a empresa quer chegar.
- Formulação dos propósitos visão, missão e valores da empresa;
56
VISÃO
“Ser reconhecida até 2015 como empresa fornecedora de design diferenciado e
funcionalidade, através de soluções em móveis de escritório”.
MISSÃO
“Oferecer soluções em móveis comerciais, com funcionalidade e design, proporcionando aos
clientes satisfação e conforto em seu ambiente de trabalho”.
VALORES
- Comprometimento com cliente;
- Inovação contínua;
- Estimulo ao aprendizado;
- Ética.
Em seguida deverão identificar os objetivos gerais, que são os resultados, os quais a
empresa pretende atingir, diagnosticados na 1ª etapa e, após desenvolver as estratégias
alinhadas com seus propósitos, para que seus objetivos sejam alcançados dentro do
orçamento planejado para cada estratégia implantada.
ESTRATÉGIAS E OBJETIVOS
Fixar a marca, “MÓVEIS PARA ESCRITÓRIOS” no segmento de móveis para
escritório oferecendo produtos de qualidade e designers inovadores.
OBJETIVOS GERAIS;
Gerar resultados;
Satisfazer os Clientes;
Garantir a segurança operacional.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS;
Capacitar Funcionários;
Desenvolver Fornecedores
competitivos
Aplicar melhorias contínuas.
4.3 Implementação
Com os objetivos e estratégias já definidos, desenvolveu-se a implementação onde,
formularam-se os planos de ação e os respectivos instrumentos de controle e avaliação, de
acordo com cada ação proposta conforme segue abaixo:
57
- Análise dos objetivos e estratégias funcionais, orçamento e recursos necessários para
implementação;
- Elaboração dos respectivos planos de ação de acordo com os objetivos e estratégias;
- Formulação de instrumentos de controle e avaliação da implementação (gráficos, tabelas,
relatórios, indicadores, reuniões, entre outros).
Conclusão
Ao iniciar-se um estudo de caso para investigar as práticas empresariais, cria-se
uma expectativa sobre as diversas situações que poderão ser encontradas, como ambientes
favoráveis ou adversidades que podem e devem ser corrigidas na busca da excelência de
gestão. Deve-se ressaltar que cada organização possui características próprias, portanto,
para a aplicação de uma metodologia ou uma ferramenta, é necessário um estudo de caso
minucioso dos fatores que influenciam diretamente os processos organizacionais.
Com a aplicação da análise SWOT, foi possível avaliar o desempenho estratégico
global da empresa e propor alternativa de formular as estratégias de forma estruturada para
auxiliar todos os colaboradores quanto aos propósitos da empresa, bem como sua missão,
visão e valores contribuindo para tomada de decisões. Desta pode-se visualizar o quão
importante ter uma visão da empresa como um todo, e não separadamente por setores e
fases. O estudo de caso proporcionou através coleta de informações, correlacionar os
quadrantes da Matriz SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) e alinhar as
estratégias na empresa. Contribuindo para que a “Indústria de Móveis para Escritório”
possa seguir uma tendência de crescimento cada vez mais empreendedora para expandir
seus negócios a fim de buscar no mercado o espaço deixado pelas grandes indústrias.
No entanto pode-se concluir que a aplicabilidade da ferramenta Análise SWOT é
fundamental para empresa, pois trata-se de uma metodologia que investiga e analisa todo o
escopo da organização, transformando as informações em dados, que auxiliam o gestor e a
todo os colaboradores a visualizar no horizonte oportunidades para alcançar os objetivos
estratégicos.
Nota: Colaborou neste artigo Renata Lincy Ferreira, estudante do Ensino Técnico em
Administração do IFPR.
58
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61
UNIDADE DE DESCARTE DE VIDROS E LÂMPADAS FLUORESCENTES
COMPACTAS: UM CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE
DISCHARGE UNIT FOR GLASSES AND COMPACT FLUORESCENT LAMPS: A
PATH FOR SUSTAINABILITY
José Roberto Nunes (graduando) CETEP
Paraguassu de Fátima Rocha (mestre) CETEP
RESUMO: A crescente verticalização das cidades agrupa dezenas de famílias residindo em
condomínios e tende a gerar resíduos, cujo descarte de garrafas e copos de vidro, lâmpadas
fluorescentes compactas e óleo resultante de frituras é uma crescente preocupação, devido à
dispersão de poluentes e acidentes com coletores. Com este foco, o presente trabalho pretende
solucionar o problema do descarte irregular de detritos em vidros, o qual aumenta o risco de
acidentes a coletores, danos ao ambiente e provoca dispersão de poluentes. Nesse sentido
questiona-se se uma unidade de reciclagem de resíduos residenciais poderia reduzir os riscos a
coletores e evitar a dispersão de poluentes. Para responder esse questionamento, propõe-se o
desenvolvimento de uma unidade automatizada para descarte de rejeitos de vidros, lâmpadas
fluorescentes compactas e acondicionamento de óleo resultante de frituras domésticas. Acredita-se
que a unidade automatizada de descarte dos rejeitos citados evitaria o desvio dos sólidos cortantes,
acidentes de trabalho e a contaminação do meio ambiente por óleo resultante de frituras
domésticas. O desenvolvimento dessa unidade automatizada orienta-se por pesquisas sobre
impactos ambientais causados por detritos relatadas nas literaturas de engenharia em meio
ambiente. Para a sua construção, reúne-se conceitos de mecânica, elétrica e eletrônica somados à
habilidade na adaptação do protótipo a funções automatizadas que o tornam útil aos trabalhos de
coleta dos resíduos residenciais, objetivando oferecer ferramenta de fácil manuseio que concentre
todos os detritos em local seguro, reduzindo eventuais laminas de vidro a frações menores,
reduzindo o risco de ferimentos a coletores. O software a ser desenvolvido gerenciará todo o
protótipo tornando-o preciso, seguro e totalmente automático facilitando o uso diário. Acredita-se
também que, devido à simplicidade no uso, poderá ser introduzido ao mercado graças ao baixo
custo de montagem e facilidade na aquisição pelos mais variados segmentos sociais.
Palavras-Chave: Unidade de descarte. Resíduos. Vidros
ABSTRACT: The growing verticalization of cities groups dozens of families residing in
condominiums and tends to generate waste, whose disposal of bottles and glass cups, compact
fluorescent lamps and oil resulting from frying is a growing concern, due to the dispersion of
pollutants and accidents with collectors. With this focus, the present work intends to solve the
problem of the irregular disposal of garbage in glass, which increases the risk of accidents to
collectors, damages the environment and causes dispersion of pollutants. In this sense, it is
questioned whether a residential waste recycling unit could reduce the risks to collectors and avoid
the dispersion of pollutants. To answer this question, it is proposed the development of an
automated unit for discarding glass, compact fluorescent lamps and oil packaging resulting from
domestic frying. It is believed that the automated waste disposal unit would avoid the dispersion of
cutting solids, work accidents and contamination of the environment by oil resulting from domestic
frying. The development of this automated unit is guided by research on environmental impacts
62
caused by garbage reported in engineering literature on the environment. For its construction,
mechanical, electrical and electronic concepts are combined with the ability to adapt the prototype
to automated functions that make it useful for the work of collecting residential waste, aiming to
offer an easy-to-use tool that concentrates all the garbage in safety place, reducing any glass slides
to smaller fractions, reducing the risk of injury to collectors. The software to be developed will
manage the entire prototype making it accurate, secure and fully automatic, making everyday use
easier. It is also believed that due to the simplicity in use, it can be introduced to the market thanks
to the low cost of assembly and ease of acquisition by the most varied social segments.
Key words: Disposal. Waste. Glass.
Introdução
O desenvolvimento urbano tende a verticalização e a aglomeração de casas em
ambientes fechados se formam os condomínios. Neste espaço habitam famílias dos mais
variados formatos: solteiros, casais com filhos e sem filhos que em comum geram uma
variedade de resíduos que necessitam ser descartados em locais apropriados e, em alguns
casos, o acondicionamento especial de vidros e óleo residual doméstico.
O rejeito resultante de garrafas de vidros, copos, pratos e vidros quando
dispensados em recipientes em sacos de lixos comuns transformam-se em potencial risco
de acidentes a coletores de recicláveis e garis. As lâmpadas fluorescentes compactas
oferecem além do risco de cortes, contaminação química por fósforo e mercúrio. Estes
resíduos, somados ao óleo doméstico são propícios ao descarte irregular.
Em função disso, pensou-se no desenvolvimento de um protótipo que oferecesse
soluções à dificuldade encontrada em condomínios residenciais no descarte dos resíduos
que normalmente não têm a destinação correta, evitando a dispersão de poluentes
potencialmente perigosos.
Este equipamento trabalha na segregação dos detritos em embalagens protegidas e
fechadas direcionando-os a centros de coletas, evitando acidentes de coletores e a
contaminação do ambiente com detritos provenientes das lâmpadas fluorescentes. Na
unidade, o óleo residual doméstico acumula-se em garrafas e destinado a reciclagem e
evita o descarte incorreto nas tubulações de esgoto.
A facilidade no uso diário aliado ao baixo custo o torna atrativo a todos os
segmentos sociais, possibilita todos os condôminos operá-lo de forma eficiente e segura,
dispensando conhecimentos técnicos específicos na operação. A unidade objetiva
63
implementar soluções que possibilitem o desenvolvimento de unidades compactas de
reciclagem residenciais, tornando cada vez mais eficazes a coleta seletiva.
Com base nas considerações de Braga sobre recursos naturais percebe-se a
importância da preservação dos recursos naturais e a necessidade de reciclar, a fim de obter
um melhor aproveitamento de tais meios disponíveis e Cunha reforça a visão dos impactos
dos detritos nos ecossistemas e alerta para riscos de contaminantes sólidos e semissólidos
no meio ambiente.
1 Recursos naturais
Recurso natural é toda matéria prima necessária à manutenção de populações,
ecossistemas e organismos e são classificados em renováveis e não renováveis. Um recurso
renovável depois de utilizado é restituído ao meio graças ao seu ciclo natural. O ciclo
hidrológico, a biomassa e o ciclo da energia eólica são exemplos clássicos destes recursos,
os quais se renovam em curto espaço de tempo e não tem relevante impacto na vida
humana (BRAGA, 2005).
Os recursos não renováveis quando utilizados não permitem a reutilização ou se
perdem para sempre. Como exemplo, o petróleo que após a queima não pode ser
reaproveitado. Entre os não renováveis. classifica-se ainda a identificação de duas classes:
os minerais energéticos como os combustíveis fósseis e urânio e os minerais não
energéticos como o fósforo e o cálcio.
2 Os detritos e coletores
O processo de verticalização das grandes cidades revela-se uma tendência onde
várias pessoas coexistem em espaços compactos, os quais identificam-se com habitats e
nichos ecológicos.
Uma vez que a matéria não pode ser destruída, apenas modificadas quando
descartada, os detritos produzidos pelos condomínios tendem a ser vultuosos, devido à alta
concentração das espécies nesses nichos e precisam ser coletadas de forma eficiente e
direcionadas a centros de reciclagem. O direcionamento segue normas e padrões definidos
por órgãos especializados em meio ambiente, por políticas específicas. Os resíduos sólidos
64
e semissólidos resultantes de atividades de origem doméstica, hospitalar, comercial,
agrícolas e limpeza pública (CUNHA, 2013).
O gerenciamento destes resíduos segue as definições, para efeito básico, da NBR
10004/2004 que define o tipo de detrito, periculosidade, corrosividade, inflamabilidade,
toxicidade e patogenicidade (em conjunto com a NBR 10007).
A periculosidade no descarte do resíduo oferece suporte e justifica a preocupação
em encontrar soluções e direcionar melhor os detritos em vidros: apresenta risco de
contaminação pelas propriedades físicas, químicas e infecto contagiosa podendo provocar
acidentes, mortalidade, contaminação, incidência de doenças ou acentuando seus índices
quando gerenciado de forma inadequada (CUNHA, 2013).
3 Sustentabilidade e automação industrial
Desenvolvimento sustentável é aquele em que se satisfaz as necessidades presentes
sem o comprometimento das necessidades futuras. Existem várias medidas aplicadas na
proteção dos recursos naturais, o desenvolvimento de políticas públicas no estudo da
preservação dos mananciais hídricos, diminuição do consumo de energia, uso de
tecnologias em energia renováveis, preservação da biodiversidade, ecossistema e a
limitação do crescimento populacional (Cassiolato, 2016).
A automação industrial pode contribuir positivamente na sustentabilidade na
proteção de recursos naturais por meio do controle, dosagem e otimização dos recursos,
evitando o desperdício e controlando resíduos descartados irregularmente no ecossistema
durante todo o processo produtivo.
O controle de resíduos deve ser uma crescente preocupação da humanidade e demonstra
ser a chave para os principais problemas nos dias atuais. Controlando e reciclando os
detritos, reduz a quantidade de matérias primas exploradas, a poluição de mananciais e o
volume de detritos em aterros sanitários. Esse controle ainda exerce um papel social,
gerando renda a coletores e evitando a disseminação de doenças como a dengue e outras.
A preocupação com o desenvolvimento sustentável iniciou-se ainda nos anos 60 e
teve o primeiro resultado divulgado em 1972 por pesquisadores do MIT e tratava de temas
como desenvolvimento, energia, poluição, saneamento, saúde, ambiente e crescimento
populacional. A partir destes estudos, a comunidade científica, através de modelos
65
matemáticos, revelou que o planeta não suportaria este crescimento desordenado devido a
impactos nestes pontos até 2100. Em 1975, foi criado pela Unesco o Programa
Internacional de Educação Ambiental, focado na capacitação de educadores adaptados às
diferenças sociais e a diferentes nações. Após esses eventos, surgiram outras reuniões onde
nações discutiram abertamente o tema biodiversidade, preservação, desenvolvimento
sustentável e redução dos impactos ambientais na sociedade e no ecossistema (Cassiolato,
2016).
Na sustentabilidade do ecossistema, a coleta seletiva demonstra ser fundamental e o
desenvolvimento de projetos automatizados influencia o controle de poluentes dispersos no
meio ambiente.
A automação industrial viabiliza o controle em um dos ambientes de considerável
volume poluidor, que são as residências, educando, incentivando e coletando detritos,
conservando em locais apropriados, evitando-se a dispersão.
4 A unidade de descarte
A unidade de descarte resume-se a direcionar os detritos em vidros e o óleo de
forma ordenada, oferecendo o centro coletor automatizado evitando dispersar resíduos de
vidro em sacos plásticos, que constantemente provocam acidente em coletores.
Os detritos depositados no orifício indicado, são triturados ou esmagados
totalmente automatizados, reduzindo-os a frações menores evitando fragmentos
pontiagudos ou com superfícies de maiores dimensões, o que tende a reduzir
significativamente o risco de corte. A figura 1 demonstra o projeto em SolidWork da
unidade de descarte onde os detritos são depositados, triturados e acondicionados:
Figura 1 - Unidade de Descarte
Fonte: O Autor (2016)
66
O painel elétrico fixo na parte superior da unidade informa a disponibilidade do
espaço de deposição dos detritos, que após triturados, esmagados ou depositados em
embalagens apropriada sinalizam a condição do recipiente. O display em LCD na parte
frontal informa qual o resíduo está com espaço insuficiente na embalagem.
As embalagens utilizam materiais comuns como caixas de papelão para vidros e
plásticas para o óleo de cozinha.
5 Automação
A automação é utilizada para melhorar, monitorar e controlar o meio produtivo.
Todo sistema de automação segue o princípio onde o processo é realimentado de
informações resultantes da conclusão de cada tarefa, reorientando, redimensionando e
antecipando a etapa seguinte, com o objetivo de alcançar o resultado final próximo
possível ao qual o dispositivo foi instruído a executar através de codificações e algoritmos
específicos (MAMEDE, 2002).
Em uma unidade automatizada, a complexidade pode variar. Os sistemas de maior
simplicidade conseguem manter maior participação do homem no processo, enquanto os de
maiores complexidades dispensam a interferência, a não ser como gerenciador de tarefas e
em casos específicos, um mero expectador de todo o processo enquanto todo o trabalho é
processado por uma inteligência artificial.
A automação tem invadido os ambientes industriais, tornando-se cada vez mais
complexa, à medida que procura substituir o homem em todas as tarefas que era
de seu domínio na produção, principalmente tarefas repetitivas, lógicas e
sistemáticas. (MAMEDE, 2002)
Para que a produção seja automatizada, é necessário o uso de inteligência artificial,
uma unidade capaz de entender o processo, tomar decisões baseado em um algoritmo
previamente elaborado. A unidade de processamento de informação é fundamental para
que todos os dispositivos inteligentes pudessem assumir o controle das tarefas mais
complexas como acionamento, monitoração e as tomadas de decisões vitais para o
resultado final (MAMEDE, 2002).
67
Para tal propósito, o uso de micro controladores é fundamental para o desempenho
do protótipo. Existem vários processadores no mercado e diversos fabricantes como Intel,
Motorola, Texas, Microchip entre outros.
O conjunto eletrônico responsável pelo controle da unidade de descarte desenvolve-
se com base no micro controlador PIC 16F877A, conhecido como CLP PIC 40 V- 4, com
uma frequência de clock de 4Mhz, da VWSoluções. Possui barramento IC2, comunicação
serial RS232 e RS485, o que permite a comunicação com outros equipamentos que
possuam recursos idênticos.
O controlador possui 12 entradas digitais opto acopladas, com lâmpadas de Led que
permite a visualização do estado das entradas. Uma entrada analógica para conversor A/D
(analógico/ digital) de 10 bits, 8 saídas do tipo contato reversíveis 120 V / 15 amperes
completam o conjunto. A alimentação do circuito é de 12 Vcc e 500mA.
5.1 A mecânica
Em resumo, a unidade de descarte automático é composta por dois motores
controlados por uma unidade central fixa na parte superior do equipamento, responsáveis
por triturar o vidro e esmagar as lâmpadas fluorescentes compactas. O controle do
acionamento das unidades motoras é autônomo, gerenciadas por micro controlador e as
partes móveis são protegidas pelo compartimento metálico.
A unidade de controle recebe informações de entrada e saída de dados digitais
através de sensores, que possibilitam a unidade a reconhecer comandos previamente
estabelecidos pelo micro controlador e permite operação intuitiva sem necessidade
especialização no processo de operação.
O projeto desenvolve-se em SolidWork, software específico destinados a criação e
elaboração de soluções mecânicas usado na indústria. A unidade compõe-se de partes
projetadas separadamente definido pelo tipo do material e a aplicação, direcionando a
fabricação das peças e orientando o formato. Os textos a seguir oferecem um esboço de
todo o projeto mecânico que formarão a unidade de descarte.
O modelo utilizado para fabricação utiliza conceitos mecânicos como processo de
soldagem, corte, acionamento por engrenagens e noção de torque aplicada durante todo o
68
processo de fabricação da unidade. Todos os componentes mecânicos do equipamento são
explicados nos textos a seguir.
5.2 O chassi
Considerado o esqueleto da máquina, tende a resistir todo o esforço mecânico a que
é submetido a unidade. A estrutura mecânica suporta-se sobre peças metálicas retangulares
de 40 x 30 mm e forma uma peça retangular com dimensões de 1200 X 800 X 800
milímetros, responsável por sustentar os elementos de acionamento, o painel, armazenar e
acondicionar os rejeitos.
Durante o processo de fabricação da estrutura foram aplicados diversos recursos
metalúrgicos como corte do material, soldagem e desbastes do excedente para evitar
rebarbas ou sobra de soldagem excedente. As peças em aço carbono SAE 1020 foram
unidas pelo processo de soldagem denominada MIG (Metal Inert Gás) após serem cortadas
no comprimento projetado.
O processo de soldagem usado caracteriza-se por um eletrodo continuo e não
revestido que aquece o metal por meio de arco elétrico fornecido pelo alimentador
contínuo (máquina de solda).
A parte inferior suporta a chapa em aço carbono 1200 x 800 x 6 mm onde
acondiciona-se as embalagens para a deposição dos resíduos. Na superior a peça metálica
possui a mesma dimensão com orifícios retangular e circulares para a coleta dos
recicláveis. Aberturas laterais permitem a retirada do resultante da coleta de vidros e óleo
doméstico para transporte seguro pela empresa responsável. A figura 2 ilustra o formato
projetado do chassi, as partes inferior e superior:
Figura 2 - Estrutura da Unidade de Descarte
Fonte: O Autor (2016).
69
A base inferior da unidade possui três plataformas suspensas por molas que
funcionam como limitadores de carga. Os limitadores acionam sensores eletromagnéticos
quando o volume da carga excede a borda ajustada e informar o usuário a necessidade de
recolher os detritos.
Suspensa por molas e presas a base da unidade por parafusos M 10 x 100
milímetros, as bases móveis foram projetadas para acionar sensores e indicar o momento
de recolher os detritos. A figura 3 ilustra o a base da unidade suportada por molas:
Figura 3 - Base de Acionamento de Sensores
Fonte: O Autor (2016).
A parte superior da unidade, com orifício retangular de dimensões 300 x 150 x 150
milímetros onde admite-se a entrada dos rejeitos sólidos em vidro. Abaixo da entrada fixa-
se o triturador responsável por quebrar os fragmentos maiores em partes menores e mitigar
os riscos de corte nos responsáveis pelo manuseio. A coleta do óleo realiza-se pela
projeção tubular com diâmetro 50 x 150 milímetros e a lâmpada fluorescente compacta
pelo orifício maior, com 100 x 150 milímetros. A diferença de diâmetros impede que
resíduos de lâmpadas sejam descartadas juntamente com o óleo, evitando a contaminação
por detritos cortantes.
O motivo dos orifícios elevarem-se da base superior em 150 milímetros baseia-se
na segurança dos usuários, evitando a projeção principalmente do vidro quando triturado e
impedindo o usuário introduzir as mãos na unidade.
5.3 O triturador de vidros
Necessário à fragmentação de detritos em vidro em partículas menores, o triturador
constitui-se de cilindro em aço carbono com ressaltos de 50 x 50 milímetros em angulo de
70
900, denominado Laminas. O cilindro encaixa-se com outro do mesmo formato, mas com
ressaltos opostos formando cavidades por onde o vidro é triturado.
As lâminas do triturador possuem diâmetros de 60 milímetros por 30 de largura
usinadas a jato d`água em aço carbono SAE 1020 presas ao eixo cilíndrico em aço carbono
impede que as lâminas do triturador recurvem durante o processo de trituração. O método
de soldagem MIG (Metal Inert Gás) une as peças ao elemento de tração mantendo a
distância de quarenta milímetros uma da outra.
Figura 4 - Lâminas do Triturador
Fonte: O Autor (2016).
5.4 Eixo e engrenagem de acionamento
Os eixos fixos a mancais são acionados por engrenagens, garantindo melhor torque
e reduzindo o deslizamento, evitando a parada de equipamento e reduzindo
consideravelmente a manutenção. As engrenagens possuem diâmetro de 105 milímetros e
112 dentes retos tracionadas por outra engrenagem menor de 60 milímetros de diâmetro e
58 dentes. A escolha do modelo de acionamento proposto visa melhorar aproveitamento da
potência do motor com base no cálculo do torque 2 x 1, que é a divisão do diâmetro maior
(motriz) pelo diâmetro menor (motora), desprezando a resistência por atrito.
Parafusos M4 x 30 x 1 travam as engrenagens perpendicularmente aos eixos nas
ranhuras usinadas nas extremidades do elemento de tração. O comprimento das ranhuras
são vinte milímetros e o diâmetro quinze unidades milimétricas. A figura a seguir ilustra as
laminas do triturador.
71
Figura 5 - Eixos e Engrenagens do Triturador
Fonte: O Autor (2016).
5.5 O mancal
O mancal UCP 205 é o dispositivo fixo responsável pela liberdade de rolagem do
triturador. Manufaturado em ferro fundido, no centro rolamentos esféricos em aço
percorrem a circunferência maior permitindo constante movimento com baixo coeficiente
de atrito.
Parafusos M6 x 25 x 1,25 prendem os mancais a estrutura em aço carbono do
chassi. A figura 32 ilustra a unidade onde fixa-se o eixo do triturador:
Figura 5 - Mancal UCP 205
Fonte: O Autor (2016).
72
5.6 Proteção do triturador
Os mancais fixos em estruturas protegem as lâminas e direcionam os detritos
diretamente a caixas de papelão. Forma-se um funil retangular que facilita a manutenção
ou a troca dos mancais e engrenagens quando danificados.
A proteção impede a projeção do material triturado pelo compartimento interno da
unidade, evitando a contaminação por vidro e mantendo o ambiente interno organizado.
Uma estrutura suporta os mancais que se fecha com chapas de aço carbono de 600
x 250 x 3 milímetros de comprimento unidas por solda MIG a estrutura retangular também
em aço carbono SAE 1020. A figura 33 oferece um esboço da proteção das lâminas:
Figura 6 - Proteção das Lâminas
Fonte: O Autor (2016)
5.6.1 O acionamento das lâminas
O motor Weg de indução trifásico 220 Vca, 1\2 CV fornece o torque necessário
para triturar o vidro. Acoplado ao motor, o conjunto redutor 6:1 reduz a velocidade de
1800 para 300 RPM.
O motor prende-se na base por parafusos M10 x 25 x 1,25 mm de aço carbono e
usinado por ferramenta denominado macho M10 de passo da rosca 1,25.
73
A redução na velocidade evita que partes do vidro triturado seja lançado fora do
recipiente que acondiciona as laminas. Engrenagens acopladas ao eixo, como explicado
anteriormente auxiliam movimento das lâminas em sentido opostos.
5.6 Esmagador de lâmpadas fluorescentes
A proteção cilíndrica metálica com diâmetro 102 mm mantém o curso do
esmagador e fragmenta as lâmpadas fluorescentes compactas, reduzindo o volume e
separando os elementos, direcionando-os a coletores específicos para cada elemento.
Formado por um tubo de diâmetro 96 mm que se move no interior da proteção
cilíndrica impulsionado por alavanca com 200 mm de comprimento fabricado em aço
carbono SAE 1020, a lâmpada é prensada contra o interior do receptáculo o suficiente para
provocar a quebra do vidro. O conjunto assemelha-se a um pistão automotivo. A peça
circular 150 mm acoplada ao motor fornece torque o torque a alavanca e ambos são
fabricados em aço SAE 1020 de 10 mm.
Os resíduos desprendidos são coletados por uma calha inclinada a 450, descem por
gravidade dividendos entre partículas menores, vidro e por último a parte metálica. Os
elementos dividem-se de acordo com as telas de proteção classificando - se de acordo com
o tamanho do filtro.
Figura 7 - Esmagador de Vidros
Fonte: O Autor (2016)
74
5.6.1 O acionamento do esmagador
O motor Bosch GPB F006 KM 611, 305 W, 2600 rpm, alimentação 12 Vcc e moto
redutor MR3 30:1 traciona o eixo do esmagado a um torque de 350 Ncm. A transmissão
realiza-se por coroa e pinhão auxiliado por corrente. O motor é fixado na base metálica por
parafusos M 6 x 25 x 1.
O conjunto coroa e pinhão fixa-se através de chaveta ao eixo do esmagador.
Figura 8 - Motor Bosch GPB com Redutor
Fonte: O Autor (2016)
6 A elétrica
O painel de controle da unidade de descarte, como afirmou-se anteriormente
protege os elementos de controle responsáveis pelo gerenciamento do equipamento.
A placa eletrônica fixa-se na lateral do painel por quatro parafusos M3 x 30 isolada
da parte metálica por isoladores plásticos de cinco milímetros de diâmetro e mantem uma
distância de cem milímetros dos principais elementos comutadores como relés e
contactores elétricos. A alimentação da placa eletrônica ocorre por meio de fonte
estabilizada 12 Vcc com uma corrente máxima de 30 amperes e definida pelo consumo da
placa, aproximadamente 2 amperes conforme folha de dados (datasheet) do fabricante. A
fonte fixa-se ao lado oposto da placa eletrônica por meio de parafuso M2 x 5 milímetros na
75
parte inferior do painel e fornece tensão contínua a placa e ao motor do esmagador de
lâmpadas.
A potência consumida pela placa, incluindo-se as perdas por resistências no
condutor que podem ser desprezadas é de 30 watts, determinada pela lei de Ohm onde a
corrente é multiplicada pela tensão (P = VI).
O circuito de alimentação da placa eletrônica utiliza fio singelo de 1,5 mm2
com
extensão de 200 milímetros entre a fonte estabilizada e os conectores de alimentação.
A placa eletrônica limita a condução da carga aplicada aos relés em no máximo 6
amperes ou 72 watts aplicando-se a lei de Ohm para a determinação da potência. O
acionamento dos motores necessita de comutadores auxiliares para a proteção da placa e
aumento da condução de potência.
A alimentação da unidade utiliza cabos 4 mm2, isolamento 750V em PVC.
6.1 Montagem dos componentes auxiliares
Necessários à condução de potência compatível com os motores, o contactor
Siemens 3RT1025, os relés Siemens 3RH1122 e LZS RT78725 são fixos ao painel por
meio de trilho apropriado para a fixação. O trilho é montado no interior do painel por dois
parafusos M3 x 5 milímetros e possui o comprimento de 250 milímetros. O mesmo recurso
aplica-se aos terminais de conexão linear, os bornes. Em situação semelhante são montados
os cinco relés auxiliares.
Os contactores e os relés são monofásicos de 127 Vca acionados pelos relés de
comutação da placa eletrônica. Cabos singelos de 1 mm2
com tensão de isolamento de
600V em PVC fornecem alimentação necessária a comutação dos elementos de controle.
Os cabos quando livres dos isolamentos mecânicos são prensados terminais para proteção e
evitar falhas na conexão.
Utiliza-se cabo singelo 2,5 mm2, tensão de 750V em PVC no circuito de
alimentação do motor do triturador de vidros para a corrente nominal de 1, 98 ampères a
um fator de potência de 0,68 e fator de serviço 1,25. O esmagador de lâmpadas utiliza cabo
6 mm2 para 26 amperes em corrente continua.
Montados e posicionados no chassi mecânico da unidade, as chaves limites (limit
switches) são fixas por dois parafusos 3 x 12 mm e alimentadas por cabo singelo 1 mm2.
76
As chaves detalhadas previamente, são do tipo normal abertas e acionadas por partes
móveis da estrutura cuja função acumula-se entre acionar, sinalizar e auxiliar o programa
nas decisões do processo de automação. As seis chaves são condicionadas a entradas
discretas.
A conexão entre o painel e os elementos periféricos utiliza os conectores de
passagem Siemens montados na parte inferior do painel. Determinou-se os condutores pelo
critério de corrente elétrica, em acordo com a norma NBR 5410, explicado anteriormente.
Figura 9 - Distribuição dos cabos no painel
Fonte: O Autor (2016)
6.2 Sinalização e comando do painel
Montados na parte frontal do painel elétrico encontram-se os botões liga, desliga,
emergência e lâmpadas de sinalização da unidade.
As lâmpadas de sinalização montadas a uma distância de 60 milímetros indicam
condições do equipamento e a disponibilidade da unidade. O circuito de alimentação de
sinalização e botões utilizam cabos 1 mm2.
As funções dos botões limitam-se a ligar e desligar o comando elétrico da unidade,
evitando reiniciar o processador após realizar o trabalho. Os elementos de comandos
trabalham por pulso. A tela de LCD informa quando e qual compartimento excede a
capacidade de contenção de detritos.
77
O LCD encontra-se entre a sinalização e os botões de controle fixo por quatro
parafusos passantes de 2 mm com porca e arruelas montados no painel. A figura 10 ilustra
a parte frontal do painel:
Figura 10 - Sinalização e Botões de Comando
Fonte: O Autor (2016)
6.3 Modo de operação
A unidade de reciclagem de vidros destina-se a pessoas sem experiência com
operações complexas, portanto existem apenas três instruções básicas que dispensam
quaisquer conhecimentos técnicos as quais seguem abaixo:
Conecta-se a unidade a fonte de alimentação 220Vca verificando a condição através
da lâmpada de iluminação vermelha, a qual indica o estado energizado ou desenergizado
da unidade. Esta informação se torna imprescindível para a constatação do status apto ou
inapto para a execução do trabalho.
Pressionando o botão verde no painel, alterna a função repouso para a situação
pronto para operar e observa-se condição através da lâmpada verde situada também na
parte frontal do painel. Estando acesa a sinalização verde, abre-se a tampa do triturador,
78
deposita o vidro no recipiente e fecha-se a porta do recipiente. O triturador irá iniciar o
processo de quebra do vidro automaticamente e o usuário verifica a condição de operação
pelo sinalizador branco. Este sinalizador é comum para o triturador e o esmagador de
lâmpadas, sinaliza o fim do processo automaticamente, sem a interferência do operador.
A lâmpada verde também sinaliza a condição de operação do esmagador de
lâmpadas fluorescentes compactas.
A lâmpada amarela indica se o volume prático dos recipientes atingiu o limite de
contenção dos detritos e a condição pode ser verificada na tela de LCD. Se o recipiente
estiver cheio, a unidade correspondente indicada no display não irá funcionar até ser
recolhido o excesso. A unidade não necessita de reset, portanto sempre que for retirado o
material excedente, voltará a condição normal e estará pronto para funcionar.
Terminando o processo, pressiona-se o botão vermelho e a máquina é colocada em
repouso. Se em algum instante do processo houver a necessidade de interrompê-lo,
pressiona se o botão vermelho e todos os mecanismos são interrompidos eletricamente.
CONCLUSÃO
O protótipo da unidade de reciclagem automática de vidros domésticos
demonstrou-se útil, concluindo o objetivo proposto satisfatoriamente no preparo e
armazenagem adequada dos detritos para a coleta seletiva. A interface simples o torna
ideal para uso em ambientes residenciais, onde o usuário não é familiarizado com
processos industriais complexos. O CLP demonstrou-se efetivo e seguro no controle do
equipamento, mas pode ser melhorado o algoritimo dos indicadores de estado, contendo
informações mais variadas, facilitando a inspeção visual.
A sustentabilidade tem sido objetivo de constantes avanços nas áreas de engenharia
e automação industrial e o equipamento proposto insere um avanço satisfatório na
prevenção de acidentes por diminuir os estilhaços de resíduos cortantes a partes menores,
reduzindo desta forma as lâminas expostas. Os fragmentos coletados, preservados em
embalagens de papelão oferecem local de concentração de todos os resíduos gerados em
condomínios, evitando assim a dispersão e poluição do ambiente ao redor das
aglomerações humanas.
Observou-se durante o processo de trituração dos detritos uma redução satisfatória
das placas de vidro, sem exceder no tamanho das partículas, evitando assim a formação do
79
pó de vidro. As lâminas do triturador suportaram o trabalho sem fadiga ou desgastes, mas
com o trabalho excessivo, aconselha-se substitui-las por aço usinado visando obter um
equipamento mais durável.
Lâmpadas fluorescentes compactas são predominantes nas residências por
dispensarem complicações técnicas com reatores e ter menos necessidade de manutenção
as tornam um potencial poluente além do risco oferecido no transporte quando descartadas
irregularmente e a unidade de reciclagem auxilia na coleta do detrito, separando o vidro e o
metal, acondicionando em embalagens também de papelão, preparando para serem
coletadas seguramente. Verificou-se durante o processo de esmagamento a necessidade de
filtro de contenção do pó desprendido das lâmpadas e como consequência uma melhor
vedação do recipiente esmagador.
O mercado tem encontrado dificuldade em propor unidades coletoras residenciais
compactas e este obstáculo tem sido também observado na indústria e no comercio, onde a
geração de detritos são crescentes.
Este protótipo poderá ser introduzido comercialmente devido ao custo reduzido de
produção e por utilizar produtos de baixo custo de montagem, que o torna de fácil
aquisição a todas as camadas sociais.
O projeto cumpre o propósito de oferecer local de concentração de detritos nocivos
e mitigar os riscos de dispersão de materiais cortantes em vidros, triturando-os e reduzindo
desta forma os riscos a garis e coletores de recicláveis. Por ser um protótipo, o
equipamento demanda tempo e ajustes a fim de tornar-se mais eficiente no trabalho
proposto.
80
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<http://www.vitruvius.com.br/revistas/browse/arquiteturismo> Acesso em: 03 Set. 2016.
82
TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
TECHNOLOGY AND BUSINESS COMMUNICATION
Jhonys Biscola1
Existem várias formas de se comunicar uns com os outros. Geralmente a
comunicação ocorre oralmente; outras vezes, através de cartas, mensagens de texto, e-mails,
fax e redes sociais. Os meios como este processo se viabiliza farão com que as informações
cheguem mais rápidas e de forma correta. Deve-se tomar cuidado ao se transmitir uma
mensagem, pois durante esse processo podem ocorrer várias distorções, devendo-se, portanto,
tomar muito cuidado com isso.
As empresas devem investir em treinamentos para que seus funcionários sempre
estejam capacitados para se comunicarem em caso de uma reunião ou até para se transmitir
uma mensagem aos outros funcionários. A tecnologia, por exemplo, é um elmento
fundamental nos processos de transição de uma mensagem, sendo o departamento de TI
responsável por desenvolver ferramentas e soluções para que haja uma maior produtividade e
que os meios de comunicação funcionem adequadamente, pois isso gera mais conforto aos
funcionários e um melhor desenvolvimento do trabalho.
Dentro de uma empresa existem vários boatos relacionados às informações, isso é
chamado de Rádio Peão. Deve-se tomar cuidado com relação a isso, pois pode gerar conflitos
entre funcionários, desconfiança, insegurança com relação às informações, uma vez que esse
meio de comunicação é chamado meio de comunicação informal e sempre haverá dentro das
empresas. Essa forma de comunicação tem seu lado positivo, pois faz com que se melhore
cada vez mais os meios de comunicação internos de uma empresa ou organização. Caso se
faça uma palestra deve-se tomar alguns cuidados, por exemplo, com as palavras que serão
ditas pois pode haver crianças na plateia, com a postura, o tom de voz e não fazer certos
gestos como apontar o dedo diretamente a uma pessoa para não gerar desconforto.
1 Graduando em Tecnologia em Automação Industrial - CETEP
83
Ao se fazer uma reunião em uma empresa é essencial que se organize um
cronograma antes dessa reunião para que não haja uma distorção em relação ao assunto que
será abordado e que a reunião não perca o foco principal.
Tomando-se esses cuidados, certamente o processo comunicacional, em qualquer
âmbito tem tudo para se tornar um sucesso.
84
CAMINHOS DA COMUNICAÇÃO NO AMBIENTE EMPRESARIAL
WAYS OF COMMUNICATION IN BUSINESS ENVIROMENT
Geovane Felipe Goulart Grochoski2
Destacar um ponto especifico na disciplina de Comunicação Empresarial não é uma
tarefa fácil, pois todos os temas têm sua importância e se aplicam diretamente no ambiente
empresarial.
O processo comunicacional tem seus elementos de comunicação, como o emissor -
aquele que comunica ou informa, e o receptor - quem recebe o comunicado ou informação e
decodifica a mensagem, outro elemento fundamental na ocorrência desse procedimento. Na
comunicação tem-se várias características envolvidas, como a meio onde esta sendo
transmitida e recebida a informação, a forma como ela está sendo transmitida e a entonação
do emissor.
A Comunicação Empresarial está em todos os meios das relações pessoais, desde
uma entrevista de emprego ou estudar. Muitas das informações dependem da comunicação. A
capacidade de quem se comunica pode ser muito útil e de grande valia para as pessoas ou para
a empresas, pois dependendo dela, pode-se tornar uma pessoa ou empresa muito mais valiosa
e interessante.
A comunicação oral é muito antiga e é usada sempre para informar, transmitir e
repassar ideias ou pensamentos, além de apresentar vários detalhes de oratória, como:
aparência, expressão corporal, conhecimento do assunto, credibilidade, e voz. Tudo isso é
essencial para o comunicador conseguir envolver e atrair a atenção de quem está ouvindo.
No que diz respeito a entrevistas ou reuniões, deve-se levar em consideração que a
primeira serve para se obter informações de pessoas, como um candidato a uma vaga de
emprego, por exemplo. Reuniões, por outro lado, servem para, através de comunicação oral,
transmitir, comunicar, informar, discutir e tomar decisões sobre determinados assuntos
relacionados a empresas por exemplo.
A comunicação organizacional é dividida em três aspectos: comunicação
institucional, c comunicação administrativa e comunicação mercadológica. A comunicação
2 Graduando em Tecnologia em Automação Industrial - CETEP
85
institucional é uma área da comunicação que implica em conhecer as instituições e
compartilhar suas propriedades. A comunicação administrativa tem a finalidade de orientar,
atualizar, ordenar e reordenar o fluxo das atividades funcionais. A comunicação
mercadológica surgiu nas organizações como forma de divulgar os produtos e serviços com
finalidade comercial.
Outro aspecto fundamental a relacionar é a Tecnologia da Informação que engloba
todo recurso tecnológico de armazenamento, processamento e transmissão de informação. É
dividida em hardwares e softwares. Hardwares são todas as partes físicas da tecnologia como
por exemplo os computadores e servidores. Softwares são os programas entalados nos
computadores. Toda a parte da tecnologia da informação é utilizada para agilizar processos e
tornar mais dinâmicos e funcionais os meios que tomariam mais tempo.
86
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E GERENCIMENTO EMPRESARIAL
INFORMATION TECHNOLOGY AND BUSINESS MANAGEMENT
Halisson Fábio Paulo3
A Tecnologia da Informação é a área do conhecimento que utiliza tecnologias como
máquinas, computadores e sistemas de informação a fim de criar, organizar e analisar
informações, colaborando para melhor gerenciamento das empresas, sendo fundamental a
presença de um técnico em informática para tratar dos problemas e projetos da empresa nesta
área. Esse profissional, após concluir seu curso técnico em informática e entrar em uma
empresa nesse mesmo cargo, consegue minimizar junto a equipe alguns custos e prevenir
problemas grandes, utilizando planejamento e execução correta de suporte ao cliente. Além
disso, é possível agregar valor ao cargo utilizando cursos e experiências de trabalho em uma
nova carreira trabalhando com robótica, por exemplo
A Tecnologia de Informação (TI) veio a este mercado tão competitivo para somar.
E hoje é um dos componentes mais importantes do ambiente empresarial, sendo essencial
para os três níveis da empresa (estratégico, tático e operacional).
Diante de muitas mudanças internas e de mercado, as empresas podem reagir de
forma construtiva norteando suas ações pelo princípio de flexibilidade na análise de situações.
Cabe ao gestor estar atento e bem informado a respeito de suas obrigações no papel de sua
gestão, buscando sempre uma forma de alcançar a excelência em suas ações e operações.
O desempenho organizacional deve ser avaliado pela eficácia na realização dos
objetivos e pela eficiência na utilização dos recursos. Nenhum sistema de controle consegue
abordar, de forma integrada, todas as atividades e operações de uma organização. Dessa
forma, os administradores usam diferentes instrumentos e métodos de controle para lidar com
as diversas atividades e elementos da organização. Esses instrumentos e ferramentas
gerenciais utilizados no controle do desempenho organizacional são conhecidos como
controle financeiro, sistemas de informação gerencial, a auditoria, balanced scorecard e
benchmarking, os quais, quando usados em conjunto podem determinar a excelência do
funcionamento de uma empresa.
3 Graduando em Tecnologia em Automação Industrial - CETEP
87
O ESTUDO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E SUAS APLICAÇÕES NAS
EMPRESAS
STUDY OF CORPORATE COMMUNICATION AND ITS APPLICATION IN
COMPANIES
Eraldo Antonio dos Santos4
As práticas estudadas nas aulas no curso de Comunicação Empresarial envolveram
muitos pontos importantes para o entendimento e aperfeiçoamento do processo de
comunicação. Os materiais apresentados sobre oratória são de grande valor para quando se faz
necessário apresentar um novo projeto, plano para aperfeiçoamento, treinamentos para
colaboradores, terceiros, investidores, fornecedores de recursos para atingir o objetivo da
empresa. Vícios de linguagem, postura, entonação, domínio de conteúdo são essenciais para
ser um bom orador e passar confiança para aqueles que lhe escutam e estarão absorvendo o
conteúdo aplicado por você. Um orador que não tenha um bom domínio do conteúdo ou tenha
uma entonação fraca não vai conseguir fazer com que sua plateia se interesse pelo seu
discurso e não absorva de forma produtiva seu pronunciamento.
Outro ponto muito importante é a tecnologia da informação, que deve estar presente
em todas as partes de uma empresa de sucesso. A TI irá ajudar uma empresa a controlar seus
gastos, desde a entrada de matérias primas, quantidade de produção e saída de seus produtos
ou serviços, servindo como base de dados de quantidades, estoques, dados que serão
utilizados por gestores para realizar um planejamento de custos, lucros e perspectivas de
crescimento do negócio.
A tecnologia da informação também auxilia muito no processo de comunicação
interna dos colaboradores, reduzindo tempo desperdiçado para se comunicar com funcionários
de setores diferentes, formalização de conversas para registros de pequenos acordos sobre
discussões diversas, como procedimentos a serem seguidos, comunicados de ordens de
serviço geral, entre outros. Outro ponto muito importante da TI é a abertura para comunicação
com os clientes, que agora tem um canal para tirarem suas dúvidas sobre o local de empresa,
produtos, serviços, reclamações sobre produtos e serviços, pesquisa de satisfação, o que faz
com que a empresa obtenha um feedback e possa trabalhar de forma mais produtiva para
continuar com um processo de melhoria contínua sobre seu ramo de atividade.
4 Graduando em Tecnologia em Automação Industrial - CETEP
88
NORMAS PARA ENCAMINHAMENTO DE ARTIGO
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professores e graduandos do CETEP e de outras IES.
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Simples, apenas para as citações com mais de 3 linhas.
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nome(s) do(s) autor(es), assim como do(s) co-autor(es), deve(m) estar duas linhas abaixo do
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titulação(ões) (graduando, graduado, especialista, mestre ou doutor) e da sigla da instituição
de filiação, se houver.
Exemplo:
João da Silva (título) – CETEP
* Resumo: 100 caracteres, espaçamento simples, corpo 11.
89
* As referências devem vir duas linhas abaixo do final do texto, em corpo 12, ordem
alfabética, sem numeração, sem adentramento, espaçamento simples, apresentadas de acordo
com as normas da ABNT, conforme exemplos a seguir:
Se obra no todo:
GOMES, C. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlântica, 2002.
Se parte de obra:
LIMA, Luiz Costa. Ficção: As linguagens do modernismo. In: ÁVILA, Affonso. O
modernismo. São Paulo: Perspectiva, 1975. p. 69-86.
Se artigo periódico:
MIRANDA, Wander Melo. A menina morta: a cena muda. O eixo e a roda, Belo Horizonte,
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Se texto da Internet:
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<http://www.artnet.com.br/gramsci/arquiv175.htm>. Acesso em: 20 out. 2001, 16h30.
* A citação de autores, incluída no trabalho, deve seguir o sistema autor/data, podendo
apresentar a indicação da página, por exemplo, (Lima, 1976) ou (Lima, 1976, p. 57).
* As remissões para notas de conteúdo deverão ser feitas por números, na entrelinha superior.
* Anexos ou apêndices serão incluídos somente quando imprescindíveis à compreensão do
texto.
* NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: Os artigos submetidos à análise do conselho editorial
devem seguir as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa. O conselho reserva-
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incorreções.
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* Usar apenas notas de rodapé (não são admitidas notas de fim), em letra Times New Roman
9 e espaçamento simples.
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* FIGURAS: Devem vir centralizadas e trazer legenda, também centralizada, em letra Times
New Roman 9 e espaçamento simples, com as seguintes informações: Número da figura,
título e fonte.
* A revisão dos trabalhos é de inteira responsabilidade dos autores.
RESENHAS
* Formato do arquivo: Microsoft Word (modo de compatibilidade).
* Configuração da página: tamanho A4, sendo todas as margens com 3 cm e justificadas.
* Limite de páginas: no mínimo 4 (quatro) e no máximo 8 (oito).
* Fonte: Times New Roman, corpo 12.
* Espaçamento: 1,5, no corpo do texto.
* Título em língua portuguesa centralizado, em maiúsculas, sem negrito ou grifo, na primeira
linha da primeira página.
* Título da obra resenhada
Ex.: GOMES, C. Metodologia científica. São Paulo: Atlântica, 2002.
Referências: Seguir o mesmo padrão adotado para os artigos.
ENTREVISTAS
A Revista poderá publicar entrevistas realizadas com pesquisadores e militantes no âmbito
das temáticas da Revista. Na primeira página da entrevista, deve constar o título da mesma,
seguido de uma breve apresentação do entrevistado e do entrevistador.
SEÇÃO LIVRE
Nesta seção serão aceitos textos que contenham análises ou relatórios relacionados à temática
da revista.
Limite de páginas: no mínimo uma e no máximo 4.
Os trabalhos deverão ser enviados para o email [email protected]