F l á v i a C ô r t e s

Suppailustrações

Curiosa para saber de onde vêm os bebês,

a pequena menina acredita que

sua vizinha é a própria cegonha ou

que ela tem uma fábrica de bebês.

F l á v i a C ô r t e s

Nasci no Rio de Janeiro, onde moro

até hoje, com meu marido e duas filhas.

Sou formada em Letras e especialista em

Literatura Infantil e Juvenil pela Univer-

sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Tenho vários livros publicados para crian-

ças e jovens. Quando pensei em contar

esta história sobre um assunto tão deli-

cado, decidi que o faria de um jeito dife-

rente. Eu queria dizer sem falar nada,

sabe? Para isso, tive de mergulhar no uni-

verso infantil e ver através do olhar da me-

nina protagonista. Não foi tarefa fácil, mas

muito divertida. Espero que você se divirta

tanto quanto eu. Para saber mais sobre

mim, visite meu site: www.flaviacortes.com

S u p p a

Eu me tornei ilustradora quando

fui para Paris, onde vivi por vinte anos.

Formei-me em Histórias em Quadrinhos

na École d’Arts Appliqués Duperré.

Ilustrei revistas, publicidade e livros in-

fantis, mais de cem. Até com o Jacques

Cousteau trabalhei, como colorista.

Fui várias vezes finalista do Prêmio

Jabuti e vencedora em 2007.

Agora acabei de me tornar escri-

tora, e já lancei oito livros, também

ilustrados por mim!

Possuo um site com tudo o que eu

faço: www.suppa.com.br

Fláv

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ôrte

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-Mamãe, de onde vêm os bebês?É engraçado como os pais ficam apavorados quando perguntamos

isso pela primeira vez. Minha mãe ficou. E muito. Chegou a se engasgar com o café

da manhã. Meu pai, do outro lado da mesa, largou o jornal e correupara acudi-la.

Quando tudo passou, perguntei de novo:– Mamãe, de onde vêm os bebês?Aí foi muito estranho, porque os dois se olharam de olhos arre-

galados. Papai se encolheu devagarzinho por trás do jornal, mamãeolhou para ele de cara feia, virou-se para mim com um sorriso no rostoe gaguejou, gaguejou... Mas eu não entendi nada.

– É... bem... ééééé... eu... nós...Fiquei olhando para ela, ansiosa pela resposta, mas a campainha

atrapalhou. Era a Neide, que chegava para cuidar da casa.

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Eu queria muito descobrir de onde vinham os bebês. Na ver-dade, comecei a pensar nisso no dia em que vi a vizinha, que tinhaacabado de se mudar para o apartamento ao lado, entrando em casacom um bebê no colo. A porta do apartamento onde moro estavaaberta e pude vê-lo. O bebê olhou para mim com seus enormes olhosclaros, e eu o achei a coisa mais linda deste mundo. Eu queria olharmais, ver o bebê de perto, mas a vizinha fechou a porta.

Não demorou muito para eu encontrar a vizinha no corredor.Dessa vez eu estava com a minha mãe e puxei o braço dela para mos-trar o bebê. Só que, quando ele virou o rostinho para mim, seus olhosnão eram mais tão clarinhos, eram bem mais escuros, parecidoscom os meus.

Eu achei aquilo incrível! A vizinha não tinha um bebê. Tinha dois.– Mamãe, mamãe, olha que lindo o bebê da vizinha!Minha mãe tentou cumprimentá-la, mas ela já entrava apressada

no apartamento.

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- Mamãe, de onde vêm os bebês? – tentei perguntar, nova-mente, na fila do supermercado.

Devo ter falado alto, porque uma mulher que estava na fila meolhou sorrindo, com cara de boba.

– Que gracinha! – ela disse, com a voz mais melosa do mundo.Acho que mamãe não gostou da cara de boba da mulher, porque

me disse que conversaríamos depois.Por mais que eu insistisse, mamãe nunca me

dizia de onde vinham os bebês. Eu já estava ficando chateada por ela nunca

responder a uma pergunta tão simples.Comecei, então, a me perguntar: “Será que ela

não sabia?”

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A vizinha nova tinhadois bebês, que eu vi. A ma -mãe só teve um. Então a vizinha devia saber maissobre bebês do que a mamãe.

Foi por isso que decidiprestar mais atenção emnossa vizinha.

Arrastei uma cadeira até a portada sala e fiquei de guarda no olho má-gico, até que a porta da vizinha seabrisse. E não é que logo no primeirodia da minha investigação ela apare-ceu com mais um bebê?

Aquilo era maravilhoso! A vizi-nha não tinha um, nem dois, mas trêslindos bebês!

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Curiosa para saber de onde vêm os bebês,

a pequena menina acredita que

sua vizinha é a própria cegonha ou

que ela tem uma fábrica de bebês.

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Nasci no Rio de Janeiro, onde moro

até hoje, com meu marido e duas filhas.

Sou formada em Letras e especialista em

Literatura Infantil e Juvenil pela Univer-

sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Tenho vários livros publicados para crian-

ças e jovens. Quando pensei em contar

esta história sobre um assunto tão deli-

cado, decidi que o faria de um jeito dife-

rente. Eu queria dizer sem falar nada,

sabe? Para isso, tive de mergulhar no uni-

verso infantil e ver através do olhar da me-

nina protagonista. Não foi tarefa fácil, mas

muito divertida. Espero que você se divirta

tanto quanto eu. Para saber mais sobre

mim, visite meu site: www.flaviacortes.com

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Eu me tornei ilustradora quando

fui para Paris, onde vivi por vinte anos.

Formei-me em Histórias em Quadrinhos

na École d’Arts Appliqués Duperré.

Ilustrei revistas, publicidade e livros in-

fantis, mais de cem. Até com o Jacques

Cousteau trabalhei, como colorista.

Fui várias vezes finalista do Prêmio

Jabuti e vencedora em 2007.

Agora acabei de me tornar escri-

tora, e já lancei oito livros, também

ilustrados por mim!

Possuo um site com tudo o que eu

faço: www.suppa.com.br

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