DONEGÁ, Ana Laura. Folhinhas e Almanaque Laemmert

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    FOLHINHAS EALMANAQUE LAEMMERT: PEQUENOS FORMATOS E ALTAS

    TIRAGENS NAS PUBLICAES DA TIPOGRAFIA UNIVERSAL

    Ana Laura DONEG1

    Resumo: Edward e Henrich Laemmert mais conhecidos como Eduardo e HenriqueLaemmert foram dois editores de grande relevncia no mercado brasileiro Oitocentista. Deorigem alem, ambos trabalharam em importantes livrarias da Europa, nas quais aprenderamo ofcio de livreiro-editor. Em 1827, Eduardo Laemmert aportou no Rio de Janeiro a fim detrabalhar na filial brasileira aberta pelos livreiros Hector Bossange e Jean Pierre Aillaud. Seisanos mais tarde, inaugurou seu prprio estabelecimento comercial, ao qual se associou seuirmo, algum tempo depois. Juntos, eles fundaram uma oficina tipogrfica, chamadaTipografia Universal, que se tornou especialmente conhecida pela edio do Almanaque

    Laemmert e das Folhinhas de Laemmert. O presente texto tem o objetivo de apresentar essasduas publicaes, evidenciando as temticas abordadas por ambas e os motivos que teriampermitido seu sucesso entre os leitores do perodo.

    Palavras-chave: Almanaque Laemmert; Folhinhas de Laemmert; Imprensa do sculoXIX.

    Abstract: Edward and Henrich Laemmert more commonly known as Eduardo e HenriqueLaemmert were two editors of great importance in the nineteenth-century Brazilian market.Born in Germany, they worked in important European bookstores, where they learned thecraft of book-publishing. In 1827, Eduardo Laemmert arrived in Rio de Janeiro in order towork for a Brazilian branch owned by booksellers Hector Bossange and Jean Pierre Aillaud.Six years later, he opened his own business that his brother would join later. Together, theyfounded a typographical office, called Tipografia Universal, which became famous for the

    Almanaque Laemmert and Folhinhas de Laemmert editions. This paper intends to presentthese two publications, highlighting the issues addressed by them, as well as the reasons thatcould have caused their success among readers of that period.

    Key-words:Almanaque Laemmert;Folhinhas de Laemmert; Nineteenth press.

    1. AsFolhinhas de Laemmert

    Em O livro no Brasil, Hallewell apontou que Eduardo e Henrique Laemmert

    encarregaram-se de fornecer ao pblico leitor carioca guias de bolso e outras produes

    semelhantes, investindo em um mercado insuficientemente explorado por outros tipgrafos,

    cuja demanda crescia com o passar dos anos. Para o pesquisador, essas obras de tamanho

    reduzido teriam tiragens elevadas e influenciariam de forma decisiva os rumos dos negcios

    1Mestranda em Teoria e Histria Literria do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp (IEL/UNICAMP).Esta pesquisa est sendo financiada pela Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP).

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    dos irmos, sendo no apenas as principais publicaes de sua editora, como tambm aquelas

    que envolveriam o maior nmero de funcionrios.2

    De fato, diversos livros repletos de conhecimentos prticos, destinados leitura

    rpida e de valor mais acessvel foram editados pelos livreiros alemes. Entre os mais

    conhecidos, devemos destacar inicialmente as Folhinhas de Laemmert, impresses anuais degrande tiragem, lanadas logo no segundo ano das atividades da Tipografia Universal, em

    1839. No Brasil, a veiculao de obras desse tipo era comum desde pelo menos o ano de 1824,

    quando R. Ogier deu incio a essa empreitada em sua tipografia.3Nas dcadas seguintes, alm

    dos Laemmert, outros livreiros da corte, como Seignot Plancher, Manuel Jos Cardoso e

    Paula Brito, investiram na veiculao de suas prprias folhinhas anuais.4

    Na primeira parte do material impresso pelos irmos, costumavam figurar a

    introduo do redator; a retrospectiva do ano anterior; o calendrio (com os dias de gala,

    feriados, datas de audincias e sesses dos tribunais e juzes, tbuas do sol, da lua e dosmares); a lista da Cmara dos senadores e dos deputados; a tabela com as datas de partidas

    dos correios provinciais para a capital e vice-versa; a genealogia das casas de alguns

    soberanos; o arrolamento do corpo diplomtico e consular brasileiro e a crnica nacional com

    os principais acontecimentos histricos ocorridos em nosso pas desde 1500.

    Na segunda parte, encontravam-se as informaes que diferenciavam uma

    folhinha de outra. A Folhinha Patritica Brasileira para o ano bissexto de 1852,por exemplo,

    contou com a seo designada como Histria potica do Brasil contada por vrios escritores

    nacionais, na qual foram inseridas as seguintes poesias: A descoberta do Brasil, de

    Joaquim Norberto de Sousa e Silva; O cruzeiro do Sul, ao descobrimento do Brasil e Viso

    de Cabral, ou o descobrimento do Brasil, ambas do cnego Fernandes Pinheiro Jnior;

    Brasiliana, de um escritor annimo; e um excerto do Caramuru, de Santa Rita Duro,

    2HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil (sua histria).Trad. do ingls Maria da Penha Villalobos e LolioLoureno de Oliveira, So Paulo: EDUSP, 1985. p. 236-237.3 Em 1843, Ogier publicou o seguinte anncio: Folhinhas de Ogier para o ano de 1842. Estas folhinhas j so

    conhecidas ha 16 anos, por suas matrias teis, e variadas, que desnecessrio recomend-las ao pblico.Acham-se venda na tip. e livraria dos editores, ruas do Rosrio n. 84, e Hospcio n. 51. Fonte: Dirio do Riode Janeiro. Edio de 09 de abril de 1828, seo de anncios.4 Os principais livreiros cariocas desse perodo divulgaram suas folhinhas nas pginas doJornal do Comrcio.Em 03 de julho de 1834, Seignot Plancher anunciou a venda das seguintes obras: Folhinha Imperial eConstitucional; dos Guardas Nacionais; Mgica; Explicao dos Sonhos; Comercial; Simo de Nntua; Crist

    e de Porta. Em 24 de setembro de 1842, Manuel J. Cardoso fez propaganda de suas folhinhas contendo odicionrio de flores e frutos, o ABC de amores, o dicionrio ABC e diversas poesias amorosas. Quatro anos maistarde, no dia 21 de abril de 1846, Paula Brito publicou um reclame de sua Folhinha Nacional, com umaMiscelnea proveitosa e recreativa, em prosa e verso. Conferir: Jornal do Comrcio. Edies de 1834, 1842 e1846, seo de anncios.

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    chamado Descobrimento do Brasil.5Dez anos mais tarde, a Folhinha Patritica para o ano

    de 1862 apresentou, no lugar dos poemas, uma transcrio com as diferentes obrigaes

    cvicas do cidado para com a famlia, os pais, os filhos, os cnjuges, os irmos e os parentes.

    De acordo com o autor, da boa conduta no lar dependeria a moral da nao, da a necessidade

    de se atentar para as virtudes domsticas com o objetivo de alcanar a felicidade do Estado.6

    J a Folhinha de Anedotas Brasileiras para o ano de 1861 ofereceu algumas

    narrativas divertidas protagonizadas por personagens ilustres da nossa histria ou mesmo por

    simples desconhecidos. Na anedota chamada Bailes mascarados, por exemplo, os redatores

    trataram de uma dessas reunies sociais, comuns na corte durante a poca do Carnaval, na

    qual um homem espirituoso decidiu se fantasiar de homem de bem de modo a no ser

    reconhecido. Outra, designada A mulher do poeta, contou um suposto desentendimento

    ocorrido entre Gregrio de Matos e sua mulher, D. Maria dos Povos, que resultou no

    rompimento do casal. Devido intercesso de um tio, o escritor aceitou se reconciliar com suaesposa, impondo como condio que ela viesse atada como escrava fugida para que

    aprendesse sua lio. Segundo o redator, a publicao dessas narrativas teria o objetivo de

    conservar as anedotas, os ditos espirituosos, os repentes felizes brasileiros, alando o nosso

    pas esfera ocupada pelas outras naes ilustradas, nas quais a prtica seria comum desde

    longa data.7

    Os textos apresentados pelas folhinhas tinham o objetivo de instruir, moralizar e

    educar os leitores, o que fica mais evidente nos textos em prosa ficcional veiculados em suas

    pginas. Em 1875, os irmos alemes imprimiram a Folhinha das trs novelinhas, contendo

    os seguintes textos em prosa ficcional: A tesoura, O castelo das trs torres e O homem

    que perde a memria.8A primeira narrou a histria de uma jovem de rara beleza, abenoada

    pela fada das tesouras, ente mgico que fazia de seu pai, um velho alfaiate, o melhor

    costureiro da regio. Com a ajuda da fada, a moa descobriu uma conspirao contra o rei,

    obtendo como recompensas um ttulo de nobreza e o consentimento para se casar com um

    5Folhinha Patriotica Brasileira para o anno de 1852 contendo a Chronica Nacional, noticias curiosas e

    interessantes, e o primeiro volume da Historia do Brasil cantada em verso por Joaquim Norberto de Sousa eSilva. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1852.6Folhinha Patriotica para o anno de 1862 contendo a Chronica Nacional, noticias curiosas e interessantes e a

    primeira coleco de cartas do principe regente depois D. Pedro I imperador do Brasil. Rio de Janeiro:Typographia Universal de Laemmert, 1862. p. 253.7Folhinha de Anedoctas Brazileiras para o anno de 1861 contendo a chronica nacional, noticias curiosas einteressantes e uma nova coleco de anedoctas nacionaes e ilustradas com vinhetas. Rio de Janeiro:Typographia Universal de Laemmert, 1861. p. 20.8Folhinha das tres novelinhas para o anno de 1875. Contendo a chrnica nacional, preceitos de agricultura,horticultura e jardinagem e noticias curiosas e interessantes. Rio de Janeiro: Typographia Universal deLaemmert, 1875.

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    conde por quem estava apaixonada. No final, o narrador explicou o desenlace dizendo que a

    fada da tesoura nada mais era do que a fada do trabalho, j que a qualidade das roupas feitas

    pelo alfaiate resultava de sua longa experincia nesse ofcio e no de uma intercesso

    sobrenatural.

    A segunda narrativa publicada pela referida folhinha versou sobre um castelo mal-assombrado a quem nenhum comprador se dirigia devido aos boatos da presena de fantasmas

    em seu interior. Tudo no passava das artimanhas de um vizinho, que pretendia adquirir o

    terreno h algum tempo, e espantava os possveis concorrentes. Finalmente, a terceira

    narrativa abordou o triste fim de um homem muito rico, cuja sede por poder e riqueza

    motivaram-no a se esquecer de seus pais e a se envergonhar de sua origem humilde.

    Amaldioado por um antigo conselheiro que apagou toda sua memria, ele sofreu o resultado

    de suas ms aes, sendo levado loucura e depois, morte.

    Enquanto as folhinhas editadas pelos concorrentes tiveram curta durao, asimpressas pelos tipgrafos germnicos conquistaram muitas geraes e alcanaram, inclusive,

    o sculo XX. Isso porque os irmos empenharam-se em aperfeioar esse material, procurando

    superar seus concorrentes por meio da abordagem de temas variados, capazes de atrair a

    ateno dos mais diversos clientes. No incio, as Folhinhas de Laemmert eram apenas quatro,

    a saber: Folhinha com as novas mximas do Exmo. Marqus de Maric, Folhinha joco-sria

    em verso e prosa, com anedotas, Folhinha com um ramalhete de novelas, e romances e

    Folhinha judiciria com o cdigo do processo criminal. Oito anos mais tarde, j atingiam

    vinte tipos diferentes:

    Acham-se venda na rua da Quitanda, no. 77, as afamadas e bem sortidasFOLHINHAS DE LAEMMERT PARA 1848,

    ornadas com uma nova gravura em ao, representando S M a Imperatriz emfigura inteira, e contendo o ano novo, a minuciosa relao da viagem de S.M. na provncia do Rio de Janeiro, a crnica nacional de 1846 1847, acronologia de 1772 1790, e exactssimo calendrio com todos os seuspertences, dias de gala, audincias, taboas de sol e da lua, senadores, partidasdos correios, corpo diplomtico e consular, genealogia dos principaissoberanos, precedida de augustssima casa imperial etc.Listas das diferentes folhinhas que todas tambm contm no princpio as

    matrias acima especificadas, a saber:

    1. Folhinha Biogrfica da historia de Napoleo.2. Folhinha de Cupido, com o Dicionrio de Bom Gosto, em verso, ou novagenuna da linguagem das flores, frutos etc.3. Folhinha Dramtica contendo a comdia o Desertor, e o dramaLapeyrouse, para leituras e representao.4. Folhinha de Pilhrias, anedotas e casos galantes.5. Folhinha do Trovador, em um novo almanaque potico.6. Folhinha da Sade, com tratado sobre o onanismo etc.7. Folhinha Romntica, com romances e novelas.

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    8. Folhinha com a Historia do Brasil.9. Folhinha Lusitana. 10. Das Damas. 11. De Segredo. 12. Histria. 13.Constitucional. 14. Judiciria. 15. De justia. 16. Do Sbio. 17. De Histrianatural. 18. Das flores. 19. Dos sonhos. 20. De Jogos.9

    Segundo Inocncio Francisco da Silva, em 1869, havia sessenta e cinco tipos de

    Folhinhas de Laemmert sobre os mais diversos assuntos, incluindo temas religiosos

    Folhinha crist, Folhinha das Tribulaes do S. P. Pio IX, Folhinha religiosa, Folhinha

    bblica, Folhinha religiosa brasileira, Folhinha civil e eclesistica ; cientficos Folhinha

    da sade, Folhinha das hemorridas, Folhinha da medicina domstica ; literrios

    Folhinha de leitura amena, Folhinha de ensaios poticos, Folhinha teatral, Folhinha potica,

    Folhinha dramtica, Folhinha do fabulista ;humorsticos Folhinha humorstica, Folhinha

    do novo charadista, Folhinha divertida, Folhinha joco-sria, Folhinha enigmtica, Folhinha

    divertida, Folhinha das anedotas nacionais, Folhinha do charadista, Folhinha das sortes,

    Folhinha de jogos entre outros.10

    Ao que tudo indica, a estratgia comercial empregada pelos Laemmert garantiu a

    conquista de muitos clientes e o bom xito das folhinhas, que obtiveram uma tiragem de

    80.000 exemplares por ano na dcada de 60, cifra elevada para 100.000 exemplares no final

    do sculo XIX.11Se compararmos esses dados com os apresentados por Lyons a respeito das

    publicaes na Frana, chegaremos a resultados ainda mais surpreendes: de acordo com o

    autor, os trs maiores best-sellers franceses da dcada de 50, Histria da Frana, de Saint-

    Ouen, Fbulas, de La Fontaine, e Fbulas, de Florian, alcanaram, nesse momento, uma

    tiragem mnima de 144.000, 63.000 e 40.600 exemplares, respectivamente.12Sendo assim,

    no seria exagero afirmar que as Folhinhas de Laemmerttiveram, de fato, uma tiragem muita

    elevada para os padres da poca, tanto que superaram com facilidade outras obras, como os

    livros de La Fontaine e de Florian, dois dos trs escritores mais vendidos em territrio francs

    nesse momento.

    Os altos nmeros se mantiveram na quantidade de volumes existentes dessa obra:

    segundo Gilberto Ferrez, a maior coleo das Folhinhas de Laemmert encontra-se na

    Biblioteca Nacional, que contm um total de 325 folhinhas diferentes. De acordo com o autor,

    9Dirio do Rio de Janeiro. Edio de 10 de dezembro de 1847, seo de anncios.10SILVA, Inocncio Francisco da. Diccionario bibliographico portuguez: estudos de Innocencio Franciscoda Silva aplicaveis a Portugal e ao Brasil. V. IX (letras C-G), Lisboa: Imprensa Nacional, 1870. p. 256.11FERREZ, Gilberto. A obra de Eduardo Laemmert. Revista do Instituto Histrico Geogrfico Brasileiro.Braslia - Rio de Janeiro, n. 331, p. 197.Almanack administrativo, mercantil e industrial do Imperio do Brazil

    para o anno de 1889. Rio de Janeiro: Laemmert & C., 1889. p. III.12 LYONS, Martyn. Les best-sellers. In.: CHARTIER, Roger e MARTIN, Henri-Jean (org.). Histoire deldition franaise:les temps des diteurs. 1985. p. 423.

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    essa publicao era dirigida para a classe mdia-baixa e tinha o objetivo de infundir moral

    cvica e crist.13Como vimos, a leitura de alguns desses exemplares evidenciou a presena

    de um tom moralizante permeando todos os textos, inclusive as narrativas. Quanto ao pblico-

    alvo, possvel que a maioria de seus leitores pertencesse s classes populares, j que os

    baixos preos em torno de 400 a 700 ris certamente atrairiam pessoas de menor poderaquisitivo. No entanto, at mesmo a elite carioca parece ter tido acesso ao material: o escritor

    Jos de Alencar, por exemplo, citou a publicao da Tipografia Universal em uma crnica

    veiculada no Correio Mercantil, em 17 de setembro de 1854:

    Estamos na primavera, dizem os folhetins dos jornais, e a Folhinha deLaemmert, que autoridade nesta matria. No se pode por conseguinteadmitir a menor dvida a respeito. A poeira, o calor, as trovoadas, oscasamentos e as molstias, tudo anuncia que entramos na quadra feiticeirados brincos e dos amores.14

    Outro autor desse perodo, Joaquim Manuel de Macedo, tambm teve contato comas Folhinhas deLaemmert, obra citada em seu romance A carteira de meu tio,de 1855. No

    livro, aparece a figura de um narrador-personagem que se autodenomina sobrinho de seu tio,

    j que seu familiar um homem respeitado e ele pretende aproveitar desse prestgio valendo-

    se de seu nome. Aps uma temporada na Europa, o narrador decide ingressar na carreira

    poltica, pois tem as caractersticas indispensveis profisso, sendo impostor e atrevido.

    Para atingir seu objetivo, ele precisa realizar uma viagem a cavalo pelo pas, condio

    imposta pelo tio com o intuito de promover sua educao poltica e moral. Munido da

    Constituio do Imprio do Brasil, deve observar a realidade brasileira e escrever suas

    reflexes numa pequena caderneta de viagem, chamada carteira.

    Conforme apontou Juliana Maia, o romance de Macedo evidencia a inaplicao

    dos direito e deveres expressos na Constituio brasileira, definida pelo narrador como uma

    defunta, visto que seu contedo foi olvidado pelos polticos nacionais. 15 A fim de

    comprovar sua opinio, ele apresenta diversas cenas que confirmam essa incompatibilidade

    entre as leis e a realidade. Ao visitar uma cadeia, por exemplo, o sobrinho se depara com celas

    insalubres, habitadas por um aglomerado de homens. Nesse mesmo local, encontra uma

    pgina das Folhinhas de Laemmert, na qual estavam escritos os artigos da Constituio que

    tratavam da limpeza e da segurana das cadeias nacionais. Em um tom irnico, ele critica o

    13FERREZ, Gilberto. Op. cit. p. 197.14 Fonte: ALENCAR, Jos de. Ao correr da pena. Texto disponvel em:http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/usp/primeiro_trimestre/textos/literatura/jose_alencar/correrdapena/correrdapena.pdf. Acesso no dia 28 de fevereiro de 2012.15QUEIROZ, Juliana Maia. A carteira de meu tio: fico e histria em Joaquim Manuel de Macedo. RevistaBrasileira de Histria e Cincias Sociais, v. 2, n. 3, 2010. p. 7.

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    empreendimento dos irmos, afirmando que Eduardo e Henrique Laemmert seriam

    perigosos e infensos ordem pblica devido ao mau costume de vulgarizar (...) cdigos

    e leis que falam em direitos do povo, e em deveres do governo. 16

    2. OAlmanaque LaemmertAo lado das Folhinhas de Laemmert, o Almanaque administrativo, mercantil e

    industrial da corte e da provncia do Rio de Janeiro, tambm conhecido como Almanaque

    Laemmert, foi outra publicao de destaque da grfica dos irmos germnicos. Lanada em

    1843, a obra oferecia uma radiografia dos espaos pblicos e privados 17 da corte e da

    provncia cariocas. Segundo os editores, os objetivos com essa impresso eram poupar o

    tempo e diminuir as investigaes gastas durante a busca por residncias e demais

    localizaes do Rio de Janeiro:

    Como argumento de utilidade de um Almanaque para esta Corte o quepoderamos ns dizer, que aumentasse no Pblico esta convico unnime:convico fundada na cotidiana experincia? No falamos j dos que emrazo de sua profisso tm de frequentar amiudadas vezes osEstabelecimentos pblicos ou particulares, as reparties civis, militares,eclesisticas, e etc.; tratar com procuradores, advogados, escrivos, comempregados pblicos, magistrados, etc., etc.; ainda aqueles que menossujeitos esto a tais dependncias, quanto no estimariam ter um repertrioque nas ocasies que lhes dispensasse o andarem fazendo indagaes, quelhes roubam o tempo e multiplicam passadas; quando no que retardam eembaraam o expediente de seus negcios, e at s vezes, os transtornam.

    Em seu primeiro nmero, a obra foi aberta com o arrolamento do corpo

    diplomtico e consular estrangeiro residente na corte brasileira; ao qual se seguiram diversas

    listas contendo os nomes dos membros da famlia real brasileira, seus ttulos e nascimentos;

    os nomes dos nobres nacionais; os nomes e as funes dos empregados do Pao Imperial; os

    nomes e endereos dos funcionrios do Ministrio do Imprio, do Ministrio da Justia, do

    Ministrio da Marinha, do Ministrio da Guerra e Ministrio da Fazenda, respectivamente; e

    os nomes e endereos dos funcionrios da prefeitura (designada como Municipalidade). Aps

    essas listas com endereos de trabalhadores do governo, apareceram as localizaes das

    Companhias, sociedades e institutos da corte (como Instituto Histrico Geogrfico Brasileiro,Instituto dos Advogados Brasileiros, Banco Comercial do Rio de Janeiro, Sociedade

    Auxiliadora da Indstria Nacional e Gabinete Portugus de Leitura); as residncias dos

    16 MACEDO, Joaquim Manuel de. A carteira de meu tio. Rio de Janeiro: Imp. Tipographica Dous deDezembro, 1855. p. 126.17LIMEIRA, Aline de Morais. Educao Particular e Publicidade no Almanak Laemmert (1844/1859).Dissertao (Mestre) Fundao Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 2007. p. 18.

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    diferentes profissionais moradores do Rio de Janeiro, bem como dos comerciantes nacionais e

    estrangeiros radicados na capital brasileira e, finalmente, o endereo dos estabelecimentos

    dedicados venda de produtos e as indstrias localizadas na cidade. Para terminar, o

    Almanaque trouxe ainda o nome das diferentes autoridades da Provncia do Rio de Janeiro,

    algumas leis referentes s prticas comerciais, industriais e jurdicas e, por fim, o nome deseus assinantes.

    No ano seguinte, a obra foi ampliada e passou a contar com alguns materiais

    encontrados nas Folhinhas de Laemmert, como calendrios astrolgicos, de comemoraes

    religiosas, de dias de gala, de dias de audincia e sesses dos tribunais e juzos, de partidas

    dos correios terrestres, alm da lista dos monarcas e chefes de Estado. Os Laemmert

    continuaram investindo nesse material e procuraram sempre garantir seu aprimoramento,

    tarefa que foi continuada por seus sucessores. Prova disso que, em 1878, o almanaque

    atingiu a marca de 2.400 verbetes, quase 10 vezes mais que o total encontrado em seulanamento, em 1844. Alm disso, em sua 46. edio, alcanou mais de 2.500 pginas, das

    quais 2.122 eram dedicadas corte um aumento esplendoroso em relao ao primeiro

    nmero, de apenas 281 pginas.18

    Segundo Gilberto Ferrez, inicialmente o almanaque era publicado em formato

    pequeno, de 10 x 15 cm, mas o grande nmero de informaes fez com que passasse, em

    1849, para 14 x 22 cm, dimenses que manteve ao longo de muitos anos. Ainda de acordo

    com o pesquisador, a obra conquistou a estima do pblico leitor carioca graas s mltiplas e

    corretas informaes contidas em seus volumes.19De fato, o almanaque parece ter agradado

    enormemente os leitores da poca, prova disso a existncia de um longo artigo, veiculado no

    Dirio do Rio de Janeiro,em 1848, que assinala tanto sua qualidade quanto boa acolhida:

    BIBLIOGRAFIAALMANAQUE administrativo, mercantil e industrial para 1847Publicaram os Srs. Eduardo e Henrique Laemmert o quarto ano do seuAlmanaque e foroso confessar que esta empresa, em que os Srs.Laemmert entraram ss, desajudados de qualquer auxlio, tem hoje chegadoa grande exatido e perfeio.Diversas vezes se tem tentado a publicao do Almanaque no Brasil, que afinal no puderam continuar: era necessrio ter perseverana e coragem paracontar todos os embaraos, lutar com eles e super-los. Os Srs. Laemmert ativeram, e j vo no 4. Ano da sua publicao.No h necessidade de demonstrar o que todos sabem a utilidade dosAlmanaques. Em livros tais no ha s o interesse do momento: geralmenteso eles depsito de estatsticas importantes e curiosas, instrutivas e que

    18FERREZ, Gilberto. p. 192.19Idem. p. 194.

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    podem ser base de trabalhos externos e proveitosos, que no coligidos atempo, perdem-se e com prejuzo.Damos parabns aos Sr. Laemmert pela constncia co que a tem progredidoneste trabalho, e auguramos para o seu Almanaque estabilidade e apoio dopblico, se, como de esperar, continuarem a esforar-se como se esforaropara a redao e coordenao deste 4o. volume. 20

    O texto acima aponta para a importncia da impresso de um guia com dados

    sobre o comrcio e a indstria do Rio de Janeiro, ressaltando que outros editores falharam em

    tal empreendimento. Entre os comerciantes de livros que se dedicaram a essa tarefa, esteve

    Pierre Plancher que, em 1828, veiculou seu Dicionrio das ruas do Rio de Janeiro, ou Guide

    de ltranger dans cette capitale,redigido em portugus, francs e ingls. Em 1836, surgiu o

    Almanaque geral do imprio do Brasile seu Apndice, obra vendida na Livraria Universal,

    mas impressa por outros editores, visto que na poca os irmos ainda no haviam aberto sua

    tipografia.

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    Antes dessas impresses, no perodo colonial, Antonio Duarte Nunes organizou oAlmanaque do Rio de Janeiro, publicado pela Impresso Rgia.22

    Durante alguns anos, a redao doAlmanaque Laemmert ficou a cargo dos irmos,

    e, em 1857, passou a outro scio da firma, Carlos Henrique Haring. Em 1872, Eduardo

    Laemmert novamente assumiu a funo de redator do almanaque, sendo cinco anos mais tarde

    substitudo por Jos Antonio dos Santos Cardoso, e este, por Arthur Sauer, em 1883. No

    entanto, o nome do fundador e suas condecoraes jamais deixaram de aparecer na capa do

    material, uma estratgia comercial que agregava prestgio obra e consequentemente

    estimulava as vendas.O materialcirculava em praticamente todo o territrio nacional, sendo distribudo,

    em 1899, para as seguintes provncias: Alagoas, Amazonas, Bahia, Cear, Esprito Santo,

    Maranho, Mato Grosso, Minas Gerais, Par, Paraba, Paran, Pernambuco, Santa Catarina,

    So Paulo e Rio Grande do Sul. Nesse mesmo ano, agncias localizadas em outros pases

    como Alemanha, Argentina, Blgica, Estados Unidos, Espanha, Frana, Holanda, Inglaterra,

    Itlia, Portugal e Uruguai , se encarregaram de revender a obra no exterior, possibilitando

    que leitores encontrados em naes estrangeiras pudessem ter acesso a informaes relativas

    ao Brasil.23

    20Dirio do Rio de Janeiro. Edio de 02 de janeiro de 1846, seo de anncios.21 Idem. Edies de 05 e 23 de fevereiro de 1838, respectivamente. Hallewell apontou que as publicaes dealmanaques existiam na cidade desde os fins do sculo XVIII.22Fonte: http://www.unicamp.br/iel/memoria/Ensaios/Sapateiro/crono.htm . Acesso no dia 28 de fevereiro de2012.23Almanak administrativo, mercantil e industrial do Imperio do Brazil para o anno de 1889. Rio de Janeiro: emcasa dos editores proprietrios Laemmert & Co, 1889. p. II.

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    Conforme apontou Moraes, o sucesso da obra entre os leitores Oitocentistas pode

    ser apreendido na extensa lista de seus assinantes, que atingiu, em algumas edies, mais de

    quatrocentos nomes. Havia, entre eles, indivduos de diferentes classes econmicas, incluindo

    nobres, profissionais liberais (como mdicos e advogados), militares e eclesisticos. De

    acordo com a pesquisadora, na lista de assinantes do Almanaque Laemmert encontrava-se onome de um morador de Santa Maria Madalena, chamado Francisco Xavier de Assis, o pai de

    Machado de Assis.24

    Certamente o escritor teve contato com a obra da Tipografia Universal, a qual foi

    citada em Iai Garcia, romance inicialmente publicado no jornal carioca O Cruzeiro, entre

    janeiro e maro de 1878, e lanado em volume pela tipografia desse peridico, nesse mesmo

    ano. No romance machadiano, aparece a figura de um advogado chamado Jorge, um

    verdadeiro dandieda rua do Ouvidor, que ali poderia ter nascido, ali poderia morrer, cuja

    dedicao ao trabalho tinha como objetivo garantir seu nome no portal do escritrio e noAlmanaque Laemmert. 25 A referncia publicao dos irmos indica que qualquer

    profissional que exercesse suas atividades na corte carioca poderia ter seu nome inserido nas

    pginas do almanaque, independentemente de seu comprometimento com a funo ou de seu

    profissionalismo.

    Monteiro Lobato tambm citou o Almanaque Laemmert em seu livro de estria,

    Urups, lanado em 1918. No conto O engraado arrependido, o narrador conta a histria

    de Pontes, um piadista tpico, conhecido por suas micagens, pilhrias e anedotas de ingls.

    Como era naturalmente engraado, conseguia arrancar risos nos atos mais simples, imitar

    diferentes animais ou pessoas e levar qualquer ouvinte gargalhada. Certo dia, Pontes

    cansou-se das brincadeiras e decidiu ser tomado a srio, desejo que no conseguiu realizar, j

    que todos pensavam que ele estava pregando uma pea. Na tentativa de reverter a situao,

    procurou arrumar um emprego na coletoria federal, mas no havia vagas disponveis. Ele

    passou, ento, a seguir o major Bentes, um velho e taciturno funcionrio que sofria de

    aneurisma cerebral e poderia morrer por qualquer esforo. Seu objetivo era, literalmente,

    mat-lo de rir e ficar com o seu cargo. No entanto, o major era um homem srio e no se

    entregava aos gracejos de Pontes como os demais:

    O major Bentes, entretanto, possua uma invulnerabilidade: no ria, limitavasuas expanses hilares a sorrisos irnicos. Pilhrias que levavam outros

    24 LIMEIRA, Aline de Morais. Almanaque de primeira. Em meio ferrenha concorrncia editorial do sculoXIX, o Almanak Laemmert se destacou pela variedade de informaes. Revista de Histria da BibliotecaNacional, 05 set. 2010. p. 80 - 83.25ASSIS, Machado de. Iai Garcia. Fonte: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iaia.pdf .Acesso no dia 28 de fevereiro de 2012.

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    comensais a erguerem-se da mesa atabafando a boca nos guardanapos,encrespava apenas os seus lbios. E se a graa no era de superfina agudeza,ele desmontava sem piedade o contador:- Isso velho, Ponte. J num almanaque Laemmert de 1850 me lembro de oter lido.26

    Para levar sua platia gargalhada, a personagem recorre a mltiplas fontes,incluindo duas obras impressas pela Tipografia Universal: o Almanaque Laemmert e a

    Enciclopdia do Riso e da Galhofa, sendo a ltima conhecida de cor por Pontes. 27 A

    enciclopdia escrita por Eduardo Laemmert citada ainda no clssico infantil Reinaes de

    Narizinho,de 1931, como um livro muito antigo e danado para dar sono, utilizado por esse

    motivo como cama pelo Visconde de Sabugosa.28A meno sonolncia durante sua leitura

    encontra-se tambm numa crnica publicada por Lobato, sob pseudnimo de Josben, no

    jornal estudantil O Guarani:

    Como sofria de insnia, escrevi a um conhecido mdico perguntando qual omelhor narctico que ele conhecia, ao que me respondeu: Caro Josbem: Htrinta anos que sou mdico e sempre tenho empregado como narctico opio, a codena e outros. Mas h poucos meses, lendo a Enciclopdia doRiso e da Galhofa, encontrei l a seguinte anedota: EMENDA PIOR QUE OSONETO - Um escritor escreveu no primeiro captulo dum seu livro - outrascoisas; na impresso saiu oltras coisas; e o editor ps na Errata ostras coisas.Isto o que se chama emenda pior que o soneto. Ao acabar de ler essaanedota, um irresistvel sono apoderou-se de mim, e quando acordei vi queestava ali um narctico, mais poderoso que quantos conhece a medicina.Tenho-o empregado com admirveis resultados em quem sofre de insnia, e de fcil aplicao, porque basta ler duas ou trs vezes. Vou mandar felicitaro Sr. Pafncino Semicpio Pechincha, autor de to maravilhosa descoberta.

    (assinado) Dr. Mesoj. Nunca empreguei esse narctico como manda afrmula desse mdico, porque desde esse dia basta lembrar-me das anedotasdo tal Pafncio para que a insnia fuja espavorida.29

    Segundo Cavalheiro, Lobato costumava ler e reler a referida enciclopdia,

    inicialmente se divertindo, mas logo se cansando com a mediocridade das piadas, da seu tom

    cido quanto qualidade dos textos ali encontrados. Embora as crticas de Lobato possam

    denegrir a obra, que seria, na opinio do autor, incapaz de fazer o leitor rir, a referncia direta

    feita pelo escritor s publicaes dos Laemmert indica que elas conquistaram um pblico

    leitor amplo e permaneceram no imaginrio popular ao longo de muitos anos.

    26LOBATO, Monteiro. O engraado arrependido. Urups.So Paulo: Globo livros, 2007. p. 38-39.27Idem. p. 33.28LOBATO, Monteiro. Reinaes de Narizinho.So Paulo: Brasiliense, 1957. p. 229.29CAVALHEIRO, Edgar. Monteiro Lobato: vida e obra. So Paulo: Companhia Editorial Nacional, 1955. p.40.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Bibliografias e Dicionrios

    CAVALHEIRO, Edgar. Monteiro Lobato: vida e obra. So Paulo: Companhia EditorialNacional, 1955.

    FERREZ, Gilberto. A obra de Eduardo Laemmert. Revista do Instituto HistricoGeogrfico Brasileiro. Braslia - Rio de Janeiro, n. 331, pp. 193- 211, 1981.

    HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil (sua histria).Trad. do ingls Maria da PenhaVillalobos e Lolio Loureno de Oliveira, So Paulo: EDUSP, 1985.

    LIMEIRA, Aline de Morais. Almanaque de primeira. Em meio ferrenha concorrnciaeditorial do sculo XIX, o Almanak Laemmert se destacou pela variedade de informaes.

    Revista de Histria da Biblioteca Nacional, pp. 80 - 83, 05 set. 2010.

    __________. Educao Particular e Publicidade no Almanak Laemmert (1844/1859).Dissertao (Mestre) Fundao Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, 2007.

    LOBATO, Monteiro. O engraado arrependido. Urups.So Paulo: Globo livros, 2007.

    _________. Reinaes de Narizinho.So Paulo: Brasiliense, 1957.

    LYONS, Martyn. Les best-sellers. In.: CHARTIER, Roger e MARTIN, Henri-Jean (org.).Histoire de ldition franaise:les temps des diteurs. 1985.

    MACEDO, Joaquim Manuel de. A carteira de meu tio.Rio de Janeiro: Imp. TipographicaDous de Dezembro, 1855.

    QUEIROZ, Juliana Maia. A carteira de meu tio: fico e histria em Joaquim Manuel deMacedo. Revista Brasileira de Histria e Cincias Sociais, v. 2, n. 3, 2010.

    SILVA, Inocncio Francisco da. Diccionario bibliographico portuguez: estudos deInnocencio Francisco da Silva aplicaveis a Portugal e ao Brasil . V. IX (letras C-G), Lisboa:Imprensa Nacional, 1870.

    Fontes consultadas

    Almanak administrativo, mercantil e industrial da corte e provincia do Rio de Janeiropara oanno de 1853. Em casa dos editores-proprietarios Eduardo e Henrique Laemmert: Rio deJaneiro, 1853.

    Almanak administrativo, commercial e industrial da corte e provincia do Rio de Janeiro para

    o ano de 1864. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Laemmert,1864.

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    Almanak administrativo, mercantil e industrial da corte e provincia do Rio de Janeiro para o

    anno de 1865. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Laemmert,1865.

    Almanak administrativo, mercantil e industrial da corte e provincia do Rio de Janeiro

    inclusive alguns municipios da provincia, e a cidade de Santos para o anno de 1874. Rio deJaneiro: Eduardo & Henrique Laemmert,1874.

    Almanak administrativo, mercantil e industrial da corte e provincia do Rio de Janeiro

    inclusive a cidade de Santos, da provincia de So Paulo para o anno de 1878. Rio de Janeiro:Typographia Universal de Laemmert, 1878.

    Almanak administrativo, mercantil e industrial do Imperio do Brazil. Rio de Janeiro: em casa

    dos editores proprietarios H. Laemmert & C. 1884-1889.

    Almanack administrativo, mercantil e industrial do Imperio do Brazil para o anno de 1889.

    Rio de Janeiro: Laemmert & C., 1889.

    Folhinha das tres novelinhas para o anno de 1875. Contendo a chrnica nacional, preceitos de

    agricultura, horticultura e jardinagem e noticias curiosas e interessantes. Rio de Janeiro:Typographia Universal de Laemmert, 1875.

    Folhinha de Anedoctas Brazileiras para o anno de 1861 contendo a chronica nacional,

    noticias curiosas e interessantes e uma nova coleco de anedoctas nacionaes e ilustradas

    com vinhetas.Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1861.

    Folhinha Patriotica Brasileira para o anno de 1852 contendo a Chronica Nacional, noticias

    curiosas e interessantes, e o primeiro volume da Historia do Brasil cantada em verso porJoaquim Norberto de Sousa e Silva. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert,1852.

    Folhinha Patriotica para o anno de 1862 contendo a Chronica Nacional, noticias curiosas einteressantes e a primeira coleco de cartas do principe regente depois D. Pedro I

    imperador do Brasil. Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1862.

    Jornais consultados

    Dirio do Rio de Janeiro

    Jornal do Comrcio

    Sites consultados

    http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iaia.pdf

    http://www.seed.pr.gov.br

    http://www.unicamp.br/iel/memoria