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1 Bruno Bezerra Cavalcanti Godoi DÍVIDA PÚBLICA E ATROFIA DO MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL Aspectos jurídicos e econômicos [email protected]

DÍVIDA PÚBLICA E ATROFIA DO MERCADO DE CAPITAIS NO … · dívida pública e o impacto na alta da taxa de juros, a partir dos anos 1980, reduzindo o apetite dos investidores no

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Bruno Bezerra Cavalcanti Godoi

DÍVIDA PÚBLICA E ATROFIA DO

MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL

Aspectos jurídicos e econômicos

[email protected]

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Bruno Bezerra Cavalcanti Godoi

DÍVIDA PÚBLICA E ATROFIA DO

MERCADO DE CAPITAIS NO

BRASIL

Aspectos Jurídicos e Econômicos

Primeira Edição

São Paulo

2015

[email protected]

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SOBRE O AUTOR

Bruno Bezerra Cavalcanti Godoi é funcionário público federal, com

formação diversificada e que busca sempre reunir os conhecimentos

necessários para se compreender e buscar as soluções para os

grandes problemas nacionais.

O autor é mestre em economia pela Universidade de São Paulo e

atualmente cursando Direito na mesma instituição.

Pode ser contatado pelo email: [email protected]

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha esposa Alexsandra e ao meu amigo Wagner Torres, da SEFAZ-AL, pelo apoio moral e por ter redigido o prefácio.

Agradeço também à equipe da PerSe, notoriamente a Tiago Campos, pelos esforços que envidou para levar adiante a publicação.

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DEDICATÓRIA

Dedico este livro aos meus pais, à minha esposa Alexsandra e a todos aqueles que acreditam que o Brasil pode ser próspero com as escolhas certas.

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“Também está claro que o ritmo do crescimento da dívida bruta, intensificado ainda mais nos últimos anos, é insustentável. Falta agora o povo e a “imprensa golpista” acordarem para este verdadeiro câncer da nossa economia. Enquanto isso, seguimos acumulando passivos para as futuras gerações e desperdiçando recursos escassos no pagamento de juros, até que uma nova e grave crise nos arraste novamente ao fundo do poço como na década de 1980”.

Milton Aquino

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PREFÁCIO

Wagner Cunha e Torres1

Este livro objetiva avaliar a razão da atrofia do mercado de

capitais em um contexto de estudo interdisciplinar do Direito, da

Economia Política e da História Econômica. O livro aborda que a

alusiva atrofia resulta no fato de a capitalização do mercado de

ações representar 54% do PIB, muito inferior à média dos países de

renda elevada, que possuem, em média, 86,8% do seu PIB.

Nesse contexto, o livro aborda a importância do crescimento da

dívida pública e o impacto na alta da taxa de juros, a partir dos anos

1980, reduzindo o apetite dos investidores no que se refere ao risco

do mercado de capitais.

Por outro lado, avalia a liberalização ao capital estrangeiro dos

investimentos de portfólio no governo Collor, exigido como condição

para a securitização da dívida externa brasileira e para que o Brasil

saísse da condição de insolvência. Assim, as taxas de juros da

dívida pública interna elevaram-se ainda mais, de forma a motivar a

permanência dos capitais especulativos de curtíssimo prazo. Assim,

o crescimento da dívida interna, hoje, em torno de 60% do PIB e

crescente, tornou-se um câncer que impede o surgimento de fontes

de financiamento de maior prazo.

1 Técnico em Finanças Públicas da Secretaria Estadual da Fazenda de Alagoas. Autor do

livro “A Política Econômica do Governo Dilma e os Limites do Crescimento” e do artigo

“Abismo Fiscal no Estado de Alagoas”, publicado em dezembro de 2014 pela Revista

Tributária ASFAL, nº 1.

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O Capítulo I aborda a natureza do enfoque jurídico para criar

as condições para o desenvolvimento econômico.

O Capítulo II analisa a importância do mercado de capitais e o

crescimento econômico da década de 1970 no que se refere à

publicação de leis para fomentar o mercado de capitais.

O Capítulo III é o âmago para se entender como o crescimento

da dívida pública, somado à abertura do mercado financeiro aos

investimentos estrangeiros de curtíssimo prazo, impactou na atrofia

do mercado de capitais, pois as poupanças foram desviadas do

mercado bursátil para os investimentos de remuneração fácil e sem

riscos de financiamento da dívida pública. Destaca-se que, ao

manter a insustentabilidade da política fiscal, foi adotado o conceito

do neoliberalismo no que se refere à entrada de moeda estrangeira,

ou seja, o fluxo de capital especulativo poderia entrar e sair

livremente com base nas resoluções do Bacen de 1991. Assim, para

atrair e reter esses capitais na quantidade necessária,

principalmente para criar a condição ilusória de estabilidade

econômica no que se refere a interromper a dinâmica do processo

de hiperinflação, foi determinante a manutenção da fixação das

taxas de juros muito elevadas, impactando no crescimento da dívida

pública bruta de R$ 208 bilhões (29,5% do PIB) em 1995, para R$

3,059 trilhões (63,16% do PIB).

Um elemento comum nas análises presentes neste livro é a

crítica de que, sem resolver o problema da insustentabilidade da

política fiscal, o Brasil continuará sendo refém da dinâmica da

acumulação do capitalismo rentista, refletindo cada vez mais em

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uma projeção da manutenção do cenário de atrofia do mercado de

capitais e, portanto, sendo um dos fatores para que o país mantenha

atualmente a projeção de um cenário de baixo crescimento do PIB,

ampliando cada vez mais a desigualdade de renda.

Wagner Cunha e Torres

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PREFÁCIO DO AUTOR

O objeto do livro que disponibilizo ao público, embora iniciado

como um trabalho para o curso de graduação em Direito, foi muito

além do seu objetivo inicial de ajudar a compreender os motivos do

subdesenvolvimento brasileiro. Dessa vez, do ponto de vista do

estudo do mercado de capitais.

A Bolsa de Valores, no Brasil, é vista como um investimento

arriscado, para especuladores que arriscam o dinheiro guardado

pela família e que podem perder tudo.

Assim, a cultura do investimento no Brasil hipervaloriza a renda

fixa, que é nada mais do que financiar o governo, que gasta mais do

que arrecada e precisa do dinheiro das pessoas, que compram os

títulos e o repassam ao governo. No final do prazo, quem comprou o

título recebe a remuneração prevista mais o valor inicial que aplicou.

A aplicação de fato possui poucos riscos, pois o governo, se não

puder pagar no prazo, imprime o dinheiro necessário, o que os

economistas denominam de “monetização da dívida”.

Não se pode negar que há risco na renda variável. Porém, a

cultura do povo americano e do europeu não é a de colocar a

poupança na renda fixa, mas na Bolsa de Valores. É o contrário do

Brasil.

Isso porque a Bolsa, em uma economia saudável, serve como

meio para as empresas obterem capital para sua expansão, para