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p-~-:'- ~~. ONG REC : 000289 I
- "-- __ o ~ /.
P. A. Rosa de Farias
~ ,\dvogodos Associados
I Exmo. Senhor Senador da Republica Presidente da CPI das aNGs
Dr. Herclito Fortes CLENIDES DE SOUSA GOMES, brasileiro, casado, contabilista, Presidente da organizao MI MANAGEMENT, po~tador da Carteira de Identidade n 008817/07, expedida pelo CRCIDF, I
e do CPF n 372.853,781-00, residente e domiciliado na SQS 213, Bloco G,
ap~o. 202, Brasilia, tendo sido intimado para comparecer a esta Comisso. Pa~lamentar de Inqurito, por requerimento formulado pelo Exmo. Senhor i Senador Raimundo Colombo, vem, perante V. Ex' expor para a final I
requerer o que se segue.
J a ora requerente j atendeu por duas vezes convite
iformulado por essa CPI, tendo comparecido pessoalmente Sala de
I - d" lh'd . dSessoes sem que seu epOlmento losse co I o, por motIvo e 11 d - d .. cance amento a sessao, sen o que na pnmelra vez que aI esteve
Ienaminhou um Memorial descrevendo sua participao e a da sociedade
queI'preslde quanto aos fatos em apuraao,-.que 101. entregue' ao Senador
I Raimundo Colombo, ento presidente da CPI.
a ora Requerente em face dos "fatos em apurao nesta 21 I
,i
CPI foi denunciado pelo Ministrio Publico Federal pela suposta pratica docrime do artigo 312, caput, na forma do artigo 29, do Cdigo Penal, or ! RQS nO 2~li2007 i Sr .~I SQS 304 Bloco A Apt. 503 - Asa Sul- Btasilia - DF - CEP 70.337.010 CPI - ONGs Subsecretaria de Apoio s ComissOll&>nes: (61) 3225-65-69 / 3323-5956 - Fax (61) 3223-0719 _ . Espea IS ~ Pan entares de Inqu[i)O [email protected] . OO1 .t. .
Recebi em I~;J. 00 ~ I ~ls~t~O - \ r- _. f Wil! M. Warde~ey IDoe. 28~ \f_ "__Secretrio de Comissao I
P. A. Rosa de Farias I I .
trs vezes, como se v do documento em anexo. I
3.!Naforma do previsto no artigo 514, do CPP, o ora
I .
Rebuerente apresentou ao Juzo da 12" Vara Federal, da Seo Judiciria
do! Distrito Federal, a sua Defesa Preliminar - documento em anexo. I I 4. I Apreciando as teses agitadas pela Defesa o MM. Juiz da
: 120. Vara Federal acabou por rejeitar a denuncia por inpcia e por faltar
ju~ta causa para a ao penal, ex vi do disposto no artigo 395, 1 e m, do I . CP;P - documento em anexo.
5. o ora Requerente pelo corriqueiro fato de atender a um
convite formulado por uma fundao de direito privado para participar da
fo)mulao de projetos cientficos na rea de sua atuao profissional, deI
ap~esentar sua proposta e de ganhar a realizao dos projetos solicitados,
,
sei vu no olho de um furaco em sua vida profissional, pois sua smples
exposio nas mdias ocasionou uma grande perda de clientela e de
asbociados, em detrimento de seus concorrentes. 6'1 A rejeio da dennca apresentada pelo Ministrio
I Publico Federal indica e aponta para a legalidade e a licitude dos atos
imputados ao ora Requerente, que assim mesmo se coloca disposio
desta CPl para quaisquer consideraes suplementares que se fizerem
ne6essrias e pertinentes ao seu objeto, mas a rejeio da denncia uma debonstrao inequvoca de que as acusaes que lhe foram formuladas I nb tm qualquer fundamento, e que seu depoimento em nada enriquecer i,. . os! trabalhos dessa Comisso, ocasionando ainda um alongamento
RQS nO 201/200]- S~F.. sQS 304 Bloco A Apt. 503 - Asa Su1- Brasilia - DF - CEP 70.337.010 CPI - ONGs
Fones: (61) 3225-65-69 / 3323-5956 - Fax (61) 3223-0719 [email protected]
;FI~ N0 OO2 J- ~ . t lD.oc,._~89 ,
i
.,
P. A Rosa de Farias & Advogados A51ood05
I I
I I
de'snecessrio das concluses sobre os fatos em apurao.
7.[I,
Os documentos apresentados pelo ora Requerente do
uma viso bem clara sobre a sua participao nos fatos em apurao, que
foJam considerados suficientes pela Justia Federal a ensejar a rejeio da I
dehncia oferecida, mas mesmo assim, se essa Comisso entender de,
repisar os fatos j esclarecidos na Justia, coloca-se ao inteiro dispor de V. I 1
Ex. I
8. Com o presente o ora Requerente junta as peas
mencionadas, e requer a dispensa de sua oitiva por esta CPI, uma vez que I
nada na Justia ficou provado em relao aos fatos aqui em apurao,
9. Aproveita a oportunidade para reiterar, seus protestou
delelevada estima e considerao.
E, Deferimento,
lI.. CLENIDES DE SOUSA GOMES
SQS 304 Bloco A Apt. 503 - Asa Sul- Braslia - DF - CEP 70.337.010 L CPI - ONGs Fones: (61) 3225-65-69 I 3323-5956 - Fax (61) 3223-0719
pedroaurelior@hotmaiLcom IFls. N0 OO31--IDoe. 289 )-- -
, I RQSt :01/2007 . SF i
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1.1
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DENUNCIA
.-----_.._' IROS pO iGli2007 . sr- ; I CPl - NGs\ ,_.... ; Fls. N0 OOLi I .. r-
\DOC, 289 ..J ;~~-_. _.. ---
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.'.! II
Ir RQS "o 201(2007 - 5F ' ' \ CPI - O~:Gs , -" e' F\s.NO~_"
Doc. 289
.;
MINISTRIO PBUCO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPBUCA NO DISTRITO FEDERAL
EXMO. JUIZ FEDERAL DA 12' VARA DA SEO JUDICIRIA DO DISTRITO
FEDERAL
PROCESSO N 2008.34.00.013502-5
o Ministrio Pblico Federal, pelos Procuradores da Repblica itifra signatrios, comparece ante a presena de Vossa Excelncia para) na
qualidade de titular da opinio delicti, com espeque na prova documental 'em anexo, oferecer
DENllNCIA em desfavor de
TIMOTHY MARTIN MULHOLLAND, brasileiro, CPF
n 150.829.971-49, ex-Reitor da Universidade de Brasaia,
residente e domiciliado na SQN 205, Bloco L, apto. 505,
Brasaia-DF, Te!. 61-3272-0145;
ALEXANDRE UMA, brasileiro, CPF nO 122.993.756-00,
ex-Diretor da Editora da Universidade de Braslia., residente ~ ..
e domiciliado na SQSW 300, apto. 102, Bloco 5, Brasaia-DF,
Tel. 61-3344-7646;
ELENILDE MARIA DUARTE, brasileira, CPF n
227.148.801-00, ex-Coordenadora de Projetos da Editora da
Universidade de Braslia, residente e domiciliada na Quadra
22, Casa 138, Setor Leste, Gama, Brasaia-DF, Te!.
61-3385-3552;
\ RGS "o 201/2007 - Sr.: \'" lePl - m~GS \ Fls. ~o O{} 6 ,
\ Do(._2_8_0_",-- .,_.__._. \
MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL
CLUDIO DE MORAES MACHADO, brasileiro, CPF
n 394.773.807-25, ex-Coordenador de Projetos de Sade
Indgena da Editora da Universidade de Braslia, residente e
domiciliado R. Santa Catarina, n 171, apto. 704, Bairro ltapo, Vila Velha-ES, Te!. 27-3219-4233;
(~SLNIOBS1DE'SOUSA"GOMES( brasileiro, CPF nO
372.853.781-00, contabilista, Presidente da empresa Ml
Management, residente e domiciliado na SQS 213, Bl. G,
apto. 202, Brasilia-DF, Te!. 61-3345-1690;
CM:INE=RJ!UBlA-;;~_gND.IUZZI~=SQUYn
brasileira, CPF nO 567.183.901-78, Presidente da empresa
Coopers Instituto Profissional de Consultores Associados,
residente e domiciliada na SQS 213, Bl. G, apto. 202, Brasilia-DF, Te!. 61-3345-1690; PABLO VIEIRA DE FREITAS LIMA, brasileiro, CPF n
863.997.481-00, scio da empresa LMR Softwares e Consultoria Empresarial Ltda., residente e domiciliado na SQN 205, Bloco G, apto. 604, Brasilia-DF, e
RGIS SALoMo, brasileiro, CPF n 694.123241-20, scio da ernpresa LMR Softwares e Consultoria Empresarial Ltda., residente e domiciliado na SQS 303, Bloco E, apto. 501, Brasilia-Df
- ~r: ,./\ r, .
'.
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MINISTRIO PBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL
expostas:
1. DOS FATOS
1.1. A presente denncia ajuizada tendo em vista fatos
evidenciados nos autos do inqucito policiaJ em epgrafe, bem como no bojo do
Procedimento Investigatrio Criminal nO 1.16.000.002505/2008-59, em curso perante o 2
Ofcio de Licitaes, Contratos e Concursos da Procuradoria da Repblica no Distrito
Federal, visando apurar o cometimento de possveis ilicitudes no mbito da Universidade
de Brasilia, notadamente em face de seu relacionamento com suas fundaes de apOlO.
12 Entre as ilicitudes apuradas destacam-se: contratos
ficmados com rgos pblicos federais com falsa causa de dispensa de licitao
fundamentada no artigo 24, XlII, da Lei 8.666/93; desvio de verbas prprias da
Universidade de Braslia e de verbas repassadas em razo da celebrao de convnios junto
a outros rgos e entidades federais, e a formao ,de um grupo organizado que se apossou
de tais recursos para satisfao de seus interesses, em detcimento dos interesses da
instituio que integravam.
1.3. De fato, os dados probatrios colhidos pelo Ministrio
Pblico Federal, em conjunto com a 1" Promotoria de Justia de Tutela das FW1daes e
Entidades_de Interesse Social do Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios,
demonstram haver se constitudo no mbito da Universidade de Braslia e das vrias
fundaes de apoio que giravam ao seu redor, notadamente aFINATEC - Fundao de
Empreendimentos Cientficos e Tecnolgicos, a FUBRA - Fundao de Apoio da
Fundao Universidade de Braslia e a FUNSADE - Fill1dao de de Apoio ao
Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico na rea de Sade, uma organizao com o
propsi'to de dilapidao dos recursos arrecadados, para satisfazer os interesses pessoais
\ RCS ~o 2:;1/2007 . 5F "I'1-. C.'!ll - Or;Gs \~IS'_ N OO8
lo~~_2-~_9~~1
I
.
'
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dos denunciados e de terceiros.
1.4. Nesse sentido, restou evidenciado o desvio sistemtico
de recursos pblicos repassados Fundao Universidade de Brasia, ento presidida pelo
primeiro denunciado, Sr. Timothy Mulholland, pela FUNASA - Fundao Nacional de
Sade, para a prestao de uma srie de aes de assistncia s comunidades indgenas
Yanomami, situadas no Estado de Roraima, e dos Xavantes, no Estado do Mato Grosso,
para proveito prprio dos requeridos, o que representa os fatos que so objeto da presente
denncia.
1.5. As fundaes de apoio, assim, que deveriam existir para
facilitar a obteno de recursos privados pelas mstituies universitrias de ensino,
passaram a existir como fins em si mesmas:. atuando, ao contrrio, no desvio de rcrursos
pblicos para a iniciativa privada, em razo das manobras ardlosas e ilegais praticadas pelos
denunciados, se prestando ao desenvolvimento de uma administrao paralela e ilegal de
recursos pblicos, beneficiando um pequeno grupo de dirigentes universitrios e as pessoas
pelos mesmos designadas e privilegiadas.
1.6. A Fundao Nacional de Sade celebrou, junto
Fundao Universidade de Bras;)ia, dois convnios :refecentes prestao de servios de
sade a comunidades indgenas, no bojo dos quais se constatou o desvio de recursos
pblicos repassados pela convenente, atravs de um mesmo modlts operaneli, qual seja, a
constituio de uma conta bancria na qual se depositava um percentual de tais valores e
tambm a simulao de gastos por meio da contratao de supostas "consultorias". Em
ambos os convnios, foi verificada wna pssima prestao dos servios que eram o objeto
do contrato, motivada pelo desvio de recursos que deveriam ser aplicados em suas
arividades fU1alsticas.
,-------__"1I RQ~ ;00 201/2007 . 5f \ ~Pl - ONGs 1\ Fls. N0 OO9
r, 289 . '_Doc.__..--I ---~----.._-_.
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1.7. O Convnio nO 14/2004 tem por objeto a execuo de
servios de aes complementares de ateno integral sade "indgena no mbito do
Distrito Sanitrio Xavante, no Estado do Mato Grosso, em razo do qual foi repassado at
a presente data Fundao Universidade de Braslia e a duas fundaes de apoio, quais
sejam, FUBRA e FUNSADE, o valor total de R$18.836.249,89 (dezoito milhes,
oitocentos e trinta e seis mi11 duzentos e quarenta e nove reais e oitenta e nove centavosf
1.8. O Convnio nO 1326/2004, por sua vez, celebrado entre
as mesmas partes, tem por objeto a prestao de aes complementares de sade enl
benefcio dos ndios yanomami no Estado de Roraima. At o presente data, como
informado pela Fundao Nacional de Sade, ocorreu o repasse da importncia total de R$
48.276.239,30 (quarenta e oito milhes, duzentos e setenta e seis mil, duzentos e trinta e
nove reais e trinta centavos), com a celebrao de sucessivos termos aditivos, tendo se
processado, tambm, O mesmo esquema de subcontratao e ilegal terceirizao de pessoal.
1.9. Ambos os converuos acima citados representaram as
pnnctpals fontes de receita da FUNSADE, propiciando aos denunciados os recursos
necessrios concretizao de seus propsitos ilcitos, ensejando, atravs de uma rede com
amplos vnculos, desvio significativo de recursos pblicos, alm de gerar preJuzo
qual1dade do servio que deveria ser prestado s comunidades indgenas.
1.10. Inicialmente, cabe salientar que a prpria contratao
das fundaes de apoio peJa Fundao Universidade de Braslia j representou uma
manobra ilegaF praticada pelos denunciados, na medida em que no se verifica a presena
As ilieitudes relacionadas ao prprio objeto conveniado, diante do patente desvio de fmalidade na contratao da FUB para prestao de assistncia sade de comunidades indgenas localizadas nos Estados de Roraima e Mato Grosso so objeto de apurao em Procedimento Adminisrrativo prprio, de natureza cvel.
2 O Tribunal de Contas da Unio, nos autos do Processo TC-019.7012005-4, ao proferir o Acrdo nO 1026/2007-Plenrio, do qual foi relator o Ministro Guilhcnnc Palmeira, datado de )0 dc junho de 2007, assentou que os responsveis, ao lerem as. I i CP! O~:Gs .,- ..-
_; Fls. N' O1 O ,
28 9ooc.__ __-I ~----
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do substrato ftico que autorizaria a dispensa de licitao nos moldes do artigo 24, XlII, da
Lei nO ~.666/93, se prestando, pois, transferncia, a uma entidade privada, da gesto de
recursos pblicos da forma que se afigurasse mais conveniente e til aos interesses dos
denunciad~s, no obstante, para atendimento a tais propsitos, tivessem que desviar
recursos pblicos para que viessem a ser aplicados em destinaes das mais diversas.
1.11. Assim, a anlise das pcovas colhidas pelo Ministrio
Pblico Federal e pelo Mnistrio Pblico do Distrito Federal e Territrios evidencia que os
requeridos, com unidade de desgnios; deram a causa a que, ante a total confuso
dolosamente estabelecida entre o patrimnio das entidades pblicas e priyadas envolvidas,
na celebrao dos convnios dos quais resultou o cometimento dos crimes imputados na
presente denncia.
1.12. Dois toram os principais esquemas j identificados para
fins de desvio de recursos pblicos, os quais sero objeto de. denncias separadamente pejo
Ministrio Pblico Federal, considerando serem distintos t:ll>bm os rus em cada um dos
pcocesso~ no obstante a presena de elementos comuns dos pontos de vista objetivos e
subjetivos, referindo-se ambas aos crimes de foemao de quadrilha (ainda que com alguns
agentes distintos) e peculato.
1.13. O pnmelCo dos esquemas fraudulentos, j objeto de
denncia ofertada perante e.5se juzo) refere-se constituio de wna conta bancria na qual
se depositava importncia correspondente a 7,5% dos valores totais repassados pela
'finalidade cstatulria de terceirizao de pessoal paro exeeuo de aes continuadas de ateno integral sade indgena, contrariando o art. 1
l I-
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Fundao Nacional de Sade, sendo que 2,5% do valor total eram livremente
movimentados por determinao do denunciado Alexandre Lima, o qual, no obstante no
mantivesse nenhum vnculo com a FUNSADE ou experincia na prestao de servios
na rea de sade indgen'4 assumiu inteiramente a gesto dos recursos por deslgnao do ex
Reitor Thimothy, co-autor dos ilcitos ora denunciados.
1.14. O segundo esquema fraudulento, objeto da presente
denncia, configurando crime de peculato, refere-se contratao, com recursos do
converuo, de empresas de consultoria que no prestaram quaisquer servios para a
FUNSADE ou atividades relacionadas ao objeto dos mesmos, tendo sido evidenciado
que, em aJguns desses casos, veio a ser contratada empresa de consultoria por parte de
Alexandre Lima que tinha, em seu quadro societrio, seu prprio filho, Sr. Pablo Vieira de
Freitas LIDa.
1.15. A anlise dos dados j apurados, relativamente
aplicao de recursos em face dos convnios acima referidos, demonstra no haver se
verificado hiptese ftica de desvio isolado e episdico de recursos pblicos, mas sim a
existncia de um grupo criminoso devidamente constitudo, com clara e perceptvel diviso
de tarefas entre seus membros, voltado para a prtica de crimes no mbito da Universidade
de Braslia e das fundaes de apoio, o que ensejou o oferecimento de anterior denncia
ante a ocorrncia do crime de formao de quadrilha.
1.16. A presente denncia se refere, assim, ao Crtme de
peculato, tendo em vista as contrataes fraudulentas realizadas, pela FUNSADE, das
empresas de consultoria Ll\1R SofN,-ares e Consultoria Empresarial Ltda., Coopers
Instituto Profissional de Consultores Associados e Ml - Management Sociedade de
Profissionais Associados, e que se revel~ram um mecanismo ardiloso para o desvio de
recursos pblicos, cOlno ser a seguir exposto.
,..------i RQS 7'0 201/2007 - SF . I CPl - ONGsI- i Fls. NO O12 1I . t r 289 I \Doc__~,_1---,---.-_.
'.,
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1.17. Consoante fatos apurados nos autos do inqurito
policial em epgrafe, bem como suporte probatrio colhido pelo Ministrio Pblico Federal
e Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios, logrou-se xito em constatar a
existncia de uma bem montada organizao criminosa formada por todos os denunciados;
com perfeita segregao de funes, destinada a, basicamente, promover o desvio de
recursos pblicos arrecadados pela Fundao Universidade de Braslia e aps repassados s
suas fundaes de apoio.
1.18. Inicialmente, cabe tecer algumas consideraes acerca
da participaiio do denunciado Alexandre Lima em todo o esquema criminoso, bem como
sobre sua situao funcional junto Universidade de Brasilia. O denunciado Alexandre
exercia desde 14 de novembro de 2005, aps ser designado pelo denunciado Timothy
Mulholland, a funo de Diretor Executivo da Editora Universidade de Brasilia, nos termos
do Ato da Reitoria nO 1395/2005.
1.19. No entanto, desde 1993, j exercia o cargo de Diretor
da .Editora, que se transformou., ao longo da sua gesto, numa agncia de intermediao de
contrataes das fundaes por rgos pblicos, sob falsa causa de dispensa de licitao,
para posterior transferncia do obieto contratado e tambm dos recursos pblicos a
terceiros, inclusive o prprio Alexandre e seus familiares.
1.20. A Editora da Universidade de Brasilia, nos termos do
at.-tigo 41, IH) do Estatuto da UnE, e conforme noticiado em seu prprio jite
(W\vw;editora.unb.br) tem entre suas atribuies, na condio de rgo complementar, a
publicao de llvros, o apoio confeco de textos para o ensino superior; gerenciamento
da distribuio e comercializao de seus obras e a prestao de servios nas reas de sua
cornpctnciaJ .
3 Os sistemticos desvios de finalidade das atividades da Editora, sob" a gesto de Alexandre Lima, que
; RQ31 "O ~Jt;2007 . SF \L. CPl O~:Gs I 01 9 I FI "0 u I 5, I~ \ l--... ,
I Doe. 289 ~_J "-----
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1.21: O denunciado Alexandre Lima, ex-Diretor Executivo,
mantm com O denunciado Timothy Mulholland fortes vnculos pessoais e profissionais.
Por essa razo, veio a ser designado para realizar a gesto de contratos e convnios
celebrados entre a FUNASA e a FUB, com a intervenincia da FUNSADE, sem que
mantivesse com a referida fundao de apoio qualquer vnculo, em rea totalnlente estranha
esfera de atribuies da editora. Alexandre Lima era, de fato, O principal agente
operacional do grupo criminoso em questo.
1.22. A FUNSADE, no obstante seja uma pessoa jurdica
de direito privado e, nessa condio, dotada de personalidade jurdica prpria, teve sua
autonomia tolhida exatamente no momento em que recebeu vultosos rcauSQS pblicos
decorrentes do convnio celebrado junto FUNASA, uma vez que Alexandre Lima passou
a ser gestor das verbas repassadas, contando, inclusive, com autorizao para movimentar
suas contas bancrias.
1.23. Tal fato se afigura ainda mais absurdo quando se
constata que a Diretoria-Executiva da Editora da 'Universidade de Braslia tinha a
fmalidade, nos termos do artigo 1 do Ato da Reitoria nO 1394/2005, de "executar as
atividades de planejaInento, coordenao e administrao de recursos humanos,
oranJentrios, financeiros e materiais da Editora".
1.24. Vale salientar que o denunciado Timothy Mulholland
tinha pleno conhecimento de tais fatos, chegando inclusive a apresentar, junto Comisso
Parlamentar de Inqurito instaurada 110 Senado Federal, toscas justificativas no sentido de
demonstrar a suposta legalidade e razoabilidade da designao e atuao de Alexandre
Lima, havendo, ainda, participado da celebrao de cliversos termos aditivos aos contratos
se lransformou numa "agncia de captao de negcios" objeto :00 apurao especfica dentro do escopo do Inqurito Policial citado.
!.
I.
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em razo dos quais se obrigava, na condio de Presidente da Fundao de Apoio a
Universidade de Brasia, a se responsabilizar pela correta aplicao dos recursos pblicos
que mesma eram repassados.
1.25. evidente, at mesmo a qualquer observador menos
atento, no existir qualquer motivo idneo a justificar que a gesto de um convnio
executado por uma funda~o de apoio privada seja realizada por um diretor da Editora da
Universidade de Brasia, em rea totalmente estranha de sua atuao funcional. Veja-se, a
respeito, trechos do depoimento prestado pelo denunciado Comisso Parlamentar de
Inqurito instaurada no Senado Federal para apurar a utilizao de recursos pblicos por
organizaes no-governamentais, nos termos da ata de sua 1211. Reunio, na qual se limitou
a afirmar, itgra:
'Tmatkir Jos AgripirlO: [...], o cuidado com a sade OOS lldios
Xawllte e Yallomamis /eWII a FUNASA a colltatar a UIIR a
FUB, qlle atraws da FUBRA ""m mommto e a FUNSA OE
!Zum momento plMesse chegar !to outro momento em matria de sade
pblica aos ndios. No quero aqui disClttir se o xito do atmdimmto
de sadeJi comp/e/Q 011 no, eparece que 1Iiio. Mas o q"e me preoClfpa
a Jrma. EII teniJo duas pe'l!,ufttas e lima colocaro a fa'?fr aos
membros da ComisJo e ao Rela/Qr. Qllando a FUNAJA recorre
UIIB. e a UIIB determilla a Slla coligada FUNSADE para cllidar
da saJde dos xavalltes, a UnB tem o alldado de e.:-agir q"e a
FUNSA DE teJJha meiosparoprestar o semfo qJle a FUNASA
nfJ tilliJa, epor isso recrJmJII UnB, qlle recomJu FUNSADE
011 admite que a FUNSADE possa sllbcolltratar s""iro? Numa
escalada qlle a comera a me preoCllf!ar, porque me parece 11m artificio
it~cntl1Je,w.m/e ao interesse p'blico. E1~/o eHa i a minha pn"'dra
rRcs nO 2Jti2087-~'-1__ YtP~ 10~u5 1\ ~ Fls_r~o _
,
,,------ I
'.
I.,.
MINISTRIO PBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL
perg,,"ta. Se qllOlIdo a UI/B recorre FUBRA O" FUNSADE
para que ela preste o seruo que a FUNASA I/o pde prestar e
recorreu a ela. Se e~"""ige que essafimdao possa e deva prestar o sen'tf'O
diretamente ou admite que ela possa sllbcol//ratar? Porq"e
sllbcrmtra/ou, abnil espao para liSO q"estioll/l/J/ de remrso pblico.
o segUNdo POl1tO, a irgor11loo que eu fmIJo que o valor dos mel/rSM el1l}(}/vidos em 2006 e 2007, na prestao desses senJios de sade da
FUNASA el/vol/J/uw iru:!JJsive os ilZdios Yallomamis, atingil/ a 170
milhes de reais. Em 2006 e 2007. Se proCt1de ol/no.
E por ltimo, se o jimatJlldrio ges/Qr das operaes de col1e.:,
'.[
MINISTRIO PBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL
a est a mtha grande preompao que devo mXilar ao senhor. O Sr.
Aiexalttire Lma qt
I.
MINISTRIO PBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL
programa de salide?
SR. TIMOTHY MULEfOLLAND: Ele articulou esse
programa, Senador. Foi ele que articulou junto
FUNASA, ele que estabeleceu as bases do
funcionamento do programa natural que ele o
administrasse". Destacamos
1.26..Com a designao do denunciado Alexandre Lima,
para que o mesmo viesse a gerir as contas bancrias e os recursos repassados pela
FUNASA FUNSADE, viu-se aberta, pois, uma porta para o desvio de recursos
pblicos, o qual veio a se materializar atravs da contratao de uma srie de empresas de
consultoria fictcias, as quais sequer se encontravam em funcionamento e que no
entregaram FUNSADE produto algum, ainda que indiretamente relacionado
prestao de servios de sade indgena.
1.27. O conluio entre os denunciados no se limitou,
contudo, s designaes realizadas pat:a fins de gesto dos contratos, mas tambm para
movimentar a prpria conta corrente da FUNSADE, pessoa jurdica de direito privado,
em detrimento dos dirigentes devidamente consritudos da referida entidade, atuando, pois,
tambm na condio de gestor financeiro. Nesse sentido, em depoimento prestado perante
o Ministrio Pblico Federal, a Sra. Yolanda Galindo Pacheco, Presidente da referida
entidade, assim se manifestou:
"Que, indagada, a depoente infornwu que no tinha
conllecimento e no foi infornuula, nessa reunio, de o
Sr. Alexandre Linw, Diretor-Executivo da Editora da
UnB, estaria atuando, por designao do Sr. 17.imoty,
COIlIb ge.dor financeiro (or(/e/l(uh" de pagamentm) no
-,..;I
I.I.
I.
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mbito de projetos e contraJos firmados entre a FUB e a
Funsade".
1.28. Uma vez constatada, pela gesto da FUNSADE, a
prtica de uma srie de irregularidades por parte do denunciado Alexandre Lma, as quais
culrninaram, inclusive, no surgimento de significativas dvidas trabalhistas, apresentando
valores milionrios, foi requerida a alterao do gestor financeiro dos contratos junto ao
denunciado Timothy Mulholland, o qual no adotou qualquer medida, no obstante as
fortes evidncias que apontavam para a dilapidao do patrimnio da FUNASA e da FUB.
A sada de Alexandre Lima do referido encargo se deu de forma voluntria, a pedido do
mesmo.
1.29. A alterao na mudana do gestor de convmos,
contudo, supnffilna dos denunciados a principal fonte de recursos para os desvio
realizados, motivo pelo qual no se atendeu ao pleito formulado em 28 de fevereiro de
2008 para a indicao de um nOVO gestor, em decorrncia da referida divida de ordem
trabalhista, a qual se aproximava do valor total de R$ 5.000.000,00 (cinco milhes de reais),
referente a salrios e demais encargos que no foram pagos aos profissionais COtn atuao
na rea de sade indigena.
1.30. Ocorreu, em verdade, o estabelecimento de uma
administrao paralela para gerir os contratos celebrados junto Fundao Nacional de
Sade, os quais representavam a parcela mais significativa dos valores arrecadados, sem
qualquer justificativa plausvel, evidenciando o ajuste esprio, COITI o propsito de desviar
os recursos pblicos obtidos. Veja-se, a respeito, outra passagem do j referido depoimento. , de Yolanda Galindo Pacheco, infra:
"Que a Funsade no tinlla nen/mm controle sobre os
1
:. I.
II.
!
I
, . I.
I
-
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funcionrios contratados, se limitando a assinar as
carteiras de traballlo; Que todos os funcionrio,'
contratados pela Funsade somele eram COlltratadOS
mediante autorizao de Alexandre Lima; Que os
responsveis pelo controle de freqncia eram indicados
.por Alexandre LinUJ, atuando como coordenadores; Que
soube, pelo Professor Dria, que em dezembro de 2006,
,1!ex:mdre Lima sugeriu a separao administrativa dos
convnios celebrados com a FUB das demais aJil'!(!1~~,
passando a exercer 'UII controle paralelo da Funsalde
--- .,..,-,.- "... -.. .......... - ... ..~ _, ~.. - ....~- ~ .F!!!!~~~!de !!iio tinila controle nenllum sobre o que era
feito nesse escritrio, que inclusive cOlrolava as cOllfns -,. r." ..< .. ..' o, o . ' e fi"al,t~U
I.'.
I.,.I.,
i.
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1.32. Em suas atividades operacionais, ou seja, uma vez
considerando sua designao por Timothy Mulholland, O denunciado Alexandre Lima tinha
suas aes implementadas por parte dos denunciados Elenilde Duarte, Coordenador. de
Projetos da Editora da Universidade de Braslia, e Cludio Machado, Coordenador de
Projetos de Sade Indgena da Editora da Universidade de Braslia.
1.33. A denunciada Elenilde Duarte era responsvel pela
gesto contbil e operacional dos recursos que, embora repassados FUNSADE, eram
livremente administrados pela Editora da Universidade de Braslia, rgo no qual exercia
atividades de coordenao desde o ano de 2004, assumindo, a partir de ento, o
desenvolvimento de uma srie de atividades administrativas.
1.34. Em depoimento prestado ao Ministrio Pblico
Federal, a denunciada, com o propsito de ocultar sua participao em todo o esquema
delituoso, afirmou desconhecer um dos principais instrumentos utilizados para a realizao
do desvio de recursos pblicos no mbito da referida entidade, qual seja, a destinao de
7,5% do total dos recursos arrecadados para livre movimentao.
1.35. O resultado das diligncias j realizadas, contudo, indica
wna ativa participao da denunciada em todo o esquema criminoso. Em razo de deciso
desse juzo, a qual autorizou o espelhamento e o acesso ao contedo das mensagens de
correio eletrnico da denunClad3, que se enCO~~~7:::"';". :.:'~:'.=c~:.~;..: ~c ::;C~~.-:d8: de e r,;.:;i! da
Editora da Universidade de Braslia, o Mirustrio Pblico Federal teve acesso a uma srie de
provas que apontwn para a partici.pao direta da denunciada Elcnilde Duarte,
delnonstrando sua relevrKia em rode D csq~c;-,.;. c.;;.-,;,-..;:.~c..
1.36. A adeso de Elenilde aos propsitos criminosos do
grupo etn questo se deu no momento em que veio a operacionalizar a prtica de todos os
,-------- -, RQS nO 201/2.,07 - SF \
16CPl - ONGs
Fls, NO O21 I I r
Y-~.? 8-~--_. .\
I.
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atos necessrios consumao de uma srie de atos de peculato, os quais sero objeto da
pre~ente denncia e de outras oferecidas simultaneamente a esse juzo, atuando~ pois) como
agente operacional do esquema em questo, cujas bases foram previamente estabelecidas
pelos demais denunciados'.
1.37. O resultado das diligncias j realizadas indica uma
ativa participao da denunciada em todo o esquema criminoso. Em razo de deciso desse
juzo, a qual autorizou o espelhamento e o acesso ao contedo das mensagens de correio
eletrnico da denunciada, que se encontravam armazenadas no servidor de e-mail da
Editora da Universidade de Braslia, o Ministrio Pblico Federal teve acesso a uma srie de
provas que apontam para a participao direta da denunciada Elenilde Duarte,
demonstc3l1do sua relevncia em todo o esquema cominoso.
1.38. Em depoimento prestado perante o Ministrio Pblico
do Distrito Federal, atravs da Promotoria de Justia de Tutela das Fundaes e Entidades
de Interesse Social, a denunciada Elenilde afIrmou no ter conhecimento acerca da gesto
dos recursos movimentados, limitando-se a informar acerca da existncia de uma reserva
para pagamento de dvidas trabalhistas. Veja-se, contudo, trechos de algumas mensagens
pela mesma encaminhadas FUNSADE, :fm:
o forfllulrio est correto, o mesmo refeLente a ltiJna NF do Yanomami paga.
Agora referente ao pagamento da NF 531 Xavante no
valor de R$ 900.000,00 ser:
Valor fatura =120.125,80
4 A participao de Elenilde em tal esquema se dava, ademais, mediante a simulao de processos licitatrios, com o envlo a empresrios de propostas que deveriam ser apresentadas, contendo valores e espcoifiCllcs dos produtos e scrvi..yos, nos termos das mensageml de correio eletrnico que
....,.,Ip. rI ;n T.,l t.,t,. ~..:. ,,'h;~.~.-'I .-'I~_.'._~;_ 1r:~_ _~ __ __~h:~_~_ - .acompanham a nrP r-'-"'" -.----"- _.- _- -_.- -'r- -. _ ..._ ..- '-,' ..----., _ .. - .. --- o- .\ ;{.QS c 2Jli2GG7 - Sr \ Q
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~ Fls. N0 {) 22. I -
tDOC.~~--- \'-:.-.....---_.--_..-.-'-.
I.i.
I
i
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5% Funsade =42.155,00 2,5% AdnnistrstYs =21.077,00 Despesas pagas com recursos prprios da Funsade = 56.983,80".
~~liene,
No dia 30/12 solicitei a ttansferncia do saldo dos
projetos:
x;,vante = 23.000,00
Ouvidoria =11.000,00 Yanomami =125.000,00 para a conta adnnistrariva da Funsade, preciso que
me enviem (as faturas, e que .transfiranJ estes saldos
para a conta acbninistratYa da Editora".
~1oana,
Pode faturar:
Xavante =saldo R$ 80.459,00 7,5% = 70.000,00
5% =46.660,00 2,5% =23.340,00 Yanomami =saldo R$ 41.059,33 7,5% = 30.000,00
5% 'f 20.000,00
2,5% =10.000,00 Me envie as faturas para que eu faa os formulrios e te
autorize a transferncia. O Antnio vai te soHdtar nota
fiscal para envio de mais recursos, a faturamos
~R~il 1'0 2;J1/2007 . SF ' ,( CPI . ONGs
rFIS N' 023 , -,,
O.oc. 289. _ --"- ._--'~'----- --~-
.1
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novamente e inclumos o valor das despesas
administrativas do escritrio".
''Joana,
f. ..]. No esquea das assinaturas das faturas, de quem
solicita e as demais.
Estou providenciando os formulrios, utiJjzando os
nmeros das faturas recebidas, pode ser?
E no caso da conta administrativa (2, %), foi aberta?
Essa conta deve ser movimentada, somente com
autorizao escrita do Alexandre".
"Joana,
A descrio da fatura para mim est OK. S preciso que
em vez de vocs faturarem 5%, faturem 7,5%. E deixem
2,5% a disposio. Desta forma no precisaremos mais
solcitar a vocs que utilizem recursos prpdos para
'aquelas demandas' de ltima hora. O ideal que, se
houvesse pO-'isibilidadc, fos~e aberta uma outra conta
para depsito do 2,5".
1.39. Observa-se, outrossim, que Elenilde Maria Duarte,
pessoa de confiana de Alexandre Lima, que recebia bom salrio para atuar na Editora
UNB, aproveitou da subcontratao da FUNSADE para indicar seu filho, nora e irm
como subcontralados dessa Fundao, no mbito do referido Projeto, no sabendo
precisar, sequer, a atribuio dos mesmos. Ademais, era responsvel pelos atestes dos
supostos servios executados em prl do projeto (Xavantes e Yanomamis). Veja-se, a
respeito, de trecho de seu depoimento prestado junto ao Ministrio Pblico do Distrito ._, ...,
~ :S "D 2J1./2007 . 5F CP! . f\iGs
1-19 ; fls. I,~ \) 24
Doc. 289.__
'.
. MINISTRIO PBLICO FEDERAL
.PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL
Federal e Territrios, infra:
'I.}; que depoente no sabe afirmar se quem fez a
negociao da taxa de administrao dos projetos FNDE
e Fundo Nacional de Sade foi Alexandre Lima...que
questionada se tem conhecimento da reserva de 2,5 por
cento da taxa de administrao para gastos sob a ordem
do Sr. Alexandre Lima de 'demandas de ltima hora' a
depoente respondeu que no' .. que a depoente no se d
ao trabalho de ligar para a empresa para questionar se o
servio foi prestado: que no sabe responder se uma
praxe esse hbito, l7a Editora, de atestar a execuo do
servio sem a verificao da realizao: que a funo do
atesto da execuo poder encaminhar a nota ao
pagamento'... que Francisca Crisliane Duarte Monteiro
irm da depoente; que Francisca Crisliane Duarte
Monteiro mora atualmente 110 Gama; que ela no mora
na mesma casa da depoente... que o filho da depoente,
denominado Rodrigo Duarte Evangelho trabalha na
FUNSADE; que Rodrigo j prestou anteriormente
servios para a Editora UnB e para o CESPE..,que a
depoente no sabe especificar qual servio Rodrigo
presta na FUNSA DE, sabendo dizer que na parte de
pessoaIIRH...que a depoente no sabe que servios a sua
5 Vide o teor de e-mal encaminhado por ELENILDE direo da FUNSAUOE onde faz orientaes expressas sobre esse assunto, em nome de ALEXANDRE LIMA.
6 Na' realidade, os integrantes desse esquema ilcito tm pleno conhecimento de que essas subcontrataes de empresas para execuo de projetos no mbito do Convnio tem a finalidade precpua de proporcionar o desvio de dinheiro pblico. Da no se preocuparem com a conferncia,.do ._.__-. produto. que sabem tratar-se de uma farsa. mas apenas com a liberao do valor do pagamehtQ(',Tahn ,.... ",1,;")(',07 ~ r)'j: :
! 1'\\.;;,-..' _ U ~ t,~; " ',. sistemtica restou bastante esclarecida no depoimento de ELENILDE. : CP' :"~\I.r 11
~ , 1 - l;t~iJS i. . : "-'
' 20 .' ,;;. :J
_t Fls. :.0
OI
, '1' 8G , ODe. {., .y , .1
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irm presta /lO projeto Xava/ltes e Ya/lomamis... ".
1.40. V-se haver a denunciada Elenilde se locupletado s
custas do errio, assim, ao incluir na folha de pagamento da FUNSADE, como se fossem
prestadores de sen'ios, pessoas de sua famlia, as quais recebiam salrios atravs de recibos
de pagamento a autnomos (RPAs), no obstante no prestassem qualquer servio, como
sua nora e sua irm, como informado pela mesma.
1.41. O denunciado Cludio de Moraes Machado, por sua
vez, na condio de Coordenador de Projetos de Sade Indgena da Editora da
Uniyersidacle de Brasilia, era o responsvel pela gesto de todos os contratos e convnios
nos quais foram efetuados, posteriormente, os desvios de recursos pblicos federais
repassados pela Fundao Nacional de Sade, exercendo, basicamente, atividades
semelhantes as desenvolvidas pela denunciada Elenilde, contribuindo, com sua
participao, para o xito das empreitadas criminosas 7.
1.42. Sua atuao junto aos convnios em exame, sempre de
forma coordenada com Alexandre Lima, se verificou desde o momento em que a prestao
dos seryios se dava pela FUBR/\., primeira fundao de apoio que veio a ser encarregada
de sua execuo. Aps, tendo em vista os bices impostos pelo Tribunal de Contas da
Unio, a execuo foi transferida FlJNSADE, passando Cludio 1\1achado a exercer a
funo de coordenador de projetos junto referida entidade, no obstante deixasse de
manter qualquer vnculo com a mesma.
1.43. A represen[ao externa das funes referentes aos
convmos era realizada por Cludio lvlachado, designado para tal fim pelo denunciado
Alexandre Lima, inclusve rcpresenmndo a FUNSADE, em dctrnento_de seus prpnos
dirigentes, os quais sequer tinham conhecimento drls ativid~des desenvoh.;das, junto
7 Vide, dentre outros, o depoimento de Yolanda Pacheco, Elcnilde Duarte e do prprio Alexan~{iQ~~~o 201/2007 - SP-: I >
I _ 2Pl - m:Gs
Fls. 1,0i ~ O26
',.,.'.'.
'.:.
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FUNASA - Fundao Nacional de Sade, entidade que efetuou o repasse de recursos.
1.44. Assim como a denunciada Elenilde, Cludio !'.hchado
tambm fez incluir na relao de pagamentos da FUNS,~DE seu prprio filho, Pedro
r...{ileip f\1achado, residente em Vita-ES, ora a citulo de suposto "apoio a a~v.idadcs
administrativas", ora a ttulo de "servios de digitao", SCll1 que o mesmo tenha prestado
qualquer servio entidade contratante. Os. pagamentos realizados em seu favor
evidenciam o benefcio direto auferido por Cludio lv1achado ~n razo de sua participao
em wda a en1preitada crnlinosa. Veja-se, a respc1w, trechos do dcpoinlento de !'vIaria
Nilzete Dias, ex-gerente de projetos da FUNSADE, illjfa:
"Que a depoente encontra-se aposentada da funo de
administradora da UnB e, no perodo de novembro de
2006 a 11 de outubro de 2007 trabalhou na Funsade,
desempenhando a atividade de gerente de projetos; Que,
a depoente foi convidada pelo Sr. Alexandre Lima e
Cludio Machado, o primeiro Diretor da Editora UnB e
o segundo Coordenador-Geral dos Projetos relativos a
indgenas; Que. esses projetos eram relacionados aos
Convnio.' firmados entre a Funasa e a FUB e que
foram repassados gesto administrativa e financeira
da Funsade; Que, o Sr. Alexandre Lima j conhecia a
depoente de sua atuao na FUBRA,pois esses dois
projetos, alltes de serem administrados pela Funsade,
haviam sido geridos pela FUBRA e a depoente
trabalhava na FUBRA; Que, assim, a convite do Srs,
Alexandre Lima e Cludio Machado, quando () projeto
migrou da FUBRA para"a FUNSA DE, a depoente [oi. .
, RQS fi: ~G112;07 . 5f \ \ 22 ,-Pl ONGs \- O')~I \ fls, ~o {.I
r 289--===\ \)!), ~-e-- ...... -~
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convidada a tambm sair da FUBRA e ingressar na
FUNSADE para a gesto desses Convnios; {...}; Que,
indagada, a depoente informa que nunca viu o produto
desse.f servios; Que, indagada sobre a contratao de
parentes desses gestores ou de nomes semelhantes, a
depoente informa que se recorda de ter visto o nome de
uma nora da Sra. Elenilde e de uma irmo, de nome
Francisca Duarte; {. ..}; Que, indagado sobre o
acompanhamento ou mesmo participao da direo da
FUNSADE nessas contrataes e tambm na
aplicao dos demais recursos do Convnio, a depoente
informa que os dirigentes dessa Fundao no tiniram
qualquer participao nos atos relacionados aplicao
dos recursos repa,'sados pela FUNASA FUB e por esta
FUNSADE; Que, a gesto era de competncia
integral do Sr. Alexandre Lima e sua equipe; Que,
indagada sobre a contratao do filho do Sr. Cludio
Machado por intermdio das RPAs, a depoente informa
que, de fato, hal'ia uma pessoa chamada Pedro Mileip
Machado, que residia em Vitria, mas que em nenhum
momento foi informada ou tomou conhecimento de que
se tratava de filho do Sr. Cludio; Que, esclarece que
ne,'sa,' RPAs no constava qualquer especificao
documental dos servios prestados ou mesmo relatrios
das atividades; Que, o Sr. Alexandre Lima assinava toda
a documentao necessria movimentao financeira
dos COl/vnios utilizando o carimbo de Diretor-
Executivo da Editora; Que. a Sra. Elenilde, embora tritIr.~-2,'1/'~on-:S~ . R,}: r' dJ./ t. ... ~. I ; \'23
C\ OI':Gs 28
I fls. [\icJ. -
_
I-
,.
..
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as.,inasse qualquer documelllo, foi sempre apresentada
como uma pes.wa de o.1rema confiana do Sr.
Alexandre, desde o momento em que a depoente a
conheceu e o Sr. Cludio Macllado foi apresentado
como Coordenador-Geral dos Projetos, ou seja,
mantinlla contatos com a FUNASA, viajava para Boa
Vista para tel/tar acertar problemas relacionados aos
Convnios; Que, desde a poca da FUBRA o Sr. Cludio
Macltado j era o Coordenador-Geral dos Projetos de
Sade Indgena".
1.45. Assim~ uma vez organizado o esquema, uma das fontes
de captao de recursos que seriam desviados veio a ser a contratao de empresas de
consultoria ficticias, atravs de processos "licatrios" totalmente fraudulentos, resultnndo,
c01no j exposto, na contratao das empresas de consultoria lJvIR Soft\-vares e Consultoria
Empresarial Ltda., Coapers - Instituto ProfisslOnal de Consultores Associados e MI
11anagcment Sociedade de Profissionais .Associados.
1.46. Tal csqu~ma de contrataes foi possibilitado ante o
Eira de que a Fundao de Universidade de Braslia, aps ser contratada pela Fundao
Nacional de Sade, transferiu a mna pessoa jurdica de direito privado, qual seja: a
FUNSADE, a gesco integral dos recursos pbcos, o que abrange o encargo de
contratar en1pregados c realzar aquisies, que se revelaram totalmente fraudulentasH
1.47 _Em razo de tais processos, vieram a ser contratadas
empresas com o propsito de viabilizar a transferncia de recurso~ dos convnios para seus
8 Os contratos celebrados entre a fUB e a FUNSADE previam que a contratada deveria "observar os princpios constirucionais nos processos de licitao e contratos para as aquisies de bens e servtrrs;'-~-""""2r.1/~7-:s em particular o menor preo de mercado, quando previstos".' "~o RO~. r:0 .JJ./ "J.,; . .'
\ I..-D",' CiNGs 1 .
1 24 029
\ r\S ~~c .1 -I
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prprios gestores, atrays de empresas ligadas a seus familiares ou a "laranjas", as quai.s, em
geral, prestaram servios em valorc~ absurdos quando se analisam os produtos fornecidos.
1.48. Ante [ais manobras ardilosas praticadas, tem-se que
apenas um pequeno grupo de empresas participava dos processos Jicitatrios, sempre na
modalidade de convite, no obstante muitas vezes se ultrapassasse o valor previsto no
artigo 23, lI, a, da Lei n 8.666/93, chegando-se apromover certame em tal modalidade
para a contratao de servios no valor de R$ 1.267.500,00 (um milho, duzentos e Sessenta
. e sete mil c quinhentos reais).
1.49. Ocorreu, dessa farola, vh"'Ula de escape para r;> desvio
de recursos pblicos. A anlise dos processos licitatrios evidencia gue os mesmos sempre
se iniciavam aps solicitao de servios e projetos bsicos extremamente sucintos,
subscritos pelo denunciado Alexandre Lima, sendo a participao da prpria FUNSAOE
150. Conforme depoimentos colhidos pelo ",unistrio
Pblico Federal, todos os processos de contratao, que supostamente sertam
desenvolvidos na FUNSi\DE, eram fraudados no mbito da Universidade de Braslia,
partindo de Alexandre Lima a indicao para as empresas que seriam "vencedoras", as
quais, formando um pequeno grupo, se beneficiaram em ~azo de no haverem prestado os
servios contratados, totalmente inteis, ademais, sacisfao do interesse pblico. Veja-se,
a respeito, depoimento de Leonsia !vlendes Brando, a qual exerceu a funo de assistente
administrativo da referida fundao de apoio:
"Que, todas as formalidades burocrticas eram
providenciadas pelo escritrio e competia Funsade,
j que gestora dos recursos, efetivar os pagamentos;
Que, indagada sobre os procedmentos Jictatrios, a _
:.p.~:-;; 2l/2c7 - Sf= , {'D' Q'iG
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depoente informa que figurava nesses processos
apenas para efeitos de formalidade legal, j que, em
tese, seria a Funsade o rgo encarregado desses
processos; Que, no entanto, seguindo a sistemtica de
execuo desses contratos, todos os processos de
licitao eram encaminhados a Funsade diretamente pelo executor, Sr. Alexandre Lima ou a Sra. Elenilde;
Que, esses processos vinham devidamente
formalizados, apenas para colheita das assinaturas;
Que, nem a depoente ou qualquer outra pessoa no
mbito da Funsade participava desses procedimentos
de seleo de empresas contratadas na maioria das
vezes por convites; Que, no tinham contato com essas
empresas e tambm no pode~ sequer atestar a sua
existncia; Que, as notas fiscais eram apresentadas
pelos prprios executores, j contendo atestes com
I indicao de que o trabalho havia sido executado ou recebidos os bens adquiridos; Que cumpria
Funsade apenas o pagamento dessas notas; Que,
esses atestes eram subscritores pelo prprio executor
dos contratos, Sr. Alexandre Lima". (DejJomeJJfo pnrtado
jJor uonsia J11endes Brando ao lvIinistiri() Pblic{) Federal, datado
de 25 de)/II/ho de 2008).
1.51. Os servios gue deveriam ser executados, ademaIS, no
constam dos processos respectivos, sendo os mesmos encerrados mediante a apresentaao
de notas fiscais pelas empresas contratadas, nas quais consta carimbo do denunciado
Cludio Machado, o gual se limita a atestar a execuo dos servios, muitas vezes\ I I \
I -'
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concludos e apresentados em intervalo de poucos dias entre a assinatura do contrato e a
apresent.ao da nota tlscal respectiva.
1.52. Da leitura dos processos licitatrios que supostamente
teriam sido realizados, constata-se uma srie de elemenws que apontam para fortes
vnculos entre todas as empresas envolvidas, seja entre si~ seja junto aOs prprios
denunciados. Analisa-se, a segUIr, os processos de contrataso de cada uma dessas
empresas.
1.53. }, empresa !vII - Management Sociedade de
Profissionais Associados veio a ser contratada pela FUNSADE, em razo do esquenla
ilcito j acima citado, atravs de licitao totalmente fraudulenta (Convite n 08/2007), a
qual tinha por objeto a "elaborao de um projeto que vise a criao de um programa
de gesto estratgica, gerencial e connuo, capaz de identificar, captar, gerir, gerar,
antecipar, corrigir e difundir, as aes de assistncia sade do ndio Xavante".
1.54 Nos termos do Memo/FUB/NNS/139/Z007, de 05
de abril de 2007, subscrito pelo denunciado Cludio Machado, na condio de
Coordenador-Geral de Projetos de Sade Indgena, foi solicitada a contratao em carter
de urgncia, visando substiruir ~ sistema de gesto de infonnaes em uso. Observa-se, a
prion', o carte"r extremamente vago e genrico do objeto contrarual.
1.55. Inicialmente, cabe salientar haver se verificado
autntica "quarteirizao" na prestao de servios pblicos. De fato, a Fundao Nacional
de Sade celebrou convnio junto Fundao Universidade de Braslia, para que viessem a
ser prestados servios de assistncia sade dos ndios Xavante e Yanomam. A FUB, por
sua vez, celebrou convnio junto FUNSADE - Fu~dao de Apoio ao
Desenvolvimerlto Cientfico e Tecnolgico na rea de Sade, ~ qual, ao fim, velO.2.__s ...__--=-----..-.....
. RO~' r,Q 2:,1/2007 SF , CP; or',Gs :2-7 ..
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COI1[Iarar a empresa 1'vfJ 1Yfanagement.!.~. 156. No obs(ante o contrato t~nha apresentado o valor de
R$ 682.500,00 (seiscentos e oitenta e dois mil e quinhentos reais), foi realizada licitao na
modalidade convite, totalmente inadequada ao valor nos termos do arogo 23, IJ, a, da Lei
de Licitaes, sendo o caso de se realizar certame na modalidade concorrncia. N~o se reali'l.ou, ademais, qualquer anlise prvia de preos, tambm em desacordo com a legislao de regncia. 1.57. Conforme o resultado de diligncias deferidas nos autos do Proce!'so n 2008.34.00.021215-0, foram encontrada!' mensagens eletrnicas
encaminhadas pela denunciada Elenilde Duarte a empresrios que participavam das
licitaes promovidas na Editora da Universidade de Brasl, nas quais a mesma enviava
modelos de proposr~s que deverj~m ser apresentadas, em pap~l tilnbrado, especificando yalores e condies que de..:eriam ser previstas, evidenciando se [ratar de licaes totalmente fraudlllent:ls. 1.58 . .r\ escolha das licitaes na modalidade convire, que se apresenrava descabida, se deve a que, (aI ocorrendo, somente participariam do certame as () empresas convidadas, que eram aquelas indicadas por ordem de Alexandre Lna, seIn que
ao:,; cenalnes se assegurasse ampla publicidade, restringindo o universo de potenciaisliciran(es, o que poderia evitar que as empresas MI, Coopers e LMR viessem a se sagrar
vencedoras.
1.59. Participaram do suposw certame as seguintes
empresas: Instituto Tecnolgico Galileu Galilei, SOPEC -' Sociedade Operacional
Especializada em Consultoria, e 1'vU 1'vIanage111em Sociedade de Profissionais Associados, a
qual foi declarada vencedora", apresentando proposta no valor de R$
~ ~\s, Nc 033 ,_ ~ . f- ..
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(seiscentos e oenta e dois mil e quinhentos reais).
\.60. Alm de, como ,a apontado no depoimento de
Lconsia iv1endes Brando, acima transcrito, se verificar a total montagelTI do processo
lieitatrio, a execuo de seu objeto, extremamente simplrio ante valor da avena, se deu
I: de fonna completamente ilcita, j que executado por outra empresa, a LMR Solues Ctn Tecnologia da Infornuo, a qual conta, em seu quadro socie[~o, com o scio PabIo Vieira de Freit?s Litna, filho dSl denunciado Alexandre Lima. ~. 1.61. A empresa vencedora, de fato, tem sede em imvel
situado no Bairro :Riacho Fundo IT, em local no qual funciona atualmente lima 19repl
evanglica, e no dispe de qualquer estrutura para a execuo do objeto, no rendo, de
faro, o cxccutado, notadamente por contar com apenas trs funcionrios, sendo dois
contadores e um mowrista.
~
1.62. Em depoimento prestado junto ao Ministrio Pblico'.'.'. do Distriw Federal e Territrios em 27 de maro de 2008, o diretor da referida entidade, o
denunciado Clcnides dc Sousa Gomes, no soube fornecer CJuaisCJuer informaes acerca'. do nome dos consultores que teriam participado do projcw, como tcriam !'ido contratados,
CJual produw tcria sido entregue e CJual empresa o teria exccutado.
1.63. Os mesmos fatos se verificaralTI no que tange a suposw processo lieitatrio apresentando o mesmo objeto (Convite n 09/2007), mas destinado emia Yanomami, em razo do qual vcio a ser contratada a empresa Coopers
Instituw Profissional de Consulrores Associados, a CJual tambm conta, eln seu quadro
societrio, com o denunciado Clenides de Sousa Gomcs, CJue veio a ser contratado para a
execuo de unl lllesmo objcto atravs de duas pessoas jurdicas, ~m lese, di"tintas.
I.
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1.64. Ambas as uliciraes" foram realizadas na mesnla data, qUill seja, dia 03 de agosto de 2007, sendo uma na parte da manh e outra tarde. A..
Coorers veio a ser contratada ao custo de R$ 1.262.500,00 (um milho, duzentos e sessenta
c dois mil, e quinhentos reais). A fraude nos processos em exame bastante clara. Nesse
sentido, conforme o incluso relatrio preliminar elaborado pela Conrrolacloria-Geral da Unio, a parrir da anlise de documentos fornecidos pela FUNSADE, cxtrtlem-se os seguintes dados: "I - CONVITES 0912007
"Aes complementares advindas do Convnio 132612004- Etnia Yanomami" ".
Ag. 3603-X
CC 31525-7 Executor do Projeto: Alexandre Lima IRREGULARIDADES ENCONTRADAS: Alegaro inflflldada dr Ifrgfn({(J como jHstifimt'Cl para realizaro de certame JiciJaMo modalidade Com'ile. Heali::;.{/ro inJet'ida de processo licitalrio na modalidade COIII/ile o!J"a proposta de preo vencedora/oi de
1
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alfJlados de capadade lmica).
Ause'1uia de lelltJlllamento/es/imaliz-'tJ de UlslOJ (parmetro illdiJ-penst1Jt!para ajulgamento das propo,sIar).
Prazo de 90 dias para elaborar 11m Jis/ema.
Direcionamento e falTorecimento. Foram convidadas empresas conforme interesse.I
da Administraco dos Projetos. Foi identificada a existncia de vinculos entre_
scios e participantes dos conselhos das empresas. Alm disso. na anlise de
supostos relatrios supostamente apresentados pejas empresas MI Management e.
Coopers. alm da similaridade dos relatrios. foi identificada clara referncia de. -. que os relatrios foram elaborados pela empresa LMR Soluces em TI (NP'
04.099.372/0001-781. que tem por scios:
602.943.021-15 MARCO ANTONIO BETTINI GOMES'.'.
694.123.241-20 REGIS SALOMAO
863.997.481-00 PABLO VIEIRA DE FREITAS LIMA (filho de ALEXANDRE.
LIMA) Observaco Ainda so necessrias diligncias na FUNASA e UNE para verificar se "os 2_
sistcmas" foram de fato implementados. mas pelo meno~ na sede da Funsade e.
em pesquisas na Internet ainda no foram encontradas evidncias disto.
Relaollafllf1l/0s idflf/ijiradoJ eu/re aJ empresas dos ContJlies 08-2007 E 09-2007
'. ::.
. r.;Q~ r'' 21il/20G7 5F 31 CP; ONGs'.'.
2\:0 Doc, v' '-~ ';",.u,... '
I:
'.
:.i'.'.
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~c.' 2';1/2007 . 5f ',; . m:Gs
;32
ri, :l' .. (} 3!..."'=...j'__
I.
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3. ANALISE DE RELATORJOS SUPOSTAMENTE DAS EMPRESAS MI E COOPERS
SUPOSTAMENTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE 2 SISTEMAS
I) No documenta com timbre da empresa MI - Management Sociedade de Profissionais
Associadas com o titulo: "Relatrio Programa de Gesto - Programa Integrado de '.
Gerenciamento Estratgico - Convnio UNBIFUNASA - Xavante ", foram identificadas
as seguintes situaes:
I) Figuras de telas da sistema ande consta a informao: "Desenvolvida par LMR
Solues em TI".
2) Na tpica "9. Parmetros de avaliao utilizadas na construo do sistema da
PIGE" consta o nome da sistema:
"9.1 PIGE - Pragrama Integrada de Gesto Estratgica
O PIGE se caracleriza par sua politica de implementao de soluo integrada de
ateno sade indigena. "
3) Na item "9.8 Barra de Crditos ", pgina 12 da relatrio da MI, consta a seguinte
informao:
"Na area de crditos apresentada a politica de privacidade, o ano de criao, a
instituio conveniada UNB e a empresa responsvel pela desenvolvimento do sistema.
LMR:"
Esta mesma informao repetida na pagina 102 do relatrio.
4) No item "9.10 Informaes pertencentes ao Sistema ", pgina 14 da relatrio da MI,
consta a seguinte informao:
"O sistema ter um administrador que efetuar a cadastro e as permisses de cada
usuria. Neste contexto, a LMR desenvolveufuncionalidades especificas que permitem um contrale total das atividades realizadas par cada usuria logado... "
5) Nesta mesma pgina 14 (e em algumas outras pginas da relatrio)
rubrica sabre a seguinte infi,rmao carimbada na relatrio.
"A11 Management Sociedade de Profissionais Associados
Clenides de Souza G.
consta uma
-- ....-...~---: RO':; r:~ 2Gl/20G7 . Sf I CP m~Gs ! 3-3 ,
,.
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Gestor Contratual de Associados"
6) Na pgina 93 do relatrio da MI consta o histrico de revises com as seguintes informaes: " Htrico de Revises
I.'.
"
Data
Verso Motivo de Alteraco Autor 13/06/2007 1.0 Estruturao inicial do PDS Carlos Jacobino 18/06/2007 1.1 Tratamento diferenciado do Foco ( ..)
Nomenclatura das tabelas
caracterslcas dos atrihutos
e Carlos Jacobino
21/06/2007 1.2 Leandro Ligoski
28/06/2007 1.3 (.) ( .. )
Csar Chaves 03/07/2007
1.4 Csar Chaves
7) Na pgina 266 do relatrio, juntamente com possveis cdigos de programaoaparecem os Seguintes comentrios:
"li VER NA INTERNET SE A MELHOR FORMA Ilf"
()
"li VER QUE PORRA ESSA f f 11If f11""'1""11! 111I 11'" I I! 111'l1 '111!"
"li RESP AS VEZES VEM VAZIA I! I//I!I f //// f f!" "li PARECE QUE ASSIM D PAU, VEM VAZIO //II!//fl/ll"
8) Telas seme1hal1les s apresentadas no Documento da Coopers.
ll) No documento com timbre da empresa MI - Management Sociedade de Profissionais
Associados com O ttulo: "Relatrio de Atividades projeto - P1GE - Programa
Integrado de GCI'enciamento Estratgico ETN1A - Xavante ". foram idel1lificadas as seguintes siluaes: I) Em algumas pginas, alm do timbre da MI - Ma;lOgement Sociedade de
Profissionais Associados, aparece o timbre da LMR Solues em Ti (pginas 12, ::[,j....;~:~2C;1;20C7 . SF I
. ' ..34 ,-y,' ONGs ! ') (\ OJ r:!c: Nl' V V ~ ~.1_'. _ 289 [10~, __,.,., _
r:
MINISTRIO PBLICO FEDERAL I. PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL 23 - da I"parte do relatrio e pginas 33, 34 e 36 - da 2"parte do relatrio). I: 2) Na pgina 12. da l" parte do relatrio, consta que o autor/responsvel pela
fimcionolidade "Controle de rastreahilidade" Anderson Camelo. Na pgina 17. da I"
parte do relatrio, ahaixo do timhre da LMR Solues em TI. consta o nome de
'Anderson Camelo Lima - Analista de Negcios (..) wwwgrupolnll:com.hr
anderson.lima@grupoll/lI:colII.br". Nas pginas 33, 34 e 36 - da 2" parte do relatrio,
constam inforil/aes sohre outros mdulos e emails.
3) Na pgina i 5. da i" parte do relatrio. consta um email de Claudio Machado para
Carlos Jacohino.
4) Nas pginas 38 e 82, da ia parte do relatrio e em alguns outras trechos do
relatrio, constam ruhrica sohre a seguinte informao carimhada no relatrio:
"MI A1anagement Sociedade de Profissionais Associados Clenides de Souza G. Gestor Contratual de Associados"
5) Figuras de telas do sistema onde consto a informao: "Desenvolvido por LMR
Solues em TI ". (pginas 40 a 82, da i"parte do relatrio e diversas outras em outros
trechos do relatrio)
J}i) No documento com timhre da empresa Coopers instituto Profissional de
C017Sultores Associados com O ttulo: "Relatrio de Atividades Programa de Gesto
Programa integrado de Gerenciamento Estratgico - Convnio UNBIFUNASA
Yanolllami",fram identificadas as seguintes situaes:
I) Na pgina 2 (e em algumas outras pginas do relatrio) consta uma ruhrica soh''R5:; ~; 2Gl/20Q7~SF
~ .:p; - ONGs L35 .~ ;~c; !-Jl' () {~
.~ .. ~ ....... __~..o... 289_.41=
I
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seguinle informao carimbada no relalrio:
"COOPERS Instituto Profissional de Consultoria Associados
Aline Rhubia Scandiuzzi de Souza
Presidenta"
2) Na pgina 11 do relatrio, consta a seguinte assertiva. "Objetiva: Tendo em vista a
complexidade dos mdulos deste novo sistema de sade indigena e sendo grande a
dependncia dos projetos, programas, aes e atividades estratgicas da convnio Unb/
Funasa (,)" (grifo nosso) I,.'.
3) No tpica "1.2 Definies" (pgina 21) consta a nome do sistema,'
"PIGE - Programa Integrado de Gerenciamento Estratgico"
"Sala de Situao - Instrumento gerencial e continuo focado nas aes de assistncia
sade do ndia brasileiro. "
Por olllro lado, nas pginas 424, 430, 441, 446, 450 e 456, no item "Roteiro de Testes"
consta: "Projeto: PIGE - PlVgrama 1ntegrado de Gesto Estratgica ".
4) Na pgina 24 da relatrio da Coopers consta a descrio dos envolvidos e usurios
"3.1 Resumo dos Envolvidos
iVome Descrico Responsabilidades Alexandre Chefe Tcnica
Yanomami
Coordena o projeto
Claudio Coordenador da Projelo
UnB
Coordena o projeto
Elenilde Gerente Geral - UnB Gerencia o praielo Manoel Gerente de Expediente Auxilia o fIe rente e o coordenador .Iivazo Tc Administrativo Auxilia o fIerenle e o coordenador "
5) Na pgina 30 do relatrio consta o histrico de revises: l RQS nO 2G1/20G? . Sf i CP ONGs
361i r1s,NC 0/11 1-' 289 ~ Doc,__-:-:-::
I
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,. Hislrico de Revises
IVerso IDala A ulores IPrincipais Alteraes I Verso Orif!nal
6) Nas pginas 32 e 33, conslam informaes sobre a idenlificao e caraclerslicas do
sistema. conlalos dos envolvidos e referncias. A seguir foram Iranscritos alguns
trechos:
"Idenlificao
Nome do Pro 'elo Si la Coordenador de
Pro'elo Dala Incio Dala Fim (.)
lVome Fun o/Area Tele one Celular E-moi!
Sislema Inlegrado de Gerenciamenlo Eslral ico PIGE Carlos Jacobino Lima
07/05/2007 07/10/2007
Nome Carlos Jacobino Funiio/Area Coordenador de Pro;elos Telefone (.) Celular E-mai! Carlos. Iima(aJf!nmolmr. com. br Emoresa LMR - Soluces em TI
JVome Cludio Rocha FuniiolArea Coordenador de Pro;elos Telefone ( ..) Celular E-mai! Empresa Convnio UnB/FUNASA
Eleni!de Geslora de Pro 'elos (.
! ' O 201/2007 . 5F l CP; ONGs37
1 ! Fls. NO 042
2S9 ..:'oc,:::::=::;;:::=.. -:.L
,-
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IEmpresa IUnB - Universidade de Brasiliac==""-'-= _
Nome Alexandre FuncolArea Coordenador tcnico do Convnio Yanomami Telefone () Celular E-mail Empresa UnBIFUNASA
I
7) Na pgina 37, no ilem "6. Revises formais com o Cliente, consta a seguime
informao:
"Marco do Projeto: Fase inicial do projeto ~ Acompanhamenlo pelo o Alexandre na
LMR."
"Dala prevista: 2410512007"
8) No item "9 gerenciamento de Riscos. a LMR cilada (pgs. 40 e 41) 9) Na pgina' 68 do relatrio da Coopers consla o seguinle carimbo (sem rubrica):
"Coopers - InstilUlo Profissional de Consultores Associados
Clenides de Souza Gomes
Presidenle"
1O) Telas semelbanles s apresenladas no DocumenlO da MI '.
JI) No documenlo com limbre da empresa Coopers 1nslilulo Profissional de Consullores
Associados com o lilUlo: "Programa Integrado de Gerenciamento Estratgico Elnia
Yanoll1ami" (Volume 2)./oram identificadas as seguinles sil'faes: I) Nas pginas 335.353,418 (e em algumas oulras pginas do rela/rio) const"f-l/l"(;l ~~-
')RQS nQ 2Gl120G7 - S~ ~
38 CP' O~Gs 1 II fls, NC 043 \
!
289 \: DQi;.~._---- ,~
:.,.
:.'.
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rubrica sobre a seguinte informao carimbada no relatrio:
"COOPERS Instituto Profissional de Consultoria Associados
Aline Rhubia Scandiuzzi de Souza
Presidenta"
2) No tpico "Roteiro e Evidncias de Teste" (a partir da pgina 354) consta o nome
do sistema:
"Projeto: PIGE - Programa Integrado de Gesto Estratgica ".
3) Na pgina 14 (segunda parte do Volume 2 ~
seguinte informao:
"Lista de Pessoas Cadastradas
Assistncia Sade Indgena, FunasalUnB
Nome Setor Carlos Jacobino Lima LMR Elisabeth Albuquerque Funasa Jos Xavier LMR Rosane Smith LMR
reinicia numerao aps 4IS). consta a
Cargo. Ramal Gerente de 'Projeto Assessora DBA Analista de requisitos
4) Na pgina 26 (segunda parte do Volume 2), consta a seguinte informao:
"Histrico das Revises
Verso Data Autores Principais Alteraes 1.0 Carlos Jacobino Verso Orif!inal 1.1 23/0S/07 Rosane Smith Detalhamento das Informaces 1.2 24/0S/07 Csar Chaves ReVl:\'o ..
5) Na pgina 29 (.\egunda parte do Volume 2), apresentado o seguinte quadro:
"2.2 Posicionamento do Produto
Para ue
FuB/FUNASA Ser contem lada com desenvolvimento de sistem{I-tH""
. ., R~ pO 201/2007 . S~ ! CPI Of'lGs j-39 , fi A ,~iFls, ~t V lJl: Lf rool:. 289
...:.,.--....:_~
'.
'.
:.
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pla/aforma web a fim de solucionar o problema de
sade indf!ena na ref!ia PIGE Far a in/egrao do gerencamen/o es/a/s/ico dos
dados do sis/ema da sade do ndio brasileiro. aliando-
se em seguida com processos de inleligncia
emoresarial. Sis/ema de sade do ndio e subsis/emas do DATASUS.
O (nome do produ/o) que
Ao con/rrio Nosso produ/o Permi/e um con/role eSIa/s/ico e gerencial da si/uao
a/ual. evita duplicidade de informaes. alm de
po~sur uma in/erface amigvel e descomplicada para o
usurio ..
6) Na pgina 29 (segunda par/e do Volume 2), cons/a a descrio dos envolvidos e
usurios:
"3, J Resumo dos Envolvidos
Nome Descrico Resoonsabilidades Alexandre Chefe Tcnico
Yanomami
Coordena o proje/o
Claudio Coordenador do Proje/o
UnB
Coordena o proje/o
Elenilde Geren/e Geral - UnB Gerencia o proie/o Manoel Geren/e de Expedien/e Auxilia o If!erenle e o coordenador .Jivaf!o Tc Adminis/ra/ivo Auxilia o f!eren/e e o coordenador ..
7) Na pgina 39 (segunda par/e do Volume 2), cons/a o i/em aprovaes com os
seguin/es nomes (-vem cons/ar assina/ura):
"Alexandre - Chefe Tcnico Yanomami - UnB/Funasa
Cludio - Coordenador do Proje/o UnB
Carlos Jacabino Lima - Coordenador do Proje/o - LMR
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Elenilde - Gerente Geral- UnB"
No final desta mesma pgina consta a seguinte informao:
"Atualizao do PDS. LMR Solues em TI"
8) Na pgina 40 (segunda parte do Volume 2), consta o seguinte quadro:
"Identificao do Projeto
Sigla/Projeto P1GE - Programa Integrado de Gesto
Estratgica UnB/FUNASA - Fundaco Nacional de SadeCliente
Coordenador do Projeto (Cliente) Cludio Rocha Carlos Jacobino I Gerente do Pro/eto
9) No tpico "gerenciamento de risco" (pginas 64 a 68 da segunda parte do Volume
2), a LMR citada vrias vezes;
10) Figuras de telas do sistema onde consta a informao: "Desenvolvido por LMR
Solues em TI". (a partir da pgina 71 segunda parte do Volume 2)
t .65. Percebe-se, dessa forma, alm da total semelhana ,
cntre 05 produtos desenvolvidos peh Coapers e pela 1vrI. rdativamente a um mesmo
objeto, diferenciando-se apenas tendo em vista o fato de que um sistemas seria aplicvel
relativamente ao convnio para asslstncil aos yanomamis, e o outro aos xavanles, que
sequer tais empresas fOralTI as responsveis pelo desenvolvinlento dos sistemas, at porque
sequer dispunham de estrutura fsict'l. ou de pessoal para esse fim.
1.66. As empresas ctn quest:'lo representaram, assim l
instrulnentos para o deSViO de recursos pblicos, na medida ~ que foram concratadas
tnediante processos ljcitatrios fraudulentos, com o nico propsito de que tais rcc,.u"'~=5"'~-P-2lJ-'1-J-20-C-;]:SF
,.
iI
I'D', - ONGs , 41 ,-, IIFls,- NC' O4. () 1-- 289 ~ DO~,:::_=_ ==:;..:;.J
I.
MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL viessen1 a ser desviados em proveito dos denunciados, em especial de Alexandre Lima, que
se utilizou da empresa L:LvlR Solues em TI, a qual tinha como scio seu filho, o
denunciado PabIo Vicira de Freiras Lima.
1.67. A prpria empresa LMR Solues em TI, a qual tambm se utiliza da denominao L1\.IR Soft\\'ares e Consultoria Empresarial Ltda., veio a ser conuatada pela FUNSADE em quatro ocasies, em razo dos seguintes processos: Carta Convite n 06/2006 (aperfeioamento da ferramenta gerencial SICON, ao custo de
:. R$ 64.215,98); Carta Convite nO 01/2007 (sistema de custos de rareio de despesas de
convnios e contratos, ao custo de R$ 60.480,00); Carta Convite nO 01/2006 (sistema
integrado de informao sobre sade indigena, no valor de R$ ,25.000,00), e Carta Com,ire
n OS/2006 (implantao de uma sala de situao, no valor de R$ 70.000,00).
1.68. Por fim, a empresa Coopers veio a ser contratada (Carta Convite nO 07/2006) para fms de elaborao de um documentrio sobre o cnconrr(\ das etnias xavante e yanomami, pelo valor de R$ 78.000,00 (setenta e oito mil reais)', Do certame licitatrjo em comento participaram as empresas Ideal e SOPEC~ sendo que a ltima contava, entre seus integrantes, com scios que tambm formavam o quadro da Coopers, demonstrando, no tn~ni1l1o, conluio enrre as mesmas, nos termos j citados no
relatrio parcial da Controladoria-Geral da Unio. 1.69. Em razo das vrias denncias de lrregularidades na
execuo dos convnios celebrados, a FUNASA - Fundao Nacional de Sade, entidade
que promoveu o repasse da verba em favor da FUB, realizou auditoria na prestao de
conras realizada, tendo constatado a ocorrncia de graves ilegaUdades, das quais resultaram
significativas leses ao errio.
9 Observa-se que o objeto dos Convnios FUB-FUNASA a assistncia complementar sade
indgena e os denunciados, para implementao do desvio dos recursos pblicos, contrq,I..81.."_tj''''"r-----docurnenlrio sobrc as ctnias x"vanle e yanornarni, fugindo, por completo, do escopo dos Conj'i(i\G~ nO 201/2007 . S I
I _42CP1 Of'.:Gs \ \A'"~047 I
Doe. 289 I g __._',' , - ~
'.
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1.70. Tais ilegalidades ensejaram a formao de enorme
passi\~o trabalhista, o qual ter que ser suportado, no caso de inadimplenlento da
FUNSt\DE, pela FUB, gerando danos ao patrimnio pblico federal, em razo da
nlalversao e dC3VLO de verbas promovido pelos denunciados. Veja-se, a respeito, trechos da Nota Tcnica nO 38/2008/AUDITORIA INTERNA/AUDIT: f:4, FUB contratou a empresa MI Management Sociedade de Profissionais Associados no valor de R$ 590.000,00 por meio de dispensa de licitao, fundamentada no inciso XIII, do art. 24 da Lei
8.666/93, para execuo de servios tcnicos
especializados para elaborao de diagnsticos de
sade indigena da etnia Xavante, originada pelo Oficio n 659/ASSCONV/CGPAS/I)ESAI, de 27.10.2005, com a justificativa para conttata~o direta, rem carter de urgncia' reiterado pelos ofcios 744/GAB/DEAI/FUNASA de 16.12.2005 e
425/DESAI/GAB, s/data, recebido pela FUB em
17.2.2006. Ressalte-se que referida contratao ocorreu'.
,
da mesma forma no convnio Yanomami.
Apesar da cQntratao tcr sido realizada em carter de
urgncia, observou-se que a sua efetivao ocorreu em
4.9,2006, ou seja, 11 (onze) meSes aps a solicitao,'.
tempo considerado suficiente para ter sido
providenciado por meio de procedimento lcita trio.
Dr:iUiJstrandn que (J pro~cdinJchto adutado foi
irregular e com indcios de direcionamento. Conforme , RQS nO 201/2007 Sf I 43 Cp; ONGs1- .
,"
!
eis NC 04 Q Oi' :' ---- l-
; Dae, 289 - =------ '"'
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anlise da equipe de auditoria aos produtos
apresentados peJa contratada, verificou-se serem
incipientes e ineficazes, tendo em vista as informaes
colhidas na FUNSA DE, por pessoal especializado,
que os principais agravos apresentados na etnia
Xavante no demonstram relao com os produtos
resultantes da contratao.
Embora o contrato tenha sido celebrado em 4.9.2006 e
as despesas executadas entre: os exerccios 2006 e 2007,
perodo em que foram emitidas as notas fiscais, em
visita realizada em 21.5.2008, a equipe de auditoria
'.
constatou a inexistncia da empresa no endereo
mencionado nas respectivas notas fiscais, e, conforme-.
informaes prestadas peJos comerciantes da
vizinhana no local, funcionava h mais de dois anos uma igreja evanglica, informando ainda desconhecerem qualquer empresa por nome de MI ~.
Management Sociedade de Profissionais Associados.
Em anlise das despsas executadas pela
,.FUNSADE, verificou-se diversos pagamentos, a
titulo de prestadores de servios, para realizao de
diagnsticos semelhantes ao contrato formalizado com
a empresa MI Management Sociedade de Profissionaisi.Associados. E, ainda, conforme informaes colhidas
~.na FUNSADE por pe~soal especializado, os principais agravos apresentaet.0s na etnia Xavante no dC/JlOnSUVl11 r~Jao com o ~Jhje(o dR conrrata. Ainda, a empresa mencionad~ foi contratada por meio j RQS nO 201/2007 . S~ t4 CPi ONGs 1 rs.N" 049 'DoC. 289
de dispensa de licitao, com fundamento no inciso
XIII do art. 24, da Lei 8.666193, para execuo da
'prestao de servios tcnicos especializados com
vistas a realizao de diagnsticos de sade no
interesse da comunidade Xavante', no valor de R$
'.682.500,00, conforme empenhamento da despesa por
meio da 2007NE900407, de 27.6.2007.
Tendo em vista a empresa ter emitido apenas a nota
fiscal 8789, de 5.7.2007, no valor de R$ 136.500,00 que
foi paga pela 2007DB901688, de 6.7.2007, a equipe de
auditora foi informada que por determinao do,,'e
Tribunal de Contas da Unio - TCU, o empenho foi
anulado e o ~aJor ressarcido em 27.8.2007, ou seja, apsI. 50 dias, sem a ocorrncia de, qualquer atualizao do valor.
Apesar do cancelamento do empenho de R$ 682.500,00 e a devoluo do valor pago peJa empresa, verificou-se, pela anlise da documentao executada pela FUNSADE que, na tentativa de driblar a
determinao do TCU, a, diferena da despesa
empenhada, ou seja, R$ 546.000,00, foi paga pela
FUNSADE por determinao do Diretor da FUB, Sr.
Alexandre Lima, conforme transferncias bancrias de'.,. 28.9.2007 e 5.11.2007...
~,.
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PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL
A FUNSADE por meio de dispensa de licitao - Softwares e Consultoria Ltda.,
CNP]IMF:04.099.37210001-7S, pertencente a Pablo
-_..~..,..---i Rg~ r,0 2Gl/20G7 . SF \ I _... CP; ONGs L., IFls, ~o O5, O . r- 289 . .DI)l;,_4......._"'.-.It......
tambm contratou
a empresa LMR
MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL Vieira de Freitas Lima, filho do Diretor da FUB, Sr. Alexandre Lima, com ohjetiyo de executar servios de
elaborao de um sistema de custos que possibilitasse
o rateio das despesas realizadas nos convnios e
contratos administrados pela FUB, no valor total de R$ 75.600,00. A equipe de auditoria, ao questionar a FUNSADE sobre os servios executados, foi informada desconhecer a exec~o do contrato, e que os servios que foram contratados pela empresa LMR - Softwares
e Consultoria Empresarial Ltda., j vinham sendo
realizados por empresa contratada pela FUNSADE
desde 2002, informando, ainda, que toda e qualquer contratao realizada para a" execuo das aes eram procedidas pela FUB desde a escolha das empresas para aquisio de bens e servios at a celebrao dos contratos, sendo sua participao apenas para assinatura e/ou pagamentos das solicitaes realizadas pelo Diretor da FUB, Sr. Alexandre Lima. Diante das informaes prestadas, conclui-se que
houve direcionamento e inexecuo dos serviosI:'.
contratados, portanto dever ser ressarcido aos cofres
pblicos o valor de R$ 75.600,00 por parte da
FUBjUNB".li.1.71. Os denunciados Clenides de Sousa Gomes e Aline
Rhubia Scandiuzzi de Souza integr::l.1n o guadro societrio da~ empresas IvII I\!fanagement
'.
Sociedade de Profis5ionais Associados e Coopers
,.,.
Instituw:Profissional de Consulrores
; RQS nO 201/2007 - S~ I I 46 CP; - ONGs r1- I j Fls. W_ O51 \ 1-- ~289It10~., --- .. & -=-1"'" ~ ..._ ~
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PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERALI.
Associados, tendo representando as mesmas nos autos ~os processos licitatrios
consistentes nos Convites nO 07/2006,08 e 09/2007, acima referidos.
1.72. Conforme se constata da anlise dos autos dos
processos licitatrios, e tendo em VIsta as provas colhidas at essa oportunidade. os
denunciados integravam o quadro societrio de ambas as empresas, atuando diretamente
nas atividades gerenciais das mesmas, tendo figurado como representantes tanto na fase interna da licitao quanto na prpria assinatura do contrato que justificou os pagamentos indevidos. 1.73. As empresas Coopers e :tvII, assim, l1ao obs(antc
dOladas de personalidade jurdica prpri1, serviram unicamente para fins de des\o-lar os
recursos pblicos repassados pela Fundao Nacional de Sa,de, j que contratadas
ilicitamente pela FUNSADE, nos termos do relato ftico j exposto na presente
denncia, agindo ambas as empresas por meio dos denunciados Clenides e Aline.
1.74. Os denunciados Pablo Vieira de Freitas Lima e Rgis
Salomo, na condio de scios da empresa Ll'vIR - Softwares e Consultoria Empresarial
Ltda., por sua vez, participaram, representando a empresa em questo, de um tocai de
quatro processos licitatrios, quais selam, Carta Convite nO 01, 05 e 06/2006, e 01/2007,
em contratos que. somados, totalam R$ 219.695,98 (duzentos e dezenove mil, seiscentos
e noventa e cinco reais e noventa e o:ro centavos).
1.75. Como j apontado, o denunciado Pablo Vieira de Freitas Lima filho do denunciado Alexandre Lima, o qual, enquanto dirigente da Editora
da Universidade de Braslia, selecionou a empresa da qual seu filho era uma dos scios, a
fim de que a mesma viesse a se beneficiar em razo de contratos celebrados aps processos licitatrios (Otalmente fraudulentos.
; .-----.---........--- . R()~ n~ 201/2007 . Sf i47 (P ONGs! ..
l""' 052 j ; Doc. 289 . . :- . ~ .. ~,----~-
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2. DA TIPIFICACO DOS CRIMES
I.I,.'.
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';.2.1. O relato ftico acima exposto corroborfl.do por
'.
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efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica,
2" - A pena ser aumentada da tera parte quando os
autores dos crimes previstos neste Captulo forem
'.
ocupantes de cargos em comisso ou de funo de
direo ou assessoramento de rgo da administrao
direta, sociedade de economia mista, empresa pblica
ou fundao instituda pelo poder pblico",'.
2.3. De fato, conforme o relaw exposto, v-se haver
ocorrido a contratao de ~mpresas mediante processos licicatrios fraudulentos, os quais
somente se prestaram ao desvio de recursos pblicos em benefcio de pessoas ligadas aos
denunciados ou a seus familiares, sem que tais contratos tenham gerado, ainda, qualquer benefcio 3 FUNASi\ ou aos indgenas. 2.4. Em face do exposto, os denunciados Alexandre Lima, Thimothy Mulholland, Elenilde Maria Duarte e Cludio Machado enconttam-se incursos na5 sanes do artigo 312, f"r1Pllt, na forma dos artigos 327, pargrafo 20 e 29, todos do Cdigo Penal, em concurso material, posto que a cada processo licatrio realizado se
configura um ato ilcito distinto, totalil:ando sete processos distintos.
2.S. Os denunciados Clenides de Sousa Gomes e Aline
Rhubia Scandiuzzi de Souza, por Sua vez, em razo da participao em trs processos
1icitatrios traudukntos, utiUzados os certames como instrumentos para a conswnao do crime de peculato, encontram-se incursos sanes do artigo 312, tujJJfI, na forma do artigo 29, todos do Cdigo Penal, em concur50 materjal, por trs vezes (Convites na 07/2006, 08
e 09/2007), ._..~---:, RQS nO 201/2007 S~ I I (Dl ONGsi9 _
IFls. NCJl5.A_f . . 2SHl ~ Doc, U ti ._.'-- -
I
MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL 2.6. Por fim, os denunciados Pablo Vieira de Freitas Lima e
Rgis Salomo, enl ra:t.o da participao em quatro processos licitatrios fraudulentos ..
urilizados os certames como instrumentos para a consumao do crime de peculato,
encontram-5C Incursos sanes do artigo 312, caput, na forma do artigo 29, todos do
Cdigo Penal, em concurso marerial, por quatro vezes (Cartas Convite na 01, OS e
06/2006, e 01/2007). '.I.
i.l.
3. DO REOUERIMENTO
3.1, J\.ntc o exposto, presentes a prova da materialidade c os
indicias suficientes de autoria relati"amente aos crimes imputados aos denunciados, requer
o iYrinistrio Pblico Federal:
3.1.1. seja determinada a autuao da presente denncia .. bem como a notificao dos requeridos para que os lTIeSmOS apresentem defesa preliminar, nos termos do anigo 514 do Cdigo de Processo Penal;
3.1.2. aps a apresentao de defesa preliminar pelos
denunciados, requer o Ivlinistrio Pblico Federal o
recebimento da presente denncia, instaurando-se a de\o;da
ao penal pblica com a citao dos denunciados,
prosseguindo a ao em seus ulteriores termos;
3.1.3. seja determinada a juntada aos presentes autos das
certides de antecedenlcs criminais dos denunciados;
-----~-::": I, RQS nO 201/2007 - Sf I \ 50 CPI ONGs 1\ 1-j Fls. NO O55 _I
\ \a~~~ ~_:. ::;~J
I.
MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL 3.2. Propugna-se ainda pela oitiva, em monlcnto oporruno,
das testemunhas constantes do rol abaixo transcrito.
Braslia-DF, 26 de agosto dc 2008.
Raquel Branquinho P. M. Nascimento Procuradora da RepblicaRmulo 1vloreira Conrado Procurador da Repblica
TESTEMUNHAS
1. YOLANDA GALINDO PACHECO, Presidentc da FUNSADE - Fundao de de
Apoio ao Desenvolvitnento Cientfico e Tecnolgico na Arca de Sade, CPF n ,.
057.224.568-03, residente no Condomnio Nova Colina, Bloco I, apto. 503 - Campus
UNB;
2. JOS GARROFE DREA, ex-Presidente da da FUNSADE - Fundao de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico na Arca de Sade, CPF 770.435.458-20, residente no SHIN, Ql 08, conjunto 01, Casa 09, Braslia-DF;
,'.'.
:.'.
i.
MINISTRIO PBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL
3. FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES, Diretor da FUNSADE - Fundao de
Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnolgico na rea de Sade, CPF
186.580.591-20, residente e domiciliado 110 SMPW; Quadra 23, Conjunto 02, Lote 06, Casa
08:
4. KLBER VENNCIO DE MORAES, Assistente Administrativo da FUNSADE
- Fundao de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnolgico na rea de Sade,
CPF nO 838.055.401-91, tesidente e domieiliado na Faculdade de Cincias da Sade,
eseritrio da FUNSADE, Campus da Universidade de Brasilia;
5. MARIA NILZETE DIAS, ex-Gestora de Projetos da FUNS.o\DE - Fundao de
Apoio a~ Descnyolvimento Ci