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p-•• ONG REC : 000289 I - "-- __ o /. P. A. Rosa de Farias ,\dvogodos Associados I Exmo. Senhor Senador da Republica Presidente da CPI das aNGs Dr. Heráclito Fortes CLEÔNIDES DE SOUSA GOMES, brasileiro, casado, contabilista, Presidente da organização MI MANAGEMENT, da Carteira de Identidade 008817/07, expedida pelo CRCIDF, I e do CPF 372.853,781-00, residente e domiciliado na SQS 213, Bloco G, 202, Brasilia, tendo sido intimado para comparecer a esta Comissão. de Inquérito, por requerimento formulado pelo Exmo. Senhor i Senador Raimundo Colombo, vem, perante V. Ex' expor para a final I requerer o que se segue. J a ora requerente atendeu por duas vezes convite i formulado por essa CPI, tendo comparecido pessoalmente á Sala de I- d" lh'd . d S essoes sem que seu epOlmento losse co I o, por motIvo e 11 d - d .. - cance amento a sessao, sen o que na pnmelra vez que aI esteve I enéaminhou um Memorial descrevendo sua participação e a da sociedade que I' presl d e quanto aos f atos em apuraçao, -. que 101 . entregue' ao S ena d or I Raimundo Colombo, então presidente da CPI. a ora Requerente em face dos "fatos em apuração nesta 2·1 I , i CPI foi denunciado pelo Ministério Publico Federal pela suposta pratica do crime do artigo 312, caput, na forma do artigo 29, do Código Penal, or ! RQS nO i Sr I SQS 304 Bloco A Apt. 503 - Asa Sul- Btasilia - DF - CEP 70.337.010 CPI - ONGs Subsecretaria de Apoio às ComissOll&>nes: (61) 3225-65-69 / 3323-5956 - Fax (61) 3223-0719 _ .- Espea IS Pan entares de Inqué[i)O [email protected] . OO1 . t. . Recebi em 00 I - \ á r- _. f Wil! M. I Doe. 2 \ f_ " __ Secretârio de Comissao I

dvogodos Associados •• I - senado.gov.br · atos em apuraçao,-. que . 101. ... Distrito Federal, a sua Defesa Preliminar - documento em anexo. ... evidenciados nos autos do inquécito

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p-~-:'- ~~. ONG REC : 000289 I

- "-- __ o ~ /.

P. A. Rosa de Farias

~ ,\dvogodos Associados

I Exmo. Senhor Senador da Republica Presidente da CPI das aNGs

Dr. Herclito Fortes CLENIDES DE SOUSA GOMES, brasileiro, casado, contabilista, Presidente da organizao MI MANAGEMENT, po~tador da Carteira de Identidade n 008817/07, expedida pelo CRCIDF, I

e do CPF n 372.853,781-00, residente e domiciliado na SQS 213, Bloco G,

ap~o. 202, Brasilia, tendo sido intimado para comparecer a esta Comisso. Pa~lamentar de Inqurito, por requerimento formulado pelo Exmo. Senhor i Senador Raimundo Colombo, vem, perante V. Ex' expor para a final I

requerer o que se segue.

J a ora requerente j atendeu por duas vezes convite

iformulado por essa CPI, tendo comparecido pessoalmente Sala de

I - d" lh'd . dSessoes sem que seu epOlmento losse co I o, por motIvo e 11 d - d .. cance amento a sessao, sen o que na pnmelra vez que aI esteve

Ienaminhou um Memorial descrevendo sua participao e a da sociedade

queI'preslde quanto aos fatos em apuraao,-.que 101. entregue' ao Senador

I Raimundo Colombo, ento presidente da CPI.

a ora Requerente em face dos "fatos em apurao nesta 21 I

,i

CPI foi denunciado pelo Ministrio Publico Federal pela suposta pratica docrime do artigo 312, caput, na forma do artigo 29, do Cdigo Penal, or ! RQS nO 2~li2007 i Sr .~I SQS 304 Bloco A Apt. 503 - Asa Sul- Btasilia - DF - CEP 70.337.010 CPI - ONGs Subsecretaria de Apoio s ComissOll&>nes: (61) 3225-65-69 / 3323-5956 - Fax (61) 3223-0719 _ . Espea IS ~ Pan entares de Inqu[i)O [email protected] . OO1 .t. .

Recebi em I~;J. 00 ~ I ~ls~t~O - \ r- _. f Wil! M. Warde~ey IDoe. 28~ \f_ "__Secretrio de Comissao I

P. A. Rosa de Farias I I .

trs vezes, como se v do documento em anexo. I

3.!Naforma do previsto no artigo 514, do CPP, o ora

I .

Rebuerente apresentou ao Juzo da 12" Vara Federal, da Seo Judiciria

do! Distrito Federal, a sua Defesa Preliminar - documento em anexo. I I 4. I Apreciando as teses agitadas pela Defesa o MM. Juiz da

: 120. Vara Federal acabou por rejeitar a denuncia por inpcia e por faltar

ju~ta causa para a ao penal, ex vi do disposto no artigo 395, 1 e m, do I . CP;P - documento em anexo.

5. o ora Requerente pelo corriqueiro fato de atender a um

convite formulado por uma fundao de direito privado para participar da

fo)mulao de projetos cientficos na rea de sua atuao profissional, deI

ap~esentar sua proposta e de ganhar a realizao dos projetos solicitados,

,

sei vu no olho de um furaco em sua vida profissional, pois sua smples

exposio nas mdias ocasionou uma grande perda de clientela e de

asbociados, em detrimento de seus concorrentes. 6'1 A rejeio da dennca apresentada pelo Ministrio

I Publico Federal indica e aponta para a legalidade e a licitude dos atos

imputados ao ora Requerente, que assim mesmo se coloca disposio

desta CPl para quaisquer consideraes suplementares que se fizerem

ne6essrias e pertinentes ao seu objeto, mas a rejeio da denncia uma debonstrao inequvoca de que as acusaes que lhe foram formuladas I nb tm qualquer fundamento, e que seu depoimento em nada enriquecer i,. . os! trabalhos dessa Comisso, ocasionando ainda um alongamento

RQS nO 201/200]- S~F.. sQS 304 Bloco A Apt. 503 - Asa Su1- Brasilia - DF - CEP 70.337.010 CPI - ONGs

Fones: (61) 3225-65-69 / 3323-5956 - Fax (61) 3223-0719 [email protected]

;FI~ N0 OO2 J- ~ . t lD.oc,._~89 ,

i

.,

P. A Rosa de Farias & Advogados A51ood05

I I

I I

de'snecessrio das concluses sobre os fatos em apurao.

7.[I,

Os documentos apresentados pelo ora Requerente do

uma viso bem clara sobre a sua participao nos fatos em apurao, que

foJam considerados suficientes pela Justia Federal a ensejar a rejeio da I

dehncia oferecida, mas mesmo assim, se essa Comisso entender de,

repisar os fatos j esclarecidos na Justia, coloca-se ao inteiro dispor de V. I 1

Ex. I

8. Com o presente o ora Requerente junta as peas

mencionadas, e requer a dispensa de sua oitiva por esta CPI, uma vez que I

nada na Justia ficou provado em relao aos fatos aqui em apurao,

9. Aproveita a oportunidade para reiterar, seus protestou

delelevada estima e considerao.

E, Deferimento,

lI.. CLENIDES DE SOUSA GOMES

SQS 304 Bloco A Apt. 503 - Asa Sul- Braslia - DF - CEP 70.337.010 L CPI - ONGs Fones: (61) 3225-65-69 I 3323-5956 - Fax (61) 3223-0719

pedroaurelior@hotmaiLcom IFls. N0 OO31--IDoe. 289 )-- -

, I RQSt :01/2007 . SF i

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DENUNCIA

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Ir RQS "o 201(2007 - 5F ' ' \ CPI - O~:Gs , -" e' F\s.NO~_"

Doc. 289

.;

MINISTRIO PBUCO FEDERAL

PROCURADORIA DA REPBUCA NO DISTRITO FEDERAL

EXMO. JUIZ FEDERAL DA 12' VARA DA SEO JUDICIRIA DO DISTRITO

FEDERAL

PROCESSO N 2008.34.00.013502-5

o Ministrio Pblico Federal, pelos Procuradores da Repblica itifra signatrios, comparece ante a presena de Vossa Excelncia para) na

qualidade de titular da opinio delicti, com espeque na prova documental 'em anexo, oferecer

DENllNCIA em desfavor de

TIMOTHY MARTIN MULHOLLAND, brasileiro, CPF

n 150.829.971-49, ex-Reitor da Universidade de Brasaia,

residente e domiciliado na SQN 205, Bloco L, apto. 505,

Brasaia-DF, Te!. 61-3272-0145;

ALEXANDRE UMA, brasileiro, CPF nO 122.993.756-00,

ex-Diretor da Editora da Universidade de Braslia., residente ~ ..

e domiciliado na SQSW 300, apto. 102, Bloco 5, Brasaia-DF,

Tel. 61-3344-7646;

ELENILDE MARIA DUARTE, brasileira, CPF n

227.148.801-00, ex-Coordenadora de Projetos da Editora da

Universidade de Braslia, residente e domiciliada na Quadra

22, Casa 138, Setor Leste, Gama, Brasaia-DF, Te!.

61-3385-3552;

\ RGS "o 201/2007 - Sr.: \'" lePl - m~GS \ Fls. ~o O{} 6 ,

\ Do(._2_8_0_",-- .,_.__._. \

MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL

CLUDIO DE MORAES MACHADO, brasileiro, CPF

n 394.773.807-25, ex-Coordenador de Projetos de Sade

Indgena da Editora da Universidade de Braslia, residente e

domiciliado R. Santa Catarina, n 171, apto. 704, Bairro ltapo, Vila Velha-ES, Te!. 27-3219-4233;

(~SLNIOBS1DE'SOUSA"GOMES( brasileiro, CPF nO

372.853.781-00, contabilista, Presidente da empresa Ml

Management, residente e domiciliado na SQS 213, Bl. G,

apto. 202, Brasilia-DF, Te!. 61-3345-1690;

CM:INE=RJ!UBlA-;;~_gND.IUZZI~=SQUYn

brasileira, CPF nO 567.183.901-78, Presidente da empresa

Coopers Instituto Profissional de Consultores Associados,

residente e domiciliada na SQS 213, Bl. G, apto. 202, Brasilia-DF, Te!. 61-3345-1690; PABLO VIEIRA DE FREITAS LIMA, brasileiro, CPF n

863.997.481-00, scio da empresa LMR Softwares e Consultoria Empresarial Ltda., residente e domiciliado na SQN 205, Bloco G, apto. 604, Brasilia-DF, e

RGIS SALoMo, brasileiro, CPF n 694.123241-20, scio da ernpresa LMR Softwares e Consultoria Empresarial Ltda., residente e domiciliado na SQS 303, Bloco E, apto. 501, Brasilia-Df

- ~r: ,./\ r, .

'.

.' .:

MINISTRIO PBLICO FEDERAL

PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL

expostas:

1. DOS FATOS

1.1. A presente denncia ajuizada tendo em vista fatos

evidenciados nos autos do inqucito policiaJ em epgrafe, bem como no bojo do

Procedimento Investigatrio Criminal nO 1.16.000.002505/2008-59, em curso perante o 2

Ofcio de Licitaes, Contratos e Concursos da Procuradoria da Repblica no Distrito

Federal, visando apurar o cometimento de possveis ilicitudes no mbito da Universidade

de Brasilia, notadamente em face de seu relacionamento com suas fundaes de apOlO.

12 Entre as ilicitudes apuradas destacam-se: contratos

ficmados com rgos pblicos federais com falsa causa de dispensa de licitao

fundamentada no artigo 24, XlII, da Lei 8.666/93; desvio de verbas prprias da

Universidade de Braslia e de verbas repassadas em razo da celebrao de convnios junto

a outros rgos e entidades federais, e a formao ,de um grupo organizado que se apossou

de tais recursos para satisfao de seus interesses, em detcimento dos interesses da

instituio que integravam.

1.3. De fato, os dados probatrios colhidos pelo Ministrio

Pblico Federal, em conjunto com a 1" Promotoria de Justia de Tutela das FW1daes e

Entidades_de Interesse Social do Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios,

demonstram haver se constitudo no mbito da Universidade de Braslia e das vrias

fundaes de apoio que giravam ao seu redor, notadamente aFINATEC - Fundao de

Empreendimentos Cientficos e Tecnolgicos, a FUBRA - Fundao de Apoio da

Fundao Universidade de Braslia e a FUNSADE - Fill1dao de de Apoio ao

Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico na rea de Sade, uma organizao com o

propsi'to de dilapidao dos recursos arrecadados, para satisfazer os interesses pessoais

\ RCS ~o 2:;1/2007 . 5F "I'1-. C.'!ll - Or;Gs \~IS'_ N OO8

lo~~_2-~_9~~1

I

.

'

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dos denunciados e de terceiros.

1.4. Nesse sentido, restou evidenciado o desvio sistemtico

de recursos pblicos repassados Fundao Universidade de Brasia, ento presidida pelo

primeiro denunciado, Sr. Timothy Mulholland, pela FUNASA - Fundao Nacional de

Sade, para a prestao de uma srie de aes de assistncia s comunidades indgenas

Yanomami, situadas no Estado de Roraima, e dos Xavantes, no Estado do Mato Grosso,

para proveito prprio dos requeridos, o que representa os fatos que so objeto da presente

denncia.

1.5. As fundaes de apoio, assim, que deveriam existir para

facilitar a obteno de recursos privados pelas mstituies universitrias de ensino,

passaram a existir como fins em si mesmas:. atuando, ao contrrio, no desvio de rcrursos

pblicos para a iniciativa privada, em razo das manobras ardlosas e ilegais praticadas pelos

denunciados, se prestando ao desenvolvimento de uma administrao paralela e ilegal de

recursos pblicos, beneficiando um pequeno grupo de dirigentes universitrios e as pessoas

pelos mesmos designadas e privilegiadas.

1.6. A Fundao Nacional de Sade celebrou, junto

Fundao Universidade de Bras;)ia, dois convnios :refecentes prestao de servios de

sade a comunidades indgenas, no bojo dos quais se constatou o desvio de recursos

pblicos repassados pela convenente, atravs de um mesmo modlts operaneli, qual seja, a

constituio de uma conta bancria na qual se depositava um percentual de tais valores e

tambm a simulao de gastos por meio da contratao de supostas "consultorias". Em

ambos os convnios, foi verificada wna pssima prestao dos servios que eram o objeto

do contrato, motivada pelo desvio de recursos que deveriam ser aplicados em suas

arividades fU1alsticas.

,-------__"1I RQ~ ;00 201/2007 . 5f \ ~Pl - ONGs 1\ Fls. N0 OO9

r, 289 . '_Doc.__..--I ---~----.._-_.

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1.7. O Convnio nO 14/2004 tem por objeto a execuo de

servios de aes complementares de ateno integral sade "indgena no mbito do

Distrito Sanitrio Xavante, no Estado do Mato Grosso, em razo do qual foi repassado at

a presente data Fundao Universidade de Braslia e a duas fundaes de apoio, quais

sejam, FUBRA e FUNSADE, o valor total de R$18.836.249,89 (dezoito milhes,

oitocentos e trinta e seis mi11 duzentos e quarenta e nove reais e oitenta e nove centavosf

1.8. O Convnio nO 1326/2004, por sua vez, celebrado entre

as mesmas partes, tem por objeto a prestao de aes complementares de sade enl

benefcio dos ndios yanomami no Estado de Roraima. At o presente data, como

informado pela Fundao Nacional de Sade, ocorreu o repasse da importncia total de R$

48.276.239,30 (quarenta e oito milhes, duzentos e setenta e seis mil, duzentos e trinta e

nove reais e trinta centavos), com a celebrao de sucessivos termos aditivos, tendo se

processado, tambm, O mesmo esquema de subcontratao e ilegal terceirizao de pessoal.

1.9. Ambos os converuos acima citados representaram as

pnnctpals fontes de receita da FUNSADE, propiciando aos denunciados os recursos

necessrios concretizao de seus propsitos ilcitos, ensejando, atravs de uma rede com

amplos vnculos, desvio significativo de recursos pblicos, alm de gerar preJuzo

qual1dade do servio que deveria ser prestado s comunidades indgenas.

1.10. Inicialmente, cabe salientar que a prpria contratao

das fundaes de apoio peJa Fundao Universidade de Braslia j representou uma

manobra ilegaF praticada pelos denunciados, na medida em que no se verifica a presena

As ilieitudes relacionadas ao prprio objeto conveniado, diante do patente desvio de fmalidade na contratao da FUB para prestao de assistncia sade de comunidades indgenas localizadas nos Estados de Roraima e Mato Grosso so objeto de apurao em Procedimento Adminisrrativo prprio, de natureza cvel.

2 O Tribunal de Contas da Unio, nos autos do Processo TC-019.7012005-4, ao proferir o Acrdo nO 1026/2007-Plenrio, do qual foi relator o Ministro Guilhcnnc Palmeira, datado de )0 dc junho de 2007, assentou que os responsveis, ao lerem as. I i CP! O~:Gs .,- ..-

_; Fls. N' O1 O ,

28 9ooc.__ __-I ~----

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do substrato ftico que autorizaria a dispensa de licitao nos moldes do artigo 24, XlII, da

Lei nO ~.666/93, se prestando, pois, transferncia, a uma entidade privada, da gesto de

recursos pblicos da forma que se afigurasse mais conveniente e til aos interesses dos

denunciad~s, no obstante, para atendimento a tais propsitos, tivessem que desviar

recursos pblicos para que viessem a ser aplicados em destinaes das mais diversas.

1.11. Assim, a anlise das pcovas colhidas pelo Ministrio

Pblico Federal e pelo Mnistrio Pblico do Distrito Federal e Territrios evidencia que os

requeridos, com unidade de desgnios; deram a causa a que, ante a total confuso

dolosamente estabelecida entre o patrimnio das entidades pblicas e priyadas envolvidas,

na celebrao dos convnios dos quais resultou o cometimento dos crimes imputados na

presente denncia.

1.12. Dois toram os principais esquemas j identificados para

fins de desvio de recursos pblicos, os quais sero objeto de. denncias separadamente pejo

Ministrio Pblico Federal, considerando serem distintos t:ll>bm os rus em cada um dos

pcocesso~ no obstante a presena de elementos comuns dos pontos de vista objetivos e

subjetivos, referindo-se ambas aos crimes de foemao de quadrilha (ainda que com alguns

agentes distintos) e peculato.

1.13. O pnmelCo dos esquemas fraudulentos, j objeto de

denncia ofertada perante e.5se juzo) refere-se constituio de wna conta bancria na qual

se depositava importncia correspondente a 7,5% dos valores totais repassados pela

'finalidade cstatulria de terceirizao de pessoal paro exeeuo de aes continuadas de ateno integral sade indgena, contrariando o art. 1

l I-

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Fundao Nacional de Sade, sendo que 2,5% do valor total eram livremente

movimentados por determinao do denunciado Alexandre Lima, o qual, no obstante no

mantivesse nenhum vnculo com a FUNSADE ou experincia na prestao de servios

na rea de sade indgen'4 assumiu inteiramente a gesto dos recursos por deslgnao do ex

Reitor Thimothy, co-autor dos ilcitos ora denunciados.

1.14. O segundo esquema fraudulento, objeto da presente

denncia, configurando crime de peculato, refere-se contratao, com recursos do

converuo, de empresas de consultoria que no prestaram quaisquer servios para a

FUNSADE ou atividades relacionadas ao objeto dos mesmos, tendo sido evidenciado

que, em aJguns desses casos, veio a ser contratada empresa de consultoria por parte de

Alexandre Lima que tinha, em seu quadro societrio, seu prprio filho, Sr. Pablo Vieira de

Freitas LIDa.

1.15. A anlise dos dados j apurados, relativamente

aplicao de recursos em face dos convnios acima referidos, demonstra no haver se

verificado hiptese ftica de desvio isolado e episdico de recursos pblicos, mas sim a

existncia de um grupo criminoso devidamente constitudo, com clara e perceptvel diviso

de tarefas entre seus membros, voltado para a prtica de crimes no mbito da Universidade

de Braslia e das fundaes de apoio, o que ensejou o oferecimento de anterior denncia

ante a ocorrncia do crime de formao de quadrilha.

1.16. A presente denncia se refere, assim, ao Crtme de

peculato, tendo em vista as contrataes fraudulentas realizadas, pela FUNSADE, das

empresas de consultoria Ll\1R SofN,-ares e Consultoria Empresarial Ltda., Coopers

Instituto Profissional de Consultores Associados e Ml - Management Sociedade de

Profissionais Associados, e que se revel~ram um mecanismo ardiloso para o desvio de

recursos pblicos, cOlno ser a seguir exposto.

,..------i RQS 7'0 201/2007 - SF . I CPl - ONGsI- i Fls. NO O12 1I . t r 289 I \Doc__~,_1---,---.-_.

'.,

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1.17. Consoante fatos apurados nos autos do inqurito

policial em epgrafe, bem como suporte probatrio colhido pelo Ministrio Pblico Federal

e Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios, logrou-se xito em constatar a

existncia de uma bem montada organizao criminosa formada por todos os denunciados;

com perfeita segregao de funes, destinada a, basicamente, promover o desvio de

recursos pblicos arrecadados pela Fundao Universidade de Braslia e aps repassados s

suas fundaes de apoio.

1.18. Inicialmente, cabe tecer algumas consideraes acerca

da participaiio do denunciado Alexandre Lima em todo o esquema criminoso, bem como

sobre sua situao funcional junto Universidade de Brasilia. O denunciado Alexandre

exercia desde 14 de novembro de 2005, aps ser designado pelo denunciado Timothy

Mulholland, a funo de Diretor Executivo da Editora Universidade de Brasilia, nos termos

do Ato da Reitoria nO 1395/2005.

1.19. No entanto, desde 1993, j exercia o cargo de Diretor

da .Editora, que se transformou., ao longo da sua gesto, numa agncia de intermediao de

contrataes das fundaes por rgos pblicos, sob falsa causa de dispensa de licitao,

para posterior transferncia do obieto contratado e tambm dos recursos pblicos a

terceiros, inclusive o prprio Alexandre e seus familiares.

1.20. A Editora da Universidade de Brasilia, nos termos do

at.-tigo 41, IH) do Estatuto da UnE, e conforme noticiado em seu prprio jite

(W\vw;editora.unb.br) tem entre suas atribuies, na condio de rgo complementar, a

publicao de llvros, o apoio confeco de textos para o ensino superior; gerenciamento

da distribuio e comercializao de seus obras e a prestao de servios nas reas de sua

cornpctnciaJ .

3 Os sistemticos desvios de finalidade das atividades da Editora, sob" a gesto de Alexandre Lima, que

; RQ31 "O ~Jt;2007 . SF \L. CPl O~:Gs I 01 9 I FI "0 u I 5, I~ \ l--... ,

I Doe. 289 ~_J "-----

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PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRlTO FEDERAL

1.21: O denunciado Alexandre Lima, ex-Diretor Executivo,

mantm com O denunciado Timothy Mulholland fortes vnculos pessoais e profissionais.

Por essa razo, veio a ser designado para realizar a gesto de contratos e convnios

celebrados entre a FUNASA e a FUB, com a intervenincia da FUNSADE, sem que

mantivesse com a referida fundao de apoio qualquer vnculo, em rea totalnlente estranha

esfera de atribuies da editora. Alexandre Lima era, de fato, O principal agente

operacional do grupo criminoso em questo.

1.22. A FUNSADE, no obstante seja uma pessoa jurdica

de direito privado e, nessa condio, dotada de personalidade jurdica prpria, teve sua

autonomia tolhida exatamente no momento em que recebeu vultosos rcauSQS pblicos

decorrentes do convnio celebrado junto FUNASA, uma vez que Alexandre Lima passou

a ser gestor das verbas repassadas, contando, inclusive, com autorizao para movimentar

suas contas bancrias.

1.23. Tal fato se afigura ainda mais absurdo quando se

constata que a Diretoria-Executiva da Editora da 'Universidade de Braslia tinha a

fmalidade, nos termos do artigo 1 do Ato da Reitoria nO 1394/2005, de "executar as

atividades de planejaInento, coordenao e administrao de recursos humanos,

oranJentrios, financeiros e materiais da Editora".

1.24. Vale salientar que o denunciado Timothy Mulholland

tinha pleno conhecimento de tais fatos, chegando inclusive a apresentar, junto Comisso

Parlamentar de Inqurito instaurada 110 Senado Federal, toscas justificativas no sentido de

demonstrar a suposta legalidade e razoabilidade da designao e atuao de Alexandre

Lima, havendo, ainda, participado da celebrao de cliversos termos aditivos aos contratos

se lransformou numa "agncia de captao de negcios" objeto :00 apurao especfica dentro do escopo do Inqurito Policial citado.

!.

I.

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em razo dos quais se obrigava, na condio de Presidente da Fundao de Apoio a

Universidade de Brasia, a se responsabilizar pela correta aplicao dos recursos pblicos

que mesma eram repassados.

1.25. evidente, at mesmo a qualquer observador menos

atento, no existir qualquer motivo idneo a justificar que a gesto de um convnio

executado por uma funda~o de apoio privada seja realizada por um diretor da Editora da

Universidade de Brasia, em rea totalmente estranha de sua atuao funcional. Veja-se, a

respeito, trechos do depoimento prestado pelo denunciado Comisso Parlamentar de

Inqurito instaurada no Senado Federal para apurar a utilizao de recursos pblicos por

organizaes no-governamentais, nos termos da ata de sua 1211. Reunio, na qual se limitou

a afirmar, itgra:

'Tmatkir Jos AgripirlO: [...], o cuidado com a sade OOS lldios

Xawllte e Yallomamis /eWII a FUNASA a colltatar a UIIR a

FUB, qlle atraws da FUBRA ""m mommto e a FUNSA OE

!Zum momento plMesse chegar !to outro momento em matria de sade

pblica aos ndios. No quero aqui disClttir se o xito do atmdimmto

de sadeJi comp/e/Q 011 no, eparece que 1Iiio. Mas o q"e me preoClfpa

a Jrma. EII teniJo duas pe'l!,ufttas e lima colocaro a fa'?fr aos

membros da ComisJo e ao Rela/Qr. Qllando a FUNAJA recorre

UIIB. e a UIIB determilla a Slla coligada FUNSADE para cllidar

da saJde dos xavalltes, a UnB tem o alldado de e.:-agir q"e a

FUNSA DE teJJha meiosparoprestar o semfo qJle a FUNASA

nfJ tilliJa, epor isso recrJmJII UnB, qlle recomJu FUNSADE

011 admite que a FUNSADE possa sllbcolltratar s""iro? Numa

escalada qlle a comera a me preoCllf!ar, porque me parece 11m artificio

it~cntl1Je,w.m/e ao interesse p'blico. E1~/o eHa i a minha pn"'dra

rRcs nO 2Jti2087-~'-1__ YtP~ 10~u5 1\ ~ Fls_r~o _

,

,,------ I

'.

I.,.

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perg,,"ta. Se qllOlIdo a UI/B recorre FUBRA O" FUNSADE

para que ela preste o seruo que a FUNASA I/o pde prestar e

recorreu a ela. Se e~"""ige que essafimdao possa e deva prestar o sen'tf'O

diretamente ou admite que ela possa sllbcol//ratar? Porq"e

sllbcrmtra/ou, abnil espao para liSO q"estioll/l/J/ de remrso pblico.

o segUNdo POl1tO, a irgor11loo que eu fmIJo que o valor dos mel/rSM el1l}(}/vidos em 2006 e 2007, na prestao desses senJios de sade da

FUNASA el/vol/J/uw iru:!JJsive os ilZdios Yallomamis, atingil/ a 170

milhes de reais. Em 2006 e 2007. Se proCt1de ol/no.

E por ltimo, se o jimatJlldrio ges/Qr das operaes de col1e.:,

'.[

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a est a mtha grande preompao que devo mXilar ao senhor. O Sr.

Aiexalttire Lma qt

I.

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programa de salide?

SR. TIMOTHY MULEfOLLAND: Ele articulou esse

programa, Senador. Foi ele que articulou junto

FUNASA, ele que estabeleceu as bases do

funcionamento do programa natural que ele o

administrasse". Destacamos

1.26..Com a designao do denunciado Alexandre Lima,

para que o mesmo viesse a gerir as contas bancrias e os recursos repassados pela

FUNASA FUNSADE, viu-se aberta, pois, uma porta para o desvio de recursos

pblicos, o qual veio a se materializar atravs da contratao de uma srie de empresas de

consultoria fictcias, as quais sequer se encontravam em funcionamento e que no

entregaram FUNSADE produto algum, ainda que indiretamente relacionado

prestao de servios de sade indgena.

1.27. O conluio entre os denunciados no se limitou,

contudo, s designaes realizadas pat:a fins de gesto dos contratos, mas tambm para

movimentar a prpria conta corrente da FUNSADE, pessoa jurdica de direito privado,

em detrimento dos dirigentes devidamente consritudos da referida entidade, atuando, pois,

tambm na condio de gestor financeiro. Nesse sentido, em depoimento prestado perante

o Ministrio Pblico Federal, a Sra. Yolanda Galindo Pacheco, Presidente da referida

entidade, assim se manifestou:

"Que, indagada, a depoente infornwu que no tinha

conllecimento e no foi infornuula, nessa reunio, de o

Sr. Alexandre Linw, Diretor-Executivo da Editora da

UnB, estaria atuando, por designao do Sr. 17.imoty,

COIlIb ge.dor financeiro (or(/e/l(uh" de pagamentm) no

-,..;I

I.I.

I.

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mbito de projetos e contraJos firmados entre a FUB e a

Funsade".

1.28. Uma vez constatada, pela gesto da FUNSADE, a

prtica de uma srie de irregularidades por parte do denunciado Alexandre Lma, as quais

culrninaram, inclusive, no surgimento de significativas dvidas trabalhistas, apresentando

valores milionrios, foi requerida a alterao do gestor financeiro dos contratos junto ao

denunciado Timothy Mulholland, o qual no adotou qualquer medida, no obstante as

fortes evidncias que apontavam para a dilapidao do patrimnio da FUNASA e da FUB.

A sada de Alexandre Lima do referido encargo se deu de forma voluntria, a pedido do

mesmo.

1.29. A alterao na mudana do gestor de convmos,

contudo, supnffilna dos denunciados a principal fonte de recursos para os desvio

realizados, motivo pelo qual no se atendeu ao pleito formulado em 28 de fevereiro de

2008 para a indicao de um nOVO gestor, em decorrncia da referida divida de ordem

trabalhista, a qual se aproximava do valor total de R$ 5.000.000,00 (cinco milhes de reais),

referente a salrios e demais encargos que no foram pagos aos profissionais COtn atuao

na rea de sade indigena.

1.30. Ocorreu, em verdade, o estabelecimento de uma

administrao paralela para gerir os contratos celebrados junto Fundao Nacional de

Sade, os quais representavam a parcela mais significativa dos valores arrecadados, sem

qualquer justificativa plausvel, evidenciando o ajuste esprio, COITI o propsito de desviar

os recursos pblicos obtidos. Veja-se, a respeito, outra passagem do j referido depoimento. , de Yolanda Galindo Pacheco, infra:

"Que a Funsade no tinlla nen/mm controle sobre os

1

:. I.

II.

!

I

, . I.

I

-

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funcionrios contratados, se limitando a assinar as

carteiras de traballlo; Que todos os funcionrio,'

contratados pela Funsade somele eram COlltratadOS

mediante autorizao de Alexandre Lima; Que os

responsveis pelo controle de freqncia eram indicados

.por Alexandre LinUJ, atuando como coordenadores; Que

soube, pelo Professor Dria, que em dezembro de 2006,

,1!ex:mdre Lima sugeriu a separao administrativa dos

convnios celebrados com a FUB das demais aJil'!(!1~~,

passando a exercer 'UII controle paralelo da Funsalde

--- .,..,-,.- "... -.. .......... - ... ..~ _, ~.. - ....~- ~ .F!!!!~~~!de !!iio tinila controle nenllum sobre o que era

feito nesse escritrio, que inclusive cOlrolava as cOllfns -,. r." ..< .. ..' o, o . ' e fi"al,t~U

I.'.

I.,.I.,

i.

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1.32. Em suas atividades operacionais, ou seja, uma vez

considerando sua designao por Timothy Mulholland, O denunciado Alexandre Lima tinha

suas aes implementadas por parte dos denunciados Elenilde Duarte, Coordenador. de

Projetos da Editora da Universidade de Braslia, e Cludio Machado, Coordenador de

Projetos de Sade Indgena da Editora da Universidade de Braslia.

1.33. A denunciada Elenilde Duarte era responsvel pela

gesto contbil e operacional dos recursos que, embora repassados FUNSADE, eram

livremente administrados pela Editora da Universidade de Braslia, rgo no qual exercia

atividades de coordenao desde o ano de 2004, assumindo, a partir de ento, o

desenvolvimento de uma srie de atividades administrativas.

1.34. Em depoimento prestado ao Ministrio Pblico

Federal, a denunciada, com o propsito de ocultar sua participao em todo o esquema

delituoso, afirmou desconhecer um dos principais instrumentos utilizados para a realizao

do desvio de recursos pblicos no mbito da referida entidade, qual seja, a destinao de

7,5% do total dos recursos arrecadados para livre movimentao.

1.35. O resultado das diligncias j realizadas, contudo, indica

wna ativa participao da denunciada em todo o esquema criminoso. Em razo de deciso

desse juzo, a qual autorizou o espelhamento e o acesso ao contedo das mensagens de

correio eletrnico da denunClad3, que se enCO~~~7:::"';". :.:'~:'.=c~:.~;..: ~c ::;C~~.-:d8: de e r,;.:;i! da

Editora da Universidade de Braslia, o Mirustrio Pblico Federal teve acesso a uma srie de

provas que apontwn para a partici.pao direta da denunciada Elcnilde Duarte,

delnonstrando sua relevrKia em rode D csq~c;-,.;. c.;;.-,;,-..;:.~c..

1.36. A adeso de Elenilde aos propsitos criminosos do

grupo etn questo se deu no momento em que veio a operacionalizar a prtica de todos os

,-------- -, RQS nO 201/2.,07 - SF \

16CPl - ONGs

Fls, NO O21 I I r

Y-~.? 8-~--_. .\

I.

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atos necessrios consumao de uma srie de atos de peculato, os quais sero objeto da

pre~ente denncia e de outras oferecidas simultaneamente a esse juzo, atuando~ pois) como

agente operacional do esquema em questo, cujas bases foram previamente estabelecidas

pelos demais denunciados'.

1.37. O resultado das diligncias j realizadas indica uma

ativa participao da denunciada em todo o esquema criminoso. Em razo de deciso desse

juzo, a qual autorizou o espelhamento e o acesso ao contedo das mensagens de correio

eletrnico da denunciada, que se encontravam armazenadas no servidor de e-mail da

Editora da Universidade de Braslia, o Ministrio Pblico Federal teve acesso a uma srie de

provas que apontam para a participao direta da denunciada Elenilde Duarte,

demonstc3l1do sua relevncia em todo o esquema cominoso.

1.38. Em depoimento prestado perante o Ministrio Pblico

do Distrito Federal, atravs da Promotoria de Justia de Tutela das Fundaes e Entidades

de Interesse Social, a denunciada Elenilde afIrmou no ter conhecimento acerca da gesto

dos recursos movimentados, limitando-se a informar acerca da existncia de uma reserva

para pagamento de dvidas trabalhistas. Veja-se, contudo, trechos de algumas mensagens

pela mesma encaminhadas FUNSADE, :fm:

o forfllulrio est correto, o mesmo refeLente a ltiJna NF do Yanomami paga.

Agora referente ao pagamento da NF 531 Xavante no

valor de R$ 900.000,00 ser:

Valor fatura =120.125,80

4 A participao de Elenilde em tal esquema se dava, ademais, mediante a simulao de processos licitatrios, com o envlo a empresrios de propostas que deveriam ser apresentadas, contendo valores e espcoifiCllcs dos produtos e scrvi..yos, nos termos das mensageml de correio eletrnico que

....,.,Ip. rI ;n T.,l t.,t,. ~..:. ,,'h;~.~.-'I .-'I~_.'._~;_ 1r:~_ _~ __ __~h:~_~_ - .acompanham a nrP r-'-"'" -.----"- _.- _- -_.- -'r- -. _ ..._ ..- '-,' ..----., _ .. - .. --- o- .\ ;{.QS c 2Jli2GG7 - Sr \ Q

\ I eD[ - Qt,:Gs \

~ Fls. N0 {) 22. I -

tDOC.~~--- \'-:.-.....---_.--_..-.-'-.

I.i.

I

i

'.

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5% Funsade =42.155,00 2,5% AdnnistrstYs =21.077,00 Despesas pagas com recursos prprios da Funsade = 56.983,80".

~~liene,

No dia 30/12 solicitei a ttansferncia do saldo dos

projetos:

x;,vante = 23.000,00

Ouvidoria =11.000,00 Yanomami =125.000,00 para a conta adnnistrariva da Funsade, preciso que

me enviem (as faturas, e que .transfiranJ estes saldos

para a conta acbninistratYa da Editora".

~1oana,

Pode faturar:

Xavante =saldo R$ 80.459,00 7,5% = 70.000,00

5% =46.660,00 2,5% =23.340,00 Yanomami =saldo R$ 41.059,33 7,5% = 30.000,00

5% 'f 20.000,00

2,5% =10.000,00 Me envie as faturas para que eu faa os formulrios e te

autorize a transferncia. O Antnio vai te soHdtar nota

fiscal para envio de mais recursos, a faturamos

~R~il 1'0 2;J1/2007 . SF ' ,( CPI . ONGs

rFIS N' 023 , -,,

O.oc. 289. _ --"- ._--'~'----- --~-

.1

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novamente e inclumos o valor das despesas

administrativas do escritrio".

''Joana,

f. ..]. No esquea das assinaturas das faturas, de quem

solicita e as demais.

Estou providenciando os formulrios, utiJjzando os

nmeros das faturas recebidas, pode ser?

E no caso da conta administrativa (2, %), foi aberta?

Essa conta deve ser movimentada, somente com

autorizao escrita do Alexandre".

"Joana,

A descrio da fatura para mim est OK. S preciso que

em vez de vocs faturarem 5%, faturem 7,5%. E deixem

2,5% a disposio. Desta forma no precisaremos mais

solcitar a vocs que utilizem recursos prpdos para

'aquelas demandas' de ltima hora. O ideal que, se

houvesse pO-'isibilidadc, fos~e aberta uma outra conta

para depsito do 2,5".

1.39. Observa-se, outrossim, que Elenilde Maria Duarte,

pessoa de confiana de Alexandre Lima, que recebia bom salrio para atuar na Editora

UNB, aproveitou da subcontratao da FUNSADE para indicar seu filho, nora e irm

como subcontralados dessa Fundao, no mbito do referido Projeto, no sabendo

precisar, sequer, a atribuio dos mesmos. Ademais, era responsvel pelos atestes dos

supostos servios executados em prl do projeto (Xavantes e Yanomamis). Veja-se, a

respeito, de trecho de seu depoimento prestado junto ao Ministrio Pblico do Distrito ._, ...,

~ :S "D 2J1./2007 . 5F CP! . f\iGs

1-19 ; fls. I,~ \) 24

Doc. 289.__

'.

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Federal e Territrios, infra:

'I.}; que depoente no sabe afirmar se quem fez a

negociao da taxa de administrao dos projetos FNDE

e Fundo Nacional de Sade foi Alexandre Lima...que

questionada se tem conhecimento da reserva de 2,5 por

cento da taxa de administrao para gastos sob a ordem

do Sr. Alexandre Lima de 'demandas de ltima hora' a

depoente respondeu que no' .. que a depoente no se d

ao trabalho de ligar para a empresa para questionar se o

servio foi prestado: que no sabe responder se uma

praxe esse hbito, l7a Editora, de atestar a execuo do

servio sem a verificao da realizao: que a funo do

atesto da execuo poder encaminhar a nota ao

pagamento'... que Francisca Crisliane Duarte Monteiro

irm da depoente; que Francisca Crisliane Duarte

Monteiro mora atualmente 110 Gama; que ela no mora

na mesma casa da depoente... que o filho da depoente,

denominado Rodrigo Duarte Evangelho trabalha na

FUNSADE; que Rodrigo j prestou anteriormente

servios para a Editora UnB e para o CESPE..,que a

depoente no sabe especificar qual servio Rodrigo

presta na FUNSA DE, sabendo dizer que na parte de

pessoaIIRH...que a depoente no sabe que servios a sua

5 Vide o teor de e-mal encaminhado por ELENILDE direo da FUNSAUOE onde faz orientaes expressas sobre esse assunto, em nome de ALEXANDRE LIMA.

6 Na' realidade, os integrantes desse esquema ilcito tm pleno conhecimento de que essas subcontrataes de empresas para execuo de projetos no mbito do Convnio tem a finalidade precpua de proporcionar o desvio de dinheiro pblico. Da no se preocuparem com a conferncia,.do ._.__-. produto. que sabem tratar-se de uma farsa. mas apenas com a liberao do valor do pagamehtQ(',Tahn ,.... ",1,;")(',07 ~ r)'j: :

! 1'\\.;;,-..' _ U ~ t,~; " ',. sistemtica restou bastante esclarecida no depoimento de ELENILDE. : CP' :"~\I.r 11

~ , 1 - l;t~iJS i. . : "-'

' 20 .' ,;;. :J

_t Fls. :.0

OI

, '1' 8G , ODe. {., .y , .1

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irm presta /lO projeto Xava/ltes e Ya/lomamis... ".

1.40. V-se haver a denunciada Elenilde se locupletado s

custas do errio, assim, ao incluir na folha de pagamento da FUNSADE, como se fossem

prestadores de sen'ios, pessoas de sua famlia, as quais recebiam salrios atravs de recibos

de pagamento a autnomos (RPAs), no obstante no prestassem qualquer servio, como

sua nora e sua irm, como informado pela mesma.

1.41. O denunciado Cludio de Moraes Machado, por sua

vez, na condio de Coordenador de Projetos de Sade Indgena da Editora da

Uniyersidacle de Brasilia, era o responsvel pela gesto de todos os contratos e convnios

nos quais foram efetuados, posteriormente, os desvios de recursos pblicos federais

repassados pela Fundao Nacional de Sade, exercendo, basicamente, atividades

semelhantes as desenvolvidas pela denunciada Elenilde, contribuindo, com sua

participao, para o xito das empreitadas criminosas 7.

1.42. Sua atuao junto aos convnios em exame, sempre de

forma coordenada com Alexandre Lima, se verificou desde o momento em que a prestao

dos seryios se dava pela FUBR/\., primeira fundao de apoio que veio a ser encarregada

de sua execuo. Aps, tendo em vista os bices impostos pelo Tribunal de Contas da

Unio, a execuo foi transferida FlJNSADE, passando Cludio 1\1achado a exercer a

funo de coordenador de projetos junto referida entidade, no obstante deixasse de

manter qualquer vnculo com a mesma.

1.43. A represen[ao externa das funes referentes aos

convmos era realizada por Cludio lvlachado, designado para tal fim pelo denunciado

Alexandre Lima, inclusve rcpresenmndo a FUNSADE, em dctrnento_de seus prpnos

dirigentes, os quais sequer tinham conhecimento drls ativid~des desenvoh.;das, junto

7 Vide, dentre outros, o depoimento de Yolanda Pacheco, Elcnilde Duarte e do prprio Alexan~{iQ~~~o 201/2007 - SP-: I >

I _ 2Pl - m:Gs

Fls. 1,0i ~ O26

',.,.'.'.

'.:.

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FUNASA - Fundao Nacional de Sade, entidade que efetuou o repasse de recursos.

1.44. Assim como a denunciada Elenilde, Cludio !'.hchado

tambm fez incluir na relao de pagamentos da FUNS,~DE seu prprio filho, Pedro

r...{ileip f\1achado, residente em Vita-ES, ora a citulo de suposto "apoio a a~v.idadcs

administrativas", ora a ttulo de "servios de digitao", SCll1 que o mesmo tenha prestado

qualquer servio entidade contratante. Os. pagamentos realizados em seu favor

evidenciam o benefcio direto auferido por Cludio lv1achado ~n razo de sua participao

em wda a en1preitada crnlinosa. Veja-se, a respc1w, trechos do dcpoinlento de !'vIaria

Nilzete Dias, ex-gerente de projetos da FUNSADE, illjfa:

"Que a depoente encontra-se aposentada da funo de

administradora da UnB e, no perodo de novembro de

2006 a 11 de outubro de 2007 trabalhou na Funsade,

desempenhando a atividade de gerente de projetos; Que,

a depoente foi convidada pelo Sr. Alexandre Lima e

Cludio Machado, o primeiro Diretor da Editora UnB e

o segundo Coordenador-Geral dos Projetos relativos a

indgenas; Que. esses projetos eram relacionados aos

Convnio.' firmados entre a Funasa e a FUB e que

foram repassados gesto administrativa e financeira

da Funsade; Que, o Sr. Alexandre Lima j conhecia a

depoente de sua atuao na FUBRA,pois esses dois

projetos, alltes de serem administrados pela Funsade,

haviam sido geridos pela FUBRA e a depoente

trabalhava na FUBRA; Que, assim, a convite do Srs,

Alexandre Lima e Cludio Machado, quando () projeto

migrou da FUBRA para"a FUNSA DE, a depoente [oi. .

, RQS fi: ~G112;07 . 5f \ \ 22 ,-Pl ONGs \- O')~I \ fls, ~o {.I

r 289--===\ \)!), ~-e-- ...... -~

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convidada a tambm sair da FUBRA e ingressar na

FUNSADE para a gesto desses Convnios; {...}; Que,

indagada, a depoente informa que nunca viu o produto

desse.f servios; Que, indagada sobre a contratao de

parentes desses gestores ou de nomes semelhantes, a

depoente informa que se recorda de ter visto o nome de

uma nora da Sra. Elenilde e de uma irmo, de nome

Francisca Duarte; {. ..}; Que, indagado sobre o

acompanhamento ou mesmo participao da direo da

FUNSADE nessas contrataes e tambm na

aplicao dos demais recursos do Convnio, a depoente

informa que os dirigentes dessa Fundao no tiniram

qualquer participao nos atos relacionados aplicao

dos recursos repa,'sados pela FUNASA FUB e por esta

FUNSADE; Que, a gesto era de competncia

integral do Sr. Alexandre Lima e sua equipe; Que,

indagada sobre a contratao do filho do Sr. Cludio

Machado por intermdio das RPAs, a depoente informa

que, de fato, hal'ia uma pessoa chamada Pedro Mileip

Machado, que residia em Vitria, mas que em nenhum

momento foi informada ou tomou conhecimento de que

se tratava de filho do Sr. Cludio; Que, esclarece que

ne,'sa,' RPAs no constava qualquer especificao

documental dos servios prestados ou mesmo relatrios

das atividades; Que, o Sr. Alexandre Lima assinava toda

a documentao necessria movimentao financeira

dos COl/vnios utilizando o carimbo de Diretor-

Executivo da Editora; Que. a Sra. Elenilde, embora tritIr.~-2,'1/'~on-:S~ . R,}: r' dJ./ t. ... ~. I ; \'23

C\ OI':Gs 28

I fls. [\icJ. -

_

I-

,.

..

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as.,inasse qualquer documelllo, foi sempre apresentada

como uma pes.wa de o.1rema confiana do Sr.

Alexandre, desde o momento em que a depoente a

conheceu e o Sr. Cludio Macllado foi apresentado

como Coordenador-Geral dos Projetos, ou seja,

mantinlla contatos com a FUNASA, viajava para Boa

Vista para tel/tar acertar problemas relacionados aos

Convnios; Que, desde a poca da FUBRA o Sr. Cludio

Macltado j era o Coordenador-Geral dos Projetos de

Sade Indgena".

1.45. Assim~ uma vez organizado o esquema, uma das fontes

de captao de recursos que seriam desviados veio a ser a contratao de empresas de

consultoria ficticias, atravs de processos "licatrios" totalmente fraudulentos, resultnndo,

c01no j exposto, na contratao das empresas de consultoria lJvIR Soft\-vares e Consultoria

Empresarial Ltda., Coapers - Instituto ProfisslOnal de Consultores Associados e MI

11anagcment Sociedade de Profissionais .Associados.

1.46. Tal csqu~ma de contrataes foi possibilitado ante o

Eira de que a Fundao de Universidade de Braslia, aps ser contratada pela Fundao

Nacional de Sade, transferiu a mna pessoa jurdica de direito privado, qual seja: a

FUNSADE, a gesco integral dos recursos pbcos, o que abrange o encargo de

contratar en1pregados c realzar aquisies, que se revelaram totalmente fraudulentasH

1.47 _Em razo de tais processos, vieram a ser contratadas

empresas com o propsito de viabilizar a transferncia de recurso~ dos convnios para seus

8 Os contratos celebrados entre a fUB e a FUNSADE previam que a contratada deveria "observar os princpios constirucionais nos processos de licitao e contratos para as aquisies de bens e servtrrs;'-~-""""2r.1/~7-:s em particular o menor preo de mercado, quando previstos".' "~o RO~. r:0 .JJ./ "J.,; . .'

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1 24 029

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prprios gestores, atrays de empresas ligadas a seus familiares ou a "laranjas", as quai.s, em

geral, prestaram servios em valorc~ absurdos quando se analisam os produtos fornecidos.

1.48. Ante [ais manobras ardilosas praticadas, tem-se que

apenas um pequeno grupo de empresas participava dos processos Jicitatrios, sempre na

modalidade de convite, no obstante muitas vezes se ultrapassasse o valor previsto no

artigo 23, lI, a, da Lei n 8.666/93, chegando-se apromover certame em tal modalidade

para a contratao de servios no valor de R$ 1.267.500,00 (um milho, duzentos e Sessenta

. e sete mil c quinhentos reais).

1.49. Ocorreu, dessa farola, vh"'Ula de escape para r;> desvio

de recursos pblicos. A anlise dos processos licitatrios evidencia gue os mesmos sempre

se iniciavam aps solicitao de servios e projetos bsicos extremamente sucintos,

subscritos pelo denunciado Alexandre Lima, sendo a participao da prpria FUNSAOE

150. Conforme depoimentos colhidos pelo ",unistrio

Pblico Federal, todos os processos de contratao, que supostamente sertam

desenvolvidos na FUNSi\DE, eram fraudados no mbito da Universidade de Braslia,

partindo de Alexandre Lima a indicao para as empresas que seriam "vencedoras", as

quais, formando um pequeno grupo, se beneficiaram em ~azo de no haverem prestado os

servios contratados, totalmente inteis, ademais, sacisfao do interesse pblico. Veja-se,

a respeito, depoimento de Leonsia !vlendes Brando, a qual exerceu a funo de assistente

administrativo da referida fundao de apoio:

"Que, todas as formalidades burocrticas eram

providenciadas pelo escritrio e competia Funsade,

j que gestora dos recursos, efetivar os pagamentos;

Que, indagada sobre os procedmentos Jictatrios, a _

:.p.~:-;; 2l/2c7 - Sf= , {'D' Q'iG

I-

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depoente informa que figurava nesses processos

apenas para efeitos de formalidade legal, j que, em

tese, seria a Funsade o rgo encarregado desses

processos; Que, no entanto, seguindo a sistemtica de

execuo desses contratos, todos os processos de

licitao eram encaminhados a Funsade diretamente pelo executor, Sr. Alexandre Lima ou a Sra. Elenilde;

Que, esses processos vinham devidamente

formalizados, apenas para colheita das assinaturas;

Que, nem a depoente ou qualquer outra pessoa no

mbito da Funsade participava desses procedimentos

de seleo de empresas contratadas na maioria das

vezes por convites; Que, no tinham contato com essas

empresas e tambm no pode~ sequer atestar a sua

existncia; Que, as notas fiscais eram apresentadas

pelos prprios executores, j contendo atestes com

I indicao de que o trabalho havia sido executado ou recebidos os bens adquiridos; Que cumpria

Funsade apenas o pagamento dessas notas; Que,

esses atestes eram subscritores pelo prprio executor

dos contratos, Sr. Alexandre Lima". (DejJomeJJfo pnrtado

jJor uonsia J11endes Brando ao lvIinistiri() Pblic{) Federal, datado

de 25 de)/II/ho de 2008).

1.51. Os servios gue deveriam ser executados, ademaIS, no

constam dos processos respectivos, sendo os mesmos encerrados mediante a apresentaao

de notas fiscais pelas empresas contratadas, nas quais consta carimbo do denunciado

Cludio Machado, o gual se limita a atestar a execuo dos servios, muitas vezes\ I I \

I -'

''..

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concludos e apresentados em intervalo de poucos dias entre a assinatura do contrato e a

apresent.ao da nota tlscal respectiva.

1.52. Da leitura dos processos licitatrios que supostamente

teriam sido realizados, constata-se uma srie de elemenws que apontam para fortes

vnculos entre todas as empresas envolvidas, seja entre si~ seja junto aOs prprios

denunciados. Analisa-se, a segUIr, os processos de contrataso de cada uma dessas

empresas.

1.53. }, empresa !vII - Management Sociedade de

Profissionais Associados veio a ser contratada pela FUNSADE, em razo do esquenla

ilcito j acima citado, atravs de licitao totalmente fraudulenta (Convite n 08/2007), a

qual tinha por objeto a "elaborao de um projeto que vise a criao de um programa

de gesto estratgica, gerencial e connuo, capaz de identificar, captar, gerir, gerar,

antecipar, corrigir e difundir, as aes de assistncia sade do ndio Xavante".

1.54 Nos termos do Memo/FUB/NNS/139/Z007, de 05

de abril de 2007, subscrito pelo denunciado Cludio Machado, na condio de

Coordenador-Geral de Projetos de Sade Indgena, foi solicitada a contratao em carter

de urgncia, visando substiruir ~ sistema de gesto de infonnaes em uso. Observa-se, a

prion', o carte"r extremamente vago e genrico do objeto contrarual.

1.55. Inicialmente, cabe salientar haver se verificado

autntica "quarteirizao" na prestao de servios pblicos. De fato, a Fundao Nacional

de Sade celebrou convnio junto Fundao Universidade de Braslia, para que viessem a

ser prestados servios de assistncia sade dos ndios Xavante e Yanomam. A FUB, por

sua vez, celebrou convnio junto FUNSADE - Fu~dao de Apoio ao

Desenvolvimerlto Cientfico e Tecnolgico na rea de Sade, ~ qual, ao fim, velO.2.__s ...__--=-----..-.....

. RO~' r,Q 2:,1/2007 SF , CP; or',Gs :2-7 ..

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COI1[Iarar a empresa 1'vfJ 1Yfanagement.!.~. 156. No obs(ante o contrato t~nha apresentado o valor de

R$ 682.500,00 (seiscentos e oitenta e dois mil e quinhentos reais), foi realizada licitao na

modalidade convite, totalmente inadequada ao valor nos termos do arogo 23, IJ, a, da Lei

de Licitaes, sendo o caso de se realizar certame na modalidade concorrncia. N~o se reali'l.ou, ademais, qualquer anlise prvia de preos, tambm em desacordo com a legislao de regncia. 1.57. Conforme o resultado de diligncias deferidas nos autos do Proce!'so n 2008.34.00.021215-0, foram encontrada!' mensagens eletrnicas

encaminhadas pela denunciada Elenilde Duarte a empresrios que participavam das

licitaes promovidas na Editora da Universidade de Brasl, nas quais a mesma enviava

modelos de proposr~s que deverj~m ser apresentadas, em pap~l tilnbrado, especificando yalores e condies que de..:eriam ser previstas, evidenciando se [ratar de licaes totalmente fraudlllent:ls. 1.58 . .r\ escolha das licitaes na modalidade convire, que se apresenrava descabida, se deve a que, (aI ocorrendo, somente participariam do certame as () empresas convidadas, que eram aquelas indicadas por ordem de Alexandre Lna, seIn que

ao:,; cenalnes se assegurasse ampla publicidade, restringindo o universo de potenciaisliciran(es, o que poderia evitar que as empresas MI, Coopers e LMR viessem a se sagrar

vencedoras.

1.59. Participaram do suposw certame as seguintes

empresas: Instituto Tecnolgico Galileu Galilei, SOPEC -' Sociedade Operacional

Especializada em Consultoria, e 1'vU 1'vIanage111em Sociedade de Profissionais Associados, a

qual foi declarada vencedora", apresentando proposta no valor de R$

~ ~\s, Nc 033 ,_ ~ . f- ..

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(seiscentos e oenta e dois mil e quinhentos reais).

\.60. Alm de, como ,a apontado no depoimento de

Lconsia iv1endes Brando, acima transcrito, se verificar a total montagelTI do processo

lieitatrio, a execuo de seu objeto, extremamente simplrio ante valor da avena, se deu

I: de fonna completamente ilcita, j que executado por outra empresa, a LMR Solues Ctn Tecnologia da Infornuo, a qual conta, em seu quadro socie[~o, com o scio PabIo Vieira de Freit?s Litna, filho dSl denunciado Alexandre Lima. ~. 1.61. A empresa vencedora, de fato, tem sede em imvel

situado no Bairro :Riacho Fundo IT, em local no qual funciona atualmente lima 19repl

evanglica, e no dispe de qualquer estrutura para a execuo do objeto, no rendo, de

faro, o cxccutado, notadamente por contar com apenas trs funcionrios, sendo dois

contadores e um mowrista.

~

1.62. Em depoimento prestado junto ao Ministrio Pblico'.'.'. do Distriw Federal e Territrios em 27 de maro de 2008, o diretor da referida entidade, o

denunciado Clcnides dc Sousa Gomes, no soube fornecer CJuaisCJuer informaes acerca'. do nome dos consultores que teriam participado do projcw, como tcriam !'ido contratados,

CJual produw tcria sido entregue e CJual empresa o teria exccutado.

1.63. Os mesmos fatos se verificaralTI no que tange a suposw processo lieitatrio apresentando o mesmo objeto (Convite n 09/2007), mas destinado emia Yanomami, em razo do qual vcio a ser contratada a empresa Coopers

Instituw Profissional de Consulrores Associados, a CJual tambm conta, eln seu quadro

societrio, com o denunciado Clenides de Sousa Gomcs, CJue veio a ser contratado para a

execuo de unl lllesmo objcto atravs de duas pessoas jurdicas, ~m lese, di"tintas.

I.

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1.64. Ambas as uliciraes" foram realizadas na mesnla data, qUill seja, dia 03 de agosto de 2007, sendo uma na parte da manh e outra tarde. A..

Coorers veio a ser contratada ao custo de R$ 1.262.500,00 (um milho, duzentos e sessenta

c dois mil, e quinhentos reais). A fraude nos processos em exame bastante clara. Nesse

sentido, conforme o incluso relatrio preliminar elaborado pela Conrrolacloria-Geral da Unio, a parrir da anlise de documentos fornecidos pela FUNSADE, cxtrtlem-se os seguintes dados: "I - CONVITES 0912007

"Aes complementares advindas do Convnio 132612004- Etnia Yanomami" ".

Ag. 3603-X

CC 31525-7 Executor do Projeto: Alexandre Lima IRREGULARIDADES ENCONTRADAS: Alegaro inflflldada dr Ifrgfn({(J como jHstifimt'Cl para realizaro de certame JiciJaMo modalidade Com'ile. Heali::;.{/ro inJet'ida de processo licitalrio na modalidade COIII/ile o!J"a proposta de preo vencedora/oi de

1

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alfJlados de capadade lmica).

Ause'1uia de lelltJlllamento/es/imaliz-'tJ de UlslOJ (parmetro illdiJ-penst1Jt!para ajulgamento das propo,sIar).

Prazo de 90 dias para elaborar 11m Jis/ema.

Direcionamento e falTorecimento. Foram convidadas empresas conforme interesse.I

da Administraco dos Projetos. Foi identificada a existncia de vinculos entre_

scios e participantes dos conselhos das empresas. Alm disso. na anlise de

supostos relatrios supostamente apresentados pejas empresas MI Management e.

Coopers. alm da similaridade dos relatrios. foi identificada clara referncia de. -. que os relatrios foram elaborados pela empresa LMR Soluces em TI (NP'

04.099.372/0001-781. que tem por scios:

602.943.021-15 MARCO ANTONIO BETTINI GOMES'.'.

694.123.241-20 REGIS SALOMAO

863.997.481-00 PABLO VIEIRA DE FREITAS LIMA (filho de ALEXANDRE.

LIMA) Observaco Ainda so necessrias diligncias na FUNASA e UNE para verificar se "os 2_

sistcmas" foram de fato implementados. mas pelo meno~ na sede da Funsade e.

em pesquisas na Internet ainda no foram encontradas evidncias disto.

Relaollafllf1l/0s idflf/ijiradoJ eu/re aJ empresas dos ContJlies 08-2007 E 09-2007

'. ::.

. r.;Q~ r'' 21il/20G7 5F 31 CP; ONGs'.'.

2\:0 Doc, v' '-~ ';",.u,... '

I:

'.

:.i'.'.

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~c.' 2';1/2007 . 5f ',; . m:Gs

;32

ri, :l' .. (} 3!..."'=...j'__

I.

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3. ANALISE DE RELATORJOS SUPOSTAMENTE DAS EMPRESAS MI E COOPERS

SUPOSTAMENTE PARA O DESENVOLVIMENTO DE 2 SISTEMAS

I) No documenta com timbre da empresa MI - Management Sociedade de Profissionais

Associadas com o titulo: "Relatrio Programa de Gesto - Programa Integrado de '.

Gerenciamento Estratgico - Convnio UNBIFUNASA - Xavante ", foram identificadas

as seguintes situaes:

I) Figuras de telas da sistema ande consta a informao: "Desenvolvida par LMR

Solues em TI".

2) Na tpica "9. Parmetros de avaliao utilizadas na construo do sistema da

PIGE" consta o nome da sistema:

"9.1 PIGE - Pragrama Integrada de Gesto Estratgica

O PIGE se caracleriza par sua politica de implementao de soluo integrada de

ateno sade indigena. "

3) Na item "9.8 Barra de Crditos ", pgina 12 da relatrio da MI, consta a seguinte

informao:

"Na area de crditos apresentada a politica de privacidade, o ano de criao, a

instituio conveniada UNB e a empresa responsvel pela desenvolvimento do sistema.

LMR:"

Esta mesma informao repetida na pagina 102 do relatrio.

4) No item "9.10 Informaes pertencentes ao Sistema ", pgina 14 da relatrio da MI,

consta a seguinte informao:

"O sistema ter um administrador que efetuar a cadastro e as permisses de cada

usuria. Neste contexto, a LMR desenvolveufuncionalidades especificas que permitem um contrale total das atividades realizadas par cada usuria logado... "

5) Nesta mesma pgina 14 (e em algumas outras pginas da relatrio)

rubrica sabre a seguinte infi,rmao carimbada na relatrio.

"A11 Management Sociedade de Profissionais Associados

Clenides de Souza G.

consta uma

-- ....-...~---: RO':; r:~ 2Gl/20G7 . Sf I CP m~Gs ! 3-3 ,

,.

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Gestor Contratual de Associados"

6) Na pgina 93 do relatrio da MI consta o histrico de revises com as seguintes informaes: " Htrico de Revises

I.'.

"

Data

Verso Motivo de Alteraco Autor 13/06/2007 1.0 Estruturao inicial do PDS Carlos Jacobino 18/06/2007 1.1 Tratamento diferenciado do Foco ( ..)

Nomenclatura das tabelas

caracterslcas dos atrihutos

e Carlos Jacobino

21/06/2007 1.2 Leandro Ligoski

28/06/2007 1.3 (.) ( .. )

Csar Chaves 03/07/2007

1.4 Csar Chaves

7) Na pgina 266 do relatrio, juntamente com possveis cdigos de programaoaparecem os Seguintes comentrios:

"li VER NA INTERNET SE A MELHOR FORMA Ilf"

()

"li VER QUE PORRA ESSA f f 11If f11""'1""11! 111I 11'" I I! 111'l1 '111!"

"li RESP AS VEZES VEM VAZIA I! I//I!I f //// f f!" "li PARECE QUE ASSIM D PAU, VEM VAZIO //II!//fl/ll"

8) Telas seme1hal1les s apresentadas no Documento da Coopers.

ll) No documento com timbre da empresa MI - Management Sociedade de Profissionais

Associados com O ttulo: "Relatrio de Atividades projeto - P1GE - Programa

Integrado de GCI'enciamento Estratgico ETN1A - Xavante ". foram idel1lificadas as seguintes siluaes: I) Em algumas pginas, alm do timbre da MI - Ma;lOgement Sociedade de

Profissionais Associados, aparece o timbre da LMR Solues em Ti (pginas 12, ::[,j....;~:~2C;1;20C7 . SF I

. ' ..34 ,-y,' ONGs ! ') (\ OJ r:!c: Nl' V V ~ ~.1_'. _ 289 [10~, __,.,., _

r:

MINISTRIO PBLICO FEDERAL I. PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL 23 - da I"parte do relatrio e pginas 33, 34 e 36 - da 2"parte do relatrio). I: 2) Na pgina 12. da l" parte do relatrio, consta que o autor/responsvel pela

fimcionolidade "Controle de rastreahilidade" Anderson Camelo. Na pgina 17. da I"

parte do relatrio, ahaixo do timhre da LMR Solues em TI. consta o nome de

'Anderson Camelo Lima - Analista de Negcios (..) wwwgrupolnll:com.hr

anderson.lima@grupoll/lI:colII.br". Nas pginas 33, 34 e 36 - da 2" parte do relatrio,

constam inforil/aes sohre outros mdulos e emails.

3) Na pgina i 5. da i" parte do relatrio. consta um email de Claudio Machado para

Carlos Jacohino.

4) Nas pginas 38 e 82, da ia parte do relatrio e em alguns outras trechos do

relatrio, constam ruhrica sohre a seguinte informao carimhada no relatrio:

"MI A1anagement Sociedade de Profissionais Associados Clenides de Souza G. Gestor Contratual de Associados"

5) Figuras de telas do sistema onde consto a informao: "Desenvolvido por LMR

Solues em TI ". (pginas 40 a 82, da i"parte do relatrio e diversas outras em outros

trechos do relatrio)

J}i) No documento com timhre da empresa Coopers instituto Profissional de

C017Sultores Associados com O ttulo: "Relatrio de Atividades Programa de Gesto

Programa integrado de Gerenciamento Estratgico - Convnio UNBIFUNASA

Yanolllami",fram identificadas as seguintes situaes:

I) Na pgina 2 (e em algumas outras pginas do relatrio) consta uma ruhrica soh''R5:; ~; 2Gl/20Q7~SF

~ .:p; - ONGs L35 .~ ;~c; !-Jl' () {~

.~ .. ~ ....... __~..o... 289_.41=

I

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seguinle informao carimbada no relalrio:

"COOPERS Instituto Profissional de Consultoria Associados

Aline Rhubia Scandiuzzi de Souza

Presidenta"

2) Na pgina 11 do relatrio, consta a seguinte assertiva. "Objetiva: Tendo em vista a

complexidade dos mdulos deste novo sistema de sade indigena e sendo grande a

dependncia dos projetos, programas, aes e atividades estratgicas da convnio Unb/

Funasa (,)" (grifo nosso) I,.'.

3) No tpica "1.2 Definies" (pgina 21) consta a nome do sistema,'

"PIGE - Programa Integrado de Gerenciamento Estratgico"

"Sala de Situao - Instrumento gerencial e continuo focado nas aes de assistncia

sade do ndia brasileiro. "

Por olllro lado, nas pginas 424, 430, 441, 446, 450 e 456, no item "Roteiro de Testes"

consta: "Projeto: PIGE - PlVgrama 1ntegrado de Gesto Estratgica ".

4) Na pgina 24 da relatrio da Coopers consta a descrio dos envolvidos e usurios

"3.1 Resumo dos Envolvidos

iVome Descrico Responsabilidades Alexandre Chefe Tcnica

Yanomami

Coordena o projeto

Claudio Coordenador da Projelo

UnB

Coordena o projeto

Elenilde Gerente Geral - UnB Gerencia o praielo Manoel Gerente de Expediente Auxilia o fIe rente e o coordenador .Iivazo Tc Administrativo Auxilia o fIerenle e o coordenador "

5) Na pgina 30 do relatrio consta o histrico de revises: l RQS nO 2G1/20G? . Sf i CP ONGs

361i r1s,NC 0/11 1-' 289 ~ Doc,__-:-:-::

I

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,. Hislrico de Revises

IVerso IDala A ulores IPrincipais Alteraes I Verso Orif!nal

6) Nas pginas 32 e 33, conslam informaes sobre a idenlificao e caraclerslicas do

sistema. conlalos dos envolvidos e referncias. A seguir foram Iranscritos alguns

trechos:

"Idenlificao

Nome do Pro 'elo Si la Coordenador de

Pro'elo Dala Incio Dala Fim (.)

lVome Fun o/Area Tele one Celular E-moi!

Sislema Inlegrado de Gerenciamenlo Eslral ico PIGE Carlos Jacobino Lima

07/05/2007 07/10/2007

Nome Carlos Jacobino Funiio/Area Coordenador de Pro;elos Telefone (.) Celular E-mai! Carlos. Iima(aJf!nmolmr. com. br Emoresa LMR - Soluces em TI

JVome Cludio Rocha FuniiolArea Coordenador de Pro;elos Telefone ( ..) Celular E-mai! Empresa Convnio UnB/FUNASA

Eleni!de Geslora de Pro 'elos (.

! ' O 201/2007 . 5F l CP; ONGs37

1 ! Fls. NO 042

2S9 ..:'oc,:::::=::;;:::=.. -:.L

,-

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IEmpresa IUnB - Universidade de Brasiliac==""-'-= _

Nome Alexandre FuncolArea Coordenador tcnico do Convnio Yanomami Telefone () Celular E-mail Empresa UnBIFUNASA

I

7) Na pgina 37, no ilem "6. Revises formais com o Cliente, consta a seguime

informao:

"Marco do Projeto: Fase inicial do projeto ~ Acompanhamenlo pelo o Alexandre na

LMR."

"Dala prevista: 2410512007"

8) No item "9 gerenciamento de Riscos. a LMR cilada (pgs. 40 e 41) 9) Na pgina' 68 do relatrio da Coopers consla o seguinle carimbo (sem rubrica):

"Coopers - InstilUlo Profissional de Consultores Associados

Clenides de Souza Gomes

Presidenle"

1O) Telas semelbanles s apresenladas no DocumenlO da MI '.

JI) No documenlo com limbre da empresa Coopers 1nslilulo Profissional de Consullores

Associados com o lilUlo: "Programa Integrado de Gerenciamento Estratgico Elnia

Yanoll1ami" (Volume 2)./oram identificadas as seguinles sil'faes: I) Nas pginas 335.353,418 (e em algumas oulras pginas do rela/rio) const"f-l/l"(;l ~~-

')RQS nQ 2Gl120G7 - S~ ~

38 CP' O~Gs 1 II fls, NC 043 \

!

289 \: DQi;.~._---- ,~

:.,.

:.'.

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rubrica sobre a seguinte informao carimbada no relatrio:

"COOPERS Instituto Profissional de Consultoria Associados

Aline Rhubia Scandiuzzi de Souza

Presidenta"

2) No tpico "Roteiro e Evidncias de Teste" (a partir da pgina 354) consta o nome

do sistema:

"Projeto: PIGE - Programa Integrado de Gesto Estratgica ".

3) Na pgina 14 (segunda parte do Volume 2 ~

seguinte informao:

"Lista de Pessoas Cadastradas

Assistncia Sade Indgena, FunasalUnB

Nome Setor Carlos Jacobino Lima LMR Elisabeth Albuquerque Funasa Jos Xavier LMR Rosane Smith LMR

reinicia numerao aps 4IS). consta a

Cargo. Ramal Gerente de 'Projeto Assessora DBA Analista de requisitos

4) Na pgina 26 (segunda parte do Volume 2), consta a seguinte informao:

"Histrico das Revises

Verso Data Autores Principais Alteraes 1.0 Carlos Jacobino Verso Orif!inal 1.1 23/0S/07 Rosane Smith Detalhamento das Informaces 1.2 24/0S/07 Csar Chaves ReVl:\'o ..

5) Na pgina 29 (.\egunda parte do Volume 2), apresentado o seguinte quadro:

"2.2 Posicionamento do Produto

Para ue

FuB/FUNASA Ser contem lada com desenvolvimento de sistem{I-tH""

. ., R~ pO 201/2007 . S~ ! CPI Of'lGs j-39 , fi A ,~iFls, ~t V lJl: Lf rool:. 289

...:.,.--....:_~

'.

'.

:.

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pla/aforma web a fim de solucionar o problema de

sade indf!ena na ref!ia PIGE Far a in/egrao do gerencamen/o es/a/s/ico dos

dados do sis/ema da sade do ndio brasileiro. aliando-

se em seguida com processos de inleligncia

emoresarial. Sis/ema de sade do ndio e subsis/emas do DATASUS.

O (nome do produ/o) que

Ao con/rrio Nosso produ/o Permi/e um con/role eSIa/s/ico e gerencial da si/uao

a/ual. evita duplicidade de informaes. alm de

po~sur uma in/erface amigvel e descomplicada para o

usurio ..

6) Na pgina 29 (segunda par/e do Volume 2), cons/a a descrio dos envolvidos e

usurios:

"3, J Resumo dos Envolvidos

Nome Descrico Resoonsabilidades Alexandre Chefe Tcnico

Yanomami

Coordena o proje/o

Claudio Coordenador do Proje/o

UnB

Coordena o proje/o

Elenilde Geren/e Geral - UnB Gerencia o proie/o Manoel Geren/e de Expedien/e Auxilia o If!erenle e o coordenador .Jivaf!o Tc Adminis/ra/ivo Auxilia o f!eren/e e o coordenador ..

7) Na pgina 39 (segunda par/e do Volume 2), cons/a o i/em aprovaes com os

seguin/es nomes (-vem cons/ar assina/ura):

"Alexandre - Chefe Tcnico Yanomami - UnB/Funasa

Cludio - Coordenador do Proje/o UnB

Carlos Jacabino Lima - Coordenador do Proje/o - LMR

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Elenilde - Gerente Geral- UnB"

No final desta mesma pgina consta a seguinte informao:

"Atualizao do PDS. LMR Solues em TI"

8) Na pgina 40 (segunda parte do Volume 2), consta o seguinte quadro:

"Identificao do Projeto

Sigla/Projeto P1GE - Programa Integrado de Gesto

Estratgica UnB/FUNASA - Fundaco Nacional de SadeCliente

Coordenador do Projeto (Cliente) Cludio Rocha Carlos Jacobino I Gerente do Pro/eto

9) No tpico "gerenciamento de risco" (pginas 64 a 68 da segunda parte do Volume

2), a LMR citada vrias vezes;

10) Figuras de telas do sistema onde consta a informao: "Desenvolvido por LMR

Solues em TI". (a partir da pgina 71 segunda parte do Volume 2)

t .65. Percebe-se, dessa forma, alm da total semelhana ,

cntre 05 produtos desenvolvidos peh Coapers e pela 1vrI. rdativamente a um mesmo

objeto, diferenciando-se apenas tendo em vista o fato de que um sistemas seria aplicvel

relativamente ao convnio para asslstncil aos yanomamis, e o outro aos xavanles, que

sequer tais empresas fOralTI as responsveis pelo desenvolvinlento dos sistemas, at porque

sequer dispunham de estrutura fsict'l. ou de pessoal para esse fim.

1.66. As empresas ctn quest:'lo representaram, assim l

instrulnentos para o deSViO de recursos pblicos, na medida ~ que foram concratadas

tnediante processos ljcitatrios fraudulentos, com o nico propsito de que tais rcc,.u"'~=5"'~-P-2lJ-'1-J-20-C-;]:SF

,.

iI

I'D', - ONGs , 41 ,-, IIFls,- NC' O4. () 1-- 289 ~ DO~,:::_=_ ==:;..:;.J

I.

MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL viessen1 a ser desviados em proveito dos denunciados, em especial de Alexandre Lima, que

se utilizou da empresa L:LvlR Solues em TI, a qual tinha como scio seu filho, o

denunciado PabIo Vicira de Freiras Lima.

1.67. A prpria empresa LMR Solues em TI, a qual tambm se utiliza da denominao L1\.IR Soft\\'ares e Consultoria Empresarial Ltda., veio a ser conuatada pela FUNSADE em quatro ocasies, em razo dos seguintes processos: Carta Convite n 06/2006 (aperfeioamento da ferramenta gerencial SICON, ao custo de

:. R$ 64.215,98); Carta Convite nO 01/2007 (sistema de custos de rareio de despesas de

convnios e contratos, ao custo de R$ 60.480,00); Carta Convite nO 01/2006 (sistema

integrado de informao sobre sade indigena, no valor de R$ ,25.000,00), e Carta Com,ire

n OS/2006 (implantao de uma sala de situao, no valor de R$ 70.000,00).

1.68. Por fim, a empresa Coopers veio a ser contratada (Carta Convite nO 07/2006) para fms de elaborao de um documentrio sobre o cnconrr(\ das etnias xavante e yanomami, pelo valor de R$ 78.000,00 (setenta e oito mil reais)', Do certame licitatrjo em comento participaram as empresas Ideal e SOPEC~ sendo que a ltima contava, entre seus integrantes, com scios que tambm formavam o quadro da Coopers, demonstrando, no tn~ni1l1o, conluio enrre as mesmas, nos termos j citados no

relatrio parcial da Controladoria-Geral da Unio. 1.69. Em razo das vrias denncias de lrregularidades na

execuo dos convnios celebrados, a FUNASA - Fundao Nacional de Sade, entidade

que promoveu o repasse da verba em favor da FUB, realizou auditoria na prestao de

conras realizada, tendo constatado a ocorrncia de graves ilegaUdades, das quais resultaram

significativas leses ao errio.

9 Observa-se que o objeto dos Convnios FUB-FUNASA a assistncia complementar sade

indgena e os denunciados, para implementao do desvio dos recursos pblicos, contrq,I..81.."_tj''''"r-----docurnenlrio sobrc as ctnias x"vanle e yanornarni, fugindo, por completo, do escopo dos Conj'i(i\G~ nO 201/2007 . S I

I _42CP1 Of'.:Gs \ \A'"~047 I

Doe. 289 I g __._',' , - ~

'.

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1.70. Tais ilegalidades ensejaram a formao de enorme

passi\~o trabalhista, o qual ter que ser suportado, no caso de inadimplenlento da

FUNSt\DE, pela FUB, gerando danos ao patrimnio pblico federal, em razo da

nlalversao e dC3VLO de verbas promovido pelos denunciados. Veja-se, a respeito, trechos da Nota Tcnica nO 38/2008/AUDITORIA INTERNA/AUDIT: f:4, FUB contratou a empresa MI Management Sociedade de Profissionais Associados no valor de R$ 590.000,00 por meio de dispensa de licitao, fundamentada no inciso XIII, do art. 24 da Lei

8.666/93, para execuo de servios tcnicos

especializados para elaborao de diagnsticos de

sade indigena da etnia Xavante, originada pelo Oficio n 659/ASSCONV/CGPAS/I)ESAI, de 27.10.2005, com a justificativa para conttata~o direta, rem carter de urgncia' reiterado pelos ofcios 744/GAB/DEAI/FUNASA de 16.12.2005 e

425/DESAI/GAB, s/data, recebido pela FUB em

17.2.2006. Ressalte-se que referida contratao ocorreu'.

,

da mesma forma no convnio Yanomami.

Apesar da cQntratao tcr sido realizada em carter de

urgncia, observou-se que a sua efetivao ocorreu em

4.9,2006, ou seja, 11 (onze) meSes aps a solicitao,'.

tempo considerado suficiente para ter sido

providenciado por meio de procedimento lcita trio.

Dr:iUiJstrandn que (J pro~cdinJchto adutado foi

irregular e com indcios de direcionamento. Conforme , RQS nO 201/2007 Sf I 43 Cp; ONGs1- .

,"

!

eis NC 04 Q Oi' :' ---- l-

; Dae, 289 - =------ '"'

MINISTRIO PBLICO FEDERAL

PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL

anlise da equipe de auditoria aos produtos

apresentados peJa contratada, verificou-se serem

incipientes e ineficazes, tendo em vista as informaes

colhidas na FUNSA DE, por pessoal especializado,

que os principais agravos apresentados na etnia

Xavante no demonstram relao com os produtos

resultantes da contratao.

Embora o contrato tenha sido celebrado em 4.9.2006 e

as despesas executadas entre: os exerccios 2006 e 2007,

perodo em que foram emitidas as notas fiscais, em

visita realizada em 21.5.2008, a equipe de auditoria

'.

constatou a inexistncia da empresa no endereo

mencionado nas respectivas notas fiscais, e, conforme-.

informaes prestadas peJos comerciantes da

vizinhana no local, funcionava h mais de dois anos uma igreja evanglica, informando ainda desconhecerem qualquer empresa por nome de MI ~.

Management Sociedade de Profissionais Associados.

Em anlise das despsas executadas pela

,.FUNSADE, verificou-se diversos pagamentos, a

titulo de prestadores de servios, para realizao de

diagnsticos semelhantes ao contrato formalizado com

a empresa MI Management Sociedade de Profissionaisi.Associados. E, ainda, conforme informaes colhidas

~.na FUNSADE por pe~soal especializado, os principais agravos apresentaet.0s na etnia Xavante no dC/JlOnSUVl11 r~Jao com o ~Jhje(o dR conrrata. Ainda, a empresa mencionad~ foi contratada por meio j RQS nO 201/2007 . S~ t4 CPi ONGs 1 rs.N" 049 'DoC. 289

de dispensa de licitao, com fundamento no inciso

XIII do art. 24, da Lei 8.666193, para execuo da

'prestao de servios tcnicos especializados com

vistas a realizao de diagnsticos de sade no

interesse da comunidade Xavante', no valor de R$

'.682.500,00, conforme empenhamento da despesa por

meio da 2007NE900407, de 27.6.2007.

Tendo em vista a empresa ter emitido apenas a nota

fiscal 8789, de 5.7.2007, no valor de R$ 136.500,00 que

foi paga pela 2007DB901688, de 6.7.2007, a equipe de

auditora foi informada que por determinao do,,'e

Tribunal de Contas da Unio - TCU, o empenho foi

anulado e o ~aJor ressarcido em 27.8.2007, ou seja, apsI. 50 dias, sem a ocorrncia de, qualquer atualizao do valor.

Apesar do cancelamento do empenho de R$ 682.500,00 e a devoluo do valor pago peJa empresa, verificou-se, pela anlise da documentao executada pela FUNSADE que, na tentativa de driblar a

determinao do TCU, a, diferena da despesa

empenhada, ou seja, R$ 546.000,00, foi paga pela

FUNSADE por determinao do Diretor da FUB, Sr.

Alexandre Lima, conforme transferncias bancrias de'.,. 28.9.2007 e 5.11.2007...

~,.

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PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL

A FUNSADE por meio de dispensa de licitao - Softwares e Consultoria Ltda.,

CNP]IMF:04.099.37210001-7S, pertencente a Pablo

-_..~..,..---i Rg~ r,0 2Gl/20G7 . SF \ I _... CP; ONGs L., IFls, ~o O5, O . r- 289 . .DI)l;,_4......._"'.-.It......

tambm contratou

a empresa LMR

MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL Vieira de Freitas Lima, filho do Diretor da FUB, Sr. Alexandre Lima, com ohjetiyo de executar servios de

elaborao de um sistema de custos que possibilitasse

o rateio das despesas realizadas nos convnios e

contratos administrados pela FUB, no valor total de R$ 75.600,00. A equipe de auditoria, ao questionar a FUNSADE sobre os servios executados, foi informada desconhecer a exec~o do contrato, e que os servios que foram contratados pela empresa LMR - Softwares

e Consultoria Empresarial Ltda., j vinham sendo

realizados por empresa contratada pela FUNSADE

desde 2002, informando, ainda, que toda e qualquer contratao realizada para a" execuo das aes eram procedidas pela FUB desde a escolha das empresas para aquisio de bens e servios at a celebrao dos contratos, sendo sua participao apenas para assinatura e/ou pagamentos das solicitaes realizadas pelo Diretor da FUB, Sr. Alexandre Lima. Diante das informaes prestadas, conclui-se que

houve direcionamento e inexecuo dos serviosI:'.

contratados, portanto dever ser ressarcido aos cofres

pblicos o valor de R$ 75.600,00 por parte da

FUBjUNB".li.1.71. Os denunciados Clenides de Sousa Gomes e Aline

Rhubia Scandiuzzi de Souza integr::l.1n o guadro societrio da~ empresas IvII I\!fanagement

'.

Sociedade de Profis5ionais Associados e Coopers

,.,.

Instituw:Profissional de Consulrores

; RQS nO 201/2007 - S~ I I 46 CP; - ONGs r1- I j Fls. W_ O51 \ 1-- ~289It10~., --- .. & -=-1"'" ~ ..._ ~

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PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERALI.

Associados, tendo representando as mesmas nos autos ~os processos licitatrios

consistentes nos Convites nO 07/2006,08 e 09/2007, acima referidos.

1.72. Conforme se constata da anlise dos autos dos

processos licitatrios, e tendo em VIsta as provas colhidas at essa oportunidade. os

denunciados integravam o quadro societrio de ambas as empresas, atuando diretamente

nas atividades gerenciais das mesmas, tendo figurado como representantes tanto na fase interna da licitao quanto na prpria assinatura do contrato que justificou os pagamentos indevidos. 1.73. As empresas Coopers e :tvII, assim, l1ao obs(antc

dOladas de personalidade jurdica prpri1, serviram unicamente para fins de des\o-lar os

recursos pblicos repassados pela Fundao Nacional de Sa,de, j que contratadas

ilicitamente pela FUNSADE, nos termos do relato ftico j exposto na presente

denncia, agindo ambas as empresas por meio dos denunciados Clenides e Aline.

1.74. Os denunciados Pablo Vieira de Freitas Lima e Rgis

Salomo, na condio de scios da empresa Ll'vIR - Softwares e Consultoria Empresarial

Ltda., por sua vez, participaram, representando a empresa em questo, de um tocai de

quatro processos licitatrios, quais selam, Carta Convite nO 01, 05 e 06/2006, e 01/2007,

em contratos que. somados, totalam R$ 219.695,98 (duzentos e dezenove mil, seiscentos

e noventa e cinco reais e noventa e o:ro centavos).

1.75. Como j apontado, o denunciado Pablo Vieira de Freitas Lima filho do denunciado Alexandre Lima, o qual, enquanto dirigente da Editora

da Universidade de Braslia, selecionou a empresa da qual seu filho era uma dos scios, a

fim de que a mesma viesse a se beneficiar em razo de contratos celebrados aps processos licitatrios (Otalmente fraudulentos.

; .-----.---........--- . R()~ n~ 201/2007 . Sf i47 (P ONGs! ..

l""' 052 j ; Doc. 289 . . :- . ~ .. ~,----~-

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2. DA TIPIFICACO DOS CRIMES

I.I,.'.

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';.2.1. O relato ftico acima exposto corroborfl.do por

'.

MINISTRIO PBLICO FEDERALPROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL

efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica,

2" - A pena ser aumentada da tera parte quando os

autores dos crimes previstos neste Captulo forem

'.

ocupantes de cargos em comisso ou de funo de

direo ou assessoramento de rgo da administrao

direta, sociedade de economia mista, empresa pblica

ou fundao instituda pelo poder pblico",'.

2.3. De fato, conforme o relaw exposto, v-se haver

ocorrido a contratao de ~mpresas mediante processos licicatrios fraudulentos, os quais

somente se prestaram ao desvio de recursos pblicos em benefcio de pessoas ligadas aos

denunciados ou a seus familiares, sem que tais contratos tenham gerado, ainda, qualquer benefcio 3 FUNASi\ ou aos indgenas. 2.4. Em face do exposto, os denunciados Alexandre Lima, Thimothy Mulholland, Elenilde Maria Duarte e Cludio Machado enconttam-se incursos na5 sanes do artigo 312, f"r1Pllt, na forma dos artigos 327, pargrafo 20 e 29, todos do Cdigo Penal, em concurso material, posto que a cada processo licatrio realizado se

configura um ato ilcito distinto, totalil:ando sete processos distintos.

2.S. Os denunciados Clenides de Sousa Gomes e Aline

Rhubia Scandiuzzi de Souza, por Sua vez, em razo da participao em trs processos

1icitatrios traudukntos, utiUzados os certames como instrumentos para a conswnao do crime de peculato, encontram-se incursos sanes do artigo 312, tujJJfI, na forma do artigo 29, todos do Cdigo Penal, em concur50 materjal, por trs vezes (Convites na 07/2006, 08

e 09/2007), ._..~---:, RQS nO 201/2007 S~ I I (Dl ONGsi9 _

IFls. NCJl5.A_f . . 2SHl ~ Doc, U ti ._.'-- -

I

MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL 2.6. Por fim, os denunciados Pablo Vieira de Freitas Lima e

Rgis Salomo, enl ra:t.o da participao em quatro processos licitatrios fraudulentos ..

urilizados os certames como instrumentos para a consumao do crime de peculato,

encontram-5C Incursos sanes do artigo 312, caput, na forma do artigo 29, todos do

Cdigo Penal, em concurso marerial, por quatro vezes (Cartas Convite na 01, OS e

06/2006, e 01/2007). '.I.

i.l.

3. DO REOUERIMENTO

3.1, J\.ntc o exposto, presentes a prova da materialidade c os

indicias suficientes de autoria relati"amente aos crimes imputados aos denunciados, requer

o iYrinistrio Pblico Federal:

3.1.1. seja determinada a autuao da presente denncia .. bem como a notificao dos requeridos para que os lTIeSmOS apresentem defesa preliminar, nos termos do anigo 514 do Cdigo de Processo Penal;

3.1.2. aps a apresentao de defesa preliminar pelos

denunciados, requer o Ivlinistrio Pblico Federal o

recebimento da presente denncia, instaurando-se a de\o;da

ao penal pblica com a citao dos denunciados,

prosseguindo a ao em seus ulteriores termos;

3.1.3. seja determinada a juntada aos presentes autos das

certides de antecedenlcs criminais dos denunciados;

-----~-::": I, RQS nO 201/2007 - Sf I \ 50 CPI ONGs 1\ 1-j Fls. NO O55 _I

\ \a~~~ ~_:. ::;~J

I.

MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL 3.2. Propugna-se ainda pela oitiva, em monlcnto oporruno,

das testemunhas constantes do rol abaixo transcrito.

Braslia-DF, 26 de agosto dc 2008.

Raquel Branquinho P. M. Nascimento Procuradora da RepblicaRmulo 1vloreira Conrado Procurador da Repblica

TESTEMUNHAS

1. YOLANDA GALINDO PACHECO, Presidentc da FUNSADE - Fundao de de

Apoio ao Desenvolvitnento Cientfico e Tecnolgico na Arca de Sade, CPF n ,.

057.224.568-03, residente no Condomnio Nova Colina, Bloco I, apto. 503 - Campus

UNB;

2. JOS GARROFE DREA, ex-Presidente da da FUNSADE - Fundao de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico na Arca de Sade, CPF 770.435.458-20, residente no SHIN, Ql 08, conjunto 01, Casa 09, Braslia-DF;

,'.'.

:.'.

i.

MINISTRIO PBLICO FEDERAL

PROCURADORIA DA REPBLICA NO DISTRITO FEDERAL

3. FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES, Diretor da FUNSADE - Fundao de

Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnolgico na rea de Sade, CPF

186.580.591-20, residente e domiciliado 110 SMPW; Quadra 23, Conjunto 02, Lote 06, Casa

08:

4. KLBER VENNCIO DE MORAES, Assistente Administrativo da FUNSADE

- Fundao de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnolgico na rea de Sade,

CPF nO 838.055.401-91, tesidente e domieiliado na Faculdade de Cincias da Sade,

eseritrio da FUNSADE, Campus da Universidade de Brasilia;

5. MARIA NILZETE DIAS, ex-Gestora de Projetos da FUNS.o\DE - Fundao de

Apoio a~ Descnyolvimento Ci