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MÚSICA ABSOLUTA E MÚSICA PROGRAMÁTICA Durante muito tempo, o juízo e valor da música na sociedade estavam ligados à ideia de que a música estivesse, necessariamente, condicionada às doutrinas religiosas, e sobretudo no período da história e cultura, ao qual, todas as concepções artísticas estavam regradas e determinadas a serviço da expansão de mensagens com cunhos religiosos, prática muito comum na era medieval. Do mesmo modo, tanto antes, como depois deste período, se observaram termos que conceituaram esta arte e seus estilos. Distanciando-se destas regras e concepções, a música passa a ganhar novas definições e classificações. Nesta época, a música em seu estado puro era denominada como música instrumental autonôma, e algum tempo depois foi classificada como música absoluta ou pura. A música absoluta era idealizada independente de qualquer atividade expressiva, textos ou representações em geral, e seu valor passou a estar ligado principalmente à criatividade do compositor e de sua ideia original. Nota-se neste momento a apreciação da música livre de qualquer mensagem filosófica ou religiosa e sem pretensões de representar algo externo. Em suma, considera-se música absoluta qualquer música que esteja alheia a uma narrativa, atenta apenas em ser música em sua própria essência. Opondo-se ao conceito de música absoluta, algum tempo depois e com grande destaque durante o romantismo, surge o conceito de música programática, que ao contrário da música absoluta, carece de um “programa” ao qual lhe confere emoções e fundamentos específicos para sua existência, tendo como intuito referenciar ideias e objeções além da música, caracterizando-a com histórias e com associações de imagens por parte do ouvinte. A música programática, configura-se como toda música relacionada com uma ideia ou sentimento exterior a qual o compositor tem por objetivo transmitir uma mensagem “programada” através dos sons instrumentais. A música programática, a princípio não tinha o poder de contar uma história concreta, já que os seus autores se inspiravam na natureza para compor suas obras. Foi apenas com o músico francês Hector Berlioz (1803-1869) e sua Sinfonia Fantástica , obra inspirada em um sonho, que a música programática passou a

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MÚSICA ABSOLUTA E MÚSICA PROGRAMÁTICA

Durante muito tempo, o juízo e valor da música na sociedade estavam ligados à ideia de que a música estivesse, necessariamente, condicionada às doutrinas religiosas, e sobretudo no período da história e cultura, ao qual, todas as concepções artísticas estavam regradas e determinadas a serviço da expansão de mensagens com cunhos religiosos, prática muito comum na era medieval. Do mesmo modo, tanto antes, como depois deste período, se observaram termos que conceituaram esta arte e seus estilos.

Distanciando-se destas regras e concepções, a música passa a ganhar novas definições e classificações. Nesta época, a música em seu estado puro era denominada como música instrumental autonôma, e algum tempo depois foi classificada como música absoluta ou pura. A música absoluta era idealizada independente de qualquer atividade expressiva, textos ou representações em geral, e seu valor passou a estar ligado principalmente à criatividade do compositor e de sua ideia original. Nota-se neste momento a apreciação da música livre de qualquer mensagem filosófica ou religiosa e sem pretensões de representar algo externo. Em suma, considera-se música absoluta qualquer música que esteja alheia a uma narrativa, atenta apenas em ser música em sua própria essência.

Opondo-se ao conceito de música absoluta, algum tempo depois e com grande destaque durante o romantismo, surge o conceito de música programática, que ao contrário da música absoluta, carece de um “programa” ao qual lhe confere emoções e fundamentos específicos para sua existência, tendo como intuito referenciar ideias e objeções além da música, caracterizando-a com histórias e com associações de imagens por parte do ouvinte. A música programática, configura-se como toda música relacionada com uma ideia ou sentimento exterior a qual o compositor tem por objetivo transmitir uma mensagem “programada” através dos sons instrumentais.

A música programática, a princípio não tinha o poder de contar uma história concreta, já que os seus autores se inspiravam na natureza para compor suas obras. Foi apenas com o músico francês Hector Berlioz (1803-1869) e sua Sinfonia Fantástica, obra inspirada em um sonho, que a música programática passou a ser considerada como música descritiva dramática. Na sequência, a ideia do músico francês, serviu como referência para outros músicos, que passaram a buscar inspirações em outros artistas e intelectuais da época, como escritores, poetas e filósofos renomados.

Ainda que a música programática encontre sua origem na base da música absoluta, o seu surgimento causou estranheza e críticas negativas aos mais conservadores que em um primeiro momento, por vezes, discutiram tais conceitos com rigor e veemência, pode-se dizer que tanto um conceito, quanto o outro, foram importantes para a história da música instrumental e para sua própria evolução enquanto arte.

Atualmente as diferenças e valores entre a música absoluta e a música programática, já não são pautas para discussões e levantamentos, dado o fato de que a música, seja qual for o estilo em que se enquadre, possui a mesma caracteristica envolvente dos sentidos por parte do ouvinte, diferenciando apenas a intensidade entre uma ou outra esperiência.

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A EVOLUÇÃO DOS MÉDIAS POR MARSHALL MCLUHAN

A contar de sua teoria de que o meio não é apenas um canal de comunicação entre o que se diz e o que ouve, e sim objeto importante para o processo comunicativo ao qual uma mensagem pode sofrer alterações através do meio em que é emitida, Marshall Mcluhan, passa a analisar a evolução mediática e as suas consequências na transformação da cultura humana e aponta para três períodos (galáxias) da história e faz uma relação entre cada um dos períodos com a maneira do homem pensar e interagir com o mundo em que habita.

O primeiro período identificado por Marshall é denominado cultura oral ou acústica, cujo teórico define como o período em que a sociedade não era alfabetizada e tinha a palavra oral como forma de comunicar-se com o mundo. Esta maneira assegurava ao homem a capacidade de estar em si, e por vezes articular com precisão seus sentimentos e discerni-los com conciência para enxergar e captar do mundo suas variações e múltiplas faces. Do mesmo modo a palavra oral era dotada de forças e riquezas ímpares, capazes de induzir a criatividade e de estimular a imaginação, dando abertura para o ouvinte criar a seu modo os fatos conforme sua própria imaginação o guiasse. Nessa época, o teórico ainda afirma que a palavra oral tem o poder de unir os homens, fazendo-os se relacionarem em grupos.

O seguinte período apontado, é o da cultura tipográfica ou visual, no qual ao contrário da cultura oral, é caracterizado pela sociedade alfabetizada e tinha a palavra escrita como meio de comunicação e maneira de interação entre o homem e a sociedade. A palavra escrita limitava-se a um sentido único, dando aos leitores a parcialidade de um fato contado apenas com um ponto de vista específico, considerado como o único existente e verdadeiro, em outras palavras, reduzia a capacidade de expressão e liberdade de comunicação entre os homens, limitando a sociedade quanto ao modo de pensar e distinguir os fatos do mundo plural em opniões singulares. Por outro lado, a comunicação escrita, através do surgimento da imprensa, passa a ser valorizada de outro modo, quando através de documentos e arquivos, constata-se a eternização dos fatos e palavras de uma época específica da sociedade, além de aportar outros grandes dados importantes para a memória de um povo.

O último período mencionado por Marshall em sua teoria é o período da cultura eletrônica, caracterizada pela sua agilidade e imediatez com que é difundida a notícia e de como é realizada a comunicação entre os homens. É a comunicação em massa, onde um único emissor tem a capacidade de comunicar-se com vários indivíduos através de experiências, por vezes distantes, e diferentes de outras realidades, associando ao conceito de globalização e uma aproximação social que agora se faz em grandes quantidades. Este tipo de comunicação, segundo o escritor e teórico, tem como base a integração sensorial, onde estimula de maneira direta a sensibilidade do expectador, dando-lhe novamente a possibilidade de expressão através da comunicação oral, devolvendo ao homem o poder e a riqueza da expressão através da palavra.

Conclui-se que apesar de contestadas e discutidas, as três culturas apontadas por Marshall Mcluhan em sua teoria, retratam de maneira assertiva a evolução do processo de comunicação da sociedade em geral, e que ao mesmo tempo em que nos remete ao passado e ao futuro, todas elas aportam pontos positivos e negativos para os processos de evolução sóciocultural da humanidade.

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BIBLIOGRAFIA

Bibliografia:

FIRMINO, Joaquim – Caderno de apoio. Cap I e II, Universidade Aberta.

MCLUHAN, Marshall – A galáxia de Gutemberg. Trad. Leonidas G. de Carvalho e

Anísio Teixeira, Cia Editora Nacional, pp 31-149.