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A PAZ DO SENHOR JESUS SEJA CONVOSCO
Estamos vivendo tempos de sede espiritual, onde heresias tm procurado se
instalar no meio da Igreja. No basta apenas termos talentos naturais ou
compreenso das conseqncias das crises que o mundo atravessa.
Precisamos, exercer influncias com nosso testemunho perante os que
dispomos a ensinar a Palavra de Deus. Esse treinamento compacto e objetivo
da Teologia Sistemtica muito importante porque nos dar ampla viso da
teologia Divina, atrair futuros lderes ao aprendizado e criar um ambiente mais
espiritual na nossa Igreja (Koinonia). Aprendizados errados geram desastres e
resistncia Obra de Deus.
Somente o correto de forma correta leva ao sucesso, na conscincia e
submisso ao Esprito Santo que rege a Igreja. Temos que combinar estratgias
de ensino com o nosso carter revelado em nossas vidas; devemos incentivar a
confiana dos alunos na Escritura, com coerncia e potencial.
Temos capacidade, em Deus, de mudarmos o mundo, comeando do mundo
interior das conscincias humanas dos alunos, que se tornaro futuros
evangelizadores capacitados na Palavra de Deus.
No preguemos a verdade para ferirmos os outros ou para destruir, mas para
ajudar e corrigir as almas, com amor, esperando que Deus lhes conceda o
entendimento do Reino dos Cus.
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DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM RESPONSABILIDADE
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM ORAO.
A Palavra de Deus discernida espiritualmente. Por isso, devemos orar pedindo
a Deus que abra os nossos olhos para podermos ver as maravilhas de sua lei (1
Co 2.14; Sl 119.18). Entender a Bblia uma virtude espiritual que somente
Deus pode nos dar (Ef 1.17-19). A qualidade de nosso estudo teolgico passa
pela qualidade de nossa espiritualidade, que se manifesta numa vida de
dependncia de Deus pela orao.
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM HUMILDADE.
A Bblia diz que Deus se ope aos orgulhosos, mas concede graa aos
humildes (1 Pe 5.5). medida que aprendemos das Escrituras, devemos ter o
cuidado de no nos orgulharmos, assumindo assim uma atitude de
superioridade em relao queles que no conhecem o que temos estudado.
Para evitar o orgulho, devemos associar o conhecimento ao amor (1 Co 8.1).
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM A RAZO.
Podemos e devemos usar nossa razo para estudar e tirar concluses do
estudo das Escrituras Sagradas, mas nunca fazer dedues que contradiga o
que a prpria Bblia diz. Nossas concluses lgicas podem muitas vezes ser
errneas, pois os pensamentos de Deus so mais altos que os nossos
pensamentos (Isaias 55.8-9). A Bblia a essncia da verdade, e todo o seu
contedo justo e permanente (Salmos 119.160). Toda concluso lgica que
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tivermos ao estudar teologia, deve estar em harmonia com toda a Bblia. Caso
contrrio, nossa lgica est enganada, pois a Bblia no se contradiz jamais.
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM A AJUDA DE OUTROS.
Deus estabeleceu mestres na igreja e seminrios de teologia (1 Co 12.28). Isso
significa que devemos ler livros escritos por telogos e seminrios preparados
como o Seminrio Gospel. Conversar com outros cristos sobre teologia
tambm uma excelente maneira de conhecer mais sobre Deus.
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COMPILANDO PASSAGENS BBLICAS.
O uso de uma boa concordncia bblica nos ajudar a procurar palavras-chave
sobre determinado assunto. Resumir versculos relevantes e estudar passagens
difceis tambm ajuda. grande a alegria ao descobrir temas bblicos. a
recompensa do prprio estudo.
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM ALEGRIA.
No podemos estudar teologia de forma fria, pois ela trata do Deus vivo e de
suas maravilhas. O estudo da Bblia uma maneira de amar a Deus de todo o
corao (Dt 6.5), pois seus ensinamentos do alegria ao corao, so grandes
riquezas (Sl 19.8; 119.14). No estudo da teologia somos levados a dizer:
profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quo
insondveis so os seus juzos e inescrutveis os seus caminhos! Quem
conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe
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deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele so todas as
coisas. A ele seja a glria para sempre! Amm (Rm 11.33-36).
CURIOSIDADES BBLICAS:
A palavra Bblia vem do grego, atravs do latim, e significa: livros.
Os primeiros materiais utilizados para as escrituras foram: a pedra, usada por
Moiss para receber os dez mandamentos (xodo 24:12 e 34:1); o papiro,
material extrado de uma planta aqutica desse mesmo nome (J 8:11; Isaas
18:2); de papiro deriva o termo papel (II Joo 12) e o pergaminho, pele de
animais, curtida e preparada para escrita, usado a partir do incio do sculo i, na
sia menor (II Timteo 4:13).
A Bblia inteira foi escrita num perodo que abrange mais de 1600 anos.
A Bblia foi o primeiro livro impresso no mundo aps a inveno do prelo, em
1452 em Mainz, Alemanha.
A primeira Bblia em portugus foi impressa em 1748, a traduo foi feita a partir
da vulgata latina e iniciou-se com d. diniz (1279-1325).
A diviso em captulos foi introduzida pelo professor universitrio parisiense
Stephen langton, em 1227, que viria a ser eleito bispo de canturia pouco tempo
depois.
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A diviso em versculos foi introduzida em 1551, pelo impressor parisiense
Robert Stephanus. Ambas as divises tinham por objetivo facilitar a consulta e
as citaes bblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus;
O versculo central da Bblia o Salmo 118:8, o qual divide a mesma ao meio.
Os livros de Ester e cantares de Salomo no possuem a palavra Deus.
A frase no temas, ocorre 365 vezes em toda a Bblia, o que d uma para cada
dia do ano!
H 3573 promessas na Bblia.
O antigo testamento encerra citando a palavra maldio, o novo testamento
encerra citando a graa de nosso Senhor Jesus Cristo.
A Bblia completa pode ser lida em 70 horas e 40 minutos, na cadncia de leitura
de plpito. O antigo testamento leva 52 horas e 20 minutos. O novo testamento,
18 horas e 20 minutos. Para ler a Bblia toda em um ano basta ler 5 captulos
aos domingos e 3 nos demais dias da semana.
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COMO PODEMOS SABER SE A BBLIA INFALVEL?
A PRPRIA BBLIA O AFIRMA:
A Bblia afirma em vrias passagens acerca de si mesma que ela a palavra de
Deus e no contem erros (II Timteo 3:16-17; II Pedro 1:20-21; Mateus 24:35)
A expresso "assim diz o senhor" e equivalentes encontram-se cerca de 3.800
vezes na Bblia.
Se alguma falha for encontrada na Bblia, ser sempre do lado humano, como
traduo mal feita, grafia inexata, interpretao forada, m compreenso de
quem estuda, falsa aplicao quanto aos sentidos do texto, etc. saibamos refletir
como Agostinho, que disse: num caso desse, deve haver erro do copista, que
no consigo entender...
A BBLIA FAZ REFERNCIA A FATOS ATUAIS:
A primeira citao da redondeza da terra feita na Bblia, e no por Galileu
Galileu (Isaas 40: 22).
O trnsito pesado e veloz, os cruzamentos e os faris acesos aparecem
descritos exatamente como so hoje (Naum 2:4).
A mensagem atravs de "out-doors" uma citao bblica
detalhada (Habacuque 2: 2).
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A primeira referncia a impresses digitais aparece no livro mais antigo da
Bblia (J 37:7).
A UNIDADE DA BBLIA UM MILAGRE:
Unidade da Bblia s pode ser explicada como um milagre. H nela 66 livros,
escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um perodo de 16 sculos. Esses
homens tinham diferentes atividades e escreveram sob diferentes situaes.
Na maior parte dos casos no se conhecem e nada sabiam sobre o que j havia
sido escrito pelos outros. Tudo isto somando num livro puramente humano daria
uma babel indecifrvel!
A BBLIA TEM UM NICO TEMA CENTRAL:
o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo declara em Lucas 24: 27, 44 e Joo 5:39.
Considerando Cristo como o tema central da Bblia, os 66 livros apontam para
Ele:
Gnesis: Jesus o descendente da mulher (3:15)
xodo: o cordeiro pascal (12:5-13)
Levticos: o sacrifcio expiatrio (4:14,21)
Nmeros: a rocha ferida (20:7-13)
Deuteronmio: o profeta (18:15)
Josu: o prncipe dos exrcitos do senhor (5:14)
Juzes: o libertador (3:9)
Rute: o parente divino (3:12)
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Reis e Crnicas: o rei prometido (I Reis 4:34)
Ester: a providncia divina (4:14)
J: o nosso redentor (19:25)
Salmos: o nosso socorro e alegria (46:1)
Provrbios: a sabedoria de Deus (8:22-36)
Cantares: o nosso amado (2:8)
Eclesiastes: o pregador perfeito (12:10)
Profetas: o messias prometido (Mateus 2:6)
Evangelhos: o salvador do mundo (Joo 3)
Atos: o cristo ressurgido (2:24)
Epstolas: a cabea da igreja (Efsios 4:14)
Apocalipse: o alfa e o mega (22:13)
Podemos afirmar que a Bblia a palavra de Deus, nossa nica regra de f e
prtica e infalvel, nenhuma de suas promessas jamais falhou e seguir suas
orientaes garantia de sucesso em todas as reas da vida.
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PRIMEIRO MDULO
INTRODUO TEOLOGIA SISTEMTICA
A Teologia Sistemtica uma importante ferramenta em nos ajudar a
compreender e ensinar a Bblia de uma forma organizada.
DEFINIO DE TEOLOGIA SISTEMTICA
A palavra teologia derivada dos termos gregos theos, que significa Deus
e iogos, que significa palavra, discurso, tratado ou estudo. A Teologia
pode ento ser conceituada, do modo mais simples, como a cincia do estudo
de Deus. O seu campo estendido no apenas pessoa de Deus, mas
tambm s Suas obras, de forma que ela tem sido chamada de o estudo de
Deus e de sua relao para com o Universo,Sistematizar, por sua vez,
reduzir diversos elementos a um sistema ou agrupar em um corpo de
doutrina. Sistemtico, portanto, aquilo que segue um sistema, uma
ordenao, um mtodo.
Quando se aplica o adjetivo a essa disciplina da enciclopdia teolgica no se
quer dizer que outras disciplinas (como a exegese ou a teologia bblica) no
seguem qualquer sistema, mas que a Teologia Sistemtica que procura
oferecer a verdade acerca de Deus e sua obra, apresentada na Bblia, como um
todo, como um sistema unificado.
Teologia Sistemtica qualquer estudo que responda pergunta: O que a
Bblia toda nos ensina hoje? sobre qualquer assunto. (John Frame,
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Westminister Seminary, Escondido, Califrnia EUA). Essa definio ndica que
Teologia Sistemtica envolve coletar e compreender todas as passagens
relevantes na Bblia sobre vrios assuntos e ento resumir seus ensinos
claramente de modo que conheamos aquilo que cremos sobre cada assunto.
OUTRAS DEFINIES DE TEOLOGIA
ALEXANDER:
A cincia de Deus. Um resumo da verdade religiosa cientificamente arranjada,
ou uma coleo filosfica de todo o conhecimento religioso (W. Lindsay
Alexander).
CHAFER:
Teologia sistemtica pode ser definida como a coleo, cientificamente
arrumada, comparada, exibida e defendida de todos os fatos de toda e qualquer
fonte referentes a Deus e s Suas obras. Ela temtica porque segue uma
forma de tese humanamente idealizada, e apresenta e verifica a verdade como
verdade (Lewis Sperry Chafer).
HODGE:
A teologia sistemtica tem por objetivo sistematizar os fatos da Bblia, e
averiguar os princpios ou verdades gerais que tais fatos envolvem (Charles
Hodge).
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THOMAS:
A cincia a expresso tcnica das leis da natureza; a teologia a expresso
tcnica da revelao de Deus. Faz parte da teologia examinar todos os fatos
espirituais da revelao, calcular o seu valor e arranj-los em um corpo de
ensinamentos. A doutrina, assim, corresponde s generalizaes da cincia (W.
H. Griffith Thomas)
STRONG:
A cincia de Deus e dos relacionamentos de Deus com o universo (A. H.
Strong).
SHEDD:
Uma cincia que se preocupa com o infinito e o finito, com Deus e o universo. O
material, portanto, que abrange mais vasto do que qualquer outra cincia.
Tambm a mais necessria de todas as cincias (W. G. T. Shedd).
DEFINIES ERRADAS:
Para definir teologia foram empregados alguns termos enganadores e
injustificados. J se declarou que ela "a cincia da religio"; mas o termo
religio de maneira nenhuma um sinnimo da Pessoa de Deus e de toda a
Sua obra. Da mesma forma j se disse que ela "o tratamento cientfico
daquelas verdades que se encontram na Bblia; mas esta cincia, embora extrai
poro maior do seu material das Escrituras, extrai tambm o seu material de
toda e qualquer fonte. A teologia sistemtica tambm tem sido definida como o
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arranjo ordeiro da doutrina crist; mas como o cristianismo representa apenas
uma simples frao de todo o campo da verdade relativa Pessoa de Deus e o
Seu universo, esta definio no adequada.
OUTRAS AREAS DA TEOLOGIA ABORDADAS EM CURSOS DE
BACHAREIS EM TEOLOGIA DO SEMINRIOGOSPEL.COM
TEOLOGIA BBLICA:
Investiga a verdade de Deus e o Seu universo no seu desenvolvimento
divinamente ordenado e no seu ambiente histrico conforme nos apresentados
diversos livros da Bblia. A teologia bblica a exposio do contedo doutrinrio
e tico da Bblia, conforme originalmente revelada. A teologia bblica extrai o seu
material exclusivamente da Bblia, seu perodo compreende somente at o final
da era apostlica.
TEOLOGIA DOGMTICA:
a sistematizao e defesa das doutrinas expressas nos smbolos da Igreja.
Assim temos "Dogmtica Crist", por H. Martensen, com uma exposio e
defesa da doutrina luterana; "Teologia Dogmtica", por Wm. G. T. Shedd, como
uma exposio da Confisso de Westminster e de outros smbolos
presbiterianos; e "Teologia Sistemtica", por Louis Berkhof, como uma
exposio da teologia reformada.
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TEOLOGIA EXEGTICA:
Estuda o Texto Sagrado e assuntos relacionados, atravs do estudo das
lnguas originais, da arqueologia bblica, da hermenutica bblica e da teologia
bblica.
TEOLOGIA HISTRICA:
Considera o desenvolvimento histrico da doutrina, mas tambm investiga as
variaes sectrias e herticas da verdade. Ela abrange histria bblica, histria
da igreja, histria das misses, histria da doutrina e histria dos credos e
confisses. A teologia histrica tem seu perodo compreendido desde a era
apostlica at os dias atuais.
TEOLOGIA NATURAL:
Estuda fatos que se referem a Deus e Seu universo que se encontra revelado na
natureza.
TEOLOGIA PRTICA:
Trata da aplicao da verdade aos coraes dos homens trazidas pelos outros
ramos da teologia, sobretudo a sistemtica. Ela busca aplicar vida prtica os
ensinamentos das outras teologias, para edificao, educao, e aprimoramento
do servio dos homens. Ela abrange os cursos de homiltica, administrao da
igreja, liderana liturgia, educao crist e misses.
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OBJETIVO DA TEOLOGIA
A coleo, o arranjo lgico, a comparao, a exposio e a defesa de todos os
fatos de todas as fontes com respeito a Deus e Suas relaes com o Universo
(Paul Davidson, Vol. I, p. 2).
O papel da Teologia como cincia no criar fatos, mas descobri-los e
apresentar a relao deles entre si. Os fatos com que lida a Teologia esto na
Bblia (Paul Davidson, idem).
LIMITAES AO CONHECIMENTO TEOLGICO
Limitaes da mente humana (Rm 11:33; 2 Pe 3:16);
Limitaes da linguagem humana (2 Co 12:4);
Restries colocadas pelo prprio Deus (Deuteronmio 29:29; Provrbios 25:2;
Marcos 13:32; J 16:12; Atos 1:7).
Para chegarmos organizao que temos hoje, foram necessrios anos de
estudos e combate s heresias. Aps a era apostlica (morte dos apstolos)
surgiram figuras de muita importncia no cenrio cristo, os apologistas,
estudiosos cristos que defendiam a f diante das heresias que surgiam em sua
poca, como Justino Mrtir, Tertuliano, Irineu entre outros (100 451 d.c.). Essa
apologtica contribuiu em muito para a organizao das doutrinas bblicas como
as temos hoje.
17
A NATUREZA DA DOUTRINA
A Bblia Sagrada d grande relevncia doutrina, e afirma fornecer o material
prprio para seu contedo. Ela enftica em sua condenao contra o que
falso. Adverte contra as "doutrinas dos homens" (Cl. 2.22); contra a "doutrina
dos fariseus" (Mt. 16.12); contra os "ensinos de demnios" (I Tim. 4.1); contra os
que ensinam "doutrinas que so preceitos de homens" (Mc. 7.7); contra os que
"so levados ao redor por todo vento de doutrina" (Ef.4.14).
No entanto, se por um lado a Bblia condena o falso profeta, por outro exorta e
recomenda a verdadeira doutrina. Entre outras coisas para a doutrina que "da
Escritura ... til para o ensino" (2 Tim. 3.16). Portanto, nas Escrituras a doutrina
reputada como "boa" (I Tim. 4.6); "s" (I Tim. 1.10); "segundo a piedade" (I
Tim. 6.3); "de Deus" (Tt. 2.10), e "de Cristo" (II Jo.9).
Para alguns cristos, a palavra "doutrina" pode se mostrar um tanto
ameaadora. Ela evoca vises de crenas muito tcnicas, difceis e abstratas,
talvez apresentadas de forma dogmtica. Doutrina, entretanto, no isso.
A doutrina crist apenas a declarao das crenas mais fundamentais do
cristo: crenas sobre a natureza de Deus; sobre sua ao; sobre ns, que
somos suas criaturas; e sobre o que Deus fez para nos trazer comunho com
ele.
Longe de serem ridas ou abstratas, so as espcies mais importantes de verdades. So
declaraes sobre as questes fundamentais da vida, ou seja, quem sou eu? Qual o
sentido ltimo do universo? Para onde vou? A doutrina crist, portanto, constitui-se
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das respostas que o cristo d quelas perguntas que todos os seres humanos
fazem.
A doutrina lida como verdades gerais ou atemporais sobre Deus e sobre o
restante da realidade. No apenas um estudo de eventos histricos
especficos tais como o que Deus fez, mas da prpria natureza do Deus que
atua na histria.
Crenas doutrinrias corretas so essenciais no relacionamento entre o cristo e
Deus. Assim, por exemplo, o autor de Hebreus disse: De fato, sem f
impossvel agradar a Deus, portanto necessrio que aquele que se aproxima
de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Hb.
11.6).
Tambm importante para um relacionamento adequado com Deus a crena na
humanidade de Jesus; Joo escreveu: " Nisto reconheceis o Esprito de Deus:
todo esprito que confessa que Jesus Cristo veio em carne de Deus" (I Jo 4.2).
Paulo destacou a importncia da crena na ressurreio de Cristo: " Se voc
confessar com a boca que Jesus Senhor e crer em seu corao que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, ser salvo. Pois com o corao se cr para justia,
e com a boca se confessa para salvao" (Rom. 10.9,10,NIV).
A IMPORTNCIA DA TEOLOGIA
comum em nossas igrejas, principalmente as pentecostais, existir um
sentimento de negativismo em relao teologia, certa vez ouvi um obreiro
19
dizer o seguinte: eu no compro uma Bblia de estudo porque contm teologia de
homens, Bblias de estudo parte, esta opinio equivocada tem contribudo para que o
ensino teolgico seja colocado margem, talvez por um desconhecimento da teologia e
seus efeitos na vida crist individual e da igreja. A importncia da teologia se d em
alguns aspectos:
SATISFAZ A MENTE HUMANA
Deus quando criou o homem, deu-lhe uma capacidade especial, o intelecto, a
razo, ou raciocnio, da mente humana querer entender o que est ao seu
redor, o homem no concebe viver sem entender a vida, j dizia o filsofo
Scrates uma vida sem reflexo no merece ser vivida. A teologia como
cincia humana, vem para tentar preencher a lacuna do entendimento humano
acerca de Deus, fundamentando-se no que Ele revelou em sua Palavra, a Bblia,
que a fonte primria da teologia (Mateus 22.37).
AJUDA NA FORMAO DO CARTER CRISTO
A teologia injeta em nosso intelecto um conhecimento sobre Deus que influi no
desenvolvimento do nosso carter cristo, moldando a nossa mente para tornar-
se parecida com a de Cristo, ter uma mente crist ver o mundo com a lente
dos ensinamentos de Cristo.
Ter a mente crist compreender o mundo ao nosso redor, influenciados pela
verdade de Deus, a ponto de, mesmo imperfeitamente, pensarmos os
pensamentos de Deus a respeito de qualquer assunto: desde o salrio digno de
uma empregada domstica que tem duas crianas para cuidar e alimentar at as
implicaes ticas da biogentica. Entre outras coisas, ter a mente crist
20
tambm fazer a anlise de um filme ou de uma novela, luz do ensino do evangelho. (R.
RAMOS, 2003, p. 20)
SERVE PARA PUREZA E DEFESA DO CRISTIANISMO
Ao longo da histria da Igreja, surgiram, e ainda surgem muitas teorias,
doutrinas, correntes, heresias e afins. Para que a igreja esteja preparada para
combater isso e manter uma doutrina bblica pura, sua teologia precisa estar
fundamenta da Bblia, alguns movimentos religiosos tm sua doutrina
fundamentada em teorias que foram combatidas ainda pelos pais da igreja, a
doutrina da trindade um exemplo disso.
CONTRIBUI PARA O AVANO DO EVANGELHO
A Igreja avana de forma sadia quando compreende o significado do evangelho,
sendo capaz de dar uma explicao inteligvel da verdade a outrem. Os lderes
da Igreja tm a responsabilidade de cuidar do desenvolvimento do rebanho (Ef.
4.11-14).
FUNDAMENTA A PRTICA CRIST
Para o cristo imprescindvel entender as escrituras para por em prtica os
seus mandamentos, a qualidade da nossa espiritualidade proporcional
qualidade do nosso entendimento da Bblia.
21
AS ESCRITURAS
2 Timteo 3.16,17 Toda Escritura divinamente inspirada proveitosa para
ensinar, para redargir, para corrigir, para instruir em justia, para que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente instrudo para toda boa obra.
O termo Escritura, conforme se encontra em 2 Timteo 3.16, refere-se
principalmente aos escritos do Antigo Testamento(3.15). H evidncias, porm,
de que escritos do Novo Testamento j eram considerados Escritura
divinamente inspirada por volta do perodo em que Paulo escreveu 2 Timteo
(1Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2Pe 3.15,16). Para ns, hoje, a Escritura refere-se aos
escritos divinamente inspirados tanto do Antigo Testamento quanto do Novo
Testamento. So (os escritos) a mensagem original de Deus para a
humanidade, e o nico testemunho infalvel da graa salvfica de Deus para
todas as pessoas.
Paulo afirma que toda a Escritura inspirada por Deus. A palavra inspirada (gr.
theopneustos) provm de duas palavras gregas: Theos, que significa Deus, e
pneuo, que significa respirar. Sendo assim, inspirado significa respirado por
Deus. Toda a Escritura, portanto, respirada por Deus; a prpria vida e
Palavra de Deus. A Bblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, no
contm erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalvel. Esta
verdade permanece inabalvel, no somente quando a Bblia trata da salvao,
dos valores ticos e da moral, como tambm est isenta de erro em tudo aquilo
22
que ela trata, inclusive a histria e o cosmos cf. 2Pe 1.20,21; veja tambm a
atitude do salmista para com as Escrituras no Salmos 119).
Os escritores do Antigo Testamento estavam conscientes de que o que
disseram ao povo e o que escreveram a Palavra de Deus (ver Dt 18.18; 2Sm
23.2). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expresso:
Assim diz o Senhor.
Jesus tambm ensinou que a Escritura a inspirada Palavra de Deus at em
seus mnimos detalhes (Mateus 5.18). Afirmou, tambm, que tudo quanto Ele
disse foi recebido da parte do Pai e verdadeiro (Jo 5.19, 30,31; 7.16; 8.26). Ele
falou da revelao divina ainda futura (a verdade revelada do restante do Novo
Testamento), da parte do Esprito Santo atravs dos apstolos (Jo 16.13; cf.
14.16,17; 15.26,27).
Negar a inspirao plenria das Sagradas Escrituras, portanto, desprezar o
testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mateus 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.25-
27, 44,45; Jo 10.35), do Esprito Santo (Jo 15.26; 16.13; 1Co 2.12-13; 1Tm 4.1)
e dos apstolos (3.16; 2Pe 1.20,21). Alm disso, limitar ou descartar a sua
inerrncia depreciar sua autoridade divina.
Na sua ao de inspirar os escritores pelo seu Esprito, Deus, sem violar a
personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16;
2Pe 1.20,21; ver 1Co 2.12,13 notas).
23
A inspirada Palavra de Deus a expresso da sabedoria e do carter de Deus e
pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual atravs da f em Cristo
(Mateus 4.4; Jo 6.63; 2 Timteo 3.15; 1Pe 2.2).
As Sagradas Escrituras so o testemunho infalvel e verdadeiro de Deus, na sua
atividade salvfica a favor da humanidade, em Cristo Jesus. Por isso, as
Escrituras so incomparveis, eternamente completas e incomparavelmente
obrigatrias. Nenhuma palavra de homens ou declaraes de instituies
religiosas igualam-se autoridade delas.
Qualquer doutrina, comentrio, interpretao, explicao e tradio deve ser
julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt
13.3).
As Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, cridas e
obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencentes vida
e piedade (Mateus 5.17-19; Jo 14.21; 15.10; 2 Timteo 3.15,16; ver x 20.3).
Na Igreja, a Bblia deve ser a autoridade final em todas as questes de ensino,
de repreenso, de correo, de doutrina e de instruo na justia (2 Timteo
3.16,17). Ningum pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submisso
a Deus e sua Palavra como a autoridade mxima (Jo 8.31,32, 37).
S podemos entender devidamente a Bblia se estivermos em harmonia com o
Esprito Santo. Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu
sentido, e quem d testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1Co
2.12).
24
Devemos nos firmar na inspirada Palavra de Deus para vencer o poder do
pecado, de Satans e do mundo em nossas vidas (Mateus 4.4; Ef 6.12,17; Tg
1.21).
Todos devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as
como a nica verdade de Deus para um mundo perdido e moribundo. Devemos
manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos,
proclamando a sua mensagem salvfica, confiando-as a homens fiis, e
defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades
eternas (ver Fp 1.16; 2 Timteo 1.13,14 notas; 2.2; Jd 3). Ningum tem
autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2
nota; Apocalipse 22.19 nota).
Um fato final a ser observado aqui. A Bblia infalvel na sua inspirao somente
no texto original dos livros que lhe so inerentes. Logo, sempre que acharmos
nas Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invs de pressupor que o
escritor daquele texto bblico cometeu um engano, devemos ter em mente trs
possibilidades no tocante a um tal suposto problema:
(a) as cpias existentes do manuscrito bblico original podem conter inexatido;
(b) as tradues atualmente existentes do texto bblico grego ou hebraico podem
conter falhas; ou
(c) a nossa prpria compreenso do texto bblico pode ser incompleta ou
incorreta.
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A DOUTRINA DE DEUS
DEFINIES BBLICAS:
As expresses "Deus Esprito" (Jo. 4: 24) e "Deus Luz " ( I Jo.1:5), so
expresses da natureza essencial de Deus, enquanto que a expresso "Deus
amor" ( I Jo. 4:7) expresso de Sua personalidade. ( I Tm.6:16)
DEFINIO CRIST DO BREVE CATECISMO:
Deus um Esprito, infinito, eterno e imutvel em Seu Ser, sabedoria, poder,
santidade, justia, bondade e verdade.
DEFINIO FILOSFICA DE PLATO:
Deus o comeo, o meio e o fim de todas as coisas. Ele a mente ou razo
suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno, imutvel, onisciente,
onipotente; tudo permeia e tudo controla; justo, santo, sbio e bom; o
absolutamente perfeito, o comeo de toda a verdade, a fonte de toda a lei e
justia, a origem de toda a ordem e beleza e, especialmente, a causa de todo o
bem.
DEFINIO COMBINADA: Deus um esprito infinito e perfeito em quem todas
as coisas tm sua origem, sustentao e fim (Jo. 4:24; Ne. 9:6; Apocalipse l:8;
Is. 48:12; Apocalipse 1:17).
26
A EXISTNCIA DE DEUS
TEORIAS SOBRE A EXISTNCIA DE DEUS:
ATESMO: Nega a existncia terica e prtica de Deus.
DESMO: Deus criou, mas se retirou e deixa a criao sua prpria sorte. No
interfere.
PANTESMO: Deus uma fora impessoal que est presente em tudo.
TESMO: Existe um Deus, vivo e pessoal, que criou e governa todas as coisas.
No se pode duvidar da existncia de ateus prticos, visto que tanto a Escritura
como a experincia a atestam. A respeito dos mpios o Salmo 14.1 declara: Diz
o insensato no seu corao: no h Deus (Salmos 10.4b). E Paulo lembra aos
Efsios que eles tinham estado anteriormente sem Deus no mundo, Efsios
2.12. A experincia tambm d abundante testemunho da presena deles no
mundo. Eles no so necessariamente mpios notrios aos olhos dos homens,
mas podem pertencer aos assim chamados homens decentes do mundo,
embora consideravelmente indiferentes para com as coisas espirituais.
Tais pessoas muitas vezes tm a conscincia do fato de que esto em
desarmonia com Deus, tremem ao pensar em defront-lo e procuram esquec-
lo. Parecem Ter um secreto prazer em exibir o seu atesmo quando tudo vai
bem, mas sabido que dobram os seus joelhos em orao quando sua vida
entra repentinamente em perigo. Na poca presente, milhares desses ateus
prticos pertencem Associao Americana para o Progresso do Atesmo.
27
Para ns a existncia de Deus a grande pressuposio da teologia. No h
sentido em falar-se do conhecimento de Deus, se no se admite que Deus
existe. A pressuposio da teologia crist um tipo muito definido. A suposio
no apenas de que h alguma coisa, alguma idia ou ideal, algum poder ou
tendncia com propsito, a que se possa aplicar o nome de Deus, mas que h
um ser pessoal auto-consciente, auto-existente, que a origem de todas as
coisas e que transcende a criao inteira, mas ao mesmo tempo imanente em
cada parte da criao.
Pode-se levantar a questo se esta suposio razovel, questo que pode ser
respondida na afirmativa. No significa, contudo, que a existncia de Deus
passvel de uma demonstrao lgica que no deixa lugar nenhum para dvida;
mas significa, sim, que, embora verdade da existncia de Deus seja aceita pela
f, esta f, se baseia numa informao confivel.
Embora a teologia reformada considere a existncia de Deus como
pressuposio inteiramente razovel, no se arroga a capacidade de demonstrar
isto por meio de uma argumentao racional.
Dr. Kuyper fala como segue da tentativa de faz-lo: A tentativa de provar a
existncia de Deus ou intil ou um fracasso. intil se o pesquisador
acredita que Deus recompensa aqueles que O procuram. um fracasso se, se
trata de uma tentativa de forar, mediante argumentao, ao reconhecimento,
num sentido lgico, uma pessoa que no tem esta pistis
28
ACEITAR A EXISTENCIA DE DEUS PELA F
O Cristo aceita a verdade da existncia de Deus pela f. Mas esta f no
uma f cega, mas f baseada em provas, e as provas se acham, primariamente,
na Escritura como a Palavra de Deus inspirada, e, secundariamente, na
revelao de Deus na natureza. A prova bblica sobre este ponto no nos vem
na forma de uma declarao explcita, e muito menos na forma de um
argumento lgico. Nesse sentido a Bblia no prova a existncia de Deus.
O que mais se aproxima de uma declarao talvez seja o que lemos em
Hebreus 11:6 necessrio que aquele que se aproxima de Deus creia que
Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. A Bblia pressupe a
existncia de Deus em sua declarao inicial, No principio criou Deus os cus e
a terra. Ela no somente descreve a Deus como o Criador de todas as coisas,
mas tambm como o Sustentador de todas as Suas criaturas. E como o
Governador de indivduos e naes. Ela testifica o fato de que Deus opera todas
as coisas de acordo com o conselho da Sua vontade, e revela a gradativa
realizao do Seu grandioso propsito de redeno.
O preparo para esta obra, especialmente na escolha e direo do povo de Israel
na velha aliana, v-se claramente no Velho Testamento, e a sua culminao
inicial na Pessoa e Obra de Cristo ergue-se com grande clareza nas pginas do
Novo testamento. V-se Deus em quase todas as pginas da Escritura Sagrada
em que Ele se revela em palavras e atos. Esta revelao de Deus constitui a
base da nossa f na existncia de Deus, e a torna uma f inteiramente razovel.
29
Deve-se notar, contudo, que somente pela f que aceitamos a revelao de
Deus e que obtemos uma real compreenso do seu contedo. Disse Jesus, Se
algum quiser fazer a vontade dEle, conhecer a respeito da doutrina, se ela
de Deus ou se eu falo por mim mesmo, Joo 7.17. este conhecimento
intensivo, resultante de ntima comunho com Deus, que Osias tem em mente
quando diz, Conheamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor, Osias 6.3.
O incrdulo no tem nenhuma real compreenso da palavra de Deus. As
palavras de Paulo so pertinentes nesta conexo: Onde est o sbio? Onde o
escriba? Onde o inquiridor deste sculo? Porventura no tornou Deus louca a
sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo no o
conheceu por sua prpria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crem, pela
loucura da pregao, 1 Corntios 1.20, 21.
PROVAS RACIONAIS DA EXISTNCIA DE DEUS.
No transcurso do tempo foram elaborados alguns argumentos em favor da
existncia de Deus. Acharam ponto de apoio na teologia, especialmente pela
influncia de Wolff. Alguns deles j tinham sido sugeridos, em essncia, por
Plato e Aristteles, e outros foram acrescentados modernamente por
estudiosos da filosofia da religio. Somente os mais comuns podem ser
apresentados aqui.
O ARGUMENTO ONTOLGICO.
30
Este argumento foi apresentado em vrias formas por Anselmo, Descartes,
Samuel Clark, e outros. Foi apresentado em sua mais perfeita forma por
Anselmo. Este argumenta que o homem tem a idia de um ser absolutamente
perfeito; que a existncia atributo de perfeio; e que, portanto, um ser
absolutamente perfeito tem que existir. Mas evidente que no podemos tirar
uma concluso quanto existncia real partindo de um pensamento abstrato.
O fato de que temos uma idia de Deus ainda no prova a Sua existncia
objetiva. Alm disto, este argumento pressupe tacitamente como j existente
na mente humana o prprio conhecimento da existncia de Deus que teria que
derivar de uma demonstrao lgica. Kant declarou, com nfase, insustentvel
este argumento, mas Hegel o aclamou como um grande argumento em favor da
existncia de Deus. Alguns idealistas modernos sugeriram que ele poderia ser
proposto de forma um tanto diferente, como a que Hocking chamou, O registro
da experincia. Em virtude podemos dizer: Tenho idia de Deus: portanto,
tenho experincia de Deus.
O ARGUMENTO COSMOLGICO.
Este argumento tem aparecido em diversas formas. Em geral se apresenta
como segue: Cada coisa existente no mundo tem que ter uma causa adequada;
sendo assim, o universo tambm tem que ter uma causa adequada, isto , uma
causa indefinidamente grande. Contudo, o argumento no produz convico, em
geral. Hume questionou a prpria lei de causa e efeito, e Kant assinalou que, se
tudo que existe tem uma causa adequada, isto se aplica tambm a Deus, e,
assim, somos suposio de que o cosmo teve uma causa nica, uma causa
pessoal e absoluta, e, portanto, no prova a existncia de Deus. Esta dificuldade
31
levou a uma construo ligeiramente diversa do argumento como, por exemplo,
a que B.P.Bowne fez.
O universo material aparece como sistema interativo e, portanto, como uma
unidade que consiste de vrias partes. Da, deve haver um Agente Integrante
que veicule a interao das vrias partes ou constitua a base dinmica da
existncia delas.
O ARGUMENTO TELEOLGICO.
Este argumento tambm causal e, na verdade, apenas uma extenso do
imediatamente anterior. Pode ser exposto da seguinte forma: Em toda parte o
mundo revela inteligncia, ordem, harmonia e propsito, e assim implica a
existncia de um ser inteligente e com propsito, apropriado para a produo de
um mundo como este. Kant considera este argumento o melhor dos trs que
mencionamos, mas alega que ele no prova a existncia de Deus, nem de um
criador, mas somente a de um grande arquiteto que modelou o mundo.
superior ao argumento cosmolgico no sentido de que explicita aquilo que no
firmado no anterior, a saber, que o mundo contm evidncias de inteligncia e
propsito. No se segue necessariamente que este ser o Criador do mundo.
A prova teolgica. Diz Wright. indica apenas a provvel existncia de uma
mente que, ao menos em considervel medida, controla o processo do mundo,
suficiente para explicar a quantidade de teleologia que nele transparece. Hegel
considerava este argumento vlido, mas o tratava como um argumento
subordinado. Os telogos sociais dos nossos dias rejeitam-no, juntamente com
todos os outros argumentos, como puro refugo, mas os neotestas o aceitam.
32
O ARGUMENTO MORAL.
Como os outros argumentos, este tambm assumiu diferentes formas. Kant
tomou seu ponto de partida no imperativo categrico, e deste deferiu a
existncia de algum que, como legislador e juiz, tem absoluto direito de
dominar o homem. Em sua opinio, este argumento muito superior a qualquer
dos outros. o argumento em que se apia principalmente, em sua tentativa de
provar a existncia de Deus.
Esta pode ser uma das razes pelas quais este argumento mais geralmente
reconhecido do que qualquer outro, embora nem sempre com a mesma
formulao. Alguns argumentam baseados na desigualdade muitas vezes
observada entre a conduta moral dos homens e a prosperidade que eles gozam
na vida presente, e acham que isso requer um ajustamento no futuro que, por
sua vez, exige um rbitro justo. A teologia moderna tambm o usa amplamente,
em especial na forma de que o reconhecimento que o homem tem do Sumo
Bem e a sua busca de uma ideal moral exigem e necessitam a existncia de um
ser santo e justo, no torna obrigatria a crena em um Deus, em um Criador ou
em um Ser de infinitas perfeies.
O ARGUMENTO HISTRICO OU ETNOLGICO.
Em geral este argumento toma a seguinte forma: Entre todos os povos e tribos
da terra h um sentimento religioso que se revela em cultos exteriores. Visto que
o fenmeno universal, deve pertencer prpria natureza do homem. E se a
natureza do homem naturalmente leva ao culto religioso, isto s pode achar sua
explicao num ser superior que constituiu o homem um ser religioso. Todavia,
33
em resposta a este argumento, pode-se dizer que este fenmeno universal pode
ter-se originado num erro ou numa compreenso errnea de um dos primitivos
progenitores da raa humana, e que o culto religioso referido aparece com mais
vigor entre as raas primitivas e desaparece medida que elas se tornam
civilizadas.
Ao avaliar estes argumentos racionais, deve-se assinalar antes de tudo que os
crentes no precisam deles. Sua convico a respeito da existncia de Deus
no depende deles, mas, sim, da confiante aceitao da auto-revelao de Deus
na Escritura. Se muitos em nossos dias esto querendo firmar sua f na
existncia de Deus nesses argumentos racionais, isto se deve em grande
medida ao fato de que eles se negam a aceitar o testemunho da palavra de
Deus. Alm disso, ao usar estes argumentos na tentativa de convencer pessoas
incrdulas, ser bom ter em mente que de nenhum que nenhum deles se pode
dizer que transmite convico absoluta.
Ningum fez mais para desacredit-los que Kant. Desde o tempo dele, muitos
filsofos e telogos os tm descartado como completamente inteis, mas hoje
os referidos argumentos esto recuperando apoio e o seu nmero est
crescendo. E o fato de que em nossos dias tanta gente acha neles indicaes
satisfatrias da existncia de Deus, parece indicar que eles no so inteiramente
vazios de valor. Tm algum valor para os prprios crentes, mas devem ser
denominados testimonia, e no argumentos.
Eles so importantes como interpretaes da revelao geral de Deus e como
elementos que demonstram o carter razovel da f em um ser divino. Alm
disso. Podem prestar algum servio na confrontao com os adversrios.
34
Embora no provem a existncia de Deus alm da possibilidade de dvida e a
ponto de obrigar o assentimento, podem ser elaborados de maneira que
estabeleam uma forte probabilidade e, por isso, podero silenciar muitos
incrdulos.
CONCLUSO: Nada podemos saber de Deus, se Ele mesmo no quiser revelar. Todo nosso
conhecimento de Deus derivado de sua auto-revelao na natureza e nas
escrituras sagradas, precisamos de um relacionamento pessoal intimo com ELE.
ESSNCIA, NATUREZA DE DEUS:
Quando falamos em essncia de Deus, queremos significar tudo o que
essencial ao Seu Ser como Deus, isto , substncia e atributos.
SUBSTNCIA DE DEUS:
H duas substncias: matria e esprito.
Deus uma substncia simples: A substncia de Deus puro esprito, sem
mistura com a matria (Jo.4:24).
ATRIBUTOS DE DEUS:
Sua substncia Esprito e Seus atributos so as qualidades ou propriedades
dessa substncia. Atributos a manifestao do Ser de Deus.
35
CLASSIFICAO DOS ATRIBUTOS:
NATURAIS E MORAIS:
Tambm chamados de "intransitivos e transitivos", "incomunicveis e
comunicveis", "absolutos e relativos", "negativos e positivos" ou "imanentes e
emanentes".
ATRIBUTOS NATURAIS:
VIDA:
Deus tem vida; Ele ouve, v, sente e age, portanto um Ser vivo (Jo.10:10;
Salmos94:9,l0; IICr.16:9; At.14:15; ITs.1:9). Quando a Bblia fala do olho, do
ouvido, da mo de Deus, etc., fala metaforicamente. A isto se d o nome de
antropomorfismo. Deus vida (Jo.5:26; 14:26) e o princpio de vida
(At.17:25,28).
ESPIRITUALIDADE:
Deus, sendo Esprito, incorpreo, invisvel, sem substncia material, sem
partes ou paixes fsicas e, portanto, livre de todas as limitaes temporais
(Jo.4:24; Dt.4:15-19,23; Hb.12:9; Is.40:25; Lc.24:39; Cl.1:15; ITm.1:17; IICo.3:17)
36
PERSONALIDADE:
Existncia dotada de auto-conscincia e auto-determinao (Ex.3:14; Is.46:11).
a) Volio ou vontade = querer (Is.46:10; Ap. 4:11).
b) Razo ou intelecto = pensar (Is.14:24; Salmos92:5; Is.55:8).
c) Emoo ou sensibilidade = sentir (Gneses 6:6, IRs.11:9, Dt.6:15; Provrbios
.6:16; Tg.4:5)
TRI-UNIDADE:
UNIDADE DE SER:
H no Ser divino apenas uma essncia indivisvel. Deus um em sua natureza
constitucional. A palavra hebraica que significa um no sentido absoluto
yacheed (Gneses 22:2), isto , uma unidade numrica simples. Essa palavra
no empregada para expressar a unidade da divindade. A unidade da
divindade ensinada nas palavras de Jesus: Eu e o Pai somos um. (Jo.10:30).
Jesus est falando da unidade da essncia e no de unidade de propsito.
(Jo.17:11,21-23, IJo.5:7)
TRINDADE DE PERSONALIDADE:
H trs Pessoas no Ser divino: o Pai, o Filho e o Esprito Santo. A palavra
hebraica que significa um no sentido de nico echad que se refere a uma
unidade composta. Esta palavra empregada para expressar a unidade da
divindade. Esta palavra usada em Dt.6:4; Gneses 2:24 e Zc.14:9 (Veja
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tambm Dt.4:35;32:39; ICr.29:1; Is.43:10;44:6;45:5; IRs.8:60; Mc.10:9;12:29;
ICo.8:5,6; ITm.2:5; Tg.2:19; Jo.17:3; Gl.3:20; Ef.4:6).
ELOHIM:
Este nome est no plural e no concorda com o verbo no singular quando
designativo de Deus (Gneses 1:26;3:22; 11:6,7;20:13;48:15; Is.6:8)
H DISTINO DE PESSOAS NA DIVINDADE:
Algumas passagens mostram uma das Pessoas divinas se referindo outra
(Gneses 19:24; Os.1:7; Zc.3:1,2; IITm.1:18; Salmos110:1; Hb.1:9).
AUTO EXISTNCIA
Jernimo disse: Deus a origem de Si mesmo e a causa de Sua prpria
substncia. Jernimo estava errado, pois Deus no tem causa de existncia,
pois no criou a Si mesmo e no foi causado por outra coisa ou por Si mesmo;
Ele nunca teve incio.
Ele o Eterno EU SOU (Ex.3:14), portanto Deus absolutamente independente
de tudo fora de Si mesmo para a continuidade e perpetuidade de Seu Ser. Deus
a razo de sua prpria existncia (Jo.5:26; At.17:24-28; ITm.6:15,16).
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INFINIDADE OU PERFEIO
o atributo pelo qual Deus isento de toda e qualquer limitao em seu Ser e
em seus atributos (J.11:7-10; Mt.5:48). A infinidade de Deus se contrasta com o
mundo finito em sua relao tempo-espao.
ETERNIDADE
A infinidade de Deus em relao ao tempo denominada eternidade. Deus
Eterno (Salmos 90:2; 102:12,24-27; Salmos 93:2; Ap.1:8; Dt.33:27; Hb.1:12). A
eternidade de Deus no significa apenas durao prolongada, para frente e para
traz, mas sim que Deus transcende a todas as limitaes temporais (IIPe.3:8)
existentes em sucesses de tempo. Deus preenche o tempo. Nossa vida se
divide em passado, presente e futuro. mas no h essa diviso na vida de Deus.
Ele o Eterno EU SOU. Deus elevado acima de todos os limites temporais e
de toda a sucesso de momentos, e tem a totalidade de sua existncia num
nico presente indivisvel (Is.57:15).
IMENSIDO
A infinidade de Deus em relao ao espao denominada imensido ou
imensidade. Deus imenso (Grande ou Majestoso; J.36:5,26; J.37:22,23;
Jr.22:18; Salmos145:3). Imensido a perfeio de Deus pela qual Ele
transcende (ultrapassa) todas as limitaes espaciais e, contudo est presente
em todos os pontos do espao com todo o seu Ser PESSOAL (no
pantesmo).
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A imensido de Deus intensiva e no extensiva, isto , no significa extenso
ilimitada no espao, como no pantesmo. A imensido de Deus transcendente
no espao (intramundano ou imanente = dentro do mundo Salmos 139:7-12;
Jr.23:23,24) e fora do espao (supramundano = acima do mundo; extramundano
= alm do mundo; emanente = fora do mundo - IRs.8:27; Is.57:15).
ONIPRESENA:
quase sinnimo de imensido: A imensidade denota a transcendncia no
espao enquanto que a onipresena denota a imanncia no espao. Deus
imanente em todas as Suas criaturas e em toda a criao. A imanncia no
deve ser confundida com o pantesmo (tudo Deus) ou com o desmo que
ensina que Deus est presente no mundo apenas com seu poder (per
portentiam) e no com a essncia e natureza de ser Ser (per essentiam et
naturam) e que age sobre o mundo distncia.
Deus ocupa o espao repletivamente porque preenche todo o espao e no est
ausente em nenhuma parte dele, mas tampouco est mais presente numa parte
que noutra (Salmos 139:11,12). Deus ocupa o espao variavelmente porque Ele
no habita na terra do mesmo modo que habita no cu, nem nos animais como
habita nos homens, nem nos mpios como habita nos piedosos, nem na igreja
como habita em Cristo (Is.66:1; At.17:27,28; Compare Ef.1:23 com Cl.2:9).
IMUTABILIDADE:
o atributo pelo qual no encontramos nenhuma mudana em Deus, em sua
natureza, em seus atributos e em seu conselho.
40
A "BASE" PARA A IMUTABILIDADE DE DEUS:
Sua simplicidade, eternidade, auto-existncia e perfeio. Simplicidade porque
sendo Deus uma substncia simples, indivisvel, sem mistura, no est sujeito a
variao (Tg.1:17). Eternidade porque Deus no est sujeito s variaes e
circunstncias do tempo, por isso Ele no muda (Salmos 102:26,27; Hb.1:12 e
13:8). Auto-existncia porque uma vez que Deus no causado, mas existe em
Si mesmo, ento Ele tem que existir da forma como existe, portanto sempre o
mesmo (Ex.3:14). E perfeio porque toda mudana tem que ser para melhor ou
pior e sendo Deus absolutamente perfeito jamais poder ser mais sbio, mais
santo, mais justo, mais misericordioso, e nem menos. Por isso Deus imutvel
como a rocha (Dt.32:4).
IMUTABILIDADE NO SIGNIFICA IMOBILIDADE:
Nosso Deus um Deus de ao (Is.43:13).
IMUTABILIDADE IMPLICA EM NO ARREPENDIMENTO:
Alguns versculos falam de Deus como se Ele se arrependesse (Ex.32:14,
IISm.24:16, Jr.18:8; Jl.2:13). Trata-se de antropomorfismo (Nm.23:19; Rm.11:29;
ISm.15:29; Salmos110:4).
IMUTABILIDADE DE DEUS EM SUA NATUREZA:
Deus perfeito em sua natureza por isso no muda nem para melhor nem para
pior (Ml.3:6).
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IMUTABILIDADE DE DEUS EM SEUS ATRIBUTOS:
Deus imutvel em suas promessas (IRs.8:56; IICo.1:20); em sua misericrdia
(Salmos103:17; Is.54:10); em sua justia (Ez.8:18); em seu amor (Gneses
18:25,26).
IMUTABILIDADE DE DEUS EM SEU CONSELHO:
Deus planejou os fatos conforme a sua vontade e decretou que este plano seja
concretizado. Nada poder se opor sua vontade. O prprio Deus jamais
mudar de opinio, mas far conforme seu plano predeterminado (Is.46:9,10;
Salmos33:11; Hb.6:17).
ONISCINCIA
Atributo pelo qual Deus, de maneira inteiramente nica, conhece-se a Si prprio
e a todas as coisas possveis e reais num s ato eterno e simples. O
conhecimento de Deus tem suas caractersticas:
ARQUTIPO:
Deus conhece o universo como ele existe em Sua prpria idia anterior sua
existncia como realidade finita no tempo e no espao; e este conhecimento no
obtido de fora, como o nosso (Rm.11:33,34).
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INATO E IMEDIATO:
No resulta de observao ou de processo de raciocnio (J.37:16)
SIMULTNEO:
No sucessivo, pois Deus conhece as coisas de uma vez em sua totalidade, e
no de forma fragmentada uma aps outra (Is. 40:28).
COMPLETO:
Deus no conhece apenas parcialmente, mas plenamente consciente (Salmos
147:5).
CONHECIMENTO NECESSRIO:
Conhecimento que Deus tem de Si mesmo e de todas as coisas possveis, um
conhecimento que repousa na conscincia de sua onipotncia. chamado
necessrio porque no determinado por uma ao da vontade divina.
Por exemplo: O conhecimento do mal um conhecimento necessrio porque
no da vontade de Deus que o mal lhe seja conhecido (Hc.1:13) Deus no
pode nem quer ver o mal, mas o conhece, no por experincia, que envolve uma
ao de Sua vontade, mas sim por simples inteligncia, por ser ato do intelecto
divino (veja II Co.5:21 onde o termo grego ginosko usado).
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CONHECIMENTO LIVRE:
aquele que Deus tem de todas as coisas reais, isto , das coisas que existiram
no passado, que existem no presente e existiro no futuro. tambm chamado
visionis, isto , conhecimento de vista.
PRESCINCIA:
Significa conhecimento prvio; conhecimento de antemo. Como Deus pode
conhecer previamente as aes livres dos homens? Deus decretou todas as
coisas, e as decretou com suas causas e condies na exata ordem em que
ocorrem, portanto sua prescincia de coisas contingentes (ISm.23:12;
IIRs.13:19; Jr.38:17-20; Ez.3:6 e Mt.11:21) apoia-se em seu decreto.
Deus no originou o mal mas o conheceu nas aes livres do homem
(conhecimento necessrio), o decretou e preconheceu os homens. Portanto a
ordem : conhecimento necessrio, decreto, prescincia. A prescincia de Deus
muito mais do que saber o que vai acontecer no futuro, e seu uso no N.T.
empregado como na LXX que inclui Sua escolha efetiva (Nm.16:5; Jz.9:6;
Am.3:2).
Veja Rm.8:29; IPe.1:2; Gl.4:9. Como se processou o conhecimento necessrio
de Deus nas livres aes dos homens antes mesmo que Ele as decretasse? A
liberdade humana no uma coisa inteiramente indeterminada, solta no ar, que
pende numa ou noutra direo, mas determinada por nossas prprias
consideraes intelectuais e carter (lubentia rationalis = auto-determinao
44
racional). Liberdade no arbitrariedade e em toda ao racional h um porqu,
uma razo que decide a ao.
Portanto o homem verdadeiramente livre no o homem incerto e imprevisvel,
mas o homem seguro. A liberdade tem suas leis - leis espirituais - e a Mente
Onisciente sabe quais so (Jo.2:24,25). Em resumo, a prescincia um
conhecimento livre (scientia libera) e, logicamente procede do decreto,
"...segundo o decreto sua vontade" (Ef.1:11).
SABEDORIA:
A sabedoria de Deus a Sua inteligncia como manifestada na adaptao de
meios e fins. Deus sempre busca os melhores fins e os melhores meios
possveis para a consecuo dos seus propsitos. H.B. Smith define a sabedoria
de Deus como o Seu atributo atravs do qual Ele produz os melhores resultados
possveis com os melhores meios possveis.
Uma definio ainda melhor h de incluir a glorificao de Deus: Sabedoria a
perfeio de Deus pela qual Ele aplica o seu conhecimento consecuo dos
seus fins de um modo que o glorifica o mximo (Rm.ll:33-36; Ef.1:11,12;
Cl.1:16). Encontramos a sabedoria de Deus na criao (Salmos19:1-7;
Salmos104), na redeno (ICo.2:7; Ef.3:10) . A sabedoria personificada na
Pessoa do Senhor Jesus ( Provrbios .8 e ICo.1:30; J.9:4; veja tambm J
12:13,16).
45
ONIPOTNCIA
o atributo pelo qual encontramos em Deus o poder ilimitado para fazer
qualquer coisa que Ele queira.
A onipotncia de Deus no significa o exerccio para fazer aquilo que
incoerente com a natureza das coisas, como, por exemplo, fazer que um fato do
passado no tenha acontecido, ou traar entre dois pontos uma linha mais curta
do que uma reta. Deus possui todo o poder que coerente com Sua perfeio
infinita, todo o poder para fazer tudo aquilo que digno dEle. O poder de Deus
distinguido de duas maneiras:
Potentia Dei absoluta = absoluto poder de Deus
Potentia Dei ordinata = poder ordenado de Deus.
- HODGE E SHEDD
Definem o poder absoluto de Deus como a eficincia divina, exercida sem a
interveno de causas secundrias, e o poder ordenado como a eficincia de
Deus, exercida pela ordenada operao de causas secundrias.
- CHANOCK
Define o poder absoluto como aquele pelo qual Deus capaz de fazer o que Ele
no far, mas que tem possibilidade de ser feito, e o poder ordenado como o
poder pelo qual Deus faz o que decretou fazer, isto , o que Ele ordenou ou
46
marcou para ser posto em exerccio; os quais no so poderes distintos, mas
um e o mesmo poder.
O seu poder ordenado parte do seu poder absoluto, pois se Ele no tivesse
poder para fazer tudo que pudesse desejar, no teria poder para fazer tudo o
que Ele deseja. Podemos, portanto, definir o poder ordenado de Deus como a
perfeio pela qual Ele, mediante o simples exerccio de Sua vontade, pode
realizar tudo quanto est presente em Sua vontade ou conselho.
E' bvio, porm, que Deus pode realizar coisas que a Sua vontade no desejou
realizar (Gneses 18:14; Jr.32:27; Zc.8:6; Mt.3:9; Mt.26:53). Entretanto h
muitas coisas que Deus no pode realizar: Ele no pode mentir, pecar, mudar ou
negar-se a Si mesmo (Nm.23:19; ISm.15:29; IITm.2:13; Hb.6:18; Tg.1:13,17;
Hb.1:13; Tt.1:3), isto porque no h poder absoluto em Deus, divorciado de Sua
perfeies, e em virtude do qual Ele pudesse fazer todo tipo de coisas
contraditrias entre Si (J.11:7). Deus faz somente aquilo que quer fazer
(Salmos115:3; Salmos135:6).
EL-SHADDAI:
A onipotncia de Deus se expressa no nome hebraico El-Shaddai traduzido por
Todo-Poderoso (Gneses 17:1; Ex.6:3; J.37:23 etc).
EM TODAS AS COISAS:
A onipotncia de Deus abrange todas as coisas (ICr.29:12), o domnio sobre a
natureza (Salmos107:25-29; Na.1:5,6; Salmos33:6-9; Is.40:26; Mt.8:27; Jr.32:17;
47
Rm.1:20), o domnio sobre a experincia humana (Salmos91:1; Dn.4:19-37;
Ex.7:1-5; Tg.4:12-15; Provrbios .21:1; J.9:12; Mt.19:26; Lc.1:37), o domnio
sobre as regies celestiais (Dn.4:35; Hb.1:13,14; J.1:12; J 2:6).
NA CRIAO, NA PROVIDNCIA E NA REDENO:
Deus manifestou o seu poder na criao (Rm.4:17; Is.44:24), nas obras da
providncia (ICr.29:11,12) e na redeno (Rm.1:16; ICo.1:24).
SOBERANIA OU SUPREMACIA
Atributo pelo qual Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas
criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gneses 14:19; Ne.9:6; Ex.18:11;
Dt.10:14,17; ICr.29:11; IICr.20:6; Jr.27:5; At.17:24-26; Jd.4; Salmos22:28;
47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Ap.19:6).
VONTADE OU AUTO-DETERMINAO:
A perfeio de Deus pela qual Ele, num ato sumamente simples, dirige-se Si
mesmo como o Sumo Bem (deleita-se em Si mesmo como tal) e s Suas
criaturas por amor do Seu nome (Is.48:9,11,14; Ez.20:9,14,22,44; Ez.36:21-23).
A vontade de Deus recebe variadas classificaes, pois ela so aplicadas
diferentes palavras hebraicas (chaphets, tsebhu, ratson) e gregas (boule,
thelema).
VONTADE PRECEPTIVA:
48
Na qual Deus estabeleceu preceitos morais para reger a vida de Suas criaturas
racionais. Esta vontade pode ser desobedecida com freqncia (At.13:22;
IJo.2:17; Dt.8:20).
VONTADE DECRETRIA:
Pela qual Deus projeta ou decreta tudo o que vir a acontecer, quer pretenda
realiz-lo causativamente, quer permita que venha a ocorrer por meio da livre
ao de suas criaturas (At.2:23; Is.46:9-11). A vontade decretria sempre
obedecida. A vontade decretria e a vontade preceptiva relacionam-se ao
propsito em realizar algo.
VONTADE DE EUDOKIA:
Na qual Deus deleita-se com prazer em realizar um fato e com desejo de ver
alguma coisa feita. Esta vontade, embora no se relacione com o propsito de
fazer algo, mas sim com o prazer de fazer algo, contudo corresponde quilo que
ser realizado com certeza, tal como acontece com a vontade decretria
(Salmos115:3; Is.44:28; Is.55:11).
VONTADE DE EURESTIA:
Na qual Deus deleita-se com prazer ao v-la cumprida por Suas criaturas. Esta
vontade abrange aquilo que a Deus apraz que Suas criaturas faam, mas que
pode ser desobedecido, tal como acontece com a vontade preceptiva (Is.65:12).
A VONTADE DE EUDOKIA:
49
No se refere somente ao bem, e nela no est sempre presente o elemento de
deleite (Mt.11:26). A vontade de eudokia e a vontade de eurestia relacionam-se
ao prazer em realizar algo.
VONTADE DE BENEPLACITUM:
Tambm chamada Vontade Secreta. Abrange todo o conselho secreto e oculto
de Deus. Quando esta vontade nos revelada, ela torna-se na Vontade do
Signum ou Vontade Revelada. A distino entre a vontade de beneplacitum e a
vontade de signum encontra-se em Deuteronomio.29:29.
A VONTADE SECRETA:
mencionada em Salmos 115:3; Dn.4:17,25,32,35; Rm.9:18,19; Rm.11:33,34;
Ef.1:5,9,11, enquanto que a vontade revelada mencionada em Mt.7:21;
Mt.12:50; Jo.4:34; Jo.7:17; Rm.12:2). Esta vontade est mui perto de ns
(Dt.30:14; Rm.10:8). A vontade secreta de Deus pertence a todas as coisas que
Ele quer efetuar ou permitir, tal como acontece na vontade decretria, sendo
portanto, absolutamente fixa e irrevogvel.
LIBERDADE:
A perfeio de Deus no exerccio de Sua vontade. Deus age necessria e
livremente. Assim como h conhecimento necessrio e conhecimento livre, h
tambm uma voluntas necessria = vontade necessria e uma voluntas libera =
vontade livre. Na vontade necessria Deus no est sob nenhuma compulso,
50
mas age de acordo com a lei do Seu Ser, pois Ele necessariamente quer a Si
prprio e quer a Sua natureza santa.
Deus necessariamente se ama a Si prprio e Suas perfeies. As Suas criaturas
so objetos de Sua vontade livre, pois Deus determina voluntariamente o que e
quem Ele criar; e os tempos, lugares e circunstncias de suas vidas. Ele traa
as veredas de todas as Suas criaturas, determina o seu destino e as utiliza para
Seus propsitos (J.ll:10; J.23:13,14; J.33:13. Provrbios .16:4; Provrbios
.21:1; Is.10:15; Is.29:16; Is.45:9; Mt.20:15; Ap.4:11;Rm.9:15-22; ICo.12:11).
ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
SANTIDADE:
a perfeio de Deus, em virtude da qual Ele eternamente quer manter e
mantm a Sua excelncia moral, aborrece o pecado, e exige pureza moral em
suas criaturas. Ser Santo vem do hebraico qadash que significa cortar ou
separar. Neste sentido tambm o Novo testamento utiliza as palavras gregas
hagiazo e hagios. A santidade de Deus possui dois diferentes aspectos,
podendo ser positiva ou negativa (Hb.1:9;Am.5:15; Rm.12:9).
SANTIDADE POSITIVA:
Expressa excelncia moral de Deus na qual Ele absolutamente perfeito, puro e
ntegro em Sua natureza e Seu carter (IJo.1:5; Is.57:15; IPe.1:15,16; Hc.1:13).
A santidade positiva amor ao bem.
51
SANTIDADE NEGATIVA:
Significa que Deus inteiramente separado de tudo quanto mal e de tudo
quanto o aborrece (Lv.11:43-45; Dt.23:14; J.34:10; Provrbios .15:9,26;
Is.59:1,2; Lc.20:26; Hc. 1:13; Provrbios .6:16-19; Dt.25:16; Salmos5:4-6). A
santidade negativa dio ao mal. Alm de possuir dois aspectos a santidade de
Deus possui tambm duas maneiras diferentes de manifestar-se:
RETIDO:
Tambm chamada justia absoluta, a retido da natureza divina, em virtude da
qual Ele infinitamente Reto em Si mesmo (santidade legislativa).
Salmos145:17; Jr.12:1; Jo.17:25; Salmos116:5; Ed.9:15.
JUSTIA:
Tambm chamada justia relativa, a execuo da retido ou a expresso da
justia absoluta (santidade judicial). Strong a chama de santidade transitiva. A
retido a fonte da Santidade de Deus, a justia a demonstrao de Sua
santidade.
A justia de Deus pode ser retributiva e remunerativa. A justia retributiva se
divide em punitiva e corretiva. A justia punitiva aquela pela qual Deus pune os
pecadores pela transgresso de Suas leis. Esta justia de Deus exige a
execuo das penalidades impostas por Suas leis (Salmos 3:5;11:4-7 Dt.32:4;
52
Dn.9:12,14; Ex.9:23-27;34:7). A justia corretiva aquela pela qual Deus "pune"
Seus filhos para corrigi-los (Hb.12:6,7).
Aqueles que no so Seus filhos, Deus pune como um Juiz Severo (Rm.11:22;
Hb.10:31), mas aos Seus filhos, Deus "pune" (corrige) como um Pai Amoroso
(Jr.10:24;30:11;46:28; Salmos89:30-33; ICr.21:13) A justia remunerativa
aquela pela qual Deus recompensa, com Suas bnos, aos homens pela
obedincia de Suas leis (Hb.6:10; IITm.4:8; ICo.4:5;3:11-15; Rm.2:6-10; IIJo.8)
IRA:
Esta deve ser considerada como um aspecto negativo da santidade de Deus,
pois em Sua ira Deus aborrece o pecado e odeia tudo quanto contraria Sua
santidade (Dt.32:39-41; Rm.11:22; Salmos95:11; Dt.1:34-37; Salmos95:11).
Podemos, ento, dizer que a ira a manifestao da santidade negativa de
Deus (Rm.1:18; IITs.1:5-10; Rm.5:9 etc). A ira tambm designada de
severidade (Rm.11:22).
BONDADE:
uma concepo genrica incluindo diversas variedades que se distinguem de
acordo com os seus objetos. Bondade perfeio absoluta e felicidade perfeita
em Si mesmo (Mc.10:18; Lc.18:18,19; Salmos33:5; Salmos119:68;
Salmos107:8; Na.1:7).
A BONDADE IMPLICA NA DISPOSIO DE TRANSMITIR FELICIDADE.
53
BENEVOLNCIA:
a bondade de Deus para com Suas criaturas em geral. E' a perfeio de Deus
que O leva a tratar benvola e generosamente todas as Suas criaturas
(Salmos145:9,15,16; Salmos36:6;104:21; Mt.5:45;6:26; Lc.6:35; At.14:17).
THIESSEN
Define benevolncia como a afeio que Deus sente e manifesta para com Suas
criaturas sensveis e racionais. Ela resulta do fato de que a criatura obra Sua;
Ele no pode odiar qualquer coisa que tenha feito (J.14:15) mas apenas quilo
que foi acrescentado Sua obra, que o pecado (Ec.7:29).
BENEFICNCIA:
Enquanto que a benevolncia a bondade de Deus considerada em sua
inteno ou disposio, a beneficncia a bondade em ao, quando seus
atributos so conferidos.
COMPLACNCIA:
a aprovao s boas aes ou disposies. aquilo em Deus que aprova
todas as Suas prprias perfeies como tambm aquilo que se conforma com
Ele (Salmos35:27; Salmos51:6; Is.42:1; Mt.3:17; Hb.13:16).
LONGANIMIDADE OU PACINCIA:
54
O hebraico emprega a palavra erek'aph que significa grande de rosto e da
tambm lento para a ira. O grego emprega makrothymia que significa ira longe.
Portanto longanimidade o aspecto da bondade de Deus em virtude do qual Ele
tolera os pecadores, a despeito de sua prolongada desobedincia. A
longanimidade revela-se no adiamento do merecido julgamento (Ex.34:6;
Salmos86:15; Rm.2:4; Rm.9:22; IPe.3:20; IIPe.3:15)
MISERICRDIA:
Tambm expressa pelos sinnimos compaixo, compassividade, piedade,
benignidade, clemncia e generosidade. No hebraico usa-se as palavras
chesed e racham e no grego eleos. a bondade de Deus demonstrada para
com os que se acham na misria ou na desgraa, independentemente dos seus
mritos (Dt.5:10; Salmos57:10; Salmos86:5; ICr.16:34; IICr.7:6; Salmos116:5;
Salmos136; Ed.3:11; Salmos145:9; Ez.18:23,32; Ex.33:11; Lc.6:35;
Salmos143:12; J 6:14).
A pacincia difere da misericrdia apenas na considerao formal do objeto,
pois a misericrdia considera a criatura como infeliz, a pacincia considera a
criatura como criminosa; a misericrdia tem pena do ser humano em sua
infelicidade, a pacincia tolera o pecado que gerou a infelicidade. A infelicidade
e sofrimento deriva-se de um justo desagrado divino, portanto exercer
misericrdia o ato divino de livrar o pecador do sofrimento pelo qual ele
justamente e merecidamente deveria passar, como conseqncia do desagrado
divino.
55
GRAA:
a bondade de Deus exercida em prol da pessoa indigna. Portanto graa o
ato divino de conceder ao pecador toda a bondade de Deus a qual ele no
merece receber (Ex.33:19). Na misericrdia Deus suspende o sofrimento
merecido, na graa Deus concede bnos no merecidas. Todo pecador
merece ir para o inferno; assim Deus exerce Sua misericrdia livrando o pecador
da condenao.
Nenhum pecador merece ir para o paraso; assim Deus exerce a Sua graa
doando ao pecador o privilgio de ir gratuitamente para o paraso. Essa
diferena entre misericrdia e graa notada em relao aos anjos que no
caram. Deus nunca exerceu misericrdia para com eles, posto que jamais
tiveram necessidade dela, pois no pecaram, nem ficaram debaixo dos efeitos
da maldio. Todavia eles so objetos da livre e soberana graa de Deus pela
qual foram eleitos (ITm.5:21) e preservados eternamente de pecado e colocados
em posio de honra (Dn.7:10; IPe.3:22).
AMOR:
A perfeio da natureza divina pela qual Ele continuamente impelido a se
comunicar. , entretanto, no apenas um impulso emocional, mas uma afeio
racional e voluntria, sendo fundamentada na verdade e santidade e no
exerccio da livre escolha. Este amor encontra seus objetos primrios nas
diversas Pessoas da Trindade. Assim, o universo e o homem so
desnecessrios para o exerccio do amor de Deus. Amor , portanto, a perfeio
56
de Deus pela qual Ele movido eternamente Sua prpria comunicao. Ele
ama a Si mesmo, Suas virtudes, Sua obra e Seus dons.
VERDADE:
a consonncia daquilo que asseverado com o que pensa a Pessoa que fez a
asseverao. Neste sentido a verdade um atributo exclusivamente divino, pois
com freqncia os homens erram nos testemunhos que prestam, simplesmente
por estarem equivocados a respeito dos fatos, ou ento por pura incapacidade
fracassam em promessas que fizeram com honestas intenes. Mas a
oniscincia de Deus impede que Ele chegue a cometer qualquer equvoco, e a
Sua onipotncia e imutabilidade asseguram o cumprimento de Suas intenes
(Dt.32:4; Salmos119:142; Jo.8:26; Rm.3:4; Tt.1:2; Nm.23:19; Hb.6:18; Ap.3:7;
Jo.17:3; IJo.5:20; Jr.10:10; Jo.3:33; ITs.1:9; Ap.6:10; Salmos31:5; Jr.5:3;
Is.25:1). Ao exerc-la para com a criatura, a verdade de Deus conhecida como
sua veracidade e fidelidade.
VERACIDADE:
Consiste nas declaraes que Deus faz a respeito das coisas, conforme elas
so, e se relaciona com o que Ele revelou sobre Si mesmo. A veracidade
fundamenta-se na oniscincia de Deus.
FIDELIDADE:
Consiste no exato cumprimento de Suas promessas ou ameaas. A fidelidade
fundamenta-se na Sua onipotncia e imutabilidade (Dt.7:9; Salmos36:5;
57
ICo.1:9; Hb.10:23; Dt.4:24; IITm.2:13; Salmos89:8; Lm.3:23; Salmos 119:138;
Salmos119:75; Salmos89:32,33; ITs.5:24; IPe.4:19; Hb.10:23).
NOMES DE DEUS
Este o chamado Tetragrama Sagrado (( YHVH ou YHWH (transliterao
mais adotada pelos estudiosos), literalmente O Nome de Deus, na grafia
original, refere-se ao nome do Deus de Israel em forma escrita j transliterada
(substituio dos smbolos grficos hebraicos por letras do alfabeto ocidental
atual A, B, C...); etimologicamente tetragrama uma palavra de origem grega
que significa quatro letras (Tetra = quatro / gramma = letra). Esta forma de
escrita (e leitura) feita de trs para frente em relao s formas de escritas
ocidentais. Originariamente, em aramaico (hebraico), as palavras so escritas e
lidas horizontalmente, da direita para esquerda; ou seja, HVHY. Formado por
quatro consoantes hebraicas Yud ( ( Hi () Vav () Hi () ; o Tetragrama
YHVH tem sido latinizado para JHVH j por muitos sculos.
A forma da expresso ao declarar o nome de Deus YHVH (ou JHVH na forma
latinizada) deixou de ser utilizada h milhares de anos na pronncia correta do
hebraico original (que declarada como uma lngua quase que completamente
extinta).
58
Os homens deixaram de pronunciar O Nome de Deus por medo de pecar por
pronunciar O Nome de Deus em vo - "No tomars o nome de YHWH, teu
Deus, em vo, pois YHWH no considerar impune aquele que tomar seu nome
em vo." ( xodo 20:7) - e com isso perderam a capacidade de pronunciar de
forma satisfatria e correta, pois a lngua (que quem pronunciava O Nome de
Deus no idioma original) precisaria se curvar (dobrar dentro da boca) de uma
forma muito difcil, para muitos impossvel de ser pronunciada corretamente.
Para alguns eruditos a o nome YHVH pode se identificar mais com as
palavras: YaHVeH (vertido em portugus para Jav), ou YeHoVaH (vertido em
portugus para Jeov). Essas palavras so transliteraes possveis nas lnguas
portuguesas e espanholas; j outros eruditos a forma mais correta de escrever O
Nome de Deus seria Jav (Yahvh ou JaHWeH). Ainda alguns destes
estudiosos concordam que a pronncia Jeov (YeHoVaH ou JeHoVH), seria a
mais a forma mais correta de pronunciar O Nome de Deus, sendo este o
pensamento mais aceito pelos telogos da atualidade.
Contudo o significado exato do Tetragrama YHVH ainda objeto de controvrsia
entre os especialistas. Em xodo 3:14, YHVH disse a Moises: Ehih ashr
ehih. Segundo muitas tradues da Bblia, esta expresso, encontrada no
texto hebraico significa: EU SOU O QUE SOU . E disse mais: "Assim dirs aos
filhos de Israel: 'EU SOU' me enviou at vs.".
Esta expresso EU SOU O QUE SOU usada como ttulo para Deus, para
indicar que Ele realmente existe antes que houvesse dia (Isaias 48. 17); isso
59
corresponde s expresses: "Eu sou aquele que ", "Eu sou o existente". YHVH
assim confirma a Sua prpria existncia.
O Tetragrama YHWH na maioria das verses bblicas utilizadas no sculo XX e
XXI foi substitudo pela palavra SENHOR com todas as letras maisculas, para
evitar erros e problemas gramaticais.
O certo mesmo que a pronncia verdadeiramente correta dO Nome de Deus
(YHVH) se perdeu no tempo e hoje nenhum ser humano sabe exatamente como
pronunciar este Nome. Mesmo assim os nomes Jav e Jeov so formas que os
homens encontraram para tentar pronunciar e invocar O Nome de Deus Pai.
Devemos tambm considerar que quando uma criana de 04 (quatro) anos se
dirige a seu pai terreno, ela no o chama pelo nome e por sua vez o genitor
dessa criana no vai deixar de dar-lhe ateno porque ela no sabe pronunciar
o seu nome. Deste modo, importante dizer que sabendo ou no pronunciar
corretamente O Nome dEle, todas as pessoas que se dirigirem a Deus, com um
esprito quebrantado e um corao contrito, chamando-O de PAI, sero ouvidas
por Ele, porque independente do Seu Nome, ELE gosta de Ser Chamado assim.
Alguns dos nomes de Deus dizem respeito a Ele como sujeito: Jeov, Senhor,
Deus; outros so atribudos como predicados que falam dEle ou a Ele, como:
Santo, justo, bom, etc. Alguns nomes expressam a relao entre Deus e as
criaturas: Criador, Sustentador, Governador, etc. Alguns nomes so comuns s
trs pessoas, como; Jeov, Deus, Pai, Esprito. E outros so nomes prprios
usados para expressarem Sua obra e Seu carter.
60
O nome de Deus o que Ele : representao do Seu carter. Mas o Criador
to grande que nome algum jamais ser adequado Sua grandeza. Se o cu
dos cus no O pode conter, como pode um nome descrever o Criador?
Portanto, a Bblia contm vrios nomes de Deus que O revelam em diferentes
aspectos de Sua maravilhosa personalidade.
ELOM
Este o primeiro nome de Deus encontrado nas Escrituras (Gnesis 1:1), e aqui
o nome encontra-se em sua forma plural, mas o verbo continua no singular,
indicando a pluralidade das pessoas na unidade do Ser. Este nome denota a
grandeza e o poder de Deus. Este nome encontra-se somente no relato da
criao (Gnesis 1:1-2:4); o Seu nome de criao. Elom sempre traduzido
no portugus, como Deus em nossa Bblia. De acordo com a opinio mais
ponderada entre os estudiosos, esta palavra derivada duma raiz na lngua
rabe que significa "adorar".
Esta opinio fortalecida quando observamos que a mesma palavra usada
inapropriadamente para anjos, dos homens, e falsas divindades. No Salmo 8:5 a
palavra anjos elom no texto original, e vemos que certas vezes os anjos so
impropriamente louvados. No Salmo 82:1,6 elom traduzido deuses, e usado
para homens. Em Jeremias 10:10-12 temos o verdadeiro Deus (elom)
contrastado com os "deuses" (elom) que no fizeram os cus nem a terra,
implicando assim que ningum, no ser Deus, objeto prprio de adorao.
EL-SHADAI
Este nome composto traduzido "Deus o Todo poderoso" (El Deus e Shadai
Todo poderoso). O ttulo El Deus no singular, e significa forte ou poderoso. El
61
traduzido 250 vezes no Velho Testamento como Deus. Este ttulo
geralmente associado com algum atributo ou perfeio de Deus, como; Deus
Todo poderoso (Gnesis 17:3); Deus Eterno (Gnesis. 21:33); Deus zeloso
(xodo 20:5); Deus vivo (Josu 3:10).
Shadai, sempre traduzido Todo-poderoso, significa suficiente ou rico em
recursos. Pensa-se que a palavra derivada duma outra que significa seios. A
palavra seio nas Escrituras simboliza bno e nutrio. Na pronncia da ltima
bno de Jac sobre Jos quando morria, entre outras coisas disse: "Pelo
Deus (El) de teu pai o qual te ajudar, e pelo Todo-poderoso (Shadai), o qual te
abenoar com bnos dos cus de cima, com bnos do abismo que est
debaixo, com bnos dos peitos e da madre". Gnesis 49:25.
Isaas, ao descrever a excelncia futura e as bnos de Israel, diz: "E mamars
o leite das naes, e te alimentars dos peitos dos reis; e sabers que eu sou o
Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o Possante de Jac". Isaas 60:16. O
povo de Deus ser sustentado pelos recursos das naes e dos reis porque seu
Deus El-Shadai - O poderoso para abenoar.
Satans tenta competir com Deus e um falsificador de Suas obras. Portanto,
podemos esperar encontrar nas religies pags imitaes de Deus em vrios
aspectos de seu carter e governo. Este fato bem demonstrado na seguinte
citao tirada do livro de Nathan J. Stone concernente aos nomes de Deus no
Velho Testamento.
"Tal conceito de um deus ou divindade no era estranha nem incomum aos
antigos. Os dolos dos antigos pagos so s vezes chamados por nomes que
indicam seu poder em suprir as necessidades dos seus adoradores. Sem
dvida, porque eram considerados como grandes agentes da natureza ou dos
62
cus, dando chuva, fazendo com que da terra brotassem guas, para trazer
abundncia e frutos para manter e nutrir a vida.
Havia muitos dolos com peitos, adorados entre os pagos. Um historiador
mostra que o corpo inteiro da deusa egpcia, Isis, era coberto de peitos, porque
todas as coisas so sustentadas e nutridas pela terra ou natureza. O mesmo se
v com a deusa Diana dos efsios no captulo 19 de Atos, pois Diana
simbolizava a natureza e todo o mundo, com todos os seus produtos.
Este nome de Deus primeiramente aparece em conexo com Abro. Gnesis
17:1-2. Anos antes e em diferentes ocasies, Deus prometera a Abrao que
faria dele uma grande nao e uma numerosa descendncia. Os anos se
passaram e o filho prometido a Sara e Abro no vinha.
Foi ento que ele recorreu aquele expediente carnal que trouxe Ismael e o
Islamismo ao mundo. E a promessa de Deus ainda no havia se cumprido. E
agora, de acordo com as leis da natureza, era muito tarde: Abro contava com
99 anos de idade e Sara com 90. A esta altura que Deus lhe aparece como o
Deus Todo-poderoso (El-Shadai) e repete Sua promessa.
E aqui que seu nome foi mudado de Abro a Abrao, que significa "pai de
muitas naes". Aqui temos uma promessa desconcertante, mas Abrao no
vacilou, pois ele "era forte na f, dando glria a Deus". Romanos 4:20. A f forte
de Abrao era baseada sobre esta nova revelao de Deus como Deus Todo-
poderoso (El-Shadai). "Ele no considerou mais seu corpo como morto... nem a
madre de Sara como infrutfera"; pois seus pensamentos estavam sobre um
Deus Todo-suficiente. Esta uma bela ilustrao da diferena entre a lei da
natureza e o Deus da natureza. As leis da natureza no podiam produzir um
63
Isaque, mas isto no era problema para o Deus da natureza. No importa, se
todas as coisas forem contra Deus; Ele Todo-suficiente nele mesmo.
ADONAI
Este nome de Deus est no plural, denotando assim a pluralidade das pessoas
na Divindade. traduzido como Senhor em nossa Bblia e denota uma relao
de Senhor e escravo. Quando usado no possessivo, indica a posse e autoridade
de Deus. A escravido uma bno quando Deus o Dono e Senhor. Nos
dias de Abrao, a escravido era uma relao entre homem e homem e no era
um mal implacvel. O escravo comprado tinha a proteo e os privilgios no
gozados pelos empregados assalariados. O escravo comprado devia ser
circuncidado e tinha permisso de participar da Pscoa. xodo 12:44.
Esta palavra no singular (Adon) refere-se a homem mais de duzentas vezes no
Velho Testamento e traduzida vrias vezes como; Senhor, Mestre, Dono. Este
nome de Deus usado pela primeira vez no Velho Testamento em conexo com
Abrao. Abrao foi o primeiro a chamar Deus de Adonai.
Abrao como dono de escravos reconhecia Deus como seu mestre e
proprietrio. Quando Abrao retorna da sua vitria sobre os reis, depois de ter
libertado L, o rei de Sodoma queria gratific-lo, mas ele recusou recompensas.
E "depois destas coisas veio a palavra do Senhor (Jeov) a Abrao dizendo:
"No temas, Abrao, Eu sou teu escudo e tua grande recompensa, e Abrao
disse: Senhor Deus" (Adonai Jeov). Ele que possua escravos reconhecia a si
prprio como escravo de Deus.
64
JEOV
Este o mais famoso dentre os nomes de Deus e predicado dele como um
Ser necessrio e auto-existente. O significado : AQUELE QUE SEMPRE FOI,
SEMPRE E SEMPRE SER. Temos assim traduzido em Apocalipse 1:4:
"Daquele que , e que era, e que h de vir".
Jeov o nome pessoal, prprio e incomunicvel de Deus. No Salmo 83:18
lemos: "Para que saibam que tu, a quem s pertence o nome Jeov, s o
Altssimo sobre toda a terra". Os outros nomes de Deus so s vezes
empregados a criaturas, mas o nome Jeov usado exclusivamente para o
Deus vivo e verdadeiro.
Os judeus tinham uma reverncia supersticiosa por este nome e no o
pronunciavam quando na leitura, antes o substituam por Adonai ou Elom. Este
o nome de Deus no concerto com o homem. Este nome aparece
aproximadamente sete mil vezes e na maioria traduzido como "Senhor". Como
j dissemos ele inclui todos os tempos; passado, presente e futuro. O nome vem
de uma raiz que significa "Ser."
A. W. Pink tem comentrios esclarecedores sobre a relao entre Eloim e Jeov
em seu livro: A Inspirao Divina da Bblia, e citamos: "Os nomes Eloim e Jeov
so encontrados nas pginas do Velho Testamento diversas mil vezes, mas
nunca so usados de modo negligente nem alternadamente.
Cada um destes nomes tem um propsito e significado definido, e se os
substituirmos um pelo outro a beleza e a perfeio de muitas passagens seriam
destrudas. Como ilustrao: A palavra "Deus" aparece em todo o captulo de
Gnesis 1, mas "Senhor Deus" no captulo 2. Se nestas duas passagens os
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nomes fossem invertidos; falha e defeito seriam o resultado. "Deus" o ttulo de
criao, enquanto que "Senhor" implica relao de concerto e mostra Deus
tratando com Seu povo.
Portanto, em Gnesis 1, "Deus" usado, no captulo 2 "Senhor Deus"
empregado e atravs do resto do Velho Testamento estes dois nomes so
usados discriminadamente e em harmonia com seus significados neste dois
primeiros captulos da Bblia.
Um ou dois exemplos sero o suficiente. "E entraram para No na arca, dois a
dois de toda carne que havia esprito de vida. E os que entraram, macho e
fmea de toda carne entraram, como Deus (Elom, C. D. Cole) lhe tinha
ordenado; "Deus", porque era o Criador exigindo o respeito de Suas criaturas;
mas no restante do mesmo versculo, lemos: "e o Senhor (Jeov, C. D. C.)
fechou-a por fora, (Gnesis 7:15-16) isto porque a ao de Deus para com No
estava baseado na relao de concerto.
Quando saiu para enfrentar Golias, Davi disse: "Neste dia o Senhor (Jeov) te
entregar na minha mo (porque Davi tinha um concerto com Deus) e ferir-te-ei,
e te tirarei a cabea, e os corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo s
aves dos cus e s bestas da terra; e toda a terra saber que h Deus (Elom)
em Israel; E saber toda esta congregao (que estava em relao de concerto
com Ele) que o Senhor (Jeov) salva no com espada nem com lana". 1
Samuel 17:46-47. Mais uma vez: "Sucedeu pois que, vendo as capites dos
carros a Josaf disseram: o rei de Israel e o cercaram para pelejarem, porm
Josaf clamou, e o Senhor (Jeov) o ajudou. E Deus (Eloim) os desviou dele". 2
Crnicas 18:31. E assim temos exemplos atravs todo o Velho Testamento.
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OS TTULOS DE JEOV
O nome Jeov muitas vezes usado de modo composto com outros nomes
para apresentar o verdadeiro Deus em algum aspecto de Seu carter,
satisfazendo certas necessidades de Seu povo. Existem quatorze destes ttulos
de Jeov no Velho Testamento, mas neste volume no h espao para se tratar
de cada um separadamente. Teremos que nos satisfazer com uma
apresentao dos ttulos e algumas referncias onde so usados:
JEOV-HOSENU, "Jeov nosso criador". Salmo 95:6.
JEOV-JIR, "Jeov prover". Gnesis 22:14.
JEOV-RAF, "Jeov que te cura". xodo 15:26.
JEOV-NISSI, "Jeov, minha bandeira". xodo 17:15.
JEOV-M?KADDS, "Jeov que te santifica". Levtico 20:8.
JEOV-ELOENU, "Jeov nosso Deus". Salmo 99:5 e 8.
JEOV-ELOEKA, "Jeov teu Deus". xodo 20:2,5,7.
JEOV-ELOAI, "Jeov meu Deus". Zacarias 14:5.
JEOV-SHALOM, "Jeov envia paz". Juzes 6:24.
JEOV-TSEBAOTE, "Jeov das hostes". 1 Samuel 1:3.
JEOV-RO, "Jeov meu pastor". Salmo 23:1.
JEOV-HELEIN, "Jeov o altssimo". Salmo 7:17; 47:2.
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JEOV-TSIDKENU, "Jeov nossa justia". Jeremias 23:6.
JEOV-SHAM, "Jeov est l". Ezequiel 48:35.
OS NOMES DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO
TEOS.
No Novo Testamento grego este geralmente o nome de Deus, e corresponde a
Eloim no Velho Testamento hebraico. usado para todas as trs pessoas da
Trindade, mas especialmente para Deus, o Pai.
PATER.
Este nome corres