Ebserh 12.550

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  • Comentrios elaborados pela Reitoria da Universidade Federal do Rio de

    Janeiro sobre a lei que cria a Empresa Brasileira de Servios Hospitalares

    (Ebserh)

    Cidade Universitria, 3 de dezembro de 2012

    Presidncia da Repblica

    Casa Civil

    Subchefia para Assuntos Jurdicos

    LEI N 12.550, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011.

    Mensagem de veto autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pblica denominada Empresa Brasileira

    de Servios Hospitalares (EBSERH); acrescenta dispositivos ao Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro

    de 1940 - Cdigo Penal; e d outras providncias.

    A PRESIDENTA DA REPBLICA fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a criar empresa pblica unipessoal, na forma definida no

    inciso II do art. 5o do Decreto-Lei n 200, de 25 de fevereiro de 1967, e no art. 5 do Decreto-Lei no

    900, de 29 de setembro de 1969, denominada Empresa Brasileira de Servios Hospitalares - EBSERH,

    com personalidade jurdica de direito privado e patrimnio prprio, vinculada ao Ministrio da

    Educao, com prazo de durao indeterminado.

    Sendo empresa pblica unipessoal, integrante da administrao indireta da Unio, no admite partilha

    de capital, nem mesmo com instituies pblicas. Como no sociedade de economia mista, no pode

    ser aberta a instituies privadas. Dependente de oramento, prestadora de servios pblicos

    essenciais sociedade.

    Sendo a EBSERH ligada ao MEC, responder ao ministro por sua poltica. Este indica os diretores da

    Empresa e tem trs representantes no Conselho de Administrao, o que assegura o vnculo com as

    misses de ensino e pesquisa.

    Direito privado significa, essencialmente, que a empresa pblica no ter a vantagem, prpria da

    administrao direta e autarquias, de determinar regras impositivas. Relacionar-se- com seus parceiros

    em condies de igualdade. Seu regime de pessoal CLT, e no est isenta de impostos nem obrigaes

    trabalhistas. Pode determinar suas prprias regras para licitaes, s quais est obrigada, mas em

    completa subordinao Lei 8.666.

  • O direito privado no modifica o carter de empresa pblica, em suas misses, definido na Constituio.

    1o A EBSERH ter sede e foro em Braslia, Distrito Federal, e poder manter escritrios,

    representaes, dependncias e filiais em outras unidades da Federao.

    Esta autorizao contribui para o desenvolvimento de gesto descentralizada, evitando-se dependncia

    excessiva das unidades geridas em relao administrao central da EBSERH.

    2o Fica a EBSERH autorizada a criar subsidirias para o desenvolvimento de atividades inerentes ao

    seu objeto social, com as mesmas caractersticas estabelecidas no caput deste artigo, aplicando-se a

    essas subsidirias o disposto nos arts. 2o a 8

    o, no caput e nos 1

    o, 4

    o e 5

    o do art. 9

    o e, ainda, nos arts.

    10 a 15 desta Lei.

    Artigo importante para assegurar descentralizao. Ao definir que as subsidirias tero as mesmas

    caractersticas atribudas EBSERH, no h possibilidade de ser este pargrafo uma janela para a

    privatizao da gesto.

    Art. 2o A EBSERH ter seu capital social integralmente sob a propriedade da Unio.

    Trata-se de empresa federal, sem outras possibilidades de composio de capital.

    Pargrafo nico. A integralizao do capital social ser realizada com recursos oriundos de dotaes

    consignadas no oramento da Unio, bem como pela incorporao de qualquer espcie de bens e

    direitos suscetveis de avaliao em dinheiro.

    A EBSERH foi constituda com capital de R$ 5 milhes, consignados pelo oramento da Unio.

    Art. 3o A EBSERH ter por finalidade a prestao de servios gratuitos de assistncia mdico-

    hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnstico e teraputico comunidade, assim como a prestao

    s instituies pblicas federais de ensino ou instituies congneres de servios de apoio ao ensino,

    pesquisa e extenso, ao ensino-aprendizagem e formao de pessoas no campo da sade pblica,

    observada, nos termos do art. 207 da Constituio Federal, a autonomia universitria.

    Os servios prestados s instituies pblicas federais de ensino so de apoio ao ensino e pesquisa

    etc., coerentemente preservao da autonomia universitria as Ifes definem os rumos de seus

    hospitais. A expresso objetiva dessa misso ser o contrato ente as universidades e a Empresa. Os

    servios assistenciais so gratuitos, no h espao para atendimento privado.

    1o As atividades de prestao de servios de assistncia sade de que trata o caput estaro

    inseridas integral e exclusivamente no mbito do Sistema nico de Sade - SUS.

    Integral e exclusivamente refletem a deciso do legislador de no admitir a prestao de servios

    privados, o que inclui planos de sade. Bem ao contrrio, o contrato com a EBSERH obrigar os hospitais

    a eliminar seus setores reservados ao atendimento de particulares, caso existam. O TCU j havia

    considerado irregulares as atividades de atendimento aos particulares nos hospitais universitrios

    federais. Em atendimento a essa determinao do TCU, o HUCFF/UFRJ e o HC/UFMG j haviam

    encerrado suas atividades de atendimento a particulares.

    2o No desenvolvimento de suas atividades de assistncia sade, a EBSERH observar as

    orientaes da Poltica Nacional de Sade, de responsabilidade do Ministrio da Sade.

    O MS ter dois representantes no Conselho de Administrao da EBSERH, responsveis por assegurar

    que se cumpra este importante artigo da Lei. Os contratos de gesto com o gestor local do SUS, que

    devem ser aprovados pelo conselho local de sade e so acompanhados por comisso que inclui o

  • hospital, os gestores e os usurios, continuaro sob a gide da universidade. O controle social est

    garantido.

    3o assegurado EBSERH o ressarcimento das despesas com o atendimento de consumidores e

    respectivos dependentes de planos privados de assistncia sade, na forma estabelecida pelo art. 32

    da Lei no 9.656, de 3 de junho de 1998, observados os valores de referncia estabelecidos pela Agncia

    Nacional de Sade Suplementar.

    O ressarcimento ao SUS, institudo pela Lei 9.656/98 em seu artigo 32, est regulamentado pela RN 135

    de 2008, da ANS. Trata-se de recolhimento devido ao SUS, por parte das operadoras de planos de sade,

    por atendimentos feitos a seus clientes na rede contratuaizado com o SUS.

    O artigo 8 da RN estabelece que a instituio pblica no pode identificar, previamente, os pacientes

    portadores de plano de sade. A identificao se faz pela comparao entre a lista eletrnica de

    atendidos pelo SUS e a relao de beneficirios dos planos de sade, obrigatoriamente entregues ANS.

    Trata-se de procedimento feito pela ANS, sem envolvimento das unidades assistenciais do SUS.

    Art. 4o Compete EBSERH:

    I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar servios de assistncia mdico-hospitalar,

    ambulatorial e de apoio diagnstico e teraputico comunidade, no mbito do SUS;

    Este inciso refere-se a relaes admissveis com unidades assistenciais no SUS, no se aplicando s

    universidades.

    II - prestar s instituies federais de ensino superior e a outras instituies congneres servios de

    apoio ao ensino, pesquisa e extenso, ao ensino-aprendizagem e formao de pessoas no campo

    da sade pblica, mediante as condies que forem fixadas em seu estatuto social;

    Neste inciso, define-se que a relao da EBSERH com as universidades de apoio, no lhe cabendo

    papel de competio ou deciso nos temas assistenciais e acadmicos.

    III - apoiar a execuo de planos de ensino e pesquisa de instituies federais de ensino superior e de

    outras instituies congneres, cuja vinculao com o campo da sade pblica ou com outros

    aspectos da sua atividade torne necessria essa cooperao, em especial na implementao das

    residncias mdica, multiprofissional e em rea profissional da sade, nas especialidades e regies

    estratgicas para o SUS;

    Este inciso procura atender expectativas do Ministrio da Sade de que as universidades contribuam na

    rea de sade pblica e na formao adequada de recursos humanos s necessidades da populao.

    Note-se que o termo apoio, coerentemente com a autonomia universitria.

    IV - prestar servios de apoio gerao do conhecimento em pesquisas bsicas, clnicas e aplicadas

    nos hospitais universitrios federais e a outras instituies congneres;

    Aplicam-se as consideraes dos itens anteriores.

    V - prestar servios de apoio ao processo de gesto dos hospitais universitrios e federais e a outras

    instituies congneres, com implementao de sistema de gesto nico com gerao de indicadores

    quantitativos e qualitativos para o estabelecimento de metas; e

  • No que diz respeito aos hospitais universitrios federais, mesmo no processo de gesto o papel da

    EBSERH de apoio.

    VI - exercer outras atividades inerentes s suas finalidades, nos termos do seu estatuto social.

    Item padro em estatutos e regimentos de instituies da administrao pblica indireta.

    Art. 5o dispensada a licitao para a contratao da EBSERH pela administrao pblica para realizar

    atividades relacionadas ao seu objeto social.

    A dispensa de licitao para contratao de instituies pblicas de nossa tradio jurdica, o que

    tambm ocorre com certas instituies de direito privado, sendo exemplo as fundaes de apoio. As

    empresas pblicas no esto dispensadas de licitao para aquisies e contratos, como define o artigo

    37 da Constituio Federal.

    Art. 6o A EBSERH, respeitado o princpio da autonomia universitria, poder prestar os servios

    relacionados s suas competncias mediante contrato com as instituies federais de ensino ou

    instituies congneres.

    Na posio de contratante, a universidade tem a vantagem de definir termos de prestao de servios

    que sero remunerados com seus prprios recursos. A citao da autonomia universitria at mesmo

    redundante, posto que preceito constitucional no precisa de reiterao.

    1o O contrato de que trata o caput estabelecer, entre outras:

    I - as obrigaes dos signatrios;

    II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execuo a serem observados pelas partes;

    Metas so muito importantes na vida de qualquer instituio, e os HUF j as tm definidas no contrato

    de gesto do SUS. Os contratos com a EBSERH devero caracterizar que as metas expressaro a

    indissociabilidade de ensino, pesquisa e assistncia, expresso da autonomia.

    III - a respectiva sistemtica de acompanhamento e avaliao, contendo critrios e parmetros a

    serem aplicados; e

    Processo necessrio a uma instituio pblica, que deve prestar contas aos rgos de controle e

    populao dos benefcios que gera, mediata ou imediatamente.

    IV - a previso de que a avaliao de resultados obtidos, no cumprimento de metas de desempenho e

    observncia de prazos pelas unidades da EBSERH, ser usada para o aprimoramento de pessoal e

    melhorias estratgicas na atuao perante a populao e as instituies federais de ensino ou

    instituies congneres, visando ao melhor aproveitamento dos recursos destinados EBSERH.

    A aferio de metas destina-se ao aperfeioamento da gesto, e no a cortes de recursos ou outras

    medidas que tenham carter de sano.

    2o Ao contrato firmado ser dada ampla divulgao por intermdio dos stios da EBSERH e da

    entidade contratante na internet.

    Condio para transparncia e controle social.

  • 3o Consideram-se instituies congneres, para efeitos desta Lei, as instituies pblicas que

    desenvolvam atividades de ensino e de pesquisa na rea da sade e que prestem servios no mbito

    do Sistema nico de Sade - SUS.

    A definio de instituies congneres abarca hospitais pblicos certificados como de ensino,

    universitrios ou no. No inclui os privados, mesmo sem finalidade lucrativa.

    Art. 7o No mbito dos contratos previstos no art. 6, os servidores titulares de cargo efetivo em

    exerccio na instituio federal de ensino ou instituio congnere que exeram atividades

    relacionadas ao objeto da EBSERH podero ser a ela cedidos para a realizao de atividades de

    assistncia sade e administrativas.

    Um aspecto essencial da EBSERH a gesto de pessoal, que permitir s universidades superar o

    impasse de trs dcadas, pois mantm atualmente mais de 20 mil contratados de maneira irregular em

    seus hospitais. A Empresa compor as equipes de cada hospital com seus profissionais concursados, mas

    sem abrir mo da capacitada fora de trabalho da prpria universidade, no Regime Jurdico nico. Em

    face do indispensvel princpio de gesto nica, prev-se a cesso destes, segundo deciso final do

    Reitor.

    1o Ficam assegurados aos servidores referidos no caput os direitos e as vantagens a que faam jus

    no rgo ou entidade de origem.

    Os servidores que atuam nos hospitais mantero os direitos e vantagens do RJU, em sua carreira, sem se

    desligarem dela. No tm de fazer opo; se beneficiaro das conquistas obtidas pelos tcnicos e

    administrativos; e podero participar ativamente de suas lutas. So do RJU e assim continuaro.

    2o A cesso de que trata o caput ocorrer com nus para o cessionrio.

    A EBSERH tem o encargo das despesas de pessoal cedido, o que corresponde norma legal.

    Art. 8o Constituem recursos da EBSERH:

    I - recursos oriundos de dotaes consignadas no oramento da Unio;

    A EBSERH empresa estatal prestadora de servios, dependente de oramento. Assim, ter recursos

    diretamente provenientes do oramento da Unio. Destaque-se que a condio de dependncia de

    oramento oriundo do MEC ou do MS desfaz a lgica do lucro como motor da instituio.

    II - as receitas decorrentes:

    a) da prestao de servios compreendidos em seu objeto;

    A prestao de servios permitida pela Lei aquela contratada com o SUS.

    b) da alienao de bens e direitos;

    Isto no inclui o patrimnio da universidade, mesmo que cedido Empresa.

    c) das aplicaes financeiras que realizar;

    A legislao exige que recursos da Unio, quando sob a guarda de instituio bancria, devem ser

    investidos para assegurar o melhor resultado possvel coisa pblica.

    d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguis, foros, dividendos e bonificaes; e

  • Diz respeito ao retorno de investimentos da EBSERH, a beneficiar os hospitais por ela administrados.

    e) dos acordos e convnios que realizar com entidades nacionais e internacionais;

    Esse tipo de fonte financeira prevista no caso da prpria UFRJ, como reza o artigo 4, inciso II, de seu

    estatuto: II aceitar subvenes, doaes e legados, e cooperao financeira proveniente de convnios

    com entidades pblicas ou privadas.

    A UFRJ tem grande nmero de convnios com entidades de direito privado, devidamente aprovados

    por seus conselhos. No caso dos hospitais, a Lei no permite qualquer ateno sade seno a do

    sistema pblico, e no pode ser superada por convnios ou contratos. Quanto pesquisa, h muitas em

    curso na UFRJ com recursos privados, sempre albergadas pelas fundaes de apoio, cuja legislao lhes

    atribui esse papel. A EBSERH no tem essa finalidade.

    III - doaes, legados, subvenes e outros recursos que lhe forem destinados por pessoas fsicas ou

    jurdicas de direito pblico ou privado; e

    Por semelhante, veja-se o inciso IV do artigo 113 do estatuto da UFRJ: IV pelos legados ou donativos

    regularmente aceitos, com ou sem encargos expressos;.

    IV - rendas provenientes de outras fontes.

    Por semelhana, artigo 117 de estatuto da UFRJ: VII rendas eventuais..

    Pargrafo nico. O lucro lquido da EBSERH ser reinvestido para atendimento do objeto social da

    empresa, excetuadas as parcelas decorrentes da reserva legal e da reserva para contingncia.

    A forma jurdica empresa estatal, que compe o sistema de administrao indireta da Unio, admite a

    possibilidade de lucro. Como j citado, deixa de haver sentido prtico desse conceito quando se trata de

    empresa dependente de oramento. No entanto, o pargrafo procura consolidar que qualquer recurso

    que possa ser caracterizado como lucro ser reinvestido.

    Art. 9o A EBSERH ser administrada por um Conselho de Administrao, com funes deliberativas, e

    por uma Diretoria Executiva e contar ainda com um Conselho Fiscal e um Conselho Consultivo.

    Caracteriza-se estrutura de governana colegiada completa. O conselho de administrao soberano, e

    a diretoria executiva tem como contrapeso o conselho fiscal. O conselho consultivo amplia a voz de

    instituies independentes, com acesso s informaes.

    1o O estatuto social da EBSERH definir a composio, as atribuies e o funcionamento dos rgos

    referidos no caput.

    O estatuto social da EBSERH foi publicado no DOU em 28 de dezembro de 2011. O conselho de

    administrao composto por trs representantes do MEC, dois do MS, um do MPOG (Planejamento),

    uma da Andifes (reitores), um dos funcionrios (eleito) e o presidente da Empresa, Constituiro

    inteiramente pblica, sendo os indicados nomeados pelo ministro da Educao.

    J a diretoria ser composta por, no mximo, sete integrantes. Exige-se dos diretores, no artigo 15,

    pargrafo 2:

    II - notrios conhecimentos na rea de gesto, da ateno hospitalar e do ensino em sade; e

    III - mais de dez anos de exerccio de funo ou de efetiva atividade profissional que exija os

    conhecimentos

  • Tais definies praticamente restringem a escolha a professores com experincia em gesto hospitalar

    universitria.

    2o (VETADO).

    3o (VETADO).

    4o A atuao de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo no ser remunerada e ser

    considerada como funo relevante.

    Norma geral das instituies pblicas.

    5o Ato do Poder Executivo aprovar o estatuto da EBSERH.

    J comentado.

    Art. 10. O regime de pessoal permanente da EBSERH ser o da Consolidao das Leis do Trabalho -

    CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e legislao complementar,

    condicionada a contratao prvia aprovao em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos,

    observadas as normas especficas editadas pelo Conselho de Administrao.

    A entrada de funcionrios se faz exclusivamente por concurso pblico. O regime CLT em empresas

    pblicas pode ser comparado, vantajosamente, ao atual RJU, na carreira dos tcnicos e administrativos,

    em itens tais como: FGTS; acesso justia trabalhista; acesso a pacotes de benefcios, como planos de

    sade e aposentadoria complementar, com participao do empregador; data-base para dissdio

    coletivo, com garantia anual de reposio da inflao, no mnimo.

    A estabilidade no emprego, que os afetos ao RJU conquistam aps trs anos de perodo probatrio, no

    assegurada no regime CLT. No entanto, cada estatal tem seu prprio regime disciplinar, a prever os

    procedimentos formais para fundamentao de demisso, com direito defesa.

    Pargrafo nico. Os editais de concursos pblicos para o preenchimento de emprego no mbito da

    EBSERH podero estabelecer, como ttulo, o cmputo do tempo de exerccio em atividades correlatas s

    atribuies do respectivo emprego.

    Para valorizar os candidatos mais experientes. Os concursos baseados exclusivamente em provas de

    conhecimentos tendem a desequilibrar a relao entre saber terico e experincia.

    Art. 11. Fica a EBSERH, para fins de sua implantao, autorizada a contratar, mediante processo

    seletivo simplificado, pessoal tcnico e administrativo por tempo determinado.

    Os procedimentos simplificados para selecionar pessoal por tempo determinado so prtica no RJU,

    sendo exemplos as muitas vagas oferecidas nos ltimos anos aos hospitais federais do MS no RJ, alm

    do Inca. Esta Lei valoriza as chances do pessoal irregularmente contratado na UFRJ, os extraquadros

    que, por seu histrico de anos de dedicao e conhecimentos especficos, devem ter oportunidade de

    aproveitamento. Tero at cinco anos para passar em concurso para vagas definitivas, tambm com a

    devida valorizao da experincia.

    1o Os contratos temporrios de emprego de que trata o caput somente podero ser celebrados

    durante os 2 (dois) anos subsequentes constituio da EBSERH e, quando destinados ao

    cumprimento de contrato celebrado nos termos do art. 6o, nos primeiros 180 (cento e oitenta) dias de

    vigncia dele.

  • Fica definido o prazo mximo de permanncia de ocupantes de vagas temporrias justificadas pela

    implantao da EBSERH.

    2o Os contratos temporrios de emprego de que trata o caput podero ser prorrogados uma nica

    vez, desde que a soma dos 2 (dois) perodos no ultrapasse 5 (cinco) anos.

    J comentado.

    Art. 12. A EBSERH poder celebrar contratos temporrios de emprego com base nas alneas a e b do

    2 do art. 443 da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1

    de maio de 1943, mediante processo seletivo simplificado, observado o prazo mximo de durao

    estabelecido no seu art. 445.

    Permite a imediata criao de vagas temporrias diante de situaes circunstanciais, tais como licenas

    de sade, por gravidez, demisses, necessidades de expanso irreprimveis, como epidemias etc. A falta

    desse mecanismo no RJU contribui para a terceirizao irregular.

    Art. 13. Ficam as instituies pblicas federais de ensino e instituies congneres autorizadas a

    ceder EBSERH, no mbito e durante a vigncia do contrato de que trata o art. 6, bens e direitos

    necessrios sua execuo.

    Os bens da universidade necessrios funo da Empresa so cedidos temporariamente, enquanto

    viger o contrato e no entregues definitivamente.

    Pargrafo nico. Ao trmino do contrato, os bens sero devolvidos instituio cedente.

    J comentado.

    Art. 14. A EBSERH e suas subsidirias estaro sujeitas fiscalizao dos rgos de controle interno do

    Poder Executivo e ao controle externo exercido pelo Congresso Nacional, com auxlio do Tribunal de

    Contas da Unio.

    Este artigo define, de acordo com o texto constitucional no que se refere s empresas estatais, a

    submisso da EBSERH aos mesmos processos de correio das universidades federais.

    Art. 15. A EBSERH fica autorizada a patrocinar entidade fechada de previdncia privada, nos termos

    da legislao vigente.

    O regime CLT no alberga a aposentadoria integral, que no mais provida pelo RJU. A EBSERH poder

    contratar fundos j constitudos, ou criar o seu, para a complementao de aposentadoria e outros

    benefcios, havendo contribuio patronal e dos empregados.

    Pargrafo nico. O patrocnio de que trata o caput poder ser feito mediante adeso a entidade

    fechada de previdncia privada j existente.

    Comentado acima.

    Art. 16. A partir da assinatura do contrato entre a EBSERH e a instituio de ensino superior, a

    EBSERH dispor de prazo de at 1 (um) ano para reativao de leitos e servio inativos por falta de

    pessoal.

    Ao dimensionar o hospital em termos de capacidade instalada, condies de infraestrutura e pessoal, a

    EBSERH tem de considerar, pela Lei, as perdas por falta de recursos humanos.

  • Art. 17. Os Estados podero autorizar a criao de empresas pblicas de servios hospitalares.

    Este o ltimo artigo referente EBSERH.

    Reitoria

    Universidade Federal do Rio de Janeiro