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Economia Completa p/ BACEN Teoria + 500 questões CESPE/Unb Prof Heber Carvalho – Aula 03 Prof Heber Carvalho www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 40 AULA 03 – Teoria da firma (parte II): Custos SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA Custos econômicos X custos contábeis 01 Custos irrecuperáveis 04 Custos fixos, variáveis e totais 07 Custo médio e marginal 08 Curto X longo prazo 09 Custos no curto prazo 10 Custos no longo prazo 21 Lista de questões apresentadas na aula 37 Gabarito 40 Olá caros(as) amigos(as), Hoje, estudaremos os custos de produção. É um assunto inerente ao estudo da teoria da firma. Além disso, os temas de hoje são muito importantes, pois são pré-requisitos para um bom aproveitamento em nossa próxima aula sobre mercados. E aí, todos prontos? Então, aos estudos! 1. CUSTOS DE PRODUÇÃO O primeiro item da aula que nós veremos é a importantíssima diferenciação que existe no enfoque que é dado pelos economistas em relação ao conceito de custo. Para eles, o custo é algo visto de uma forma um pouco diferente daquela vista pelos contadores e pela maioria de nós.

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AULA 03 – Teoria da firma (parte II): Custos

SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA Custos econômicos X custos contábeis 01 Custos irrecuperáveis 04 Custos fixos, variáveis e totais 07 Custo médio e marginal 08 Curto X longo prazo 09 Custos no curto prazo 10 Custos no longo prazo 21 Lista de questões apresentadas na aula 37 Gabarito 40 Olá caros(as) amigos(as), Hoje, estudaremos os custos de produção. É um assunto inerente ao estudo da teoria da firma. Além disso, os temas de hoje são muito importantes, pois são pré-requisitos para um bom aproveitamento em nossa próxima aula sobre mercados. E aí, todos prontos? Então, aos estudos! 1. CUSTOS DE PRODUÇÃO

O primeiro item da aula que nós veremos é a importantíssima diferenciação que existe no enfoque que é dado pelos economistas em relação ao conceito de custo. Para eles, o custo é algo visto de uma forma um pouco diferente daquela vista pelos contadores e pela maioria de nós.

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1.1. CUSTOS ECONÔMICOS X CUSTOS CONTÁBEIS

Em primeiro lugar, devemos definir o que são custos. Tanto para a

economia quanto para a contabilidade, os custos se referem aos preços ou remunerações dos fatores de produção (capital e mão-de-obra, principalmente).

No entanto, há uma diferença entre o conceito econômico de custo

e o conceito contábil usual. O custo contábil leva em conta o pagamento ou a utilização dos fatores de produção. O custo econômico leva em conta o melhor ganho que se poderia obter empregando-se esse fator em outra atividade que não a produção da firma. Assim, podemos estatuir que o custo econômico leva em conta o custo de oportunidade do fator de produção.

O custo econômico leva em conta o custo de oportunidade do fator de produção.

Deixe-me explicar melhor. Suponha uma empresa que utiliza

instalações próprias. Ou seja, ela não necessita pagar aluguel. No conceito contábil, não haverá custo, pois a empresa não desembolsa nenhum valor, nem adquire obrigações a respeito de aluguéis. No conceito econômico, entretanto, a análise é diferente. Para um economista, esta empresa poderia ter recebido um aluguel por este espaço caso decidisse não utilizá-lo como parte de suas instalações. Esse aluguel não recebido corresponde aos custos de oportunidade de utilização do espaço, devendo ser incluído como parte dos custos econômicos das atividades da empresa.

Imagine agora uma loja de roupas em que a própria dona resolve

trabalhar de vendedora e gerente ao mesmo tempo. Neste caso, também não temos nenhum custo contábil envolvido na transação. No entanto, o negócio incorre em um custo de oportunidade, pois sua proprietária poderia ter recebido um salário trabalhando como vendedora e gerente em outro lugar. Esse custo de oportunidade é considerado um custo econômico, mas não um custo contábil.

O termo custo de oportunidade frequentemente é definido como

sendo “o que se deixa de ganhar” se utilizasse o fator de produção da melhor maneira alternativa possível. Por esse motivo, os custos de oportunidade também são chamados de custos alternativos ou custos implícitos. A nomenclatura “implícitos” deve-se à particularidade de tais custos (de oportunidade) não envolverem desembolso monetário. Essa

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característica faz com que os custos de oportunidade sejam, na maioria das vezes, estimados de forma um tanto quanto subjetiva.

Por exemplo, suponha que você tenha decidido pedir demissão do

emprego para estudar para concurso durante 12 horas por dia, afinal, você quer ser aprovado o mais breve possível. Qual seria o custo de oportunidade ou custo implícito/alternativo desta decisão? O custo de oportunidade seria o que você deixou de ganhar caso estivesse trabalhando. Veja que, do ponto de vista contábil, a decisão não representa custo, pois, nos meses que estiver estudando, você não pagará para estudar. Mas a decisão representa um alto custo de oportunidade.

Como existe essa diferenciação entre custos contábeis e

econômicos, logicamente, também existe a diferenciação entre lucro econômico e lucro contábil. Neste, utilizamos os custos explícitos (aqueles que significam desembolso). Naquele, utilizamos não só os custos explícitos mas também os custos implícitos, de forma a obtermos o custo de oportunidade total (custos explícitos + custos implícitos), que é mais abrangente que o custo contábil. Assim,

Lucro contábil = receita total – custos explícitos totais

Lucro econômico = receita total – custo de oportunidade total

ou

Lucro econômico = receita total – (custos explícitos + implícitos)

O lucro econômico é geralmente mais baixo (nunca mais elevado) do que os lucros contábeis, porque o lucro econômico resulta, como já dissemos, da diferença entre a receita total e os custos de oportunidade totais, que incluem os custos explícitos e implícitos, ao passo que o lucro contábil resulta da diferença entre a receita total e os custos explícitos, somente. Logo, é possível para a firma ter lucro contábil positivo e lucro econômico zero. Nós dizemos, em economia, que se uma firma realiza lucro econômico zero, ela então está tendo lucro normal.

Lucro normal = lucro econômico zero

Sei que esta afirmação é um tanto estranha. Vamos explicar melhor isto. Lucro normal é a quantia mínima de lucro necessária para manter os recursos empregados e a firma funcionando. Para esclarecermos a questão, vamos apresentar um exemplo em que a empresa obtém lucro

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econômico igual a zero. Suponha que esta empresa é dona das instalações, do capital de giro e o seu dono trabalha como administrador/gerente. Logo, haverá custos de oportunidade (custos implícitos) referentes ao aluguel, juros e salários que se deixam de ganhar:

Tabela 01:

Item Lucro contábil Lucro econômico Receita total 100 100 Custos explícitos 70 70 Custos implícitos - 30 - Salários - 10 - Juros - 10 - Aluguel - 10 Lucro 30 0

Constatamos então que a empresa obteve lucro econômico zero, mas obteve lucro contábil positivo (30). Um lucro econômico igual a zero (lucro normal) significa que a empresa obteve receita suficiente para cobrir os custos de oportunidade totais (explícitos + implícitos). Isto (lucro econômico zero) é condição suficiente para que o empresário permaneça no negócio, uma vez que consegue exatamente remunerar todos os fatores de produção.

Se a receita total for maior que o custo de oportunidade total

(custos implícitos + explícitos), então o lucro econômico será positivo e a firma terá lucros extraordinários (ou lucro econômico puro, ou lucro econômico positivo). Se o custo de oportunidade total é maior que a receita total, haverá lucro econômico negativo ou prejuízo econômico.

1.2. CUSTOS IRREVERSÍVEIS, IRRECUPERÁVEIS OU AFUNDADOS (SUNK COSTS)

Custo irreversível é um custo que foi feito e que não poderá ser recuperado ou revertido. Como não podem ser recuperados, os custos irreversíveis não deveriam ter nenhuma influência sobre as decisões da empresa (na análise econômica, a visão dos economistas, ao contrário da visão dos contadores, é voltada para o futuro. Como o custo irreversível já foi realizado e não pode mais ser recuperado, então, não deve possuir qualquer influência sobre as decisões).

Suponha uma firma que gastou com a compra de um equipamento

bem específico e que só tem utilidade no processo produtivo desta firma. Assim, tal equipamento não poderá ser convertido para outro uso nem poderá ser revendido no futuro. O gasto com este equipamento

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caracteriza-se como custo irreversível. Como ele não tem uso alternativo, seu custo de oportunidade é zero.

Em virtude de possuir custo de oportunidade zero, o gasto com tal

equipamento nem deve ser incluído como parte dos custos da empresa. A decisão de adquiri-lo pode ter sido boa ou não. Como sabemos, a análise econômica é voltada para o futuro. Então, como o custo de oportunidade é zero, tal gasto não deve influenciar as decisões da empresa.

Se o equipamento pudesse ser utilizado de outra maneira ou

revendido para outra empresa, aí sim, a máquina teria um custo de oportunidade (um custo econômico). Esse custo de oportunidade seria representado pelo que custo de empregá-la em vez de vendê-la ou alugá-la para outra firma.

Suponha que você pretende se matricular em um curso para concursos no estilo “pacotão”, com aulas todos os dias inclusive aos sábados e domingos, no valor de R$ 3000. Para garantir a matrícula, o dono do curso disse que você deveria pagar R$ 500 à vista e que tal valor não seria reembolsado em caso de desistência. Você acreditou no dono do curso e pagou os R$ 500, de tal forma que a despesa total com o curso será de R$ 3500. Entretanto, você descobriu que existe outro curso, com as mesmas características e qualidade, que está custando R$ 3100, portanto, R$ 400 mais barato. Qual dos dois cursos você deveria fazer? A resposta é: o primeiro. O valor que você pagou e não será devolvido (R$ 500) representa um custo irreversível e não deve influenciar a sua decisão. Para você, o custo econômico do primeiro curso será R$ 3000, enquanto o segundo curso possui custo econômico de R$ 3100. Se o segundo curso custasse R$ 2900, você deveria adquiri-lo, mesmo sabendo que desperdiçou R$ 500.

Vejamos como isso é cobrado em prova: 01. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2009) - O custo de oportunidade da decisão de tirar férias é mais elevado para funcionários públicos do que para profissionais liberais bem sucedidos como alguns médicos e advogados. COMENTÁRIOS: O custo de oportunidade da decisão de tirar férias é o que se deixou de ganhar caso decidisse ficar trabalhando nas férias (um salário extra, provavelmente). Como profissionais liberais bem sucedidos ganham mais que funcionários públicos, para eles, o custo de oportunidade da decisão

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de tirar férias é maior, pois eles deixam de ganhar mais dinheiro que os funcionários públicos (na verdade, o custo de oportunidade de tirar férias dos funcionários públicos é nulo, pois estes não deixam de receber salário em virtude das férias. Que bom, não é mesmo! ). GABARITO: ERRADO 02. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – UEPA – 2008) - 27 - O custo de oportunidade de imóveis utilizados pelos seus donos para sediar empresas de sua propriedade é nulo visto que, nesses casos, não há pagamentos de aluguéis que onerem os custos contábeis dessas empresas. COMENTÁRIOS: O custo de oportunidade de imóveis utilizados pelos seus donos é o que deixa de ser ganho caso o dono tivesse, por exemplo, locado seu imóvel a terceiros. Neste caso, o custo de oportunidade seria o valor do aluguel que não está sendo ganho pelo proprietário. Assim sendo, está incorreta a assertiva pois o custo de oportunidade não é nulo (apenas o custo contábil é nulo). GABARITO: ERRADO 03. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCDF – 2002) - Para um estudante brasileiro, os custos de oportunidade de cursar um MBA nos Estados Unidos da América, em regime de dedicação exclusiva, correspondem aos gastos com tudo aquilo de que o estudante abre mão para fazer o curso, como os salários não ganhos em alguma atividade remunerada ou o ganho em capital humano que deixa de obter se participasse de outro curso. COMENTÁRIOS: O custo de oportunidade de cursar um MBA inclui tudo o que se deixa de ganhar, caso tivesse decidido não cursá-lo. Assim, além dos próprios gastos que serão incorridos para custear o MBA, dentro do custo de oportunidade, há aquilo que se deixa de ganhar caso estivesse, por exemplo, trabalhando e auferindo salários ou fazendo outro curso e adquirindo outros conhecimentos. GABARITO: CERTO 04. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2007) - O custo de oportunidade da decisão de assumir um novo emprego, cujo salário é superior àquele pago na ocupação anterior, inclui tanto o valor da remuneração atual como o aumento do tempo de transporte necessário para se chegar ao novo local de trabalho.

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COMENTÁRIOS: O custo de oportunidade de se assumir um novo emprego é o que se deixou de ganhar caso não tivesse tomado essa decisão. Assim, esse custo inclui o salário do emprego antigo, bem como todos os seus benefícios, entre os quais citamos, conforme está na assertiva, o menor tempo de transporte que era necessário para se chegar ao trabalho. GABARITO: CERTO 05. (CESPE/Unb – Área Economia e Finanças – Certificação BB – 2010) - Custos afundados devem ser considerados nas tomadas de decisão. COMENTÁRIOS: Os custos afundados não devem ser considerados nas tomadas de decisão, pois seu custo de oportunidade é nulo, tendo em vista que os custos incorridos não podem mais ser recuperados. GABARITO: ERRADO 06. (CESPE/Unb – Área Economia e Finanças – Certificação BB – 2010) - Custos afundados têm custos de oportunidades muito altos. COMENTÁRIOS: Conforme vimos, os custos afundados possuem custos de oportunidade nulos. Sendo assim, a assertiva está errada. GABARITO: ERRADO 1.3. CUSTOS FIXOS (CF), VARIÁVEIS (CV) E CUSTO TOTAL (CT)

Custo total (CT) é o custo de todos os fatores de produção que uma empresa usa na produção. Alguns fatores de produção variam quando aumentamos ou reduzimos a produção; outros se mantêm fixos.

Os custos dos fatores fixos são custos fixos (CF), e os custos dos

fatores variáveis são custos variáveis (CV). Assim, podemos dividir o custo total em duas partes: custos fixos e variáveis.

CT = CF + CV

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Custos fixos não variam com o nível de produção (exemplo: aluguel, manutenção das instalações, salários da diretoria, etc). Como estes custos não variam com o nível de produção, eles devem ser pagos mesmo que não haja produção. A única maneira de a empresa eliminar totalmente os custos fixos é deixando de operar.

Custos variáveis são custos que variam quando o nível de

produção varia (exemplo: gasto com matéria-prima, pagamento de bônus aos funcionários, etc).

Apesar dos exemplos colocados acima, não há uma definição

absoluta do que é fixo e do que é variável. Saber quais custos são variáveis e quais são fixos depende do prazo com o qual estamos lidando. Em um curto espaço de tempo (01 ou 02 meses, por exemplo), a maioria dos custos é fixa. Isso ocorre porque, nesse período, a empresa não tem muitas condições de alterar a sua estrutura de custos (em tão pouco tempo, não há como reduzir os pedidos de matéria-prima, nem deixar de pagar os funcionários, por exemplo). Por outro lado, em um longo período de tempo (02 ou 03 anos, por exemplo), a maioria dos custos é variável. Em um período maior, a empresa tem condições de alterar a sua estrutura de custos: demitir/contratar trabalhadores, comprar mais/menos matérias-primas, adquirir novas instalações, etc.

Então veja que a classificação em custo fixo ou variável dependerá

do horizonte temporal em análise. Continuaremos falando sobre isso mais tarde, continue lendo.

1.4. CUSTO MÉDIO E CUSTO MARGINAL

O custo marginal é o aumento de custo (total) provocado pela produção de uma unidade adicional de produto. Ele nos informa quanto custará aumentar a produção em uma unidade. Por exemplo, suponha que uma determinada empresa tenha produção de 200 e, para aumentá-la em 01 unidade (passar para produção=201), seja necessário aumentar o custo total de 150 para 175. Neste caso, o custo marginal será 25 (acréscimo/aumento de custo).

Segue de forma algébrica o Cmg:

𝑪𝒎𝒈 =𝜟𝑪𝑻𝜟𝑸

Como o custo fixo não apresenta variação quando ocorrem

alterações no nível da produção da empresa, o custo marginal também

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pode ser conceituado como sendo apenas o aumento no custo variável ocasionado por uma unidade extra de produto. Podemos então representar também desta maneira o Cmg:

𝑪𝒎𝒈 =𝜟𝑪𝑽𝜟𝑸

Custo médio é o custo total dividido pelo nível de produção (pela quantidade de produtos produzidos). Em outras palavras, é o custo por unidade de produto, ou custo unitário. Por exemplo, suponha uma firma com produção de 200 e custo (total) de 150, o custo médio ou unitário será 150/200=0,75. Segue de forma algébrica o CTme (vamos utilizar apenas Cme):

𝑪𝒎𝒆 =𝑪𝑻𝑸

Nós vimos que o custo total (CT) pode ser dividido em uma parte fixa (CF) e outra parte variável (CV). O custo total médio (CTme) também possuirá dois componentes: o custo fixo médio (CFme) e o custo variável médio (CVme). Assim:

𝑪𝒎𝒆 = 𝑪𝑭𝒎𝒆+ 𝑪𝑽𝒎𝒆 Nota a partir de agora, quando citarmos a palavra custo, na verdade, estamos querendo falar do custo total. Quando citamos somente a palavra custo médio, entenda também como custo total médio. 1.5. CURTO X LONGO PRAZO

Agora que vimos os tipos de custos, vamos nos voltar às diferenças entre os custos no curto e no longo prazo. Nesse contexto, temos que nos ater à diferenciação que existe entre fatores de produção fixos e variáveis.

Fatores fixos são aqueles cuja quantidade não pode ser alterada

rapidamente, enquanto os fatores variáveis são aqueles cuja quantidade pode variar mais facilmente.

Como já sabemos, o curto prazo é o período de tempo em que

determinados tipos de fatores não podem ser aumentados ou reduzidos,

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qualquer que seja o nível de produção. Assim, a produção só poderá ser aumentada ou reduzida se aumentarmos ou reduzirmos a quantidade utilizada de fatores variáveis. A rigor, a existência de ao menos um fator fixo já nos serve para configurar uma situação de curto prazo. O longo prazo, por outro lado, é o período de tempo em que todos os fatores são variáveis.

Agora que já aprendemos a diferenciar os diversos tipos de custos, nós veremos como eles se comportam. Tal comportamento será dividido em duas partes: curto e longo prazo. Inicialmente veremos o comportamento e as curvas de custo no curto prazo. Após isso, o mesmo será feito à análise de longo prazo. Nesta última análise, serão feitas algumas comparações entre as curvas de custo de curto e longo prazo. 1.6. CUSTOS NO CURTO PRAZO Nesta análise de curto prazo, assim como fizemos na teoria da produção, consideraremos a existência de dois fatores de produção: mão-de-obra (L) e capital (K). O fator fixo (não variável) será o capital e fator variável será a mão-de-obra. 1.6.1. Curvas de custo fixo, variável e total

Acompanhe as definições e as construções das diversas curvas de

custo a partir dos dados da tabela 02, que mostra o comportamento usual dos custos de produção:

Tabela 02:

Produção (Q)

Custo fixo (CF)

Custo variável

(CV)

Custo total (CT)

Custo fixo

médio (CFme) CF/Q

Custo variável médio

(CVme) CV/Q

Custo médio (Cme) CT/Q

Custo marginal (Cmg)

(ΔCT/ΔQ)

0 180 0 180 - - - - 1 180 90 270 180 90 270 90 2 180 120 300 90 60 150 30 3 180 135 315 60 45 105 15 4 180 165 345 45 41,25 86,25 30 5 180 225 405 36 45 81 60 6 180 360 540 30 60 90 135

A figura 1 mostra como as medidas de custos fixo, variável e total mudam de acordo com mudanças no nível de produção. O seu eixo vertical é utilizado para colocar o custo em R$, enquanto o eixo horizontal é utilizado para indicar a quantidade produzida. Observe que o custo

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Custo em R$

Fig. 1

CT = CV + CF 600

CV 400

CF=180 CF 200

0 Quantidade

produzida (Q) 6 5 4 3 2 1

fixo, CF, não varia com a produção, sendo representado por uma linha horizontal em R$ 180.

O custo variável, CV, é zero quando a produção é zero, e então aumenta continuamente à medida que a produção se eleva.

A curva de custo total, CT, é determinada adicionando-se verticalmente as curvas de custo fixo e de custo variável. Pelo fato de o custo fixo ser constante, a distância vertical entre as duas curvas é sempre de R$ 180.

1.6.2. Curvas de custo fixo médio, variável médio e marginal

Montaremos agora os mesmos gráficos (o custo no eixo vertical e a

produção no eixo horizontal), só que contendo as curvas de CFme, CVme e Cmg; tudo a partir dos dados da tabela 01.

Iniciemos então pela curva de custo fixo médio. Como o custo fixo é uma constante (um valor que não muda), o CFme diminui à medida que a produção aumenta, significando que cada parcela de produto responde por uma parcela menor de custo fixo. Isso é mostrado graficamente na figura 02, onde temos a curva de CFme. A curva de CFme inclina-se para baixo e para a direita em toda a sua extensão (possui inclinação decrescente) e, à medida que a produção aumenta, aproxima-se do eixo das quantidades sem, entretanto, tocá-lo. Algebricamente, isto é bem tranquilo de entender. Se CFme=CF/Q, e o CF é constante e o Q aumenta, então, logicamente, quando se aumenta o Q, o valor de CFme diminuirá. Por isso, a curva do custo fixo médio é decrescente em toda a sua extensão.

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Custo em R$

Fig. 2 - CFme 180

120

60

CFme

0 Quantidade

produzida (Q) 6 5 4 3 2 1

Custo em R$

Fig. 3 - CVme 180

120

CVme 60

0 Quantidade

produzida (Q) 6 5 4 3 2 1

Não confunda a curva do custo fixo médio (CFme) com a curva do custo fixo (CF). Esta é uma reta horizontal, enquanto aquela é decrescente.

Curva de custo variável médio (CVme): inicialmente, a CVme decresce e depois cresce, apresentando a forma de um “U”. Observe:

Nota no nosso exemplo retirado da tabela 02, o custo variável

médio inicialmente decresce, mas isso não acontecerá necessariamente. Podemos ter casos em que a curva do CVme inclina-se logo de início para

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Fig. 4 - Cme Custo em R$

300

200

Cme 100

0 Quantidade

produzida (Q) 6 5 4 3 2 1

cima (não é o mais comum, mas pode acontecer). Para fins de prova, se nada for dito, considere a curva do CVme em formato de “U”.

Curva de custo médio (Cme): o custo médio é a soma do custo fixo médio e do custo variável médio. Assim, a curva do Cme terá um “pouquinho” de cada curva do CFme e do CVme. Inicialmente, ela inclina-se para baixo em virtude da curva de custo fixo médio ser bastante decrescente para baixos níveis de produção. Mas, em seguida, o custo fixo médio perde importância e o custo variável médio começa a crescer. A partir deste momento, em virtude do aumento do CVme, a curva do custo total médio torna-se ascendente. Assim, a curva do Cme apresentará também a forma de “U” (inicialmente decrescente devido ao custo fixo médio e, em seguida, crescente devido ao custo variável médio). Observe:

O formato em “U” da curva de custo médio também é explicado

pela eficiência com a qual os fatores fixos e variáveis são utilizados (a mesma explicação vale para o formato em “U” da curva de custo variável médio). No início, enquanto a produção é baixa e vai aumentando, tanto a eficiência dos fatores fixos quanto dos fatores variáveis está aumentando. Isto faz com que, pelo menos inicialmente, haja redução dos custos fixos médios e variáveis médios trazendo, em decorrência disso, uma redução no custo médio. Assim, inicialmente, quando a produção é baixa, a curva de custo médio é decrescente, em virtude da alta eficiência dos fatores.

Entretanto, em determinado instante, o aumento no custo variável

médio começa a crescer em tal valor que supera a permanente diminuição no custo fixo médio. A partir deste ponto, que ocorre somente depois de a produção atingir um determinado valor, o custo médio começa a crescer com o aumento da produção. Nesta parte da curva de

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Figura 5

Produtividade média Custo

médio

Cme Pme

A curva do custo médio é inicialmente decrescente e depois crescente.

A curva da produtividade média é inicialmente crescente e depois decrescente.

Cme, a inclinação é ascendente. Na figura 4, isso ocorre a partir do nível de produção Q=4.

Outro fator que explica a disposição da curva de custo médio

(inicialmente decrescente e depois crescente, apresentando formato em “U”) é o comportamento da produtividade média dos fatores de produção. Na aula 02, nós vimos que, no curto prazo, com somente um fator variável, a curva de produtividade média é inicialmente crescente e depois decrescente.

Mesmo sem estudar economia, ainda que inconscientemente, todos

nós sabemos que a produtividade está inversamente relacionada ao custo. Isto é, quanto maior a produtividade, menor o custo. O mesmo ocorre em relação à produtividade média e ao custo médio e às suas respectivas curvas. Como os dois apresentam comportamento inverso (produtividade alta = custo baixo), suas curvas terão comportamento inverso. Observe as duas curvas:

Nota lembre que estamos trabalhando com o curto prazo e

estamos também considerando que o fator fixo é o capital e o fator variável é a mão-de-obra.

Essa relação inversa entre as curvas também pode ser comprovada

matematicamente, mas tal demonstração não nos cabe agora, pois fugiria da objetividade a que nos propomos. O que você precisa saber é que o comportamento do PmeL e do CVme, e de suas respectivas suas curvas, é antagônico. Quanto maior a PmeL, menor o CVme, e vice-versa. Como a curva de custo (total) médio é em formato de “U” devido ao CVme e esta tem comportamento oposto àquele da curva da PmeL, então, também é

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Fig. 6 - Cmg Custo em R$

Cmg

150

100

50

0 Quantidade

produzida (Q) 6 5 4 3 2 1

correto entendermos que a curva de custo (total) médio também é o oposto da curva de PmeL.

Curva de custo marginal (Cmg): regra geral, a curva de Cmg, assim como a curva do Cme, declina inicialmente, atingindo um mínimo e em seguida se eleva, apresentando, portanto, o formato de “U”. Veja:

A explicação para esse formato em “U” também pode ser

encontrado na teoria da produção. De acordo com esta, com um único fator de produção variável (curto prazo), o produto marginal inicialmente cresce, atinge um máximo e depois, em virtude da lei dos rendimentos marginais decrescentes, declina. Quando o produto marginal é ascendente, o custo marginal será descendente; quando o produto marginal é descendente, o custo marginal é ascendente. Ou seja, o comportamento da produtividade e do custo é inverso: quando aquela cresce (é crescente), esta diminui (é descendente), e vice-versa.

O nosso raciocínio em relação às curvas do PmgL e do Cmg deve

ser o mesmo adotado quando explicamos as curvas do PmeL e do Cme. Ou seja, o comportamento do PmgL e do Cmg, e de suas respectivas suas curvas, é antagônico. Quanto maior a PmgL, menor o Cmg, e vice-versa. Veja o formato antagônico das curvas:

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Figura 7

Produtividade marginal

Cmg

Custo marginal

PmgL

A curva do custo marginal é inicialmente decrescente e depois crescente.

A curva da produtividade marginal é inicialmente crescente e depois, devido à lei dos rendimentos decrescentes, torna-se decrescente.

Custo em R$

Fig. 8

300

Cmg

200

B Cme 100

A CVme

25

0 Quantidade

produzida (Q) 6 5 4 3 2 1

1.6.3. Relação entre as curvas de custo médio e marginal Na figura 8, nós temos um sistema de curvas de custo no curto

prazo. Observe:

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Veja que, no curto prazo, com exceção da curva do custo fixo médio, CFme (não representada no gráfico), todas as curvas “médias” e “marginais” apresentam formato de um “U”. Isto é, inicialmente, os custos médios/marginais declinam e posteriormente crescem.

Agora, voltemos atenção especial para a curva do custo marginal.

Observe que ela, não coincidentemente, toca as curvas de custo médio e variável médio exatamente em seus pontos mínimos. Tais intersecções ocorrem nos pontos A e B da figura 08.

Analisemos, primeiramente, a intersecção da curva de custo

marginal com o ponto de mínimo da curva de custo médio. Para níveis de produção menores que B (à esquerda de B), o Cmg é menor que o Cme, uma vez que a curva de Cmg está abaixo da curva de Cme. Nestes níveis de produção, o acréscimo de custo (Cmg) é inferior ao custo médio anterior, de forma que o incremento de custo (Cmg) fará baixar a média (Cme), fazendo com que a curva de Cme seja inclinada para baixo. Ou seja, quando Cmg<Cme, a curva do Cme é decrescente ou inclinada para baixo.

Quando o acréscimo de custo (Cmg) é maior que o custo médio

anterior, é natural que este incremento no custo (Cmg) puxe a média (Cme) para cima, fazendo com que a curva de Cme incline-se para cima. Ou seja, quando Cmg>Cme, a curva do Cme é crescente ou inclinada para cima. Esta situação acontece para os níveis de produção localizados à direita do ponto B, uma vez que nesta região a curva de Cmg está acima da curva de Cme.

Como consequência do exposto nos dois últimos parágrafos, nós

também temos que a curva do custo marginal intercepta a curva do custo médio exatamente em seu ponto de mínimo (ponto B). Ou seja, quando Cmg=Cme, então, Cme é mínimo.

Como segunda análise, podemos adotar as mesmas conclusões para

a curva do Cmg em relação à curva CVme. Assim, para níveis de produção à esquerda do ponto A, quando o Cmg for menor que o CVme, a curva do CVme será decrescente. À direita do ponto A, quando o Cmg for maior que o CVme, a curva do CVme será ascendente. Ao mesmo tempo, a curva do Cmg intercepta a curva do CVme em seu ponto mínimo, de forma que, quando Cmg=CVme, então, CVme é mínimo.

Para finalizar o tópico referente às curvas de custo no curto prazo,

seguem algumas conclusões (tente lê-las sempre visualizando principalmente na figura 08, pois a memorização ocorrerá mais facilmente):

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a) Quando Cmg<Cme, então, a curva de Cme é descendente.

b) Quando Cmg>Cme, então, a curva de Cme é ascendente.

c) Quando Cmg=Cme, então, Cme é mínimo.

d) Quando Cmg<CVme, então, a curva de CVme é decrescente.

e) Quando Cmg>CVme, então, a curva do CVme é crescente.

f) Quando Cmg=CVme, então, CVme é mínimo.

g) A curva do Cmg passa sobre o ponto mínimo tanto da curva de custo variável quanto da curva de custo médio.

h) A curva de custo fixo médio é decrescente em toda a sua

extensão.

Vejamos agora alguns exercícios sobre o comportamento dos custos no curto prazo:

07. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia – 2010) - A curva de custo marginal passa pelos pontos de mínimo das curvas de custo variável e de custo médio. COMENTÁRIOS: É exatamente o que podemos verificar por meio da figura 08 da aula e comentado exaustivamente no item 1.6.3. GABARITO: CERTO 08. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia – 2010) - A curva de custo médio alcançará seu ponto de mínimo quando o custo médio se igualar ao custo marginal. COMENTÁRIOS: Exatamente como cobrado na questão 07, nós temos que a curva de custo marginal corta a curva de custo médio no seu ponto mínimo. GABARITO: CERTO 09. (CESPE/Unb – Analista do MPU – 2010) - A distância vertical

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Quantidade produzida (Q)

Custo em R$

0

CT = CV + CF

CV

CF

A distância vertical entre as curvas de custo total e variável é igual ao custo fixo.

entre as curvas de custo total e de custo variável é igual ao custo fixo. COMENTÁRIOS: Custo total (CT) é o custo de todos os fatores de produção que uma empresa usa na produção. Alguns fatores de produção variam quando aumentamos ou reduzimos a produção; outros se mantêm fixos. Os custos dos fatores fixos são custos fixos (CF), e os custos dos fatores variáveis são custos variáveis (CV). Assim, podemos dividir o custo total em duas partes: custos fixos e variáveis.

CT = CF + CV

A curva de custo total, CT, é determinada adicionando-se verticalmente as curvas de custo fixo e de custo variável. Pelo fato de o custo fixo ser constante, a distância vertical entre as curvas de custo total e custo variável será igual ao custo fixo.

GABARITO: CERTO 10. (CESPE/Unb – Analista dos Correios – ECT – 2011) - Define-se custo marginal como o acréscimo no custo variável necessário para produzir uma unidade a mais de produto. COMENTÁRIOS: Normalmente, conceitua-se o custo marginal como sendo o acréscimo no custo total necessário para produzir 01 unidade a mais de produto. No entanto, o custo total é dividido em custo fixo e variável, e o acréscimo de 01 unidade de produto não faz mudar o custo fixo. Assim, todo o acréscimo que ocorre no custo total em virtude da produção adicional é sentida somente no custo variável, de tal forma que também é correto conceituarmos o custo marginal como sendo o acréscimo de custo variável necessário para produzir uma unidade a mais de produto.

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GABARITO: CERTO 11. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - O custo marginal é o aumento de custo variável em que a empresa incorre pela diminuição de uma unidade extra de produto. COMENTÁRIOS: A assertiva está errada pelo uso da palavra “diminuição”, ao passo que o correto seria “produção” ou “aumento”. GABARITO: ERRADO 12. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - O custo total médio da produção é a soma, para cada nível de produção, dos custos fixos e variáveis. COMENTÁRIOS: Esta é uma questão perigosa. Ela está errada, pois o custo total médio é a soma do custo fixo médio e do custo variável médio. A soma dos custos fixos e variáveis, como diz a assertiva, nos remete ao custo total, e não ao custo total médio. GABARITO: ERRADO 13. (CESPE/Unb – Economista – Ministério do Esporte – 2008) - As horas extras necessárias para elevar a produção durante o período que antecede ao Natal constituem um exemplo típico de fator variável e, portanto, as despesas com o pagamento dessas horas são computadas no custo variável das empresas. COMENTÁRIOS: O custo variável é aquele que varia quando o nível de produção muda. Pois bem, o pagamento de horas extras serve justamente para variar (aumentar) o nível de produção, na medida em que serve para incentivar os funcionários a trabalhar mais e, por consequência, aumentar a produção. Assim, podemos entender sim que o pagamento de horas extras faz parte do custo variável. GABARITO: CERTO Enunciado para as questões 14, 15 e 16: Considere uma firma em que os seus custos dependam somente dos seus níveis de produção. Acerca das curvas de custos de produção desta firma no curto prazo, julgue os itens subsequentes.

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14. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha – 2008) - Na região da curva onde os custos variáveis médios estão aumentando, os custos marginais são superiores aos custos médios. COMENTÁRIOS: Se você visualizar a figura 08, verá que na região onde os custos variáveis estão aumentando (são crescentes), os custos marginais são superiores aos custos variáveis médios (e não necessariamente aos custos médios). GABARITO: ERRADO 15. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha – 2008) - O custo fixo médio permanece constante quando a produção aumenta. COMENTÁRIOS: O custo fixo médio decresce quando a produção aumenta. Quem permanece constante quando a produção aumenta é o custo fixo. GABARITO: ERRADO 16. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha – 2008) - O custo marginal e o custo variável são os mesmos na primeira unidade de produção. COMENTÁRIOS: Quando a produção é igual a zero, o custo marginal é zero, e o custo variável também é zero. Na primeira unidade de produção (Q=1), o acréscimo de custo variável será igual ao próprio custo variável. Como sabemos, o acréscimo de custo variável é igual ao custo marginal. Então, na primeira unidade de produção (Q=1), o custo marginal e o custo variável são iguais. Para uma melhor visualização, veja os dados da tabela 02. GABARITO: CERTO 1.7. CUSTOS NO LONGO PRAZO

Como já é sabido, o longo prazo é definido como o período de

tempo em que todos os insumos são variáveis. Nesta situação, a firma, além de variar o insumo mão-de-obra, varia também o insumo capital.

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Fig. 9

Custo Médio

CmeCP1 - fábrica pequena CmeCP3 - fábrica

grande CmeCP2 - fábrica

de tamanho médio 140

CmeLP

130

100

110

ESCALA ÓTIMA DE PRODUÇÃO, onde o CmeLP é mínimo e coincide com o mínimo da curva de CmeCP que lhe é tangente.

O

Quantidade produzida (Q) Q2 Q’2 Q3 Q1

Assim, no longo prazo, caso a empresa queira aumentar a produção, ela pode pensar tanto em aumentar a mão-de-obra quanto o fator capital (construindo novas instalações, por exemplo).

O longo prazo também pode ser visto, para fins didáticos, como um

horizonte de planejamento. Ou seja, é um período de tempo para o qual a firma planeja suas instalações do tamanho mais adequado (planeja o nível mais adequado de capital) em relação a um planejado nível de produção. Uma vez concluídas as novas instalações, a firma passa a operar no curto prazo (não há alteração das instalações). Na realidade, nós podemos dizer que a produção ocorre mesmo é no curto prazo (com o capital fixo), enquanto o planejamento ocorre no longo prazo (dois fatores variáveis).

Como muitas decisões são fixas no curto prazo, mas variáveis no

longo prazo, as curvas de custos de longo prazo das empresas diferem de suas curvas de custos de curto prazo. São nessas diferenças que nos concentraremos agora, a começar pelas curvas de custos médios de curto e de longo prazo.

Imaginemos uma firma para a qual existam 3 possíveis tamanhos

de fábrica: a fábrica 1, pequena; a fábrica 2, média; e a fábrica 3, grande. Quando a empresa está dentro do curto prazo, as instalações não são mudadas. Assim, nós podemos dizer que cada tamanho de fábrica possuirá uma curva de custo médio de curto prazo1. Então nós teremos uma curva de custo médio de curto prazo (CmeCP) para a fábrica pequena, para a média e para grande, conforme se vê na figura 09.

                                                                                                                         1  Inicialmente,  concentraremos  a  análise  nas  diferenças  entre  as  curvas  de  custos  médios  de  curto  e  longo  prazo.  Após  essa  análise,  passaremos  para  as  diferenças  nas  curvas  de  custo  total  e  marginal  de  curto  e  longo  prazo.  

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A curva CmeCP1 representa a curva de custo médio de curto prazo,

considerando um tamanho pequeno de fábrica; CmeCP2 refere-se à curva de custo médio considerando um tamanho médio de fábrica e, por fim, a CmeCP3, consideramos uma fábrica de tamanho grande. A curva CmeLP representa a curva de custo médio de longo prazo da empresa, onde ela poderá escolher qualquer tamanho de fábrica, uma vez que pode variar o fator de produção capital.

Ressalto que foi nossa opção representar apenas três curvas de

custo médio de curto prazo (fábrica pequena, média e grande), mas nós poderíamos desenhar infinitas curvas de custo médio de curto prazo, para infinitos tamanhos de fábrica (infinitas quantidades de capital). Colocamos apenas três por motivos didáticos.

Se a fábrica estiver no curto prazo com a quantidade de capital

equivalente a uma fábrica pequena, ao escolher determinado nível de produção, ela estará na CmeCP1 em virtude da fábrica ser pequena. Se ela escolher, por exemplo, produzir Q1, então o custo será 140. Se ela desejar produzir Q2 e mantiver o tamanho pequeno da fábrica (mantiver o capital fixo), o custo médio será altíssimo, uma vez que este será o ponto onde Q2 intercepta CmeCP1 (será um ponto bastante alto no gráfico; nem é possível representar no espaço que destinamos à figura 09). Neste caso, onde a empresa deseja produzir Q2, será melhor a empresa aumentar o tamanho da fábrica. Caso aumente o tamanho das instalações, passando a ser uma fábrica de tamanho médio, a empresa estará na CmeCP2. Assim, ao produzir Q2, o custo médio será 100. Observe que, no nível de produção Q2, será melhor ter uma fábrica de tamanho médio a ter uma de tamanho pequeno. Ao mesmo tempo, para produzir Q2, não é necessário (nem é bom!) ter uma fábrica de tamanho grande. Se a produção for Q2 e o tamanho da fábrica é grande2, o custo médio será 130. Para o mesmo nível de produção, se a fábrica é média, o custo médio será 100.

Veja que, em longo prazo, para cada nível de produção, a firma

deve escolher um tamanho de fábrica (quantidade de capital) adequado. Não adianta ter uma fábrica pequena se quiser produzir muito; também não adianta ter uma fábrica grande e produzir pouco. Cada nível de produção possui um tamanho de fábrica ótimo. O tamanho ótimo de fábrica para Q1 é dado pela fábrica pequena, para o nível Q2 é dado pela fábrica média, para o nível Q3, pela fábrica grande, e assim por diante.

Ressalto mais uma vez que aquelas curvas de curto prazo da figura

9 são apenas três exemplos das inúmeras possibilidades que existem. Por

                                                                                                                         2  Se  o  tamanho  da  fábrica  é  grande,  a  empresa  estará  na  curva  de  curto  prazo  CmeCP3.  

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exemplo, se a firma adotar um tamanho médio de fábrica3 e quiser produzir Q’2, seu custo médio será aumentado de 100 para 110. Entretanto, deve haver outra curva de custo médio de curto prazo ali dentro (e que representa outro tamanho de fábrica) em que é possível produzir Q’2 a um custo menor que 110.

Bem, acredito que nós já entendemos que, em longo prazo, a firma

pode variar o capital e a mão-de-obra de forma a se situar na curva de custo médio de curto prazo que mais lhe convenha. Agora, necessitamos caracterizar a curva de custo médio de longo prazo (CmeLP).

A curva de custo médio de longo prazo (CmeLP) corresponde

à envolvente inferior das curvas de custo médio de curto prazo, ou seja, a curva tangente inferior que passa por estas últimas. A CmeLP também tem o formato de um “U” e é muito mais plana que as curvas de curto prazo. Além disso, as curvas de curto prazo estão na curva de longo prazo ou acima dela. Como decorrência disso, os custos médios no longo prazo tendem a ser inferiores àqueles de curto prazo e isto ocorre porque no longo prazo as empresas têm mais flexibilidade para ajustar o seu estoque de capital e reduzir o custo médio, o que não acontece no curto prazo. De fato, no longo prazo, as empresas podem escolher a curva de custo médio de curto prazo que mais lhe convenha, mas, no curto prazo, têm de utilizar a curva que escolheram no passado.

A escala ótima de produção será o ponto mais baixo da curva de custo médio de longo prazo, onde temos menor custo médio mínimo. Nesse ponto (ponto O da figura 9), o custo médio mínimo da curva de longo prazo coincide com o ponto mínimo da curva de custo médio de curto prazo que a tangencia.

Devo ressaltar que você deve ficar atento a escala ótima (custo

médio mínimo de longo prazo) é a única situação em que o mínimo da curva de custo médio de longo prazo coincide também com o mínimo da curva de custo médio de curto prazo. Observe que, nos outros pontos de tangência, isso não ocorre.

1.7.1. Formato em “U” da curva de custo médio de longo prazo: economias e deseconomias de escala

Nós vimos que o formato em “U” das curvas de custo médio no

curto prazo é explicado pela teoria da produção e pela hipótese dos rendimentos marginais decrescentes. No trecho descendente da CmeCP, os rendimentos marginais são crescentes e os custos decrescentes. Por outro lado, no trecho ascendente da CmeCP, que é o mais relevante, os rendimentos marginais são decrescentes e os custos crescentes.

                                                                                                                         3  Se  ela  adotar  o  tamanho  médio  de  fábrica,  estará  na  curva  de  curto  prazo  CmeCP2.  

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O formato em “U” da curva de longo prazo é explicado pelas economias de escala e deseconomias de escala.

Na teoria da produção (longo prazo), aprendemos que rendimentos

crescentes de escala é a situação em que, por exemplo, dobramos os insumos e a produção mais que dobra. Rendimentos decrescentes de escala é a situação em que a produção menos que dobra ao duplicarmos os insumos.

Nesse contexto, em teoria de custos, nós temos o conceito de

economias de escala em que, por exemplo, dobramos a produção e os custos são menos que dobrados. Da mesma forma, existem as deseconomias de escala quando a duplicação da produção corresponde a mais do que o dobro dos custos anteriores.

Assim, temos:

Teoria Termo Conceito

Produção no longo prazo

Rendimentos crescentes Dobram-se os insumos mais que dobra a produção

Rendimentos decrescentes Dobram-se os insumos menos que dobra a produção

Custos no longo prazo

Economias de escala Dobra-se a produção menos que dobram os custos

Deseconomias de escala Dobra-se a produção mais que dobram os custos

Quando o custo decresce com o aumento da produção,

dizemos que há economias de escala. Assim, nós sabemos que o trecho em que a CmeLP é inclinada negativamente (trecho decrescente) é explicado pela existência de economias de escala. Observe que o trecho descendente da curva do CmeLP nos mostra justamente isto: a produção cresce, e o custo médio decresce.

De forma inversa, quando a CmeLP é positivamente inclinada,

há deseconomias de escala e o custo médio aumenta com o aumento da produção.

Quando a CmeLP é plana ou possui inclinação nula, há retornos

constantes de escala. Nesse rumo, o ponto O (a escala ótima da figura 09) é um ponto onde temos retornos constantes de escala, pois a inclinação4 da CmeLP naquele ponto é nula. Assim, você pode guardar                                                                                                                          4  A   inclinação  de  uma  curva  em  determinado  ponto  é  medida  pela   reta   tangente  àquela   curva  no  ponto  considerado.  Na  figura  09,  se  traçarmos  uma  reta  tangente  à  curva  do  CmeLP  exatamente  no  ponto  O,  teremos  uma  reta  deitada,  ou  horizontal.  Ou  seja,  esta  reta  terá  inclinação  nula.  Por  isso,  no   ponto   O,   de   escala   ótima,   temos   retornos   constantes   de   escala   (pois   a   inclinação   é   nula,  indicando  que  o  custo  médio  não  muda  com  o  aumento  da  produção).  

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Custo

Fig. 10

Retornos constantes de escala: custo médio não se altera com o aumento de produção.

CmeLP

Deseconomias de escala: custo médio cresce com o aumento de produção.

Economias de escala: custo médio decresce com o aumento de produção.

0 Quantidade

produzida (Q)

consigo a conclusão de que a firma minimiza o custo médio de longo prazo no ponto em que sua escala de produção apresenta retornos constantes de escala.

  Retornos constantes de escala é a situação em que aumentamos a produção e não há alteração do custo médio de longo prazo. Ou seja, não temos nem economias de escala, nem deseconomias de escala. Na aula 02, nós aprendemos conceitos com nomes bastante semelhantes quando estudamos a teoria da produção no longo prazo. Você pode estar se perguntando se aqueles nomes (rendimentos de escala) guardam alguma relação com os nomes que acabamos de aprender (economias de escala). Para fins de prova, você pode entender que:

Rendimentos crescentes de escala = economias de escala; Rendimentos constantes de escala = retornos constantes de escala; Rendimentos decrescentes de escala = deseconomias de escala.

Nota na verdade, Pindyck e Rubinfeld5 explicam em seu livro que

a situação de economias de escala é mais ampla que a situação de rendimentos crescentes de escala (aquela poderia englobar também produções com rendimentos constantes de escala). No entanto, o livro deles é o único com essa observação e, pelo que vi nas provas, as igualdades acima são aceitas como verdade absoluta. Até a ANPEC6, em seus testes, adota as igualdades acima, sem qualquer restrição. Então, faremos o mesmo.

                                                                                                                         5  Microeconomia,  6ª.edição,  página  201,  editora  Pearson.    6  Banca  examinadora  das  provas  de  ingresso  aos  cursos  de  pós-­‐graduação  em  Economia.  

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As economias de escala, situação onde, à medida que o produto cresce, o custo médio tende a cair (trecho descendente da CmeLP), são explicadas pelos seguintes motivos:

• Divisão e especialização do trabalho: se a empresa opera em uma escala maior, os funcionários podem se especializar nas atividades em que são mais produtivos;

• Preços dos fatores de produção: por comprar insumos em

grandes quantidades e, assim, ter maior poder de negociação, a empresa pode consegui-los a preço mais baixo;

• Flexibilidade na combinação dos insumos: quando a escala é

maior, a firma pode adquirir tanto equipamentos muito caros (que só são viáveis após determinados tamanhos mínimos) quanto aqueles mais baratos. Enfim, em escalas maiores, o administrador possui maior flexibilidade para escolher;

• Indivisibilidade de operações financeiras: firmas maiores têm

mais facilidade na obtenção de empréstimos perante os bancos. As deseconomias de escala, situação onde, à medida que o nível de produção cresce, o custo médio tende a se elevar (trecho ascendente da CmeLP), são explicadas por:

• Gestão administrativa: os problemas de administração e supervisão tornam-se mais complicados à medida que a empresa cresce;

• Preço crescente dos fatores de produção: as vantagens em

comprar em grandes quantidades podem desaparecer quando um certo limite for alcançado. A partir daí, os preços dos insumos pode crescer, acarretando aumento nos custos de produção.

As economias de escala são medidas em termos de elasticidade de custo de produção, ECP, que é o percentual de mudança no custo (total) de produção devido a um aumento de 1% no nível de produto. Veja a expressão algébrica:

𝑬𝒄𝒑 =  𝛥𝐶𝑇𝐶𝑇𝛥𝑄𝑄

=𝛥𝐶𝑇𝛥𝑄 ÷

𝐶𝑇𝑄    

Quando os custos não chegam a aumentar proporcionalmente à

produção (ΔCT/CT é menor que ΔQ/Q), ECP é menor que 1 e temos economias de escala. Quando os custos aumentam mais que proporcionalmente à produção (ΔCT/CT é maior que ΔQ/Q), ECP é maior

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Custo CTLP

Fig. 11

CTCP3

CTCP2 CTCP1

0 Quantidade

produzida (Q)

que 1 e temos deseconomias de escala. Quando os custos aumentam proporcionalmente com o produto (ΔCT/CT = ΔQ/Q), ECP=1, e temos retornos constantes de escala.

Note também que ΔC/ΔQ é o nosso curto marginal (Cmg), enquanto CT/Q é o custo médio (Cme). Assim:

𝐸𝑐𝑝 =  𝐶𝑚𝑔𝐶𝑚𝑒

Quando os custos não chegam a aumentar proporcionalmente à

produção, o custo marginal é menor que o custo médio (ambos diminuem), ECP<1 e há economias de escala. Quando os custos aumentam mais que proporcionalmente à produção, o custo marginal é maior que o custo médio (ambos aumentam), ECP>1 e há deseconomias de escala. Quando Cmg=Cme, ECP=1 e temos retornos constantes de escala.

1.7.2. Curva de custo total de longo prazo A exemplo do que ocorre com relação entre as curva de custo médio de curto e longo prazo, a curva de custo total de longo prazo também será a envoltória inferior das curvas de custo total de curto prazo. Observe:

Veja que a situação é bastante parecida com aquela verificada para

as curvas de custo médio de curto e longo prazo. No longo prazo, devido à maior flexibilidade de utilização dos insumos, o custo total também será menor que no curto prazo. Graficamente, isto equivale a dizer que a curva de custo total será inferior (é a envoltória inferior) às curvas de curto prazo.

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Custo Fig. 12

CmgLP

CmeLP

O

0 Quantidade

produzida (Q)

1.7.3. Curva de custo marginal de longo prazo

No curto prazo, nós vimos que a curva de custo marginal é

inicialmente decrescente e depois crescente. Ela também corta a curva de custo médio em seu ponto de mínimo. No longo prazo, a situação é igual. A única diferença está no fato de que a curva de custo marginal de longo prazo cortará a curva de custo médio de longo prazo em seu ponto mínimo. Observe:

A curva de custo médio de longo prazo é mais plana que as curvas

de custo médio de curto prazo, logo a curva de custo marginal de longo prazo também será menos inclinada. Ao mesmo tempo, o CmgLP também corta a curva de CmeLP em seu ponto mínimo. À esquerda deste, quando o CmgLP é menor que o CmeLP, a curva de CmeLP é decrescente; à direita deste, quando o CmgLP é maior que o CmeLP, a curva de CmeLP é crescente. Veja que tudo é igual ao que tínhamos na relação entre Cmg e Cme no curto prazo.

Ademais, veja que a intersecção da curva de custo marginal de

longo prazo e a curva de custo médio de longo prazo representa a escala ótima da firma, uma vez que, ali, temos o custo médio mínimo. Ao mesmo tempo, a escala ótima da firma (ponto O) é o ponto em que o mínimo da curva de CmeLP é igual ao mínimo da curva de CmeCP. A curva de CmgCP, por sua vez, também cortará a curva de CmeCP em seu ponto mínimo. Ou seja, na escala ótima, os custos marginais de curto e longo prazo serão iguais, pois suas curvas também se interceptarão no ponto O. Veja:

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Custo Fig. 13

CmgCP CmeCP

CmeLP CmgLP

Na escala ótima, os custos marginais e médios de curto e longo serão iguais.

O

0 Quantidade

produzida (Q)

1.7.4. Economias e deseconomias de escopo

Imagine duas empresas produzindo, cada uma, um produto diferente, mas com a mesma alocação de fatores de produção. Suponha, por exemplo, duas firmas, uma que produz xampu e outra que produz condicionador para cabelos. As duas possuem a mesma alocação de fatores de produção (mão-de-obra e capital equivalentes). Economias de escopo é a situação em que a produção conjunta de uma única empresa é maior que as produções obtidas por duas empresas diferentes. No nosso exemplo do primeiro parágrafo, uma única empresa, produzindo os dois bens (xampu e condicionador), poderia produzir mais que duas empresas separadas produzindo, cada uma, um produto diferente. O termo “escopo” quer dizer objetivo, finalidade, meta. Nesse contexto, as economias de escopo ocorrem quando a produção de firmas diferentes possui, de certa forma, o mesmo objetivo, ou o mesmo escopo. Este é o caso das firmas de xampus e de condicionadores: o escopo é o mesmo, a limpeza e tratamento de cabelos. Por exemplo, se a firma que produz xampu se juntasse à firma que produz condicionador, as duas poderiam “se ajudar” e melhorar a tecnologia de produção de ambos os produtos, de forma que as duas juntas produziriam mais xampus e condicionadores do que a soma da produção dos dois bens considerando as firmas atuando separadamente ou, ainda, poderiam produzir a mesma quantidade de xampus e condicionadores, porém com custo menor.

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Deseconomias de escopo ocorrem quando uma empresa apresenta uma produção conjunta que seja menor do que a obtida por empresas separadas. Isto pode ocorrer no caso de as produções separadas não terem o mesmo escopo (mesma finalidade), ou ainda se a produção de um produto for de alguma forma conflitante com a produção do segundo produto7. Um exemplo de economias de escopo ocorre nos serviços de utilidade pública. Por exemplo, as companhias de gás das grandes cidades, além de “produzirem” o gás, também são responsáveis pela produção dos seguintes bens: instalação do gás nas residências e manutenção das redes e tubulações. Seria melhor do que uma firma prover o gás, outra realizar as instalações nas residências e uma outra fazer a manutenção das tubulações. O mesmo se aplica ao caso das companhias de energia elétrica. São estas que, além de fornecerem energia elétrica, realizam a manutenção de toda a rede urbana, troca de postes, modernização/troca de transformadores, etc. Acima, nos conceitos de economias e deseconomias de escopo, nós comparamos as produções de duas firmas, juntas ou separadas. A comparação envolvendo os custos e (não a produção) também é válida.

Nesse rumo, “economias de escopo” também poderia ser conceituada como a situação em que o custo (total ou médio) de produzir os bens por uma única empresa seria menor do que aquele caso houvesse mais de uma empresa produzindo. Deseconomias de escopo seria a situação em que o custo de produzir os bens por mais empresas seria menor do aquele verificado caso somente uma firma os produzissem.

Vejamos agora alguns exercícios sobre o comportamento dos custos no longo prazo:

17. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia – 2010) - Em uma escolha de produção ótima, os custos marginais de curto prazo se igualam aos custos de produção de longo prazo. COMENTÁRIOS: Conforme comentado e visto na figura 13, está correta a assertiva. Apenas segue a observação que a banca considerou que a palavra                                                                                                                          7  Um  produto  pode,  por  exemplo,  exigir  bastante  capital   (máquinas),  ao  passo  que  outro  pode  ser  feito  quase  que  inteiramente  de  modo  artesanal  (uso  em  maior  parte  de  mão-­‐de-­‐obra).  Neste  caso,  os   dois   produtos   até   podem   ter   o   mesmo   escopo,   mas   a   produção   conjunta   dos   dois   será  conflitante,  de  forma  que  haverá  deseconomias  de  escopo.  

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“marginais” estivesse subentendida na segunda parte da sentença. Assim, o mais claro seria: Em uma escolha de produção ótima, os custos marginais de curto prazo se igualam aos custos marginais de produção de longo prazo. Lembre-se sempre disso: nas provas do CESPE, sentenças incompletas são consideradas sentenças verdadeiras. Isso é muito importante para quem vai fazer provas de economia desta banca. GABARITO: CERTO 18. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2009) - Em presença de economias de escala, a curva de custo médio de longo prazo é horizontal. COMENTÁRIOS: Em presença de economias de escala, a CmeLP é descendente. Ela será horizontal que houver a presença de retornos constantes de escala. GABARITO: ERRADO 19. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2008) - Em presença de rendimentos crescentes de escala, o custo unitário não se altera com o nível de produção. COMENTÁRIOS: Em primeiro lugar, saiba que quando um livro ou uma questão de prova menciona custo unitário (CT/Q), isto quer dizer o mesmo que custo médio (Cme), ok?! O custo médio não se altera com o nível de produção quando tivermos a presença de retornos constantes de escala. Se tivermos a presença de economias de escala (rendimentos crescentes), o custo unitário decresce com o aumento de produção. GABARITO: ERRADO 20. (CESPE/Unb – Analista do MPU – 2010) - A curva de custo médio de longo prazo com economias e deseconomias de escala corresponde à soma dos pontos de mínimo das curvas de custo médio de curto prazo. COMENTÁRIOS: A curva de custo médio de longo prazo corresponde à envoltória inferior das curvas de custo médio de curto prazo. Observe a figura abaixo e veja que o fato de curva de longo prazo ser a envoltória inferior não implica que ela passa pelo ponto mínimo de todas as curvas de curto prazo. Isso acontecerá apenas na escala ótima de produção, onde a curva de longo

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Quantidade produzida (Q)

Custo Médio

CmeLP

CmeCP1

CmeCP2

CmeCP3

Apenas na escala ótima de produção, a curva do CmeLP passa pelo ponto de mínimo da curva de CmeCP que lhe é tangente.

O

prazo passa pelo ponto mínimo da curva de curto prazo.

GABARITO: ERRADO 21. (CESPE/Unb – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) - O fato de um supermercado reduzir seus custos administrativos em decorrência da abertura de uma nova filial é compatível com a existência de economias internas de escala dentro dessa empresa. COMENTÁRIOS: Quando o supermercado abre uma nova filial, possivelmente, ele terá condições de reduzir o custo médio de produção. Por exemplo, com apenas 01 supermercado operando, há que se contratar todo um setor administrativo para cuidar de diversos aspectos ligados à administração da empresa (contabilidade, setor financeiro, setor de RH, etc). Com a abertura de mais 01 supermercado, provavelmente, não há necessidade de dobrar a quantidade de funcionários do setor administrativo, de tal forma que o acréscimo de produção proveniente da abertura de um novo supermercado será proporcionalmente superior ao acréscimo de custo, se levarmos em conta essa questão do setor administrativo. Esta situação é condizente com a presença de economias de escala (custo médio decresce com o aumento de produção). GABARITO: CERTO 22. (CESPE/Unb – Analista de Meio Ambiente – SEAMA – 2007) - A existência de rendimentos crescentes de escala na produção de grandes empresas é compatível com o fato de que uma maior escala de operações facilita o uso de tecnologias mais avançadas,

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que envolvem o uso de métodos de produção em massa, altamente capital-intensivos. COMENTÁRIOS: Uma maior escala de operações (empresas grandes, com muitas máquinas, fábricas, instalações, etc) permite à firma trabalhar com tecnologias mais avançadas, mais caras, com maior capacidade. Ou seja, quando se trabalha em grande escala, há maior flexibilidade na combinação dos fatores de produção, e a firma pode investir na compra de mais máquinas (isto é chamado de produção de capital-intensivo, ou seja, com grande uso do fator de produção capital, em vez do fator de produção mão-de-obra). Isto é um dos motivos que ocasiona a presença de economias de escala, ou rendimentos crescentes de escala (para rever os motivos que provocam as economias de escala, veja a página 27). Assim sendo, está correta a assertiva. GABARITO: CERTO 23. (CESPE/Unb – Economista – Pref. Rio Branco – 2007) - Em presença de rendimentos crescentes de escala na fabricação de determinado bem, é economicamente mais vantajoso concentrar a produção em uma única empresa que dispersá-la entre muitas empresas pequenas. COMENTÁRIOS: Quando temos economias de escala (rendimentos crescentes de escala), é melhor apenas uma empresa operar no mercado, pois ela terá condições de reduzir o custo unitário à medida que aumenta sua produção. Nós veremos no estudo dos monopólios que isto é um dos fatores que explicam a própria existência dos monopólios e que, consequentemente, é também justamente um dos motivos que enseja a regulação econômica do governo. GABARITO: CERTO 24. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado – 2002) - A fusão das empresas Brahma e Antárctica em uma única empresa, a AmBev, explica-se, em parte, pela existência de economias de escala que permitem que o custo da produção conjunta seja inferior à soma dos custos de produção das empresas quando elas operam independentemente. COMENTÁRIOS: A fusão de Brahma e Antártica em uma única empresa pode fazer com que os custos conjuntos de produção possam ser reduzidos. Ou seja, tal situação é condizente com a ideia básica das economias de escala: redução de custos médios à medida que se aumenta a produção.

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Nota: se a assertiva falasse em “economias de escopo”, em vez de economias de escala, ela também estaria correta. Então, veja que os conceitos são bem parecidos e podemos ter os dois ao mesmo tempo, como também não podemos ter. Assim, podemos ter uma produção que tenha ao mesmo tempo economias de escala e economias de escopo; ou, ainda, tenha ao mesmo tempo economias de escala mas tenha também deseconomias de escopo (ou seja, não há qualquer relação de incomptabilidade entre os conceitos). GABARITO: CERTO ...... Agora, para variar, vejamos uma questão da ESAF, pois ela traz de forma bem clara e objetiva o conceito de Economias de escopo: 25. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento – MPOG – 2005) - Considere a seguinte afirmação (adaptada do glossário apresentado no site www.fazenda.gov.br/seae/documentos/ Glossario.html): “As Economias de escopo ocorrem quando o ___________ de uma firma para produzir conjuntamente, pelo menos dois produtos/serviços, é __________ do que o custo de duas ou mais firmas produzem separadamente estes mesmos produtos/serviços, a preços dados dos insumos. De forma ___________ às economias de escala, as economias de escopo podem também ser entendidas como _________ nos _________ derivadas da produção conjunta de bens distintos, a preços dados dos insumos”. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto. a) custo marginal, menor, similar, reduções, custos médios b) custo médio menor, diferentemente, reduções, custos médios c) custo total, menor, similar, reduções, custos médios d) custo médio, menor, similar, reduções, custos marginais e) custo total, menor, diferente, elevações, lucros médios COMENTÁRIOS: Conforme explicado nos dois últimos parágrafos do item 1.7.4: “As Economias de escopo ocorrem quando o CUSTO TOTAL de uma firma para produzir conjuntamente, pelo menos dois produtos/serviços, é MENOR do que o custo de duas ou mais firmas produzem separadamente estes mesmos produtos/serviços, a preços dados dos insumos. De forma SIMILAR às economias de escala, as economias de escopo podem também ser entendidas como REDUÇÕES nos CUSTOS MÉDIOS derivadas da produção conjunta de bens distintos, a preços dados dos insumos”.

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GABARITO: C 26. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde – 2009) - Há economia de escopo quando o custo de produção de dois bens de uma empresa é menor do que os custos de produção conjuntos de duas empresas diferentes, cada uma produzindo um único produto. COMENTÁRIOS: É a definição exata (uma delas!) das economias de escopo. GABARITO: CERTO 27. (CESPE/Unb – Pesquisador – INPI – 2006) - A existência de economias de escopo na produção de determinados bens é compatível com a utilização de processos produtivos que envolvam deseconomias de escala. COMENTÁRIOS: Exatamente como afirmamos na nota dos comentários da questão 24, não existe incompatibilidade entre as economias/deseconomias de escala e as economias/deseconomias de escopo. Assim, podemos ter uma produção com economias de escopo e, ao mesmo tempo, economias de escala. Veja, então, que não existe necessariamente uma relação direta entre economias de escala e economias de escopo. Uma empresa fabricante de dois produtos pode ter vantagens decorrentes de economias de escopo, mesmo que seu processo produtivo envolva deseconomias de escala. Ou seja, é compatível tal situação (economias de escopo e deseconomias de escala), de tal forma que a assertiva é correta. GABARITO: CERTO Bem pessoal, com isso, terminamos mais uma aula! Hoje, foi bem tranquilo. Aproveitem, pois a próxima aula será pauleira! Abraço e bons estudos! Heber Carvalho  

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

01. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2009) - O custo de oportunidade da decisão de tirar férias é mais elevado para funcionários públicos do que para profissionais liberais bem sucedidos como alguns médicos e advogados. 02. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – UEPA – 2008) - 27 - O custo de oportunidade de imóveis utilizados pelos seus donos para sediar empresas de sua propriedade é nulo visto que, nesses casos, não há pagamentos de aluguéis que onerem os custos contábeis dessas empresas. 03. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCDF – 2002) - Para um estudante brasileiro, os custos de oportunidade de cursar um MBA nos Estados Unidos da América, em regime de dedicação exclusiva, correspondem aos gastos com tudo aquilo de que o estudante abre mão para fazer o curso, como os salários não ganhos em alguma atividade remunerada ou o ganho em capital humano que deixa de obter se participasse de outro curso. 04. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia – 2007) - O custo de oportunidade da decisão de assumir um novo emprego, cujo salário é superior àquele pago na ocupação anterior, inclui tanto o valor da remuneração atual como o aumento do tempo de transporte necessário para se chegar ao novo local de trabalho. 05. (CESPE/Unb – Área Economia e Finanças – Certificação BB – 2010) - Custos afundados devem ser considerados nas tomadas de decisão. 06. (CESPE/Unb – Área Economia e Finanças – Certificação BB – 2010) - Custos afundados têm custos de oportunidades muito altos. 07. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia – 2010) - A curva de custo marginal passa pelos pontos de mínimo das curvas de custo variável e de custo médio. 08. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia – 2010) - A curva de custo médio alcançará seu ponto de mínimo quando o custo médio se igualar ao custo marginal. 09. (CESPE/Unb – Analista do MPU – 2010) - A distância vertical entre as curvas de custo total e de custo variável é igual ao custo fixo.

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10. (CESPE/Unb – Analista dos Correios – ECT – 2011) - Define-se custo marginal como o acréscimo no custo variável necessário para produzir uma unidade a mais de produto. 11. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - O custo marginal é o aumento de custo variável em que a empresa incorre pela diminuição de uma unidade extra de produto. 12. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - O custo total médio da produção é a soma, para cada nível de produção, dos custos fixos e variáveis. 13. (CESPE/Unb – Economista – Ministério do Esporte – 2008) - As horas extras necessárias para elevar a produção durante o período que antecede ao Natal constituem um exemplo típico de fator variável e, portanto, as despesas com o pagamento dessas horas são computadas no custo variável das empresas. Enunciado para as questões 14, 15 e 16: Considere uma firma em que os seus custos dependam somente dos seus níveis de produção. Acerca das curvas de custos de produção desta firma no curto prazo, julgue os itens subsequentes. 14. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha – 2008) - Na região da curva onde os custos variáveis médios estão aumentando, os custos marginais são superiores aos custos médios. 15. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha – 2008) - O custo fixo médio permanece constante quando a produção aumenta. 16. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha – 2008) - O custo marginal e o custo variável são os mesmos na primeira unidade de produção. 17. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia – 2010) - Em uma escolha de produção ótima, os custos marginais de curto prazo se igualam aos custos de produção de longo prazo. 18. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2009) - Em presença de economias de escala, a curva de custo médio de longo prazo é horizontal. 19. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2008) - Em presença de rendimentos crescentes de escala, o custo unitário não se altera com o nível de produção.

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20. (CESPE/Unb – Analista do MPU – 2010) - A curva de custo médio de longo prazo com economias e deseconomias de escala corresponde à soma dos pontos de mínimo das curvas de custo médio de curto prazo. 21. (CESPE/Unb – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) - O fato de um supermercado reduzir seus custos administrativos em decorrência da abertura de uma nova filial é compatível com a existência de economias internas de escala dentro dessa empresa. 22. (CESPE/Unb – Analista de Meio Ambiente – SEAMA – 2007) - A existência de rendimentos crescentes de escala na produção de grandes empresas é compatível com o fato de que uma maior escala de operações facilita o uso de tecnologias mais avançadas, que envolvem o uso de métodos de produção em massa, altamente capital-intensivos. 23. (CESPE/Unb – Economista – Pref. Rio Branco – 2007) - Em presença de rendimentos crescentes de escala na fabricação de determinado bem, é economicamente mais vantajoso concentrar a produção em uma única empresa que dispersá-la entre muitas empresas pequenas. 24. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado – 2002) - A fusão das empresas Brahma e Antárctica em uma única empresa, a AmBev, explica-se, em parte, pela existência de economias de escala que permitem que o custo da produção conjunta seja inferior à soma dos custos de produção das empresas quando elas operam independentemente. 25. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento – MPOG – 2005) - Considere a seguinte afirmação (adaptada do glossário apresentado no site www.fazenda.gov.br/seae/documentos/ Glossario.html): “As Economias de escopo ocorrem quando o ___________ de uma firma para produzir conjuntamente, pelo menos dois produtos/serviços, é __________ do que o custo de duas ou mais firmas produzem separadamente estes mesmos produtos/serviços, a preços dados dos insumos. De forma ___________ às economias de escala, as economias de escopo podem também ser entendidas como _________ nos _________ derivadas da produção conjunta de bens distintos, a preços dados dos insumos”. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto. a) custo marginal, menor, similar, reduções, custos médios b) custo médio menor, diferentemente, reduções, custos médios c) custo total, menor, similar, reduções, custos médios d) custo médio, menor, similar, reduções, custos marginais e) custo total, menor, diferente, elevações, lucros médios 26. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde – 2009) - Há economia de escopo quando o custo de produção de dois bens de uma

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empresa é menor do que os custos de produção conjuntos de duas empresas diferentes, cada uma produzindo um único produto. 27. (CESPE/Unb – Pesquisador – INPI – 2006) - A existência de economias de escopo na produção de determinados bens é compatível com a utilização de processos produtivos que envolvam deseconomias de escala. GABARITO 01 E 02 E 03 C 04 C 05 E 06 E 07 C 08 C 09 C 10 C 11 E 12 E 13 C 14 E 15 E 16 C 17 C 18 E 19 E 20 E 21 C 22 C 23 C 24 C 25 C 26 C 27 C