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    Universidade Federal do Cear

    Centro de TecnologiasEngenharia de Petrleo

    Economia e Gerenciamento da Produo de Petrleo e

    Gs

    Helano Maciel Brilhante

    Professor Alisson Jos Maia Melo

    Direito do Petrleo

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    ResumoEste trabalho tem por objetivo apresentar a evoluo de um termo mundial da Indstria doPetrleo, Reservoir Management, tratado aqui no Brasil por Gerenciamento de Reservatrio ou

    Gerenciamento de Campo de Petrleo.

    O Gerenciamento de Reservatrio tem sido reconhecido nos ltimos anos como uma importanteferramenta para as operaes de produo de petrleo. No por coincidncia tambm queesse interesse maior tenha surgido justamente durante os perodos de crise da economia dopetrleo, que comearam por volta da dcada de 80 e que resultaram em margens de lucrosignificativamente mais baixas. Dessa forma, as tcnicas para se gerenciar reservatrios de umamaneira mais eficiente vm com o intuito de reverter esses resultados negativos.

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    IntroduoO desenvolvimento de uma acumulao de leo ou gs um empreendimento comcaractersticas de alto custo, principalmente em mar aberto. Alm disso, as incertezas so muito

    grandes. Por exemplo, um tpico investimento de capital para um campo de petrleo mediano emmar abertosupondo 100 milhes de barris em reservas recuperveis seria da ordem de umbilho de dlares, e o nvel de incertezas quanto a reservas recuperveis pode girar em torno de25% antes que se firme compromisso com o desenvolvimento.

    Para um investimento de nvel to elevado, uma falha tcnica ou comercial seria catastrfica emtermos financeiros. Por isso, uma atividade que demanda muito esforo a fim de entender equantificar as incertezas e, assim, levantar os nveis de possveis riscos e benefcios relativos apropostas de investimento.

    A economia do petrleo fornece, portanto, ferramentas que auxiliam avaliar e quantificar osriscos financeiros envolvidos na explorao, nas estimativas e no desenvolvimento do campo,sendo base slida para comparar investimentos alternativos. As tcnicas so aplicadas paraassessorar a gesto quanto a atratividade das oportunidades de investimento, ajudar na escolhadas melhores opes, identificar a exposio financeira e determinar como maximizar o valor dosativos existentes.

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    Economia do PetrleoNoes BsicasA anlise econmica de oportunidades de investimento demanda a coleta de uma srie deinformaes, como custos de capital, custos operacionais, perfis antecipados de produo de

    hidrocarbonetos, termos de contrato, estruturas de tributos fiscais, prognsticos de preos deleo/gs, temporizao do projeto e expectativa dos interessados quanto ao investimento.

    A coleta desses dados provm de departamentos e organismos variados engenharia depetrleo, tributao e legislao, governo anfitrio e cada conjunto de dados carrega consigouma grande margem de incertezas.

    Normalmente, a fim de lidar com essas incertezas, um modelo econmico para avaliao deoportunidades de investimento produzido. Para lidar com as incertezas nos dados de entradado modelo, estabelece-se um caso base (utilizando as melhores estimativas de valores das

    variveis de entrada), em seguida investigando-se o impacto das variaes dos valores deentrada-cave em uma analise de sensibilidade. Dessa forma, a modelagem desse conjunto dedados, principalmente a partir de softwares especficos, permite a viabilizao de um plano inicialpara produo no campo petrolfero.

    De um ponto de vista econmico global, sabemos que a viabilidade de um empreendimento estdiretamente relacionada sua capacidade de absorver capital injetado e, a partir de seudesenvolvimento, gerar receitas que, no mnimo, paguem os gastos iniciais. Onde, o balanoresidual obtido (lucros) pertence aos acionistas que, por sua vez, o recebem em forma dedividendo ou reinvestimento na empresa.

    Tomando como exemplo o investimento em relao ao desenvolvimento de um campo depetrleo. Durante todo o tempo de vida do projeto, trabalharemos com o conceito de Fluxo deCaixa que o prognostico de todos os recursos absorvidos e originados pelo projeto.Inicialmente, o fluxo de caixa depender diretamente dos custos iniciais (CAPEX) necessriospara construo, concepo e ativao do projeto da parte fsica do projeto. Por exemplo,plataforma, tubulaes, poos, instalaes de compresso, entre outros.

    A partir do inicio da produo, cerca de trs a oito anos aps os primeiros custos iniciais, receitas

    brutas sero recebidas da venda dos hidrocarbonetos. Estas sero utilizadas para pagar oscustos operacionais (OPEX) do projeto (manuteno, mo de obra, custos de funcionamento dosequipamentos, custos de suporte), e proporcionar a tomada do governo anfitrio, o que pode, nocaso mais simples, ser sob a forma de tributos e pagamentos de direitos de explorao, osroyalties.

    Ento, do ponto de vista da empresa de petrleo, o balano dos recursos absorvidos pelo projeto(CAPEX e OPEX) e os recursos gerados (a participao da empresa aps retirar os tributossobre o lucro) libera o fluxo de caixa liquido do empreendimento, que pode ser calculado embase anual, muitas vezes referido de modo simplificado como fluxo de caixa do projeto.

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    A construo de um fluxo de caixa do projeto requer informaes de muitas fontes distintas.Alm disso, importante, ao coletar esses dados, que a faixa de incerteza dos mesmos sejatambm requerida. Por exemplo, na estimao de custos operacionais desejvel que osengenheiros estimem o custo dessas atividades com base nas instalaes especificas e tipos deequipamentos sendo operados.

    Os principais elementos de um fluxo de caixa so:

    Engenharia de PetrleoReservas e prognsticos de produo; Engenharia de PerfuraoCustos de perfurao e Completao; Engenharia de InstalaesCustos de capital, Estrutura da plataforma; Engenharia de Operaes e Manuteno Custos operacionais, Manuteno de

    equipamentos, Recondicionamento de poos; Recursos HumanosCustos de mo de obra, Pessoal Tcnico, Pessoal de Suporte;

    Governo AnfitrioRoyalties de explorao, Acordo de partilha de produo, Termosde Licena, Requisitos de Desativao; Planejamento Empresarial Prognsticos de Preo de Petrleo e Gs, Taxas de

    cambio, Prognsticos de Inflao, Riscos Polticos, Obrigaes Sociais;

    Na maioria dos casos, as receitas obtidas so frutos da venda de hidrocarbonetos. Entretanto,podemos considerar tambm tarifas recebidas e pagamentos por venda total ou parcial de umprojeto. Determinar as receitas envolve supor preos de leo ou gs. O prognostico de preo dopetrleo frequentemente baseia-se em um preo de termos reais uniformes, preo do dinheirohorizontal do dia (Money of the day MOD). Alm disso, um prognstico de preo pode ser

    indexado ao preo de mercado do petrleo bruto ou tomado como resultado de um preonegociado com um cliente especifico.

    No caso das despesas, o governo anfitrio desempenha papel fundamental, pois a partir dosistema fiscal especificado pelo mesmo ser designado o tratamento das despesas. Um clssicoexemplo seria definir despesas sobre itens cuja vida til ultrapassa um ano como despesas decapital (CAPEX), custos de plataformas, tubulaes e poos. Itens cuja vida til seja inferior a umano produtos qumicos, servios, manuteno, despesas gerais, custos de seguro seriam,ento, classificados como custos operacionais (OPEX). Alm disso, devemos ressaltar quequalquer estimativa de Opex no deve ignorar o custo de despesas gerais que o projeto atraia

    especialmente o custo de pessoal de suporte e aluguel de escritrios que possam formar fraosignificativa das despesas totais, por exemplo, e no necessariamente diminui conforme aproduo cai.

    Opex Anual = [A (%) x Capex Acumulada ($)] + [B($/Barril) x Produo(Barris/Ano)]

    Nesse contexto, o papel desempenhado pelo governo anfitrio esta, principalmente, relacionadoao Sistema Fiscal,que nada mais do que a maneira pela qual o governo afirma seu direito renda de produo e venda de hidrocarbonetos em seu nome. O mais simples de todos, e um

    dos mais tradicionais sistemas ficais, o esquema de tributo e pagamento por direitos deexplorao, ou seja, os Royalties. Normalmente, cobrado como percentual das receitas brutas

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    da venda de hidrocarbonetos, e pode ser pago em espcie ou em gnero (por exemplo,petrleo). O preo utilizado o do petrleo.

    Dessa forma, temos:

    Royalties = Taxa sobre os Royalties (%) x Produo (barris) x Preo do petrleo($/barris);

    O pagamento dos royalties cobrado desde o inicio da produo, mas o imposto s pagoquando h rendimento positivo tributvel. Por exemplo, no inicio de um novo projeto, ossubsdios fiscais podem ultrapassar as receitas, dando origem a uma renda tributvel negativa.

    A seguir um exemplo de calculo do Fluxo de Caixa liquido para 1 ano de projeto.

    Suponha que em um ano qualquer tenhamos:

    Produo= 15 milhes de barris Preo do Petrleo= 50 U$$/barril Taxa de Royalties= 15% Taxa de Tributo= 60% Capex= U$$ 100 milhes Opex= U$$ 20 milhes

    Suponhamos, tambm, que o nico custo inicial anterior tenha sido 120 milhes de dlares,despendido no ano anterior, com 25% de margem fiscal para investimento de capital de linha;assim, a marguem fiscal para investimento de capital do presente ano (0,25 x $ 120 milhes) +

    (0,25 x $ 100 milhes) = $ 55 milhes.

    Receitas= 15 milhes de barris x $ 50/barril = 750 milhes Capex= U$$ 100 milhes Opex= U$$ 20 milhes Custo Tcnico= U$$ 95 milhes Royalties= U$$ 750 milhes x 0,15 = U$$ 112,5 milhes Subsdios Fiscais= U$$ 122,5 milhes + U$$ 20 milhes + U$$ 50 milhes (Margem

    fiscal para investimento de capital) = U$$ 182,5 milhes Rendimentos Tributveis= U$$ 750 milhesU$$ 182,5 milhes = U$$ 567,5 milhes

    Tributo= 0,5 x U$$ 567,5 = U$$ 283,75 milhes Fluxo de Caixa Liquido do Projeto= U$$ 750 milhes U$$ 100 milhes U$$ 20

    milhesU$$ 112,5 milhesU$$ 283,75 milhes = U$$ 207,5 milhes Tomada do Governo Anfitrio= U$$ 207,5 milhes + U$$ 112,5 milhes = U$$ 267,5

    milhes;

    Na pratica, o fluxo de caixa calculado para cada ano previsto de projeto. Aqui exemplificamosapenas para um ano.

    Alm dos royalties, outro sistema fiscal de tributo existente, e bastante utilizado, o CPP

    (Contrato de Partilha de Produo). Neste arranjo, o investidor, empresa de petrleo, firma

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    acordo com o governo anfitrio para explorar e potencialmente avaliar e desenvolver uma rea.O investidor atua como um contratado para o governo anfitrio, que retm a propriedade dequaisquer hidrocarbonetos produzidos.

    Gerenciamento do Campo em ProduoDurante a vida produtiva de um campo de petrleo, o operador aplicar tcnicas degerenciamento visando, pincipalmente, maximizar a lucratividade do projeto e realizar arecuperao econmica dos hidrocarbonetos, enquanto cumpre todas as obrigaes contratuaise trabalha atendendo a certas diretrizes, muitas impostas pelo governo anfitrio. Alm disso, aempresa deve administrar fatores interno como mo de obra, fluxo de caixa, estrutura daorganizao e fatores externos como acordos com empresas locais, legislao ambiental e

    foras de mercado.

    Fatores ExternosGerenciamento

    Metas de produo fruto de acordo, demanda de mercado, nvel de demanda de mercado paraum produto em particular, acordos com contratantes e legislao so alguns dos principaisfatores externos que influenciaro diretamente os nveis de produo de um reservatrio.Basicamente, seu gerenciamento inclui o planejamento das taxas de produo o controle diretodas operaes de produo.

    Por exemplo, uma meta de produo pode ser estabelecida entre a empresa de petrleo e ogoverno. Uma taxa media de produo anual pode ser instituda fruto de acordo, por exemplo,em 30 mil barris/dia, e , assim, as taxas reais de produo sero criticamente revistas a cadatrs meses. Penalidades podero incidir se a meta no for cumprida dentro de um nvel detolerncia de, geralmente, 5%. Alm disso, a empresa de petrleo tambm ser convocada aperiodicamente submeter relatrios NOC (National Oil Companie) ou ao governo e a scios doempreendimento.

    Fatores InternosGerenciamento

    Uma etapa fundamental para a empresa petrolfera a estruturao de suas operaes a fim degerenciar uma srie de fatores internos. Por exemplo, estrutura organizacional e mo de obra;planejamento e cronograma; requisitos de relatrios; revises criticas e auditorias efinanciamento de projetos. Assim, a estrutura organizacional deve tornar o fluxo de informaespara desenvolvimento e gerenciamento do campo o mais fcil possvel. As principaisinformaes necessrias so:

    Restries externas sobre taxas de meta de produo; Paradas programadas de produo; Exequibilidade de oramento;

    Cronogramas de entrega ao cliente; Requisitos de injeo;

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    Operaes de recondicionamento e manuteno; Cronogramas de inspeo de rotina; Prazos de entrega para equipamentos e suprimentos; Cronogramas de mo de obra e arranjos de transporte;

    Cabe, aqui, ressaltarmos que no existe uma nica e absoluta forma para gerenciamento daestrutura organizacional interna da empresa. Sabendo disso, as empresas, normalmente,mudam suas organizaes a fim de tentar melhorar a eficcia de sua produo.

    Em posse de todos esses dados, podemos partir para o gerenciamento da subsuperficie, ouseja, a analise e manipulao do desempenho dos reservatrios.

    No estagio de plano de desenvolvimento ser construdo um modelo de reservatrio, usado paradeterminar o mtodo timo de recuperao de hidrocarbonetos. Inicialmente, o modelo possuiuma gama limitada de dados, geralmente, levantamento ssmico, alguns poos de avaliao e

    explorao que constituem, assim, uma aproximao de que ser o real campo de produo. medida que tem inicio a perfurao e a produo, dados adicionais sero coletados e utilizadosna atualizao do modelo geolgico e descrio do reservatrio sob condies dinmicas domodelo de reservatrio.

    Onde houver incoerncias entre o procedimento previsto e o observado, ser feita uma revisocrtica no modelo, ajustando-o at que o novo cotejamento histrico seja atingido, ou seja, ateque os dados reais possam ser equiparados queles experimentais obtidos a partir do estudo daformao geolgica.

    Gerenciando o Declnio do CampoA determinao do declnio de um campo de produo ocorre quando a taxa de produo cai deseu plat. Entretanto, observamos que, em muitos casos, as taxas de poos individuais podemdeclinar muito antes que a do campo como um todo. Nesse contexto, o mais importante adeterminao do declnio econmico do campo que ocorre quando a renda estiver em queda(declnio de produo) ou os custos aumentarem; em muitos casos estes processos ocorrem deforma simultnea. Ento, basicamente, uma boa gesto de declnio busca alternativas quepossam estender a vida produtiva do campo, mantendo sua rentabilidade econmica.

    Citaremos, agora, algumas tcnicas utilizadas a fim de prolongar a vida produtiva doreservatrio.

    Perfurao de Enchimento

    Perfurao de enchimento significa poos adicionais, frequentemente entre os poos dodesenvolvimento original, cujo principal objetivo produzir leo ainda no recuperado.

    Algumas das principais razes que resultam na inabilidade da produo de leo so, porexemplo, leo de compartimentos que so deixados em cima (ou abaixo) de poos de produo;leo ou gs pode ser armazenado em camadas ou blocos de falhamentos isolados; leo pode

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    ser desviado por inundao de agua ou de gs; poos podem estar afastados demais parapossvel acesso a todas as reservas.

    A economia de um poo incremental de preenchimento pode ser muito direta: uma simplescomparao de custos de poes contra a renda das reservas incrementais. Ento, para decidir

    perfurar ou no poos adicionais necessrio estimar as reservas extras recuperadas, bemcomo o valor das reservas em acelerao existentes.

    Recondicionamento de Poos

    O principal objetivo do recondicionamento aumentar a produo, reduzir custos operacionaisou reestabelecer suas respectivas integridades tcnicas. Economicamente falando, descartandoa segurana, um recondicionamento poder ser justificado se o VLP (Valor Presente Liquido) daoperao for positivo.

    As principais restries que levam a queda de produo real so, por exemplo, danos mecnicos tubulao; insuficincia de produtividade da formao em torno do furo do poo; restrio defluxo devida a produo de areia ou de cera; fluxo transversal no poo ou por detrs dorevestimento. Em qualquer um desses casos, possvel que a tcnica de recondicionamentoseja utilizada.

    Recuperao Melhorada de leo

    Na grande maioria dos casos, a recuperao de hidrocarbonetos no esta totalmente associadaa mtodos primriosEnergia do prprio reservatrio , nem a mtodos secundrios Injeode agua, por exemplo. Ento, parte do leo remanescente aps aplicao desses mtodos, serrecuperada atravs de EOR e pode potencialmente desacelerar o perodo de declnio. Contudo,o custo do barril da maioria dos mtodos EOR consideravelmente mais elevado do que os dastcnicas convencionais de recuperao.

    Mtodos EOR podem ser divididos em quatro tipos bsicos. Vejamos:

    Injeo de Vapor; Combusto in situ; Deslocamento de Fluido Miscvel;

    Inundao de Polmeros;

    Descongestionamento de Produo

    O congestionamento ocasionado quando qualquer parte do equipamento se tornasobrecarregada e limita o ganho, podendo ocorrer em qualquer estagio da vida produtiva docampo.

    Nos anos iniciais da vida produtiva, a produo ser muitas vezes limitada pela capacidade das

    instalaes de processamento tratarem hidrocarbonetos. A medida que o campo amadurece,congestionamentos podem aparecer em outras reas, como processos de tratamento de gua

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    ou de compresso de gs, tornando-se, assim, fatores limitantes de produo. J no final da vidado campo, os tipos de congestionamento dependem do reservatrio, do esquema dedesenvolvimento e das instalaes presentes no local.

    Desenvolvimento Incremental

    No inicio da vida produtiva de campo, normal que, primeiramente, os maiores reservatriossejam explorados, pois, estes so, em geral, de mais fcil descoberta. O desenvolvimento darea geralmente envolve instalaes de infraestrutura considervel de equipamentos deproduo, sistemas de transferncia e planta de processamento. Contudo, aps o declnio doscampos maiores, possvel haver considervel vida til deixada na infraestrutura, que pode serexplorada a fim de desenvolver campos menores, que seriam economicamente inviveis embase autnoma.

    Desativao do Campo PetrolferoMais cedo ou mais cedo, todo campo desenvolvido atingir o fim de sua vida econmica.Quando as operaes para estender a vida produtiva do campo forem exauridas, ou a produono for mais considerada estratgica para o operador da concesso, ou, ainda, aps umacidente que antecipe o fim das operaes exigindo sua desativao, o concessionrio de umcampo de produo de petrleo ou gs natural proceder a desativao atravs do planejamentode todas as etapas, como a obteno de permisso, a realizao da remoo dos equipamentos,o fechamento dos poos, a reabilitao e o monitoramento da rea afetada pela atividade deproduo.

    Cada projeto de desativao tende a possuir sua singularidade. Os objetivos podem variar muitodependendo do ambiente em questo. Por exemplo, em operaes Off Shore devem serconsiderados manguezais, aguas rasas, profundas, ultra profundas, etc. Alm disso, devemoslevar em conta o porte e o tipo de operao executada, as leis e tratados em vigor, e,principalmente, a percepo da sociedade em relao a todas as alternativas.

    Basicamente, as variveis criticas para o processo decisrio da desativao de campos depetrleo e gs so:

    1.

    Impactos Ambientais;2. Seguranas;3. Viabilidade Tcnica;4. Custos;5. Aceitabilidade Publica;

    A maior parte dos regimes regulatrios de concesso exige que, no ato da solicitao de umalicena de produo, o plano de desativao do campo seja tambm apresentado. Serodesativados equipamentos e estruturas que tiverem sido construdas ou montadas e seroreabilitadas reas que sofreram interveno a fim de viabilizar os processos de produo.

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    O custo de desativao pode ser considervel, e surgira, certamente, no ponto em que o projetose comportar de forma marginal ou economicamente invivel. Os recursos para custear adesativao so reservados ao longo da vida produtiva do campo, pois, nos anos finais o campono produzir receitas suficientes para custear os gastos.

    Por exemplo, custos de desativao em operaes Off Shorepodem ser muito significativos emenos facilmente distribudos, pois plataformas no podem ser removidas de formafragmentada.

    Principais Mtodos de Desativao1. Abandono de Poos: Poos podem ser abandonados (fechados) temporria ou

    permanentemente. Quer seja em mar aberto ou em terra firma, um efetivo programa deabandono de poo deve abranger as seguintes questes:

    Isolamento de todos os intervalos de produo de hidrocarbonetos; Conteno de todas as zonas de excesso de presso; Proteo de aquferos subjacentes; Remoo de equipamentos de cabea de poo;2. Oleodutos:Todos os oleodutos sero limpos por circulao de gua e os que estiverem

    enterrados no assoalho ocenico sero preenchidos com gua ou cimento. Tubulaessuperficiais normalmente so cortadas e removidas.

    3. Instalaes Off Shore:As principais variveis do modelo de tomada de deciso para oprocesso de descomissionamento off shore so, o tipo de estrutura, o tamanho, adistancia da costa, as condies de oceano e climticas, a complexidade da remoo,as questes de segurana e, logicamente, viabilidade econmica.

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    Referncias

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    Ferreira, Doneivan.; Graham, Mark.; Cook, Mark.; Jahn, Frank.; Introduo

    Explorao e Produo de Hidrocarbonetos 2 edio Editora Campus, Rio deJaneiro; 2012.