Upload
lyanh
View
223
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
2009/2010
Éumaciênciaautónomadaáreasocialehumana,queestudaocomportamentodosagentes
económicos.
Asciênciassociaisestudamarealidadesocial,i.e.,oconjuntodefenómenosqueresultamdas
relaçõesqueoHomemestabeleceentresiecomanatureza,cadauma,deumpontodevista
específico.
Nãoháfenómenoseconómicos.fenómenossãofenómenos‐arealidadeéuna,podendoser
analisadadeváriospontosdevista.Falamos,então,dainterpretaçãoeconómicadosfenómenos
sociais.
Economia‐éaciênciaqueestudaaformacomoaspessoaseasociedadeescolhem
(comportamento)oempregodosseusrecursosescassos,quepodemterusosalternaKvos,para
saKsfazerassuasnecessidadesquesãoilimitadas.
Éaciênciaquetentamaximizaraproduçãodebenseserviçosfeitacomrecursosquesão
escassos(limitados)equetêmuKlizaçõesalternaKvas,parasaKsfazernecessidadesdasociedade
quesãoilimitadas.
Bem‐éalgoquesaKsfazumanecessidadehumana.
Recursos‐aquiloquenãosaKsfazdirectamenteumanecessidadehumanamasqueserveparaa
produçãodebens(ex.Terra,máquina,trabalho)
Consumo‐éauKlizaçãodebensparaasaKsfaçãodasnecessidades.
Sóexisteproblemaeconómicoquandoexisteanecessidadedetomarumadecisãoeestásó
aparecequandoexisteescassezeescolha.
Escassez‐consistenaimpossibilidadedeosbensdisponíveissaKsfazeremasnecessidades
presentes.Sãoasnecessidadeshumanasquedeterminamaescassez,poisestãosempreasurgir
BemEconómico
↓
Escasso
Temcustodeoportunidade
Bemlivre
↓
Nãoéescasso
Nãotemcustodeoportunidade
≠
ECONOMIA
novasnecessidades‐depoisdesaKsfeitasasnecessidadesbásicas,ohomemencontrasempre
maiscoisasdequenecessita.
Éaescassezquecausaanecessidadedeescolhasedecisões,quegeraalternaKvas,eporisso,a
necessidadedegerirosrecursos.SenãohouvesseescassezerapossíveltertodasasalternaKvas
disponíveisenãoteriadehaverumaescolha.Arazãodehaverescolharesidenaescassez.
Oproblemaeconómicotrata‐seentãodeumaescolha,deumdecisão,numambientede
escassez.
Defacto,associedadestêmquetomarmuitaseimportantesdecisões:
• Oqueproduzir?(queprodutos,emquequanKdade,quando?)
• Comoproduzir?(porquem,dequeforma,comquerecursos?)
• Paraquemproduzir?(quembeneficiacomaprodução,comosedivideaproduçãonacional
entreasváriasfamílias?)
Assim,oseconomistasestudamaformacomoaspessoastomamdecisões,comoelasinteragem
umascomasoutras,eanalisamasforçasetendênciasqueafectamaeconomiacomoumtodo.
TodooestudodaEconomiapartededoispostuladosessenciais:
• Opostuladodaracionalidade;
• Opostuladodoequilíbrio;
ouseja,osagentessãoracionaiseosmercadosequilibram.
Aracionalidadesignificaquecadaagente,nocasogeral,vaitentarminimizaroesforçoeotempo
dispendidoparaobteroseufim.
Oprincípiodaracionalidadeimplicaop@mizaçãoecoerência.Osagentesprocuramoquemelhor
saKsfazosseusobjecKvose,nasmesmascircunstâncias,tomamasmesmasdecisões.
• OpKmização
Parasaberseumasituaçãoéounãoracionaléprecisoteracertezade2coisas:
2
1. Disponibilidade‐asoportunidadestêmdeestarmesmodisponíveisetodasigualmente
disponíveis(disponibilidade\sica,moral,social,etc.).Deoutromodo,oagentepode
escolherumaqueparecepior,masmaisacessível.ParaavaliararacionalidadedaaKtude
deumapessoaénecessárioteremcontaasubjecKvidadeparKculardessapessoa,
essencialparadeterminaradisponibilidadedecertasacções.
2. Definiçãodeoqueémelhor‐oqueémelhorparaunspodenãoserparaoutros.As
preferênciaspessoaisdecadaumtêmdeentraranaavaliaçãodasuaracionalidade.
• Coerência
Se,entre2alternaKvas,umapessoaescolheuma,todasasvezesqueesKvernasmesmas
circunstâncias,devemanteraescolha.
Nofundo,ahipótesedaracionalidadeéumasimplificaçãoteóricaqueéfeitapelaEconomiapara
facilitaraobtençãoderesultados.
Cadapessoaactuadeformaracional,masdefrontaoutras,quetambémqueremomesmo.Ao
encontrarosoutros,adaptaoseucomportamentoàssuasacções.Assim,osistemaeconómico
encontraumequilíbrio.
Éimportanterealçarqueaaplicaçãodoprincípiodaracionalidade,nãocompromete
comportamentoséKcos.
Existemalgumasideiascentraisdaeconomiaquevãoestarnabasedasatémaiscomplexas
teoriaseconómicas.
10PrincípiosdaEconomia
ComoasPessoasFazemEscolhas
1. Princípio1‐“AsPessoasEnfrentamTrade‐offs”
Trade‐off‐Peranteopçõesdiferentes,aoescolheruma,alémdeabdicardaoutravouestara
prejudicá‐la‐“euqueroAeB,seescolherA,voupiorarBevice‐versa”.
3
Éumaexpressãoquedefineumasituaçãodeescolhaconflituosa,ouseja,quandoumaacção
económicaquevisaaresoluçãodeproblemaseconómicosacarreta,inevitavelmente,outros.
Sãotrade‐offs:
• Inflaçãovs.Desemprego
Umadasconsequênciasdoaumentodamoedaemcirculaçãoéainflação,outra,pelomenosa
curtoprazo,éadiminuiçãododesemprego.Assim,seoGovernodecidirbaixarainflaçãoo
custovaiser,acurtoprazo,oaumentododesemprego.(preçosdiminuem,asempresas
ganhammenosedespedempessoal).Também,areduçãododesempregovaiimplicarum
aumentodainflação(aspessoastêmmaiorpoderdecompra,aprocurasobeeopreçodos
benstambém)
Acurvaqueilustraotrade‐offexistenteentreainflaçãoeodesempregoéaCurvadePhillips.
• Equidadevs.Eficiência
Eficiênciaconsisteemproduziromáximopossível(maximizaraprodução)comosrecursos
escassosdequedisponho;significaqueestouauKlizaraomáximoosrecursosdequedisponho
e,porisso,sequiserproduzirmaisdeumacoisavouterquesacrificaroutra.
Equidadeconsistenadistribuição“justa”dosbene\cioseconómica,pelosdiferentesagentes,
geradospelaprodução.
Principalmenteatravésdosimpostos,oEstadotentaredistribuirosrendimentosdeformaa
garanKrumamaiorequidadeentreosmembrosdasociedade.Nosimpostosdetaxa
progressiva,astaxasaumentamconformeaumentamosrendimentossujeitosaimposto.Por
issomesmo,quantomaisseaumentamosimpostos,maissedesincenKvaotrabalho,
especialmentedosquesãomuitobonsnoquefazemeporissoganhammais,prejudicandoa
eficiência(seKveremmaisrendimentos,vãoterquepagarmaisimpostos,nãofazemoseu
melhorporqueseganharemmais,oquevãoperdernosimpostospodenãocompensar).
Pelocontrário,seoobjecKvodopaíségaranKraeficiênciadasociedade,grandepartedo
rendimentoédesKnadoàquelesqueconseguemcumpriresserequisito,oqueimplicauma
desigualdadenareparKçãodosrendimentos.
“QuandosetentacortaroboloemváriasfaKasmaisiguais,obolodiminui”
4
2. Princípio2‐“OCustodeAlgoéAquilodeQueseAbdicaParaoConseguir”
Seéprecisoescolher,significaqueparasaKsfazerumanecessidadeéprecisosacrificaroutra,i.e.,
existeumcusto.
CustodeOportunidade‐ovalordoquedemelhordeixámosdefazerparafazeroquefizemos.
“NãoháalmoçosgráKs”
Umacoisaescassanuncaédegraça,emborapossaparecer‐oualgumaoutrapessoapagouou
pagou‐sesemdarporisso(foijápagopornósanteriormente,ouvirádepois).
OcustoeconómicoésempremaiorqueocustocontabilísKco.
Assim,olucroeconómicoésempremenorqueolucrocontabilísKco,vistoqueareceitase
mantémconstante.
3. Princípio3‐“OsAgentesRacionaisPensamNaMargem”
Necessidadesilimitadas+Escassez
↓
Escolha
↓
Renúncia
CustoEconómico
↓
custoexplícito+custoimplícito
CustoContabilís@co
↓
custoexplícito
≠
Lucro(Π)=receitatotal+custostotais
5
Ajustesmarginais/namargem‐pequenasalterações/ajustamentosaumplanodeacção.
BeneVciosmarginais‐aumentodosbene\ciosquetenho,faceàsituaçãoemquejáestava.
Geralmente,osagentesconseguemtomarmelhoresdecisõessepensaremnamargem.Ouseja,
comparamoscustosmarginaiseosbene\ciosdeumadeterminadaopçãoeescolhem‐naseesó
seosbeneVciosmarginaisforemmaioresqueoscustosmarginais.
SunkCost‐custoquejáfoi“compromeKdo”/gastoequejánãoserecupera.Éumcustoque,
independentementedanossaescolha,nãopodeserevitado.
SeoBMg=CMg,outenhooutrasvariáveisqueinfluenciamaminhaescolha,ouentão,é
diferenteseescolhoseguircomessaacçãoounão.
Éaquiqueentraoconceitodederivada(quandoolimitetendeparazero),poisaorepresentara
taxadevariaçãodeumafunção,permiteanalisaralteraçõespequenas.
4. Princípio4‐“OsAgentesEconómicosReagemaIncenKvos”
Pelofactodaspessoastomaremdecisõescomparandoosbene\cioseoscustosmarginais,oseu
comportamentopode‐sealterarquandooscustosoubene\ciossealteram.Ouseja,aspessoas
reagemaincenKvos.
ExpectaKvas
↓
OsagenteseconómicosreagemaincenKvosque,emEconomiacorrespondeaoSistemade
Preços,aqueAdamSmithchamoude“mãoinvisível”.
Qualquerdecisãotemcustosdirectosecustosindirectos.
Porisso,aocriarem‐sepolíKcas,nuncasedeveesquecerdestefacto,poismuitasdelasalteramos
custosoubene\ciosqueaspessoasenfrentame,porisso,alteramocomportamentodessas.
NemtodososefeitosdecadapolíKcasãoóbvias,porisso,aoanalisá‐laséessencialconsiderar
nãosóosefeitosdirectos,comotambémosefeitosindirectos,quefuncionamatravésdos
incenKvos.SenãoconsideraraformacomoessaspolíKcasvãoinfluenciarosincenKvos,é
possívelacabar‐secomresultadosquenãoeramesperados.PolíKcasquealteramincenKvos,
alteramcomportamentos.
6
ComoAsPessoasInteragem
5. Princípio5‐“TodosPodemBeneficiardaTroca”
Aracionalidadelevaàespecialização.i.e.,cadaumproduzoquesabefazermelhor(aquiloem
quetemmaiorvantagemrelaKvaouabsoluta),econsumeoquegostamais,eassimmelhoraa
suasituação.IstoépossívelporexisKremtrocas.QuantomaistrocasexisKrem,melhor,porque
quantomaistrocasforempossíveismaisracionaléaafectação,menosseéobrigadoaconsumir
oqueseproduzeaproduziroqueseconsome.Aespecializaçãogarantetambémmaiseficiência,
ouseja,produzirmaisemmenostempoecommaiorqualidade(quandonosespecializamos,com
aexperiênciaquevamosganhandosomoscapazesdefazermelhoremmenostempo).
Cadafamíliaproduzoqueconsome.Narealidade,nãoproduztudoaquiloqueuKliza.Por
interessepróprio,produzumacoisaquetrocaporoutras.
Assim,natroca,asduaspartesganham,umavezqueestaévoluntáriae,porisso,ambasas
partesconseguemumamelhoriadasuasituação.
Éestaideiaqueestánabasedadivisãointernacionaldotrabalho,queconsisteemcadapaísse
especializarnaproduçãodealgunsbensouprestaçãodedeterminadosserviçoseobteroutros
nomercadoexterno.
Astrocasfazemcomqueasváriasdecisõesdeumagentevãoterimpactesesofremefeitosdas
decisõesdeoutros,queporsuavezinfluenciamterceiros,eassimpordiante‐emeconomia,
tudotemavercomtudo.Ainterdependênciaéumarealidadeessencialdoproblemaeconómico.
Cadapessoadependedosoutros,dependedofuncionamentodaeconomiaparaasaKsfaçãoda
maiorpartedassuasnecessidades.
ÉatravésdatrocaqueseaKngeaharmoniadosistemaeconómico.
6. Princípio6‐“OsMercadosSãoNormalmenteUmaBoaFormadeOrganizaraAcKvidade
Económica”
Isto,assumindoqueomercadoédeconcorrênciaperfeita.
EconomiadeMercado‐éumaeconomiaemqueosrecursossãodistribuídosatravésdas
decisõesdescentralizadasdasváriasempresasefamíliasqueinteragemnosmercadosdebense
serviços.
7
Mascomoserápossívelqueumaeconomiademercadotenhasucesso,quandonãoháninguém
azelarpelobem‐estardasociedadeemgeralequandocadaagenteactuaemfunçãodosseus
interessespróprios?ArespostaqueAdamSmithdeufoique,nosistemaeconómico,aspessoas
sãoguiadasporumamãoinvisívelquelevaaobem‐estareconómicogeral.
Oconceitoda“mãoinvisível”afirmaque,secadaumprosseguirosseusobjecKvospróprios,no
fim,consegue‐seomáximobemestarparatodos.Ouseja,sedeixarmosomercadofuncionar,
vamosconseguiraKngirumasituaçãodeeficiência.(Aideiade“mãoinvisível”refere‐seapenasa
preocupaçõescomalutacontraoprincipalinimigodaEconomia‐odesperdício).
ÉatravésdosistemadepreçosqueamãodirigeaacKvidadeeconómica.
Ospreçosreflectemtantoovalordobemparaasociedadecomoocustoparaasociedade
associadoàsuaprodução.Umavezqueosagenteseconómicostêmemconsideraçãoopreço,
quandotomamdecisões,semosaberestãoaconsideraroscustosebene\ciossociaisdasua
acção.Éporissoquenofinalseconsegueomáximobem‐estarparaasociedadecomoumtodo.
7. Princípio7‐“PorVezes,AIntervençãodoEstadoConsegueMelhorarosResultadosObKdos
PeloMercado”
Normalmente,asociedadefuncionasemqueninguémsepreocupecomisso.Masquandoisso
nãoépossíveleomercado,deixadoasipróprio,nãoconsegueresolveroproblemadeforma
saKsfatória,recorre‐seàintervençãodoagenteregulador‐oEstado.Esteéoúnicoagentequese
preocupacomoproblemaglobal.
EmboraosmercadossejamnormalmenteumaboaformadeorganizaraacKvidadeeconómica,
existemexcepçõesaestaregra.OEstadointervémparagaranKr,aeficiência,aequidadeea
estabilidade.
FalhadeMercado‐situaçãoemqueomercado,porsisó,nãoconsegueumadistribuição
eficientedosrecursos,i.e.,nãoconseguiuconduziraeconomiaàsituaçãomaiseficiente.As
falhasdemercadodequetratamossão3:
1. Externalidade‐éumimpacto(nãocompensado),queaacçãodeumagenteeconómicotem
sobreobem‐estardeterceirosquenãoparKciparamnaacção,noqualnenhumdelespaga
nemrecebenenhumacompensaçãoporesseefeito.PodeserposiKva,seoimpactoé
benéficoounegaKvaquandoéoimpactoéadverso.
8
Nummercadoeficiente,sóseproduzaquiloqueasociedadequer;numaexternalidadeisso
nãoseverifica,poisaproduçãoprivadaémaiordoqueasocialmentedesejada(asociedade
associa‐lheumcustoqueosprodutoresnãocontam).Assim:
Quandoomercadofuncionabem,ocustosocialéigualaocustoprivado;
QuandosetratadeumaexternalidadeposiKvaocustosocialémenorqueocustoprivado;
QuandosetratadeumaexternalidadenegaKvaocustosocialémaiorqueocustoprivado.
Nestescasos,oEstadointervém,obrigandoainternalizaraexternalidade.
2. BensPúblicos‐sãobensouserviçosdosquaisninguémpodeserimpedidodeusufruireque
aoseruKlizadoporum,auKlidadequetemparaoutronãodiminui.EmboranãosejamgráKs,
numsistemademercadotodospodemgozarsempagar,poisnãoexistemododeomercado
pagaroseucusto.
Exemplos:adefesanacional,osjardins,estradas,televisãosãobensquetodospodemos
usufruirsempagar.
BenscomestascaracterísKcasnãosãoatracKvosparaainiciaKvaprivada,havendoumafalha
demercadorelaKvamenteàsuaoferta.Porisso,oEstadotemqueintervirassegurandoasua
ofertaàpopulação.
OsbenssãoclassificadossegundoduascaracterísKcas:
• Rivalidadenoconsumo(rivalry)‐ofactodeserusadoporumapessoa,diminuiasua
uKlidadeparaoutraspessoas;
• Capacidadedeexcluirconsumidores(excludability)‐épossívelprevenirqueumapessoao
uKlize.
RivalidadenoConsumo
Capacidadede
RivalidadenoConsumoRivalidadenoConsumo
SIM NÃO
Excluir SIM
Consumidores NÃO
BemprivadoMonopólios
naturais
Recursos
comunsBenspúblicos
9
3. MonopóliosNaturais‐surgequandoumaúnicaempresaconseguefornecerum
determinadobemouserviço,aomercado,aumcustomenordoqueconseguiriamduasou
três.Nummercadoafuncionarlivremente,a“mãoinvisível”vaiconduziràformaçãodeum
monopólionatural.
ComoaparecimentodeMonopóliosNaturais,oEstadotemdeintervirdeformaacontrolar
essemonopolista,paraqueestenãoabusedoseupoder,essencialparaqueummercado
funcionedeformaeficiente.
Poderdemercado‐capacidadequeumsóagenteeconómico(ouumpequenogrupode
agentes)temparainfluenciardeformasubstancialopreçodemercado.
SeesKvermosperanteummonopóliodaeconomia‐falhademercado‐osistemadepreços
nãovaifuncionarpois,aofertavaipraKcaropreçomaisaltoqueaprocuraestádispostaa
pagarouentão,fazdiscriminaçãodepreços,combasenacurvadaprocuraindividual.
Omercadopodetambémnãoconseguirassegurarqueaprosperidadeeconómicasejadistribuída
equitaKvamente.EaíoEstado,atravésdeváriaspolíKcas,comoosimpostos,tentaconseguir
umadistribuiçãomaisequitaKvadobem‐estareconómico.
ComoaEconomiaFuncionaComoUmTodo
8. Princípio8‐“ONíveldeVidadeUmaSociedadeDependedaSuaCapacidadedeProduzir
BenseServiços”
Quasetodaavariaçãodoníveldevidaentrepaísesdeve‐seàsuacapacidadeproduKva‐
produKvidade.
ProduKvidade:
• Total;
• Porfactordeprodução;
• Média
10
Produ@vidadeMédiadoTrabalho‐aquanKdadedebenseserviçosproduzidosporum
trabalhador,porunidadedetempo(normalmente,umahora).
ProduçãodegrandesquanKdadesdebenseserviçosporunidadedetempo→melhornívelde
vida.(Imaginandoquetodasasreceitasgeradassãoparapagarsalários,quantomaisuma
empresaconseguirproduzir,maioresserãoossalários,levandoaumaaumentodoníveldevida)
Quantomaisasociedadeproduzircomosrecursosquetem,maiorobolo(quedepoispoderá
distribuir).
AtaxadecrescimentodaproduKvidadedeumpaísdeterminaataxadecrescimentodo
rendimentomédiodessepaís.
AopensarcomoéqueumapolíKcavaiinfluenciaroníveldevidadopaís,éprecisoperguntar
comoéquevaiinfluenciaracapacidadedeproduzirbenseserviços.Paramelhoraronívelde
vida,énecessárioassegurarqueostrabalhadoressãobemformadoseeducados,quetêmas
ferramentasnecessáriasparaaproduçãodebenseserviçosequetêmacessoàmelhor
tecnologiadisponível.
Assim,parahaveraumentodaproduKvidadenofuturoe,consequentemente,melhoriadonível
devida,énecessárioquehajainvesKmento.
9. Princípio9‐“OsPreçosSobemQuandooGoverno✻ImprimeDemasiadaMoeda”
✻Aautoridademonetária,quenocasodaEuropaéindependentedogovernodequalquerpaís.
Inflação‐subidasustentadaegeneralizadadospreçosnumaeconomia.
Aprincipalcausadainflaçãoéoaumentodamoedaemcirculação.Quandoissoacontece,ovalor
damoedacai→ospreçossobemparacompensaressadesvalorização‐éprecisopagarmais
unidadesdemoedaparateromesmovalorqueanteriormente,porissoospreçossobem.
10. Princípio10‐“ASociedadeEnfrentaumTrade‐Off,aCurtoPrazo,EntreDesempregoe
Inflação”
Estetrade‐offacurto‐prazoexisteporquealgunspreçosdemoramaajustar‐se.
11
Porexemplo,seaquanKdadedemoedaemcirculaçãodiminuir,aconsequênciaalongoprazo,
seráadescidageneralizadadospreços(deflação).Contudo,nemtodosospreçossemajustamde
imediato.Acurto‐prazo,aoreduziramoedaemcirculação,aspessoasgastammenos.Gastos
menoresassociadosapreçosqueaindasemantêmmuitoelevados,reduzaquanKdadedebens
eserviçosqueasempresasvendem,oquelevaadespedimentos.
Ouseja,areduçãodaquanKdadedemoedaemcirculação,elevatemporariamenteo
desemprego,atéospreçosseteremajustadocompletamenteàmudança.
Emboratemporário,estetrade‐offpodedurarváriosanos.
AEconomiaEnquantoCiência
Oeconomista,comoqualqueroutrocienKstatentatrataroseuobjectodeestudocoma
objecKvidadecaracterísKcadocienKsta.Elescriamteorias,colhemdados/informação,edepois
analisamessainformaçãonatentaKvadeverificarourefutarassuasteorias.
Sendoumaciência,uKlizacomoinstrumentoométodocien{fico(desenvolvimentoeotestarde
teoriasacercadomododefuncionamentodomundo)queinclui3componentesfundamentais:
• Experimentação‐atravésdorecursoàHistória;
• Observaçãodirectadosfenómenos;
• Análisecien{fica‐formulaçãoetestedeteoriaseconómicas,atravésdaMatemáKcae
Esta{sKca.
Umeconomista,aoobservarumfenómenoquecaptaasuaatenção,formulaumateoriapara
tentarexplicaressefenómeno.Paratestaressateoria,oeconomista,recolheeanalisa
informaçãoparaverseasuateoriaéválida.Contudo,oseconomistastêmumobstáculono
processodeanálisecien{fica‐aexperimentação,poisnãopodemmanipularaeconomiadeum
paísparafazerexperiências.ParasubsKtuirasexperiênciaslaboratoriais,oseconomistasservem‐
sedasexperiênciasnaturais,fornecidaspelaHistória.
Paratentardominaracomplexidadedarealidadequeestuda,aEconomiaserve‐sede
suposições,dehipóteses,eusadiferentessuposiçõespararesponderadiferentesproblemas.Por
exemplo,ahipótesecoeterisparibus‐“orestoficaigual”‐,quepermiteisolarumapartedo
problema,reduzindo‐oadimensõestratáveisepermiKndoobterconclusõesclaras.
12
Oseconomistasservem‐setambémdemodelos,geralmentecompostospordiagramase
equações.estesmodelospodemomiKrmuitospormenores,paraquepossamosveroqueé
realmenteimportante.Estesmodelosnãoconsideramounãoincluemtodosispormenoresduma
economia.SãocriadoscombaseemdeterminadassuposiçõesetêmcomoobjecKvosimplificara
realidadeparaquenossejamaisfácilcompreendê‐la.
Diagramadofluxocircularoudocircuitoeconómico
ConsistenumarepresentaçãoesquemáKcadaorganizaçãodaeconomia,emquesupomos
implicitamenteque:
• NãoexisteEstado;
• Nãoexisterestodomundo(relaçõescomoexterior);
• Nãoexisteintermediaçãofinanceira.
FactoresdeProdução‐aquiloqueéuKlizadonoprocessoproduKvo,masquenãoéincorporado
noprodutofinal,masquesevaidesgastandocomouso.Sãoeles:
• Capital(K)‐capital\sico
• Trabalho(L)
‐ Qualificado(capitalhumano)‐asociedadeinvestenasuaformação
E_`abcdc
• produzemevendem
benseserviços
Fd_efgdc
• comprameconsomem
benseserviços
Mbahdijc
ibBbkcbSbalgmjc
•Empresas
Mbahdijc
ibFdhnjabc
•Empresas
Vendade
bense
Compra
debense
Inputs
para
Trabalho,
terrae
Receitas Gastos
RendimentoSalários,renda
=circuitomonetário
=circuito\sico
13
‐ Nãoqualificado,indiferenciadoouapenastrabalho
• Terra
Estemodeloexplica,emtermosgerais,omodocomoaeconomiaestáorganizadaecomoos
parKcipantesdeumaeconomiainteragemunscomosoutros.
AsempresasproduzembenseserviçosuKlizandofactoresproduKvos(comootrabalho,terrae
capital).Sãoasfamíliasquepossuemosfactoresdeproduçãoeconsomemtodososbense
serviçosqueasempresasproduzem.
AsfamíliaseempresasinteragememdoisKposdemercados‐mercadodebenseserviçose
[email protected],asfamíliassãooscompradoreseasempresasos
vendedores,nosegundo,asempresassãooscompradoreseasfamíliasosvendedores.
Assetasinterioresrepresentamofluxodebenseserviços,ousejaocircuito\sico.Assim,as
famíliasvendemousodoseutrabalho,dassuasterrasedocapitalàsempresas.EstasúlKmas
uKlizamessesfactoresdeproduçãonaproduçãodebenseserviços,queporsuavez,são
vendidosásfamíliasnomercadodebenseserviços.Assim,osfactoresdeproduçãofluemdas
famíliasparaasempresaseosbenseserviços,dasempresasparaasfamílias.
Assetasexternasrepresentamofluxodedinheiro,ousejaocircuitomonetário.Asfamílias
gastamdinheironacompradebenseserviçosàsempresas.EstasúlKmasvãousarpartedessas
receitasdavendaparapagarpelosfactoresdeprodução,comoossaláriosdosseus
trabalhadores.Oquesobreéolucrodosdonosdaempresaquesão,porsuavez,famíliasAssim,
asfamíliasgastamdinheiroembenseserviços,quefluidelasparaasempresasefluidenovo
dessasparaasfamíliassobaformadesalários,rendasoulucro.
Baseando‐meapenasnestediagrama,jápossoolharparaaeconomiacomdiferentesobjecKvos:
• Despesa(ex.Saberquemestáagastar);
• Rendimento(ex.SabercomoéfeitaareparKçãodorendimento);
• Produção(ex.Saberoqueéqueseestáaproduzirequanto).
OutromodelouKlizadoéodaFronteiradePossibilidadedeProdução(FPP).Estemodelo,como
amaioriadeles,éconstruídocombasenamatemáKca.
14
Nestecaso,considera‐sequeaeconomiaproduzapenas2bensequeasindústriasprodutoras
dessesbensuKlizamtodososfactoresproduKvosdessaeconomia,ouseja,elaéeficiente.
Afronteiradepossibilidadedeproduçãoéográficoquerepresentaasváriascombinaçõesde
produçãomáximapossíveis(de2bens)paraumaeconomia,dadososfactoresproduKvos/
recursoseatecnologiadisponíveis(emdadomomento).
Nesteexemplo,setodososrecursosfossemusadosnaindústriaautomóvel,aeconomia
produziria1000carrosenenhumcomputador,poroutrolado,setodososrecursosfossem
usadosnaproduçãodecomputadores,seriamproduzidos3000computadoresenenhum
automóvel‐asduashipótesesextremas.Sedividisseosrecursospelas2indústriasproduzir‐se‐
iam700carrose2000computadores(pontoA).
Aeconomiapodeproduziraqualquerpontodentro(pontoB)ounalinha(pontosAeC)de
fronteiradepossibilidadedeprodução,masnãopodeproduziraqualquerpontoparaforadessa
linha(pontoD),poisosrecursossãoescassosecomotalnãodispõedefactoresproduKvosnem
datecnologiasuficientesquesuportemesseníveldeprodução.→ospontosforadaFPPdizem‐se
pontosimpossíveisouina@ngíveis.
DentrodaFPP,ospontosdizem‐seineficientesoudesub‐emprego,poisnãoestáausartodosos
recursosdisponíveis,nãosendo,porisso,suficiente.
Aproduçãodiz‐seeficienteseaeconomiaesKverauKlizartodososseusrecursosescassos.
Assim,ospontosqueestãoemcimadalinharepresentamníveiseficientesdeprodução.Neste
ponto,nãoépossívelproduzirmaisdeumdosbenssemproduzirmenosdooutro(pontoB‐
ineficiente)‐temumcustodeoportunidadeassociado.
Afronteiradepossibilidadedeproduçãomostratambémqueocustodeoportunidadedeum
bemémedidoemtermosdooutrobem‐principio2.Assim,quandosepassadopontode
produçãoCparaA,ocustodeoportunidadede200computadoresé100carros.
15
Édenotarqueafronteiradepossibilidadedeproduçãoébastanteinclinadaquandoaeconomia
estáausaramaioriadosrecursosnaproduçãodecarros.Istoporqueatéosrecursosmais
apropriadosparaaproduçãodecomputadoresestãoaseruKlizadosnessaindústria.Assim,por
cadacarroquedeixadeproduzir,háumaumentosubstancialdonúmerodecomputadores
produzidoseumadiminuiçãopoucosignificaKvadonºdecarrosproduzidos‐custode
oportunidadebaixo.Pelocontrário,quandoamaioriadosrecursossãouKlizadosnaproduçãode
computadores,alinhaépoucoinclinada,poisosrecursosmaisvocacionadosaestaproduçãojá
estãoaserbemuKlizadose,porisso,porcadacarrodequeseabdica,onúmerode
computadoresqueseproduzamaisépequeno.
Assim,podemosconcluirque,aoKrarmossucessivamenteunidadesdecarroproduzidaspara
produzirmaiscomputadores,noinícioocustodeoportunidadenãovaisermuitogrande,porque
estamosaafectarfactoresproduKvosqueatéestavammaisvocacionadosàproduçãode
computadores.Contudo,vaichegaraumpontoemqueparaproduzirmaiscomputadoresvamos
começaradestacarparaessaproduçãofactoresdeproduçãomaisvocacionadosparaaprodução
decomputadores,passandoaterumelevadocustodeoportunidadeassociado.Assim,chegaa
umacertaalturaemquedecidonãoaumentarmaisaproduçãodecomputadores,poisocusto
deoportunidadeéjámuitoelevado.
Podemos,porisso,dizerqueoscustosdeoportunidadesãocrescentes→LeidosCustos
RelaKvosCrescentes.Eéporissoqueospontosdeproduçãonuncasãonosextremosporqueos
custosdeoportunidadesãomuitograndes.
OspontosinaKngíveisnãotêmdesersempreimpossíveisdeproduzir.Sehouvercrescimento
económico,potenciadoporumaevoluçãonastecnologiasexistentesouumaumentodos
recursosdisponíveispossopassaratercapacidadeparaaKngirosníveisdeproduçãorelaKvosa
esseponto.
Odeslocamentodacurvaparadireita,representacrescimentoeconómico(oPIBémedidoem
termosdequanKdadeproduzida).
PodetambémhaverumaumentomaissignificaKvodeumbemdoquedooutro→ocrescimento
nãofoineutro.Porexemplo,sehouveravançostecnológicosnaáreadoscomputadores,isso
podeaumentaronºdecomputadoresqueumtrabalhadorécapazdeproduzirporsemanae,por
isso,aeconomiapassaasercapazdeproduzirmaiscomputadoresparacadanúmerodecarros
produzidos.
Seumdeterminadobeméumbemcapitalintensivoemrelaçãoaoutro,significaqueprecisade
maiscapitalqueooutro.Assim,seaproduKvidadedofactorcapitalaumentarestebemvai
16
beneficiarmaisdesseaumento(tecnologiaqueaumentaaproduKvidadedocapitaldiz‐se
poupadoradetrabalho).Pelocontrário,seumbemforumbemtrabalhointensivoemrelaçãoa
outro,vainecessitardemaistrabalho(poupadordecapital).UmaumentonaproduKvidadeno
factortrabalhovaibeneficiarmaisestebemqueooutro.
Comomediroscustosdeoportunidade‐tangentenoponto
SeaFPPforumarecta,ocustodeoportunidadeéconstante→levaàespecializaçãocompleta
(nãochegaaquelepontoemquedigoquedevopararporqueoscustosdeoportunidadesão
muitograndes).Ouseja,opaísiráespecializar‐senaproduçãodeapenas1beme,sequeroos
dois,recorroaocomérciointernacional(exportooquenãoqueroeimportooquepreciso).
LeidosRendimentosMarginaisDecrescentes‐Àmedidaqueforadicionandounidades
sucessivasdeumfactorvariávelaumfactorfixo,aparKrdedeterminadaaltura,osacréscimosde
produçãocomeçamasermenores(emboraaproduçãototalpossaconKnuaraaumentar).‐ex.
daquinta
Microeconomia e Macroeconomia
AáreadaEconomiaénormalmentedivididaem2grandessub‐áreas:
Microeconomia‐estudaaformacomoasfamíliaseasempresastomamdecisõesecomo
interagemnosmercados.
Macroeconomia‐estudafenómenosdaeconomiacomoumtodo,incluindoainflação,
desempregoecrescimentoeconómico.Estudaasforçasetendênciasqueafectamaeconomia
comoumtodo.
17
EstasduasestãoinKmamenteligadas,umavezqueasmudançasnaeconomiageralsão
consequênciadasdecisõesdemilhõesdeindivíduos.Assim,éimpossívelentender
desenvolvimentosmacroeconómicossemconsiderarasdecisõesmicroeconómicasassociadas.
AnálisePosi@vaversusAnáliseNorma@va
Emgeral,asafirmaçõessobreomundosãodedoisKpos:
DeclaraçõesposiKvas‐afirmaçõesquepretendemdescreveromundocomoeleé‐descriKvas.
DeclaraçõesnormaKvas‐tentamdizercomoéqueomundodeveriaser‐prescriKvas.
Emprincípio,épossívelconfirmarourefutardeclaraçõesposiKvas,examinandoprovas.Pelo
contrário,paraavaliardeclaraçõesnormaKvaséprecisoconsiderar,paraalémdosfactos,valores
(opiniõeséKcas,religiosasefilosofiaspolíKcas).AsconclusõesnormaKvasrequeremaanálise
posiKvaejuízosdevalor.
EconomianormaKvaémaissubjecKva‐dependedabasecien{ficaemquenosbaseamos.Faz
juízosdevalor.QuandooseconomistasfazemdeclaraçõesnormaKvasestãoaterumpapelmais
deconsultores(depolíKcas)doquedecienKstas.
Porexemplo,
“ataxadedesempregoéde10%”‐economiaposiKva;
“ataxadedesempregode10%édemasiadoelevada”‐economianormaKva.
Osconselhosdeumeconomistanãosãosempredirectos.Istoporqueoseconomistasestão
conscientesqueoscustosdeoportunidadeestãoenvolvidosnamaioriadasdecisõesacercade
políKcasatomar.Porexemplo,umapolíKcapodeaumentaraeficiênciaacustodaequidade
Oseconomistasmuitasnãoconcordamunscomosoutrospor2razõesbásicas:
• PodemdiscordarsobreavalidadedeteoriasposiKvasalternaKvasacercadecomoomundo
funciona;
EconomiaPosiKva
↓
Oqueé
EconomiaNormaKva
↓
Oquedeviaser
≠
18
• Podemtervaloresdiferentese,porisso,visõesnormaKvasdiferentessobrequepolíKcadeve
serconseguida.
Capítulo3‐ComércioInternacional
Umdosprincípiosdaeconomiaéquetodospodembeneficiardatroca.
Grandesquestões:
• Porqueéqueospaísesentramemcomérciointernacional?
• QuaissãoospreçosrelaKvosquesevãoestabelecer?
• Oqueéqueseganhacomisso?
Secadapaísseespecializarnaproduçãodosbenseserviçosquemelhorsabemfazer(naqualsão
maiseficientes)eentrarememcomérciointernacional,todostêmpotencialidadeparaficara
ganhar→podemgozarumamaiorquanKdadeevariedadedebenseserviços.
Autoresclássicos‐2teorias:
1. TeoriadasVantagensAbsolutas‐AdamSmith
2. TeoriadasVantagensRelaKvas‐DavidRicardo
Existem2maneirasdecompararacapacidadede2pessoasnaproduçãodeumbem‐apessoa
queconsegueproduzirobemcomamenorquanKdadedefactoresproduKvos,diz‐seter
vantagemabsolutanaproduçãodessebem.Apessoaquetemosmenorescustosde
oportunidadenaproduçãodobem,diz‐seterumavantagemcompara@va.
AstesesmercanKlistasdefendiamqueumpaísdeviaexportartantoquantopossíveleimportaro
menospossível‐istotrazumproblema,porquesetodosagiremdestaforma,nãovaihaverpara
ondeescoaraexportação.
AdamSmithvemcontestarestateoriaaodizerquetodosospaísespodemsairbeneficiadosse
entrarememcomérciointernacional,sembarreiras→DivisãoInternacionaldoTrabalho.
19
Ateoriaclássicaassumeumconjuntodehipóteses:
• 2países,2bense1factordeprodução(trabalho);
• Assume‐sequeosbenssãohomogéneos,quesãoproduzidospelosdoispaísesemautarciae
quesãodivisíveis;
• Ofactortrabalho(L)éhomogéneo;temimobilidadeexternatotalemobilidadeinternatotal→
ossaláriossãoiguaisparatodosostrabalhadoreseemtodosossectores,dentrodeumpaís;
• Todososmercadossãomercadosdeconcorrênciaperfeita;
• ABalançaComercialestásempreequilibrada(SaldodaB.C.=valorexportações‐valor
importações);
• Nãohámoedaenvolvida;
• Nãoexistemcustosdetransportenemqualqueroutrasbarreirasaocomércio;
• Oscustosdeoportunidadesãoconstantes.
TeoriadasVantagensAbsolutas‐AdamSmith
SeumpaísKvervantagemabsoluta,relaKvamenteaoutro,naproduçãodeumbemeooutro
paísKvervantagemabsolutanaproduçãodooutrobem,cadaumdessespaísesdeve
especializar‐senaproduçãodobemnoqualtemmaisvantagemeimportarooutro,atravésdo
comérciointernacional.
Otermovantagemabsolutausa‐sequandoacomparaçãoentreprodutoresdeumdeterminado
beméfeitadeacordocomasuaproduKvidade.Oprodutorquenecessitardemenosrecursos
paraproduzirumbem,diz‐seterumavantagemabsolutanaproduçãodessebem.
Umpaístemvantagemabsolutanaproduçãodeumbemseformaiseficientedoqueooutro
paísnessaprodução.Ouseja,consegueproduzirmaiscomosmesmosrecursos,ouproduziro
mesmo,mascommenosrecursos→temmaiorproduKvidade.
20
MatrizdeCustos
País A País B
Bem X
Bem Y
10 30
20 15
Ovalor10lê‐se‐sãonecessários10trabalhadoresparaproduzir1unidadedobemX,por
unidadedetempo.
Nestecaso,opaísAémaiseficientenaproduçãodobemX,ouseja,temvantagemabsolutano
bemX.Pelocontrário,opaísBémaiseficientenaproduçãodobemY,ouseja,temvantagem
absolutanessebem.
Assim,opaisAespecializa‐senaproduçãodobemXeopaísB,naproduçãodobemY.
MatrizdeProdução
País A País B
Bem X
Bem Y
10 30
20 15
Ovalor10lê‐se‐nopaísAcadatrabalhadorproduz10unidadesdobemX,porunidadede
tempo.
Nestecaso,opaísAémaiseficientenaproduçãodobemY,ouseja,temvantagemabsolutano
bemY,peloqueseespecializanaproduçãodestebem.Poroutrolado,opaísBémaiseficiente
naproduçãodobemX,ouseja,temvantagemabsolutanessebem,peloquesevaiespecializar
nasuaprodução.
21
Supondoqueexisteapenas1trabalhadoremcadapaís,se,nopaísA,omobilizarmosparaa
produçãodobemYese,nopaísB,oafectarmosparaaproduçãodobemX,temos:
BemX BemY
PaísA ‐10 20
PaísB 30 ‐15
Total +20✻ +5
✻estevalorrepresentaoacréscimodeproduçãodobemX,obKdopelaespecializaçãoeentrada
emcomércioeminternacional.VemosquepassaaestardisponívelmaiorquanKdadedeambos
osbensparaosdoispaíses→+20Xe+5Yportrabalhador.
SeumpaísKvessevantagemabsolutanaproduçãodos2bens,eradeesperarquenãoteria
interesseementraremcomérciocomooutropaís.MasDavidRicardoveiocontestaresteponto
devistacoma:
TeoriadasVantagensCompara@vas(ourelaKvasoucomparáveis)
Existeoutraformadeconsideraroscustosdeprodução.Nestecaso,nãoseconsideraaeficiência
naproduçãodobem,ouseja,osrecursosnecessários(nestecasootrabalhoeoúnicofactorde
produção),masoscustosdeoportunidadeinerentesaessaprodução(custorelaKvodobemem
isolamento‐ovalorqueessebemtemdentrodopaís).
Assim,usa‐seotermovantagemcompara@vaquandosecomparamprodutoresdeum
determinadobem,deacordocomosseuscustosdeoportunidade.Oprodutorcommenorcusto
deoportunidadeaoproduzirumbem‐temdeabdicarmenosdeoutrobemparaproduziraquele
‐diz‐setervantagemcomparaKvanaproduçãodessebem.
SegundoateoriadasvantagenscomparaKvas,seumpaísKvervantagemcomparaKva,
relaKvamenteaoutro,naproduçãodeumbemeooutropaísKvervantagemcomparaKvana
produçãodooutrobem,cadaumdessespaísesdeveespecializar‐senaproduçãodobemnoqual
temmaisvantagemeimportarooutro,atravésdocomérciointernacional.
22
MatrizdeCustos
Bem X Bem Y
País A
País B
10 20
15 45
OpaísAtemvantagemabsoluta,relaKvamenteaoB,naproduçãodeambososbens.Assim,para
verquemtemmaiorvantagemcomparaKvaemquebem,temosdecompararoscustosrelaKvos
decadabem,emisolamento(verataxadetrocados2bensantesdeentraremcomércio
internacional).
Emisolamento:
PaísA
Ax:
�
Custo de produção de 1 uni. do bem XCusto de produção de 1 uni. do bem Y
= Custo relativo do bem X no país A
Ay:
�
Custo de produção de 1 uni. do bem YCusto de produção de 1 uni. do bem X
= Custo relativo do bem Y no país A
PaísB
Bx:
�
Custo de produção de 1 uni. do bem XCusto de produção de 1 uni. do bem Y
= Custo relativo do bem X no país B
By:
�
Custo de produção de 1 uni. do bem YCusto de produção de 1 uni. do bem X
= Custo relativo do bem Y no país B
CustoRela@voemIsolamento=PreçoRela@voemIsolamento=CustodeOportunidade
23
CustosdeOportunidade:
Bem X Bem Y
País A
País B
½Y 2X
⅓Y 3X
Agora,comparamosAxcomBxeAycomByetemosqueAx=½yeBx=⅓y;Ay=2xeBy=3x
(porexemplo,ovalor2xsignificaque,emisolamento,nopaísA,troco1unidadedobemYpor2
unidadesdobemX‐paraproduzir1bemYtenhoquedeixardeproduzir2bensX.
AssimtemosqueopaísBtemumPRImenornobemX(temvantagemcomparaKvanobemX,
porqueocustodeoportunidadeemenor)eopaísAtemumPRImenornobemY,logotem
vantagemcomparaKvanobemY(custodeoportunidademenor).
Nãosabemosqualéopreçoacobrarporcadabem,ouseja,opreçorela@vointernacionalde
equilíbrio(porquenãotemosoladodoconsumidor)massabemosqueparaXdeveestarno
intervalo]⅓;½[YeparaobemY,nointervalo]2;3[X(ouseja,entreopreçomínimoquequem
exportaestádispostoavendereopreçomáximoquequemimportaestádispostoapagar).
Assim,quantomaisopreçorelaKvointernacionaldeequilíbrioseafastardomeuCRI(custo
relaKvoemisolamento),maiseuganhocomocomérciointernacional.
AsdiferençasnocustodeoportunidadeevantagemcomparaKvadãoorigemaosganhosda
troca/comércio.Quandocadapaísdeespecializanaproduçãodobemnoqualtemvantagem
comparaKva,aproduçãototaldaeconomiaaumenta,eesteaumentopodeserdistribuídopor
todos,contribuindoparaobem‐estardageneralidade.Ouseja,desdeque2paísestenham
custosdeoportunidadediferentes,cadaumpodebeneficiardocomércio,obtendoumbemaum
preçomaisbaixoqueoseucustodeoportunidadeparaaquelebem.
Emsuma,todospodem(emprincípio)beneficiardatroca,poispermitequecadaumse
especializenaacKvidadenoqualtemvantagemcomparaKva,exportaressebemeimportar
outro,gozandonofinaldeumamaiorquanKdadedeambososbens.
24
Nota‐Seamatrizapresentadafordeprodução,nãopossocompararcustosrelaKvosem
isolamento(anãoserqueainvertanumamatrizdecustos),apenasaproduKvidade,queéo
inversodoscustos.Porisso,emvezdoCRI,calculoosCustosdeOportunidadedosbens(para
simplificarC.O.x=quanKdadeproduzidadey/quanKdadeproduzidadex)
QP1
QP2
10000
2000
QP1
QP2
18000
22500
Nestecaso,acimarepresentado,opaísAtemvantagemcomparaKvanaproduçãodobem1eo
paisBtemvantagemcomparaKvanaproduçãodobem2.Assim,cadapaísseespecializanobem
emquetemvantagem,peloqueopontodeproduçãodecadapaísvaiparaosextremo
correspondentedaFPP(pontodeproduçãoapósentradaemcomérciointernacional).
Quantoaopontodeconsumo,antesdaentradaemcomérciointernacional,esteencontrava‐se
emqualquerpontodarectaFPP.Apósentradaemcomérciointernacional,opontodeconsumo
vai‐sedeslocarparaforadaFPP,umavezque,emconsequênciadaespecializaçãoedocomércio
internacional,vaihaverumaumentodosquanKdadedebensdisponíveis,quevãoser
distribuídospelos2países,podendoosconsumidoresdecadapaísgozardeummaiornúmerode
bens,quenãoerapossívelquandoseproduziamos2bens.
TeoriadoConsumidor
Aprincipalquestãodoestudodoproblemadoconsumoconsisteemsaberoquedáovaloràs
coisas.Porqueéqueumascoisasvalemmaisdoqueoutrasecomosesabequanto?→teoriado
valor.
Vejamosocasodaáguaedodiamante.NadaémaisúKldoqueaágua:mascomela
praKcamentenadasepodecomprar;praKcamentenadapodeobter‐seemtrocadela.Pelo
contrário,umdiamantenãotempraKcamentequalquervalordeuso;noentanto,pode
normalmenteobter‐segrandequanKdadedeoutrosbensemtrocadele.Paradoxodovaloréa
25
aparentecontradiçãoque,emboraaáguasejaumbemmuitomaisúKlemtermosde
sobrevivênciadoqueosdiamantes,estesúlKmostêmumpreçomuitomaiornomercado.
OsconsumidorestêmnecessidadesilimitadasquetêmdesersaKsfeitascomrecursosquesão
escassosequetêmuKlizaçõesalternaKvas.
Necessidadeéumestadodecarência;quesevêsaKsfeitocomoconsumodeumdeterminado
bem→reKroumauKlidadedoconsumodeumbem(uKlidaderelacionadacomsaKsfação).
U@lidade‐éograucomqueosbensdãosaKsfaçãoàsnecessidadeshumanas.Éporisso,aforma
demediro“bem‐estar”obKdopelosbens,materiaisounão(nãotemavercomfelicidade).
ÉasaKsfaçãoquecadaserhumanoKradousodeumbemquedávaloràscoisas.Édevidoao
gosto,subjecKvo,pessoal,variáveldecadapessoaquesedáoconsumodosbensequeelessão
avaliados.Assim,ovalordascoisasnãoestánelas,massimnoconsumidor.Oagenteeconómico,
comassuaspreferênciasedesejoséquedávaloràscoisas.
AnoçãodeuKlidadedeuorigemaduasteorias:
Teoriacardinalistadau@lidade‐pretendemedirauKlidade(emtermosquanKtaKvos)‐unidade
demedida‐úteis)
Teoriaordinalistadau@lidade‐nestecasooqueinteressaéordenaraspreferências‐comoé
queseordenaoscabazes.Quandohá2alternaKvas,nãointeressasaber“quantovale”cada,mas
“qualéamelhor”.→avaliaçãorelaKva
AuKlidadetotaldeumdadonºdeunidadesconsumidasdeumbem,éasomadetodasas
uKlidadesmarginaisdetodasaunidadesconsumidas.
UKlidadeTotal
↓
ÉauKlidadequeoindivíduo
obtémdoconsumodeumdado
UKlidadeMarginal
↓
ÉoacréscimodeuKlidadequea
úlKmaunidadeconsumidatrouxe
≠
26
Leidau@lidademarginaldecrescente‐àmedidaqueseconsomemaisdobem,auKlidadede
cadaunidadeconsumidadesce.OacréscimodesaKsfaçãoqueoconsumovaidandodesce
quandooconsumosobe.
Assim,aregradeourodadecisãodoconsumidoré:“AuKlidademarginaldoúlKmoeurogasto
emcadabemdevedaraoconsumidoramesmauKlidademarginal”ou,representandoauKlidade
marginaldobemporUm,eoseupreçoporP,temosque:
OquedávaloràscoisaséauKlidademarginal.(Oquepassoujánãointeressa,sóinteressaa
úlKmaunidade).
AsduasleisdeGossen:
PrimeiraleideGossen—Àmedidaqueseconsomemaisdobem,auKlidadedecadaunidade
adicionalconsumidadesce.(oacréscimodeuKlidadeporcadaunidadeconsumidadesce)
SegundaleideGossen—Oconsumidor,paraobteromáximodesaKsfação,deveconsumiraté
queauKlidademarginaldoúlKmoeurogastoemcadabemsejaigualemtodososbens.(a
melhorformadedistribuirorendimentoéatalqueauKlidademarginaldaúlKmaunidade
consumidadessebememrelaçãoaopreçodessebeméigualparatodososbens)
Assim,Perantedoisbens,oqueéprecisosaberéqualaavaliaçãorelaKvadosvários«cabazes»
dosdoisbens.Dado2cabazesdiferentes,oconsumidorvaiescolherconsumiraquelequemelhor
seadequaàssuaspreferências/necessidades.Seos2cabazesosaKsfazemigualmente,dizemos
queoconsumidoréindiferenteentreos2cabazes.
ConseguimosrepresentaraspreferênciasdoconsumidoratravésdeumaCurvadaIndiferençaou
daIso‐uKlidade.
Um1
P1
=Um
2
P2
= ...=Um
n
Pn
27
AEstacurvachama‐seCurvada
IndiferençaoudaIso‐uKlidade‐pois
representatodososdiferentescabazes,
comdiferentescombinaçõesde2bens,
quetêmamesmauKlidadeparao
consumidor,i.e.,quelhedãoomesmo
níveldesaKsfação.
AtaxaàqualoconsumidorestádispostoasubsKtuirumbempelooutro,mantendoaminha
saKsfação,chama‐setaxamarginaldesubs@tuição(TMS).Representaquantodeumbemexijo
parasercompensadapelareduçãonoconsumodooutrobem.AtaxamarginaldesubsKtuiçãoé
dadapelodeclivedarectatangenteaoponto(derivada).ATMSéigualaoráciodasuKlidades
marginaisdos2bens→ representaauKlidaderelaKvadopãoedoslivros.
AlinhanãoéumarectaporqueaTMSnãoéconstante.Ataxaaqueoconsumidorestádisposto
atrocarumbempelooutrodependedaquanKdadedecadabemquejáestáaconsumir.Defacto
aTMSécrescente,pois,seKvermuitodobem1epoucodobem2,parareKrarmaisuma
unidadedobem2,vãosernecessáriosváriasunidadesdobem1paramanteromeunívelde
saKsfação(paraabdicardeumbemvouexigircadavezmaisdeoutro)→leidasubs@tuição,a
qualresultadofactode,quantomenoslivrossetem,maiorserauKlidademarginaldolivro,pela
leideGossen.
OconsumidorestáigualmentesaKsfeitoemtodosospontosdeumadadacurvadeindiferença,
masprefereumascurvasaoutras.ComoprefereconsumirmaisquanKdadedebens,sepuder,
preferecurvasmaisaltas(I2)acurvasmaisbaixas(I1).
Assim,podemosusarummapadecurvasdeindiferençaparaordenar,porpreferência,as
diferentescombinaçõesdosdoisbens.
NumMapadeCurvasdeIndiferença,acadacurvaestáassociadaumníveldeuKlidadediferente
→quantomaisafastadadaorigemdoseixos,maioréauKlidade(aI2estãoassociadoscabazes
commaisquanKdadedebensdoqueaI1).Umavezqueoconsumidorpreferetermais
quanKdadedeumbem,oconsumidorpreferepontosnumacurvadeindiferençamaisacima(I2)
28
apontosnacurvadeindiferençamaisbaixa(I1).Normalmente,oconsumidorsónãocompraos
cabazesnumacurvamaisalta,porquenãotemorendimentonecessárioparaofazer.
PropriedadesdasCurvasdeIndiferença:
• Curvasdeindiferençamaisaltassãopreferidasacurvasdeindiferençamaisbaixas‐devidoà
preferênciapormaioresquanKdadesdebens.
• Ascurvasdeindiferençasãodescendentes‐odeclivedacurvareflecteataxaaqueo
consumidorestádispostoatrocarumbempelooutro.Comooconsumidorquerosdoisbens,
seaquanKdadedeumdiminui,aquanKdadedooutrotemqueaumentarparamantera
mesmasaKsfação.
• Ascurvasdeindiferençanãosecruzam‐têmqueserparalelas,casocontrárionãorespeitama
regradatransiKvidade.istoporqueseospontosnumarectasaKsfazemigualmenteo
consumidor,seháumpontoemqueasrectasdecruzam,essepontopertenceàs2rectas,logo
ospontosdarectamaisacimasaKsfaziamoconsumidordamesmaformaqueasdarectamais
baixa,oquenarealidadenãoacontece.
• Ascurvasdeindiferençatêmdeserconvexasparaaorigem‐odeclivedacurvaconsKtuia
TMS.PorqueaspessoasestãomaisdispostasatrocarumbemdoqualtêmmuitaquanKdade
doqueaabdicardeumdoqualtêmpoucaquanKdade,ascurvassãoconvexasparaaorigem‐
ataxamarginaldesubsKtuiçãoécrescente→quantomenosdeumbemsetem,mais
quanKdadedooutrobeméprecisoterparateramesmasaKsfação(o1ºpassouavalermaise
o2ºavalermenos).
ParKndodauKlidadequeatribuiaosdiferentesbens,oagente,queéracional,vaiescolhera
combinaçãoquelhedámaiorsaKsfação,dadasaslimitações.Limitaçõesessasqueprovêmda
escassez,quelimitaapossibilidadedeescolhas.
Oconsumidorestálimitadoporumcertonívelderendimentomonetário(M)‐existeuma
restriçãoorçamental.
Comoorendimentomonetárioélimitado,nãosepodecomprartudooquesequer.Porisso,ao
escolhermosoqueconsumir,consideramosospreçosdosváriosbensecompramosocabazde
bensque,dadoosnossosrecursos,melhorsaKsfazasnossasnecessidades/preferências.
29
Assim,oproblemadoconsumidoraparececomoaafectaçãodecertosrecursos(ex.Rendimento)
paraváriasfinalidades(bens),quecustamquanKdadesdiferentesdorecurso(ex.Preço)eque
têmuKlidadesdiferentes.
Quandoumconsumidorcompramaisdeumbem,ficarácommenosrendimentodisponívelpara
compraroutrosbens.Assim,dadoumcertorendimento,oconsumidortemalgumas
possibilidadesdeconsumirestesdoisbens.Assumindoqueapenasexistem2bens,consigo
representarumarecta‐arectadarestriçãoorçamental‐quemedáosdiferentescabazes,com
diferentescombinaçõesmáximasdos2bens,quepossoadquirir,sendodadosospreçosdesses
bens,dadoomeurendimentoeadmiKndoquenãohánempoupança,nemcapacidadede
endividamento.Temosentãoque:
EmqueM‐rendimentomonetário,P‐preçoeQ‐quanKdadeconsumida.Assim,asomada
despesaquefaçonumbemedadespesaquefaçonooutrotemqueserexactamenteigualao
meurendimentomonetário.
Oconsumidorpodegastarorendimentotodonoconsumodeapenasumdosbens,oupode
gastá‐loparcialmenteemcadaumdosbens.
Arectadarestriçãoorçamentaldivideoespaçoem2zonas‐azonaacimaqueincluiospontosde
consumoquesãoimpossíveis,pornãoterdinheiroparaoscomprareazonaabaixoqueincluios
pontosquecustammenosdinheirodoqueorendimentodisponível,masquenãomaximizama
suauKlidade/saKsfação.
Todosospontosnalinhasãopossíveis.
Odeclivedarectamedeataxaaqueoconsumidorpodetrocarumbemporoutro.Ouseja,
equivaleaospreçosrelaKvosdosdoisbens.Assim,reflecteataxaàqualomercadopermite
trocarumbempelooutro→ráciodospreços.
RestriçãoOrçamental↙
M=P1Q1+P2Q2
QC1
QC2M/P2
M/P1
30
Se considerarmos todos os diferentes cabazes, com
diferentes combinações dos dois bens que se pode
adquirir, dado o rendimento e os preços dos bens,
gastandoatotalidadeouparcialmenteesserendimentoe
não havendo capacidade de endividamento, temos o
ConjuntodePossibilidadesdeConsumodoconsumidor.
Aequaçãodestaáreaérepresentadapelaequação
Y≤mx+b
Então,comoéquesepodemaximizarauKlidade?
Oconsumidorvaiquereracabarcomamelhorcombinaçãodos2benspossível,i.e.,comum
cabaznacurvadeindiferençamaisaltapossível.Contudo,oconsumidornãopoderáexcedera
suarestriçãoorçamental(quemedeototalderecursosdisponíveisparaesseconsumidor).
Tendoarectadarestriçãoorçamental,parasabermosqualdospontosdeconsumoéomelhor,
temosdesobreporomapadecurvasdeindiferençaàrecta(AdmiKmosqueconhecemosomapa
decurvasdeindiferençadoconsumidor).Opontodepossibilidadesdeconsumoquetemmais
uKlidade,ouseja,acurvadeindiferençamaisaltaqueoconsumidorconsegueaKngiréaquela
tangenteàrectadorendimento.Aopontodetangênciaentreasduasrectaschama‐seponto
óp@mo→ocabazassociadoaessepontomaximizaauKlidadedoconsumidor.Aí,aTMS,ou
seja,ataxaaqueoconsumidorestádispostoatrocarumbempelooutro,igualaoráciodos
preços(ospreçosrelaKvosdosbens),ouseja,ataxaàqualomercadoestádispostoatrocarum
bempelooutroe,porisso,nãoépossívelencontrarumasituaçãomelhorqueessa.Ovalor
atribuídoaosbenspeloconsumidorequivaleaovaloratribuídopelomercado.Assim,o
consumidorestáatrocardamesmaformaqueasociedade.
Aplicandoa2ªleideGossen:
QC1
QC2M/P2
M/P1
TMS=
P2
P1
Umg1P1
=Umg2P2
⇔Umg1Umg2
=P1P2
31
Doiscasosextremosdecurvasdeindiferença
QuandoosbenssãofacilmentesubsKtuíveisumpelooutro,ascurvasdeindiferençasãomenos
convexas.Pelocontrário,quandosãodi\ceisdesubsKtuirumpeloooutro,ascurvassãomuito
convexas.Assim,oformatodeumacurvadeindiferençareflecteadisposiçãodeumconsumidor
emtrocarumbempelooutro.
Embora,navidareal,amaioriadosbensnãoseenquadreemnenhumadassituaçõesabaixo
descritas,estesdoiscasosextremosajudam‐nosademonstrarestapropriedadedascurvasde
indiferença.
Subs@tutosperfeitossãoaquelesbensparaosquaisastaxasmarginaisdesubsKtuição,ousejaa
taxaaqueoconsumidorestádispostoatrocarumpelooutro,semantémconstante
independentementedonúmerodebensqueconsKtuemocabaz.Devidoaestefacto,ascurvas
deindiferençasãolinhasrectas.
UmexemplodesteKpodebenssãoasmoedasde50cênKmose1euro.Independentementedo
númerodemoedasqueconsKtuemumcabaz,estousempredispostoatrocarduasmoedasde50
cênKmosporumade1€,ousejaataxamarginaldesubsKtuiçãoésempre2.
Osbensdizem‐secomplementaresperfeitosquandodoisbenssãoconsumidosemconjunto.
Logo,queroconsumi‐lossemprenamesmaproporção.UmexemplodesseKpodebenssãoos
sapatosdireitoeesquerdo.Nestecaso,nãonosinteressatermaisdeumsapatodecadalado.Se
aumentarmosonúmerodesapatosdireitos,paraaumentarmosanossasaKsfação,vamoster
queaumentarigualmenteonúmerodesapatosesquerdos.Porissonãoavaliamososcabazes
combasenonúmerodesapatostotaisqueoconsKtuem,masnonúmerodeparespossíveisde
formaraparKrdeles.Assim,umcabazcom5sapatosdecada,dá‐nosomesmonívelde
saKsfaçãoqueumcabazcom5sapatosdireitose7esquerdosouvice‐versa,pois,emqualquer
umdeles,onúmerodeparesquepodemosformaré5.Poressarazãoascurvasdeindiferença
formamângulosrectos.Nestecaso,temosacertezaqualopontoqueoconsumidorvaiescolher,
i.e,conhecemosospontosópKmos→vérKcesdoângulo.
32
ComoaVariaçãodoRendimentoAfectaasDecisõesdoConsumidor
Vamosexaminarcomooconsumoreageavariaçõesdorendimento.
Vimosque,seorendimentovariar,coeterisparibus,aquanKdadequeoconsumidortem
capacidadeparacompraraltera‐se.Seporexemplo,orendimentoaumentar,oconsumidorpassa
apoderadquirirmaisdeambososbense,porisso,arestriçãoorçamentaldesloca‐separafora,
paralelamente.Istoporque,comoopreçodosdoisbensnãosealtera,oráciodospreços
mantém‐see,porisso,odeclivedarestriçãoorçamentaltambém.
Estanovarestriçãoorçamentalmaisalargado,permiteaoconsumidorescolherumamelhor
combinaçãodosdoisbens.Ouseja,agoraoconsumidorconsegueaKngirumacurvade
indiferençamaiselevada.
Seaestanovarestriçãoorçamentalsobrepusermosomapadecurvasdeindiferençado
consumidor,vamosencontrarumnovopontoópKmo,aoqualestáassociadoumamaior
quanKdadedebenseaumamaiorsaKsfação,umavezqueacurvadeindiferençatangenteà
restriçãoorçamentalestánumnívelsuperiorqueaanterior(permite‐nosaKngirpontosque
anteseramimpossíveisouinaKngíveis).
Assim,umavariaçãodorendimentoprovocaumadeslocaçãoparaleladarestriçãoorçamental,
paradentro/esquerdaquandodiminui,ouparaadireita/foraquandoaumentaeainda,a
definiçãodeumnovopontoópKmo.
33
Oaumentodorendimentonãoimplicanecessariamenteoaumentodoconsumodeambosos
bens,emboraseja,defacto,omaiscomum.
Se,aprocuradeumbemsobequandoorendimentoaumentaediminuiquandoorendimento
diminui,coeterisparibus,masmenosdoqueproporcionalmente,diz‐sequeessebeméumbem
normal.Nográficoacima,ambososbenssãobensnormaispoisoconsumodosdoisbens
aumentaquandoorendimentoaumenta.
Contudo,háoutrassituaçõesemqueoaumentoderendimentoprovocaumadiminuiçãodo
consumodeumdeterminadobemevice‐versa.BenscomessacaracterísKcadizem‐sebens
inferiores.
Nestegráfico,umdosbens‐pizza‐éumbemnormal,poisaquanKdadeconsumidaaumenta
comoaumentodorendimento,enquantoooutro‐aPepsi‐éumbeminferiorpoisaquanKdade
consumidadiminuicomoaumentodorendimento.
Benssuperiores‐aquelesparaosquaisumaumentodorendimentoimplicaumaumentomais
doqueproporcionaldoconsumo.Normalmentesãobensdeluxo.
34
Assim,combasenaseucomportamentoquandohávariaçãodorendimento,podemosclassificar
osbensem:
• benssuperiores
• bensnormais
• bensinferiores
ComoaVariaçãodoPreçoAfectaasDecisõesdosConsumidores
Vamosconsideraraformacomovariaçõesdepreçoafectamasescolhasdoconsumidor.
Seopreçovariartambémvaihaverumadeslocaçãodarestriçãoorçamental.Porexemplo,a
diminuiçãodopreçodeumouambososbensvaifazercomquearectasedesloqueparafora.
Imaginandoqueopreçodeapenasumdosbensdiminui.Comoorendimentosemantém,seo
consumidorogastarapenasnoconsumodobemcujopreçosemanteve‐pizza,porexemplo‐a
quanKdadeconsumidanãosealteraeporissoopontomantém‐se.Contudo,segastara
totalidadedorendimentonobemquecujopreçodiminuiu‐Pepsi,porexemplo‐vaipodergozar
deumamaiorquanKdadedebensqueanteriormente.
UmavezquearestriçãoorçamentalrepresentaopreçorelaKvodospreços,havendouma
variaçãodopreçodeumdosbens,oráciodospreçosnãosemantém,eporisso,odecliveda
restriçãoorçamentalmuda.VistoqueopreçodaPepsidiminuienquantoodaPizzasemanteve,
vaipodertrocar,porcadapizza,maisPepsi(10pintsemvezde5)e,porisso,anovarestrição
orçamentalémaisinclinada.
Aformacomoessaalteraçãodarestriçãoorçamentalafectaoconsumodosbens,dependedas
preferênciasprópriasdoconsumidor.Nocasoilustrado,oconsumidoradquiremaisPepsie
menospizza.Maspoderianãoserassim.
35
QuandoháalteraçãodopreçorelaKvodosbens,altera‐seopreçodeumdosbens,mantendo‐se
ooutro.Oefeitoqueavariaçãodepreçotemsobreoconsumodeumbem,podeser
decompostoemdoisefeitos:
• Efeitorendimento‐consistenavariaçãodoconsumoresultantedeumamudançadepreçoque
provocaodeslocamentodoconsumidorparaumacurvadeindiferençamaiselevadaoumais
baixa.“Comoopreçodeumdosbensdiminuiu,comomesmorendimentotenhomaiorpoder
decompra,porissovoupodercomprarmaisdeambososbens”.→Acontecequandoambosos
benssãobensnormais.
• Efeitosubs@tuição‐consistenavariaçãodoconsumoresultantedeumamudançadepreço
queprovocaodeslocamentodoconsumidor,aolongodeumadadacurvadeindiferença,para
umpontocomumanovataxamarginaldesubsKtuição.“ComoopreçodePepsidiminuiu,
possoadquirirmaisquanKdadedePepsiporcadaunidadedepizzadequeabdico,i.e.,apizza
estámaiscara,relaKvamenteèPepsi,peloquedeviapassaraconsumirmaisPepsiemenos
pizza”.→Umdosbenséumbeminferior.
(Atenção‐relaKvamentemaisbaratonãoésinónimodemaisbarato)
Parasabermosqualoefeitofinal,temosqueanalisarasforçaseossenKdosdosdoisefeitos,pois
osefeitossubsKtuiçãoerendimentooperamemdirecçõesopostas.
36
Bem EfeitoRendimento EfeitoSubs@tuição EfeitoTotal
Pepsi
Oconsumidortemmaior
poderdecompraporisso
compramaisPepsi.
APepsiestámaisbarata,em
relaçãoàPizza,porisso
compramaisPepsi.
Osefeitosrendimentoe
subsKtuiçãoactuamno
mesmosenKdoporissoo
consumidorcompramais
Pepsi.
Pizza
Oconsumidortemmaior
poderdecompraporisso
compramaisPizza.
APizzaestámaiscara,em
relaçãoàPepsi,porisso
compramenosPizza.
Osefeitosrendae
subsKtuiçãoagemem
senKdosopostosporissooo
efeitototalsobreoconsumo
depizzaéincerto‐depende
daimportânciadosbens.
QuandoopreçodaPepsicai,oconsumidormovedopontoópKmoinicialAparaonovoponto
ópKmoC.Estamudançapodeseranalisadaemfases.Primeiro,oconsumidordesloca‐seao
longodacurvadeindiferençainicialI1dopontoAparaopontoB(efeitosubsKtuição‐mudança
naTMSapenas).OconsumidorestáigualmentesaKsfeitonestedoispontos,masnopontoB,a
TMSreflecteonovopreçorelaKvo(arectatracejadareflecteonovopreçorelaKvo,sendo
paralelaànovarestriçãoorçamental).
Depois,oconsumidordesloca‐separaumacurvadeindiferençamaiselevadaI2,deslocando‐se
dopontoBparaopontoC(efeitorendimento‐apenasmudançanasaKsfação).Emboraestes
pontosseencontrememcurvasdeindiferençadiferentes,têmamesmaTMS,ouseja,odeclive
dacurvadeindiferençaI1,nopontoB,éigualaodeclivedacurvaI2,nopontoC.
37
EmboraoconsumidornuncaescolharealmenteopontoB,estepontohipotéKcoajudaa
demostrarquesãoestesdoisefeitosquedeterminamadecisãodoconsumidor.
BemdeGiffen‐aquelesbensque“violamaleidaprocura”equeporisso,oaumentodopreço
dessebemaumentaasuaquanKdadeprocurada.BensdeGiffen,sãobensinferiores,cujoefeito
rendimentodominaoefeitosubsKtuiçãoe,porisso,assuascurvasdaprocurasãoascendentes.
Normalmente,esegundoaleidaprocura,quandoopreçodeumbemaumenta,aquanKdade
procuradadessebemdiminui.Estaleireflecte‐senodeclivenegaKvodacurvadaprocura.
Noentanto,hácasosemqueacurvadaprocurapodesercrescente.Ouseja,hácasosemquea
leidaprocuranãoseaplicaequeaspessoasconsomemmaisdeumbemquandoopreço
aumenta.
Porexemplo,suponhamosqueumconsumidorconsome2bens‐batatasecarne.Inicialmentea
restriçãoorçamentaldoconsumidoréaquelaentreopontoBopontoAeopontoópKmoéoC.
Quandoopreçodasbatatassobe,arestriçãoorçamentaldesloca‐separadentroecorresponde
agoraàrectaentreospontosDeA.OpontoópKmo,agora,éopontoE.Nesteexemplo,o
aumentodopreçodasbatataslevouoconsumidoraconsumirmaisbatatas.Istoaconteceporque
asbatatas,nestecaso,sãoumbeminferiorforte.Quandoopreçodasbatatassobe,opoderde
compradoconsumidordiminui.Oefeitorendimentofazoconsumidorquerercomprarmenos
carneemaisbatatas.Aomesmotempo,umavezqueasbatatassetornarammaiscaras,
relaKvamenteàcarne,oefeitosubsKtuiçãofazcomqueoconsumidorqueiraconsumirmenos
batatasemaiscarne.Contudo,nestecasoespecífico,oefeitorendimentoétãointensoque
excedeoefeitosubsKtuição.Nofinal,oconsumidorrespondeàsubidadopreçodabatata,
comprandomenoscarneemaisbatata.
38
ObtendoaCurvadaProcura
AcurvadaprocuraéarepresentaçãográficadaquanKdadeprocuradadeumdeterminadobem,
paracadaníveldepreço.Representaquantooconsumidorestádispostoecapazacomprarde
umbemdadooseupreço.
Jávimoscomoasvariaçõesdopreçodeumbeminfluenciamarestriçãoorçamentaldo
consumidore,consequentemente,asquanKdadesdeambososbensqueeledecideconsumir.A
curvadaprocuradequalquerbemrepresentaessasdecisões.Podemosconsideraracurvada
procuracomoumsumáriodasdecisõesópKmasdoconsumidor,queresultamdasuarestrição
orçamentalecurvasdeindiferença.Assim,ateoriadoconsumidorconsistenaexplicaçãoteórica
dacurvadaprocura.
Porexemplo,ográfico,consideraaprocuraporPepsi.opainel(a)mostraquequandoopreçode
umpintcaide$2to$1,arestriçãoorçamentaldoconsumidordesloca‐separafora.Devidotanto
oefeitorendimentocomooefeitosubsKtuição,oconsumidoraumentaoconsumodePepside
50para150pints.Opainel(b)mostraacurvadaprocuraqueresultadasdecisõesdoconsumidor.
ParacadapreçoestárelacionadaumaquanKdadeprocurada(quesereKroudográfico(a)).
39
Assim,aparKrdospontosópKmosdoconsumidorconseguimosderivargraficamenteaprocura.
(veraplicações)
Leidaprocura‐àmedidaqueopreçodeumbemaumenta,aquanKdadeprocuradadiminui.
Aprocuradependede:
• preço‐segundoaleidaprocura,quandoopreçodeumbemaumenta,coeterisparibus,a
quanKdadeprocuradadobemdiminui‐aquanKdadeprocuradaestánegaKvamente
relacionadacomopreço.
• gostos
• rendimento
• preçodosoutrosbens
• expectaKvas
40
Seopreçovariar,háumdeslocamentoaolongodacurvadaprocura(D).Sequalquerumdos
outrosfactoresvariarvaihaverumdeslocamentodaprópriacurvadaprocura.
Sobreaprocura,podemoster:
• Representaçãográfica‐gráficoquerepresentaarelaçãoentreopreçodeumbemea
quanKdadeprocurada.
• Escaladaprocura‐tabelaquerelacionaopreçodeumbemeaquanKdadeprocurada.
• Expressãoanalí@cadaprocura‐QD=40‐4P
ProcuraGlobal‐éasomadasquanKdadesprocuradas,paracadaníveldepreço,detodosos
segmentosdomercado.
Paraanalisarcomofuncionamosmercados,temosdedeterminaraprocuraglobal,queéasoma
detodasasprocurasindividuaisdeumdeterminadobemouserviço.
41
Assumindoqueestesindivíduos,sãorepresentaKvosdeumadeterminadaclasse/segmento,
possoassumirque12éaquanKdadeprocuradaglobaldosegmentorepresentandopela
Catherine,quandoopreçoé0.Aescaladaprocuraglobaldomercadorepresentaoqueacontece
àquanKdadeprocuradaquandoopreçovaria,enquantoasoutrasvariáveisquedeterminama
procurasemantêmconstantes.
Umavezqueaprocuraglobaldomercadoéderivadadasprocurasindividuais,dependedos
factoresquedeterminamaprocuraindividualdosconsumidores.Porisso,aprocuraglobaldo
mercadotambémdependedorendimentomonetário,dosgostos,dasexpectaKvas,dospreços
deoutrosbensedopreço.Etambémdependedonúmerodeconsumidores.
42
Note‐sequesesomamascurvasdaprocuraindividuais,horizontalmente,paraobteracurvada
procuraglobaldomercado.Istoé,paradeterminaraquanKdadeprocuradatotal,paracada
preço,temosqueadicionarasquanKdadesindividuais,queseencontramnoeixodasabcissas
dosgráficosdascurvasdaprocuraindividuais.
DeterminantesdaProcura
Semprequeumdosdeterminantesdaprocura,paraalémdopreço,varia,vaihaverum
deslocamentodacurvadaprocura.QualqueralteraçãoqueprovoqueoaumentodaquanKdade
procuradaparacadapreço,deslocaacurvadaprocuraparaadireita.Pelocontrário,qualquer
alteraçãoqueprovoqueadiminuiçãodaquanKdadeprocuradaparacadapreço,deslocaacurva
daprocuraparaaesquerda.
Umavezqueopreçoestárepresentadonoeixodasordenadas,umavariaçãodopreçoprovoca
umadeslocaçãoaolongodacurvaenãoumdeslocamentodacurva.Pelocontrárioquandohá
umavariaçãonorendimento,nopreçodeoutrosbens,nosgostos,nasexpectaKvas,ouno
númerodeconsumidores(quandosetratadacurvadaprocuraglobal),hádeslocamentoda
própriacurva.
Emsuma,acurvadaprocuramostraoqueaconteceàquanKdadeprocuradadeumdeterminado
bemquandoopreçovaria,coeterisparibus,ouseja,mantendoconstantestodasosoutros
determinantesdaquanKdadeprocurada.Quandoumdestesoutrosdeterminantesvaria,há
deslocamentodcurva.
Quandovariaorendimento,coeterisparibus,eesteaumenta,acurvadaprocuradesloca‐separa
fora,seobememcausaforumbemnormal.Seforumbeminferior,aquanKdadeprocurada
diminuieacurvadaprocuradesloca‐separadentro.
43
Seopreçodeoutrobemaumentareosbensforemcomplementares,aquanKdadeprocuradavai
diminuir,peloqueacurvadesloca‐separadentro.SeosbensforemsubsKtutos,acurvadesloca‐
separafora,poisaquanKdadeprocuradaparacadaníveldepreçoaumenta.
Umexemplosobrecigarros:
Elas@cidade‐medeareacçãodaquanKdadeprocuradaemrelaçãoaumdosseus
determinantes.Medeareacção,emtermospercentuais,deumavariávelemrelaçãoauma
variaçãounitáriapercentualdeoutravariável.
Elas@cidadepreçodaprocuraouelas@cidadeprocurapreço‐éavariaçãopercentualda
quanKdadeprocurada,quandoopreçovaria1%.MedequantoaquanKdadeprocuradadeum
bemrespondeaumavariaçãonopreçodessebem,calculadacomoarelaçãoentreavariação
percentualnaquanKdadeprocuradaeavariaçãopercentualnopreço.
ElasKcidade(ε)=∣variaçãopercentualnaquanKdadeprocurada/variaçãopercentualnopreço∣
=∣(ΔQ/Q)/(ΔP/P)∣
44
(temqueseusarovalorabsolutopoisopreçoeaquanKdadeprocuradavariamemsenKdos
opostos)
• Seε=0,acurvaérígida(opreçopodeaumentaroudiminuir,masaquanKdadeprocurada
mantém‐seconstante);
• Se0<ε<1,acurvaéinelás@ca(opreçovaivariamaisdoqueproporcionalmentequea
quanKdadeprocurada‐seopreçoébaixoeesteaumentaumbocado,aquanKdadeprocurada
nãovaisofrerumagrandevariação);
• Seε=1,acurvaéunitária(preçoequanKdadevariamnamesmaproporção);
• Se1<ε<+∞,acurvaéelás@ca(aquanKdadeprocuradavariamaisqueproporcionalmente
queopreço‐seopreçoéelevadoeaindasobemaisumbocado,aminhareacçãovaisermais
drásKca,deixandodeconsumirmaisunidades);
45
• Seε=+∞,acurvaéperfeitamenteelás@ca(sejaqualforaquanKdadeconsumida,só
consomemàquelepreço)
UmavezqueaelasKcidadepreçodaprocuramedequantoaquanKdadeprocuradarespondea
variaçõesnopreço,estaestárelacionadacomainclinaçãodacurvadaprocura.Quantomenos
inclinadaforacurvadaprocuraquepassaporumdadoponto,maioréaelasKcidadepreçoda
procura.Quantomaisinclinadadoracurvadaprocuraquepassaporumdadoponto,menoréa
elasKcidadepreçodaprocura.
Receitatotaleaelas@cidadepreçodaprocura
Receitatotal‐valorpagopelosconsumidoreserecebidopelosprodutoresdeumbemouserviço
(PreçodobemxQuanKdadevendida)‐PxQ=áreadorectângulo
Aformacomoareceitatotalvariaquandonosdeslocamosaolongodacurvadependeda
elasKcidadepreçodaprocura.
Seaprocuraforinelás@ca,entãoumaumentodopreçovaiprovocarumaumentodareceita
total.Umaumentodopreçoaumentaareceitatotal(PxQ),poisadiminuiçãodaQé
proporcionalmentemenordoqueoaumentodeP.
46
Se,pelocontrário,aprocuraforelás@ca,umaumentodopreçovaiprovocarumadiminuiçãoda
receitatotal.ComoaprocuraéelásKca,adiminuiçãodaquanKdadeétãoacentuadaque
ultrapassaoaumentodopreço.Ouseja,umaumentodopreçodiminuiareceitatotal(PxQ),
poisadiminuiçãodeQéproporcionalmentemaiorqueoaumentodeP.
Emsuma:
• QuandoacurvadaprocuraéinelásKca(elasKcidadepreço<1),umaumentodopreçoaumenta
areceitatotaleumadiminuiçãodopreçoreduzareceitatotal;
• QuandoacurvadaprocuraéelásKca(elasKcidadepreço>1),umaumentodopreçodiminuia
receitatotaleumadiminuiçãodopreçoaumentaareceitatotal;
• QuandoaelasKcidadepreçodaprocuraéunitária(elasKcidadepreço=1),umavariaçãono
preçonãoafectaareceitatotal.
47
Elas@cidadeeReceitatotalaolongodacurvadaprocuralinear
EmboraalgumascurvasdaprocuratenhamumaelasKcidadeconstanteaolongodetodaacurva,
issonemsempreacontece.Umexemplodisso,équandoacurvaéumalinharecta.Umacurvada
procuralineartemumdeclive(rácioentreavariaçãodopreçoeavariaçãodaquanKdade)
constante.Enquantoodecliveéoráciodasvariaçõesdas2variáveis,aelasKcidadeéoráciodas
variaçõespercentuaisdas2variáveis
EmpontoscompreçobaixoeelevadaquanKdade,acurvaéinelásKca.
EmpontoscompreçoelevadoebaixaquanKdade,acurvaéelásKca.
Elas@cidadeprocurarendimentoourendimentodaprocura‐éavariaçãopercentualda
quanKdadeprocuradaseorendimentovariar1%.MedequantovariaaquanKdadeprocuradase
variarorendimento
ε=variaçãopercentualnaquanKdadeprocurada/variaçãopercentualnorendimento=
(ΔQ/Q)/(ΔM/M)
• SeεDM<0,(variamemsenKdosopostos)‐obememcausaéumbeminferior(oaumentodo
rendimentoprovocaumadiminuiçãodaprocura);
• Se0<εDM<1,(aquanKdadevariamenosdoqueproporcionalmente)‐obememcausaéum
bemnormal;
48
• SeεDM=1,quanKdadeerendimentovariamnamesmaproporção;
• SeεDM>1(quanKdadevariamaisdoqueproporcionalmente)‐obeméumbemsuperior.
OsbensessenciaistendematerelasKcidadesrendimentodaprocuramaispequenos,enquanto
bensdeluxotemelasicidadesrendimentodaprocuramaiores.
Elas@cidadecruzadadaprocura‐éavariaçãopercentualdoconsumodeumbem,quandovaria
opreçodooutrobemem1%.Medeoqueaconteceàprocuradeumbemquandovariaopreço
deoutro.
ε=variaçãopercentualnaquanKdadeprocuradadobem1/variaçãopercentualnaquanKdade
procuradadobem2=(ΔPbem1/Pbem1)/(ΔQbem2/Qbem2)
• SeεCP=0,osbenssãoindependentes(opreçodeumbempodevariar,mantendo‐sea
quanKdadeprocuradadooutrobemconstante);
• SeεCP>0,osbenssãosubs@tuíveis(comosãosubsKtuíveis,seopreçodeumaumentoeado
outrosemanKver,passoaconsumirooutro);
• SeεCP<0,osbenssãocomplementares(comoconsumoosbensemconjunto,seopreçode
umaumenta,aquanKdadeprocuradadooutrovaidiminuir).
Excedentedoconsumidor(teoriadobem‐estar)‐éadiferençaentreovalorqueoconsumidor
dáaobem,queestádispostoapagar,eopreçopagopelobem,opreçodemercado.
Quantomaioroexcedente,maiorobem‐estar.
Damesmaformasepodecalcularoexcedentetotaldosconsumidoresdumaeconomia.
(gráfico)
Produção‐TeoriadeCustos
Regrageral,oobjecKvodeumaempresaéamaximizaçãodoslucros.
Receitatotal‐Omontantequeaempresarecebe/obtémpelavendadoseuproduto/output.
49
RT=QuanKdadeproduzidaxPreçoaquesevendeobem/serviço)
Custototal‐Omontantequeaempresapaga/gastaparaadquirirosseusinputs.
Lucro‐correspondeàdiferençaentreareceitatotaleocustototal.Éapartedareceitatotalque
nãoénecessáriaparacobriroscustos.Éodonodaempresaqueficacomoque“sobra”.
Lucro=Receitatotal‐Custototal
Custoscomocustosdeoportunidade
Ocustodealgoéovalordaquiloquedemelhordeixámosdefazerparafazeroquefizemos‐
custodeoportunidade.
Oscustosdeproduçãodeumaempresa,incluemtodososcustosdeoportunidadeassociadosà
produçãodosseusbenseserviços.
Oscustosdeproduçãodeumaempresaincluemtantooscustosexplícitoscomoosimplícitos:
• custosexplícitossãooscustosdosinputs,queexigemopagamentoporpartedaempresa,que
requeremdespesaporpartedaempresa.
• custosimplícitossãoosquenãoimplicamumgastodirectodedinheiro‐correspondemaos
custosdeoportunidade.
Oseconomistas,quandomedemoscustosdeumaempresa,incluemtantooscustosexplícitos
comoosimplícitos.Pelocontrário,oscontabilistas,normalmenteapenasconsideramoscustos
explícitos.
Ocustodocapitalcomocustodeoportunidade
Umimportantecustoimplícito,namaioriadosnegócios,éocustodeoportunidadedocapital
financeiroqueéinvesKdononegócio.
Quandoasempresasinvestem,abdicamdosrendimentosdosjuros
Umavezqueeconomistasecontabilistasmedemoscustosdeformadiferente,medemtambém
deformadiferenteoslucros:
50
• Oseconomistasmedemolucroeconómicodeumaempresa,comosendoadiferençaentrea
receitatotaletodoscustosdeoportunidadedaproduçãodebenseserviços(incluindoos
custosexplícitoseimplícitos)
LucroEconómico=Receitatotal‐Custototal(incluindocustosexplícitoseimplícitos)
• Oscontabilistasmedemolucrocontabilís@cocomosendoadiferençaentreareceitatotalda
empresaeosseuscustosexplícitos.Destemodo,ignoramoscustosimplícitos.
LucroContabilísKco=Receitatotal‐Custosexplícitos
Umavezqueocontabilistaignoraoscustosimplícitos,ocustototalparaocontabilistaémenor
queparaoeconomista,peloqueolucrocontabilísKcoémaiorqueolucroeconómico.
Quandoareceitatotalexcedeatotalidadedoscustosdeoportunidade(custosexplícitos+custos
implícitos),aempresafazlucroeconómico.
ProduçãoeCustos
(Paraesteestudoassume‐sequeotamanhodaempresaéfixoequeaquanKdadedebens
produzidaapenassealteravariandoonúmerodetrabalhadores.Istosóseaplicanocurtoprazo.)
Funçãoprodução‐relacionaaquanKdadedeinputsuKlizadosnaproduçãodeumbem(oque
uKlizoparaproduzir)comaquanKdadedeoutputdessebem(quanKdadeproduzida).
51
Oprodu@vidadeouprodutomarginaldequalquerdequalquerfactordeprodução,noprocesso
produKvo,correspondeaoaumentodaprodução,queresultadeumaunidadeadicionaldesse
factorproduKvo.Oprodutomarginaldeumfactordeproduçãoéoprodutoadicionalgeradopor
umaunidadeadicionaldessefactor,mantendoosrestantesfactoresconstantes.Assim,a
produKvidademarginaldotrabalhocorrespondeaoaumentonaquanKdadeproduzidaobKdo
comumtrabalhadoradicional.
Aleidosrendimentosdecrescentesafirmaqueàmedidaqueformosadicionandounidades
sucessivasdeumfactorvariávelaumfactorfixo,aparKrdecertoponto,osaumentosde
produção,sãocadavezmenores(emboraaproduçãototalpossaconKnuaraaumentar).Istoé,a
produKvidademarginaldeumfactorproduKvo,aparKrdedeterminadaaltura,vaidiminuindoà
medidaqueaquanKdadedessefactorproduKvoaumenta.
(exemplodostrabalhadoresnumafábrica,ondeoequipamentosemantém.Acertaaltura
começaaatrapalhar‐seunsaosoutros.)
Afunçãodaproduçãoreflecteestarealidade.Odeclivedafunçãodeproduçãomedea
produKvidademarginaldeumdadofactorproduKvo,comosejaotrabalho.Assim,aparKrde
certaaltura,àmedidaqueaquanKdadedeuminputaumenta,oacréscimodaquanKdade
produzidaécadavezmenor(orendimentomarginaldiminui)e,porisso,odeclivedacurvaé
cadavezmenoreafunçãoproduçãoficamaishorizontal(menosinclinada).
ProduKvidadeAcréscimonaquanKdadeproduzida
FactoresproduKvosadicionais
=
52
DaFunçãoProduçãoàCurvadoCustoTotal
ArelaçãoqueexisteentreaquanKdadeproduzida,porumaempresa,eoseucustototalpode
serrepresentadagraficamenteatravésdacurvadocustototal.
Curvadocustototal‐relacionaoscustostotaiscomaquanKdadeproduzida.Estacurvaé
crescente,pois,àmedidaquesãoproduzidasmaisunidades,oscustostotaisaumentam.
AinclinaçãodacurvadecustototalaumentacomaquanKdadeproduzida,enquantoquea
inclinaçãodafunçãodeproduçãodiminui.Istoaconteceporque,quandojáseestáaproduzir
grandesquanKdades,jáestãoempregadosmuitostrabalhadores.Comooespaço\sicojáestá
muitoocupado,cadatrabalhadoradicionalacrescentamenosàprodução‐leidosrendimentos
marginaisdecrescentes(afunçãodeproduçãoficamaisachatada)‐eocustodeproduziruma
unidadeadicionaljáémuitoelevado(acurvadecustototalficamaisinclinada).
AsDiferentesMedidasdeCusto
Ocustototalpodeserdecompostoem:
• custofixo‐custosquenãovariamcomaquanKdadeproduzidaequeexistemmesmoquenão
existaproduçãoequetêmdesersuportadosqualquerquesejaaquanKdadeproduzida
(exemplo:renda);
• custovariável‐custosquevariamcomaquanKdadeproduzida.
Assimocustototaléasomadoscustosfixoscomosvariáveis
CT=CF+CV(Q)
53
Customédio‐correspondeaocustounitáriodeprodução.Trata‐sedocustoque,emmédia,se
podeatribuiracadaunidadeproduzida‐dá‐nosocustomédiodeumaunidade{picadeum
produto,dividindoocustototalpelaquanKdadedeunidadesproduzidas(édefinidopelamédia
aritméKcadoscustostotais).Respondeàquestão“Quantocustaproduzirumaunidade{picade
produto?”.
CMe=CT/Q
Ocustototalmédiopodeserdecompostoem:
• custofixomédio‐CFM=CF/Q
• custovariávelmédio‐CVM=CV/Q
Customarginal‐éocustodaúlKmaunidadeproduzida;diz‐nos/medeemquantoaumentao
custototalemdecorrênciadaproduçãodeumaunidadeadicionaldeproduto.Ocustomarginal
ajudaaresponderàquestão“Quantocustaproduzirumaunidadeadicionaldeproduto?”.
CMg=∆CT/∆Q
Curvasdecustoeassuasformas
• Curvadocustomarginal‐noinícioacurvadoCMgédescendente,tornando‐sedepois
ascendente(CMgaumentacomaquanKdadeproduzida).Estacurvareflectealeidos
54
rendimentosdecrescentes.QuandoaquanKdadeproduzidaereduzida,tambémonúmerode
trabalhadoreséreduzido,peloqueaproduKvidademarginaldeumtrabalhadoradicionalé
elevadoeocustomarginaldeumaunidadeadicionaldeprodutoébaixo.Pelocontrário,
quandoaquanKdadeproduzidajáéelevada,oprodutomarginaldetrabalhadoradicionalé
baixo,eocustomarginaldeumaunidadeadicionaldeprodutoéelevado.
• Curvadocustomédiototal(CFM+CVM)emformadeU‐Oscustosfixossãosempre
decrescentes.Quandoaproduçãoémuitobaixaocustomédiototaléelevadopoisoscustos
fixossãodivididosporumnúmeroreduzidodeunidades;umaumentodessaproduçãopode
fazerdescerocustoatribuídoacadaunidade,ouseja,ocustofixoédivididoporummaior
númerodeunidades.
Oscustosvariáveissão,inicialmentedecrescentes,tornando‐sedepoiscrescentes.azonada
curvaqueédecrescente,correspondeaumafasederendimentosmarginaiscrescentes.
Contudo,aparKrdecertoponto,produzirmaiscomeçaasaircadavezmaiscaro(devidoa
situaçõesdesaturação,engarrafamento,etc.),fazendocomqueacurvasejacrescente‐fase
dosrendimentosmarginaisdecrescentes.
Acurvadocustototalmédioreflectetantoocomportamentodoscustosfixoscomodoscustos
variáveis.Paraníveisdeproduçãobaixos,ocustomédioéelevado,poisocustofixoédividido
porpoucasunidades.OcustomédiomédiodiminuiàmedidaqueaquanKdadeproduzida
aumenta,atéchegaraummínimo.AparKrdessepontoocustomédiocomeçaaaumentar
poisocustovariávelmédioaumentasubstancialmente,devidoaosrendimentosmarginais
decrescentes.
ÀquanKdadeproduzidaqueminimizaocustomédiototal,chama‐seescalaeficiente.Oponto
mínimodacurvadocustomédioacontecenaescalaeficiente.Seaempresaproduzirmaisou
menosqueaquelaquanKdade,oseucustototalmédioaumenta.
• RelaçãoentreCMgeCMT‐Semprequeocustomarginalformenorqueocustomédiototal,o
customédiototalestaráadiminuir.Semprequeocustomarginalformaiorqueocustomédio
total,ocustomédiototalestaráaaumentar.Acurvadocustomarginalcruzaacurvadocusto
médiototalnomínimodesta‐nopontocorrespondenteàescalaeficiente.Ouseja,ocusto
médioédecrescenteenquantoocustomarginalesKverabaixodocustomédioevice‐versa⟶
Atéàescalaeficiente,CMg<CMe,eCMeédecrescentepois,umaunidadeadicionalcomum
customaisbaixoqueamédia,vaifazerbaixaramédia.AparKrdesseponto,CMg>CMeeCMe
55
écrescentepoisadicionarumaunidadecomumcustomaiorqueomédio,fazaumentara
média.
RelaçãoentreCustoMédioTotalemCurtoeemLongoprazo
Adivisãoentrecustosfixosevariáveisdependedohorizontetemporalconsiderado.
Oscustosfixos,nolongoprazo,tornam‐sevariáveis(nolongoprazoépossívelfazervariartudo).
Umavezmuitasdecisõessãofixasnocurto‐prazomasvariáveisnolongoprazo,ascurvasdos
custosalongoprazodeumaempresadiferemdasduascurvasdoscustosacurtoprazo.
Afigurarepresenta3curvasdocustototaldecurtoprazo‐paraumaempresamédia,médiae
grande.Estátambémrepresentadaacurvadocustototaldelongoprazo.Àmedidaquea
empresasedeslocaaolongodacurva,estáaajustarotamanhoaempresaàquanKdade
produzida.Ográficomostracomooscustodecurtoelongoprazosestãorelacionados.Acurvado
custototaldelongo‐prazotemaformadeUmaisachatadaqueadecurtoprazo.Alémdisso,
todasascurvasdecurtoprazosituam‐seemcimaouacimadacurvadelongoprazo.
Nofundi,nolongo‐prazo,aempresapodeescolherqualcurvadecurtoprazoquerusar.Contudo,
nocurtoprazotemqueusaraquelacurvaqueescolheunopassado.
Nolongoprazo,asempresaspodemescolheroseutamanho,masnãoopodemnocurtoprazo.
Assim,nocurto‐prazo,paraaumentaraquanKdadeproduzida,aempresaapenasoconsegue,
aumentandoonúmerodetrabalhadores,oquevaiaumentarosseuscustosmédios,devidoà
propriedadedosrendimentosmarginaisdecrescentes.Pelocontrário,nolongoprazo,comoa
empresapodeaumentaroseutamanhoproporcionalmenteaoaumentodetrabalhadores,os
custosmédiosmantêm‐se.
56
Economiasdeescala‐apropriedadepelaqualocustomédiodelongoprazodiminuicomo
aumentodaquanKdadeproduzida.Aseconomiasdeescalasóexistemnomédio/longoprazo.
Aseconomiasdeescalasurgemnormalmenteporqueelevadosníveisdeproduçãopermitemque
hajaespecializaçãoentreostrabalhadores,oquepermitequecadaumsetornemelhornatarefa
quelheficoudesKnada.
Deseconomiasdeescala‐propriedadepelaqualocustomédiodelongoprazoaumentaà
medidaqueaumentaaquanKdadeproduzida.(aumentonaproduçãototalémenorqueo
aumentodosfactoresproduKvos).
Normalmente,asdeseconomiasdeescalasurgemdevidoaproblemasdecoordenaçãoquesão
inerentesemqualquerorganizaçãodegrandesdimensões.
Rendimentosconstantesàescala‐propriedadepelaqualocustomédiodelongo‐prazose
mantémàmedidaqueaquanKdadeproduzidavaria.
IstoexplicaaformaemUachatadodascurvasdecustomédionolongoprazo‐abaixosníveisde
produção,aempresabeneficiaemaumentarasuadimensão,poispodeaproveitaroaumentoda
especialização.Chegaaumpontoemqueessebene\ciojánãoseregista,mastambémnãohá
aumentodoscustosmédios.Jáemníveisdeproduçãoelevados,osproblemasdecoordenação
tornam‐semaisevidentes.
57
EstruturasdeMercado
• concorrênciaperfeita
• concorrênciaimperfeita
‐ monopólio/monopsónio
‐ oligopólio/duopólio
‐ concorrênciamonopolísKca
‐ mercadosincontestáveis
MercadoMonopolista‐estruturanãoconcorrencial,emqueapenasháumprodutorparaum
determinadobem.
Monopsónio‐estruturaemqueapenasexisteumconsumidorparadeterminadobem.
Nomonopólioopreçovaisermaiselevadodoquenaconcorrênciaperfeita,poisovendedorvai
praKcaropreçomaisaltoqueaprocuraestádispostaapagar(omonopolistanãotemcurvada
procura)‐mastambémnãopodepraKcarqualquerpreçoquequeira.
Nomonopólio,oexcedentedoconsumidorvaidiminuirenquantoqueoexcedentedoprodutor
vaiaumentar.Seaperdadoexcedentedoconsumidorforigualaoganhodoexcedentedo
produtor,obem‐estargeraldaeconomiamantém‐se.Contudo,omonopolistanãovaiconseguir
ficarcomtodooexcedentequeoconsumidorperde,poisháperdadeeficiêncianaafectaçãodos
recursos.Destemodooexcedenteglobaldaeconomiadiminua.
Nummonopóliocomdiscriminaçãoperfeitadepreços,oprodutorconseguesaberexactamentea
uKlidademarginaldaúlKmaunidadeconsumidaparacadasegmentodeconsumidores,peloque
praKcapreçosdiferentesparaosdiferentessegmentos(vendeaopreçomáximoquecada
segmentoestádispostoapagar).
Umprodutoremconcorrênciaperfeitaéum“pricetaker”;nummonopólio,éum“pricemaker”.
Porisso,oEstadodeveintervirparaevitarqueomonopolistanãoabusedeseupoderde
mercado.
Monopóliosnaturais‐surgequandoumaúnicaempresaconseguefornecerumdeterminado
bemouserviço,aomercado,aumcustomenordoqueconseguiriamduasoutrês.Nummercado
afuncionarlivremente,a“mãoinvisível”vaiconduziràformaçãodeummonopólionatural.
58
Oligopólios‐estruturaemqueexistemalgumaspoucasempresasdoladodaoferta,queem
conjuntotêmpoderdemercado.Oseunúmerodependedadimensãodomercadoemque
operamedadimensãodasempresas.
Nestecaso,asempresastambémnãosão“pricetakers”.
Duopólio‐éolimitemenordooligopólio.Existemapenas2empresas.
Nosoligopólios,quandonãosãoduopólios,levamàformaçãodecartéis.
Concorrênciamonopolís@ca‐nesteKpodemercado,osprodutosdeixamdeserhomogéneos.
Háumelementodeconcorrênciaperfeitaeumelementodemonopólio.Ocliente,subjecKvaou
objecKvamentevaipreferirumbemaooutro,masvãoexisKrempresasaconcorrerentresi
(algumasempresastêmomonopóliodamarca,mastêmconcorrência‐seadiferençadepreço
formuitograndeoconsumidormuda)
Mercadoscontestáveis‐oprimeiroaentrarganha‐entrarimplicainvesKmentosmuitoelevados
‐custoselevados‐peloqueénecessáriooestadogaranKrquevaihaverretorno.
ConcorrênciaPerfeita
CaracterísKcasdeummercadodeconcorrênciaperfeita:
• atomicidade‐existemmuitasunidadestantodoladodaprocura(compradores)comodolado
daoferta(vendedores)
• produtoshomogéneos‐produtoscomasmesmascaracterísKcas(oúnicofactordedecisãoéo
preço)
• nãoexistembarreirasàentradae/ousaídadomercado‐livremobilidade.Nopreçojáestá
determinadoamargemdelucro.SeopreçodesceabaixodoesKpuladovãohaverlucros
anormais.Seopreçoaumentar,maisempresasvãoentrarnomercado.Istofazaumentara
quanKdadeproduzida,fazendodiminuiropreço,peloqueoslucrosestabilizamoutravez.O
mercadoafuncionarsozinhoehavendolivremobilidade,sópermitehaverlucrosanormais
muitotemporariamente.
• informaçãoperfeita‐paraqueopreçosejaúnicoénecessáriohaverinformaçãoperfeita(quer
doladodequemcompra‐nãovaicomprarumprodutomaiscarosesabequeoconsegue
59
comprarmaisbarato‐querdoladodequemvende‐seumaempresaadoptaumatecnologia
quepermiteaumentaraproduKvidadeediminuiropreço,essatecnologiavaiseradoptadapor
todasasempresas)
Umavezqueexistemmuitoscompradoresevendedoresnomercadoequeosbensoferecidos
pelosváriosvendedoressãoessencialmenteiguais,aacçãodeumúnicoconsumidorouprodutor
temumimpactoinsignificantesobreopreçodemercado.Cadaprodutorecadaconsumidor
tomamopreçodemercadocomodado➞depoisdedeterminadoopreçodeequilíbrio,os
consumidoreseosprodutores,nummercadodeconcorrênciaperfeita,têmqueaceitaropreço
queomercadodeterminaesão,porisso,chamadosde“pricetakers”.Istosignificaqueseuma
empresatentarvenderacimadopreçovigentenomercado,ninguémlhecompra,poisháoutros
concorrentesavendermaisbarato.poroutrolado,venderabaixodessepreço,nãolhetraz
bene\cios,poisperdedinheiroporcadaunidadevendida,eadescidadepreçonãolhetraz
ganhoporclientesadicionaisquecompenseaperdadereceitas,vistoserumprodutormuito
pequeno.
ObjecKvodaempresaé,regrageral,maximizarolucro.
Nummercadodeconcorrênciaperfeita,areceitatotaldeumaempresaéigualaoprodutoentre
aquanKdadeproduzidaeopreçoaqueessebemouserviçoévendidonomercado
Receitatotal(RT)=PxQ
Umavezque,nummercadodeconcorrênciaperfeita,opreçodoprodutonãodependeda
quanKdadeproduzida,areceitatotaléproporcionalaovolumedaprodução.
AreceitamédiaconsistenarelaçãoentreareceitatotalequanKdadeproduzida/vendida.Diz‐nos
quantoéqueaempresarecebe,emmédia,porcadaunidadede{picavendida.Temosentão
que,paratodasasempresas,areceitamédiaésempreigualaopreçodobem.
Areceitamarginalrepresentaavariaçãonareceitatotaldecorrentedavendadeumaunidade
adicionaldeproduto.Nummercadodeconcorrêncaperfeita,umavezqueareceitatotaléPxQ
60
equeoPéfixo,quandoQaumenta1unidade,areceitatotalaumentaemP,logo,areceita
marginaléigualaopreço.Assim,vendermaisumaunidadeadicionaltemcombene\cioopreço.
RMg=
ΔRTΔQ
=PxΔQΔQ
=P
Paraasempresasnummercadodeconcorrênciaperfeita,areceitamarginaléigualaopreçodo
bem.
Emsuma,nummercadodeconcorrênciaperfeita:
P=RMe=RMg
Comomaximizarolucro?
Paramaximizarolucro,umaempresadecideproduziraquanKdadeparaaqualolucroéomaior
possível.
UmaempresapodedeterminaraquanKdadequemaximizaolucrocomparandoareceita
marginaleocustomarginaldecadaunidadeproduzida.Destemodo,estãoaanalisaravariação
dolucro,causadaporcadaunidadeadicionalproduzida.Enquantoareceitamarginalexcedero
customarginal,aumentaraquanKdadeproduzidavaifazeraumentarolucro.Contudo,chega‐se
aumpontoemqueocustomarginalpassaasermaiorqueareceitamarginal,peloqueo
aumentodaproduçãoiriafazerreduzirolucro.
Comovimos,obene\ciodavendadeumaunidadeadicionaléopreço.Poroutrolado,ocusto
dessaunidadeadicionaléocustomarginal.Destemodoaocompararemosbene\cios(RMg)e
custos(CMg)marginais,osagentesestãoaserracionais,poisestãoapensarnamargem.Assim,
seareceitamarginalforsuperioraocustomarginal,aempresavaiaumentarasuaprodução.Se,
pelocontrário,acustomarginalformaiorqueareceitamarginal,aempresavaidiminuirasua
produção.Logooprodutorproduzatéquepreço(RMg)=customarginal‐regradolucro
máximo.
SeRMg>CMg➞aumentaraprodução
SeRMg<CMg ➞diminuiraprodução
QuandoRMg=CMg➞ Lucromaximizado
Seasempresaspensaremnamargemefizeremajustamentosincrementaisnoníveldeprodução,
serãolevadosnaturalmenteaproduziraquanKdadequemaximizaolucro.
61
AscurvasrepresentadasapresentamcaracterísKcasquesãocomunsàsdamaiorpartedas
empresas:
• Acurvadecustomarginalé,noiníciodescendente,passandodepoisaserascendente.
• AcurvadecustototalmédiotemaformadeU.
• Acurvadecustomarginalcruzacomacurvadocustototalmédionopontoemqueocusto
totalmédioémínimo.
Afigurarepresentaaindaumaoutrarectahorizontalqueequivaleaodopreçodemercado(P).A
linhaéhorizontalporqueaempresatomaopreçocomoumdado,i.e.,opreçodoprodutode
umaempresaésempreomesmo,independentementedaquanKdadequeeladecidirproduzir.A
empresaéum“pricetaker”.
Combasenestegráfico,podemosdeterminaraquanKdadedeprodutoquemaximizaolucro.
Comoumaempresanummercadodeconcorrênciaperfeitatomaopreçocomoumdado,asua
receitamarginaléigualaopreçodemercado.Paraqualquerpreçodado,aquanKdadede
produtoquemaximizaolucrodeumaempresanummercadodeconcorrênciaperfeita,estána
intersecçãodopreçocomacurvadecustomarginal(Qmáx).Opontoemquearectadocusto
marginalcruzaarectadopreçodemercado(=RMg),estáassociadoàquanKdadequepermite,à
empresa,maximizaroseulucro(Regradolucromáximo:noníveldeproduçãoquemaximizao
lucro,areceitamarginaleocustomarginalsãoexactamenteiguais).
62
SeumaempresaesKveraproduziremQ1,ocustomarginaléinferioràreceitamarginal,pelo
que,seaempresaaumentasseaproduçãoem1unidade,areceitaadicional(MR1)seriamaior
queoscustosadicionais(MC1).Assim,olucroaumentaria.Assim:
SeRMg>CMg,seseproduzirumaunidadeadicional,areceitavaisubirmaisdoqueoscustos,
aumentandoassimolucro,peloqueaempresadecideaumentaraquanKdadeproduzida.
SeCMg>RMg,seaempresadiminuiraproduçãoem1unidade,oscustospoupadosseriam
maioresqueareceitaperdida,peloqueaempresapodeaumentarolucrodiminuindoa
produção.
Seaempresaforfazendoestesajustes,aempresaacabaráporajustaraproduçãoatéa
quanKdadeproduzidaaKngiroQMÁX.Noníveldeoutput/produçãoquemaximizaolucro,areceita
marginaléexactamenteigualaoscustosmarginais.Assim,maximiza‐seolucroquandoRMg=
CMg.
Nesseponto:P=RMe=RMg=CMg
QuandoopreçoéP1,aempresaproduzaquanKdadeQ1,queéaquanKdadeemqueoscustos
marginaisigualamopreçodemercado.QuandoopreçosobreparaP2,aempresapercebequea
receitamarginalficoumaiorqueocustomarginalnoníveldeproduçãoanteriore,porisso,
aumentaaquanKdadeproduzida.AnovaquanKdadequemaximizaolucroéQ2,emqueocusto
marginaléigualaonovopreço,queémaiselevado.
Adecisãodaempresadeencerrartemporariamente
Emalgunscasos,umaempresavaioptarporparalisarasacKvidadesenadaproduzir.
63
Umencerramentorefere‐seaumadecisãodecurtoprazodenadaproduzir,duranteum
determinadointervalodetempo,devidoàscondiçõesactuaisdomercado.Umaempresaque
encerretemporariamentetemquesuportar,namesma,osseuscustosfixos.
Umasaída(fechar)refere‐seaumadecisãodelongoprazodedeixaromercado.Umaempresa
quefeche,poupatantoosseuscustosvariáveiscomoosfixos.
Nocurtoprazo,aodecidirseumaempresadeveounãoencerrartemporariamente,oscustos
fixossãosunkcosts,poistenhoqueossuportarindependentementedaminhadecisão.Porisso,
nãoosconsideronaminhaavaliação.Pelocontrárioaodecidirse,nolongoprazo,deveounão
sairdomercado,oscustosfixostornam‐sevariáveispeloquedeixamdesersunkcosts.
Seumaempresaencerrartemporariamente,perdeatotalidadedareceitadavendadoseu
produto,masaomesmotempo,economizaoscustosvariáveisdeprodução,tendoquesuportar,
namesma,osseuscustosfixos.Assim,umaempresadecideencerrartemporariamentesea
receitaqueconseguiriaobterseproduzisseformenorqueoscustosvariáveisdeprodução.Ou
seja,seareceitatotal(RT)conseguircobriroscustosvariáveis(CV),aempresaconKnuaa
produzir,casocontrário,decideencerrartemporariamente.
SeRT<CV➞encerrartemporariamente
DividindoambososladospelaquanKdadeQ:
SeRT/Q<CV/Q➞encerrartemporariamente
AodividirmosareceitatotalpelaquanKdadeobtemosareceitamédica.Paraqualquerempresa,
areceitamédiaéigualaopreçodobemP.DividindooscustosvariáveispelaquanKdade,
obtemososcustosvariáveismédios.Assim,ocritérioparaumaempresaencerrar
temporariamenteé:
SeP<CVM➞encerrartemporariamente
IstosignificaqueumaempresaoptaporsuspenderasacKvidadesseopreçodobemformenor
queocustovariávelmédiodeprodução.Aodecidirproduzir,aempresacomparaopreçoque
recebepelaunidade{picacomocustovariávelmédioemqueiráincorrerseproduziressa
unidade{pica.Seopreçonãocobrirocustovariávelmédio,aempresaficaránumasituação
melhorsesuspenderaprodução.Elapoderáreabrirnofuturoseascondiçõesdomercado
mudaremdetalformaqueopreçoexcedaocustovariávelmédio.
Estratégiaparamaximizarolucrodeumaempresanocurtoprazo:
64
• Seaempresaproduziralgumacoisa,vaiproduziraquanKdadeparaaqualocustomarginal
igualaopreçodobem(CMg=P);
• Contudo,senessaquanKdade,opreçodobemforinferioraocustovariávelmédio,aempresa
beneficiadeencerrartemporariamenteenadaproduzir.
Assim,nummercadodeconcorrênciaperfeita,acurvadaofertadecurtoprazodeumaempresa
correspondeàporçãodacurvadoscustosmarginaisqueseencontraacimadoscustosvariáveis
médios.
Adecisãodaempresadeentrarousairdeummercadonolongoprazo
Seumaempresasairdomercadonolongoprazo,perderáatotalidadedareceitadavendadoseu
produto,maspoderáeconomizaroscustosdeprodução,tantoosfixoscomoosvariáveis.
Porisso,umaempresasaidomercadoseareceitatotalqueconseguiriaobtercomaprodução
formenorqueosseuscustostotais(nolongoprazo,CT=CV).
SeRT<CT➞fechar
DividindoambososladospelaquanKdadeQ:
SeRT/Q<CT/Q➞fechar
RT/Qdá‐nosareceitamédiaqueéigualaopreçoP.CT/Qdá‐nososcustostotaismédioCTM.
Assim,ocritérioparadecidirseaempresasaiounãodomercadoé:
SeP<CTM➞fechar
Istoé,aempresadecidesairdomercadoquandoopreçodobeméinferioraocustototalmédio
daprodução.
65
Seguindoalógicacontrária,umaempresaapenasentraránomercadoseissoforlucraKvo,ou
seja,seopreçodobemforsuperioraocustototalmédiodeprodução.Assim,ocritériode
entradaéexactamenteoopostododesaída:
EntradaseP>CTM
Estratégiaparamaximizarolucrodeumaempresanolongoprazo:
• Seaempresaestánomercado,vaiproduziraquanKdadeparaaqualocustomarginaligualao
preçodobem(CMg=P);
• Contudo,separaessaquanKdade,opreçodobemforinferioraocustototalmédio,aempresa
beneficiaemfecharesairdomercado(ounãoentrar).
Nummercadodeconcorrênciaperfeita,acurvadaofertadelongoprazodeumaempresa
correspondeàporçãodacurvadoscustosmarginaisqueseencontraacimadacurvadocusto
totalmédio.
Medirolucro
Lucro=ReceitaTotal‐CustoTotal
DividindoambososladospelaquanKdadeemulKplicandooladodireitopelaquanKdadeQ:
Lucro=
RT
Q‐CT
Q
⎛
⎝⎜⎞
⎠⎟xQ
RT/Q=RMe=PeCT/Q=CTM,peloque:
Lucro=(P‐CTM)xQ
66
Nográfico(a)estárepresentadoumaempresacomlucroposiKvo.Aalturadorectângulo
sombreadaéigualaP‐CTM,enquantoquealarguraéigualaQ.Assim,aáreadorectânguloé‐
nosdadapelaexpressão(P‐CTM)xQ,queequivaleaolucrodaempresa.
Nográfico(b)estarepresentadaumaempresacomprejuízo(lucronegaKvo).NesteúlKmocaso,
maximizaroslucrossignificaminimizaroprejuízo(consegue‐senamesmaproduzindoa
quanKdadeparaaqualoP=CMg).Aalturadorectânguloé‐nosdadaporATC‐P.Assimaáreado
rectângulo=(ATC‐P)xQ,queequivaleaoprejuízodaempresa.Umaempresanestasituaçãonão
estáaconseguiraumentarasuareceitaosuficientedeformaquecubraoseucustototalmédio,
peloquedecidiriasairdomercado.
(Aquestãolucro/prejuízoéapenastemporário,poisnessassituaçõesasempresasvãosaire
entraratévoltaraestabilizar)
Assim,seopreço(paracertaquanKdade)foracimadacurvadocustototalmédio,hálucro.Se
forabaixoháprejuízo.Assim,opontodacurvaCMg(=curvadaoferta)quetocaacurvadosCTM
(quesabemosseroseumínimo),dá‐nospreçomínimoemqueaempresanãotemprejuízo.
Chama‐seaessepontoolimiarderentabilidade.
AaKtudequeaempresadevetomarseKverprejuízo,dependedotempoqueessesprejuízosvão
durar.Éprecisoconsiderarseessesprejuízossãotemporáriosoupermanentes.Deve‐sefazera
disKnçãoentrecurtoelongoprazos.
Nocurtoprazo,ouseja,aprimeirareacçãofaceaosprejuízosouseestesforemdecurtaduração,
aaKtudecorrectanãoénecessariamentefecharaempresa,atéporqueconKnuaapagaros
custosfixos.Logo,enquantoasreceitascobriremoscustosvariáveisepartedoscustosfixos,é
melhorfuncionar,mesmocomprejuízo.Sóseaempresanãopudercobrir,oscustosvariáveis
comasreceitaséquevaleapenaencerrartemporariamente.Opontodeintersecçãodacurva
dosCMgcomacurvadosCVMdá‐nosolimiardeencerramento.
67
Nolongoprazo,comooscustosfixossetornamvariáveis,todososcustossãovariáveis,porisso
oslimiaresderentabilidadeedeencerramentoficamiguais.Dadoqueaempresanãotemcustos
fixos,aempresafechaassimquedetectaprejuízos.
Acurvadaofertanummercadodeconcorrênciaperfeita
ComonumintervalodetemporelaKvamentecurtoédi\cilasempresassaíremeentraremdo
mercado,considera‐sehaverumnúmerofixodeempresas.
Aqualquerpreçodado,cadaempresaforneceaquanKdadedeprodutoparaaqualoseucusto
marginaléigualaopreço.EnquantoopreçoesKveracimadocustovariávelmédio,acurvado
customarginaldecadaempresaseráasuacurvadaoferta.
.AquanKdadedeprodutooferecidaaomercadoéigualàsomadasquanKdadesquecadauma
dasempresasqueconsKtuemomercadooferecem.Porisso,paraobtermosacurvadaofertado
mercado,somamosaquanKdadequecadaempresanomercadooferece.Comoasempresassão
idênKcas,aquanKdadeoferecidaaomercadoéigualàquanKdadeoferecidaporumaempresa
vezesonúmerodeempresas.
Nolongoprazo–ofertadomercadocomentradaesaídadeempresas
Numintervalodetempomaislongo,asempresasjásãocapazesdeentraresairdomercado.
Assume‐sequetodasasempresastêmacessoàmesmatecnologiaeaosmesmosmercadospara
comprarosinputsdequenecessitam.Destemodo,todasasempresasexistenteseaspotenciais
empresastêmasmesmascurvasdecustos.
68
NesteKpodemercado,asdecisõesdeentrarousairdomercadodependemdosincenKvos
existentesparaosproprietáriosdasempresaseparaosempreendedoresquepretendemformar
novasempresas:
SeasempresasquejáestãonomercadoforemlucraKvas,haveráumincenKvoparaquenovas
empresastambémentremnomercado.Estaentradavaifazeraumentaronúmerodoempresas,
aumentandoaquanKdadeoferecidadobeme,consequentemente,diminuindoopreçoeolucro.
Pelocontrário,seasempresasnomercadoesKverematerprejuízos,algumasdasempresas
existentesvãooptarporsairdomercado.Aosaírem,onúmerodeempresasdiminui,assimcomo
aquanKdadeoferecidadoproduto,aumentandoopreçoeolucro.Nofinaldesseprocessode
entradaesaídadomercado,asempresasqueficaremnomercadodeverãoterumlucro
económicoigualazero.
Lucro=(P‐CTM)xQ
Assim,umaempresaemacKvidadetemlucrozero,seesóseopreçodobemforigualaocusto
totalmédiodaproduçãodobem.
• SeP>CTM,olucroseráposiKvo,incenKvandoaentradadenovasempresasnomercado.
• SeP<CTM,olucroseránegaKvo,incenKvandoalgumasempresasasaíremdomercado.
Oprocessodeentradaesaídasóterminaquandoopreçoigualarocustototalmédio.
Comonummercadodeconcorrênciaperfeita,asempresasproduzemdetalformaqueopreço
sejaigualaocustomarginalealivreentradaesaídadeempresasdomercadoobrigaopreçoa
igualar‐seaocustototalmédio,entãoocustomédioeocustomarginaldevemseriguaisentresi.
Contudoestasduasmedidasapenasseigualamquandoaempresaoperanocustototalmédio
mínimo.Oníveldeproduçãoaqueestáassociadoomenorcustomédioéchamadoescala
eficiente.
Assim,oequilíbrio,alongoprazo,deummercadodeconcorrênciaperfeita,comlivreentradae
saídadeempresasdeveterassuasempresasafuncionarnaescalaeficiente.
69
Ográfico(a)representaumaempresaqueseencontranesseequilíbriodelongoprazo.Neste
caso,opreçoPéigualaocustomarginalCMg,demodoqueaempresaestáamaximizarosseus
lucros.OpreçotambéméigualaocustomédioCTM,demodoqueolucroézero.Nestasituação,
nãoexisteincenKvosàentradadenovasempresasnemàsaídadasexistentes.
ParKndodestaanálisedocomportamentodasempresas,conseguimosdeterminaracurvada
ofertadelongoprazodeummercado.Nummercadoemquehálivreentradaesaídade
empresas,sóháumpreçoqueéconsistentecomlucrozero–ocustomédiomínimo.Em
consequência,acurvadaofertadomercadodelongoprazotemqueserumarectahorizontal
nessepreço,talcomoestárepresentadonográfico(b).Qualquerpreçoacimadessenívelgeraria
lucro,provocandoaentradadeempresasnomercadoeumaumentodaquanKdadeoferecida.
Pelocontrário,qualquerpreçoabaixodessenívelgerariaprejuízos,provocandoasaídade
empresasdomercado,reduzindoaquanKdadeoferecida.Assim,onúmerodeempresasacaba
porseajustardetalformaqueopreçosejaigualaocustomédiomínimoehajaonúmero
suficientedeempresasparasaKsfazeremtodaaprocuraaessepreço.
Noequilíbriodelucrozero,emboraolucroeconómicosejazero,olucrocontabilísKcoéposiKvo,
poisocustototaldeumaempresaincluitodososcustosdeoportunidadedaempresa(ex.custo
deoportunidadedotempoedodinheiroqueoproprietáriodedicaàempresa).Noequilíbriode
lucrozero,areceitadaempresatemquecompensarosproprietáriospelotempoepelodinheiro
gastosparamanteraempresaemfuncionamento.
70
Odeslocamentodaprocuranocurtoenolongoprazos
Comoasempresaspodementraresairdomercadonolongoprazomasnãoopodemnocurto,a
respostadomercadoaumavariaçãodaprocuradependedohorizontetemporalconsiderado.
Supondoqueumaempresacomeçaemequilíbrionolongoprazo.Nesseponto,asempresastêm
lucrozero,demodoqueoPéigualaoCTMmínimo.Oequilíbriodelongoprazorepresentadono
gráficoacimacorrespondeaopontoA,aoqualestáassociadoumníveldeproduçãoQ1,eaum
preçoP1.
Imaginemosqueporalgumarazãoacurvadaprocurasedeslocaparafora,deD1paraD2.Deste
modo,oequilíbriodecurtoprazopassadopontoAparaopontoB;consequentemente,a
quanKdadeaumentadeQ1paraQ2eopreçosobedeP1paraP2.Todasasempresasexistentes
respondemaoaumentodopreço,aumentandoaquanKdadeproduzida.Umavezqueacurvada
ofertadecadaempresareflecteasuacurvadecustomarginal,oquantocadaumadelas
aumentaráaproduçãoserádeterminadapelacurvadecustomarginal.Nonovoequilíbriode
curtoprazo,opreçodobemoferecidoémaiorqueoCTM,deformaqueasempresastêmlucro
posiKvo.
IssoincenKva,aolongodotempo,àentradadenovasempresas.Àmedidaqueonúmerode
empresasaumenta,acurvadaofertadecurtoprazodesloca‐separaadireita,deS1paraS2.Esse
deslocamentofazcomqueopreçodiminua.Porfim,opreçovoltaaserigualaoCTMmínimo,os
lucrospassamaseriguaisazeroeasempresasparamdeentrarnomercado.Destemodo,o
mercadoaKngeumnovoequilíbriodelongoprazo,nopontoC.Opreçodoprodutovoltaaser
P1,masaquanKdadeproduzidaaumentaparaQ3.Cadaempresavoltaafuncionarnaescala
eficiente,mascomohámaisempresasnosector,aquanKdadeproduzidaevendidaémaior.
71
Emalgunscasos,ascurvasdelongoprazodasempresaspodemserascendentes.Existem
essencialmenteduasrazões:
1. AlgumdosrecursosuKlizadosnaproduçãopodeestardisponívelapenasemquanKdades
limitadas–nessecaso,oaumentodonúmerodeempresasqueuKlizamesserecursovai
provocarumaumentodopreçodesserecurso,aumentandooscustosdeproduçãopara
todasasempresasnomercado.Assim,umaumentodaprocuradeumbemqueuKlizaum
recursolimitadonãopodeprovocarumaumentonaquanKdadeoferecidasemaumentar
tambémoscustosdeproduçãoe,consequentemente,opreço.Assim,mesmoquehajalivre
entradaesaídadeempresasdomercado,acurvadeofertaalongoprazodomercadoé
ascendente.
72
2. Asempresaspodemtercustosdiferentes–paraqualquerpreçodado,asempresascom
menorescustostêmmaiorprobabilidadedeentrarnomercadodoqueaquelascomcustos
maiselevados.ParaaumentaraquanKdadeoferecidadoproduto,énecessárioincenKvara
entradadenovasempresas.Comoessasestãosujeitasacustosmaiores,opreçotemque
subirparaqueasuaentradanomercadosejalucraKva.Assim,acurvadaofertadomercado
tambéméascendente.Seasempresasestãosujeitasacustosdiferentes,algumasdelastêm
lucro,mesmonolongoprazo.Nestecaso,opreçodemercadoreflecteocustototalmédioda
empresamarginal–aquesairiadomercadoseopreçocaísse.Essaempresatemlucrozero,
masaquelascujoscustossãomenoresobtêmlucroposiKvo.Aentradadenovasempresasno
mercadonãoeliminaesselucropoisasquetêmpotencialidadeparaentrarnomercadotêm
custosmaiselevadosdoqueasempresasquejáestãonomercado.Asempresasdemaior
custoapenasentramnomercadoseopreçoaumentar,tornandoomercadolucraKvopara
elas.
AOferta
Quan@dadeoferecida‐quanKdadedeumbemqueosvendedoresestãodispostosetêm
capacidadeparavender.
AquanKdadeoferecidadependedopreçodoprópriobem,dopreçodeoutrosbens,dopreço
dosinputs,datecnologiaedasexpectaKvas.DeterminantesdaquanKdadeoferecida:
• Preço‐quandoopreçodeumbem/serviçoéelevado,venderesseprodutoélucraKvoe,por
isso,aquanKdadeoferecidaégrande.Pelocontrário,seopreçodeumbemestabaixo,o
negóciotorna‐semenoslucraKvo,peloqueaempresavaiproduzirmenosquanKdade.
UmavezqueaquanKdadeoferecidaaumentaàmedidaqueopreçoaumentaediminuiàmedida
queopreçodiminui,diz‐sequeaquanKdadeoferecidaéposiKvamenterelacionada/
dierctamenterelacionadacomopreçodobem.ArelaçãoentrepreçoequanKdadeoferecida
designa‐seleidaoferta‐coeterisparibus,àmedidaqueopreçoaumenta,aquanKdade
oferecidaaumentatambém.
• PreçodosInputs‐quandoopreçodeumoumaisinputsaumenta,aproduçãotorna‐semenos
lucraKva,peloqueaofertadiminui.Seopreçodosinputssobesubstancialmente,aempresa
podechegaraencerraraempresaedeixardeproduzir.Assim,aofertadeumbemestá
negaKvamenterelacionadacomopreçodosinputsusadosnasuaprodução.
• Tecnologia‐tecnologiasmaisavançadaspermitemreduzircustos,peloqueumavanço
tecnológicovaifazeraumentaraofertadeumbem.
73
• Expecta@vas‐aquanKdadeoferecidahojepodedependerdasexpectaKvasdaempresa.Por
exemplo.Seéesperadoqueopreçodobemaumentenofuturo,vai‐sepouparnaproduçãode
hojeeoferecermenosaomercado.
EscaladaOferta‐tabelaquerelacionaopreçodeumbemcomaquanKdadeoferecida.
CurvadaOferta‐éarepresentaçãográficadaquanKdadeoferecidadeumbem,paracadanível
depreço.RepresentaaquanKdadedeumbemqueovendedorestádispostoacolocarno
mercado,paracadaníveldepreço.Representaarelaçãoentreopreçodeumbemea
quanKdadeoferecida.
OfertadoMercado
Expressãoanalí@ca
Ofertaglobaldomercado‐éasomadasquanKdadesoferecidas,paracadaníveldepreço,de
todosossegmentosdomercado.
Aofertaglobaldependedosmesmosfactoresqueinfluenciamaofertaindividual(preçodo
própriobem,dopreçodeoutrosbens,dopreçodosinputs,datecnologiaedasexpectaKvas)mas
tambémdonúmerodevendedores.
74
Deslocaçõesdacurvadaoferta
Semprequequalquerumdosdeterminantesdaofertavariar,quenãosejaopreço,vaihaveruma
deslocaçãodacurvadaprocura.QualquervariaçãoqueaumenteaquanKdadeoferecidapara
cadaníveldepreço,fazdeslocaracurvadaofertaparaadireita.Contrariamente,qualquer
variaçãoquediminuaaquanKdadeoferecidaparacadaníveldepreço,fazdeslocaracurvada
ofertaparaaesquerda.
ComoopreçoestánoeixoverKcal,umavariaçãonopreçonãofazdeslocaracurva,antes
provocaumadeslocaçãoaolongodacurva.
75
Emsuma,acurvadaofertamostraoqueaconteceàquanKdadeoferecidadeumbemquandoo
preçovaria,mantendotodososoutrosdeterminantesdaofertaconstantes.Quandoumdesses
outrosfactoresvaria,acurvadaprocuradesloca‐se.
Tendo2bens,AeB,eopreçodeumbemaumentareaquanKdadeoferecidadooutrobem
tambémaumentar,osbenssãocomplementares(variamnomesmosenKdo).Pelocontrárioseo
preçodeumbemaumentareaquanKdadeoferecidadooutrobemdiminuir,significaqueos
benssãosubs@tuíveis(variamemsenKdosopostos).
Seopreçodosinputsaumentar,diminuiaquanKdadeevice‐versa.
Sehouverevoluçãotecnológica,aquanKdadeoferecidaaumenta.
Elas@cidadepreçodaoferta‐éavariaçãopercentualdaofertadeumbem,quandoopreçovaria
em1%.MedequantoaquanKdadeoferecidadeumbemreageaumavariaçãodopreçodesse
bem.RelacionaavariaçãopercentualdaquanKdadeoferecidacomavariaçãopercentualdo
preço.
ε=variaçãopercentualnaquanKdadeoferecida/variaçãopercentualnopreço=(ΔQ/Q)/(ΔP/P)
AelasKcidadepreçodaofertadependedaflexibilidadequeoprodutortemparavariara
quanKdadeproduzida.AelasKcidadetambémvariaconsoanteolimitehorizontalconsiderado‐a
ofertaénormalmentemaiselásKcanolongoprazo.Assim,nocurtoprazo,aquanKdadeoferecida
nãoreagesubstancialmenteàvariaçãodopreço.
• Seε=0,acurvaérígida(ouperfeitamenteinelásKca)‐independentementedopreço,a
quanKdadeoferecidamantém‐sesempreconstante);
• Se0<ε<1,acurvaéinelás@ca(aquanKdadevariamenosqueproporcionalmentequeo
preço);
76
• Seε=1,acurvaéunitária(quanKdadeepreçovariamproporcionalmente);
• Se1<ε<+∞,acurvaéelás@ca(aquanKdadeaumentamaisqueproporcionalmentequeo
preço);
• Seε>+∞,acurvaéperfeitamenteelás@ca(paraaquelepreço,osvendedoresfornecem
qualquerquanKdade).
Emalgunsmercados,aelasKcidadepreçodaofertanãoéconstanteevariaaolongodacurvada
oferta.
77
Parabaixosníveisdeprodução,aelasKcidadedaofertaéelevada,poisasempresasrespondem
substancialmenteavariaçõesnopreço.Nestaregião,asempresastemcapacidadeparaproduzir
quanãoestáaserusada.PequenosaumentosnopreçofazemcomquesejalucraKvoparaas
empresascomeçaremausarestacapacidade.ÀmedidaqueaquanKdadeproduzidaaumenta,a
empresacomeçaaaKngiracapacidade.Quandoacapacidadeestáasertotalmenteusada,
aumentaraproduçãosóépossívelaumentandoadimensãodaempresa.Serianecessárioqueo
preçoaumentassemuitoparaqueasempresassuportassemessecustoextra.
Excedentedoprodutor‐éadiferençaentreopreçoaqueoprodutorestariadispostoavender
umbemeopreçoaqueovende,opreçodemercado(preçodeequilíbrio).
Excedenteglobaldaeconomia‐éasomadoexcedentedosconsumidoresedoexcedentedos
produtores.
Equilíbriodemercado
78
Representandoascurvasdaprocuraedaofertaglobaisdomercadojuntas,existeumpontoem
asduascurvasintersectam,designadopontodeequilíbrio.
Pontodeequilíbrio‐pontoemquepreçofazcomqueaquanKdadeprocuradasejaexactamente
igualàquanKdadeoferecida.
Preçodeequilíbrio‐preçoparaoqualaquanKdadeprocuradaeoferecidasãoiguais.Nopreço
deequilíbrio,aquanKdadedobemqueosconsumidoresestãodispostosecapazesdecompraré
exactamenteigualàquanKdadequeosprodutoresestãodispostosecapazesdevender.
Quan@dadedeequilíbrio‐quanKdadeprocuradaequanKdadeoferecidaquandoopreço
ajustou‐sedeformaaequilibraraprocuraeaoferta.
Asacçõesdoscompradoresevendedoresnummercado,fazcomqueopreçodemercadose
aproximedopreçodeeqilíbrio
Excessodeofertaoudéficedeprocura‐situaçãoemqueaquanKdadeoferecidaésuperiorà
quanKdadeprocurada➞diminuemopreçoparapoderemescoaraprodução.Ospreçosdescem
atéomercadoaKngiroequilíbrio.
Excessodeprocuraoudéficedeoferta‐situaçãoemqueaquanKdadeprocuradaésuperiorà
quanKdadeoferecida➞aumentamopreço,poispodemfazê‐losemdiminuirasvendas.Opreço
sobeatéomercadoaKngiroequilíbrio.
Leidaofertaedaprocura‐opreçodequalquerbemajusta‐sedeformaapôraprocuraeaoferta
dessebememequilíbrio.
79
Quandoumfenómenoqualquerfazdeslocarumadascurvas,oequilíbriodomercadomuda.
Ofertamantém‐se Aumentodaoferta DiminuiçãodaOferta
Procuramantém‐se Pmantém‐seQmantém‐se
PdiminuiQaumenta
PaumentaQdiminui
Aumentodaprocura PaumentaQaumenta
PambíguoQaumenta
PaumentaQambígua
Diminuiçãodaprocura
PdiminuiQdiminui
PdiminuiQambígua
PambíguoQdiminui
80
81
Emeconomiasdemercado.ospreçossãoos“sinais”queguiamasdecisõeseconómicasepor
issofazemaalocaçãodosrecursosescassos.Paratodososbensnumaeconomia,opreçogarante
queaofertaeaprocuraestãoemequilíbrio.Opreçodeequilíbriodeterminadepoisquantodo
produtooscompradoresescolhemconsumirequantoosvendedoresescolhemproduzir.
Aeconomiaestádivididaem2ramos:
Microeconomia‐éoestudodecomoasfamíliaseasempresas,individualmente,tomamassuas
decisõesecomoestasinteragemnomercado.
Macroeconomia‐estudafenómenosdaeconomiacomoumtodo,incluindoainflação,o
desempregoeocrescimentoeconómico.Estudaasforçasetendênciasqueafectamaeconomia
comoumtodo.
Aoanalisar/avaliarumaeconomia,énaturalolharmosparaorendimentototalquetodosna
economiaestãoaganhar.Faz‐seatravésdoPIB(ProdutoInternoBruto).
ProdutoInternoBruto(PIB)‐éovalordaproduçãodetodososbenseserviçosfinaisquefora
produzidosduranteumperíododetempo,dentrodeumpaís.Éovalordemercadodetodosos
benseserviçosfinais(quepassampelomercado)produzidosdentrodeumpaís,num
determinadoperíododetempo.
OPIBmedeadespesatotaldaeconomiaemprodutosnovoseorendimentototalganhocoma
produçãodessesbenseserviços.
ComooPIBmedeorendimentototaldeumpaís,considera‐seseramelhormedidaparaavaliaro
bem‐estareconómicodeumasociedade.
ParKcularidadesdoPIB:
• OPIBsomamuitosdiferentesKposdeprodutonumaúnicamedidadevalordaacKvidade
económica.Fá‐lousandoospreçosdemercado.Porqueospreçosdemercadoreflectem
quantoaspessoasestãodispostasapagarpelosdiferentesbens,i.e.,ovalordosbens.Seo
preçodeumbemémaiorqueoutro,entãooprimeirocontribuimaisparaoPIBqueo
segundo.
• OPIBincluitodososprodutosproduzidosnumaeconomiaevendidoslegalmentenomercado.
HáalgunsprodutosqueoPIBexcluipelofactodeseremtãodi\ceisdemedir.OPIBexcluiitens
82
produzidosevendidosilegalmenteeprodutosdesKnadosaoauto‐consumo,quenãochegam
apassarpelomercado
• UmbemintermédioéaquelequevaiseruKlizadoparaproduziroutrobem.Umbemfinalé
aquelequeestáprontoaserconsumidopeloconsumidorfinal.OPIBapenasincluiovalordos
bensfinais,poisovalordosbensintermédiosjáestáincluídonopreçodobemfinal.Seo
contabilizássemosestaríamosacometeroerrodamúlKplacontagem.Aúnicaexcepçãoaesta
regraéquandoumbemintermédioéproduzidoe,emvezdeserusadoéadicionadoàs
existências(stock)deumaempresaparaserusadoouvendidomaistarde.Nestecaso,obem
intermédioéconsideradoumbemfinalnomomentoeoseuvalorécontabilizadonoPIB.Mais
tarde,quandoforusadoouvendido,asexistênciasdaempresaserãonegaKvaseovalordoPIB
ereduzidodeacordo.
• OPIBincluitantobenstangíveis(bensmateriais)comoserviçosintangíveis(bensimateriais).
• OPIBincluitodososbenseserviçosproduzidosnaqueleperíodo.Nãoincluitransacçõesque
envolvamprodutosproduzidosnopassado.Assim,quandosevendeumprodutoem“segunda
mão”,estejánãoentraparaacontagemdoPIB.
• OPIBéumanoçãogeográfica.Medeovalordaproduçãodentrodasfronteirasdeumpaís.
Apenassãoincluídososprodutosproduzidosinternamente,independentementeda
nacionalidadedoprodutor.
• OPIBmedeovalordaproduçãofeitanumintervalodetempoespecífico.Normalmenteé1
anoou3meses.OPIBmedeofluxoderendimentosedespesasdeumaeconomianesse
intervalodetempo.QuandoosdadossãorelaKvosa3mesessãonormalmenteapresentadosà
“taxaanual”(mulKplicadopor4),permiKndoqueosvaloresanuaisetrimestraissejam
facilmentecomparáveis.Estesdadossofremoprocessodeajustamentosazonal,para
compensarofactodaeconomiaproduzirmaisbenseserviçosdurantealgunsperíodosdoano
doquenoutros.
OPIBconseguemedirduascoisasdeumasóvez:
• orendimentototaldetodosnaeconomia;
• despesatotalnooutputdebenseserviçosdessaeconomia.
Conseguefazê‐loporque,nofundo,essasduascoisassãoiguais‐numaeconomiacomoumtodo,
orendimentodeveserigualàdespesa.Istoaconteceporque,qualquertransacçãoimplicaum
compradoreumvendedor,todoodinheirogastopelocompradortransforma‐senorendimento
83
dovendedor.Assimumatransacçãocontribuiigualmenteparaorendimentoeparaadespesade
umaeconomia.Istoévisívelnodiagramadofluxocircular‐nestaeconomiaodinheiroflui
conKnuamentedasfamíliasparaasempresasedenovoparaasfamílias.
Comocadatransacçãotemumcompradoreumvendedor,ecomotodasasdespesasna
economiaacabamporserorendimentodealguém,adespesatotalnaeconomiatemqueser
igualaorendimentototaldessaeconomia.
Comoparaaeconomiacomoumtodoadespesaeorendimentosãoiguaisecomoorendimento
daspessoasépagapelovaloracrescentadodasempresas,oPIBéigualindependentementeda
formacomooanalisamos.
Assim,podemosmediroPIBdeváriasformas:
• ópKcadoproduto
• ópKcadorendimento‐somandoorendimentototal(salários,rendaelucro)pagopelas
empresas;
• ópKcadadespesa‐somandoadespesatotaldasfamílias
Óp@cadoProduto
ProblemadamúlKplacontagem‐consisteemregistarváriasvezesovalordomesmobemou
serviçoaolongodocálculodovalordoPIB.
84
Paraevitaresseproblema,possocalcularoPIB,atravésdaópKcadoproduto,deduasformas:
• métododosprodutosfinais,somandoovalordosprodutosfinais(comoinconvenientedenão
saberaocertooqueéfinalounão).ParaissotenhoqueidenKficarquaissãoosprodutosfinais
(benseserviçosquesaKsfazemdirectamenteasnecessidadesindividuaisecolecKvas).
• métododosvaloresacrescentados(evitaamúlKplacontabilização)
Valoracrescentado‐éadiferençaentreovalordosbenseserviçosproduzidosnumaempresa
eovalordosbenseserviçosconsumidosporessaempresaaolongodoprocessoproduKvo.O
valoracrescentadoservepararemunerarosactoresproduKvos(capital,trabalho,terra)e
traduzacapacidadedecriaçãoderiquezadecadaempresa.
PIB=Σn
i=1VA=P‐Σn
i=1CI
Quandoospaísesqueremcrescerdevemapostarembensdeelevadovaloracrescentadopois
assimconseguepagarmelhorosfactoresdeprodução.(quanto>qualidadeeinovação,>valor
acrescentado).
Seemvezdecontabilizarmosaproduçãoefectuadadentrodeumpaís,quisermoscontabilizaro
queéproduzidopelosnacionais,dentroeforadoterritórionacional,usa‐seoProdutoNacional
Bruto.
ProdutoNacionalBruto(PNB)‐éovalordaproduçãodetodososbenseserviçosfinais
produzidospelosresidentespermanentesdeumpaís(nacionais).DiferedoPIBpoisincluia
produçãofeitapornacionais,noestrangeiroeexcluiaproduçãorealizadadentrodopaís,mas
quesejarealizadaporestrangeiros.Namaioriadasvezes,osresidentesinternossãoresponsáveis
pelamaiorpartedaproduçãointerna,demodoqueoPIBeoPNBestãobastantepróximos.As
diferençassãomaisacentuadasnosPEDondeagrandeproduçãointernaéfeitaporestrangeiros.
ParaobteroPNBaparKrdoPIB,adiciona‐seosaldodosrendimentosdorestodomundo(SRRM)
=rendimentosrecebidosdorestodomundo‐rendimentospagosaorestodomundo
PNB=PIB+SRRM
DuranteoprocessoproduKvo,ocapitalfixodaempresavaisofrendodesgaste.NoProduto
InternoBrutonãosãocontabilizadasasamorKzações/consumodocapitalfixo.Quandotemosem
contaodesgastedocapitalfixo,obtemosoProdutoInternoLíquido.
85
PIL=PIB‐amorKzações/depreciações/CCF
OPIBpodesercalculadoapreçodemercado(PIBpm)ouacustodefactores(PIBcf).Oquevariaéa
intervençãodoEstadonaacKvidadeproduKva,atravésdosimpostosindirectosedossubsídios.
Osimpostoscontribuemparaaumentaropreçodosprodutosenquantoossubsídioscontribuem
paradiminuiospreços.
OPIBacustodefactoresnãoincluinemosimpostosindirectos(Ti)nemossubsídiosàprodução
(Z),enquantoqueapreçodemercadojáinclui.
PIBpm=PIBcf+Ti‐Z
Óp@cadoRendimento
PIB=salários+juros+lucros+rendas
(aremuneraçãodosfactoresdeprodução=valoracrescentado,logoobtemosomesmoresultado
quenaópKcadoproduto)
Óp@cadaDespesa
ExistemváriosKposdedespesa.OPIB(Y)édivididoem4componentesdadespesa:consumo(C),
invesKmento(I),despesasdoEstado(G)eoexportaçõeslíquidas(NX):
Y=C+I+G+EL
Y=C+I+G+E‐M
Y=C+(FBCF+Δexistências)+G+E‐M
Consumo‐despesadasfamíliasembenseserviços,excluindoaaquisiçãodeumanovacasa.
Inves@mento‐despesaemequipamentosdecapital,existências/stockseestruturas,incluindoas
aquisiçõesdenovasmoradiasporpartedasfamílias.
DespesasdoEstado‐despesadasautoridadeslocaisedoEstadoembenseserviços,excluindo
ospagamentosdotransferência.
ExportaçõesLiquidas‐diferençaentreasexportações(despesaporpartedeestrangeirosem
bensproduzidosinternamente)easimportações(despesaporpartedenacionaisembense
serviçosproduzidosnoestrangeiro).Aimportaçãodebenseserviçosjáestáincluídanoutros
86
componentesdadespeseporissoéqueésubtraída.Quandoexportamos,estamosapôrao
dispordoexteriorapoupançaquefizemos(oquenãoconsumimos).Umavezqueparaexportar
tenhoqueproduzir,tenhoqueuKlizarfactoresdeproduçãoerecursosescassosquedessaforma
nãosãousadosparaproduzircoisasquepoderiaviraquererproduzir‐estouaabdicarde
consumo‐mascompensoporquequandoexportorecebodinheiroemtrocaoquemevai
permiKrconsumirmaistarde.Quandoimportamos,estamosaconsumiroquenãoproduzimos.
(SeX>M,estouapôrpoupançaaodispordoestrangeiro).
PIBrealvs.PIBnominal
SeoPIBaumentadeumanoparaooutroestáaacontecerumadasseguintescoisas:
• aeconomiaestáaproduzirmaiorvolumedebenseserviços,ou;
• osbenseserviçosestãoaservendidosapreçosmaselevados.
Comoosaumentosdepreçonãosignificamaumentosnacapacidadedeproduçãodopaís,é
importanteconseguirmosdisKnguirosaumentosdoProdutoresultantesdeagravamentosdos
preçosdaquelesresultantesdoaumentodacapacidadedeproduçãodopaís.AeconomiauKliza
ospreçoscorrenteseospreçosconstantesparaestabeleceressasdiferenças.
AvaliaraevoluçãodoPIBusandopreçosconstantespermite‐noscompararaevoluçãoregistada
naquanKdadeproduzidaouconsumidanopaís,eliminandoavariaçãodospreços(inflação),
duranteoperíodoemanálise.Avaliaraproduçãocorrenteusandoospreçosdeumanobase,o
PIBrealmostracomoaproduçãoglobaldebenseserviçosevoluiuaolongodotempo.
PIBnominal‐medeaproduçãodebenseserviçosdeeconomiaapreçoscorrentes(incluia
variaçãodospreços‐inflação)
ParaobterumamedidadaquanKdadeproduzidaquenãoéafectadapelasvariaçõesnospreços,
usa‐seoPIBreal.Istoé,paramedirmosaevoluçãoreal,ouemvolumedoPIBtemosdeeliminar
oaumentodospreçosconstruindovaloresapreçosconstantes.
PIBreal‐medeaproduçãodebenseserviçosapreçosconstantes,tomandoumaanocomo
base.
AssimparacalcularoPIBreal,emprimeirolugar,éprecisoescolherumanocomobase,que
deverásernormalemtermoseconómicos.OspreçosdoanobaseconsKtuemabasepara
compararquanKdadesemdiferentesanos.
87
QuandousamosoPIBrealsabemosqueoaumentoqueseregistadanoPIBsedeveàquanKdade
produzida,poisospreçosestãoasermanKdosfixos,noníveldoanobase.
Emsuma:
• oPIBnominalusaospreçoscorrentesparavalorizaraproduçãodebenseserviçosnuma
economia;
• oPIBrealusaospreçosconstantesdoanobaseparavalorizaraproduçãodebenseserviços
daeconomia.
• UmavezqueoPIBrealnãoéafectadopelasvariaçõesdospreçoselereflecteapenasas
variaçõesnaquanKdadeproduzida.PorissooPIBrealéumamedidarealistadaproduçãode
benseserviçosdeumaeconomia.
DeflatorouDeflacionadordoPIB
UmavisãomaisrealistadaeconomiarequerqueseajusteoPIBnominalparaPIBrealusandoo
deflatordoPIB.
OdeflatordoPIBmedeoníveldepreçoscorrentesemrelaçãoaoníveldepreçosdoano‐base.
Reflecteospreçosdosbenseserviços,masnãoasquanKdadesproduzidas.Ouseja,diz‐nosqual
apartedoaumentodoPIBnominalquepodeseratribuídaaumaumentonospreços,emvezde
aoaumentonasquanKdadesproduzidas.Consistenavariaçãodospreçosentre2períodos
disKntos;éavariaçãoquedevemosKraràvariaçãototaldoPIBparatermosavariaçãoreal.
DeflatordoPIB=PIBnominal/PIBreal×100
OPIBnominaléconverKdoemPIBrealdaseguinteforma:
PIBreal20xx=(PIBnominal20xx/DeflatordoPIB20xx)x100
ComooPIBnominalerealsãoiguaisnoanobase,odeflatordoPIBnoanobaseésempre100.
OPIBmedetantorendimentototaldaeconomiacomoadespesatotalembenseserviços.
OPIBpercapitadiz‐nosqualéorendimentoeadespesamédiadapessoa{picanaeconomia.
OPIBéumaboaformademedirobem‐estareconómico,poisaspessoaspreferemter
rendimentoselevadosarendimentosmaisbaixos.Contudo,nãoéumindicadorperfeitodebem
estarpoisexclui:
88
• Olazer;
• Qualidadedomeioambiente;
• AcKvidadesforadosmercados,comoovoluntariado;
• Distribuiçãodorendimento.
Édi\cilfazercomparaçõesentreosPIBsdediferentespaísespoisvãoestarcalculadasem
moedasdiferentes.Paraissotemosqueconvertertodosàmesmamoeda($ou€normalmente),
atravésdastaxasdecâmbio.
Taxadecâmbio‐valordeumamoedaemtermosdeoutramoeda.Éataxaaquepossotrocar
ummoedaporoutra.
Contudoastaxasdecâmbiotendemavariareovalordamoedanosdiferentespaísesétambém
diferente.
Paracontornaresseproblemausa‐seateoriadaparidadedopoderdecompra(PPC)‐considera
umcabazequantovaleemcadapaís.
Teoriadaparidadedopoderdecompra(PPC)‐dizqueumaunidadedequalquermoedadeveria
conseguircompraramesmaquanKdadedebens(teromesmovalorreal)emtodosospaíses.Ou
seja,umamoedadeveriateromesmopoderdecompraemtodosospaíses.
valordamoeda‐éopoderdecompraquemoedadá.
Assim,segundoateoriadaparidadedopoderdecompra,ataxadecâmbioentremoedasde
diferentespaísesdependedosníveisdepreçonessespaíses.(se1kgdecafécustacusta500$
nosEUAe50€emPortugal,entãoataxadecâmbiodeveriaser10$por€,casocontrárioo
poderdecompradodólarnãoiriaserigualemambosospaíses.
AouKlizarmosaPPCparacompararmososPIBsdosdiferentespaíses,podemosterumanoção
maisrealdopoderdecompradaquelepaís.
Calcularocustodevida
Inflação‐consistenoaumentogeneralizadoesustentadodospreços‐descreveumasituaçãoem
queonívelglobaldospreçosaumentou.
TaxadeInflação‐variaçãopercentualdoníveldepreçosemrelaçãoaumperíododetempo
anterior.
89
Édi\cilcompararocustodevidaentre2épocasdiferentes,devidoàvariaçãodopreço.
Paratransformar“valoresmonetários”emmedidasdepoderdecomprausa‐seoíndicede
preçosnoconsumidor(IPC).
Oíndicedepreçosdoconsumidor(IPC)medeocustoglobaldosbenseserviçoscompradospor
umconsumidor{pico.Éusadoparaobservarvariaçõesnocustodevidaaolongodotempo.
Quandoesteaumenta,afamília“{pica”temquegastarmaisparamanteromesmoníveldevida.
5passosparacalcularoIPC:
1. “Construir”oCabaz‐determinarquaisospreçosmaisimportantesparaoconsumidor{pico.
Écriadoumcabazqueincluiosbenseserviçosqueoconsumidor{picocompra.Seo
consumidorconsomemaisdeumbem,entãopreçodessebemémaisimportanteparaele
ele,peloqueoseupesonamediçãodocustodevidadevesermaior.
2. Levantamentodospreços–fazerolevantamentodospreçosdecadaumdosbenseserviços
quecompõemocabazparacadamomentonotempo.
3. CalcularocustodoCabaz–uKlizarosdadossobreospreçosparacalcularocustodocabaz
debenseserviçosnosdiferentesmomentos.
4. Escolherumanobaseecalcularoíndice‐escolherumanocomobase,comoqualosoutros
anosvãosercomparados.Calcula‐seoíndicedividindoopreçodocabaznumanopelopreço
docabaznoanobaseemulKplicandopor100.OIPCésempre100noanobase.
IPC=preçodocabaznoanox/preçodocabaznoanobaseX100
5. CalcularataxadeInflação.
Taxadeinflação‐éavariaçãopercentualdoíndicedepreçosemrelaçãoaumperíodo
anterior.ÉmedidapelataxadecrescimentodoIPC.
Taxadeinflaçãoanox=(IPCanox‐IPCanobase)/IPCanobasex100
OIPCeataxadeinflaçãosãouKlizadosfrequentementeparadaraconheceraevolução
(aumentooudiminuição)doquecorrentementesedesignaporcustodevida.
Ataxadeinflaçãonãovaiserigualparatodospoisocabaztambémnãoéigualparatodos.
90
TambémépossívelcalcularoÍndicedePreçosaoProdutor‐medeocustodeumcabazdebense
serviçoscompradopelasempresas.Comoasempresasacabamporpassarosseuscustosparaos
consumidoresnaformadepreçosmaiselevados,variaçõesnoíndicedepreçosnoprodutorsão
consideradasumaformadeprevervariaçõesnoIPC.
ProblemasnoCálculodocustodevida
OobjecKvodoíndicedepreçosaoconsumidorémedirasvariaçõesnocustodevida,ouseja,o
índicedepreçosdoconsumidortentadeterminarquantoéqueorendimentodeveaumentar
paramanterconstanteoníveldevida.ContudooIPCnãoéumamedidaperfeitaparamediro
custodevidaeapresentatrêsdi\ceisproblemasderesolver:
• Tendênciaàsubs@tuição‐quandoospreçosvariamdeumanoparaooutronãovariamtodos
namesmaproporção.Existemalgunspreçosqueaumentammaisqueoutros.Nessecaso,os
consumidoresrespondemcomprandomenosdosbenscujopreçoaumentouesubsKtuem‐nos
pelosbensquesetornaramrelaKvamentemenoscaros.OIPCécalculadousandoumcabaz
fixoeporisso,aonãoconsiderarapossibilidadedesubsKtuiçãodeprodutos,oíndice
superesKmaoaumentodepreços/docustodevidadeumanoparaooutro.
• Introduçãodenovosbens.Quandoumnovobemchegaaomercado,osconsumidores
poderãoescolherentreumamaiorvariedadedeprodutos,oquefazcomquecadaeurovalha
maiseporissoosconsumidoresnecessitamdemenoseurosparamanteroníveldevida.
Contudo,comooíndicedepreçosaoconsumidorestáconstruídocombasenumcabazfixo,
nãoreflecteessaalteraçãonopoderdecompradoeuro.
• Variaçãodequalidadenã[email protected]
paraooutro,ovalordoeuroaumenta,mesmoqueopreçosemantenhaevice‐versa.
EstesproblemasfazemcomqueoIPCsobresKmeoverdadeirocustodevida.
OdeflatordoPIBvsíndicedepreçosaoconsumidor
ComooPIBnominaléigualàproduçãocorrenteavaliadaapreçoscorrenteseoPIBrealéigualà
produçãocorrenteavaliadaaospreçosdoanobase,odeflatordoPIBreflectearelaçãoentreo
níveldepreçoscorrenteseoníveldepreçosdoanobase.TantoodeflatordoPIBcomooíndice
depreçosdoconsumidorpermitemconheceroritmodecrescimentodospreços.
Normalmentedizem‐nosamesmacoisa.Todaviaexistemduasdiferençasqueospodemfazer
divergir:
91
• odeflatordoPIBreflecteopreçodetodososbenseserviçosproduzidosinternamente,
enquantooíndicedepreçosaoconsumidorconsideraospreçosdetodososbenseserviços
compradospelosconsumidores.Assim,avariaçãodopreçodosbensquesãoproduzidose
transaccionadosmasquenãofazempartedoconsumodeumconsumidor{pico(ex.avião),é
contabilizadapelodeflatordoPIBmasnãonoIPC.Poroutrolado,avariaçãodopreçodeum
bemimportadomasquefazpartedocabazdoconsumidor{picoécontabilizadonoIPCmas
nãonodeflatordoPIB.
• oIPCcomparaopreçodeumcabazdebenseserviçosfixocomopreçodocabaznoanobase
(sóocasionalmenteéqueocabazéalterado),enquantoodeflatordoPIBcomparaopreçodos
benseserviçosproduzidoscorrentescomopreçodosmesmosbenseserviçosnoanobase.
Assim,oconjuntodebensserviçosusadosparacalcularodeflatorvariaautomaKcamenteao
longodotempo.Estadiferençanãoéimportantequandoospreçosvariamproporcionalmente.
Mas,seopreçodediferentesbenseserviçosestãoavariardeformadiferente,aformacomo
valorizamosopesodosváriospreçosimportaparacalcularataxadeinflaçãoglobal.
AfigurarepresentaataxadeinflaçãoanualmedidatantopelodeflatordoPIBquantopeloÍndice
depreçosaoconsumidorparaoperíodode1965a1995.Verifica‐sequeàsvezesastaxas
divergem.Quandoelasdivergemépossívelexplicarasdiferençasrecorrendoaosfactores
mencionadosacima.
Corrigirasvariáveiseconómicaspelosefeitosdainflação
OobjecKvodemedironívelglobaldospreçosnumaeconomiaépermiKracomparaçãoentre
dadosdeperíodosdiferentes.
Osíndicesdepreçosãousadosparacorrigir/compensarosefeitosdainflaçãoquandosecompara
valoresdediferentesmomentosnotempo.
92
Indexação‐acorrecçãoautomáKcadeumaquanKdadedeeurosparacompensarpelosefeitos
dainflação,porleioucontracto.
Taxadejurorealenominal
Acorrecçãopeloefeitodainflaçãoéespecialmenteimportantequandoseanalisainformação
sobreastaxasdejuro
Juro‐representaumpagamentonofuturopelatransferênciadedinheironopassado.Porisso
taxasdejuroenvolvemacomparaçãodequanKdadesdedinheiroemdiferentesmomentosno
tempo.
Taxadejuro‐éapercentagemquequempededinheiroemprestadotemdepagaraquem
empresta,paraalémdedevolverodinheiro.Éopreçodoconsumonotempo,opreçodaliquidez
(éovalordeterliquidez).
Taxadejuronominal‐nãosofrecorrecçãopelosefeitosdainflação.Dá‐nosataxaàqualo
númerodedólaresnumacontabancáriaaumentaaolongodotempo.
Taxadejuroreal‐éataxadejurocorrigida(jácompensada)pelosefeitosdainflação.Éigualà
taxadejuronominalmenosataxadeinflação.Diz‐nosquãorapidamenteopoderdecomprado
dinheironumacontabancáriaaumentaaolongodotempo.
Taxadejuroreal=taxadejuronominal‐taxadeinflação
Astaxasdejuronominaisereaisnemsempresãoequivalentes.Seataxadeinflaçãoaumentar,
aindaqueataxadejuronominalaumente,ataxadejurorealpodepermanecerbaixa.
Aolongodotempoovalorrealdodinheironãosemantém.Ainflaçãofazdiminuiropoderde
compradecadaunidadededinheiro,aolongodotempo.
Quandosecomparamvaloresmonetáriosdeperíodosdiferenteséimportanterelembrarqueo
dinheironãovaleagoraoquevaliaanteriormente.
Balançadepagamentos‐éoregistodetodososfluxoseconómicosquesefazematravésda
fronteira,ouseja,dasrelaçõeseconómicasdasociedadecomoexterior.Osaldodabalançade
pagamentosésempreiguala0.Abalançadepagamentosestádivididaembalanças,daseguinte
forma:
• Balançacorrente
93
‐ Mercadorias(+exportações‐importações)
‐ Serviços(ex.turismo,transportes,seguros)(+exportações‐importações)
‐ Rendimentos(ex.juros,rendas,dividendos,salários)(+recebimentos‐pagamentos)
‐ Transferênciascorrentes(ex.remessasdosemigrantes,transferênciasdaUniãoEuropeia,
cooperaçãoentreestados,pensõesdosemigrantesregressados)(+recebimentos‐
pagamentos)
• Balançadecapital
‐ Transferênciasdecapital(sãomudançasdepropriedadesemcontra‐parKda;ex.
transferênciasdaUniãoEuropeiaparafinanciamentodeinfra‐estruturas,transferênciasde
patrimónioresultantesdoregressodeemigrantes,perdãodedívidas)(+entradas‐saídas)
‐ Aquisição/cedênciadeacKvosnãoproduzidosnãofinanciados(ex.patentes,licenças,
marcas,transferênciasdejogadoresdefutebol,aquisiçãodeterrenos)(+entradas‐saídas)
• Balançafinanceira(incluitransacçõesqueimplicamamudançadeKtularidadeentreresidetes
enãoresidentesdeacKvosepassivosfnanceiros,eoutrasvariaçõesnosacKvosepassivos
financeirosdaeconomiasobreoexterior)(+entradas‐saídas)
94