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ECOS do ATLÂNTICO CASA DE SAÚDE CÂMARA PESTANA Nº 59 Março e Abril 2017
Ed
ito
rial
do
Bo
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Ao longo da história da Igreja um dos valores cristãos manifestados pelo po-vo português foi a devoção a Nossa Senhora “ Mãe de todos os homens”. O grande amor dos fiéis foi dando diferentes títulos à Virgem Mãe, se-gundo os lugares em que foi vivencia-da a sua presença, segundo a forma como experimentaram a sua ajuda. São muitos os santuários marianos e inúmeras as invocações a Nossa Se-nhora, mas é sempre a mesma e única Senhora que se manifesta ou atua nos diferentes lugares e de diversas for-mas.
Estamos a celebrar o primeiro Cente-nário das aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos em Fátima. Esta cele-bração veio dar-nos a oportunidade de vivermos o mês de Maio, mês dedi-cado a Nossa Senhora de uma forma diferente intensificando a nossa fé e aprofundando a mensagem de Nossa Senhora em Fátima.
Também com a vinda do Papa Francis-co a Fátima para as celebrações e ca-nonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco a Igreja fez uma catequese intensiva sobre a Mensagem de Nossa Senhora em Fátima e a vida dos pasto-rinhos.
Uma das heranças espirituais mais pre-ciosas das Aparições de Fátima é a devoção ao Coração Imaculado de Maria, Mãe de Misericórdia. Constitui um centro polarizador e de irradiação da mensagem. Maria apresenta-se como Mãe da misericórdia, Mãe espiri-tual da Igreja e da humanidade. Atra-vés do símbolo do seu Coração Imacu-lado, Ela exerce a missão de mistagoga dos Videntes e do Povo de Deus, inici-ando-os no mistério do Amor Trinitá-rio, da sua misericórdia e compaixão, para os tornar missionários da miseri-córdia divina, levando-a a todas as periferias.
Celeste Martins
No passado dia 21 de Março, no âmbito dos Encontros com as
Pessoas nas presidências abertas, o Presidente da Câmara Munici-
pal do Funchal , Dr. Paulo Cafôfo, visitou a Casa de Saúde Câmara
Pestana.
Foi uma visita por toda a Casa em que o Presidente da CMF tomou
conhecimento mais de perto da nossa missão e do serviço que
prestamos, além de tomar contacto próximo com utentes e cola-
boradores.
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PLANTAR PORTUGAL - PARQUE ECOLÓGICO FUNCHAL
N os passados dias 18 de Janeiro e 16
de Março, as Pessoas Assistidas da
Casa de Saúde Câmara Pestana
(CSCP) integradas na Escola e na Educação
Física, realizaram duas deslocações ao parque
Ecológico do Funchal, com objetivo de
sensibilizar as pessoas para a importância da
natureza nas nossas vidas. Na primeira saída,
assistiram a uma pequena palestra sobre as
espécies encontradas no parque, assim como
uma caracterização geral do mesmo e
concluiram a visita com uma pequena
plantação no viveiro. Na segunda visita,
tiveram que pôr “mãos à obra” e arregaçar as
mangas para ir ao terrano fazer uma plantação
de arbustos. O clima estava um pouco frio e
ameaçava chuva, mas S. Pedro colaborou e
conseguiram plantar cerca de meia centena de
plantas! Com a colaboração dos funcionários
do parque e um pouco de “vontadinha” e
muito amor, a CSCP contribuiu desta forma
para um melhor ambiente!
Pedro Pereira
N
o passado dia 21 de março um grupo de pessoas assistidas da nossa instituição, através de
um convite do Museu Henrique e Francisco Franco, situado no Funchal, teve a oportunidade
de participar nas atividades desenvolvidas neste espaço, no âmbito das comemorações do dia
Mundial da Poesia. Esta atividade consistiu na visita ao Museu e na audição da declamação e interpretação
de alguns poemas pelos elementos do grupo ‘Bem, a Poesia’, um grupo de amantes da poesia que se en-
contra quinzenalmente para ler, declamar, apreciar e interpretar poemas de autores e poetas, alguns sobe-
jamente conhecidos outros até não, mas cuja poesia a todos interessa.
O dia mundial da poesia celebra-se todos os anos no dia 21 de março . Esta data foi implementada na 30ª
Conferência Geral da UNESCO a 16 de novembro de 1999. A data visa fazer uma reflexão sobre o poder da
linguagem e do desenvolvimento das habilidades criativas de cada um. E neste dia, por todo o país, sobre-
tudo nas escolas, bibliotecas e espaços culturais realizam-se várias atividades literárias de forma a celebrar
esta data.
Dídia Ferreira
DIA MUNDIAL DA POESIA – 21 DE MARÇO
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A
visita canónica foi de extrema importância
para todos nós. Recebemos e acolhemos as
irmãs de braços abertos e sentimos que a congre-
gação continua com a simplicidade dos seus gestos
recheados de carinho e de palavras que confortam
o nosso coração. Deram-nos força e motivação pa-
ra continuar a acreditar na nossa missão e a traba-
lhar todos os dias de forma hospitaleira.
Foi muito gratificante receber esta visita, pois são
pessoas especiais na forma de ser e as suas ações
são sempre bem-vindas. As pessoas assistidas e os
colaboradores sentiram-se lisonjeados com a visita,
e também pelo facto de sentirem que pertencem a
uma comunidade com enorme valor e dedicação
para com os mais desprotegidos e necessitados.
Área de Intervenção Psicogeriatria
ALGUNS TESTEMUNHOS RECEBIDOS DA ÁREA
DE INTERVENÇÃO PSICOGERIATRIA
“Gestos de carinho, atenção e delicadeza fazem-nos
perceber o quanto algumas pessoas são especiais na
forma de ser e como são bem-vindas as suas ações.
Muito Obrigado pela visita da Ir. Anabela e Ir. An-
dreia. (Unidade Santa Isabel); “
“ A visita canónica foi muito importante para todos
nós. Foi muito bom receber as irmãs, sentir que a
congregação continua com a simplicidade dos seus
gestos de carinho e com palavras que confortem o
nosso coração, para que continuemos a acreditar na
nossa missão. (Unidade Nossa Senhora de Fátima);”
“Foi muito gratificante receber na Unidade de São
José a visita canónica da superiora geral da nossa
congregação. As pessoas assistidas e colaboradores
sentem-se lisonjeados por pertencerem a uma comu-
nidade com grande valor e dedicação aos mais des-
protegidos e necessitados. (Unidade de São José).”
VISITA CANÓNICA
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SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
A qualidade na assistência a pessoas não é atingida de forma acidental!
Esta frase remete-nos à ideia que a qualidade não acontece por mero acaso, mas sim o resultado de uma intenção planeada, de um sincero esforço comum, de um objetivo e foco inteligente e de uma execução eximia. Essencialmen-te a qualidade das nossas expetativas e dos nossos sonhos enquanto instituição determina a qualidade das nossas ações!
É com estes pensamentos que a qualidade entra na missão hospitaleira como a sistematização de uma cultura, que além de ações concretas passa a ser rotina diária, nas nossas ações mais básicas até às decisões mais complexas na nossa instituição.
Daí a necessidade de nos colocarmos à prova! De testarmos a nossa capacidade interna de fazermos ver que as nos-sas práticas e a nossa cultura corresponde a um modelo que promova a qualidade.
As auditorias internas e externas ajudam-nos a melhorar, e a identificar os nossos pontos fortes e os nossos pontos fracos, entendendo que essa melhoria visa desenvolver um valor acrescentado (trazer mais valia):
Permitir uma sustentabilidade da instituição;
Trazer valor à sociedade;
Desenvolver e realizar os sonhos e expetativas todas as partes interessadas.
É este designo da Qualidade Hospitaleira!
Diogo Mota
No Grupo de Auto-Representação (GAR) temos trabalhado sobre a confidencialida-
de. Este tema parece-nos muito importante numa Casa em que trabalha na
área da Saúde Mental.
A confidencialidade é o segredo de todas as informações que digam respeito à vida das doentes
e dos funcionários da Casa de Saúde. Para o desempenho das suas funções, os colaboradores,
não precisam de ter acesso a informações sobre doentes de outras unidades. Não podem falar da
vida das doentes nem dentro, nem fora da Casa de Saúde, não podem tirar ou expor fotografias
das doentes sem autorização da própria ou da família, não podem dizer que estamos cá interna-
das.
Infelizmente, a sociedade ainda tem ideias muito erradas sobre a Doença Mental e consideram-
nos perigosas e incapazes. Por isso mesmo, achamos que todos os funcionários da Casa têm o
dever de respeitar rigorosamente a confidencialidade. Isso protege-nos!
GAR
ESPAÇO GAR
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Olá a todos, somos as EJNS
(Equipas de Jovens de Nos-
sa Senhora). Tivemos a
oportunidade a algum tem-
po atrás de poder estar na
Casa de Saúde Câmara Pes-
tana, agradecemos desde já
às Irmãs por todo o carinho
com que que nos recebe-
ram, estamos de coração
cheio pela experiência que
obtivemos, além de enri-
quecedor foi fantástico e mágico. É realmente im-
pressionante ver a dimensão do impacto que as
pessoas causam em nós. Temos como objetivo
anualmente escolher uma instituição, para poder
partilhar e dar um pouco de nós, definitivamente
a escolha da mesma foi mais acertada.
Um lugar que transborda muito carinho e amor, é
fantástico ver o impacto
que podemos causar nas
pessoas sem as conhecer.
Conhecer as pessoas que
passam o seu dia-a-dia na
CSCP (Casa de Saúde Câ-
mara Pestana) vai deixar
sempre uma saudade em
nós com a vontade de vol-
tar para as abraçar e ouvir
os seus risos fáceis e conta-
giantes. O voluntariado é
sem dúvida um acto que nos oferece paz e um
sentimento de profunda felicidade.
A mensagem não é muito grande, mas a essência
dela e o sentimento é enorme. Obrigada a todos
quantos nos proporcionaram esta experiência
hospitaleira!
II FEIRA ECONOMIA SOCIAL E SOLIDÁRIA
E ntre os dias 31 de março e 02 de abril teve
lugar a II Feira de Economia Social e Solidá-
ria promovida pela Secretaria Regional da
Inclusão e Assuntos Sociais. Este ano este
evento teve lugar no Centro de Congressos da Ma-
deira.
Esta feira, que contou com cerca de 60 instituições
de solidariedade social da Madeira, serve para a di-
vulgação e promoção dos serviços que cada uma
delas dispõe.
A Casa de Saúde esteve uma vez mais presente nes-
te acontecimento, com um stand, onde divulgou os
seus serviços e mostrou alguns trabalhos realizados
pelas pessoas assistidas na nossa Instituição.
Este é também um momento de partilha de experi-
ência e de convívio entre os profissionais das Insti-
tuições que desenvolvem a sua atividade no âmbito
social e da saúde.
Dídia Ferreira
DIA HOSPITALEIRO
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“Estigma da Doença Mental, um Mito Arcaico…”
N o âmbito do Projeto, “ESTIGMA DA DOENÇA MEN-
TAL, UM MITO ARCAICO…”, que a área de Reabilita-
ção Psicossocial da Casa de Saúde Câmara Pestana está
a desenvolver, decorreu no passado dia 22 de Março, na Casa de
Saúde, uma atividade de Pintura Coletiva em Forma de Per-
formance, intitulada SENTIR O ESTIGMA, todos diferentes,
todos iguais.
O projeto tem como grande objetivo contribuir para sensibilizar a
sociedade civil, sendo uma pequena semente na mudança para
um novo paradigma, ao nível da representação da imagem da
pessoa com doença mental.
A atividade contou com a orientação da jovem artista plástica/
escultora Elma Franco e consistiu numa técnica de pintura
sob a forma de ação, usando as silhuetas dos próprios corpos.
Nesta sessão contámos com a presença participativa de algumas
pessoas assistidas da Instituição e outras pessoas da comunidade
com responsabilidade social e política: Drª Rubina Leal, Secretária
Regional da SRIAS; Dr. Brício Araújo, Presidente da Delegação
Regional da Ordem dos Advogados; Dr. Rui Silva, Diretor do
Núcleo de Saúde Ocupacional, SESARAM, Dr. Paulo Milheiro,
Chefe de Divisão da Ação Social Segurança Social, Funchal e
Luísa Pessanha, Diretora da Associação Protetora dos Pobres.
Foi um momento de arte sem estigma.
Dia 23 de Março, a atividade SENTIR O ESTIGMA, continuou com
a participação das pessoas assistidas e um grupo de alunos do
10º ano da Escola da APEL, no âmbito da disciplina Creativity, Ac-
tion and Service, como forma de sensibilizar os jovens para esta
problemática da saúde mental.
Todas as pinturas efetuadas, integraram uma Exposição dia 7 de
Abril, Dia Mundial da Saúde, no Átrio da Câmara Municipal
do Funchal, com a presença dos vários intervenientes.
Presente esteve também a senhora vereadora da Câmara, Drª
Madalena Nunes, o enfermeiro José Manuel Ornelas, Assessor do
Secretário Regional da Saúde e vários convidados.
O grupo de Teatro da Casa de Saúde encenou um texto contra o
estigma da doença mental “Como Tu, Oiço, Vejo, Sinto, Toco”.
Délia Gomes
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O CONTO… O MISTÉRIO DA LAGOA AZUL
A Cidália Santos é uma pessoa Assistida da Unidade de Santa Teresinha. Escreveu o conto “O MISTÉRIO DA
LAGOA AZUL” que aborda encontros e desencontros, violência e vidas à margem da lei.
Num estilo sempre crescente, a Cidália dá vida a personagens quase reais, com emoções e sentimentos, que
ousam arriscar em situações limite.
O conto terá de ser dividido em várias partes, dada a sua extensão.
Vamos todos “mergulhar” no Mistério da Lagoa Azul. Boa leitura.
O MISTÉRIO DA LAGOA AZUL
2
Q uando me aproximei da Lagoa Azul vi logo um carro todo o terreno, topo de gama, preto, perto
do caminho em pó. Deixei o carro partir, antes de avançar mais um passo. Olhei para a margem
da Lagoa e um corpo parecia precisar de ajuda. Já tinha feito de tudo para se salvar, mas as suas
forças abandonaram-no. Fui até lá, e virei o corpo que estava de cara voltada para baixo. Havia feridas e
sangue no rosto, no cabelo e na perna esquerda. Eram eles, devem pensar que este era eu. Longe a dife-
rença entre sexos. Virei o corpo para mim. Era um homem definitivamente. Possuía cabelo castanho. Pus a
mão no pulso. Estava vivo. Com todas as minhas forças agarrei-o pelos braços e levei-o até ao cimo da
Lagoa Azul. Perto da estrada em pó, estava um outro carro, vazio. Procurei nos bolsos do homem a chave
do carro. Talvez o carro fosse dele. Era preciso ter sorte ou imenso infortúnio se o carro fosse de outros
estranhos. Encontrei o telemóvel e um chaveiro com duas chaves nos bolsos. Era aflitivo vê-lo assim. Com
nervosismo experimentei a chave. Não resultou. Triste sorte. Procurei no outro bolso e encontrei uma ou-
tra chave. A do carro. Estava molhada como as outras e o telemóvel também, mas este não se tinha estra-
gado. Carreguei no botão e as portas abriram-se. Deixei o carro e fui buscar o corpo enquanto metia a
chave no meu bolso. Apetecia-me chamar o 112, mas tinha medo de ser encontrada. Deitei o corpo nos
bancos traseiros e fui para o volante. Estava a tremer. A minha mente precisava de concentração. No porta
chaves do carro havia papéis, luvas e uma agenda. Na agenda estava escrito uma morada e dizia “se al-
guém por acaso encontrar esta agenda, devolver para o meu endereço”. Ainda bem que tinha um número
de telemóvel. O corpo lá atrás gemia. Estava vivo, graças a Deus. Olhei o GPS do carro, podia ajudar mas
tinha primeiro de certificar-me que o homem não precisava de ir ao hospital.
(Continua na nossa próxima edição)
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F oi com muito entusiasmo e alegria
que se comemorou o dia do
‘Apóstolo’ da Hospitalidade na Casa
de Saúde Câmara Pestana. Um pequeno gru-
po de voluntários participou neste grande
dia de festa para toda a comunidade hospi-
taleira, nomeadamente na Eucaristia e no al-
moço oferecido pelas Irmãs a todos os que
diariamente trabalham nesta Instituição.
O momento da Eucaristia foi um momento
muito especial para darmos graças a Deus e
a São Bento Menni por ter fundado esta
Congregação que acolhe muitas pessoas, às
quais nós damos algumas horas do nosso dia
em momentos de entrega, de partilha e de
acolhimento e dos quais nos sentimos com-
pensados e gratificados.
Após a Eucaristia seguiu-se o almoço que foi
um momento de convívio e alegria entre to-
dos os colaboradores que constituem a
grande Família Hospitaleira.
Continuemos a pedir a São Bento Menni que
nos ajude a fazer sempre o melhor em prol
desta comunidade e das pessoas aqui assisti-
das.
Rosa Freitas
24 DE ABRIL - FESTA FAMÍLIA HOSPITALEIRA