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  • Gerenciamento por Categorias

    Coordenado por

    Novembro de 1998

    Como obter Cpias adiCionais desta publiCao:

    AssociAo EcR BRAsilavenida digenes ribeiro de lima, 2872 7 andar

    Cep 05083-010 so paulo sp

    tel: (011) 838-4520 Fax: (011) 838-4573

    todos os direitos so reservados. esta publiCao no poder ser reproduzida parCial ou integralmente.

    Produzido pela

    Associao

    Melhores Prticas

  • Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    agradeCimentos

  • Agradecimentos

    Somente foi possvel preparar este relatrio graas s contribuies dos

    membros do ECR Brasil. Sua liderana e direo, sua vontade de compartilhar

    informaes e os resultados de projetos e processos realizados em apoio a este

    estudo tiveram uma participao importante no contedo deste relatrio. Em

    nome da Diretoria do ECR Brasil, gostaramos de agradecer a todos os abaixo

    relacionados por terem revisado e contribudo para este relatrio.

    Alm disso, estendemos os agradecimentos e reconhecimento aos nossos

    consultores que prepararam este relatrio - The Partnering Group (TPG) e

    Integration Consultoria Empresarial. Desde 1989, a TPG vem desempenhando

    um papel fundamental no desenvolvimento de solues ECR e de

    Gerenciamento por Categorias para varejistas e fornecedores em todo o mundo,

    e este relatrio tem como base seu trabalho e experincia. Agradecemos, em

    especial, aos autores originais, Dr. Brian Harris, Chairman de TPG, Axel Lohrisch e

    Christian Lohrisch, Scios-gerentes de TPG. Gostaramos, tambm, de agradecer

    a Jos Lus Demeterco, do Mercadorama, Ktia Costa, da Gessy Lever, e Andrea

    Aun, da Integration Consultoria Empresarial, pela participao especial.

    Agradecimentos especiais tambm aos times dos varejistas e fornecedores

    que trabalharam nos dois pilotos ECR Brasil de Gerenciamento por Categorias:

    Aura Rebelo Coca-Cola Caio Grimaldi Pereira Kolynos

    Denis Herbach Coca-Cola Diana Parente Kolynos

    Roger Ares Coca-Cola Simone Genari Kolynos

    Angel Testa PANAMCO SPAL Christophe Auger Sonae (Cndia)

    Eloisio Nazar PANAMCO SPAL Erik D. Pikalainen Sonae (Cndia)

    Emerson W. dos Santos PANAMCO SPAL Marcelo Allam Machado Sonae (Cndia)

    Fbio Garcia Po de Acar Sergio Antunes Weinhardt Sonae (Cndia)

    Mrcio Milan Po de Acar Andrea Aun Integration

    Paulo Gualtieri Po de Acar Carlos Lima Integration

    Mario Kojima Integration

  • Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    SubCoMit do ECR bRaSil dE GEREnCiaMEnto PoR CatEGoRiaS -

    Sob a CooRdEnao dE MaRCElo allaM MaChado, do SonaE (Cndia)

    E dEniS hERbaCh, da CoCaCola:

    tiME PRinCiPal

    Andr Cywinski S S/A

    Antnio Jos Ferreira Garcia Di-Ci Logstica

    Carlos Eduardo Severino P. Severino

    Claudinei Pires da Silva Planalto

    Daniela Coseli Adriano Coseli

    David Arajo Neto S S/A

    Flvio Aparecido Almeida Ciro Distr. de Alimentos

    Jeferson F. Oliveira Supermercado Condor

    Jos Carlos Bastos Souza Makro

    Jos Ricardo Scaroni Sendas

    Leopoldo de Paula Senff Senff Parati

    Luis Aurlio Jimenez Comercial Via Brasil

    Maria Cristina G. Feij Exxtra Econmico

    Otvio Marcelo Matos de Oliveira Petipreo

    Regis Spolavore Exxtra Econmico

    Srgio Giorgetti Makro

    tiME GERal alm da participao do time Principal, contribuiram:

    Caio Grimaldi Pereira Kolynos

    Ceci Moresco Colgate

    Denis Herbach Coca-Cola

    Eduardo Schunck Lopes Fleischmann Royal

    Eloisio Nazar PANAMCO SPAL

    Ktia Costa Gessy Lever

    Ilka Pugsley Spaipa

    Luiz Carlos Peres Nestl

    Luiz Felipe C. Rgo Nestl

    Michael Wegmann Colgate

    Nilma Arajo Gessy Lever

    Andra Salgueiro Gessy Lever

    Ricardo Athayde Nestl

    Roger Ares Coca-Cola

    Viviane Chaves S. Aguiar Kelloggs

    Carmo B. Caparelli Martins

    Erik D. Pikalainen Sonae (Cndia)

    Fbio Garcia Po de Acar

    Francisco Jos Fernandes Barateiro

    Jos Luis Demeterco Neto Mercadorama

    Luiz Fernando Ribas Bompreo

    Marcelo Allam Machado Sonae (Cndia)

    Marcelo Mendes Barateiro

    Paulo Gualtieri Po de Acar

    Renato C. S. Carreira Sonae (Cndia)

    VAREJO INDSTRIA

    VAREJO

  • Agradecimentos

    Direitos reservados.

    Esta publicao no pode ser, parcial ou totalmente, reproduzida ou transmitida de qualquer

    forma, ou por qualquer meio, eletrnico, mecnico, fotocpia, gravao ou qualquer outro, ou

    armazenado em qualquer sistema de qualquer natureza, sem permisso por escrito do ECR Brasil e

    The Partnering Group, Inc.

    ECR Brasil 1998 e The Partnering Group, Inc.

    Auxiliado por The Partnering Group e Integration Consultoria Empresarial

    Consultores em Gerenciamento por Categorias - ECR Brasil

    Dr. Brian Harris, Axel Lohrisch e Christian Lohrisch de The Partnering Group, Inc.

    Andrea Aun e Carlos Lima e Mario Kojima da Integration Consultoria Empresarial

    INDSTRIA

    Carlo Sabino Kraft-Suchard

    Carlos Alexandre B. Silva Rio de Janeiro Refrescos

    Cyro Gazola Procter & Gamble

    Dayse Maciel Sadia

    Dcio Decaro Reckitt & Colman

    Isabela Souza Reckitt & Colman

    Joo Henrique Tavares Warner Lambert

    Joaquim Carlos Raposo Warner Lambert

    Jos Mayr Bonassi Sadia

    Luis Fernando Junior Kimberly Clark

    Luiz Carlos Campagnola Perdigo

    Marcelo R. Fagundes Reckitt & Colman

    Marcos Pvoa Elma Chips

    Maurilio Vicari Novaes Quaker

    Milan Turk Procter & Gamble

    Octvio Faria Kraft-Suchard

    Orestes Cliford Carvalho Johnson & Johnson

    Otto Von Sothen Elma Chips

    Paulo de Castro Freitas Cia. Unio

    Paulo Roberto Mathias Netto Bombril

    Raul Porto Revion Bozzano

    Srgio Molinari Ceval

    Slvio Clvis Duarte de Souza Reckitt & Colman

    Suzan Patricia Rivetti J. Macedo

    Tefilo Csar de Arajo Kimberly Clark

  • 10

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    ndiCe

  • 11

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    AgrAdecimentos......................................................................................6

    ndice...................................................................................................10

    introduo...........................................................................................12

    Captulo 1 Por.que..HorA.do..gerenciAmento.Por.cAtegoriAs.no.BrAsil................................................181.1. Cenrio brasileiro .........................................................................191.2. o novo Consumidor brasileiro ........................................................201.3. a nova realidade para o varejo ......................................................231.4. a nova realidade para o ForneCedor ...............................................291.5. a resposta: gerenCiamento por Categorias .......................................30

    cAPtulo.2..o.comPonente.Bsico:.estrAtgiA.......................................32cAPtulo.3..o.comPonente.Bsico:.Processo.de.negcios......................463.1. deFinio da Categoria ...................................................................503.2. papel da Categoria ........................................................................623.3. avaliao da Categoria ...................................................................763.4. Carto de metas da Categoria .........................................................903.5. estratgias da Categoria .................................................................963.6. ttiCas da Categoria .....................................................................1083.7. implementao do plano de Categoria .............................................1283.8. reviso da Categoria ....................................................................1323.9. ConCluso do proCesso de negCios ...............................................136

    cAPtulo.4..os.comPonentes.de.cAPAcitAo:.quAl.A.situAo.de.suA.emPresA?.........................................................1404.1. Carto de metas .........................................................................1424.2. CapaCidade da organizao ...........................................................1544.3. inFormtiCa .................................................................................1784.4. relaCionamentos de Colaborao Com parCeiros ComerCiais ...............202

    cAPtulo.5..As.diferenAs.entre.euA,.euroPA.e.BrAsil.......................216

    cAPtulo.6..como.imPlementAr.com..sucesso.o.gerenciAmento.Por.cAtegoriAs..............................................224

    concluso..........................................................................................250

    glossrio...........................................................................................254

  • 12

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    Introduo

  • 13

    Introduo

    O objetivo global da iniciativa efficient.consumer.resPonse.(ecr) brasil

    (Resposta Eficiente ao Consumidor) tem sido determinar maneiras de criar

    ambiente e ferramentas que possibilitem aos VArejistAs.e.fornecedores trabalhar

    juntos para agregar Valor Superior aos produtos e servios que oferecem aos

    Consumidores.

    ECR consiste em quatro estratgias de cooperao fornecedor-varejista

    que criam valor superior para o consumidor a um custo menor. Essas quatro

    Reposio Eficiente une o consumidor, a loja de varejo, o centro de

    distribuio do varejista e/ou atacadista e o fornecedor em um sistema

    integrado. A informao precisa fluir rapidamente atravs das conexes

    EDI entre parceiros comerciais, enquanto os produtos fluem com menos

    manipulao e menos faltas de estoque desde a linha de produo at a cesta

    do consumidor.

    Promoo Eficiente refocaliza as atividades promocionais dos

    fornecedores, transferindo-as do patrocnio do varejista para as vendas

    diretas ao consumidor. Um aspecto-chave de Promoo Eficiente a melhor

    combinao do fluxo promocional do produto com a necessidade do

    consumidor, rendendo benefcios substanciais em operaes com muito menos

  • 14

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    estoque no sistema. Um outro aspecto o desenvolvimento do melhor mix de

    promoes orientadas para o consumidor dentro de categorias.

    Sortimento Eficiente na Loja focaliza a oferta de sortimento correto

    de produtos aos consumidores-alvo. Isto proporciona o ponto de partida

    essencial para o melhor uso da loja e do espao nas prateleiras. Representa o elo

    crtico com o consumidor. A adoo de uma abordagem de gerenciamento de

    sortimento eficaz melhora as vendas e os lucros por unidade de espao (metro

    quadrado). O objetivo final do Sortimento Eficiente determinar a oferta mais

    favorvel de produtos que obtenha satisfao do consumidor-alvo e melhores

    resultados de negcios para varejistas e fornecedores.

    lanamento Eficiente de Produtos aplica-se a processos de

    desenvolvimento e introduo de novos produtos que ofeream uma soluo

    para uma necessidade do consumidor no preenchida ou preenchida apenas

    parcialmente. O objetivo fazer com que fornecedores e varejistas desenvolvam

    produtos mais orientados para o consumidor a custos menores mediante

    esforos mais cooperativos.

    Os primeiros esforos do trabalho de ECR em outros pases tm focalizado

    principalmente uma das quatro estratgias ECR: Reposio Eficiente (ER). Este

    trabalho destacou o potencial significativo para melhorar eficincia e reduzir

    custos por meio da aplicao de tcnicas EDI e ER.

    Tornou-se claro que o desenvolvimento e gerenciamento de processos de

    reposio altamente competitivos podem aumentar de modo significativo as

    chances de sucesso de um varejista e de um fornecedor em seu mercado, por

    meio de reduo de custos e nveis mais elevados de servio ao consumidor.

    Estas melhorias em eficincia, no entanto, no criaro, por si s, uma vantagem

    competitiva sustentvel. Isto depender da habilidade em comercializar

    produtos e servios que satisfaam de maneira mais eficiente as complexas e

    dinmicas demandas do consumidor. Esta oportunidade encontra-se no centro

    do Gerenciamento por Categorias. Muitos varejistas e fornecedores focalizam

    seus programas ECR somente no melhoramento da eficincia (a letra E de ECR),

    quando Gerenciamento por Categorias tambm parte integrante das outras

    trs estratgias ECR mais voltadas para o consumidor. Gerenciamento por

    Categorias proporciona um processo de trabalho que compreende os benefcios

    de cada uma das quatro estratgias ECR para uma categoria em uma estrutura

    de cooperao fornecedor-varejista. Somente quando o Gerenciamento por

    Categorias aplicado com sucesso at este ponto, varejistas e fornecedores iro

    se beneficiar plenamente das oportunidades promissoras ECR.

  • 15

    Introduo

    Alm do mais, o enfoque do lado da demanda de Gerenciamento por

    Categorias permite que um varejista e seus fornecedores lidem com o fato

    de que, quando tudo estiver dito e feito, ser difcil para os consumidores

    reconhecer as mudanas na eficincia entre os parceiros comerciais.

    Continuaro, contudo, a recompensar aqueles que melhor satisfaam suas

    necessidades de compras, sem a inteno de menosprezar as melhorias na

    eficincia do lado de abastecimento do produto. Em vez disso, reconhece que,

    uma vez alcanados, estes nveis de eficincia iro se tornar, inevitavelmente,

    uma norma para a indstria, no uma base substancial para criar vantagem

    competitiva sustentvel no mercado.

    O Gerenciamento por Categorias representa, portanto, um componente-chave

    para o sucesso ECR, j que pode ser um catalisador de mudanas que reduzam

    ainda mais os custos e aumentem vendas, lucro e crescimento de participao

    de mercado. O Gerenciamento por Categorias permite que um varejista e seus

    fornecedores movam-se simultaneamente na direo da captura de importantes

    redues de custos, ao mesmo tempo que focalizam prticas de merchandising

    e marketing mais eficientes, orientadas para o consumidor. A experincia mostra

    que praticantes de Gerenciamento por Categorias encontram seus maiores

    benefcios na rea de criao de demanda por parte do consumidor.

    Cada componente de Gerenciamento por Categorias descrito neste relatrio

    est sendo praticado hoje e tem produzido benefcios significativos para os

    negcios. Contudo, poucos varejistas, atacadistas ou fornecedores - se que

    houve algum - implementaram todas estas prticas no nvel aqui descrito, embora

    elas estejam hoje no mbito das habilidades de todos os varejistas e fornecedores.

    Para o objetivo deste relatrio, encontram-se a seguir definies-chave que

    foram aprovadas e utilizadas pelo ECR Brasil:

    dEFinio dE uMa CatEGoRia

    Categoria um grupo distinto e gerencivel de produtos/servios que

    os consumidores percebem ser inter-relacionados e/ou substituveis na

    satisfao de suas necessidades.

    dEFinio dE GEREnCiaMEnto PoR CatEGoRiaS

    O Gerenciamento por Categorias um processo varejista/fornecedor

    que consiste em gerenciar as categorias como unidades estratgicas de

    negcios, para produzir resultados comerciais melhorados por meio da

    concentrao de esforos em entregar maior valor ao consumidor.

  • 1

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    os objetivos deste relatrio so suprir a indstria brasileira com:

    Uma abordagem padro de Gerenciamento por Categorias, incluindo

    metodologia, definies especficas e processos de trabalho para serem usados

    pela indstria brasileira.

    Detalhes e esclarecimentos suficientes que permitam uma empresa avaliar

    a adoo potencial das prticas de Gerenciamento por Categorias como um

    meio de aperfeioar sua competitividade no mercado e seus resultados.

    Fornecer, por meio dos bastidores, uma viso da realidade dos pilotos

    brasileiros, incluindo depoimentos das empresas participantes.

    Fornecer, por meio dos bastidores, uma viso da realidade dos pilotos

    brasileiros, pelos depoimentos das empresas participantes.

    Uma sugesto de etapas de como varejistas e fornecedores podem

    implementar efetivamente o modelo de Gerenciamento por Categorias descrito

    neste relatrio.

    Este relatrio define o processo e descreve tcnicas para Gerenciamento por

    Categorias. Sua publicao tem a inteno de promover o entendimento de

    varejistas e fornecedores brasileiros a respeito deste processo.

  • 1

    Introduo

  • 1

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    cAPtulo.1Por.que..HorA.do.gerenciAmento..Por.cAtegoriAs.no.BrAsil?

  • 1

    Por que Hora do Gerenciamento por Categorias no Brasil

    O Gerenciamento por Categorias surge como a resposta para o crescente

    desafio que varejistas e fornecedores tm no que diz respeito satisfao do

    consumidor. Inseridos em um ambiente altamente competitivo e pressionados

    por uma dinmica mudana de atitude do consumidor, as empresas

    reconhecem que muitas prticas tradicionais de gerenciamento no tm

    produzido os efeitos esperados. A viso de competio acaba impedindo o foco

    no aumento de valor para o consumidor como base final de rentabilidade e

    vantagem competitiva.

    Para esclarecer melhor este desafio e as condies de negcio nas quais as

    empresas se encontram, descrevemos a seguir o ambiente atual do mercado

    brasileiro, que nada mais do que uma combinao de oportunidades, para que

    as empresas reconheam e hajam rapidamente quanto necessidade de mudar

    sua organizao, tornando-se lderes.

    O objetivo deste captulo de abertura demonstrar por que o

    Gerenciamento por Categorias apresenta uma abordagem altamente vivel,

    que est emergindo como estratgia essencial para satisfazer as condies de

    negcio em constante mudana nos dias de hoje.

    1.1. CEnRio bRaSilEiRo

    At 1994, a economia brasileira estava ambientada em um cenrio bastante

    diferente do atual. Com taxas de inflao mensais que beiravam 30%, a ateno

    de todos os segmentos de nossa economia estava voltada para a administrao

    eficiente do Fluxo de Caixa.

    Os ganhos provenientes da aplicao dos recursos disponveis no mercado

    financeiro, mesmo que a curtssimo prazo, representavam receita suficiente

    para saldar os custos operacionais incluindo todas as ineficincias e ainda

    garantir altas margens de lucro para o comrcio e indstria.

    Para o consumidor, no entanto, trocar seu papelmoeda por produtos

    de consumo era uma corrida contra o tempo. Pior do que ser obrigado a

    adquirir produtos de qualidade apenas razovel, de tecnologia muitas vezes

    ultrapassada, a preos muito acima do que poderia ser considerado justo, era

    ver seu poder de compra diminudo pela remarcao de preos em velocidade

    muito superior ao aumento de seu salrio.

    Enquanto todos discutiam como ganhar mais, o consumidor levava a

    pior. Descrente e sem ao, ele se via frente a frente com um quadro de

    hiperinflao, estagnao e descontrole financeiro.

    Esta realidade sofreu grandes transformaes.

    Com o Plano Real passamos a viver em um novo cenrio. Os processos

    simultneos de estabilizao da economia, de queda da inflao e de

    globalizao estimulam ainda mais o consumo de produtos, especialmente nas

  • 20

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    classes de renda mais baixa.

    A partir da introduo da moeda forte no pas, os brasileiros tm maior

    noo dos preos. Com isso, os consumidores conseguem comparar mais

    facilmente os preos de produtos e servios.

    Com o aumento do poder aquisitivo entre os brasileiros de menor renda

    e a retomada do credirio, a demanda de bens de consumo, como veculos,

    eletroeletrnicos, eletrodomsticos, vesturio e alimentos, est atingindo nveis

    recordes histricos.

    Como conseqncia, a concorrncia aumentou e houve reduo real de

    preos e margens de produtos populares. Os fornecedores que se adequaram

    a essa nova realidade tendem a um aumento de volume, e os que no tiverem

    custos competitivos sero forados a sair deste mercado.

    1.2. o novo ConSuMidoR bRaSilEiRo

    O Gerenciamento por Categorias comea e termina no consumidor. Entender

    suas preferncias, comportamento e necessidades fatorchave para alinhar as

    categorias e garantir um melhor desempenho. O principal desafio acompanhar

    as mudanas no estilo de vida dos consumidores.

    Os valores dos consumidores esto mudando, e isto nunca esteve to claro

    quanto nos ltimos 5 anos dentro do mercado brasileiro, afetando diretamente

    produtos e servios. Pela primeira vez em dcadas o brasileiro pode exercer seu

    direito de escolha, graas aos ganhos de renda que teve e estabilizao da

    moeda.

    O Plano Real trouxe milhes de novos consumidores, trouxe a conscincia

  • 21

    Por que Hora do Gerenciamento por Categorias no Brasil

    do valor da moeda, acabou com a inflao, deixou mais memorizvel o valor

    de cada produto, acabou com a necessidade da compra mensal no dia do

    pagamento, exigiu melhores produtos e mostrou a importncia da variedade.

    O pblico queria e quer localizao, preo baixo, bons servios, mas, cada

    vez mais, exige novidades, novas opes, melhores produtos, enfim, com

    maior poder de compra, tornou-se exigente sobre o que consumir. Os hbitos

    de compra mudaram, e conhecer o consumidor ainda o nico caminho para

    conquist-lo.

    Antes de 1995, quase 80% dos consumidores iam a uma loja exclusivamente

    atrados pelo preo. Recentemente outros valores surgem como importantes.

    Com a vigncia do Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC), aumentou a

    conscincia e o grau de exigncia na hora de comprar. Atualmente, mais difcil

    encontrar um comprador desatento, que no verifique os prazos de validade,

    preos e ingredientes utilizados na composio dos produtos.

    Ao mesmo tempo os consumidores exigem uma maior variedade de

    produtos concebidos em funo das suas necessidades individuais e locais. Os

    consumidores j no querem ver as mesmas mercadorias nas mesmas lojas.

    Num mundo de escolhas exponenciais, o consumidor est mais interessado

    na convenincia do servio do que na localizao ou acessibilidade. um

    especialista e um participante ativo, em vez de um mero receptor passivo.

    menos avarento, mas exige maior valor pelo seu dinheiro, o que no significa

    necessariamente mais barato. Em termos de qualidade, continua a exigir o

    melhor.

    A sofisticao do cliente e a sua sensibilidade ao preo esto em franca

    ascenso, bem como a sua compreenso do mercado. Os consumidores esto

  • 22

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    dispostos a pagar um pouco mais por servios de excelncia e de convenincia.

    Abaixo listamos algumas das principais caractersticas do consumidor atual.

    Importncia do lar. As entregas em domiclio, os escritrios domsticos, a

    decorao da casa, a segurana passam a ter maior prioridade.

    O consumidor vigilante. Exige empresas mais responsveis perante a

    sociedade. As empresas sero julgadas pela maneira como tratam o ambiente; a

    tica empresarial e a responsabilidade social so um imperativo

    Recesso. Em perodos de recesso os consumidores reduzem as suas

    expectativas em termos de qualidade, recuperando-as quando os melhores

    dias regressam. J em 1998 as expectativas de qualidade mantiveram-se, os

    consumidores apenas diminuram o volume de compras.

    Nova cultura. A sociedade brasileira est envelhecendo e tende a ser

    conduzida por uma cultura da meia-idade, as crianas dos anos 60, que tm um

    grande poder de compra e um estilo de vida bem diferente.

    Busca de idias e solues. Voc no precisa competir tanto em preos e

    pode ganhar mais introduzindo produtos de maior valor agregado. Falta de

    tempo, mulher atuante no mercado de trabalho e falta de experincia e tempo

    para a cozinha (homens e mulheres) fazem com que a procura de uma soluo

    de refeio para o dia, ou fim-de-semana, fique bem maior.

    Freqncia. Antes, ia-se uma vez por ms ao supermercado para a compra

    mensal, geralmente no dia do pagamento e, assim, perdia-se menos com

  • 23

    Por que Hora do Gerenciamento por Categorias no Brasil

    a inflao. O consumidor corria para o supermercado entre os dias 5 e 10,

    acarretando uma concentrao de vendas no incio do ms. Hoje, grande parte

    visita um supermercado a cada semana. Vender produtos frescos, refrigerados e

    de menor prazo de validade ficou mais fcil.

    O Gerenciamento por Categorias representa, hoje, a ferramenta disponvel

    no mercado capaz de adequar varejistas e fornecedores s mudanas que

    esto ocorrendo nas necessidades dos consumidores e no seu comportamento

    de compra. Este processo a porta de entrada para garantir e focalizar no

    entendimento exato do que o consumidor de hoje quer e qual a melhor

    maneira de entregar-lhe isso loja a loja. por meio dessa ferramenta que

    poderemos alinhar a viso do varejista e do fornecedor viso de compra do

    consumidor.

    1.3. a nova REalidadE PaRa o vaREjo

    O varejo brasileiro tem sofrido muitas transformaes nos ltimos anos,

    aumentando cada vez mais os desafios gerenciais e operacionais para

    vencer a concorrncia. A seguir ilustramos algumas caractersticas que

    foram responsveis por essa transformao, e, com certeza, estimulam a

    implementao de novos mtodos e requerem respostas diferentes por parte

    dos distribuidores tradicionais.

    Entrada de Capital Estrangeiro Fuses e Aquisies

    Toda a movimentao econmica, social e poltica pela qual o Brasil vem

    passando nos ltimos anos, alinhado a um processo cada dia mais forte de

    globalizao, mostra aos investidores estrangeiros um grande potencial

    para colocar seu dinheiro. Esta tendncia pode ser comprovada em vrios

    segmentos no Brasil, desde indstrias de autopeas at bancos, que pode ser

    acompanhado de uma forte turbulncia principalmente nos ltimos 3 anos 96

    a 98.

    Esta realidade no poderia poupar um dos segmentos mais propensos ao

    investimento de capital externo: o varejo.

    Segundo base do ranking da Associao Brasileira de Supermercados

    (ABRAS), o capital estrangeiro dever responder por 25% do faturamento do

    setor de supermercados at o final do ano de 1999. Hoje o volume de capital

    estrangeiro de 17%. Esses 17% representam R$ 8,6 bilhes e composto

    de seis empresas Carrefour, Bompreo, Companhia Real de Distribuio, S,

    Eldorado e Wal-Mart.

    Este percentual de participao do capital estrangeiro segue o volume

  • 24

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    projetado para o setor de Bancos, citado anteriormente como exemplo, que

    teve em junho de 1998 uma participao de 18%.

    Todas as estimativas de consultores especializados em varejo apontam

    uma forte tendncia de entrada maior de capital estrangeiro neste segmento,

    acreditando que as redes estrangeiras estabelecidas por aqui devem crescer por

    meio de expanso, com uma velocidade de aquisies superando a abertura de

    novas lojas.

    Este processo no deve parar por a. Segundo declaraes do presidente da

    ABRAS, Paulo Feij, das 50 maiores empresas do Pas difcil imaginar uma

    que no esteja recebendo consultas para novos negcios. O alvo preferido do

    momento so as empresas de mdio porte com faturamento entre R$ 100

    milhes e R$ 500 milhes.

    Negcios Familiares sendo Profissionalizados

    A entrada de capital estrangeiro pressupe automaticamente uma mudana

    no cenrio de profissionalizao de empresas antes familiares no Brasil. Ao se

    profissionalizar, as famlias perdem seus lugares na organizao, sendo, em

    muitos casos, uma exigncia dos novos scios para a compra de redes locais

    obrigatrio o afastamento das famlias.

    No Brasil certo que esta realidade poder ser aplicada, principalmente

  • 25

    Por que Hora do Gerenciamento por Categorias no Brasil

    pela questo de empresas de varejo familiares serem muito pouco ou nada

    exploradas em termos de Abertura de Capital.

    Um exemplo que pode ser dado quanto questo de negcios familiares

    o caso da Frana, onde o crescimento constante de velhas famlias na

    gesto destes negcios trouxe pulverizao acionria e descontentamento

    dos sucessores, abrindo assim o caminho inevitvel para a perda de controle

    dos negcios. Segundo reportagem da Revista Carta Capital de 15 de abril

    de 1998, o tamanho das lojas passou a ser importante para a estratgia dos

    supermercados franceses.

    Em 1996 o Grupo Auchan havia comprado o Docks de France e o Grupo

    Casino fez o mesmo com as redes Franprix e Leader Price. A Casino e a Rallye

    sofreram tentativa de tomada de controle hostil pela Promods. Finalmente, a

    Rallye adquiriu o controle da Casino, a terceira maior rede francesa, centenria

    empresa da famlia Guichard, e a Promods comprou a Rede Catteau, que

    pertencia Tesco maior grupo supermercadista ingls.

    Em todos estes casos as famlias francesas se defendem criando uma

    classe especial de aes com voto duplo e acordo de acionistas com direito de

    preferncia, mas a profissionalizao foi inevitvel para sobreviver.

    Estas alteraes mostram que um setor antes controlado por famlias

    tradicionais e fundadoras caminha necessariamente para a profissionalizao e a

    concentrao.

    Quais as razes?

    Em primeiro lugar, o tamanho da rede aumenta o poder de negociao

    junto a fornecedores, o que faz com que empresas tenham de se associar;

    Queda na rentabilidade: margens mais baixas. A expectativa de crescimento

    para o setor era de 3%, mas segundo a Abras, esta expectativa j est em torno

    de 0 a 0,5% de crescimento no ano de 1998;

    Setor de certa forma saturado;

    Famlias em processo de desgaste de relacionamento, perda de foco de

    negcios e problemas em processos de sucesso.

    Concentrao de mercado

    Na Europa e no Canad as maiores redes de supermercados so nacionais.

    Nos EUA o mercado dominado regionalmente por muitas cadeias de tamanho

    mdio. No Brasil existem grandes cadeias nacionais com forte nfase regional.

  • 2

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    Em termos de concentrao de mercado, as 5 maiores redes de

    supermercados representam:

    Nos EUA - 27% do total do mercado

    Na Frana - 65% do total do mercado

    Na Gr-Bretanha - 62% do total do mercado

    No Brasil 28,4% (aps a aquisio do Barateiro pelo Grupo Po de Acar).

    No Brasil, a previso que esta concentrao seja de 35% do faturamento

    nas mos das 5 maiores nos prximos 3 a 4 anos. Segundo a prpria ABRAS,

    no ano 2000 50% do faturamento das 20 maiores redes estaro nas mos de

    algum grupo com participao estrangeira.

    Alm da vinda de grupos estrangeiros que devero puxar a concentrao de

    mercado, temos o avano do Grupo Po de Acar, genuinamente nacional, que deu

    recentemente mais um passo na linha da consolidao do varejo em grandes grupos.

    Com a aquisio do Barateiro, o 10 no ranking da ABRAS, o Grupo Po de

    Acar consolida a vice-liderana no setor e incorpora 27 pequenas lojas bem

    localizadas na Grande So Paulo, totalizando 113 unidades. Alm disso, agrega

    mais cinco unidades maiores que devero ser transformadas em hipermercados.

    Para ter uma idia do impacto desta dana no setor podemos citar o

    exemplo do Rio de Janeiro, que em um ano teve a seguinte movimentao: o

    hipermercado Freeway, na Barra, foi comprado pelo Grupo Po de Acar; o

    Paes Mendona vendeu a filial do Mier para a Igreja Universal; o Grupo Garantia

    comprou a rede ABC de Petrpolis; o Zona Sul ficou com duas lojas do Bonjour;

    a Casas Sendas adquiriu o Parl de Jacarepagu e o Novo Olinda vendeu as filiais

    do Estcio, Haddock Lobo e So Francisco Xavier a comerciantes do ramo de

    padarias.

    A tendncia de concentrao do mercado do Varejo inevitvel e impacta

    toda a cadeia de distribuio brasileira, na medida em que altera o cenrio no

    somente das grandes lojas de varejo, como todo o Pequeno Varejo.

    Novos Canais de Distribuio e Novos Formatos de Lojas

    Nos ltimos anos, tambm percebemos que a concorrncia no varejo no

    est somente no canal de auto-servios com muitos check-outs. Outros canais

    de distribuio tm ganhado cada vez mais fora, exigindo das indstrias um

    posicionamento de como atender esses novos canais.

    Esses canais ganham fora na medida em que conseguem diferenciar

    produtos com servios, convenincia e facilidades que os novos consumidores

    esto buscando em suas compras.

    Alguns exemplos:

  • 2

    Por que Hora do Gerenciamento por Categorias no Brasil

    Lojas de Convenincia:

    Existem projees de consultores especializados que mostram que a

    tendncia de mercado de auto-servio concentrar-se em dois modelos de lojas:

    os hipermercados e as lojas de vizinhana com grande sortimento de perecveis.

    Este processo deve seguir a realidade dos EUA nas dcadas de 60 e 70.

    Um segmento que complementa a tradicional compra nos supermercados

    so as Lojas de Convenincia, que apresentam um crescimento surpreendente

    no Brasil, sendo em muitos casos esquecidas e por isso tm ganhado muita

    fora.

    Este segmento de varejo j responsvel por 5.600 empregos diretos e 28

    mil empregos indiretos. Em termos comparativos, nos EUA existem 94.200 lojas

    com um faturamento de R$ 70,7 bilhes.

    Lojas de Super e Hipermercados operando 24 horas/ final de semana:

    A loja de Super ou Hipermercado aberta 24 horas mostra uma tendncia de

    prestao de servios e de convenincia aos consumidores. Uma ao deste

    tipo seria considerada impensvel h poucos anos, mas hoje j existem testes

    concretos de abertura destas lojas.

  • 2

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    Abertura das redes aos domingos: dentro de um ano a abertura aos

    domingos deve aumentar em 10% o faturamento do comrcio e ampliar em

    12% a 14% o nmero de empregos gerados de acordo com resultados obtidos

    em outros pases que passaram a trabalhar regularmente neste dia da semana.

    Segundo dados de redes que vm abrindo aos domingos, o crescimento

    tem sido de 5 a 7% de cada domingo para o seguinte, e afirmam que as vendas

    esto representando 80% do valor de um dia de semana comum.

    Outra rede mostra que a tendncia haver uma redistribuio de vendas

    ao longo da semana, com algum acrscimo por conta do domingo, quando as

    vendas so puxadas por produtos de convenincia e perecveis.

    Esta declarao se confirma com outra rede que abre 9 das 50 lojas e coloca

    que a grande venda impulsionada por frutas, verduras, legumes, queijos, frios,

    refrigerantes, cervejas, sucos e pratos prontos. O volume de vendas de artigos

    de limpeza e perfumaria est bem abaixo de um dia de semana comum.

    Mercados Vip:

    Outra tendncia de mudana de varejo em formato de lojas pode ser

    ilustrada pela manchete do Jornal do Brasil de 31 de maio de 1998: Nem Hiper,

    nem Super, mas VipMercado.

    Segundo anlise, o abastecimento se diversificar com um tendncia de

    lojas menores, mais prximas dos clientes e com atendimento personalizado

    os supermercados de vizinhana. O mix de produtos mais sofisticado, com

    nfase em perecveis.

    Segundo dados de pesquisa, realizada pela Gouva e Associados, os

    brasileiros passaro a utilizar um tero de seus gastos com alimentao - 33%

    - em restaurantes e lanchonetes. Hoje esta proporo de 25%. Este resultado

    impacta a tendncia dos VipMercados.

    Segundo a pesquisa de 4,5 a 6% das famlias de grandes centros urbanos esto

    incorporando o hbito de consumo nestes mercados compras menores, mais

    freqentes e com maior peso da comida semipronta. Acontece que esta parcela

    dos consumidores representa 20% do potencial de compras do mercado nacional.

    Consolidao do conceito de Marca Prpria

    O conceito de Private Label ou Marca Prpria tem sido bastante comentado

    em todo o Varejo, no apenas no Brasil, mas em todo o mundo, chegando a

    ponto de lojas na Europa serem exclusivamente focalizadas em Marcas Prprias.

    O Brasil ainda est passando por um processo de transio, principalmente

    junto aos consumidores. O vnculo das Marcas Prprias como marcas baratas

    est mudando para uma associao imagem da loja. Esta mudana deve ser

    suportada com um aumento e melhora na comunicao com os consumidores.

  • 2

    Por que Hora do Gerenciamento por Categorias no Brasil

    No existe no Brasil uma corrente nica. Todos, porm, esto em busca

    das vantagens que a Marca Prpria traz, afinal, ela mantm o cliente fiel loja,

    permite maior rentabilidade ao varejista e aumenta o poder de barganha do

    comrcio junto ao fabricante.

    Investimentos em Tecnologia

    Segundo dados da ABRAS, h trs anos apenas 5% das vendas em

    supermercados no Brasil eram automatizadas. Hoje este percentual de 60%.

    Alm disso, segundo dados publicados na Gazeta Mercantil de 6 de maio

    de 1998, a delegao brasileira de 422 pessoas, a segunda maior depois da

    americana - que participou da feira anual de Food Market Institute FMI

    deve ter encomendas de US$ 300 milhes para atualizao tecnolgica dos

    supermercados do pas.

    1.4. a nova REalidadE PaRa o FoRnECEdoR

    Os fornecedores sempre foram os responsveis por puxar o mercado

    na onda de inovao. Neste sentido evoluram no que diz respeito ao

    lanamento de produtos, foco no cliente, mtodos de reduo de custos e

    acompanhamento de resultados cada vez mais focalizados por canal, cliente e

    produto.

    Porm, o fornecedor tem tambm enfrentado cada vez mais presses

    competitivas. Fontes tradicionais de vantagem competitiva para os

    fornecedores, tais como desenvolvimento de novos produtos, publicidade

    voltada para o consumidor e promoes comerciais perderam o impacto, uma

    vez que a concorrncia est cada vez maior entre empresas com recursos

    mais equilibrados. So necessrias novas formas de diferenciao, incluindo

    maior experincia e conhecimento do consumidor e programas de marketing

    cooperativo.

    A atual saturao do mercado no um fenmeno de curto prazo.

    Como resultado da reduo de barreiras comerciais em todo o mundo,

    os preos sofrero cada vez maiores redues. A crescente competio ir

    forar os fornecedores a prestar mais ateno ao servio e qualidade.

    Independentemente da evoluo econmica, o segmento superior

    (consumidores com maior poder de compra) est crescendo e a tendncia

    para continuar. A indstria deve manter-se sintonizada com a mudana da

    quantidade para a qualidade.

    Nos ltimos anos, a grande mudana gerencial foi olhar para o mercado de

    forma diferente. Neste sentido, analisou e classificou seus clientes, garantindo

    servios adequados a cada realidade. Neste momento, o desenvolvimento e

  • 30

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    gerenciamento de clientes foi a grande descoberta. O Key Account Management

    surge para alavancar o desempenho dos produtos e do fornecedor no varejista

    criada uma equipe exclusiva para atuar naquele cliente. um grande passo

    na busca de um maior conhecimento do consumidor, afinal, a indstria est

    mais prxima do varejo.

    A mudana de foco, a migrao de um gerenciamento por rea geogrfica

    para cliente-varejista, trouxe uma nova forma de agir para o fornecedor,

    incluindo a explorao do ponto de venda como forma mais eficiente de aes

    promocionais. O desafio partir de uma viso generalista do consumidor para

    uma abordagem mais especfica. O processo deve ser feito dentro de cada

    varejista, de cada loja. S assim haver espao para crescer.

    1.5. a RESPoSta: GEREnCiaMEnto PoR CatEGoRiaS

    O Gerenciamento por Categorias a porta de entrada, ou a resposta, que

    distribuidores e fornecedores precisavam para entender exatamente o que o

    consumidor de hoje quer e qual a melhor maneira de entregar-lhe isso. por

    meio desta ferramenta que poderemos alinhar a viso do distribuidor e do

    fornecedor viso de compra do consumidor.

    Efetuar essas mudanas parece tarefa fcil, mas em alguns momentos nos

    deparamos com barreiras to simples, que nos fazem perceber o quanto o

    mercado brasileiro est embrionrio no assunto. Para que o processo saia do

    papel, necessrio, antes de tudo, que varejistas e fornecedores passem a

    trabalhar as categorias, enxergando-as da mesma maneira que o consumidor faz.

    Os princpios do Gerenciamento por Categorias representam um passo

    lgico na evoluo de abordagens gerenciais para enfrentar o cenrio atual de

    mercado. Seus mtodos no so novos ou revolucionrios. Ao se concentrar em

    um maior entendimento das necessidades do consumidor, o Gerenciamento

    por Categorias proporciona oportunidades renovadas para satisfazer suas

    necessidades e, ao mesmo tempo, alcanar vantagem competitiva e custos mais

    baixos, por meio de maior eficincia no processo de trabalho e parceria.

    Mediante este processo integrado de trabalho, ser possvel definir

    processos e modelos organizacionais capazes de aumentar a eficincia e

    integrar demanda e fornecimento, evitando estoques excessivos, custos de

    inventrio alto, recompra de produtos, enfim, a queda da lucratividade. E tudo

    isso ser facilitado pela tecnologia da informao, ferramenta imprescindvel

    neste trabalho e nos dias de hoje.

    O Gerenciamento por Categorias requer investimento em tempo, recursos

    e tecnologia. Mas, se bem aplicado, o processo mais eficaz para satisfazer

    as necessidades dos consumidores e ao mesmo tempo alcanar vantagens

    competitivas e reduo de custos.

  • 31

    Por que Hora do Gerenciamento por Categorias no Brasil

  • 32

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    cAPtulo.2o.comPonente.Bsico:.estrAtgiA

  • 33

    O Componente Bsico: Estratgia

    O Gerenciamento por Categorias, que comeou como uma abordagem

    ttica de baixo para cima entre compradores e vendedores, evoluiu at tornar-

    se uma importante prtica estratgica de negcios de cima para baixo entre

    parceiros comerciais. Como resultado, nos ltimos anos, o Gerenciamento por

    Categorias vem recebendo a ateno da alta gerncia da indstria e se tornando

    um componente bsico e essencial da viso do futuro de um nmero cada vez

    maior de varejistas e fornecedores.

    intRoduo

    O componente bsico Estratgia envolve duas questes vitais para o

    sucesso do Gerenciamento por Categorias:

    1. CoMPRoMEtiMEnto E lidERana da alta GERnCia

    vaREjiStaS

    Para muitos varejistas lderes, Gerenciamento por Categorias tornou-se (ou vem

    se tornando) um modo de vida, um modo fundamental de fazer negcios. A

    mudana para o Gerenciamento por Categorias requer liderana da alta gerncia.

    Ainda mais importante, requer que a gerncia abandone alguns princpios antigos,

    tais como organizao da loja com base em corredores/gndolas, vending

    machines ou funes/departamentos, e passe a organizar de forma multifuncional,

    com base em categorias como unidades estratgicas de negcios do varejista. Isto

    o componente bsico Estratgia refere-se escolha estratgica

    para organizar, liderar e gerenciar o negcio a partir da criao de

    unidades estratgicas de negcios com base em categorias. Ele

    fornece a estrutura geral da corporao que orienta a tomada de

    decises no processo de negcios do Gerenciamento por Categorias.

  • 34

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    fundamental, mas no fcil. Somente a alta gerncia pode tomar tais decises e

    proporcionar os recursos e liderana para implement-las.

    A experincia nos mostra que varejistas levam de dois a trs anos para

    colocar em ordem, com sucesso, todos os componentes de Gerenciamento

    por Categorias descritos neste relatrio. Embora a maior ateno esteja

    concentrada nas funes de compra e merchandising, o Gerenciamento

    por Categorias impactar cada funo dentro da organizao do varejista.

    Finalmente, o Gerenciamento por Categorias uma mudana tanto cultural

    quanto de prticas e sistemas de negcios. Ela fora toda a organizao

    a pensar e agir de uma maneira mais focada no consumidor. Uma forte

    liderana necessria para assegurar que o Gerenciamento por Categorias seja

    implementado com sucesso, sem destruir os aspectos culturais positivos da

    organizao.

    FoRnECEdoRES

    Fornecedores que estejam considerando adotar o Gerenciamento por

    Categorias precisam igualmente alinhar seus pensamentos, suas organizaes

    e seus processos de negcios em funo de categorias. Historicamente,

    fornecedores sempre pensaram em marcas. Suas organizaes so

    estruturadas para vender marcas, e todas as polticas e processos de negcios

    so orientados para marcas ou, no mnimo, no so orientados para categoria.

    Mesmo os fornecedores que possuem vrias marcas numa mesma categoria

    raramente desenvolveram uma arquitetura estratgica integrada para a

    categoria.

    O Gerenciamento por Categorias eficaz em fornecedores tambm requer

    interveno da alta gerncia. Mudar de uma orientao por marcas para uma

    orientao por categoria um processo multifacetado e muito complexo

    para se esperar que seja criado por subordinados bemintencionados. Muitos

    fornecedores podero ter de re-inventar e re-projetar suas organizaes para

    competir com eficcia no novo ambiente. Da mesma forma que para varejistas,

    o perodo necessrio para uma transio bemsucedida para Gerenciamento por

    Categorias para fornecedores de dois a trs anos.

    Finalmente, fornecedores que vem o Gerenciamento por Categorias

    como um projeto, e no um processo, ou aqueles que o vem como

    uma nova tcnica de vendas tratvel em mais um treinamento de vendas

    no entenderam a questo e se encontraro em enorme desvantagem

    quando enfrentarem os concorrentes, que j alinharam suas organizaes

    estrategicamente com aquelas de seus parceiros comerciais varejistas.

  • 35

    O Componente Bsico: Estratgia

    2. EStRatGiaS CoRPoRativaS vinCuladaS a EStRatGiaS daS CatEGoRiaS

    Como o Gerenciamento por Categorias leva a tomada de deciso e a

    responsabilidade at seus executores na linha de frente, uma estrutura estratgica

    para orient-los nessa tomada de deciso importante tanto para varejistas como

    para fornecedores. Essa estrutura consiste em estratgias corporativas

    bemdesenvolvidas e seus vnculos com os Planos de Negcios por Categorias.

    Uma estrutura estratgica corporativa bemdesenvolvida um pr-requisito

    para um processo de negcios de Gerenciamento por Categorias eficaz. Ela

    deve incluir uma declarao de misso da empresa, metas e estratgias

    financeiras para marketing, abastecimento de produto e outras reas funcionais.

    Dada a importncia dessa estrutura estratgica na orientao das decises de

    Gerenciamento por Categorias, a seo seguinte descreve os elementos dessa

    estrutura que devem fazer parte da organizao de varejistas e fornecedores.

    vnCuloS da EStRatGia do vaREjiSta

    A estrutura estratgica de um varejista consiste em uma declarao da

    misso global da empresa, objetivos especficos financeiros e de marketing,

    estratgia de marketing, de abastecimento de produto e de relacionamento

    com o fornecedor. Uma vez definidas no nvel corporativo, essas estratgias so

    traduzidas em estratgias departamentais que apiam essas estratgias globais

    corporativas. Essas estratgias departamentais orientaro o gerenciamento

    estratgico das categorias dentro dos departamentos.

    O Quadro 1 demonstra estes vnculos estratgicos corporao-para-categoria

    do varejista.

  • 3

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    Segue abaixo uma descrio mais detalhada dos elementos que compem

    essa estrutura estratgica.

    Misso da Empresa

    A misso global da empresa uma declarao da razo fundamental de

    sua existncia. Tipicamente ela declara como o varejista quer ser visto no

    mercado, como ir satisfazer seus consumidores e como se diferenciar dos

    concorrentes. Exemplos de algumas declaraes de misso de varejistas so

    mostrados no Quadro 2.

    Cortesia de The Partnering Group

    ExEMPlo 1: SuPERMERCado

    Nossa misso corporativa atingir e manter uma posio de liderana e domnio em nosso mercado.

    inteno da Companhia realizar este objetivo atravs de marketing agressivo de novos produtos,

    acompanhado de inovao em servios, com o apoio de uma organizao de vendas de primeira

    classe, equipe de apoio e envolvimento da comunidade. medida que a Companhia progredir,

    continuar a melhorar lucros atravs de gerenciamento eficiente. Acima de tudo, oferecer

    excelncia aos clientes que servimos continua sendo nossa primeira prioridade.

    ExEMPlo 2: SuPERMERCado

    Seremos o supermercado e varejista de mercadorias em geral da mais alta qualidade e de melhor

    servio nos mercados geogrficos que servimos. Nossas lojas proporcionaro uma experincia de

    compras superior, oferecendo os servios e convenincias desejados por nossos clientes.

    ExEMPlo 3: SuPERMERCado

    Temos um compromisso com a excelncia como um varejista inovador em alimentos, remdios,

    produtos de consumo e servios de qualidade. Concentramo-nos em proporcionar valor atravs de

    qualidade, variedade, servio, preos competitivos e cortesia. Nossos clientes representam nosso

    mais importante patrimnio e precisamos direcionar todos os nossos esforos para satisfaz-los.

    Devemos alcanar lucros acima da mdia da indstria para manter a liderana e preparar para

    crescimento futuro. Empregaremos e promoveremos apenas as melhores pessoas disponveis,

    dentro do contexto das necessidades de nossa organizao. Esperamos que todos os associados

    sejam competentes e orientados para o cliente. Identificaremos e reconheceremos desempenho

    superior e promoveremos sempre que possvel.

    ExEMPlo 4: REdE Faa-voC-MESMo

    Dentro dos mercados de ferramentas, materiais de construo e jardinagem, superar-nos-emos

    na satisfao das necessidades do consumidor, fornecendo inspirao, informao, conselho,

    assistncia e os produtos necessrios para ocupao, manuteno, melhoria, decorao ou

    construo de imveis.

  • 3

    O Componente Bsico: Estratgia

    Cortesia de The Partnering Group

    Real - 1 objetivos - 1

    vendas totais 1.4.50M 1.54.141M

    Crescimento de vendas .% 5.%

    Mdia de vendas por loja 5.000/semana 2.000/semana

    transao Mdia 24.00 25.00

    Margem bruta % 24.4% 25.15%

    lucro bruto 31.M 3.30M

    Crescimento de lucro bruto .3% .2%

    Giros de Estoque 1.3 1

    Retorno sobre ativos totais 5.2 .3

    Participao de Mercado 2.3% 2.0%

    Margem de lucro lquida

    (antes do imposto) 2.25% 2.40%

    objetivos Financeiros e de Marketing

    Estes so os objetivos financeiros e de marketing mais importantes

    que a empresa quer alcanar por meio de seus programas de compras,

    merchandising, marketing, reposio e operao de lojas. Um exemplo dos

    objetivos de um varejista no nvel corporativo encontra-se no Quadro 3.

  • 3

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    Cortesia de The Partnering Group

    MERCado-alvo

    Renda de alta para mdia. Famlias com crianas. Compradoras de 25-45 anos de idade.

    PoSiCionaMEnto CoMPEtitivo Global

    Alcanar superioridade em servios ao cliente, particularmente nos check-outs e departamentos

    de servios. Oferecer excelncia inigualvel em produtos perecveis. Oferecer sortimento

    superior e preos competitivos na mercearia e em produtos de higiene e beleza.

    EStRatGia dE FoRMato/aMbiEntE dE loja

    Primordialmente supermercados maiores, entre 3.000-4.000 metros quadrados. Linha completa

    de produtos perecveis e departamentos de servios caracterizados por lojas limpas e pessoal

    cordial. Empenhando-se para que comprar na loja se torne fcil.

    EStRatGia dE SERvio ao CliEntE

    Cuidar do consumidor melhor do que qualquer outro. Fila com no mais de trs consumidores.

    Ajuda disponvel em todas as reas de servio da loja sempre que estiver aberta.

    EStRatGia dE SoRtiMEnto

    Lder em variedade em categorias de destino. Seleo de itens igual do concorrente em

    categorias preferidas. Em categorias de convenincia, teremos os itens que melhorem ainda

    mais nosso mix. As decises sobre sortimento se basearo nas necessidades do consumidor e no

    processo decisrio de compra.

    EStRatGia dE PREoS

    Embora no possamos evitar a concorrncia com operadores de descontos, no pretendemos

    ser competitivos no preo com os varejistas de descontos. Seguiremos a estratgia Alto-Baixo.

    EStRatGia dE PubliCidadE E PRoMoo

    Marketing-alvo. Mala direta. Destaque-chave semanal apoiado por display na loja. Promoo

    temtica pesada com envolvimento da comunidade local.

    EStRatGia dE aPRESEntao dE PRatElEiRa

    Apresentao nas prateleiras e displays evidenciaro nosso compromisso com a qualidade

    e fabricao recente dos produtos. Os critrios de alocao de espao sero baseados no

    atendimento da demanda por parte do consumidor. Os layouts das prateleiras refletiro o

    comportamento de compra dos consumidores e as estratgias de categorias.

    Estratgias de Marketing

    A estratgia de marketing de um varejista consiste em definir seu consumidor-

    alvo/principal, os pontos-chave para diferenciao competitiva e declaraes

    especficas para estratgias-chave de marketing que o varejista implementar nas

    reas de formatos de loja, servio ao consumidor, sortimento, preos, publicidade,

    promoo e apresentao de prateleira. O Quadro 4 fornece um exemplo dos

    elementos especficos que constituem uma estratgia de marketing do varejista:

  • 3

    O Componente Bsico: Estratgia

    Estratgias de abastecimento de Produtos

    As estratgias de abastecimento de produtos de um varejista definem o que

    ele ir implementar nas reas de pedido, compra e distribuio de produtos

    para assegurar que se alcance valor mximo para o consumidor no ponto de

    venda.

    Um exemplo de estratgias de abastecimento de produtos de um varejista se

    encontra no Quadro 5.

    EStRatGia dE diStRibuio

    Operaremos os depsitos de modo a assegurar que os produtos sejam transportados dos

    fabricantes para nossas lojas no prazo previsto, com segurana e a custo baixo. Aperfeioaremos

    continuamente a eficincia de cada atividade dentro da cadeia de abastecimento atravs de

    custos baseados em atividade e anlise de distribuio ponta-a-ponta. Utilizaremos estratgias

    ECR para minimizar investimentos em estoques e, ao mesmo tempo, garantir os nveis de

    servios almejados. As lojas recebero produtos suficientes de acordo com seu volume e o prazo

    de entrega dos pedidos ser encurtado ao mximo.

    EStRatGia dE CoMPRa

    Utilizaremos sistemas ECR e Gerenciamento por Categorias para adquirir produtos de qualidade

    ao menor custo possvel para proporcionar valor para os consumidores. Desenvolveremos Planos

    de Negcios por Categorias e realizaremos anlises eficientes de sortimento e de gerenciamento

    de espao para executar nossa estratgia de compra. Usaremos medidas do carto de metas

    para estabelecer referncias e avaliar o desempenho de nossos vendedores e para identificar

    oportunidades para melhor-lo. Nossas equipes de Gerenciamento por Categorias sero

    direcionadas para eficincia e sistemas, com pessoas de alto nvel que reagem rapidamente, tm

    a mente voltada para a qualidade e so justas em suas negociaes.

    outRaS EStRatGiaS dE abaStECiMEnto dE PRodutoS

    Atenderemos s necessidades do consumidor com condies superiores de estoque, incluindo

    100% de condies de estoque para itens sendo anunciados e os nveis de servio almejados

    para todos os outros produtos. Gerenciaremos os estoques atravs de toda a nossa cadeia de

    abastecimento para maximizar o fluxo e garantir a fabricao recente dos produtos no ponto de

    compra. Nossos critrios de alocao de espao basear-se-o no atendimento demanda do

    consumidor e no retorno sobre as metas de investimentos em estoques.

    Cortesia de The Partnering Group

  • 40

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    Estratgia de Relacionamento com Fornecedor

    Um elemento essencial da estratgia de Gerenciamento por Categorias

    uma declarao que defina claramente o compromisso do varejista para com

    seus fornecedores, e o que deles espera, a partir dos processos de negcio

    de Gerenciamento por Categorias baseados em cooperao. Tal declarao

    de estratgia faz-se necessria para assegurar que estas expectativas sejam

    compreendidas e implementadas consistentemente. Isto especialmente

    importante em um ambiente como o do Brasil, em que os relacionamentos

    varejista/fornecedor tm sido tradicionalmente estreitos em escopo e muitas

    vezes antagnicos em natureza.

    Um exemplo de uma Estratgia de Relacionamento com Fornecedor se

    encontra no Quadro 6:

    REConhECEMoS quE noSSoS objEtivoS dE nEGCioS So MElhoR CuMPRidoS

    atRavS dE RElaCionaMEntoS baSEadoS EM PaRCERia CoM noSSoS FoRnECEdoRES

    CaPaCitadoS. PaRa EnCoRajaR EStES RElaCionaMEntoS iREMoS:

    Compartilhar dados apropriados com nossos parceiros fornecedores com o propsito de

    desenvolver e executar Planos de Negcios por Categoria

    Fornecer informao sobre nossas estratgias para facilitar este processo

    Executar Planos de Negcios por Categoria com excelncia no nvel de loja

    Definir claramente critrios para seleo de parceiros-fornecedores de Categorias

    Organizar pessoal e treinar equipes de Gerenciamento por Categorias para realizar um trabalho

    de Gerenciamento por Categorias de alta qualidade

    EM tRoCa, ESPERaMoS dE noSSoS PaRCEiRoS-FoRnECEdoRES:.

    A melhor informao disponvel sobre tendncias e oportunidades dos consumidores, mercado

    e categorias e iniciativas iminentes de fornecedores

    Desenvolvimento de conhecimento e programas especficos relacionados s nossas estratgias

    A habilidade e disposio para avaliar com objetividade e fazer recomendaes para a categoria,

    incluindo produtos competitivos

    Esforo Cooperativo para assegurar que o desenvolvimento e execuo dos Planos de Negcios

    por Categoria sejam bem sucedidos

    Uma equipe qualificada para apoiar o esforo de Gerenciamento por Categorias junto nossa

    organizao

    Cortesia de The Partnering Group

  • 41

    O Componente Bsico: Estratgia

    Estratgias departamentais do varejista

    Estas estratgias corporativas so traduzidas em estratgias paralelas

    departamentais (mercearia, produtos e higiene e beleza/mercadorias em

    geral, produtos perecveis etc.). No departamento de mercearia, por exemplo,

    quaisquer diferenas nas estratgias corporativas para consumidores-alvo,

    posicionamento competitivo ou estratgias especficas de marketing (p.ex.,

    sortimento, preos etc.) so especificadas e declaradas com clareza para que

    sejam consistentes com as estratgias corporativas.

    Este vnculo corporao-para-departamento das estratgias do varejista

    fornece a estrutura estratgica necessria para ligar as estratgias no nvel de

    categorias quelas no nvel mais elevado por meio dos Planos de Negcios por

    Categoria.

    vnCuloS dE EStRatGia do FoRnECEdoR

    Da mesma forma, os fornecedores devem reconhecer os vnculos

    estratgicos entre sua misso, metas e estratgias e aqueles de seus clientes no

    varejo e, em ltima anlise, os do consumidor.

    Esses vnculos no lado do fornecedor so retratados no Quadro 7.

  • 42

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    ExEMPlo 1: FoRnECEdoR dE bEnS dE ConSuMo

    Forneceremos produtos de qualidade e valor superiores que melhor satisfaam as necessidades

    dos consumidores em todo o mundo. Alcanaremos este objetivo atravs de uma organizao e

    ambiente de trabalho que atraiam os melhores recursos humanos, desenvolvendo e desafiando

    talentos individuais, encorajando cooperao livre e vigorosa para impulsionar o negcio, mantendo

    os princpios histricos da empresa de integridade e honestidade.

    Atravs da busca do sucesso de nosso compromisso, esperamos que nossas marcas obtenham

    liderana, participao e lucro e, como resultado, que nosso negcio, nosso pessoal, nossos

    acionistas e as comunidades em que vivemos e trabalhamos prosperem.

    Desenvolveremos uma compreenso superior dos consumidores e suas necessidades. Este

    o fundamento e o impulso para gerar os benefcios e valor superiores que os consumidores

    procuram em nossas marcas.

    Desenvolveremos estratgias e planos capazes de nos dar a vantagem competitiva necessria

    para atender aos nossos objetivos de negcio.

    Criaremos e ofereceremos produtos e embalagens para todas as nossas marcas, o que

    proporciona forosa vantagem sobre o concorrente ao trazer para os consumidores benefcios

    superiores que melhor satisfazem suas necessidades. Para tal, seremos o lder mundial na cincia e

    tecnologia pertinentes s nossas categorias.

    Procuraremos vantagens competitivas significativas e sustentveis em qualidade, custo e

    servio na totalidade de nossos sistemas de abastecimento e entrega, de modo a cumprir nossos

    objetivos de negcio.

    Teremos marketing superior e criativo para todas as nossas marcas. Teremos programas

    superiores e duradouros de material de publicidade e promoo, caracterizados por sua criatividade,

    eficcia e eficincia.

    Desenvolveremos relacionamentos ntimos e mutuamente produtivos com nossos clientes

    comerciais e nossos fornecedores. Trabalharemos com estes parceiros de modo mutuamente

    benfico.

    Cortesia de The Partnering Group

    Cortesia de The Partnering Group

  • 43

    O Componente Bsico: Estratgia

    RESuMo

    A experincia na maioria dos pases tem demonstrado que muito poucos

    varejistas e nem todos os fornecedores possuem uma estrutura estratgica

    bemdefinida conforme descrito neste relatrio. Tampouco possuem conexes

    eficientes de estratgia corporao-para-categoria. Em especial, os varejistas

    tendem a negligenciar a importncia de uma estratgia corporativa

    bemdefinida e implementada. Um nmero demasiado de varejistas limitam

    sua estratgia competitividade preos com concorrentes-alvo em cada

    categoria para cada produto - uma batalha que, simplesmente, no podem

    ganhar. O Gerenciamento por Categorias oferece aos varejistas um meio de

    gerenciar seus negcios de maneira mais estratgica e de escolher aquelas

    categorias e produtos em que faz sentido brigar com base em preos. Para

    outras categorias e produtos em que o consumidor menos sensvel a preo,

    o Gerenciamento por Categorias ajuda varejistas e fabricantes a desenvolver

    outros mtodos (que no baseados em preos), para que sejam a melhor opo

    para o consumidor, e ainda assim alcancem resultados rentveis para o negcio.

    O Gerenciamento por Categorias um processo de gerenciamento

    estratgico contnuo, no apenas um projeto ou programa isolado. Ele

    se torna um elemento-chave no que se refere a como um varejista ou um

    fornecedor vai ao mercado para conseguir valor superior para o consumidor.

    Sendo assim, vnculos lgicos devem ser criados entre corporao/diviso/

    departamento/marca e estratgias no nvel de categorias. Estes se tornam

    os vnculos estratgicos essenciais por meio dos quais ocorrem a consistncia

    na tomada de deciso e a alocao de recursos. Para que o Gerenciamento

    por Categorias tenha sucesso, a alta gerncia deve liderar e supervisionar

    a criao desses vnculos. O papel dos que tomam as decises no nvel de

    categoria torna-se, ento, o de assegurar que categorias, marcas e SKUs sejam

    gerenciados em conjunto com estas diretrizes estratgicas globais. Sendo

    um processo de gerenciamento estratgico contnuo, o Gerenciamento por

    Categorias simplesmente no ser eficaz a no ser que esses vnculos de nvel

    mais alto sejam devidamente criados.

  • 44

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    baStidoRES

    Este material retrata a experincia prtica vivida pelas empresas que

    participaram dos pilotos. O objetivo fornecer uma viso do Gerenciamento

    por Categorias mais adaptado realidade brasileira. Os textos so um

    resumo da opinio dos participantes, sendo que foram acrescentados, entre

    aspas, os depoimentos mais relevantes de cada etapa do processo.

    Houve o comprometimento das empresas , o que garantiu prioridade nas

    aes e ritmo no andamento do trabalho. A comunicao e entendimento do

    processo junto s reas de suporte so de extrema importncia, pois s assim as

    pessoas estaro mais preparadas para colaborar quando for necessrio. A troca

    de experincias e informaes entre os vrios departamentos internos foi fator

    crtico de sucesso no incio do piloto.

    Ficou evidente que o Gerenciamento por Categorias traz para dentro

    da empresa uma nova forma de pensar, de agir, e, desta forma, no

    possvel implementar este processo sem repensar a estratgia e estrutura.

    Compreender todos os impactos na estrutura da empresa, tanto na gesto

    como na operao, muito importante. Muitas perguntas precisam ser

    respondidas para se ter ento esta compreenso. Com tudo analisado,

    montamos um plano de mudanas que envolveu o desenho do modelo do

    novo negcio, novo organograma da empresa, investimentos necessrios em

    pessoal, informtica e cultura organizacional alm de um cronograma geral e

    metas de implantao.

    A etapa de alinhamento das estratgias serviu como um aquecimento

    para ambas as partes, em que foi possvel integrar todos os participantes nos

    principais objetivos das empresas fornecedor e varejista, e garantir foco

    e ateno nos assuntos mais estratgicos, base para o Gerenciamento de

    Categorias. O alinhamento dos Planos Estratgicos de ambas as empresas o

    ponto de partida do processo, que se estende por uma profunda avaliao dos

    indicadores de desempenho de cada negcio.

    Ainda nesta etapa identificamos como um benefcio o fato de as

    organizaes comearem a enxergar pontos que so esquecidos no dia-a-dia

    , alm de ter a oportunidade de revisar as estratgias individuais de cada rea,

    alinhando todas em direo a um mesmo objetivo. No trabalho do piloto

    houve uma sinergia entre os objetivos e metas dos parceiros, o que fortaleceu e

    contribuiu para um incio mais integrado no processo.

  • 45

    O Componente Bsico: Estratgia

  • 4

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    cAPtulo.3o.comPonente.Bsico:.Processo.de.negcios

  • 4

    O Componente Bsico: Processo de Negcios

    o processo de negcios do Gerenciamento por Categorias

    um conjunto estruturado de atividades em etapas projetado para

    produzir um resultado especfico para os parceiros comerciais e seus

    consumidores o desenvolvimento e implementao de um Plano de

    negcios de uma Categoria.

    O processo de negcios do Gerenciamento por Categorias , portanto, uma

    ordem especfica de atividades de trabalho, com comeo, fim e contribuies

    e resultados claramente identificados. A menos que os participantes (por

    exemplo, varejista e fornecedores) consigam acertar um padro de acordo com

    o qual estruturar o trabalho, muito difcil aperfeioar ou operacionalizar

    sistematicamente o trabalho por meio de prticas rotineiras com base nas quais

    os parceiros comerciais fazem negcios.

    Fornecedores e varejistas bemsucedidos devem, evidentemente, oferecer

    produtos e/ou servios de qualidade e empregar processos produtivos de

    negcio para produzi-los e vend-los. Entretanto, marketing cooperativo

    varejista-fornecedor, abastecimento de produto e processos de trabalho

    administrativos representam importantes oportunidades para desenvolvimento.

    O processo de Gerenciamento por Categorias cria um equilbrio entre

    investimentos em produtos e processos, dando ateno a atividades de trabalho

    por todo o sistema, do fornecedor para o varejista para o consumidor.

    Finalmente, embora fornecedor e varejista possuam organizaes separadas,

    aptides diferentes e papis diferentes a desempenhar em Gerenciamento por

    Categorias, o processo em si e deve ser o mesmo para ambos os parceiros

    comerciais. Sem um processo comum, as partes raramente desenvolvem Planos

    de Negcios para as Categorias de alta qualidade. O processo torna-se uma

    linguagem comum e um mapa do caminho, permitindo que ambos os parceiros

    contribuam de forma eficiente com suas habilidades exclusivas para vantagens

    mtuas.

  • 4

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    aS boaS PRtiCaS do PRoCESSo dE nEGCioS dE GEREnCiaMEnto PoR

    CatEGoRiaS PoSSuEM vRiaS CaRaCtERStiCaS. So ElaS:

    1. O processo de negcios do Gerenciamento por Categorias adota o

    ponto de vista do consumidor. a estrutura pela qual fornecedor e varejista

    fazem o que necessrio para gerar valor para seus consumidores. Como

    os consumidores so os rbitros finais do projeto de processo de trabalho e

    desempenho contnuo, eles so representados por meio de todas as fases do

    processo de negcios de Gerenciamento por Categorias.

    2. O processo de negcios de Gerenciamento por Categorias tambm definiu

    com clareza os donos do processo, i.., indivduos com responsabilidade

    nitidamente atribuda para projetar e executar e para assegurar que as

    necessidades de consumidor, fornecedor e varejista sejam atendidas.

    3. O processo de negcios proporciona formato e linguagem comuns

    a ambos - varejista e fornecedor. Se fornecedores e varejistas seguirem

    processos significativamente diferentes, perde-se muito valor. O processo

    uma forma poderosa de linguagem comum que une os objetivos de negcios

    do fornecedor e do varejista visando melhores resultados e valor para o

    consumidor.

    4. Como foi enfatizado na seo anterior, o processo de negcios guiado

    pelas estratgias departamentais/divisionais e corporativas do varejista e do

    fornecedor. Essas estratgias orientam as decises necessrias para completar o

    processo de negcios de Gerenciamento por Categorias.

    5. O processo de negcios apia fortemente tanto o desenvolvimento

    quanto a implementao de Planos de Negcios das Categorias. Planos de

    negcios bemdesenvolvidos, porm mal executados, no produzem nem valor

    para o consumidor nem melhores resultados.

    6. O processo de negcios fornece a plataforma para alavancar habilidade/

    recursos do fornecedor e do varejista.

    7. O processo de negcios estimula o aprimoramento contnuo por meio

    de refinamento constante dos dados e planos das categorias. O produto do

    processo de negcios (por exemplo, o Plano de Negcios da Categoria formal e

    por escrito) avaliado, monitorado e refinado periodicamente.

    Os oito passos do processo de Planejamento de Negcios de uma Categoria

  • 4

    O Componente Bsico: Processo de Negcios

    esto ilustrados no Quadro 1.

    A prxima seo deste relatrio descreve cada um dos oito passos com

    mais detalhes. So explicados o objetivo de se realizar cada passo e o trabalho

    envolvido para sua concluso. So tambm fornecidos exemplos dos resultados

    de cada passo.

  • 50

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    3.1definio.dA.cAtegoriA

  • 51

    O Componente Bsico: Processo de Negcios

    objEtivo

    A Definio da Categoria o passo inicial e essencial do processo de

    Planejamento de Negcios de uma Categoria. O modo como a unidade de

    negcios da categoria definido tem uma influncia significativa em todos os

    demais passos. Existem aqui dois objetivos. O primeiro define a seleo dos

    SKUs especficos que formaro a categoria. O segundo define a estrutura, ou

    segmentao, dentro da categoria. fundamental para o Gerenciamento por

    Categorias que haja um acordo quanto definio e estrutura apropriadas para

    uma categoria. Alguns benefcios-chave so descritos abaixo:

    1. Melhor alinhamento do varejista/fornecedor com o consumidor

    Historicamente, a definio de muitas categorias foi orientada por definies

    de departamento (por exemplo, refeies congeladas, delicatessen, carnes

    etc.), de sistemas de distribuio (por exemplo, entrega direta na loja, depsito,

    refrigerados etc.), ou de dados de terceiros. No Gerenciamento por Categorias,

    a base apropriada para uma definio de categoria comea com o consumidor:

    Como consumidores definiriam a categoria, subcategorias e segmentos com

    base em suas necessidades e como tomam decises de compra nesta categoria

    para satisfazer suas necessidades?

    2. Melhor alinhamento varejista-fornecedor

  • 52

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    O fato de co-definir a categoria com base na dinmica do consumidor ajuda

    varejistas e fornecedores a chegar a uma definio comum que serve como

    fundamento para planejamento cooperativo de negcios.

    3. novas perspectivas

    A experincia tem mostrado que fornecedores e varejistas freqentemente

    tm novas e significativas perspectivas da categoria ao completar o trabalho

    de definio da categoria. Este passo importante do processo pode destacar

    concorrentes que passaram despercebidos ou outras oportunidades dentro da

    categoria que tenham sido esquecidas no passado.

    Antes de comear o processo de definio de categoria, varejista e

    fornecedor deveriam entrar em acordo quanto definio da palavra

    categoria. A definio de uma categoria em Boas Prticas a seguinte:

    um grupo distinto e gerencivel de produtos/servios

    que consumidores percebem ser inter-relacionados

    e/ou substituveis na satisfao de suas necessidades.

    DEFININDO A CATEGORIA

    O trabalho de definio de uma categoria normalmente realizado pelo

    Gerente de Categoria do varejista e o representante do fornecedor participando

    do processo de planejamento de negcio por categoria. O departamento

    de pesquisa de mercado do fornecedor geralmente desempenha um papel

    significativo ao fornecer informaes do consumidor para apoiar a definio

    da categoria selecionada. Esta definio deve ser aprovada pelo gerente de

    departamento do varejista.

    O conhecimento do fornecedor sobre categoria e consumidor geralmente

    desempenha um papel-chave no desenvolvimento de uma definio e

    segmentao/estrutura apropriadas da categoria. A pesquisa do fornecedor

    sobre o consumidor muitas vezes a principal fonte desta informao. Muitos

    fornecedores fizeram pesados investimentos em pesquisas para compreender

    hbitos, necessidades e desejos do consumidor. Isto lhes d uma perspectiva

    nica para compreender a definio do consumidor da categoria e sua estrutura

    (i.., a maneira como o consumidor organiza as formas, sabores, opes de

    preo, tamanhos etc. do produto, quando compra e usa a categoria). Como

    fornecedores geralmente tm estes dados, eles podem traz-los e apresentar

    ao varejista sua viso do modo como o consumidor define e organiza a

    categoria (estruturas e segmentos).

    O Quadro 2 na prxima pgina ilustra um processo simples freqentemente

    usado para selecionar SKUs que so combinadas para determinar uma definio

  • 53

    O Componente Bsico: Processo de Negcios

    apropriada de categoria. Ele fornece um exemplo do uso deste processo

    para definio da categoria de produtos para lavar loua. Comeando pela

    necessidade do consumidor (neste caso, ter a loua limpa), todos os produtos/

    grupos de produtos que oferecem uma soluo para esta necessidade so

    determinados. No prximo passo, realiza-se uma pesquisa junto ao consumidor

    para descobrir o que ele v como produtos inter-relacionados e substituveis

    que atendam necessidade de loua limpa. Neste exemplo, a pesquisa mostrou

    que consumidores no vem pratos de papel e refeies congeladas como

    produtos inter-relacionados ou substituveis com relao a suas necessidades

    de loua limpa. No prximo passo, o varejista define o que capaz de gerenciar

    em conjunto. Na estrutura original do varejista, escorredor de pratos, pano de

    pratos e produtos para enxaguar foram gerenciados em um departamento

    diferente. Como o processo de definio desta categoria foi realizado

    num estgio inicial de implementao do Gerenciamento por Categorias,

    o varejista decidiu no combinar estes produtos em uma nica categoria,

    mas sim continuar a trat-los em departamentos separados. Entretanto, ele

    agora estava ciente das oportunidades e da necessidade de uma estrutura

    organizacional diferente baseada em definies de categoria mais orientadas

    para o consumidor. No prximo passo do processo de definio (descendo no

    funil no quadro 2), o varejista e o fabricante verificam se os produtos restantes

    na categoria (neste caso, detergente lquido e detergente para lava-louas) so

    mensurveis e gerenciveis. Na prtica, eles verificam se a informao necessria

    para o Gerenciamento por Categorias pode ser obtida de seus atuais sistemas

    de informao ou dos provedores de dados de pesquisa de mercado contnua.

    Os produtos que passam por esta ltima verificao constituem a categoria.

    Tipicamente, o resultado deste processo de definio consiste numa lista de

    SKUs ou grupos de produtos que fazem parte da categoria e uma lista de

    produtos que dela no fazem parte.

    No existe uma definio padro nica para nenhuma categoria. Uma categoria

    pode ser definida em termos restritos ou amplos, dependendo de muitos fatores.

    O exemplo seguinte (Quadro 3) ilustra diferentes definies de categoria possveis

  • 54

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    para refrigerantes. A categoria de refrigerantes, se definida de forma bastante

    restrita, incluiria apenas Colas e outras bebidas carbonatadas. Em uma definio mais

    ampla, incluiria gua mineral com gs, etc. O resultado do processo de definio de

    categoria decidir o que deve ou no ser includo na categoria. O fator-chave a ser

    considerado na deciso do que deve ou no ser includo na categoria a perspectiva

    do consumidor: ao tomar uma deciso de compra para satisfazer uma necessidade,

    que opes esto no conjunto de deciso do consumidor?

    Em ltima anlise, o varejista responsvel por gerenciar a categoria

    definida. O varejista apresenta duas importantes informaes:

    1. Como ele define a categoria atualmente (p.ex., planograma, cdigos dos

    itens, responsabilidade do comprador/gerente de categoria etc.).

    2. O que vivel / gerencivel.

    Embora as atuais definies de muitas categorias possam no ser adequadas,

    a mudana dessas definies deve trazer mais benefcios que custos. Embora o

    Gerenciamento por Categorias implique gerenciar mais que SKUs, fornecedores

    ou marcas, ele no recomenda gerenciar categorias que no sejam

    gerenciveis.

  • 55

    O Componente Bsico: Processo de Negcios

    Mediante a aplicao desta metodologia, as definies de categoria

    esto mudando. Alguns exemplos so a categoria de produtos para animais

    domsticos, que combina alimentos e acessrios; e a categoria de produtos

    para bebs, que compreende alimentos, fraldas, frmulas e acessrios.

    ESTRUTURA DA CATEGORIA - A RVORE DE DECISO DO CONSUMIDOR

    A estrutura da categoria a identificao de suas subcategorias-chave,

    segmentos e subsegmentos (o Quadro 4 apresenta um exemplo). Trabalhos

    realizados at hoje indicam que h diversos meios para determinar a estrutura

    da categoria. Cada categoria diferente. Em algumas, as subcategorias sero

    constitudas por diferentes formas de produtos (por exemplo, desodorantes

    roll-on, em basto, spray); em outras, uma subcategoria pode ser um usurio

    final (por exemplo, ces vs. gatos, adultos vs. crianas etc.); em outras, uma

    subcategoria pode ser determinada por um ingrediente (com cafena vs. sem

    cafena, light ou com acar etc.). Relaes de segmento e subsegmento,

    da mesma forma, variam de categoria para categoria. Muitos fornecedores

    tm realizado sofisticadas pesquisas, com mapas de percepo e condio de

    substituio que podem ajudar a entender a estrutura da categoria. A questo-

    chave que a estrutura de uma categoria reflita to proximamente quanto

    possvel o modo como o consumidor toma uma deciso quando compra dentro

    da categoria. Uma estrutura de categoria um mapa da rvore de deciso do

    consumidor.

    Os Quadros 5 e 6 mostram como o Gerenciamento por Categorias pode

    mudar a estrutura clssica de uma categoria passando para uma definio

    orientada para o consumidor. O Quadro 5 mostra a estrutura clssica da

  • 5

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    categoria de Alimentos para Animais Domsticos e a de Suprimentos e

    Acessrios para Animais Domsticos. Nestes varejistas, o consumidor encontra

    todos os alimentos para animais domsticos no departamento de mercearia e

    todos os suprimentos e acessrios para animais domsticos no departamento

    de noalimentos. Nesta abordagem, a tendncia gerenciar as duas categorias

    separadamente. Consumidores que possuem animais domsticos no pensam

    assim, e a rvore decisria do consumidor assim no se apresenta. Ao definir a

    categoria deste modo, o varejista pode estar negligenciando alguns segmentos,

    at mesmo subcategorias. Provavelmente ele tambm no auferir lucro pelas

    oportunidades multimercadorias entre alimentos e suprimentos para animais

    domsticos, que podem representar um modo altamente eficaz de aumentar a

    rentabilidade global da categoria e o tamanho das transaes.

    Uma abordagem de Gerenciamento por Categorias definiria a categoria

    e sua estrutura de forma diferente. Uma rvore de Deciso parcial do

    Consumidor para a categoria Cuidados com Animais Domsticos aparece

    no Quadro 6. Contudo, alimentos, suprimentos e acessrios para animais

    domsticos so gerenciados como uma categoria porque o consumidor

    entende que suprimentos e acessrios esto inter-relacionados com

    alimentos para animais domsticos ao tratar da sua necessidade de cuidar

    de seu animal. Conseqentemente, o nome da categoria Cuidados com

    Animais Domsticos. Qual agora o primeiro passo na rvore de deciso do

    consumidor? Pesquisas mostram que o tipo de animal o fator decisrio

  • 5

    O Componente Bsico: Processo de Negcios

    primordial e predominante no processo de deciso de compra. O fator decisrio

    seguinte o tipo de cuidado que o consumidor quer ter com seu animal. Para

    cachorros, isto significa alimentao, sade, acessrios ou guloseimas. A seguir

    vem ento a diferenciao entre tipos de alimentos: molhada, seca ou mida.

    O Quadro 5 mostra tambm que a definio e estrutura clssicas da categoria

    omitiu pssaros, pequenos animais e peixes. Como estas partes das categorias

    esto localizadas bem no topo da rvore do consumidor, este varejista pode ter

    perdido consumidores que possuem esses animais, pois no pde oferecer-lhes

    uma experincia em uma nica parada para compras. A definio e estrutura

    do Gerenciamento por Categorias para Cuidados com Animais Domsticos

    que aparecem no Quadro 6 so, claramente, muito mais orientadas para o

    consumidor. O gerenciamento de Cuidados com Animais Domsticos como

    uma categoria traz tambm novas oportunidades, tais como alimentos e

    suprimentos, mercadorias cruzadas em que os suprimentos apresentam

    margens brutas muito mais elevadas.

    PRoduto da dEFinio da CatEGoRia

    O produto deste primeiro passo do processo de Planejamento de Negcios

  • 5

    Gerenciamento por Categorias Melhores Prticas

    da Categoria o seguinte:

    1. Um nome especfico para a categoria relacionado ao benefcio ou soluo

    que a categoria traz para os consumidores.

    2. Uma definio dos produtos e SKUs que constituem a categoria.

    3. A estrutura/segmentao da categoria (p.ex., subcategorias, segmentos

    etc.) que reflete como os consumidores geralmente tomam decises de

    compras dentro da categoria (a rvore de deciso do consumidor).

    baStidoRES

    Este material retrata a experincia prtica vivida pelas empresas que

    participaram dos pilotos. O objetivo fornecer uma viso do Gerenciamento

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    O Componente Bsico: Processo de Negcios

    por Categorias mais adaptado realidade brasileira. Os textos so um

    resumo da opinio dos participantes, sendo que foram acrescentados, entre

    aspas , os depoimentos mais relevantes de cada etapa do processo.

    Antes de entrar na etapa de Definio da Categoria, necessrio escolher

    qual o fornecedor que ir atuar como Capito da Categoria. Apesar de o

    trabalho nos pilotos no ter passado por esta definio, vale a pena destacar

    que o Varejista deve considerar alguns pontos importantes para ajudar nesta

    deciso. Acreditamos que existem alguns critrios que devem ser analisados

    para escolher o fornecedor lder ou parceirochave:

    Importncia financeira de cada fornecedor na categoria (resultados

    apresentados)

    Nmero de marcas lderes de mercado dentro da categoria

    Grau de tecnologia de informao sobre a categoria

    Valor do investimento em marketing anual na categoria

    Posio elevada (1 ou 2) do fornecedor no ranking geral de

    relacionamento e confiana profissional dentro da categoria

    Grau de interesse do fornecedor no desenvolvimento da categoria no

    mercado do varejista

    Mesmo