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edetização de Brocas Como vivem As brocas são freqüentemente confundidas com os cupins, especialmente com os cupins de madeira seca, por também expelirem resíduos das peças atacadas. Entretanto, as brocas de madeira diferem dos cupins em vários aspectos, dos quais ressaltaremos três. Brocas de madeira e cupins são dois grupos taxonomicamente distintos. As brocas, cujos adultos são os besouros, pertencem à ordem dos Coleópteros, enquanto os cupins, cujos adultos são conhecidos como siriris ou aleluias, pertencem à ordem dos Isópteros. Diferentemente dos cupins, as brocas de madeira não são insetos sociais. Uma madeira atacada por brocas pode conter dezenas ou centenas de indivíduos, entretanto cada um vive independentemente do outro. O desenvolvimento pós-embrionário, período que vai desde a eclosão dos ovos até o indivíduo adulto, é também diferente entre esses dois grupos de insetos. O desenvolvimento pós-embrionário nas brocas de madeira compreende quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto. A metamorfose, ou seja, a transformação da larva (inseto imaturo em adulto) dá-se em uma fase específica do desenvolvimento denominado de pupa, e no caso desses insetos é uma transformação total, originando um adulto completamente diferente do estágio larva. Larva da Broca O ataque por brocas de madeira se inicia quando a fêmea adulta deposita seus ovos na

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edetização de Brocas

Como vivem

As brocas são freqüentemente confundidas com os cupins, especialmente com os cupins de madeira seca, por também expelirem resíduos das peças atacadas. Entretanto, as brocas de madeira diferem dos cupins em vários aspectos, dos quais

ressaltaremos três.

Brocas de madeira e cupins são dois grupos taxonomicamente distintos. As brocas, cujos adultos são os besouros, pertencem à ordem dos Coleópteros, enquanto os cupins, cujos adultos são conhecidos como siriris ou aleluias, pertencem à ordem dos Isópteros.

Diferentemente dos cupins, as brocas de madeira não são insetos sociais. Uma madeira atacada por brocas pode conter dezenas ou centenas de indivíduos,

entretanto cada um vive independentemente do outro.

O desenvolvimento pós-embrionário, período que vai desde a eclosão dos ovos até o indivíduo adulto, é também diferente entre esses dois grupos de insetos. O desenvolvimento pós-embrionário nas brocas de madeira compreende quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto. A metamorfose, ou seja, a transformação da larva (inseto imaturo em adulto) dá-se em uma fase específica do desenvolvimento denominado de pupa, e no caso desses insetos é uma transformação total, originando um adulto completamente diferente do estágio larva.

Larva da Broca

O ataque por brocas de madeira se inicia quando a fêmea adulta deposita seus ovos na madeira. Desses ovos eclodem as larvas, que irão se alimentar daquele substrato até atingirem o estágio de pupa, quando então se transformam em adultos. A fase larval é a mais longa da vida do

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inseto e a principal responsável pelos danos causados à madeira. Uma vez transformados em adultos, e essa transformação dá-se em geral próximo à superfície, as brocas perfuram a madeira e saem para o meio externo. Fora da madeira, machos e fêmeas se encontram e se acasalam. As fêmeas voltam a depositar seus ovos ou na mesma peça de madeira ou em outra.

A época em que os adultos saem da madeira é quando mais facilmente, percebemos o ataque. Observa-se um orifício em torno do qual, encontramos acumulada uma serragem também denominada de resíduo ou pó de broca, que é resultante da escavação feita pelo adulto para sair da madeira.

A madeira seca, apresentando teores de umidade abaixo de 30%, é a condição da maioria das madeiras em uso pelo homem. Insetos das famílias Anobilidae e Lyctidae são as principaisbrocas que atacam a madeira nessas condições.

Anobídeos

As brocas da família anobílidae apresentam hábitos alimentares variados, podendo atacar sementes e caules de várias plantas e produtos manufaturados de origem vegetal e animal (madeira, livro, etc).

Espécies de brocas dos gêneros Anobium e Trycorinus são representantes mais freqüentemente encontrados atacando madeiras, enquanto que em bibliotecas encontramos principalmente brocas do gênero Falsogastrallus e também de Trycorinus.

Para a postura dos ovos, a fêmea desses insetos (broca), procura geralmente na madeira bruta (não polida), pequenas frestas ou antigos orifícios de emergência. Substratos relativamente moles ou felpudos são também preferidos para a postura de ovos. A fêmea coloca, em média, cerca de 30 ovos. As larvas eclodem entre 14 a 18 dias após a postura. A fase larval dura aproximadamente um ano, a de pupa cerca de três semanas e o adulto em torno de um mês.

Lyctídeos

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Diferentemente dos anobídeos, a broca da família Lyctidae é essencialmente xilófaga. O amido, principal fonte de alimento desses insetos, é encontrado principalmente na região de alburno das madeiras. Madeiras ricas em amido, como é o caso da virola, são preferidas pelos lictídeos.

Dentre as brocas de madeira, os lictídeos são os que toleram os mais baixos teores de umidade, tendo sido registrado sua presença em madeiras com 7% de umidade.

Os lictídeos mais freqüentemente encontrados entre nós são espécies do gênero Lyctus e Minthea. O ataque de lictídeos é facilmente reconhecido pelo resíduo muito fino, semelhante ao talco, que é expelido pelo orifício de emergência do adulto. A fêmea deposita os ovos no lúmen dos vasos de madeira, que antes é testada quanto à quantidade de amido. Portanto, a quantidade de amido, o número de vasos e o tamanho do lúmen são fatores fundamentais para determinar a susceptibilidade de uma madeira ao ataque de lictídeos.

A duração do ciclo de vida é muito variável. Em condições ótimas de temperatura, umidade e qualidade nutritiva da madeira, a duração do ciclo de vida pode ser de apenas quatro meses.

Combate e controle

Ao entrar em contato com a PEST CONTROLL, estarão sendo disponibilizados os mais variados recursos para que o combate e controle de brocas sejam resolvidos de forma rápida, eficiente e com excelente relação custo/benefício.

Visando a segurança e tranqüilidade de nossos clientes, os produtos possuem baixa toxicidade para o homem, aves e animais domésticos, o que descarta a possibilidade de longos períodos de ausência dos locais imunizados.

Etapas do tratamento: Descupinização contra brocas

Inspeção do local - Inspeção é o primeiro passo, nesta deve-se avaliar o grau, tipo e local de infestação;

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Tratamento (técnica a ser adotada) - As peças infestadas devem ser tratadas separadamente, usando o método de injeção e pulverização através dos orifícios feitos pela própria broca. A calda inseticida é injetada em cada orifício através de um equipamento de alta pressão, fazendo com que o inseticida percorra todo o caminho criado na madeira e imunize a peça tratada;

Selecionar produtos – Os tipos de inseticidas e as quantidades que deverão ser utilizados, vão depender do tamanho da infestação;

Selecionar equipamentos – Os equipamentos que serão utilizados, vão depender das áreas a serem tratadas.

A Vida das Brocas de Madeira

As brocas de madeira não podem ser confundidas com os cupins que também atacam este material.

Os cupins são um grupo de insetos sociais que pertence à ordem Isoptera e que vive em colônias. Já as brocas, que são a fase larval dos besouros, geralmente seguem o lema “cada um por si”, ou seja, vivem independentemente umas das outras.

Nos coleópteros o desenvolvimento é chamado do tipo holometábolo. Isto significa que estes coleópteros apresentam a chamada metamorfose completa ao longo de seu desenvolvimento.

Mas... o que é metamorfose completa?!

Dizer que um inseto apresenta metamorfose completa quer dizer que o seu desenvolvimento possui as fases de ovo, larva, pupa e adulto. Então, uma fêmea adulta deposita seus ovos e, destes ovos nascem as larvas. Estas larvas, depois de um certo tempo, vão se transformar em pupas, fase em que ficam inertes. Lá dentro da pupa, ocorre a transformação para adulto, ou melhor, a metamorfose. Os adultos, então, saem de seus casulos e estão prontos para se acasalar e produzir mais ovos, começando novamente todo o ciclo.

O ataque por brocas de madeira se inicia justamente quando a fêmea adulta deposita seus ovos na madeira. As larvas que nascerem desses ovos vão se alimentar da madeira até atingirem o estágio de pupa. A partir daí, as pupas se transformam em adultos. A fase larval é a mais longa da vida destes insetos e a principal responsável pelos danos causados à madeira. Uma vez transformados em adultos, os insetos perfuram a madeira e saem para o meio externo. A saída dos adultos da madeira é facilitada porque a transformação das pupas em adultos

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ocorre, geralmente, próxima à superfície, e, dessa maneira, os adultos não precisam cavar muito para sair. Uma vez fora da madeira, os machos e fêmeas se encontram, se acasalam, e as fêmeas voltam a depositar seus ovos, seja na mesma peça de madeira ou em outra.

A época em que os adultos saem da madeira é quando, de maneira mais fácil, podemos perceber o ataque pelas brocas. Observamos um pequeno orifício e, em volta dele, ou nas suas proximidades, encontramos acumulada uma serragem, também chamada de resíduo ou pó de broca. Esta serragem é resultado da escavação feita pelo adulto para sair da madeira. Nesta fase, o ataque pelas brocas de madeira pode ser freqüentemente confundido com o ataque de cupins de madeira seca. Porém, não há razão para essa confusão, é só reparar bem: as fezes eliminadas pelos cupins são perfeitamente diferentes dos resíduos que são produzidos pelas brocas.

A madeira é a fonte de alimento para a maioria da brocas, principalmente o amido que está presente nessa madeira. Além da quantidade e qualidade dos nutrientes presentes na madeira, o desenvolvimento desses insetos também é influenciado por outros fatores, principalmente umidade e temperatura, em maior ou menor grau dependendo da espécie de broca. Desde a árvore viva até a madeira em uso, diferentes grupos de brocas atacam a madeira, nas diferentes fases do seu beneficiamento. Assim, apesar da enorme variedade de espécies de brocas, podemos de uma maneira muito prática, agrupar estes coleópteros em três grupos definidos conforme o estágio em que a madeira se encontra, o qual está diretamente relacionado com o seu teor de umidade. Essa classificação considera o hábito mais freqüente dentro de cada grupo. Mas, como sempre existem exceções, essa classificação não se aplica, necessariamente, a todas as espécies de um mesmo grupo.

Brocas que atacam a árvore viva ou recém abatida

Quando a árvore encontra-se viva ou foi abatida há pouco tempo, a madeira apresenta alto teor de umidade. As brocas que atacam a madeira nessas condições são principalmente os coleópteros das famílias Cerambycidae, Platypodidae e Scolytidae.

 Cerambicídeos

Os cerambicídeos (Família Cerambycidae) são conhecidos como “serra-paus”. Suas larvas que atacam os caules de árvores vivas, mas também podem ser encontrados atacando árvores recém abatidas e madeiras apodrecidas, assim como também podem infestar madeiras macias. Quando adultos estes besouros podem ser reconhecidos facilmente: apresentam longas antenas, possuem coloração preto-azulada e medem de 12,7 a 19,0 mm de comprimento. Além disso, possuem diversas marcas brancas na parte superior das asas e das longas antenas.

As fêmeas dos cerambicídeos normalmente põem seus ovos nas fendas das toras ou troncos de madeira. As larvas eclodem e precisam de 3 a 5 anos ou até mais para chegar à idade adulta. Elas têm de 12,7 a 38,1 mm e são brancas,

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segmentadas, com uma cabeça alongada e de tom marrom. Cavam a madeira e vão construindo galerias irregulares. Nos momentos de silêncio, podemos ouvir um som seco ou de raspagem: é o barulho que as larvas fazem quando estão se alimentando. Os adultos saem através de um furo oval que cavam na madeira.

Dependendo da espécie de cerambicídeo, o ataque pode ficar restrito à porção logo abaixo da casca da árvore. Mas também pode penetrar no alburno (a parte mais externa do tronco de madeira) ou ainda ser mais profundo, atingindo o cerne (a parte central e mais resistente do tronco) da madeira. O cerambicídeo Hylotrupes bajulus é um sério problema nos países do hemisfério norte, no entanto, é uma broca de madeira seca. No Brasil esta espécie é encontrada desde o Estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul.

Como reconhecer madeiras infestadas por cerambicídeos?

Normalmente, os proprietários de residências só vêem os danos e não as brocas, o que muitas vezes os faz ter ataques de fúria ou desespero.

O dano na fase larval ocorre totalmente abaixo da superfície da madeira, onde as larvas cavam seus túneis, e por isso ficam “invisíveis” aos donos das residências. Entretanto, as fezes destes coleópteros ocupam mais espaço do que o volume de madeira que é consumido. Por isso, essas fezes preenchem totalmente os túneis, provocando um efeito de bolhas ou ondas na madeira, que pode ser percebido se observado com atenção. As fezes das larvas de cerambicídeos têm a forma de um pó fino, semelhante ao talco, e são encontradas compactadas de maneira não muito precisa nos túneis e em pequenas pilhas na parte de fora do buraco. Os furos de saída dos adultos são ovais e têm cerca de 6 a 9,5 mm de diâmetro.

 Platipodídeos e Escolitídeos

Quando a madeira recém-abatida contém ainda um elevado teor de umidade as brocas das famílias Platypodidae e Scolytidae são freqüentes. Pertencentes a esses grupos encontram-se também espécies que atacam árvores vivas, e que em algumas regiões do mundo representam um grande problema porque podem causar a morte da árvore.

A grande maioria dessas brocas são espécies que, ao mesmo tempo em que depositam seus ovos na madeira, introduzem também um tipo de fungo, que servirá como principal fonte de alimento para as suas larvas. Esses fungos, chamados de fungos de ambrósia, são os responsáveis por causar as manchas que vemos em volta dos orifícios e ao longo das galerias desses insetos. Mesmo quando o ataque não foi muito profundo, a grande quantidade de orifícios e galerias e as manchas causadas pelos fungos causam grande diminuição do valor da madeira. Tanto as brocas quanto os fungos utilizados por elas na sua alimentação precisam de alta umidade na madeira para seu desenvolvimento. Por isso, a madeira seca está livre do ataque desses insetos.

Brocas que infestam a madeira durante a secagem

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Nesta etapa, a madeira apresenta teores médios de umidade e o principal grupo de brocas que ataca a madeira nessa fase são os coleópteros representantes da família Bostrychidae.

 Bostriquídeos

Os bostriquídeos podem ser observados eclodindo (quer dizer, saindo por meio de seus furos) de madeiras secas ou que já estão em uso pelo homem. Isto ocorre porque esses insetos, embora infestem a madeira enquanto ela ainda está úmida, conseguem completar seu desenvolvimento na madeira quando ela já se encontra seca. Este é um fator que contribui muito para que esses insetos possam ser introduzidos em outras regiões, levados de um lugar para outro no interior de madeiras infestadas.

Os bostriquídeos adultos têm cerca de 3 a 19 mm de comprimento e apresentam coloração que vai desde o marrom avermelhado até o preto. O corpo destes insetos é alongado e cilíndrico, com um tórax robusto. A cabeça fica escondida pelo pronoto desde a parte superior. Mas... o que é pronoto? O pronoto é uma projeção rígida da primeira placa dorsal presente no tórax do inseto. As suas antenas são curtas e seus 3 ou 4 segmentos finais são serrilhados e ampliados. A larva dos bostriquídeos é branca, em forma de “C” e sem espinhos no corpo. Seu ciclo de vida dura cerca de 1 ano.

Os bostriquídeos atacam madeira macia e dura, especialmente pisos ainda não acabados, soleiras de janelas, móveis, etc. Uma curiosidade é que os itens de bambu são especialmente suscetíveis ao ataque de algumas espécies de bostriquídeos, como oDinoderus minutus. Esta espécie é uma praga de bambu amplamente distribuída, e ataca o bambu quando árvore viva e também causa muitos danos a móveis feitos de bambu.

Como reconhecer madeiras infestadas por bostriquídeos?

Os furos arredondados de saída dos bostriquídeos adultos têm de 3,2 a 4,8 mm de diâmetro. As suas fezes têm forma de uma espécie de serragem e se aglutinam, isto é, ficam grudadas juntas. As fezes são encontradas muito bem compactadas dentro das galerias, mas não são encontradas nos furos de entrada.

Representantes das quatro famílias anteriormente citadas - Cerambycidae, Platypodidae, Scolytidae e Bostrychidae - podem ser encontrados em habitações. Isto ocorre porque algumas dessas brocas conseguem completar seu ciclo de vida na madeira já seca, como o caso típico dos bostriquídeos. Outra razão, que pode ser ainda mais freqüente, é de que a madeira utilizada nesses casos não estava completamente seca, ou foi utilizada imediatamente após a secagem.

Brocas que atacam madeiras secas

A madeira seca geralmente apresenta teores de umidade abaixo de 30%. Esta é a condição da maioria das madeiras utilizadas pelo homem. Insetos coleópteros das famílias Anobiidae e Lyctidae são as principais brocas que atacam a madeira nessas

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condições.

 Anobiídeos

Os besouros da família Anobiidae apresentam hábitos alimentares variados, podendo atacar sementes e caules de várias plantas, produtos manufaturados, sejam de origem vegetal ou animal, madeira, livros, etc. Espécies dos gêneros Anobium e Trycorinus são os representantes da família que são mais freqüentemente encontrados atacando madeiras, como o besouro cosmopolita Anobium punctatum. Esta espécie é uma praga doméstica bem conhecida por atacar móveis. Já em bibliotecas, encontramos principalmente brocas do gênero Falsogastrallus e também de Trycorinus.

Figura 2. Adulto e larva de Anobiidae

Os anobídeos normalmente têm de 1,6 a 6,3 milímetros de comprimento e são de cor parda mais ou menos escura e geralmente uniforme, variando do marrom avermelhado ou marrom acinzentado ao marrom escuro. O corpo é cilíndrico, alongado e coberto de uma espécie de pêlos finos. Quando olhamos um anobídeo de cima, podemos pensar: “Nossa, um besourinho sem cabeça!”. Calma, os anobídeos têm cabeça, sim! Ela é coberta pelo pronoto desde a parte superior e muito inclinada para baixo, tornando-se invisível quando se examina o inseto de cima. Os últimos três segmentos das antenas normalmente são compridos e largos.

Figura 3. Vista superior de

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Anobiidae, destacando o pronoto cobrindo a cabeça

Hexarthrum ulkei é uma espécie de curculionídeo em que os adultos apresentam comprimento de 3 a 6 mm e possuem coloração que vai do marrom avermelhado ao marrom escuro. Também apresentam linhas profundas, como se fossem canaletas, ao longo de seus élitros. Esta espécie prefere atacar madeiras macias, como Pinus sp., e que estejam danificadas pela umidade. Por isso, este curculionídeo é geralmente encontrado em estruturas antigas, que estejam próximas a banheiros e outras áreas que ficam bastante expostas à água. O resíduo produzido pela atividade desta espécie é composto de minúsculas bolinhas ovais, e é levemente arenoso. Infestações deste curculionídeo normalmente ocorrem em lugares escondidos, e, por isso mesmo, os danos podem ser bastante extensivos. Eles podem infestar facilmente áreas que sejam propensas a apresentar alta umidade.

Já os adultos da espécie Euophryum sp., possuem de 2,5 a 5 mm de comprimento e são desde castanho-avermelhados a pretos. Suas larvas, além de serem castanho-claras, em forma de C e sem patas, são também enrugadas. Os ovos são depositados individualmente pela fêmea, em orifícios vazios. São brilhantes, brancos, flexíveis, achatados numa extremidade e eclodem em cerca de 16 dias. As larvas vivem, escavando túneis na madeira, durante um período que pode ir de seis meses a um ano. Transformam-se em pupa perto da superfície, e assim permanecem durante duas a três semanas. Os adultos, que emergem no verão – deixando seus orifícios de saída –, podem viver mais de um ano. Os danos causados por esse curculionídeo também estão associados a madeiras úmidas e em decomposição, principalmente madeiras atacadas por fungos. Porém, as infestações também podem se alastrar para madeiras saudáveis existentes nas proximidades.

Causas da infestação por brocas de madeira na construção civil

Dentre as causas que favorecem a instalação e a ação destes organismos deterioradores (ou seria desesperadores?), duas delas estão diretamente ligadas à construção civil:

 durante a construção, frequentemente são criadas condições favoráveis para a instalação e proliferação destes organismos deterioradores de madeira. Isso pode ocorrer, por exemplo, devido à falta de limpeza e tratamento prévio do terreno. A existência de restos de madeira infestados e deixados nos aterros e fundações da edificação também ajuda, além da não remoção de madeiras de uso temporário durante a obra, como formas de concreto;

 o emprego indiscriminado de madeiras de baixa resistência natural, sem um devido tratamento de preservação, também facilita a instalação e a ação destes organismos deterioradores.

- Cupim e Broca

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Cupins são pequenos insetos da ordem Isoptera, que vivem em sociedade como as formigas e abelhas, e são capazes de destruir madeiras.

A colônia é uma sociedade bem organizada, onde os indivíduos estão subdivididos em castas e exercem as funções bem definidas descritas a seguir:

Os reprodutores com asas saem do ninho na época das revoadas com a finalidade de fundar novas colônias. Os insetos alados (com asas) são denominados "siriris" ou aleluias, e as revoadas ocorrem nos meses da primavera e do verão, geralmente nas tardes quentes. Após a revoada, os insetos destacam as asas e formam-se os casais que procuram locais ocultos e propícios para acasalamento e formação de nova colônia.

Os operários executam as tarefas básicas, como o cuidado com os ovos e filhotes, construção do ninho e dos túneis e obtenção do alimento para a colônia.

Os soldados têm a cabeça e as mandíbulas desenvolvidas e são responsáveis pela defesa da colônia. São agressivos e os primeiros a se apresentar para o combate quando a colônia é perturbada.

Nem só o cupim ataca a madeira.

Além dos cupins, existem as BROCAS de madeira que também podem causar estragos neste material. As brocas são pequenos insetos da ordem Coleóptera, que é o grupo dos besouros. Este é o maior grupo dos insetos, com mais de 250.000 espécies, distribuídas em diversas famílias. Entre estas, duas têm importância como destruidoras de madeira na cidade de São Paulo: a família ANOBIIDAE e a família LYCTIDAE.

ANOBIIDAE

Os insetos desta família atacam a madeira seca, sendo comuns em armários embutidos, em móveis diversos, especialmente aqueles construídos com pinho e em acessórios artesanais constituídos de madeiras, palhas ou fibras. Atacam também adornos constituídos de grãos ou sementes. Os adultos mais comuns dessa família são pequenos besouros ovalados, de aproximadamente 4mm de comprimento e coloração castanho escuro. Algumas espécies desta família, além de atacar a madeira, também atacam o papel, sendo denominadas por isso de "brocas de livros".

Nas peças atacadas pode-se observar pequenos orifícios com cerca de 1.5 a 2mm de diâmetro, por onde é liberado um resíduo seco, ligeiramente granulado, porém mais fino do que o de cupins de madeira seca.

LYCTIDAE

As brocas dessa família atacam apenas o alburno (brancal) de madeiras secas com vasos (poros) de grande diâmetro, como o Virola, o Angelim, a Cerejeira, etc. Costumam atacar os compensados mais baratos que não recebem tratamento preventivo durante sua

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fabricação. Não atacam o Pinho, que é uma madeira muito atacada pelos cupins e pelos anobídeos porque esta madeira não tem poros grandes. Os adultos mais comuns desta família são pequenos besouros de corpo fino e alongado medindo de 3 a 6mm de comprimento, de coloração castanho avermelhado. O resíduo produzido pelos insetos é um pó muito fino, com textura semelhante a do talco.

CICLO DE VIDA

Tanto as brocas da família Lyctidae como as da Anobiidae apresentam um ciclo de vida subdividido em quatro estágios: ovo, larva, pupa e adulto. A fêmea fecundada põe ovos na madeira: no caso de Anobiidae em frestas, orifícios ou superfícies grosseiras; e no caso dos Lyctidae, apenas no interior dos vasos da madeira, abrindo galerias no seu interior. A larva se alimenta da madeira e depois de alguns meses está bem desenvolvida e passa para o estágio de pupa, quando o inseto torna-se inativo, deixando de se alimentar. A pupa sofre grandes transformações que resultam no inseto adulto, que é um pequeno besouro que perfura a superfície da madeira e sai ao meio externo para procriar. As fêmeas fecundadas voltam a por ovos na madeira, completando-se assim o ciclo.

O cupim não ataca somente a madeira.

Os cupins que infestam as casas e edifícios se alimentam basicamente da madeira, mas também atacam outros materiais celulósicos como o papel e papelão, tecidos e outros materiais orgânicos (que são derivados de organismos vivos).

Os cupins de madeira seca, além de madeira, podem causar danos em livros e papéis.

Já os cupins de solo são capazes de perfurar ou produzir estragos em muitos outros materiais presentes no edifício, quando estes servem de obstáculo entre a colônia e a fonte de alimento que é a madeira. São capazes de perfurar os diversos componentes de alvenaria como os pisos, paredes, as lajes impermeabilizadas, etc.

Além da madeira, podem danificar embalagens e materiais depositados constituídos de papel, tecidos, lã, couro e borracha, entre outros. Por este motivo, nos prédios e residências infestados também podem ser danificados os mais diferentes objetos e acessórios como sapatos, malas, roupas, cobertores, livros e documentos, especialmente quando estes permanecem sem manuseio e depositados por longo tempo.

Cupim como concreto?

Os cupins de solo podem desgastar o concreto para permitir a passagem, quando este é obstáculo entre a colônia e a madeira. Como os insetos são pequenos, eles fazem pequenas perfurações aproveitando as fissuras e falhas já existentes, assim como os vãos existentes entre o concreto e os demais componentes do edifício, como os conduítes e dutos hidráulicos.

No ponto particular em que o ninho está diretamente em contato com o concreto ou

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alvenaria o dano pode ser maior, havendo perfuração mais intensa em componentes como tijolos de bairro. As secreções e subprodutos da atividade vital dos cupins causam alteração superficial no concreto e oxidação na ferragem quando esta está em contato direto com a colônia. Portanto, os cupins não se alimentam do concreto. Podem apenas produzir ligeiro desgaste apenas para obter passagens para os túneis, entre os diversos componentes da edificação.

Como descobrimos que um local está com cupim?

Descobre-se a infestação de cupins buscando-se principalmente as pistas deixadas por estes insetos nos locais atacados. Os cupins de madeira seca liberam os resíduos fecais secos e granulados que se acumulam próximos às peças afetadas. Isto é fácil de ser observado nos componentes ocultos que permanecem sem limpeza freqüente, como a face superior dos forros de madeira, madeiramento dos forros de estuque, etc.

Onde a limpeza é freqüente, como no mobiliário deve-se procurar os pequenos orifícios (de 1 a 2mm) na superfície da madeira e os resíduos fecais acumulados em cantos e frestas que são normalmente mais difíceis de serem limpos. Após os cupins eliminarem parte dos resíduos fecais pelos orifícios da madeira, eles os vedam novamente com uma película normalmente de coloração marrom. O principal indício da infestação de cupins de solo é a presença de túneis em paredes, lajes, rodapés, molduras de portas, etc.

Nos armários embutidos devem ser cuidadosamente inspecionadas as peças internas para observação do material vedante com que cupins preenchem as frestas, ou mesmo da presença de túneis ou deterioração. É freqüente também a observação dos túneis ou resíduos nos dutos elétricos. Além disso, as revoadas no ambiente interno ou externo, no solo, em árvores, é indício seguro de infestação.

Por que eles aparecem no calor?

Nos meses quentes, após o inverno, apenas ocorrem as revoadas, que são a liberação dos reprodutores alados (com asas) com a finalidade de procriação e fundação de novas colônias. Portanto, quem aparece são os alados provenientes de colônias já existentes e bem desenvolvidas, que podem permanecer ativas durante muitos anos.

Quais as regiões onde predominam os cupins?

Os cupins são típicos das regiões tropicais, que são países de clima quente. Raros ocorrem nas zonas temperadas, de clima frio. Na cidade de São Paulo, os cupins de solo estão dispersos nas regiões mais antigas da cidade, como o centro e seus bairros próximos, assim como nos bairros periféricos mais distantes, porém antigos.

Lembramos que o Coptotermes havilandi está muito bem adaptado ao ambiente urbano e é oportunista em explorar as condições favoráveis ao seu desenvolvimento, como é o caso dos caixões perdidos das lajes de concreto, onde eles encontram abrigo, alimento e umidade. Como as condições favoráveis persistem também nos bairros mais novos, a

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tendência é que as infestações lentamente se expandam para essas regiões, por meio das revoadas.

Os cupins transmitem alguma doença?

Os cupins não são vetores de doenças ou agentes perniciosos ao homem, sejam infecciosos, parasitários, ou de outra natureza. Observa-se que as chances de contato com os humanos são mínimas, posto que os cupins vivem ocultos no interior das colônias, exceto nos curtos períodos em que ocorrem as revoadas.

Móveis que soltam pó têm cupim?

Móvel que solta pó pode ter o ataque de cupins de madeira seca, que tem o resíduo grande e granulado bem característico, ou o ataque de brocas de madeira, sendo que no caso de anobídeos o resíduo é ligeiramente granulado e mais fino do que os cupins de madeira e no caso dos lyctídeos o resíduo é muito mais fino, semelhante a talco. Não deve ser confundido com o pó de madeira que resulta entre o atrito entre partes móveis e fixas, como, por exemplo, o atrito entre uma gaveta e seu trilho.

Das peças atacadas por cupins de solo, não há a liberação de pó ou resíduo típico como os dos demais insetos, entretanto, podem ser liberados detritos diversos como fragmentos de túneis, partículas de solo, de argamassa, de tintas, ou de outros materiais utilizados pela colônia.

Os cupins fazem barulho?

Os insetos xilófagos produzem ruídos ao desgastar a madeira que são inaudíveis aos ouvidos humanos e só podem ser ouvidos com sofisticados equipamentos de ampliação de som. Entretanto, nas peças atacadas por cupins de solo podem ser observados leves ruídos devido às atividades da colônia, e mais especificamente devido ao comportamento agressivo dos soldados que batem rapidamente a cabeça produzindo certo ruído quando a colônia é molestada.

Os cupins podem danificar as fundações da casa a ponto de derrubá-la?

Os cupins podem danificar as fundações e a estrutura de uma casa se estas forem de madeiras susceptíveis e sem tratamento. Nas casas de alvenaria, apesar dos cupins subterrâneos conseguirem desgastar levemente os materiais construtivos envolvidos, inclusive o concreto, eles não conseguem causar dano significativo, muito menos a ponto de derrubá-la.

COMO COMBATER?

Qual a melhor forma de erradicar o problema? Qual o melhor produto para acabar com os

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cupins?

A melhor forma de erradicar o problema é utilizar a estratégia adequada para cada caso. No caso das brocas e dos cupins de madeira seca, os tratamentos devem ser direcionados às peças atacadas com a finalidade de exterminar os insetos existentes na madeira e impedir que novas fêmeas fecundadas das brocas, ou os casais reais dos cupins, voltem a se instalar nas peças, produzindo a reinfestação.

Os produtos existentes no mercado para o controle de insetos de madeira são eficientes contra cupins e brocas de madeira. A maioria tem boa permanência na madeira seca. No solo, o tempo de degradação dos produtos tende a ser mais rápido do que na madeira seca, em função da maior heterogeneidade daquele material; como a diferente natureza química dos solos, a existência de resíduos ou subprodutos da obra de construção, como cal, cimento, ácido; a presença de umidade e microorganismos do solo etc...

Por isso, algum produto durável na madeira tem menor ação residual no solo, produzindo proteção menos prolongada. Os inseticidas emulsionáveis disponíveis para tratamento do solo são do grupo dos piretróides sintéticos, dos organofosforados, e dos organoclorados. Estes últimos são os que apresentam maior ação residual no solo, sendo eficiente por cerca de uma década. Entretanto, sobre estes recaem as maiores restrições da legislação, devido aos riscos de contaminação ambiental, justamente por serem compostos muito estáveis no meio ambiente.

A Deltametrina e o Aldrin são respectivamente o piretróide sintético, o organofosforado e o organoclorado mais usuais no controle de cupins em edificações.

Após o tratamento, quanto tempo deve-se ficar fora do local?

Deve-se ficar fora do local tratado enquanto persiste no ar o vapor dos produtos utilizados no tratamento. Portanto, depende do tipo e intensidade do tratamento executado e das condições de ventilação do local. No caso dos dormitórios onde houve tratamento, recomenda-se que estes sejam liberados para dormir na noite do dia posterior ao tratamento.

Feito o tratamento, quanto tempo depois poderá ser feita a limpeza?

Após 24 horas, se o local estiver seco. Se não estiver, passar um pano seco que absorva o produto, deixando o local bastante ventilado para que o produto evapore totalmente.

Com que produto de limpeza pode-se limpar azulejos? E móveis?

Nos móveis, o ideal é limpar apenas com pano seco evitando qualquer tipo de produto de limpeza. Nos azulejos, pode-se usar o produto de limpeza de costume da casa.

Page 15: edetização de Brocas

Depois de quanto tempo pode-se guardar os objetos e roupas de volta nos armários?

Após a secagem dos solventes para evitar manchas nas roupas. Se possível, cobrir as prateleiras com plástico.

Pode-se permanecer no local do tratamento para assistí-lo?

Sim, durante a preparação do local (furações). Durante a aplicação dos produtos químicos, usando os equipamentos de segurança individual e observadas as condições já citadas em resposta anterior.

Deve-se retirar os animais domésticos do local do tratamento?

Sim, para evitar qualquer tipo de contaminação e retorná-los após 24 horas.