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GLOBALIZAÇÃO ENTREVISTA A HISTÓRIA DE DR. DELFIN GONZALEZ Mercado de saúde baiano experimenta onda de fusões e aquisições O EXEMPLO DE MOBILIZAÇÃO QUE VEM DE FEIRA DE SANTANA ASSOCIATIVISMO PERFIL OPERAÇÃO JUL/AGO/SET 2008 Ano I | Nº 1

Edição 01 Operação Globalização

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GLOBALIZAÇÃO

ENTREVISTA

A HISTÓRIADE DR. DELFINGONZALEZ

Mercado de saúde baiano experimentaonda de fusões e aquisições

O EXEMPLO DE MOBILIZAÇÃOQUE VEM DE FEIRA DE SANTANA

ASSOCIATIVISMO

PERFIL

OPERAÇÃO

JUL/AGO/SET 2008

Ano I | Nº 1

Page 2: Edição 01 Operação Globalização

Motivos não faltam para se filiar

MUITOS DIRIGENTESJÁ DESCOBRIRAM AS VANTAGENSDE FAZER PARTE DA AHSEB.

OUTROS, NÃO.

www.ahseb.com.br

Page 3: Edição 01 Operação Globalização

POR UMA POLÍTICA Presidente:

Vice-Presidência Executiva: Ricardo Pereira Costa

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

Vice-Presidência:

CONSELHO EDITORIAL

Marcelo Moncôrvo Britto

Raimundo Carlos de Souza Correia

Eunivaldo Diniz Gonçalves

Cícero Newton Andrade

Agnaldo Bahia Monteiro Neto

Edmundo Calasans de Carvalho Júnior

Marcelo Moncôrvo Britto

Raimundo Carlos de S. Correia

Eunivaldo Diniz Gonçalves

Orlando Colavolpe

Silio Nascimento Andrade

Paulo Augusto Kahale

Jaar Andrade

Bráulio Brandão Rego

Eduardo Oliveira Santos

Paulo César de Meireles Garcia

Jorge Luiz S. Calabrich

José Augusto Andrade

Diretor-Secretário: José Rodrigues

Diretor -Tesoureiro: Lucas Scardua

Vice-Diretor Tesoureiro: Luis Paulo Neri Marambaia

Diretor da UCAS: Cícero Newton Andrade

Diretoria de Formação e Aperfeiçoamento Pessoal:

Sueli Batista

Diretor de Assuntos Jurídicos: Agnaldo Bahia

Diretoria de Relacionamento com Cremeb:

Jose Márcio Maia

Diretoria de Marketing: Cícero Newton Andrade

Diretoria de Planejamento Estratégico: Aderbal

Gomes

Diretoria de Qualidade: Maria Del Carmen

Diretoria de Projetos Especiais: José Alberto Costa

Muricy

Diretoria de Relações Públicas: Raul Schawb Neto

Diretoria de Custos: Rubenval Garcia

Conselho Fiscal: Marcos Mascarenhas

Conselho Fiscal: Elza de Oliveira Araújo

Conselho Fiscal: Bernardo Viana

Conselho Fiscal Suplência: Tess P. Coutinho

Conselho Fiscal Suplência: Áurea Luz

Conselho Fiscal Suplência: Luis Delfino Mota Lopes

REGIONAIS

Presidência Regional Feira de Santana: Arlindo

Mendes Lima

Vice-Presidência Regional Feira de Santana: Maria

Iracema Brandão de Sousa

Presidência Regional Vitória da Conquista: Lucia Dórea

Vice-Presidência Regional Vitoria da Conquista:

Ricardo Luis Risério Carmo

Presidência Regional Camaçari: Hérika Pedroza

N.Sequelos

Vice-Presidência Regional Camaçari: Mauro Adan

Presidência Regional Ilhéus: Mário Chaves Rocha

Vice-Presidência Regional Ilhéus: Mário Alexandre

Presidência Regional Itabuna: André Wermann

Vice-Presidência Regional Itabuna: Rogério Augusto

M. Brito

U m dos maiores motivos de queixas de nossos

associados se refere ao SUS. Ações de auditoria

em descompasso com as normas vigentes;

atrasos de pagamentos; regras de regulação

incompatíveis com a realidade vivida pela população;

pedidos de adequação de teto financeiro. Esses e outros

problemas são desafios comuns enfrentados por

entidades de classe como a nossa. E, quase sempre, a busca

de soluções para essas demandas, que chegam às

presidências da Ahseb, Sindhosba, Sindhosfeira e Febase,

são intermediadas por amigos políticos. São eles que

aproximam e facilitam, em primeira instância, o diálogo e

o contato entre nós e as autoridades constituídas. Nestas

audiências, apresentamos nossos argumentos que, última

análise, significam soluções de problemas e alívio para a

população.

Neste trabalho, encontramos muitos vereadores e deputados médicos, além dos não

médicos, que têm simpatia por nossa causa. Sempre fomos recebidos com muita presteza e

solicitude. Sempre procuram resolver nossas solicitações e, mesmo, demonstram disposição

em acompanhar as audiências, emprestando sua força política na busca de soluções. Neste

momento, mais de uma vez, é demonstrado que a classe hospitalar, clínicas, laboratórios,

serviços de diagnóstico por imagem, e outros estabelecimentos de saúde e até mesmo a

própria classe médica não nutre desejo em acompanhar o trabalho dos nossos políticos.

Assim, surgiu a idéia do comitê político. Convidamos 25 dos maiores expoentes da saúde

privada da capital e dez da cidade de Feira de Santana para considerar a criação do comitê

político da Ahseb/Sindhosba/Sindhosfeira/Febase. Inicialmente, nas cidades de Salvador e

Feira de Santana. Este comitê foi aprovado por unanimidade em Feira e por quase

unanimidade em Salvador.

Com a proposta aprovada, passamos ao trabalho de campo. Nestes últimos 90 dias,

ouvimos as propostas para a saúde de Salvador dos candidatos ACM Neto, Antônio

Imbassahy, João Henrique e Walter Pinheiro, além de candidatos a vereador. Em Feira,

ouvimos Tarcísio Pimenta, Colbert Martins, Sérgio Carneiro e mais 12 candidatos a vereador.

Todas as apresentações foram gravadas em vídeo. Após as apresentações, submetemos à

votação democrática dos nossos associados para escolha do candidato da Associação. Todo o

processo foi cumprido respeitando os princípios da ética e transparência. Estamos com nossos

candidatos escolhidos. É compromisso da classe acompanharmos os candidatos embasando-

os com dados e informações da área, fornecendo subsídios para que uma proposta de saúde

digna possa ser construída de forma a realmente permitir uma parceria sadia entre poder

público e classe privada. Sabemos que, como tudo que é novo, sofrerá aperfeiçoamentos.

O importante é que o segmento que representamos passe a fazer parte da agenda política,

passe a ter voz e que possa apresentar melhora na atenção à saúde da população que busca um

serviço privado de melhor qualidade. Este projeto não se acaba ao fim das eleições municipais.

Dentro de dois anos, segundo nosso planejamento, teremos candidato(s) a deputado

estadual, federal, senador e governador. Cabendo às nossas entidades nacionais, teremos

também candidato a presidente. Neste projeto teremos a participação de Camaçari, Ilhéus,

Itabuna e Vitória da Conquista, cidades onde existem regionais formalmente instaladas.

Contamos com apoio de todos.

PS: Chega à sua mão, associado, mais uma conquista (também política, por que não?) da

Ahseb: o primeiro número da Revista Diagnóstico. Um espaço democrático para tratarmos

de questões relacionadas à categoria. Critique, participe. Ajude a construir uma associação

cada vez mais forte. Boa leitura e até breve!

Editorial

JUSTA DE SAÚDE

Marcelo Moncôrvo Brittopresidente da Ahseb

2 jul/ago/set 2008 | revista diagnóstico

Page 4: Edição 01 Operação Globalização

Artigo

Aprofissionalização da gestão passou a ser tema recorrente na área da Saúde há

aproximadamente dez anos. Continua atual e relevante, a ponto de ser um dos

temas do primeiro número de nossa Revista AHSEB. A meu ver, são vários os

fatores que respondem pelo baixo nível da profissionalização e vou listar alguns de

grande relevância, de saída informando que a ordem em que aparecem não tem a ver com o

grau de importância.Vejamos:

1 – O Método de Formação do Médico

Até pelo menos o final da década de 70 e início de 80 do século passado, o ensino de

medicina era feito através de professores catedráticos, que passavam a seus alunos essa

proficiência em salas de aula que tinham na frente um tablado onde ali ficavam esses mestres

e, em um nível abaixo, os alunos, ávidos por receber um pouco daquele vasto conhecimento

acumulado em anos de exercício da profissão. Essa formação era, portanto, hierarquizada,

com posições e papéis bem definidos;

2 – A Prática Médica

Durante seis anos, esses médicos aprendiam imersos nesse modelo. Uma vez formados,

passavam a exercer seus ofícios de forma solitária. Fechados em seus consultórios, na

maioria das vezes, faziam diagnósticos, (havia poucos recursos de SADT e a experiência

contava muito), definiam a terapêutica, prestavam esclarecimentos e orientações e algum

tempo depois avaliavam os resultados. As discussões terapêuticas restringiam-se quase que

às Escolas e Centros de Estudos dos hospitais de ponta;

3 – O Surgimento dos Serviços

Com exceção das Santas Casas, a maioria absoluta dos serviços de saúde surgiu como

conseqüência do sucesso individual do médico. O consultório enchia, ampliava mais um,

crescia em seguida com a instalação de uma sala de exame, uma pequena sala de

procedimentos, o convite para um colega de ponta se associar, depois mais outros colegas

mais jovens, que, com eles, formavam uma equipe e, por fim, a clínica ou o hospital. Uma

vez criados, alguém teria que responder pela administração e invariavelmente essa missão

recaía sobre o mais antigo ou sobre aquele que detinha o maior capital.

É natural, pelo que vimos acima, que este médico acumulasse a atuação gerencial com a

de médico, dividindo-se em duas atividades, uma nobre e fundamental (médica) e outra

secundária, acessória (gerencial). Esse modelo esteve presente durante anos, até que três

episódios definiram as mudanças que observamos hoje.

A) O fim dos institutos de previdência, reunidos todos no INPS, que se seguiu com o

INAMPS e posteriormente o SUS, modificando a forma de financiamento da saúde;

B) O Sistema de Saúde Suplementar, iniciado com as Medicinas de Grupo;

C) O Plano Real de 1994, que controlou a inflação e baniu a ciranda financeira. A partir

dessa data, todos os agentes (governo, prestadores e operadoras) situaram-se diante de uma

realidade cruel. Viram desaparecer os ganhos financeiros, a redução drástica dos resultados

(lucros), a imposição de ter que viver da eficácia de seus negócios.

De todos, os prestadores de serviços foram aqueles que mais demoraram a perceber a

extensão dessa mudança e a necessidade de rever seus modelos. Constataram que já não era

mais possível sobreviver dedicando à atividade gerencial sobras de tempo “roubadas” da

atividade assistencial.

De dez anos para cá, começamos a ver administradores compondo as equipes

hospitalares, começamos a ver aparecer ferramentas gerenciais impensáveis até bem pouco

tempo atrás (planejamento, orçamento, controladoria, finanças, logística e suprimentos,

marketing, etc).

Infelizmente, não atingimos sequer 10% de nossas organizações em nível satisfatório de

gestão. Mas já avançamos um bom pedaço e isso é animador. Diferentemente da medicina,

nesse caso a “terapêutica” é uma só e não deve ser feita de forma curativa, mas preventiva:

PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO EMPRESARIAL. Isto é Saúde.

Organizacional, é bem verdade, mas Saúde.

PROFISSIONALIZAR. EIS A QUESTÃO

Cícero Newton Andrade é

administrador, pós-graduado

em Administração Hospitalar

e Marketing, empresário,

consultor e diretor da

TECNOSP – Tecnologia de

Gestão em Saúde.

Cícero Newton Andrade

Foto: Divulgação Tecnosp

revista diagnóstico | jul/ago/set 2008 3

Page 5: Edição 01 Operação Globalização

Sozinho se chega mais rápido.

Acompanhado, se vai mais longe.

O provérbio chinês, uma clássica

apologia às vantagens do trabalho

em grupo, se tornou palavra de ordem em

Feira de Santana, segunda maior cidade da

Bahia. É de lá que está brotando um dos

mais importantes movimentos do País em

defesa dos interesses de hospitais e clínicas.

“Percebemos que, se não nos uníssemos,

nosso negócio poderia sucumbir a

qualquer momento”, lembra Arlindo

MILITÂNCIA TIPO EXPORTAÇÃO

Feira de Santana tem se tornado exemplo de união no setor de saúde para todo o País. Conquistas mostram poder do associativismo.

Lima, presidente da Ahseb local e um dos

sócios do Hospital São Matheus. “O

principal desafio era justamente mobilizar

a categoria, colocar as diferenças de lado e

trabalhar para o sucesso de todos”. O

primeiro embate: negociar uma política

justa de contratos com as operadoras de

planos de saúde e demais entidades

representativas do setor.

Na discussão, o uso de práticas

consideradas danosas pela categoria, como

a imposição de cláusulas abusivas e até

mesmo a interferência na gestão de

hospitais e clínicas. “Os contratantes

estavam exercendo um papel típico de

negociador que via do outro lado uma

categoria desmobilizada, dividida e,

conseqüentemente, uma presa fácil na mesa

de negociação”, diagnostica Marcelo

Britto, presidente estadual da Ahseb e um

dos mentores do movimento. Ele explica

que a primeira medida adotada pela

associação foi justamente pactuar o

processo de negociação, que passou a ser

Mobilização

Arlindo Lima, da Ahseb de Feira: união dos associados em prol de interesses comuns

Foto: Reginaldo Batista

Page 6: Edição 01 Operação Globalização

centralizado e com decisões tomadas

em bloco. “Havia uma rotina de

negociação individual por parte do

contratante. Cada hospital fechava seu

acordo, o que diminuía o poder de

barganha da associação”, revela Britto.

“Como toda negociação com interesses

opostos, o conflito era inevitável”, lembra

Lima, que representa todas as clínicas e

hospitais privados de Feira de Santana.

Segundo ele, houve casos de o impasse ir

parar na Justiça e ser resolvido somente

com a interferência do Ministério Público.

“Existiram situações até mesmo em que o

plano fazia constar no contrato que o

hospital não poderia suspender o

atendimento, mesmo se não estivesse

sendo remunerado”, lembra o diretor

jurídico da Ahseb, Agnaldo Bahia.

Maturidade

Uma das vitórias mais importantes da

Ahseb foi conquistada junto à Cassi (Caixa

de Assistência dos Funcionários do Banco

do Brasil), que teve que recuar da decisão

de incluir em seus contratos a “cláusula de

estorno”. O termo estabelecia a

possibilidade de o valor pago aos hospitais

poder ser descontado, diretamente da

conta corrente do prestador, em caso de

glosa. “Por causa da luta da Ahseb de Feira,

o termo foi retirado dos contratos em todo

o Brasil”, comemora Marcelo. “A

possibilidade de flexibilização é sempre

salutar para ambas as partes. Vivemos uma

fase de maturidade nas negociações e

reconhecer eventuais equívocos faz parte

desse processo”, reconhece Tânia

Conduru, gerente de relacionamento de

mercado de saúde da Cassi.

Foi assim também, lembra ela, com a

informatização dos procedimentos que

vem sendo posta em prática pelo plano,

desde o ano passado, e que chegou a ser

vista com desconfiança pelos prestadores

de serviço. “Hoje mais de 50% da rede

credenciada já aderiu ao sistema e vem

d e s c o b r i n d o a s v a n t a g e n s d o

investimento”, pontua. Apesar dos

avanços, algumas questões ainda

permanecem em aberto, como a falta de

contratos formais com parte da rede,

definição de uma margem viável de

comerc ia l i zação de mater ia i s e

medicamentos, além da diversidade de

tabelas. “A luta ainda é longa e vai exigir

ainda mais mobilização”, prevê o consultor

e diretor de projetos especiais da Ahseb,

José Alberto Muricy.

Segundo ele, que dirige a Muricy

Consultoria, o exemplo de Feira de Santana

já chamou a atenção de mais de uma dezena

de associações, de norte a sul do País,

que enfrentam o mesmo dilema. “A

principal dica para iniciar um trabalho de

mobilização é deixar para trás eventuais

mágoas provocadas pela concorrência, no

passado”, sugere o administrador de

empresas Mauro Adan, presidente da

Ahseb em Camaçari. Ele conta que logo no

começo da mobilização na cidade, há cerca

de dois anos, o ponto de partida foi

justamente colocar na mesa as diferenças.

“É preciso dizer o que incomoda no outro,

sanar as desavenças para poder pensar só no

futuro, como parceiro”, acredita.

Ação política

A união local tem aproximado também

a Ahseb das discussões sobre políticas

específicas para o setor, além da conquista

de reajustes junto aos contratantes.

“Estamos discutindo com o Legislativo

projetos que possam fazer justiça à

importância que o setor de saúde

representa para a cidade”, antecipa Arlindo

Lima. Uma das propostas defendidas pela

associação é a extensão de benefícios fiscais

para o setor de saúde, a exemplo do que o

município vem fazendo para atrair novas

indústrias para a cidade. Para o presidente

da Ahseb Bahia, Marcelo Britto, as ações

feitas pela regional de Feira têm tudo para

ser aplicadas em outras cidades, como

Salvador, onde a mobilização política da

categoria ainda é incipiente.

“A tarefa de unir interesses comuns nem

sempre é algo fácil, mas é possível”, diz o

médico Hélio Cruz, do recém-criado

Núcleo de Biomagem, que reúne as

principais empresas do setor na capital

baiana. Com sede na Ahseb, em Salvador, o

grupo surgiu justamente com o objetivo de

fortalecer a categoria. “Sabemos das

dificuldades que o setor de imagem

enfrenta e as vantagens de superá-las em

grupo”, pontua Cruz, que preside a

Sociedade de Radiologia e Diagnósticos

por Imagem da Bahia (Sorba) .

Setor precisa se aperfeiçoar

Ou o mercado médico-hospitalar se

profissionaliza ou vai morrer. A crítica, sem

meias palavras, nunca circulou com tanta

unanimidade no segmento de saúde

baiano. Detentor de um dos melhores

índices de eficiência do País, com unidades

com padrão internacional, o setor também

acomoda empresas com gestão doméstica e

pouco eficiente. “De cada dez empresas do

segmento no País, apenas uma é

profissionalizada”, revela o consultor

Cícero Andrade, da Tecnosp Gestão de

Saúde. Segundo ele, a raiz do problema é o

muito mais complexa do que se pode

imaginar. “O médico se forma com as

prerrogativas de quem costuma controlar

todas as etapas da sua rotina profissional –

avalia o paciente, descobre a doença e

define a terapêutica”, comenta Andrade.

“Ele se torna administrador como mais

uma incumbência em um processo que ele

acredita também poder dominar”.

Outra questão é a falta de formação

empreendedora dentro da própria

faculdade. “A academia, infelizmente, não

trata a questão como algo que faça parte da

carreira do futuro médico”, constata o

pediatra Augusto Homer, diretor

administrativo da Associação Baiana de

Medicina (ABM). Para Marcelo Britto, a

distorção acaba criando situações críticas,

com hospitais e clínicas malgeridas e até

flagrantes de negligência com o negócio,

por parte do dirigente. “Não são raras as

demandas que chegam a nossa associação

provocadas por descuidos elementares do

associado, que chega a assinar contratos

sem ler”, admite Brito. “É quase

impossível ser um bom médico, atualizado

e em sintonia com a dinâmica da carreira, e

um bom gestor, igualmente capacitado”,

acredita Suely Bastos, diretora executiva da

Ucas (Universidade Corporativa

Ahseb/Sindhosba/Febase). Ela explica que

o papel da instituição, que já capacitou mais

de 3 mil pessoas em oito anos de existência,

é justamente oferecer treinamento e

requalificação para profissionais do setor.

Dr. Hélio Cruz, da Sorba: criação do Núcleo de Bioimagem fortalece a categoria

Page 7: Edição 01 Operação Globalização

A VEZ DO MARKETING

Comunicação

Hospital Salvador, que criou seu

departamento de marketing no início de

2007 com o objetivo de reposicionar o

hospital no mercado. A primeira iniciativa

foi tornar a marca mais moderna.

“Buscamos criar uma nova marca que

demonstrasse força e solidez ao mercado e,

ao mesmo tempo, construísse uma imagem

renovada e positiva da instituição”, revela

Luiz Fernando Borges, assessor de

marketing do hospital.

Para o lançamento da nova marca, o

hospital elaborou uma campanha de

publicidade, utilizando TV, outdoor,

mobiliário urbano, jornais, revistas e rádio,

buscando explorar a nova fase do hospital.

“A mudança da marca de uma instituição é

algo singular e, para isso, exige um trabalho

de mídia mais agressivo”, avalia Borges,

que preferiu não revelar os valores

investidos na empreitada. “Pensamos em

uma campanha que utilizasse todos os

meios de comunicação e que nos desse uma

ampla cobertura em toda a cidade”. Para

compor o mix de marketing da campanha,

a instituição relançou seu house organ “HS

News”, que possui periodicidade

quinzenal com informações e novidades do

hospital para seus pacientes, colaboradores

e parceiros. Além disso, o website foi

totalmente reformulado, adquirindo

ferramentas interativas que possibilitam até

mesmo o envio de um cartão de melhoras,

que chega via internet, é impresso pelo

marketing e despachado para o paciente em

envelope personalizado. É possível ainda

visualizar fotos de bebês que nascem no

hosp i t a l , v i a rede mundia l de

computadores.

“O mercado não dá mais espaço para

amadorismo. Precisamos estar atentos às

tendências de mercado para não ficarmos

esquecidos”, afirma Borges. Seguindo

também o mesmo caminho, o laboratório

Leme pode ser considerado um exemplo a

ser seguido no quesito comunicação e

marketing em seu segmento. Consciente de

que uma boa imagem fortalece qualquer

negócio, a empresa tem feito investimentos

constantes em pesquisas de satisfação dos

clientes e na busca de alternativas de

comunicação com o seu público.

Competição

Criado em 2001, o departamento de

Cada vez mais indispensável, investimento em comunicação tem mudado a cara do setor de saúde baiano

Antônio Branco Neto, da COT: ação pioneira da clínica rende frutos até hoje; ao lado, uma das campanhas da empresa

A pulsante concorrência do setor e o

visível discernimento dos

pacientes – que têm a internet

como principal aliada – estão

despertando nos médicos e gestores de

saúde a necessidade de se encarar com mais

prioridade as questões relacionadas à

imagem da instituição e o relacionamento

com seus clientes. Em Salvador, diversas

empresas já possuem em seus quadros

profissionais de marketing para atuar de

forma incisiva na construção de uma

imagem positiva da instituição aos olhos

dos seus clientes. Exemplo disso é o

Page 8: Edição 01 Operação Globalização

marketing do Leme vem trabalhando

com estratégias diferenciadas, como a

criação da Campanha de Gestantes, que

oferece acompanhamento médico gratuito

para as pacientes a cada visita ao

laboratório. Outro destaque é o Projeto

Criança Feliz, que conta com a

ambientação do espaço de coleta,

distribuição de brindes, além de

atendimento especializado. As campanhas

de responsabilidade social, com a realização

de exames de glicemia para a população de

baixa renda, são outras ações desenvolvidas

pelo laboratório.

“Vivemos em um mercado altamente

competitivo e, com isso, precisamos

sempre nos antecipar às novidades do setor,

adotando ferramentas de comunicação que

fortaleçam a nossa imagem e, ao mesmo

tempo, entenda as expectativas do cliente”,

avalia Lyvanna Soeiro, gerente de

marketing do Leme.

Outra estratégia comum nas ações de

marketing de hospitais e clínicas é

potencializar fatos geradores naturais de

notícia, a exemplo das “certificações” e

“acreditações”. Esse é o caso do Hospital

Jorge Valente, do grupo Promédica.

“Somos o primeiro hospital do Norte e

Nordeste a receber a Acreditação

Hospitalar em Excelência, Nível 3, e é

importante que nosso cliente saiba disso”,

revela Renata Monteiro, coordenadora de

marketing da instituição, que chega a criar

campanhas específicas para divulgar as

conquistas do hospital.

Considerada a pioneira em ações de

marketing na Bahia, a COT (Clínica

Ortopédica e Traumatológica) iniciou suas

campanhas em meados da década de 80,

sob o comando do diretor Nilson Ramos.

Com uma visão estratégica implementada

pela agência de propaganda Idéia 3, o

objetivo era tentar fortalecer a imagem da

instituição com campanhas de prevenção

de acidentes em datas comemorativas

como o Carnaval, São João e Natal.

ortopedia e traumas, a COT acabou

incorporando ao longo dos anos a idéia

central de abordar a prevenção de acidentes

ocorridos em larga escala nos períodos

festivos. “Sabemos que nessas datas

algumas pessoas ficam mais propensas ao

consumo excessivo de álcool e, como

conseqüência disso, a possibilidade de

acidentes é muito grande, por isso a

prevenção é o foco principal da nossa

campanha”, avalia o gerente comercial

Antônio Branco Neto.

Paciente-cliente

As peças publicitárias criadas para a

COT acabaram se tornando referencial de

criatividade no que diz respeito a

campanhas de prevenção. Já virou rotina

a empresa estampar outdoors bem-

humorados, principalmente no Carnaval

e São João, que alertam para o cuidado

com acidentes de uma forma irreverente.

Os lampejos criativos já renderam a

instituição diversos prêmios, como à

campanha do ano (Prêmio Colunistas) e

por três anos consecutivos o prêmio de

Outdoor do ano (Central de Outdoor

Bahia).

A iniciativa deu tão certo que a prova

disso é o alto índice de lembrança que a

empresa adquiriu no segmento de

acidentes ortopédicos e traumas. Para

compor seu marketing de relacionamento,

a empresa também possui um informativo

trimestral que veicula matérias, novidades e

serviços para seu público. “Sempre

buscamos manifestar nossa consciência e

preocupação com a responsabilidade social

através de nosso trabalho de comunicação.

Sabemos que sempre seremos lembrados

nas entrelinhas”, ressalta Branco Neto.

Segundo Nelson Cadena, jornalista

especializado em publicidade e escritor,

apesar dos avanços, o amadurecimento do

marketing de saúde é algo ainda muito

incipiente no mercado baiano. “Há alguns

anos, muitas clínicas e hospitais pensavam

que o marketing era coisa sem

nenhuma relevância, pois se respaldavam

no corpo clínico qualificado. Mas só isso

não tem mais valor para o cliente”, revela.

“Existe claramente uma relação

comercial entre a instituição e o paciente

que agora é cliente”. De olho na

movimentação do mercado, surgiu a

primeira empresa de marketing de saúde

da Bahia, a agência Criar, que atualmente

tem como clientes algumas das principais

empresas do segmento médico-hospitalar

em Salvador.

“Para se obter resultados eficientes em

comunicação e marketing de saúde, é

preciso conhecer as nuances de um

mercado com linguagem própria”,

pontua Reinaldo Braga, diretor de criação

da empresa. Em sua opinião, os rumos do

mercado de comunicação para o setor

tendem a se expandir de forma cada vez

mais crescente.

Fernando Borges, do Hospital Salvador: investimento em interatividade

revista diagnóstico | jul/ago/set 2008 7

Page 9: Edição 01 Operação Globalização

AS DUASFACES

Quase sinônimo de Clínica de Diagnóstico, o médico Delfin Gonzalez Miranda construiu uma história de arrojo e ousadia, feita por um homem de gestos simples e um sonho: estudar, vencer a pobreza e virar médico

Perfil

DE DELFIN

Page 10: Edição 01 Operação Globalização

Especializado em obstetrícia, Dr.

Delfin começou a trabalhar bem

cedo, fazendo parto no Hospital

Sagrada Família. Franzino,

tinha que deixar a costeleta crescer

diante da pergunta freqüente: “É esse

menino que vai fazer o parto?”

O jeito discreto e a voz mansa até

fazem Dr. Delfin Gonzalez Miranda

passar despercebido numa mesa de

grandes empresários. Mas, com certeza,

ele é notado principalmente pela história

que construiu no ramo de diagnóstico

por imagem, quase sinônimo de Delfin.

Apesar de ter total consciência da sua

importância para a medicina baiana, Dr.

Delfin mais parece ter começado ontem.

Após 31 anos de carreira, já com os

cabelos grisalhos, chega às 7h na sua

sede master da Clínica Delfin, no

Itaigara, e só sai pelo menos 12 horas

depois. Isso quando não visita as outras

unidades do Grupo, localizadas em

Itapuã, no Hospital Salvador e no

Hospital São Rafael.

Não fosse pela LER (lesões causadas

por esforços repetitivos) nos dois

braços, fruto do trabalho duro nesses

anos de profissão, Dr. Delfin continuaria

atendendo todos os pacientes. Hoje em

dia só examina os mais antigos, aqueles

do tempo do seu primeiro consultório –

bem modesto, com 27 metros

quadrados, no Centro Médico Itamaraty

(Garibaldi).

Infância pobre

O crescimento, aliado à luta diária,

sempre foi marca registrada na vida de

Dr. Delfin. Ele nasceu em Salvador, mas

logo foi morar em Miguel Calmon

(sudoeste da Bahia), onde fincou suas

raízes. Aos 6 anos, Delfin perdeu o pai.

Sua mãe, a heroína Aristina Miranda de

Azevedo, hoje com 86 anos, resolveu

tentar a sorte na capital baiana.

Ganhando apenas um salário mínimo,

fruto da pensão deixada pelo marido,

dona Aristina criou cinco filhos. Dois se

tornaram médicos (incluindo Dr.

Delfin), um dentista, um engenheiro e

uma psicóloga.

Em Salvador, o garoto Delfin morou

na localidade de Binóculo, na Federação.

Todos os dias da semana, andava por

uma estradinha de barro até a escola

pública Braz de Amaral, na Fazenda

Garcia. Depois, fez o ginásio (hoje

Ensino Fundamental) na Escola

Estadual Edgard Santos. Foi lá, em meio

às aulas de biologia, que a vocação de

Delfin por medicina foi despertada. “Eu

pretendia exercer a medicina no

interior, porque nas cidades pequenas os

doutores eram mais respeitados até que

os padres”, brinca.

O Ensino Médio foi concluído no

Colégio Estadual Manoel Devoto.

Depois de prestar vestibular, Delfin

conseguiu sua vaga tanto na Faculdade

Bahiana de Medicina quanto na Escola

de Medicina da Universidade Federal da

Bahia (Ufba). “Naquela época, mesmo

passando na Ufba, ainda tínhamos que

fazer o provão. Como eu queria garantir

o curso e ser médico de qualquer

maneira, optei pela Bahiana”, relembra.

Sem dinheiro para pagar a faculdade,

começou a dar aulas de matemática,

química e física em Mata de São João –

região metropolitana de Salvador. Ia e

voltava de ônibus, feliz por estar

conquistando o dinheiro necessário para

realizar seu grande sonho.

Paizão

Logo após a formatura, em 1977,

casou-se com Maria Olívia Dias

Gonzalez, com quem teve duas filhas:

Thaís, 25 anos, e Fernanda, 27. “Todas

as duas se formaram em medicina e estão

se especializando em radiologia, fazendo

residência em São Paulo”, conta, cheio

de orgulho.

“Ah! Delfin é um pai coruja, uma

pessoa louca pelas filhas, pela família

como um todo. Tem muito orgulho de

sua mãe, de sua história”, relata sua

companheira de 30 anos, a dentista

Olívia Gonzalez. Segundo ela, Delfin é

um homem positivo, que não tolera

mentiras e que só se irrita quando lida

com alguém sem palavra.

“Ele é um paizão! É dele que nós

tiramos a força necessária para alcançar

nossos objetivos”, define Thaís, a

primogênita. Há quatro anos morando

na maior capital do País, vez ou outra ela

se pega saudosa, pensando no abraço de

Delfin quando ele chegava do trabalho

ou nas idas a Miguel Calmon.

“Ele adora a roça. Não tem praia que

o faça trocar a ida à fazenda em Miguel

Calmon”, relata Thaís. Segundo ela,

Delfin sempre estimulou a viagem das

filhas para outros estados, para “pegar a

bagagem”, sempre importante na

carreira médica. “Mas hoje, alguns anos

depois, ele pede a todo tempo que a

gente volte logo”, revela Thaís.

Mas não é só dentro de casa que

Delfin é adorado. “Meu Deus! Eu sou

suspeita para falar dele porque amo

muito meu chefe”, afirma a secretária,

Kércia Primo, com a autoridade de

mais de dez anos de convivência.

“Trabalho aqui há 12 anos e ele sempre

foi justo e muitíssimo educado comigo e

com todos. Não trocaria de chefe por

nada”, assegura o porteiro Valmir

Santana Silva, um dos primeiros a ser

cumprimentados pelo patrão, em sua

rotina diária.

“Não é para o senhor”

Dr. Delfin sempre gostou do acaso e

foi de forma inesperada que começou

sua paixão pelo diagnóstico por

imagem, após a v i s i ta de um

representante. O motivo, a venda de um

equipamento que mostrava o batimento

cardíaco do bebê ainda em gestação. Era

início da década de 70. Durante a

demonstração, o prospecto de um outro

equipamento caiu singelamente sobre a

mesa. “O que é isso?”, perguntou o

obstetra. “É um aparelho de ultra-

sonografia de última geração. Não é para

o senhor”. A resposta negativa do

representante aguçou o médico.

Recém-casado, Delfin vendeu o

carro e o apartamento que tinha acabado

de comprar e foi para o Rio de Janeiro

aprender mais sobre o novo tipo de

ultra-sonografia, que tinha deixado de

ser estática. “Duas coisas me chamaram

a atenção: o fato de ser algo

extremamente inovador e a frase do

representante, que dizia não ser para

mim”, conta o médico.

Delfin voltou para Salvador em

novembro de 1979, quando implantou

o serviço no Hospital Sagrada Família.

Naquele período, o Iperba (Instituto de

Perinatologia da Bahia) já oferecia o

serviço usando uma tecnologia menos

atualizada. No ano seguinte, abriu seu

consultório. Lá, só trabalhavam ele e

duas recepcionistas que se alternavam

em dois turnos. Daquele tempo para cá,

foram grandes conquistas e aquele

consultório de 27 metros quadrados deu

lugar a uma sede master com cinco

andares e mais de 4 mil metros

quadrados. “O segredo do sucesso é

compromisso, confiança e credibilidade

com parceiros, fornecedores e paciente”,

revela Delfin. “Bons aparelhos qualquer

um pode ter, profissionais qualificados,

alguns podem ter, mas juntar tudo, com

excelente qualidade de atendimento,

pouquíssimos conseguem”. E revela: “O

que mais me orgulha é olhar para trás e

ver o conceito que consegui formar

fazendo o que gosto”, revela o médico,

com a simplicidade de sempre.

Page 11: Edição 01 Operação Globalização

OS CAMINHOS DA GLOBALIZAÇÃOOnda de fusões e incorporações chega ao mercado de saúde baiano. Investimentos nos próximo anos já somam mais de R$100 milhões

setor de Planos de Saúde e o

aquecimento natural da economia.

“A demanda é muito grande e a Linde

pretende oferecer uma nova opção na

produção de gases para o mercado

nordestino”, afirma Bejarano.

Consultores financeiros ouvidos pela

D i a g n ó s t i c o a f i r m a m q u e o s

investimentos no setor de saúde baiano

tendem a se manter crescentes nos

próximos dez anos, com novas aquisições

de empresas locais. O diretor executivo da

NKB Medicina Diagnóstica – unidade de

negócio do Grupo Fleury –, Omar

Hauache, defende que a Bahia é um dos

principais focos de crescimento de grupos

bem-sucedidos no País, como o Fleury.

"Trata-se de um estado com uma das

maiores forças econômicas brasileiras e

com amplas oportunidades no segmento

de medicina”, garante Hauache. “Por isso,

vamos investir fortemente no crescimento

da marca Qualitech e buscar outras

possibilidades por meio de aquisições".

Mercado de laboratório

S e u c o l e g a Au g u s t o S o a r e s ,

responsável pela operação local da

Qualitech, adianta que o Grupo Fleury vai

erguer uma sede master na Bahia, que será

o maior laboratório do estado. “Até o final

do ano, a unidade estará pronta e vai

funcionar num lugar estratégico, que

ainda estamos definindo”, afirma Soares.

“Trata-se de um investimento relevante e

quem vai ganhar com essa iniciativa é a

população”, destaca Soares. Para ele, o

crescimento da economia

baiana está fazendo com que

grandes empresas do segmento Omédico-hospitalar enxerguem

o mercado da Boa Terra como um

excelente local para ampliação de seus

negócios. Prova disso é a chegada

definitiva do renomado Grupo Fleury

no estado com a nova rede Qualitech –

que agora também abrange os

laboratórios Dirceu Ferreira –; a

aquisição do controle acionário do

Hospital da Cidade pela Promédica,

assim como a compra do laboratório

Image Memorial pelo Diagnósticos da

América S/A (Dasa). O investimento

de R$ 100 milhões da alemã Linde para

implantação de uma nova fábrica de

gases industriais e medicinais no Pólo

Petroquímico de Camaçari também

serve como indicador dessa tendência.

As operações da nova fábrica

deverão ter início no próximo ano. “É

de extrema importância para a nossa

empresa ter uma fábrica na Bahia”,

garante Clemis Miki, gerente regional

da Linde na América do Sul. “A Bahia

representa um mercado extremamente

interessante para a nossa instituição,

principalmente com o crescimento em

ascensão da área da medicina”, avalia o

gerente da divisão de Hospital-Care da

Linde, Rafael Bejarano. O executivo diz

que, nos últimos anos, os hospitais no

estado estão se ampliando e outras

un idade s su rg indo, mot i vada s ,

principalmente, pela verticalização no

Sem Fronteiras

Page 12: Edição 01 Operação Globalização

mercado de laboratórios vive um

momento extremamente forte com

relação a aquisições.

Car los Calumby, d i re tor do

Laboratório Image Memorial/Dasa,

acredita que atualmente existe em

curso, no exterior, no Brasil e na Bahia,

um processo de consolidação de

diversos segmentos empresariais,

dentre os quais o de medicina

diagnóstica. “E o planejamento

estratégico do Dasa contempla atuação

em escala nacional e, claro, que um

estado como a Bahia não poderia estar

de fora”, comenta Calumby.

Atualmente, o Dasa opera em dez

estados através de 17 marcas. O Image

Memorial foi a primeira empresa de

diagnósticos por imagem adquirida

pelo grupo. “A vinda do Dasa para o

estado deveu-se também à excelência da

Image tanto pela sua destacada

qualidade diagnóstica quanto pelo seu

desempenho no mercado”, assegura

Calumby.

Mercado local

A Promédica é outra empresa que

vem investindo pesado na ampliação de

seus serviços. Além do Hospital Jorge

Valente, a empresa possui o controle

acionário do Hospital da Cidade.

Estima-se que, em fevereiro deste ano,

a o p e r a d o r a d e s a ú d e p a g o u

aproximadamente R$ 18 milhões por

62% das ações da unidade.

“A globalização das empresas é uma

tendência irreversível no mercado

m é d i c o - h o s p i t a l a r b a i a n o ,

principalmente para aqueles que visam

uma ampliação da capacidade”, avalia o

diretor administrativo financeiro da

Promédica, Jorge Oliveira, sem

confirmar os valores do negócio.

Segundo ele, o investimento no

Hospital da Cidade, localizado no

bairro da Caixa D'água, periferia de

Salvador, vai ampliar o mix de serviços

oferecidos pelo grupo. “Uma unidade

funciona como um complemento da

outra, já que têm perfis diferentes e

atendem grupos distintos”, explica o

dirigente.

“O Jorge Valente é um hospital

geral de médio porte, já o da Cidade é

mais popular e tem maternidade e

internação pediátrica”. Após a compra,

o grupo desembolsou R$ 2 milhões na

criação de novos serviços e atualização

tecnológica do Hospital da Cidade. No

último dia 21 de julho, a unidade

ganhou um Centro de Tratamento da

Dor, especializado em dores crônicas, e

que contou com um investimento em

torno de R$ 300 mil.

“Dentro de no máximo 90 dias

teremos o Centro de Cardiologia e

Doenças Plurimetabólicas, que deverá

funcionar no bairro de Ondina”,

adianta Oliveira. “Os investimentos

vão continuar”. Para ele, a tendência de

verticalização do mercado não só é

forte, como também tem exigido o

investimento em unidades próprias de

O Image Memorial, do Dasa: investimentos em mais quatro unidades até o final do ano. Acima, o diretor da operação baiana do grupo, Carlos Calumby

Page 13: Edição 01 Operação Globalização

atendimento para se ter maior

controle de custos e garantia de

qualidade na atenção aos usuários.

Tendência nacional

A consultora financeira da Vetor

Consultoria, Luciane Dias Gomes,

acredita que tais investimentos no

mercado baiano es tão também

vinculados à carência do serviço

público no estado. “Por isso há tanta

demanda com relação à procura por

hospitais particulares e assistência

médica na Bahia”, observa.

“Sem falar que o crescimento de

ou t ro s merc ados , como o de

engenharia civil, por exemplo, faz com

que a população local cresça, assim

como o olhar atento de grandes

investidores”, dimensiona Luciane. A

tendência da Bahia segue exemplos de

outros estados como o caso da rede

carioca D'Or, que reúne 12 hospitais

no Rio de Janeiro e em Recife – nove

deles adquiridos nos últimos quatro

anos – e que em 2007 faturou R$ 750

milhões.

Além de expandir a atuação no

segmento de alto padrão com a

abertura de novos hospitais da

bandeira D'Or, a rede passou a investir

também na ampliação do atendimento

a outros segmentos, incorporando

unidades com custo de atendimento

mais acessível, a exemplo dos hospitais

Dr. Badim (localizado na Tijuca) e

Joari (zona oeste do Rio). De olho

t ambém na mov imen t a ç ão do

mercado, a Rede Alfa de Hospitais, que

possui forte atuação no Nordeste do

País, surgiu em 2000 com plano de

Investimentos previstos para

> GRUPO FLEURY

– Dez novos laboratórios Qualitech até o final de outubro e

uma sede master até o final do ano.

–Especialidade: Serviços de diagnóstico por imagem,

voltados essencialmente ao público feminino e à cardiologia.

– Investimento: Mais de R$10 milhões

>LINDE

– Nova fábrica no Pólo Petroquímico de Camaçari

Especialidade: Produção de gases medicinais e industriais

– Investimento: R$100 milhões

>DASA

– Implantação do NAT-Núcleo Avançado de Telemedicina com

previsão de conclusão em setembro/2008.

– Especialidade: Laudos médicos

– Quatro novas unidades a serem inauguradas em outubro de

2008, sendo uma em Lauro de Freitas e outra no bairro do

Campo Grande, além de mais duas em 2009, em processo de

seleção de imóveis.

– Especialidades: A partir de outubro de 2008, todas as

unidades Image Memorial adotarão o modelo one-stop-shop,

que permite aos usuários realizarem uma gama de exames de

medicina diagnóstica: Análises Clínicas, Raios X digitalizados,

Mamografia Digitalizada, Densitometria Óssea, Ultra-

sonografia Geral, Tomografia Computadorizada, Ressonância

Magnética, dentre outros, em um único local.

o mercado baiano

atuar no segmento de saúde com

foco em aquisições.

A empresa espera passar dos atuais

R$ 60 milhões de faturamento para R$

320 milhões em cinco anos. Ainda este

ano, a Rede estuda adquirir entre cinco

ou seis hospitais, em todo o país.

Segundo relatório de fusões e

aqu i s i çõe s da Pr i c ewa t e rhouse

Coopers, números revelam que o

movimento de negócios este ano

continua aquecido. Foram mais de 100

transações, o que significa um aumento

de 26%, em comparação com o mesmo

período do ano passado. Em relação a

2006, o avanço é ainda maior, 79%, e

sobre 2004, uma alta de 143%.

Augusto Soares, da Qualitech, e Jorge Oliveira, da Promédica: expansão dos negócios com ganhos em escala

revista diagnóstico | jul/ago/set 2008 13

Page 14: Edição 01 Operação Globalização

Coordenadora Geral do Planserv, a administradora Sônia Carvalho faz um balanço sucinto das ações do atual governo junto aomaior plano de saúde do Nordeste.

Entrevista

Fo

to: R

ob

ert

o A

bre

u

Page 15: Edição 01 Operação Globalização

REVISTA DIAGNÓSTICO – Já é

possível fazer um balanço das ações do

atual governo junto ao Planserv?

SÔNIA CARVALHO –

DIAGNÓSTICO – Que medidas vêm

sendo adotadas para tornar mais

transparentes as ações do plano?

SÔNIA –

DIAGNÓSTICO – Durante anos, os

critérios para credenciamento ao plano

de saúde dos servidores sofria bastante

interferência política, principalmente no

interior do estado. Essa realidade já

mudou?

SÔNIA –

DIAGNÓSTICO – O que já pode ser

antecipado nas mudanças que o Planserv

Sem dúvida.

Cumprimos uma agenda bastante extensa,

na qual destacamos a conquista do

equilíbrio financeiro concomitante com o

aumento da oferta de serviços; o

aperfeiçoamento dos controles, através do

uso intenso de tecnologia da informação; o

início da assinatura de contratos com os

prestadores da rede referenciada; o

estabelecimento de novos preços

referenciais para diversos procedimentos

importantes; o reajuste de 50% sobre o

valor das consultas, além da ampliação da

rede de atendimento de emergência e a

redução de prazos para pagamento de

faturas.

Na condição de órgão público, o

Planserv obrigatoriamente age com

transparência e tem suas ações fiscalizadas,

em primeiro lugar pelos próprios

beneficiários – seja diretamente ou através

no Conselho de Assistência à Saúde dos

Servidores Públicos Estaduais (Conserv),

órgão deliberativo paritário, no qual há três

representantes. Além disso, anualmente a

Auditoria Geral e o Tribunal de Contas do

Estado realizam rigorosa auditoria sobre as

ações e todos os números que envolvem o

Planserv.

Não posso falar sobre a realidade

anterior, porque não a acompanhei, mas

posso assegurar que hoje todos os

prestadores que atendem aos requisitos

técnicos, fiscais e financeiros estabelecidos

em edital são incorporados à rede Planserv,

sem qualquer tipo de interferência ou

escolha subjetiva.

ainda pretende implementar?

SÔNIA –

DIAGNÓSTICO – Na época da

extinção do antigo Iapseb se discutiu

muito a contratação de um plano de

saúde privado para os servidores do

estado. Essa idéia já foi superada?

SÔNIA –

DIAGNÓSTICO – A rede prestadora se

considera prejudicada pela medida dos

genéricos. Pode comentar?

SÔNIA –

DIAGNÓSTICO – O reajuste nos

procedimentos foi considerado pelo

governo um avanço histórico, depois de

20 anos de congelamento. Como se

dará, daqui para a frente, a política de

recomposição das tabelas?

SÔNIA –

Estamos trabalhando neste

momento com especial atenção no

fortalecimento da auditoria e em análises

estatísticas para identificar eventuais

distorções de faturamento. Também vamos

reforçar nossas atividades de prevenção de

doenças, inclusive inaugurando uma

unidade especializada em acompanhamento

de portadores de síndrome metabólica.

Não estamos trabalhando com

essa perspectiva. E nossos resultados desde

o ano passado mostram que é possível

administrar o Planserv diretamente, com

racionalidade e eficiência. A redução de

mais de 70% na quantidade de reclamações

de beneficiários, se compararmos 2008

com 2006, só reforça esse entendimento.

Essa é uma visão equivocada. Os

resultados da chamada “Portaria dos

Genéricos”, de 2007, estão possibilitando a

implementação de ações que são

extremamente benéficas para os

prestadores de serviços, a exemplo do

reajuste do valor pago por consultas, do

novo piso para diárias e da reestruturação

do fluxo de caixa do Planserv, reduzindo

prazos para a quitação de faturas.

Não podemos falar em duas

décadas de congelamento, pois o próprio

Planserv tem menos de dez anos de vida,

mas reconhecemos que existem algumas

defasagens e estamos trabalhando para

superá-las, sem perder de vista o equilíbrio

financeiro do plano, que é uma conquista

importante, da qual não podemos abrir

mão. Ou seja, recomposições de preços

serão feitas gradativamente, com foco em

áreas onde nossos valores estejam abaixo

daqueles praticados por instituições com

porte e características semelhantes ao

Planserv.

Sim. Gradativamente, à medida

que forem lançados os respectivos editais de

credenciamento.

Sem dúvida. Os critérios de

classificação, objetivos e transparentes,

estão sendo discutidos com representantes

das instituições e o edital será lançado ainda

em 2008.

Temos mantido um diálogo

franco e respeitoso com essas instituições e

assim devemos prosseguir, pois todas as

contribuições técnicas de prestadores de

serviços e entidades médicas são bem-

vindas.

Naquilo em que a padronização

for compatível com a legislação do Planserv,

não há problema em adotá-la após as devidas

adaptações de sistema. Se recebermos

alguma sugestão mais específica nesse

campo, nos comprometemos a analisá-la e

implantar aquilo que for compatível com as

rotinas e peculiaridades de um órgão da

administração pública.

DIAGNÓSTICO –

das remunerações vai contemplar

também os exames, que continuam com

os preços congelados?

SÔNIA –

DIAGNÓSTICO – Assim como as

clínicas, os hospitais também passarão

pelo processo de classificação?

SÔNIA –

DIAGNÓSTICO – De que forma a

Ahseb e o Sindhosb e entidades como

Cremeb e ABM podem contribuir para

as discussões em torno do novo

Planserv?

SÔNIA –

DIAGNÓSTICO – A Agência

Nacional de Saúde (ANS) vem

adotando algumas rotinas de

padronização para o setor, como o

modelo de contas, transmissão

eletrônica e formulário de glosas – com

seus recursos e tréplicas. O Planserv

tem planos de adotar estas políticas,

mesmo não estando sob a influência da

ANS? Se sim, em que área?

SÔNIA –

O realinhamento “OS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO (DE HOSPITAIS E CLÍNICAS),

SERÃO OBJETIVOS E TRANSPARENTES. O EDITAL SERÁ LANÇADO

AINDA EM 2008.

Page 16: Edição 01 Operação Globalização

Quanto mais baixo, melhor. Pelo

menos para o setor de saúde

brasileiro, a queda do dólar é

sinônimo de calmaria. A

desvalorização da moeda americana tem

possibilitado clínicas e hospitais a

comprar equipamentos mais baratos e

modernizar seus parques. Especialistas

no mercado de compra e venda de

máquinas importadas afirmam que a

época para a barganha de produtos

vindos de fora é muito boa. Há indícios,

baseados na própria dinâmica da

economia americana, de que o dólar pode

cair ainda mais e trazer consigo,

conseqüentemente, os preços dos

equipamentos estrangeiros ou com baixa

nacionalização.

Outro vetor de depreciação vem da

HORA DE ABRIR O COFRE

Queda progressiva do dólar tem estimulado hospitais e clínicas a investirem em modernização. Especialistas afirmam que cenário pode melhorar ainda mais

própria dinâmica do mercado

tecnológico, com ganhos crescentes em

aperfeiçoamento e preços cada vez mais

acessíveis. Um tomógrafo de 16 canais

top de linha custava há três anos, por

exemplo, US$ 1,2 milhão (na época, o

equivalente a aproximadamente R$ 4

milhões). Hoje, o mesmo equipamento,

com o dobro da capacidade, é vendido por

US$ 870 mil (aproximadamente R$ 1,3

milhão). “Em 2004 e 2005, poucos

consegu iam comprar apa re lhos

importados”, lembra Delfin Gonzalez

Miranda, diretor da Clínica Delfin.

“Atualmente, essas aquisições estão muito

mais fáceis de serem feitas, o que acaba

causando certo nivelamento tecnológico

em clínicas e hospitais”, avalia o médico.

Após dez anos sem comprar novos

Câmbio

Page 17: Edição 01 Operação Globalização

aparelhos de grande porte, com a

queda do dólar, o Hospital Aliança já

planeja adquirir equipamentos de ponta

até o final do ano. “A situação econômica

que vivemos está muito mais interessante

para o mercado”, avalia o diretor

administrativo, Luís Antônio Leal de

Almeida. “E, sem dúvida, quem mais vai

ganhar com os nossos investimentos serão

nossos pacientes”, acredita Almeida.

Facilidade de crédito

O Grupo Promédica também está

aproveitando o bom momento do

mercado. Além de um novo aparelho de

ressonância magnética e um tomógrafo

que ficarão no Hospital Jorge Valente, o

grupo inaugurou, em julho deste ano, o

Centro de Tratamento da Dor e, dentro de

três meses, colocará em funcionamento o

Centro de Cardiologia e Doenças

Plurimetabólicas, ambas as unidades

equipadas com equipamentos de última

geração. “Qualquer variação de queda do

dólar facilita e estimula a compra de novas

m á q u i n a s ” , a f i r m a o d i r e t o r

administrativo e financeiro da Promédica,

Jorge Oliveira. “O País vive uma época em

que os créditos bancários estão bem mais

fáceis, o que também facilita as

aquisições”, acrescenta o gerente

administrativo da clínica Echoson,

Marcosuel Souza. “Apesar das facilidades,

contudo, os aparelhos continuam

caros”.

Na opinião do superintendente

administrativo e financeiro do Hospital

Santa Izabel, Eduardo Santos, os avanços

tecnológicos, por si só, estimulam os

h o s p i t a i s a s e m o d e r n i z a r e m

constantemente. “A desvalorização ajuda,

mas a necessidade de renovação é

constante, estando o dólar baixo ou não”,

pondera Santos. Nos últimos meses, o

Santa Izabel não pára de fazer novas

aquisições, motivadas, principalmente,

pe lo re c ém- inaugurado Cen t ro

Cardiológico do Hospital, considerado

um dos mais modernos do País. Os

investimentos foram custeados pelo

Ministério da Saúde e integram a política

nacional de modernização de hospitais

filantrópicos.

Outro lado

A queda da moeda americana está

ajudando grandes empresas como a GE,

S i emens , Ph i l l ip s e Tosh iba a

incrementarem seus lucros no Brasil.

Somente no ano passado, o setor

movimentou mais de US$ 2 bilhões, o

que representa um aumento de 27% em

relação a 2006. A projeção é superar a

marca, já histórica, até o final do ano. Na

Bahia, o segmento teve um incremento

de 40% nas vendas de 2008 em relação a

têm caprichado cada vez mais em

estratégia de vendas, diminuição de

preços, descontos e formas de pagamento

O consultor de vendas da Toshiba

Ricardo Lima conta que sua companhia

costuma trazer de 40 a 50 aparelhos por

mês, que desembarcam no Brasil com

compradores certos. Segundo ele, a

demanda maior é pelos aparelhos de ultra-

sonografia, Raio-X, ressonância e

mamografia. Apesar do aquecimento nas

vendas, a reportagem de Diagnóstico

apurou que não há fila de espera.

Na média, a vida útil de um

equipamento médico é de dez anos. Com

a velocidade dos avanços tecnológicos,

entretanto, esses produtos já são

considerados ultrapassados em no

máximo cinco anos. “Sem dúvida, as

empresas querem trazer e disponibilizar

aquilo que se tem de mais novo e

moderno”, afirma Aurimar José Pinto,

presidente da Associação Brasileira dos

Importadores de Equipamentos e

Pro d u t o s M é d i c o - H o s p i t a l a r e s

(Abimed). “Mas obviamente, por trás da

tecnologia, existe a missão de aumentar a

perspectiva de vida do paciente”.

Segundo ele, existem estudos que

comprovam que a introdução de novas

tecnologias no sistema de saúde

corresponde a um aumento de 67% do

aumento do tempo de vida do cidadão.

Eduardo Santos, do Hospital Santa Izabel: “A desvalorização ajuda, mas a necessidade de renovação é constante, estando o dólar baixo ou não

Page 18: Edição 01 Operação Globalização

Informe Publicitário

Com pé diabético, o cuidado é redobradoHS confecciona sapatos e sandálias especiais

Elizabeth Sarno

A escolha de um calçado adequado é um dos grandes caso de ferimentos, por exemplo, os nutrientes que ajudam na

problemas enfrentados por diabéticos, já que o cicatrização demorem mais para chegar”. Segundo ele, isso é uma

agravamento da doença pode provocar até a amputação. preocupação, já que são mais propensos a desenvolver uma

Segundo o Ministério da Saúde (2002), 10% da população baiana angiopatia, que se caracteriza pela dificuldade de circular o sangue.

é acometida da doença. Para minimizar esse problema, o Hospital Outra doença que pode contribuir com o surgimento dessas

Salvador oferece aos seus pacientes, desde agosto de 2007, através patologias é a neuropatia, que ocorre quando há falência dos

do seu Centro de Diabetes (CDHS), um atendimento específico nervos sensores. “Quando pisamos num prego, por exemplo, são

para o pé diabético: a Oficina de Calçados Especiais e Órteses. os nervos sensores que informam ao cérebro, através da dor”,

indica Duarte. Como prevenção, ele recomenda exercícios físicos

regulares, medicações para o controle dos níveis de glicemia,

controle do peso, manutenção dos níveis de pressão, colesterol e a

escolha de calçados adequados. O técnico em órteses Carlos Augusto

Silva explica que, diferentemente dos sapatos convencionais, o

calçado especial para o pé diabético é personalizado, deve ter a sola

um pouco suspensa, evitando com isso o atrito mais direto com o

chão e riscos de tropeços. São feitos em couro, utilizando solados de

borracha, palmilhas e forro especial que protege os pés, com

adaptações na fôrma que evitam o atrito com o curativo, lesões, calos

ou deformidades ocasionadas pela doença.

De acordo com o cirurgião vascular Cícero Fidelis, o grande

diferencial deste serviço disponibilizado pelo CDHS é o trabalho em

A oficina produz calçados personalizados com a função de conjunto realizado pelo cirurgião e o técnico que confecciona o

auxiliar pacientes com deformidades nos pés, originadas pelo calçado. “Este contato direto contribui para assegurar a qualidade dos

diabetes ou mesmo por intervenções cirúrgicas. De acordo com produtos fabricados, respeitando as necessidades de cada paciente.

Olívia Castro, coordenadora de enfermagem do CDHS, os Além da comodidade do serviço disponibilizado no próprio centro”.

calçados são feitos conforme as orientações do médico e têm o Mas e a estética? Segundo Olívia Castro, é uma preocupação

objetivo de proteger o pé do paciente de qualquer tipo de atrito. freqüente dos pacientes que chegam à Oficina. Hoje, existem na

“Para tal são retiradas medidas, respeitando as peculiaridades oficina 120 opções de modelos e, se o paciente quiser, tem a

existentes em cada caso”, explica. possibilidade de trazer algum modelo que goste para

confeccionarmos um parecido. Até agora já foram produzidos na

oficina 45 pares de calçados, incluindo sandália social, sapato e

sandália de curativo.

O gerente de vendas Mário Santana, 56 anos, e há oito portador

do diabetes e que há cerca de cinco meses usa uma sandália feita na

oficina por indicação médica, relata: “Peguei uma infecção na sola do

pé e tive quer passar por uma cirurgia para ficar bom, mas no local da

infecção acabou criando uma deformidade e não tinha sapato algum

que me deixasse à vontade”. Foi aí que segundo ele, Dr. Cícero lhe

sugeriu que procurasse a

A endocrinologista Odelisa Matos, coordenadora do CDHS, oficina para fazer um calçado

afirma que as pessoas portadoras do diabetes devem ter um adequado ao seu pé. “A

cuidado especial com os pés. “Quando não controlado, o diabetes sandália ficou no formato

pode provocar lesões nos vasos sangüíneos e nervos, que certinho do meu pé, me

comprometem a circulação e a sensibilidade dos pés, ocasionando deixando mais confortável.

ferimentos freqüentes, calos e até amputações”. “Calçados podem Passo o dia todo com ela, só

ser ótimos aliados ou inimigos”. tiro para dormir. O

De acordo com o podólogo Hamilton Duarte, os pés importante é o meu bem-

demoram mais para ter o retorno sangüíneo. Isso faz com que em estar”, concluiu Santana.

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Page 19: Edição 01 Operação Globalização

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Page 20: Edição 01 Operação Globalização

Osetor de saúde sofre de um interessante paradoxo: ninguém discute a sua

importância para a sociedade, resultando num mercado sempre dinâmico e com

um latente potencial de crescimento, mas que, por sua organização, permeado dos

atores que conflitam entre si (plano de saúde, seguradoras, auto-gestão, SUS,

etc.), não tem gerado resultados que possam ser considerados satisfatórios para os gestores

e responsáveis pelos estabelecimentos. A percepção geral é que o mercado torna-se cada vez

mais complexo, e sua administração cada vez mais difícil. A necessidade de qualificação nas

mais diversas áreas administrativas tem sido debatida e é nítido o interesse dos gestores em

tornar o seu pessoal mais qualificado. Muito embora a modernização tenha alcançado um

número cada vez maior de colaboradores dentro da empresa, esta não foi acompanhada da

relação que as instituições mantêm com os seus departamentos jurídicos, sejam eles

terceirizados ou não. A percepção de que o relacionamento entre instituições médicas e o

setor jurídico ainda não passou pelas transformações exigidas pela realidade decorre da

inexistência de um diálogo permanente entre gestor e profissional responsável pelo setor

jurídico.

Na maioria das vezes, o advogado ou escritório somente é lembrado quando o problema já

se encontra instalado e sedimentado, não sendo exagero dizer que este mesmo problema

poderia ter sido evitado com alguma facilidade caso não houvesse o distanciamento que

hoje existe. Para a maioria das instituições hospitalares, além do distanciamento, continua

uma prática que tem demonstrado pouca eficácia – a administração jurídica por teses

pontuais. Grandes instituições embarcam em teses jurídicas, muitas vezes coletivamente,

sem compreender que o jurídico é uma ferramenta do negócio e que não é possível dar um

tratamento coletivo num mercado tão segmentado (onde a composição de faturamento é

tão diversa de uma instituição para outra). Este texto não condena as teses que são

legítimas, válidas e com vasto e comprovado potencial para o sucesso. O ponto fulcral é a

defesa de um diálogo que transforme o setor jurídico numa importante ferramenta de

negócio e de gestão dos empreendimentos do setor de saúde.

Entendendo a transformação

Diversas tecnologias transformaram a atividade médica, resultando numa quantidade

impressionante de diagnósticos e terapias para uma mesma enfermidade, tudo

dependendo da estratégia adotada pelo médico em consonância com o paciente. É possível

afirmar que esta mesma transformação tecnológica ocorreu no Direito, sendo possível a

proposição de diversas ferramentas de informação e planejamento estratégico,

maximizando resultados que podem ser encarados como diferenciais num mercado tão

concorrido. Dois fatores, por si só, já demandariam uma relação mais próxima e íntima

com um serviço jurídico ou advogado atuante: o fato de o Estado ser um elemento

preponderante no setor de saúde, seja como tomador e contratante de serviços, seja como

emissor de normas que afetam a entidade hospitalar administrativamente e do ponto de

vista tributário, e o alto endividamento do setor. Não existe cenário de melhora a curto ou a

longo prazo.

Pelo contrário. O Estado tende a se tornar cada vez mais burocratizado, editando

centenas de normas que precisarão ser decifradas, avaliadas e adaptadas a cada realidade

particular. Da mesma forma, o superávit fiscal do governo continuará, ainda por algumas

administrações sendo fruto de uma escorchante política tributária. Logo, o tempo está

contando contra aquelas instituições que não dialogam efetivamente com o seu serviço

jurídico. Apenas para não ficarmos no plano teórico, é possível listar três áreas estratégicas

que demandariam um cuidado imediato por parte dos gestores médicos: (I) a atualização

societária das entidades, considerando que a maioria das instituições ainda permanece com

uma estrutura societária que põe em risco o patrimônio pessoal dos sócios; (II) a

renegociação tributária, considerando as excepcionais oportunidades propostas por

administrações federais e municipais que precisam equacionar a sua própria contabilidade;

e (III) as questões relacionadas à responsabilidade civil das entidades hospitalares que,

apesar de ser o elemento de maior risco hoje para os prestadores de serviços médicos, ainda

é objeto de pouquíssima discussão. Não há mais tempo a perder. Não se trata de uma

posição alarmista, mas o pensamento que vale para o médico deve ser aplicado ao advogado

da empresa: com as possibilidades de manutenção e detecção de enfermidades existentes,

só fica doente quem quiser.

Artigo

Agnaldo Bahia DISCUTINDO O JURÍDICO

Agnaldo Bahia é advogado,

formado pela Ufba,

especializado em Direito

Empresarial e atualmente

ocupa a diretoria jurídica da

Ahseb.

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Ano IIjan/fev/mar2008

A vez da Fisioterapia

Entrevista: Almir Magalhães/presidente da Unicred

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