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Edição 133

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Aqui, o inverno úmido não tem o charme europeu dos nossos únicos antepassados. No verão, mormaço. Acredite, tem até enchente. E já que em Caxias não há nada para fazer, só resta reclamar. Nem pense em ir embora: o trânsito caótico tranca as fronteiras

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Dupla CA-JU estásegura no banco de reservas

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Fotos: 6 e 16: Paulo Pasa/O Caxiense. 13: Aires Battistel, Divulgação/O Caxiense. 11: Maurício Concatto, Arquivo/O Caxiense

arquiteturaSoluções estilosaspara controlar a luz

É velho, mas funciona

Tia Carroll: a diva americana do blues ama Caxias

Longe de tudo paraficar mais perto de Deus

Pinhão cozido é para os fracos

A integrantemais antigados Alcoólicos Anônimos

Nojinho educativo no Dia dos Namorados

Tricô desdemenino

Rabugice caxiense:uma porcaria de reportagem

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Produtos apreendidos por menos da metade do preço de mercado

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Este ano comemoramos o centenário de dois grandes escritores, que infeliz-mente nos deixaram antes de chegar a este marco: Jorge Amado – meu objeto de pesquisa desde a monografia da faculdade de Jornalismo na PUCRS até a recente dissertação de mestrado em Letras na UCS – e Nelson Rodrigues. Jorge Amado me fisgou na adolescência e despertou meu interesse pela pesquisa acadêmica. Anos antes de concluir meu bacharelado já tinha um plano de pesquisa e guardava dinheiro para ir a Salvador procurar as fontes de informação que precisaria. Em 2008, na capital baiana, consegui reunir o material necessário para revelar a faceta de jornalista do escritor e concluir minha graduação. Em 2012, terminei a pesquisa sobre mestiçagem e teorias raciais sob um viés sociológico de uma de suas obras, Tenda dos Milagres. Bastante tempo pes-quisando um autor que, de forma quase unânime, era (e ainda é) desmerecido pelos acadêmicos. E bastante tempo con-victa concordando com outro autor. Nel-son Rodrigues, que também me fisgou na adolescência mas não conseguiu transfor-mar a paixão em amor, é a inspiração para abrir o diálogo deste espaço. Foi ele quem disse que “toda unanimidade é burra”. Minha tendência sempre foi concordar com o raciocínio (mas, se todos concor-darmos, seremos burros?). Enfim, desde que ouvi com atenção a sentença, gosto de ver opiniões diferentes sobre um mesmo assunto lado a lado. A reportagem de capa da edição passada, de número 131, mostra o atraso dos médicos particulares, fenômeno que ocorre diante dos olhos de todos mas é tão aceito que habitualmente nem se questiona. O papel da revista O CAXIENSE, porém, é justamente o de questionar esses “tabus” – uma postura que não agrada e nem pretende agradar a todos. E o lado bom é exatamente este: abrir espaço para opiniões divergentes. Abaixo, o desabafo de um leitor, que não se identificou:

Para outra leitora, o texto que publica-mos no site para divulgar a reportagem já causou incômodo. No Twitter, Mariana F. De Godoy reclamou, citando uma frase nossa:

Espero que a reportagem de capa desta semana também gere posicionamentos distintos. Nela, nos debruçamos sobre outro tema quase onipresente, mas pouco debatido: o hábito praticamente incon-trolável de reclamar sobre tudo que é relacionado com Caxias do Sul. Com razão muitas vezes, os reclamões estão em todos os lugares. Mas reclamam tanto (e de tudo) que acabam perdendo a credi-bilidade. Caxias não tem nada de bom? Discordo.

Paula Sperb, diretora de Redação

DiGa!Unanimidades bUrras | espaço para discordar | reclama mais!

Diretor executivo - Publisher

Felipe Boff

Paula SperbDiretor administrativo

Luiz Antônio Boff

editor-chefe | revista

Marcelo Aramis

editora-chefe | site

Carol De Barba

Andrei AndradeRafael MachadoRobin Siteneski

Gesiele LordesLeonardo PortellaPaulo Pasa

Designer

Luciana Lain

COMerCiaL

executivas de contas

Pita Loss Suani Campagnollo

aSSiNaturaS

atendimento

Tatyany R. de Oliveira

Assinatura trimestral: R$ 30

Assinatura semestral: R$ 60

Assinatura anual: R$ 120

FOtO De CaPa

Paulo Pasa/O Caxiense

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro

Lourdes, Caxias do Sul (RS) |

95020-471 | Fone: (54) 3027-5538

[email protected]

www.ocaxiense.com.br

“E qual é a novidade nisso? Estes ‘seres superiores’ exercem a melhor profissão do mundo, ganham muito bem e não têm

“Nas clínicas, o chá de banco é o cartão de visitas dos médi-cos.” Um pouco apelativo, não?

compromisso com nada, pois se morrer faz parte do ciclo natu-ral (pior é que é verdade, afinal todos vamos morrer…), então por que são tratados com toda esta distinção? Eles sabem que estão ‘lidando’ com o bem mais precioso de todos, a vida. No fun-do é uma grande chantagem que é aceita por todos com receio de represálias. Todos sabem que mé-dico pode fazer o que quiser que não dá nada. Por exemplo: dei-xar de atender, errar no palpite que eles chamam de ‘diagnósti-co’, operar o pé errado e assim por diante….e a quem vamos re-correr? A ninguém, é claro, pois nunca vai dar nada! Fazem de conta quando o caso está quente na imprensa e depois já era, vai para o arquivo morto…”

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BaStiDOreSpinhão além da chapa | homem no tricô | 35 anos sem beber | sexo sem romance | Uma tia do blUes

Geladeira: a partir de R$ 100

Televisão: R$ 289,90

Fogão: a partir de R$ 70

Cama de solteiro: a partir de R$ 60Forno de microondas: R$ 119,90

Aparelho de som: R$ 269,90 Roupas: de R$ 3 e R$ 15

Que tal comprar uma geladeira por R$ 100 e ajudar uma instituição que man-tém escolas de educação infantil para crianças carentes? Esse é o objetivo do AbraCabrike, brique mantido pela Edu-caritá. A ONG recebe doações e as vende a preços baixos para financiar duas es-colas que atendem 200 crianças ou doa para famílias em situação de vulnerabili-dade social. O AbraCabrike, que fica na avenida Julio de Castilhos, 1195, entre a R. Guia Lopes e a Andrade Neves, recebe roupas, eletrodomésticos e móveis. De-pendendo do tamanho da doação, man-da buscar. Qualquer um pode comprar no brique. Mensalmente, cerca de 150 móveis e 2 mil peças de roupa e utensí-lios domésticos são doados. As doações disponíveis no brique são revisadas antes da venda. Confira alguns produtos. São velhos, mas funcionam.

Brique da solidariedade

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Receitas com pinhãoTOP5

Cozido, na chapa, na brasa, paçoca... Pensávamos que isso era tudo o que se podia fazer com pinhão. Raul e Hermínia Fonseca, organizadores da Festa do Pinhão, de Vila Seca, foram muito além do trivial para citar seus pratos preferidos com a semente mais comum nos lares gaúchos no inverno. Anote e prove.

PudimA receita de pudim pede uma lata de leite condensado, 4 ovos, leite e pinhão cozido e moído – tudo na medida da lata. Misture, coloque em uma forma caramelizada e

cozinhe por 45 minutos em banho-maria. Leve ao refrigerador.

PaçocaPense naquilo de mais forte e calórico que há na cozinha. A paçoca é feita a partir de bacon, carne de porco, carne moída ou

costelinha de porco picada. Após juntar todos os ingredientes, acrescente o pinhão e o tempero, em quantidades iguais. Para quem achou que a bomba estava pronta, Raul sugere arroz bran-co e feijoada para acompanhar o prato.

OmeleteA ordem é a mesma da linguiça: faça o omelete sepa-rado e após, misture o pinhão cozido e moído. Por fim, sal a gosto.

LinguiçaPreparado para muita carne? São 20 quilos de carne de porco e 10 quilos de pinhão cozido e moído. Após, junte os ingredientes e tempere a gosto. Raul sugere pimenta,

sal e queijo ralado. “Para finalizar, segue o mesmo procedimento do salame: colocar tudo dentro da tripa”, explica, como se fosse fácil.

EntreveroA lista de ingredientes é grande: 1 quilo de carne de porco, 1 quilo de carne de gado (à escolha), 500 gramas de bacon, 1 dente de alho, 6 colheres de óleo, 4 rodelas

de pimentão vermelho, verde e amarelo. Deixe cozinhar tudo na panela até a carne ficar no ponto. Por último, acrescente 200 gramas de pinhão cozido e moído. Arroz e macarrão acompa-nham o prato.

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CaMPuS

NaturebaPela segunda vez, a UCS rece-

be um workshop sobre produtos naturais. A atividade, que deve contar com mais de 15 palestras nos dias 20, 21 e 22 de junho, deve abranger estudos sobre as aplica-ções, toxidade, processos de extra-ção e transformação de produtos naturais, como as plantas aromá-ticas e medicinais. As inscrições podem ser feitas no site da UCS e custam R$ 15 para acadêmicos da universidade e R$ 30 para o públi-co em geral.

Fisioterapeuta 2.0Compartilhar o conhecimento

sobre as novas formas de atuação do fisioterapeuta é o objetivo da Semana Acadêmica da Fisiotera-pia da UCS, coordenada pela pro-fessora Cláudia Adriana Bruscat-to. O evento ocorre de 18 a 21 de junho, no Bloco H. As inscrições devem ser feitas pelo site da insti-tuição e custam R$ 20.

Fórum integradoMario Andrada, diretor de Co-

municação para Mercados Emer-gentes da Nike; Valdeci Verdelho, professor de Gestão de Crises de Comunicação na Associação Bra-sileira de Comunicação Empresa-rial; e Vanessa Brandalize, coorde-nadora de Comunicação Interna do Grupo Boticário, serão os pa-lestrantes do Fórum da Comuni-cação, que ocorre de terça (19) a quinta (21), às 20:00, no UCS Tea-tro. O evento é gratuito.

+ VESTIBULARFaculdade da Serra GaúchaInscrições até 25 de junho. R$ 40. Prova: 26 de junho, 18:30.

Faculdade FátimaInscrições até dia 19 de junho. R$ 20. Pro-va: 20 de junho, 19:30.

Faculdade InovaçãoInscrições até o dia 18 de junho. R$ 20. Pro-va: 19 de junho, às 20:00.

Anglo AmericanoAgendamento até 17 de agosto. R$ 35. Pro-va geral: 30 de junho, às 14:00. Demais da-tas podem ser agendadas, nas sextas-feiras, às 19:00, até o dia 17 de agosto.

La Salle Business SchoolInscrições até 22 de junho. R$ 20. Prova: 23 de julho.

Faculdade MurialdoInscrições até 25 de junho. R$ 25. Prova: 25 de junho, às 19:00.

Faculdade de Tecnologia da Serra GaúchaInscrições até 18 de junho. R$ 25. Prova: 19 de junho, às 19:00.

FTEC FaculdadesInscrições até 15 de junho. R$ 25. Prova: 16 de junho.

WWW.ANHANGUERA.COM. 3223-3910 | WWW.ANGLOAMERICANO.EDU.BR. 0800-6060606 | WWW.AMERICALATINA.EDU.BR. 3022-8600 | WWW.PORTALFAI.COM. 3028-7007 | WWW.FATIMAEDUCA-CAO.COM.BR. 3535-7300 | WWW.FSG.BR. 2101-6000 | WWW.FTEC.COM.BR. 3027.1300 | WWW.UCS.BR. 3218-2800 | WWW.LASALLE.EDU.BR/BUSINESS. 3220. 3535 | WWW.FACULDADEMURIAL-DO.COM.BR. 3039.0245 | WWW.FTSG.EDU.BR. 3022-8700 | WWW.VESTIBU-LARFTEC.COM.BR. 3027-1300 |

BOAGENTE

Um raro artesão

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Dados do Ministério da Saúde apontam que a cada 100 casos de psoríase no Brasil, apenas 15 acontecem antes dos 18 anos. Justamente nesta idade, Sinval Minuzzo recebeu o diagnóstico da doença que lhe causou infla-mações e lesões avermelhadas na pele. Como receita médica, o jovem foi orientado a fazer tra-balhos manuais e encontrou no artesanato uma forma de exer-citar as mãos, ganhar dinheiro e cuidar da saúde. “Minha mãe foi a melhor professora de tricô. Tudo que eu sei, aprendi com ela”, lembra. Hoje, aos 53 anos, ele ensina crochê, tricô, ponto cruz e macramê para cerca de 30 pessoas todos os meses. “Já tive alunas de 8, 9 anos. Mas a maioria são mulheres aposen-tadas, que encontram no ar-

tesanato uma forma de lazer”, conta. Ao longo dos 35 anos na atividade, Sinval conta ter tido apenas dois homens como alu-nos. “O preconceito ainda reina entre as pessoas. Hoje em dia, nem ligo mais para isso”, diz ele, que adquiriu um apartamento e um carro com o dinheiro con-quistado com as aulas. Em uma sala cedida pela loja Gelain, que fica no bairro São Pelegri-no, o curso conta com 4 aulas semanais, que custam R$ 35 e ensinam desde colocar a linha na agulha e interpretar os dese-nhos das revistas especializadas até a finalização de uma peça de roupa. “Faz bem até para a me-mória. Os resultados obtidos com a prática desse trabalho manual são os melhores possí-veis.”

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“A bebida é o melhor amante que uma mulher pode ter, mas eu quero distância dele”. É com essa frase que Wilma Carva-lho, de 67 anos, resume a sua repulsa pelo álcool, responsável por muitos momentos difíceis em sua vida. Na noite de segunda-feira (11), ela comemorou 35 anos como frequentadora dos Alcoólicos Anônimos de Caxias do Sul. De acordo com os colegas, ela certamente é a mais antiga integran-te das reuniões na cidade. Emocionada, Wilma lembra o começo dessa trajetória e alguns momentos que marcaram a sua vitória sobre o alcoolismo. E garante: nunca teve uma recaída.

04 de julho de 1977Eu achava que estava ficando louca, pois passava o tempo inteiro bebendo. Emen-dava um porre no outro. Por incentivo do meu marido, comecei a frequentar as reu-niões dos Alcoólicos Anônimos na Clínica Paulo Guedes, em Ana Rech. Depois que eu entrei no AA, o meu esposo me levava em todas as reuniões e eu vi que podia fa-zer muitas coisas em casa. Imagine, eu não sabia nem fritar um ovo. O meu médico também me ajudou a tomar essa decisão, pois ele disse que, se eu não parasse de beber, morreria em 3 meses.

19 de julho de 1977Duas semanas depois de parar de beber, percebi que o meu filho fez a bainha da

calça dele e perguntei porque ele não tinha pedido isso para mim. Ele disse que sabia que eu não ia conseguir fazer, pois estaria bêbada. Aquilo me marcou muito. Passei a perceber que não estava aproveitando os momentos bons da minha vida.

1980Foi quando passei a frequentar as reuni-ões no salão dos Capuchinhos, no Bairro Rio Branco. Às vezes, os frequentadores passavam horas reunidos também na Praça Dante Alighieri, para comentar os assuntos das reuniões e ajudar uns aos outros.

1984O meu marido ficou doente e precisava de mim. Naquele momento, eu pude ser uma boa esposa. Eu fiquei com ele no hospital e pude cuidar dele até o dia em que ele faleceu. Eu não desejo para ninguém passar tudo o que eu passei por causa da bebida. Eu não conseguia ter uma medida do quan-to eu bebia.

11 de junho de 2011Recebi duas fichas que marcam os meus 35 anos participando das reuniões. Me orgu-lho em dizer que, nesse tempo todo, nunca tive uma recaída. Hoje, me sinto muito bem. Para mim, esse tempo representa a minha vida, pois antes disso eu não vivia. Hoje posso curtir a vida e meus netos, um rapaz de 17 anos e uma menina de 23.

uma frequentadora dos Alcoólicos Anônimos35 aNOS Na viDa De...

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por Andrei Andrade

Nem só de romantismo se faz um Dia dos Namorados. Numa minúscula sala de aula, um grupo de 20 jovens iniciou a terça-feira dos apaixonados com uma anti-climática palestra sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Afinal, não há hora para colocar juízo na cabeça de pombinhos em potencial.

A palestra para os alunos do Projeto Pescar, oferecida pela fundação ho-mônima a jovens que têm entre 16 e 19 anos, e que, em Caxias, tem uma uni-dade na empresa Marelli, ficou a cargo do bem-humorado enfermeiro Matheus Lopes, do setor de Medicina Preven-tiva da Unimed. Dispostos em classes duplas, com a atenção que o sono peculiar ao estudante matinal permitia, 12 meninas e 8 meninos ouviram as ex-plicações sem rodeios sobre toda ordem de doenças que o sexo sem proteção pode causar.

Durante uma hora, Matheus falou tudo o que manda a cartilha sobre uma série de moléstias venéreas, como sífilis, gonorreia, herpes labial e genital, HPV, cancro mole, linfogranuloma venéreo, tricomoníase e AIDS. As mais obscu-ras, o enfermeiro traduzia pelo nome

popular. Como o cancro mole, infecção mais conhecida por “crista de galo”. Apontando para a foto de uma vagi-na contaminada, o enfermeiro ainda comparou: “Não parece mesmo? Tem várias verrugas”. As metáforas também ilustravam melhor o efeito de algumas doenças. Como o corrimento com “cheiro de peixe podre” causado pela tricomoníase.

Acreditando que imagens falam mais do que palavras, cada slide apresentava uma ou mais fotos repugnantes de pênis com feridas agravadas por falta de trata-mento, vaginas com corrimento branco, ânus com verrugas não cauterizadas, entre outras. Fotos muito comuns nas páginas dos livros didáticos de Biologia, daquelas que o aluno vira mais rápi-do, mas que diante do telão só mesmo virando a cara ou fechando os olhos se pode deixar de encarar as anomalias. A campeã de expressões de nojinho foi a do pênis vitimado pela bactéria Neisse-ria Gonorrheae, a popular gonorreia.

Em uma rara interrupção, um aluno da primeira fila perguntou como pre-venir a herpes. E foi além da arguição inicial, pedindo maiores explicações. No fundo da sala, risinhos davam a entender que ele estaria condenado a

receber algum novo apelido. Só não se sabe qual. O papo se encaminhou para o final com a abordagem da mais conhe-cida das DTSs, a AIDS, que gerou uma série de perguntas dos jovens: O exame é confiável? Pode pegar pelo beijo? Qual a diferença entre AIDS e HIV? O en-fermeiro, é claro, respondeu que sim, é confiável; que não, o beijo não transmite o vírus; e que HIV é o nome do vírus, que quando se desenvolve no organismo provoca a AIDS, a doença. Sobre o pre-conceito com os portadores, fez questão de destacar principalmente as formas de interação que NÃO são perigosas. Como o aperto de mão. E o beijo, maior homenageado do dia 12 de junho.

Após a palestra, o aluno Douglas Ho-ffmann, de 16 anos, correu para o com-putador liberado pelo palestrante. Já es-tava no Facebook quando respondeu o que achara da palestra. “Tão importante quanto conhecer é saber como prevenir. E ter consciência”, advertiu o jovem, que ainda não tem namorada. A colega Amanda Souza, de 17 anos, achou curioso começar seu Dia dos Namora-dos com a enxurrada de informações sobre DSTs. Comprometida há 8 meses, diz ter gostado da aula. “Aprender a ser responsável nunca é demais”.

Tocando o terror no dia do romance

Douglas Hoffmann | Amanda Souza | Fotos: Andrei Andrade/O Caxiense

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Tia Carroll foi a única mulher dentre as atrações internacionais que se apresentaram em todas as 4 edições do Mississippi Delta Blues Festival. Agora, ela retorna a Caxias para cantar no Mississippi In Concert, que também terá a caxiense Fran Duarte.

Você gostou de vir a Caxias, no ano passa-do?

Que cidade calorosa e acolhedora! Eu quase me senti como se conhecesse todos aí. Sorrisos em todo o lugar. Eu realmente teria gostado de ficar mais um dia para ver a cidade e conhecer mais gente.

E os fãs de blues caxienses?Eu me diverti tanto com os fãs no Blues

Festival que esqueci onde estava e o que fazia. Há tanto amor e tanta fome pela mú-sica, e quando essa música é dada, o público a recebe com tanta energia... Isso me faz sentir tão bem. Eu amo o que faço.

O repertório do show será focado no álbum Soul Survivor?

Bem, Igor Prado (da Igor Prado Band, que costuma acompanhar a cantora no Brasil) me deixa tão a vontade no palco que eu tenho a liberdade de fazer o que os fãs quiserem (isso é muito importante) e o que eu quero. Essa é a beleza do show, que nós possamos fazer as músicas do CD, algumas das minhas outas canções e um pouco de blues, soul, R&B e jazz.

Você foi a única mulher entre as atra-ções internacionais do festival de Caxias.

Você acha que existem diferenças para homens e mulheres alcançarem sucesso na indústria musical, especialmente no blues?

Eu fiquei honrada apenas por ter sido considerada entre as atrações, mais ainda por ter sido convidada. Não posso expressar o quanto isso significa para mim. É engra-çado, a segregação tem uma história bem simples, era preto e branco, nada mais nada menos que a cor da pele. A segregação no blues hoje é entre homens e mulheres. Isso é um pouco triste, mas ser convidada para o festival no Sul do Brasil me faz pensar que podemos fazer isso, garotas!

Quem foram suas principais influências musicais?

Eu ouvi tantos artistas no rádio e grava-ção enquanto crescia que é difícil escolher um favorito, mas eu tenho que dizer Tina Turner.

Você acha que a performance no palco

deve ser diferente da gravação? Impro-visar para dar a cada show um tempero diferente é uma qualidade de um verda-deiro artista?

Eu não consigo evitar improvisos. O show é diferente quase toda a vez, porque eu ten-do a me alimentar da energia da plateia e ir levando conforme a resposta. Deixo fluir!

Que qualidades você acha que um ver-dadeiro artista precisa ter?

Paixão pela música e paixão pela música. Se você não ama a música, porque fazê-la?

Garota do blues

Tia Carroll | Divulgação/O Caxiense

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No último dia 12, a Assembleia Legislativa aprovou com os votos dos prefeituráveis Alceu Barbosa Velho (PDT) e Marisa Formolo (PT) a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Sabe-se, no entanto, que esta não era a solução considerada ideal por ambos. A pres-são do governo Tarso Genro (PT) é que assegu-rou o apoio dos deputados caxienses.

Alceu, que fundou a Associação dos Usuá-rios de Rodovias Pedagiadas (Assurcon), e Ma-risa, relatora da CPI dos Pedágios no governo Yeda Crusius (PSDB), não devem trocar farpas por causa do assunto durante a corrida pela prefeitura.

Desde o último dia 4, a Anac obriga as companhias aéreas a disponibilizar os per-centuais de atraso e cancela-mentos dos voos aos passa-geiros, informações também divulgadas mensalmente nos site da agência. De acordo com o primeiro levantamen-to, entre os voos oferecidos em Caxias, os da Azul são os que apresentam os piores ín-dices: 9% de cancelamento; 12% de atraso superior a 30

minutos no trecho Campinas (SP)/Caxias; 10% no trecho contrário; e até 6% de atraso superior a uma hora em am-bos os trechos.

Em maio, a Gol cancelou até 4% dos trechos que pas-sam por Caxias. A empresa não teve nenhum atraso su-perior a uma hora e nenhu-ma decolagem daqui atrasou mais do que 30 minutos. As chegadas tiveram até 6% de atraso.

O PR escolhe até o dia 23 quem vai apoiar nas eleições para prefeito, de olho nas eleições de 2014, quando quer eleger deputado estadual. O apoio a candidatura de José Fortunati (PDT) na Capital não deve influenciar em Caxias, afirma o presidente local, Edson Mano. O partido descarta coligação com PSol e DEM. A aproximação com o PCdoB foi pequena. Apesar da possibilidade de indicar vice na chapa de Marisa (PT), a tendência é estar no time de Alceu (PDT). “Hoje não pode-mos descartar a participação do PR no governo municipal. Não dá para rasgar todo um trabalho por uma eleição”, defende Mano.

Neste mês, todos os partidos precisam definir quem apoiam nas eleições. Em Caxias, PR, PPS, PSD e PSC precisam escolher seus rumos. A exe-cutiva nacional do PSC, cobiçado pelo tempo de TV, veio à cidade para coordenar a definição, que deveria ter saído quarta (13), em Brasília. Até quinta (14), o presidente local não sabia de nada.

Pechinchas importadas

Para eleger deputado

Falta pouco

Longe das cancelas

Chegadas e partidas

Que tal comprar um per-fume importado a partir de R$ 50 sem ter que ir a Ri-vera? A Casa Anjos Volun-tários realiza neste sábado (16), das 14:00 às 17:00, na sede da entidade (Benjamin

Custódio de Oliveira, 152, Planalto/Rio Branco) um bazar com produtos doados pela Receita Federal. Além dos perfumes, serão vendi-dos eletrônicos, computa-dores, maquiagem e roupas.

é quanto a Marcopolo preten-de investir até 2016 para acom-panhar a demanda por ônibus no Brasil e no exterior. As duas fábricas em Caxias devem rece-ber pelo menos R$ 100 milhões.

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r$ 450 milhoes

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Só DEUS BASTAInspiradas por Santa Teresa, as freiras carmelitas abdicam do luxo e da família

para viver em isoladas na clausura. Por mais tédio que o termo inspire, elas garantem que têm uma rotina lotada. Principalmente de orações

por Robin Siteneski

Os muros altos do Convento Carmelo do Menino Jesus fazem parte da paisa-gem do bairro Panazzolo. O que acon-tece atrás deles ninguém além das inter-nas pode ver. A vida das 15 moradoras, entre 25 anos e 90 anos, não chega a ser segredo, mas a reclusão que elas adotam como estilo de vida envolve os hábitos do convento em absoluto mistério. A es-colha das jovens, renegar o mundo para viver em silêncio, isolamento e oração, também é difícil de explicar. Mas só para quem vive aqui fora.

Tanto segredo faz com que as pessoas pensem que a rotina das freiras é tedio-sa, conta a madre superiora, Tereza de Jesus. “Tem uns dias, nos feriados, que acordamos um pouco mais tarde, às

5:30,” diz ela. Quando não desfrutam da extravagância desses dias santos, as frei-ras acordam às 5:00 para a primeira de 7 rodadas de orações. Somente uma delas é feita individualmente, e também é a única em que elas podem escolher onde rezar – dentro do convento, é claro. O resto do dia é dedicado a estudos bíbli-cos, da doutrina da Igreja e dos ensina-mentos carmelitas. As irmãs também dividem o trabalho de manutenção do convento, desde a limpeza e preparo das refeições e das rezas até a confecção dos hábitos que usam e de hóstias que co-mercializam. Quem não gosta da tarefa para a qual foi designada faz penitência involuntária até a troca de funções. O re-vezamento ocorre uma vez por ano.

O silêncio impera. A regra é não falar nada que não seja essencial. “O sentido do silêncio é de prolongar a vida de ora-ção,” explica Tereza. Duas horas por dia – uma depois do almoço e outra no fim da tarde – são destinadas para assuntos triviais de tema livre. São os encontros comunitários. Elas também chamam de recreio. A rígida rotina, que termina às 21:00, permite uma hora de “folga” por volta das 13:00. “Não tem como levan-tar às 5:00 e tocar direto. Não tem como ignorar a natureza, ela cobra,” pondera a madre, justificando-se pela providencial hora da sesta.

A irmã Maria Bernardete de Jesus Crucificado, 28 anos, não sai do conven-to há 4 meses. A última vez que ultrapas

Bernardete não sai do convento há 4 meses |Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

Tereza de Jesus, a madre superiora |

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“Estamos vivendo um

sentido diferente da vida e

acabamos voltando com a

cabeça cheia”, conta a irmã

Bernardete, que, nas poucas vezes

em que sai do convento, sente

falta do clima da clausura

sou os portões foi para acompanhar uma freira ao médico. As carmelitas mantêm uma família de zeladores para os afaze-res diários fora da clausura, como o pa-gamento de contas e compras de super-mercado. Essas últimas são raras. Elas vivem basicamente de doações. Poucas atividades externas exigem a saída das irmãs. Uma delas é a compra dos tecidos para a confecção dos hábitos e escapu-lários que fabricam. “Claro que preci-samos ver,” declara a madre, revelando um resquício de vaidade das carmelitas. O tecido varia de acordo com a estação, mas as cores são sempre as mesmas des-de o século XVI, quando Santa Teresa de Jesus, a mais famosa representante da or-dem religiosa do Carmelo, lançou a car-tela: marrom para o hábito; branco para a parte que esconde o colo, o pescoço e os cabelos; preto para o véu e bege para o manto usado em ocasiões especiais.

Existem algumas exceções para que-brar a clausura: visita aos pais – somente quando eles não têm condições físicas de visitá-las – e os encontros bienais das carmelitas em Porto Alegre. Duas ou 3 freiras participam em cada edição que reúne os 11 conventos da região Sul. Se as escolhidas para o passeio – que tam-

bém é contemplativo, não de diversão – não se repetirem nunca, cada freira tem uma chance de participar a cada 10 anos. Bernardete não se importa. Pelo contrá-rio, diz que, quando sai, fica ansiosa pela volta. O contraste das barulhentas ruas de Caxias com o silencioso mundo de orações parece incomodar. “Estamos vivendo um sentido diferente da vida e acabamos voltando com a cabeça cheia”, afirma Bernardete.

As freiras participam todos os dias de

missas na igreja anexa ao convento. No-vamente, as grades separam as internas dos fiéis. Nem para receber a comunhão as irmãs deixam a clausura. O padre vai até elas para entregar as hóstias. Quem pede orações faz doações para o conven-to, mas não chega a ver os rostos das car-melitas. No guichê, uma roda de madei-ra é usada para passar objetos. Quando a reportagem visitou o local, um padre fazia por ali um pedido de hóstias – elas fabricam 8 mil por dia –, observado pe-las câmeras de segurança. Nem ele pode dividir o mesmo cômodo com as irmãs. Familiares podem ir um pouco mais lon-ge. O convento tem dois locutórios, salas separadas por grades. No locutório me-

O espaçoso pátio do convento onde os visitantes não são convidados a entrar |Aires Battistel, Divulgação/O Caxiense

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nor, onde o repórter conversou com as carmelitas, a abertura na grade possibili-tava apenas a troca de objetos. A madre superiora garante que a janela do outro, onde se recebe os familiares, é maior. Su-ficiente para um abraço e para segurar os sobrinhos bebês quando eles vão ao convento. Para a reportagem conhecer o restante do local, precisaria de autoriza-ção do bispo.

Bernardete tem a sorte de contar com a família próxima. Natural de Farroupi-lha, seus pais a visitam com frequência. Ela é a 6ª de uma família de 11 irmãos. Desde criança ajudava no Santuário de Caravaggio. Um padre visitava a casa da família perguntando “quem quer ser carmelita?” antes de dar balas para as crianças. Bem, a tática funcionou fun-cionou com uma das 9 meninas, brinca Bernardete. O desejo de seguir a vida religiosa aflorou cedo mas foi mantido em segredo durante o colegial. “Entre os jovens, a ideia de ser freira é muito debochada”, justifica. Ao terminar o En-sino Médio, Bernardete chegou a consi-derar ser freira de vida ativa, aquelas que trabalham em hospitais ou escolas e até casar. Quando conheceu as carmelitas, ouviu o chamado. “A vontade de Deus era o Carmelo.” A família dizia que ela tinha jeito de freira e não ofereceu resis-tência, exceto por uma exigência do pai. “Ele disse para eu vir em abril, depois da colheita da uva”, lembra.

Bernardete Zucco – nome de batis-mo – começou então o longo caminho para se tornar carmelita e adotar um nome de irmã. O processo leva 6 anos.

São 3 meses de experiência, um ano de postulantado, dois anos de noviciado e 3 de primeiros votos simples. Em cada fase de adaptação as responsabilida-des aumentam – até o noviciado, por exemplo, não participam das primeiras orações às 5:00. As freiras só assumem o compromisso de passar o resto da vida em um convento depois dos primeiros votos. A escolha de Bernardete a privou de acompanhar o casamento de 3 irmãs e o nascimento de 10 sobrinhos. Para ela, no entanto, a vocação é mais forte e a faz feliz. “Se não fosse freira, eu seria beata porque ia viver na igreja. Seria como um peixe fora d’água”, especula com bom hu-mor – outra característica das carmelitas que surpreende o imaginário popular.

Ivânia Paludo, nome de batismo da madre superiora Tereza, conta que as regras já foram mais rígidas. Se aqui a reportagem não pode passar do locutó-rio, o convento de Santa Teresa, na Es-panha, era ainda mais fechado. “Você acha que há 20 anos alguém estaria aqui conversando contigo?”, argumenta. Na avaliação dela, no entanto, as normas pouco mudaram desde a abertura do primeiro convento em 1562. Até pouco tempo atrás as carmelitas não aceitavam no grupo ninguém com mais de 30 anos. Recentemente, a madre negou o ingresso no convento a uma mãe de um filho de 3 anos. “É fuga”, afirma ela, adicionando que não se pode recomeçar uma vida no Carmelo. E mulheres separadas não são aceitas sob nenhuma hipótese.

“O dia que quiser saber das notícias,

vem aqui”, brinca a madre Tereza, ao contar que a clausura não impede de saber o que acontece no mundo. As no-vidades chegam pelos fiéis na igreja e pelos dois jornais que assinam, um deles católico. O convento tem uma televisão, usada apenas para assistir filmes reli-giosos. Nada de novela ou noticiário. “A gente vai perdendo o interesse naquilo que não condiz com esse estilo de vida”, afirma Tereza. Segundo as irmãs, livros que não são relacionados à doutrina, como romances, também não desper-tam curiosidade.

As visitas dos familiares e o desejo de contato com o lado de fora do convento perdem a intensidade com o passar do tempo. No começo, os encontros são bimensais. Conforme a madre, o desli-gamento da vida familiar é importante para dedicação real à vocação. “É um sinal de separação. A clausura favore-ce a vida mais intensa de oração”, afir-ma. Nem por isso, assegura a irmã, elas amam menos os entes queridos.

Com o isolamento e a adoção de um novo nome, as freiras acabam formando uma nova família. Para Bernardete, o lado humano da vocação é a convivência com as colegas. A madre superiora diz que a dedicação é, acima de tudo, um chamado de Deus. “Nossa missão, nossa maneira de ajudar a Igreja e o mundo é através da oração.” Na entrada do con-vento, a última frase de um poema de Santa Teresa resume com a simplicidade da freira que também era escritora o es-tilo de vida que ela ajudou a fundar: “Só Deus basta”.

O forno de hóstias garante parte da renda das carmelitas |Fotos: Aires Battistel, Divulgação/O Caxiense

Convento tem 15 moradoras |

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O lado ruim de morar aqui. Tem outro?

por Andrei Andrade

??????????????????? |Maurício Concatto/O Caxiense

CAXIAS... PFF!

HuMPF!

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30 anos, conversava com a filha, que pa-recia não ter mais do que 5 primaveras. O assunto era o futuro da pequena. “Quando tu crescer, minha filha, vai morar em Porto Alegre.” O homem se interessou pela pro-fecia da mãe, até a frase seguinte, quan-do ela revelou seu verdadeiro propósito. “Porque lá, filha, os homens são educados, respeitam a fila. Não são que nem esses de Caxias.” Se tivesse ficado incomodado, o homem poderia ter dito que não era de Caxias, apesar das polentas, mas sim de uma cidade pequena, distante pouco mais de 100 km. Mas preferiu fazer de conta que não ouviu a crítica – talvez injusta, já que apenas retornara ao lugar que estava antes, mas talvez justa, já que aprende-se em al-gum momento da vida que quem saiu do ar perdeu o lugar. Indiferente, concentrou-se em cantarolar para si mesmo o refrão da música que tocava nos alto-falantes do su-permercado: Don’t worry, be happy.

Quem nunca reclamou de sua cidade a ponto de achar que só pode estar pagan-do pecados de vidas anteriores para estar vivendo em lugar tão inglório? Os incon-formados de plantão são parte do patrimô-nio de qualquer município. Deveriam ser tombados. Eles estão nos bancos das pra-ças, nas padarias, nas lojas, nas filas de su-permercado. Cada pedra na calçada já foi devidamente avaliada, e, como se consta-tou que estavam soltas, foram prontamente reprovadas. E a conta pode ir para a prefei-tura, que não cuida, para o pedreiro, que calçou mal a rua, ou para os moradores, que caminham demais.

Para os insatisfeitos, tão importan-te quanto ter um motivo para reclamar é apresentar soluções para os problemas da cidade. Que são sempre os maiores da região. Sem precisar parar dois segundos para pensar, a gari Marelena da Silva Hen-sing interrompe o trabalho para comentar um problema raro no acidentado relevo

caxiense – outra reclamação histórica da cidade que “só tem morros”. O que mais incomoda Marelena são os alagamentos nos bairros. Com a propriedade de quem passa os dias recolhendo o lixo das ruas do centro, afirma que faltam lixeiras maio-res na periferia, onde mora. “No Centro, os contêineres da Codeca dão conta, mas nos bairros o lixo transborda e entope as saídas de esgoto”, justifica. Mas Marelena não ergue só a vassoura. Há menos de dois anos, foi campeã mundial de levantamen-to de peso, em campeonato disputado em Las Vegas, nos Estados Unidos – coisa que Caxias, que não valoriza o que é seu, nem ficou sabendo. Foi o auge de uma carrei-ra que estacionou. Aos 35 anos, está sem competir por falta de patrocínio. Como o assunto é reclamar, ela aproveita para pedir mais apoio dos empresários caxienses aos esportistas locais.

Caxias é o último destino turístico do mundo. Na opinião dos caxienses, é cla-ro, que torcem para que amigos e parentes nunca queiram visitá-los. Suas belezas na-turais são mal divulgadas, os monumentos são sem graça e o comércio é despreparado para atender os visitantes. “Onde já se viu os restaurantes fecharem aos domingos? É um absurdo o turista ter que almoçar em Flores da Cunha ou Farroupilha só porque em Caxias não tem onde comer no domin-go. E os poucos lugares que abrem, fecham cedo”, dispara a professora aposentada Marlene Pereira, de 67 anos, desconside-rando o fato de que os vizinhos também prezam pela sagrada e provinciana hora do almoço. Em uma tarde de segunda-feira, ela caminha ao lado de outra Marlene, essa de sobrenome Barp, 63 anos, também pro-fessora aposentada. São amigas de longa data e declaram que amam Caxias do Sul. E por amarem a terra que viram crescer, denunciam o que acham errado. Como o estado de alguns calçamentos. “Na minha idade, o principal problema são as calçadas

Na padaria de um supermercado caxiense, um homem dei-xa seu lugar na fila. Ele dá alguns passos à frente, tentando visualizar melhor o que ainda resta disponível no balcão naquele início de noite. Queria pedaços de polenta frita e viu que restavam alguns poucos, porém suficientes. Quan-do voltou para o lugar que ocupava, não demorou a repa-rar que atrás de si, uma jovem mãe, aparentando menos de

Paul

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Cax

iens

e

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“Onde já se viu os restaurantes

fecharem aos domingos? É um

absurdo o turista ter que almoçar em

Flores da Cunha ou Farroupilha só porque em Caxias não tem onde co-

mer no domingo. E os poucos lugares

que abrem, fecham cedo”, reclama

Marlene Pereira, repetindo um

mantra caxiense

esburacadas. Tem que andar olhando para baixo, cuidando onde pisa. Anti-gamente era melhor. A prefeitura noti-ficava os moradores que não cuidavam de suas calçadas. Hoje, com esse monte de prédio, ninguém é dono de nada, ninguém se responsabiliza”, critica a mais velha. Marlene Barp, concordan-do com a amiga, salienta que em Gari-baldi e Gramado as ruas são mais bem cuidadas. Mas logo se arrepende do co-mentário, pois, afinal, só conhece a área central destas cidades.

Itens indispensáveis da lista de recla-mações, trânsito e violência são os re-frões que embalam a maioria das quei-xas de quem responde o que Caxias do Sul fez de tão mal para seus moradores nos últimos tempos. Antes fala-se em trânsito e violência, depois pensa-se no resto. Morador que sofre com os dois problemas, como o metalúrgico Rober-to Felício, de 43 anos, tem prioridade na fila dos descontentes. Em novembro do ano passado, Roberto teve seu carro roubado em um domingo que era pra ser de namoro e descanso com a esposa no Jardim Botânico. Quando o veículo foi encontrado pela polícia, dias depois, nem isso o deixou tão feliz. Afinal, tra-fegar em Caxias, especialmente no iní-cio da manhã e no final da tarde, é uma experiência infernal, segundo Roberto e boa parte dos motoristas da cidade.

Não há idade para desenvolver a crí-

tica. Com tantos barbeiros no volante e gente que usa demais a buzina e de me-nos o pisca, sequer é preciso apresentar habilitação de motorista para discursar sobre o caótico trânsito caxiense. O es-tudante Dolph Gonsalves, de 15 anos, que não reclama de ter o nome inspi-rado no ator hollywoodiano Dolph Lundgren – famoso (?) por filmes como Black Jack e Confronto Final –, odeia as engarrafadas ruas de Caxias, que obser-va da janela da loja de parafusos do pai, onde trabalha. Mas como para tudo há uma solução, ele acredita que se a pre-feitura retirasse os estacionamentos das ruas, aumentando o número de pistas para o tráfego de veículos – como já é feito na Sinimbu, das 8:00 às 20:00 –, ficaria muito mais fácil.

Como bom adolescente, Dolph que-ria ter mais opções de lazer e cultura. Para ele, deveria haver mais festivais de música, que poderiam ser organizados pela prefeitura. “Seria ótimo se hou-vesse pelo menos um festival por mês. Movimentaria as bandas, que têm pou-cos lugares para tocar, e poderia até dar algum lucro à prefeitura, se cobrassem entrada.”

Bem mais insatisfeito que Dolph, Vi-nicius Terres, de 18 anos, poderia ser o porta-voz oficial dos reclamões da cida-de que ele não vê a hora de deixar. Em pouco mais de meia hora, o estudante de Engenharia de Produção da UCS tritura Caxias até transformá-la em pe-

Conceição Borges reclama dos reclamões |Fotos: Andrei Andrade/O Caxiense

Marlene Barp e Marlene Pereira amam a cidade. Por isso reclamam |

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Vinicius Terres reclama de tudo |Paulo Pasa/O Caxiense

dacinhos, para melhor caber num saco de lixo. Tímido, ele gagueja um pouco quando fala sobre alguma banalidade. Mas como os cantores que esquecem da gagueira quando cantam, a fala de Vinicius flui facilmente quando come-ça a elencar tudo o que detesta na cida-de. Talvez a melhor forma de resumir o pensamento do jovem seja compilar 10 coisas que ele odeia em Caxias, tam-bém porque temos 32 páginas apenas: “O trânsito caótico, que não dá vontade de ter carro; os ônibus que não param no ponto, que dá vontade de ter carro; a falta de opções de lazer, a não ser que a pessoa só goste de cinema e balada; não ter um único parque de diversões; a falta de divulgação dos pontos turísti-cos, como o Cânion dos Palanquinhos, em Criúva, que ninguém sabe que está lá, e o Memorial da Família Bertussi; a falta de pontos turísticos; o descaso com o interior, em geral; a qualidade do atendimento no comércio, que varia de acordo com o que o cliente veste; o pre-ço dos impostos que não é convertido em bons serviços; a UCS”.

A universidade é um capítulo à parte na lista negra de Vinicius. A longa lis-ta de reclamações inclui o horário que o Restaurante Universitário fecha, às 20:00, o preço nas lanchonetes – “qual-

quer coisinha custa R$ 3” – e até o rei-tor. Nada anormal para uma cidade que ele considera “uma merda”. Difamar Caxias sob todos os aspectos parece ser um dos hobbies do futuro engenheiro (se ele não cansar do curso). Orgulho-so, conta que uma vez, num ônibus da Visate, fez tantas críticas ao serviço da empresa que o passageiro que estava ao lado chegou a trocar de lugar. Protes-tando, Vinicius se diverte. Para com-provar sua teoria de que os motoristas não respeitam a faixa de pedestres, é capaz de ficar 5 minutos parado antes de atravessar a rua.

Para brincar com a mania do caxien-se de odiar sua cidade, mais ou menos como o Vinicius, o estudante de Jor-nalismo da PUCRS Rafael Iotti, que é natural de Porto Alegre, mas viveu por muito tempo nas bandas de cá, criou em março do ano passado o perfil no Twitter @caxiasdepressao. Com menos de 300 postagens, já conquistou quase 2 mil seguidores, que se identificam com as sacadas de Rafael sobre o clima, o futebol e a cultura caxiense. Poucos sabem ser ele o responsável pela brin-cadeira. “Fiz o perfil para brincar com o provérbio ‘Caxias é uma merda’. Acho que os seguidores curtiram as ironias, principalmente com as doces desgraças

da cidade, como os nossos ‘eventos cul-turais’. O pessoal metido a cult e alter-nativo, que despreza a cultura italiana/colona, se aconchega.” Obviamente, muitos caxienses se ofendem com as piadas e xingam muito o tuiteiro. Mas ele também agrada. Em uma das suas postagens mais compartilhadas até hoje, provocou: “Esporte preferido dos caxienses: sair na coluna social”. Em outra, ironizou o clima: “Caxias só tem 3 estações: a férrea, a rodoviária e O INVERNO”. Um prato cheio para quem prefere ver de forma bem humorada a rabugice do cidadão caxiense comum.

Quem não encontra razões para se queixar, reclama dos reclamões. Até o ponto de ficar com raiva. Para a aposen-tada Conceição Borges, de 73 anos, que acha tudo ótimo desde que foi instituí-da a fila preferencial para idosos, nada é mais chato do que gente que se queixa de tudo. Sempre otimista, Conceição já foi criticada por não criticar. “Uma vez apareci na TV falando bem do Sartori. Todo mundo se indignou comigo lá no bairro”, conta. Para Conceição, os ra-bugentos só atrasam a cidade. “São que nem porco, que come o milho e vira o coxo.” Uma opinião que, naturalmente, deve gerar muitas reclamações.

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PLateia cinema sem estreias | divas do blUes | reflexões à beira da morte |a arte de observar a natUreza

por Carol de Barba

Miscigenado, livre, mutante e mágico. A música que os irmãos Viegas criaram para o projeto Passagem é como o ca-minho que quiseram retratar (usando exatamente as palavras que abrem esta resenha), o ciclo de vida de um indiví-duo: única.

Com direção artística de Gustavo, o trabalho começou a partir de uma pes-quisa de música e cultura indígena e afrodescendente no Rio Grande do Sul, financiada pelo edital Bolsa Estímulo à Criação da Funarte, em 2009. Os Viegas visitaram reservas Kaingang e Guarani e Casas de Batuque em Caxias do Sul, Porto Alegre, Cacique Doble, Viamão, Mato Preto, Canela e Osório. Buscaram compreender o papel da música na ri-tualística de cada cultura e, a partir daí, extrair o material para a composição de um espetáculo, custeado pelo Finan-ciarte.

O resultado da imersão, mais do que um verdadeiro rito de celebração não só à vida como também ao nascimento da cultura gaúcha, é música que lava a alma em 46 minutos. A perfeição sono-ra é mais impressionante ainda quando sabe-se que todo o áudio foi captado ao mesmo tempo em que o vídeo, no au-ditório do Campus 8 (local escolhido

justamente pela boa acústica). O que se ouve, desde o primeiro acorde, é uma mistura na instrumentação – do berim-bau ao violino – que soa aos ouvidos como velha conhecida – apazigua os ânimos e estimula a reflexão.

A imagem cumpre seu papel de co-adjuvar para fazer a música saltar aos olhos: a meia luz geral, pontuada por focos amarelados e desfoques, casa bem com a sonoridade. Os movimentos de câmara acompanham o ritmo de cada canção, sem cansar nem tontear o es-pectador.

A única quebra desnecessária são os textos (lidos sem emoção nenhuma) en-tre cada música. Fruição não precisa de explicação. A melodia, acompanhada das imagens, já falaria por si, pois em-bora fundamentalmente instrumentais (só me dei conta dos cantos Guarani e Kaingang ao ver os músicos gravando vozes nos extras do DVD), nenhuma das músicas faz o tipo consultório de dentista. É música que merece ser apre-ciada, daquela que torna impossível fi-car alheio à riqueza de detalhes.

E essas preciosidades são mérito prin-cipalmente da engenhosidade dos ir-mãos Viegas em transformar o que para meros mortais parece apenas barulho em melodia. Nunca esqueço da primei-ra vez que vi o trio no palco. Jogar água

em uma chapa quente era apenas um dos recursos que eles utilizavam para fazer trilha ao espetáculo Bipolar, da Cia. Matheus Brusa. Agora, em Passa-gem, tiram música de passos rápidos ou arrastados em uma caixa de pedrinhas. De facões sendo friccionados como se fossem afiados. Da harpa de vidro, fei-ta com copos selecionados a dedo para que a densidade tivesse a afinação corre-ta e milimetricamente preenchidos com água para obter determinados tons.

O instrumento atípico deu trabalho e significado à última canção, a síntese e auge do trabalho. O vidro representa uma matéria bruta – a areia – que passa por uma prova de fogo e renasce dessa experiência completamente mudada, mais transparente e cristalina. Uma me-táfora que cabe muito bem ao trabalho não só dos Viegas como de todos os músicos que se envolveram com a causa e imprimiram suas próprias crenças e emoções em Passagem. André, Gustavo e João Viegas, Cássio Vianna, Juliano Brito, Lucas Ceconi e Rodrigo Maciel fizeram brotar do som bruto das raízes culturais brasileiras músicas refinadas, contemporâneas e universais.

Lançamento do DVD Passagem TER. (19) e QUA. (20). 20:30. R$ 20 (com

DVD), R$ 15 e R$ 7. Teatro Municipal

Roberta Viegas, Divulgação/O Caxiense

Raízes que brotam como música

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CINE

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de respon-sabilidade dos cinemas.

PRoMEThEUSUma ambiciosa busca pela origem dos

seres humanos a partir do titã Prome-theus, que criou o homem a partir da terra e da água. Na década de 80 dos anos 2000, duas cientistas partem para outro planeta à procura de uma possível raça extinta de super-homens. Com Noomi Rapace, Mi-chael Fassbender e Charlize Theron. De Ridley Scott. 2ª semana.

CINÉPOLIS 3D 16:00-21:45 3D 13:30-19:00 GNC 13:40-16:10-18:40-21:153D 14:00 3D 16:30-19:20-22:00

16 2:06

o GARoTo DA BICICLETAVencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes de 2011, o filme dos irmãos belgas

Jean-Pierre e Luc Dardenne aborda as relações familiares, mais especificamente a delinquência juvenil e situações de desprezo e abandono na infância. O personagem principal é o menino Cyril (Thomas Doret), de 12 anos, que é deixado em um internato quando o pai decide morar com a nova namorada.

ORDOVÁS SEX. (15). 19:30 SÁB. (16) e DOM. (17). 20:00 13 1:27

Thomas DORET. Cécile de FRANCE. De Jean-Pierre DARDENNE e Luc DARDENNE

BRANCA DE NEvE E o CAçADoRO conto de fadas publicado há 200 anos pelos irmãos

Grimm ganha uma versão sombria em que os anões só en-tram na história na metade da trama. Com referência a série Harry Potter e foco no triângulo amoroso entre a Branca de Neve (Kristen Stewart), o Príncipe e o Caçador, o filme tem ainda como destaque a atuação de Charlize Theron no papel da rainha Ravena. Espelho, espelho meu... Não preciso nem te perguntar. De Rupert Sanders. 3ª semana.

★ ★ ★ ★ ★CINÉPOLIS 13:00-15:45-18:30-21:30.

14:00-16:40-19:30-22:10 GNC 14:15-19:10. 16:40-21:40

10 2:05

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MoSTRA DE FILMES SILENCIoSoSEntre sábado (16) e domingo (17), o UCS Cinema segue com uma

mostra para pensar o Brasil. A exposição Resgate do Cinema Silen-cioso Brasileiro exibe 27 filmes, produzidos entre 1910 e 1932, divi-didos em 5 temáticas. Confira a programação completa em www.ocaxiense.com.br.

MADAGASCAR 3As figuraças do reino animal Alex, Marty, Melman e Gloria estão

de volta nesta sequência de um dos filmes de animação preferidos da garotada e também dos adultos. Para regressar à Nova York, o que eles tentam desde a primeira continuação, desta vez eles pegam carona num circo de animais. Com Ben Stiller, Chris Rock, David Schwimmer. De Eric Darnell e Conrad Vernon.

CINÉPOLIS 3D 12:50- 13:10-15:00-15:30-17:30-18:00-20:20| 3D 22:30

GNC 3D 13:10-15:20-17:40-19:50 | 3D 21:50 | 13:30-15:30-17:30-19:30-21:30

L 1:33

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível 4ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 (VINTE) dias. Natureza: Ação Monitoria Processo: 010/1.10.0019673-9 (CNJ:.0196731- 31.2010.8.21.0010). Au-tor: Decorwood Ltda. Réu: Valdir Hoffmann. Objeto: CITAÇÃO de Valdir Hoffmann, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), querendo, no mesmo prazo oferecer em-bargos, sem prévia segurança do Juízo. Será computado o prazo a partir do término do presente edital. Sendo que, efetuando o cum-primento do objeto da ação ficará isento de custas e honorários advocatícios. Oferecidos embargos suspender-se-ão a eficácia do presente edital. Caso não opostos embargos constituir-se-ão em titulo executivo judicial, convertendo-se o mandado em executivo, com prosseguimento na forma do processo de execução (entrega de coisa ou quantia certa contra devedor solvente), e, presumir-se-ão aceitos como verdadeiros os fatos articulados na inicial. Caxias do Sul, 19 de janeiro de 2012. SERVIDOR: Osmar Cezar

da Silva. JUIZ: Sergio Augustin.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Execução6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: vinte (20) dias. Natureza: Execução de Título Extrajudicial Processo: 010/1.08.0000625-1 (CNJ:.0006251-67.2008.8.21.0010). Exequente: Distribuidora Atacadista Netto. Executado: Padaria e Confeitaria Celso Finato e outros. Objeto: CITAÇÃO de Celso Finatto, atualmente em lugar incerto e não sabido, para que pague, no prazo de TRÊS (3) DIAS, o débito principal e demais cominações le-gais, ficando ciente de que havendo o pagamento integral no prazo legal, a verba honorária arbitrada será reduzida pela metade. Na mesma oportunidade, intime o executado, para, querendo, oferecer EMBARGOS no prazo legal de QUINZE (15) DIAS, contados da juntada do presente edital aos autos. No prazo de embargos, re-conhecendo o executado o crédito do exeqüente e comprovando o depósito de, no mínimo, 30% (trinta por cento) do valor exeqüendo, inclusive custas processuais e honorários advocatícios, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o res-tante em até SEIS (6) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês. Valor do débito: R$ 9.316,19, em data de mar/2012.

Caxias do Sul, 09 de abril de 2012.ESCRIVÃ: Zélia Thomasini. JUIZ: Luciana Fedrizzi Rizzon.

o AGENTE DA ESTAçãoO longa conta a singela história de um anão que só quer

uma vida tranquila e reservada, e que vai buscar isso em uma antiga estação de trem. Mas quando se envolve com um ar-tista que se recupera de um drama pessoal e com um sim-pático vendedor de cachorro-quente, sua vida se transforma completamente.

ORDOVÁS QUI. (21) 15:00 L 1:30

oS vINGADoRESTerceira maior bilheteria de todos os tempos, o filme que reú-

ne alguns dos heróis preferidos dos nerds – Viúva Negra, Incrível Hulk, Homem de Ferro, Capitão América e Thor – de todas as ida-des impressiona pelos efeitos especiais e pelo roteiro bem elabora-do, distribuindo o protagonismo entre os diversos personagens. A aventura comemora a 8ª semana em cartaz em Caxias. De Robert Downey Jr.. Chris Hemsworth. Scarlett Johansson. Chris Evans. De Joss Whedon.

GNC 16:00-21:00 12 2:16

RAUL SEIXAS: o INíCIo, o FIM E o MEIoA vida do maluco beleza do rock brasileiro, que não por acaso foi

quem deu voz ao termo, chegou às telonas 13 anos após sua morte. O documentário conta com depoimentos de pessoas importantes na história do roqueiro, como Paulo Coelho, Zé Ramalho e Caetano Veloso. A biografia consegue a façanha de manter um documentá-rio 3 semanas em cartaz. De Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel.

CINÉPOLIS 17:00-22:20 12 2:10

hoMENS DE PRETo 3Quinze anos após a primeira encarnação, Will Smith revive o

agente J, dessa vez com direito a viagem no tempo. Tudo para sal-var o agente K (Tommy Lee Jones) de um alienígena vingativo que consegue bolar um plano para voltar aos anos 60 com a intenção de acabar com o mais velho dos homens de preto. Cabe ao agente J im-pedir a concretização do plano maligno. Com Will Smith, Tommy Lee Jones, Josh Brolin. De Barry Sonnenfeld. 4ª semana.

CINÉPOLIS 14:30-20:00 GNC 13:50-18:50

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Peter DINkLAGE. Patricia CLARkSON. Bobby CANNAVALE. De Thomas MCCARThy

15.JUN.2012

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+ SHOWS

MUSICA

SEXTA-FEIRA

God Save The Queen. Rebel Dance e DJs & Dragons 23:00. R$ 10. Level Cult.vera Loca 23:00. R$ 20 e R$ 25. Vagão Classichenrique e Annyeli, DJs Rafael Balandi e Willyan Schunann 23:30. R$ 20 e R$ 40. ArenaNando Rocha 23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13Showdi 23:00. R$ 20 e R$ 25. HavanaDisco 22:00. R$ 10. Bier HausCristiano Gomes e Pátria e Querência 21:00. R$ 6 e R$ 8. Paiol

SÁBADo

Blind Dog - Mais e Melhores 22:00. R$ 12 e R$ 18. MississippiArraiá Nox 23:00. R$ 25. Nox VersusTonho Crocco e Banda 23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13Infrene 22:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling.Murdera. Festa do DA de Administração UCS 23:00. R$ 10 (antecipado) e R$ 20 (na hora). The Cavernópera Liz 22:00. R$ 10. Bier Haus

Rock de luxo

Inferninho

Encontro de divas

A magia das década de 50 e 60, os clássicos do início do rock and roll, serão a trilha da festa que celebra os anos dourados do gênero. No palco, a banda Rock Deluxe, formada pelos feras da cena rock gaúcha Rafael Cony, Alvaro Balaca, Marcelo Abreu, Julio Sasquatt e Chris Iwers. Para as meninas, a surpresa da noi-te é uma equipe de make up para caprichar no visual de época.

SÁB. (16) 23:00. R$ 12 e R$ 15. Vagão Classic

Entre o céu e o inferno: a revanche é o nome da festa que promete tentar ho-mens e mulheres separadamente. Durante uma hora, eles serão trancados em uma pista com dançarinas e doses de whisky para os 100 primeiros. Elas, em outra, desfrutam de dançarinos e doses de tequila para as 100 primeiras. Depois, as portas da esperança se abrem e a festa continua com Rafael Texas e grupo Tira Onda.

SÁB. (16) 23:00. R$ 25 e R$ 40. Place des Sens

A diva do blues norte-americano Tia Carroll, única mulher dentre as atrações internacionais do Mississip-pi Delta Blues Festival em 2011, volta a Caxias para cantar ao lado da diva caxiense do blues, atração em todos os festivais, Fran Duarte. Para Tia, este é primeiro show da turnê bra-sileira de lançamento do CD/DVD Blues and Soul Sessions. Na página 11, leia entrevista com a cantora.

QUI. (21). 20:30. R$ 16 e R$ 8 (estudantes e sênior).

Teatro Municipal

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Colours. Dubshape e DJs Fran Bortolossi, Juan Rodrigues e Doriva Rozek 23:00. De R$ 25 a R$ 50. Havana

TERçA-FEIRA

Flávio ozelame Trio 22:00. R$ 10 e R$ 15. Mississippi

QUARTA-FEIRA

The Juke Joint Band - 10 anos de Banda 22:00. R$ 10 e 15. MississippiMaurício e Daniel 21:00. Gratuito. PaiolÉrick Rios 22:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

QUINTA-FEIRA

A4 23:30. R$ 5 e R$ 10. Boteco 13hardRockers 22:00. R$ 12. Bier HausGrupo Macuco 21:00. R$ 5 e R$ 15. PaiolDeclarasamba 22:00. R$ 10 e R$ 20. Portal Bowling

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+ SHOWS

Sertanejo na fitaA festa Confraria dos Universitários será literalmente registrada para a pos-

teridade. Na noite, rola a gravação do videoclipe da dupla Vitor Hugo e Samuel. Também tem promoção para os aniversariantes do mês de junho: os 15 pri-meiros que reservarem a comemoração da data querida no evento não pagam ingresso e ainda ganham pulseira para a Área VIP.

SÁB. (16). 23:00. R$ 15 e R$ 20 (antecipado), R$ 20 e R$ 30 (na hora). Arena

Solistas caxiensesA Orquestra Municipal de Sopros apresenta o concerto Em Solo Caxiense,

com première das obras Serração na Primavera, de Rodrigo J. S. Siervo, e Cru-zeiro do Sul, de Roberto Scopel, com solo de bumbo leguero de Edemur Pereira e Fernando Zorzi. O concerto tem a regência e direção artística de Gilberto Sal-vagni e a participação de muitos solistas: Juliano Brito (violão), Thiago Botte-ga (flauta), Juliana Torres Correia e Jean Souza Barboza (clarinetes), Mauro M. Verza (regente) e Fábio Gomes (bombardino). Outro destaque é a participação do jovem saxofonista Felipe Beux, de apenas 8 anos, com a obra Carinhoso, de Pixinguinha.

DOM. (17). 20:00. R$ 5. Teatro Municipal

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PALCO

Tá de deboche?

Dúvida existencial

o último banquete

Depois de ficar 5 anos em cartaz com Os Suburbanos, espetáculo em que lançou a personagem Valéria Ja-ques, a estrela do Zorra Total – no palco era Edinéia e dizia “ai como eu tô piranha” –, Rodrigo Sant’anna apre-senta seu primeiro monólogo. Em Co-mício Gargalhada, além de Valéria, a bonita, outros personagens ocupam a tribuna para fazer campanha eleitoral: Adelaide, a favelada (a mais recente passageira do Metrô Zorra Brasil); Vanderley das Almas; Sara-menini-nha; Frango de Padaria; Homossexu-al Obeso e São Jorge. No palco, livres dos redatores do Zorra, os persona-gens são bem mais engraçados.

DOM. (17). 19:30 e 21:30. R$ 70, R$ 55

(antecipado) e R$ 35. São Carlos 14 1:00

A velha guarda e a nova geração do teatro. Roberto Ribeiro e Márcio Ramos no palco. Poderiam estar separados por um abismo, mas o talento os coloca lado a lado, encurta a ponte. O espetáculo In Heaven, vencedor do Prêmio Anual de Incentivo à Montagem 2010, é o extrato da experiência de Roberto e da ple-na juventude profissional de Márcio.

Com direção de Jezebel De Carli, a peça tem fragmentos de 4 textos do jornalista e dramaturgo paulista Sérgio Róveri: O Encon-tro das Águas (texto-base), A Coleira de Bóris, Ensaio Para um Adeus Inesperado e A Noite do Aquário. Falam sobre solidão e fugas, per-das e reencontros, dor e redenção. Apolônio e Marcelo, um filosófico artesão e um jovem à beira do suicídio, se encontram sobre uma ponte: 17 metros de incertezas. É incômoda a linha entre a vida e a morte, o talvez, o “e se”. E a plateia, que no primeiro momento se julga segura à margem do rio, é empurrada ao parapeito, convidada a balançar entre o sim e o não. Estratégicos espelhos móveis, que são céu e rio, refletem também o público: perso-nagem/cenário.

Nos espelhos, as águas da metáfora sobre a qual se debruçam, Marcelo e Apolônio criam um jogo no qual estão dispostos a perder. E a cena também é jogo: troca de personagens, diálogos em ecos, movimentos em reflexos. Roberto e Márcio dançam. Cada movimen-to é coreografado. E a apropriada estética da dança, espetáculo à parte, poderia se sobrepor aos diálogos. Não o faz. O texto é a estrela do espetáculo.

Volta-se para casa com um hipnótico verso da trilha sonora: In heaven everything is fine. Leva-se o desconforto de quem ouve – e quer acreditar – que no fim tudo ficará bem, mas tem sérias dúvidas. Seria a ponte uma prisão solitária e, então, o salto um voo para a liber-dade? Jamais se saberá. E é esse desassossego que movimenta passos desequilibrados em terra firme.

★ ★ ★ ★★SEX. (15). 20:00. Gratuito. Ordovás

12 1:00

Em um labirinto de tramas de vida, uma criatura metade homem, metade cabra espera seu destino: o inferno, o limbo ou o paraíso. Em O Fauno, es-petáculo dirigido por Ana Fuchs e in-terpretado por Márcio Ramos, a pla-teia também é convidada a julgar e ser julgada. O personagem expõe sua vida e instiga o público, os convidados do jantar, a refletir sobre as suas próprias escolhas.

★ ★ ★ ★ ★ SÁB. (16). 20:00. Gratuito.

Ordovás. 16 0:50

BoNECoSA Cia. Molhados na Chu-

va encena com bonecos a clássica história do folclore gaúcho Negrinho do Pas-toreio. O espetáculo agra-da crianças e adultos, um trunfo da forma poética com que a companhia apre-senta seus personagens. A peça integra a programação da Mostra Teatro Daqui.

SÁB. (16). Gratuito. 17:00. Teatro Municipal.

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+ ESPETACULO

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CERvEJARIA CoMUNISTAUm porre homérico e

hilário é o que acontece quando um mestre cer-vejeiro russo tenta em-bebedar seu funcionário, Vanek, para extrair infor-mações sobre o regime comunista. A peça Goela abaixo ou por que tu não bebes?, inspirada na vida e obra do dramaturgo tche-co Vaclav Havel e ambien-tada em uma cervejaria decadente do leste europeu nos anos 70, está há 7 anos em cartaz.

SÁB. (16), DOM. (17) e SEG. (18). R$ 20 e R$ 10. 20:00. Teatro Municipal

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ARTE

Afastado do trabalho na construção civil por um problema de saúde, Mauro Bettiol ganhou tempo para observar com calma o mundo ao seu redor. Descobriu belezas que antes passavam despercebidas. Revelou-se fotógrafo. Em 65 imagens, ele mostra macros e paisagens da natureza, que agora faz parte do seu olhar. Iniciante na arte, conta com orgulho os prêmios e menções hon-rosas que ganhou no concurso da Secretaria do Meio Ambiente, o Clic Ambiental, e já vislumbra o hobby como possibilidade de mudar os rumos profissionais.

visão de Mundo Mauro Bettiol. SEG.-SEX. 7:30-11:55. 13:20-17:30. 18:30-21:30. Murialdo

Novo ângulo

CAMARIM

Há 12 anos, Paulo Ricardo, que há tempos estava esquecido, res-surgiu para emplacar o hit Vida Real, trilha oficial do BBB. E os fãs chegaram a cogitar que esta era a declaração de aposentadoria do roqueiro. Eis que ele renasce novamente, agora desenterrando também o RPM – 23 anos de-pois do último álbum em estúdio – para divulgar o CD Elektra, de 2011. O site da banda lança um desafio. Ouça os primeiros segun-dos de Olhos Verdes e prove que o velho RPM continuou de onde havia parado. Na sexta (22), eles mostram esta e as outras 11 fai-xas inéditas na All Need Master Hall. Ingressos de R$ 30 a R$ 60 no Posto da Júlio e na Lojas Bulla.

Telma Chan, regente do Coral Infantil do Centro Social Bom Parto de São Paulo, que atende a mais de 10 mil crianças, e fun-dadora da Associação de Regen-tes de Corais Infantis (ARCI) vai ministrar, no dia 30, uma oficina de musicalização infantil no Or-dovás. A aula, direcionada a pro-fessores e profissionais da música, ocorre das 9:00 às 16:00 e custa R$ 75 – valor que inclui almoço. Os interessados devem enviar e-mail para [email protected]. A ofi-cina tem 50 vagas.

Marcelo Adams e Margarida Peixoto, do elenco de Goela abai-xo ou por que tu não bebes? (veja programação de Palco, ao lado) ministram na Casa de Teatro a oficina O Ator e o Timing. A aula é gratuita – aproveite, são raras – e ocorre no sábado (16), das 14:00 às 17:00. Informações 3221-3130.

Não morreu

Música na escola

Aula grátis

Marcelo araMis

A Consciência portrás do homem Cristiana Livotto. SEG-SEX. 09:00-19:00 SÁB. 09:00-12:00. Ipam

Capelinhas – Memória e Fé A partir de TER (15). TER-SEX. 08:30-17:30. Museu dos Capuchinhos

Dia do vinho Coletiva. SEG-SEX. 08:30-18:00 SÁB. 10:00-16:00. Museu Municipal

Experimentalis Márcia Regina Valentini. SEG.-SÁB. 10:00-19:00. Catna Café

Faces Marina Venâncio. SEG-SEX. 08:00-22:30. Galeria Universitária

Giro na ArteColetiva. SEG-SEX. 08:30-22:30. Campus 8 UCS

Jeitos de Ser Brasil Antonio Giacomin. SEG-SEX. 08:30-18:00 SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal

Monumentos de umaTrajetória Bruno Segalla. SEG-SEX. 09:00-12:00 14:00-17:30. Instituto Bruno Segalla

Polifonia – vozes Múltiplas Coletiva. SEG-SEX. 09:00-19:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás

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CINEMAS:CINÉPOLIS: AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 16 (MATINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CAR-TEIRINHA. GNC. RSC 453 - kM 3,5 - SHOPPING IGUATEMI. 3289-9292. SEG. QUA. QUI.: R$ 14 (INTEIRA), R$ 11 (MOVIE CLUB) R$ 7 (MEIA). TER: R$ 6,50. SEX. SAB. DOM. FER.R$ 16 (INTEIRA). R$ 13 (MOVIE CLUB) R$ 8 (MEIA). SALA 3D: R$ 22 (INTEIRA). R$ 11 (MEIA) R$ 19 (MOVIE CLUB) | ORDOVÁS. LUIZ ANTUNES, 312. PANAZZOLO. 3901-1316. R$ 5 (INTEIRA). R$ 2 (MEIA) |

MÚSICA:ARENA: BRUNO SEGALLA, 11366, SÃO LEOPOLDO. 3021-3145. | ARISTOS. AV. JúLIO DE CASTILHOS, 1677, CENTRO 3221-2679 | BIER HAUS. TRONCA, 3.068. RIO BRANCO. 3221-6769 | BOTECO 13: DR. AUGUSTO PESTANA, S/N°, LARGO DA ESTAÇÃO FÉRREA, SÃO PELEGRINO. 3221-4513 | CATHEDRAL BISTRÔ: FEIJó JUNIOR, 1023. ESPAÇO 03. SÃO PELEGRINO. 3419-0015 | HAVANA: DR. AUGUSTO PESTANA, 145. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3215-6619 | LEVEL CULT: CORONEL FLO-RES, 789. 3536-3499. | MISSISSIPPI. CORONEL FLORES, 810, SÃO PELEGRINO. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3028-6149 | NOX VERSUS: DARCy ZAPAROLI, 111. VILAG-GIO IGUATEMI. 8401-5673 | PAVILHõES DA FESTA DA UVA: LUDOVICO CAVINAT-TO, 1431. 3021-2137 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | PLACE DES SENS: 13 DE MAIO, 1006. LOURDES. 3025-2620 | PORTAL BOWLING. RST 453, kM 02, 4.140. DESVIO RIZZO. 3220-5758 | TAHA’A BAR. MATHEO GIANELLA, 1444. SANTA CATARINA. 3536-7999. | VAGÃO CLASSIC. JúLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616 |

TEATROS:CASA DE TEATRO: RUA OLAVO BILAC, 300. SÃO PELEGRINO. 3221-3130 | TEA-TRO MUNICIPAL: DOUTOR MONTAURy, 1333. CENTRO. 3221-3697 | ORDOVÁS: LUIZ ANTUNES, 312. PANAZZOLO. 3901-1316 | TEATRO DO SESC: MOREIRA CÉ-SAR, 2462. CENTRO. 3221-5233 |

GALERIAS:CAMPUS 8: ROD. RS 122, kM 69 S/Nº. 3289-9000 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MONTAURy, 1333, CENTRO, 3221-3697 | GALERIA UNIVERSITÁRIA: FRANCIS-CO GETúLIO VARGAS, 1130. PETRóPOLIS. 3218-2100 | IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | MUSEU MUNICIPAL. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | MURIALDO. MARQUÊS DO HERVAL, 701. 3221.2890 | ORDOVÁS. LUIZ ANTUNES, 312. PANAZ ZOLO. 3901-1316 |

LEGENdADuração Classificação Avaliação ★ 5 ★ Cinema e TeatroDublado/Original em português Legendado Animação Ação Artes Circenses Aventura Bonecos Comédia Drama Documentário Ficção Científica Infantil Policial Romance Suspense Terror Fantasia

MúsicaBlues Coral Eletrônica Erudita Funk Hip hop Indie Jazz Metal MPB Pagode Pop Reggae Rock Samba Sertanejo Tradicionalista Folclórica Punk

DançaClássico Contemporânea Flamenco Forró Folclore Jazz Dança do Ventre Hip hop Salão

ArtesDiversas Escultura Artesanato Fotografia Pintura Grafite Desenho Acervo Vídeo

ENdERECOS A

carol De BarBa

Sem alarde – nem divulgação da maior interessada, a UCS –, o 1° Prêmio Documenta Costumes, com o tema Un Ombrellino Per La Signora, divulgou as vencedoras em uma pequena cerimônia re-alizada pelo próprio acervo. Ana Claudia Piasentini Dotto levou o 1° lugar e a viagem para Nova York. As menções honrosas foram para Daiana Ramos Rodrigues, Carolina Neuman Potrich e Ca-mila Duso Kayser.

Faço coro aos reclamantes da reportagem de capa desta edição. É muito triste perceber que a nova geração de criadores caxienses também está preferindo receber as tendências internacionais bem mastigadinhas em vez de tentar inovar – ou, pelo menos, buscar uma identidade própria. O curso que a renomada e competentíssi-ma estilista Karlla Girotto daria na UCS, para soltar as amarras criativas dos participantes, e que, pela segunda vez, havia sofrido reajuste de datas e preços, nova-mente não saiu por falta de quó-rum.

As inscrições para o 11° Inte-gramoda já estão abertas. O even-to, que apresenta as tendências do Outono/Inverno 2013 para as empresas da região, está mar-cado para o dia 11 de julho, no Samuara Hotel. Na programação, workshops, palestra, fóruns e des-file. O valor da inscrição tem des-conto até o dia 6 julho. Interessa-dos podem garantir sua vaga pelo 3027-4422.

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Prêmio

Acomodação

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TÊNIS2ª Etapa do Ranking Interno de Tênis do Recreio da JuventudeSEX. (15), SÁB. (16). 10:00, DOM. (17). 10:00. Recreio da Juventude

BoChAJogos do Sesi Campeonato de BochaSÁB. (16). 9:00. Sesi

FUTEBoLJogos do SesiCampeonato de Futebol de Campo SÁB. (16). 14:30. Sesi

Campeonato Municipal de FutebolSÁB. (16) e DOM (17). 13:15. Estádio Municipal, Enxutão e Campo do Estrela

SESI: CyRO DE LAVRA PINTO,S/N°, FÁ-TIMA | RECREIO DA JUVENTUDE: ATÍLIO ANDREAZZA, 3555. BAIRRO SAINT ETIEN-NE | PARQUE GETÚLIO VARGAS: DOM JOSÉ BAREA, S/N°. CENTRO | ESTÁDIO MUNICIPAL: JúLIO DE CASTILHOS, S/N°. CINQUENTENÁRIO | ENXUTÃO: LUIZ COVOLAN, 1.560. MARECHAL FLORIANO | CAMPO DO ESTRELA: LUDOVICO CAVI-NATTO, 680. NOSSA SENHORA DA SAúDE

arquiBaNCaDalazer sobre dUas rodas | mUnicipal em campo | voges x randon na qUadra | dispUta interna no tênis

+ ESPORTE

Domingo é dia de mais uma edição do projeto Pedalando no Parque, promovi-do pela Secretaria de Esporte e Lazer. A ideia é estimular a comunidade caxiense a usar a bicicleta como forma de lazer, buscando a sociabilização e o bem-estar, além de reforçar os laços familiares e incentivar a utilização dos parques da cida-de. O encontro também vai orientar os ciclistas sobre o uso correto das ciclovias do parque. Na atividade, que ocorre todos os terceiros domingos de cada mês, são disponibilizadas bicicletas, triciclos e patinetes para empréstimos.

DOM. (17). 10:00. Gratuito. Parque dos Macaquinhos

Depois de uma parada no feria-dão de Corpus Christi, o Campe-onato de Basquete dos Jogos do Sesi volta a ter partidas neste final de semana. Voges e Randon se en-frentam pela segunda rodada da primeira fase do torneio, que segue no dia 23.

SÁB. (16) 11:00. Gratuito. Sesi

Pedala!

Basquete no Sesi

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Yes, nós temos banco!

valeu a viagem

Pegando embalo

Portugueses de olho

Não é aquele que se diz “o banco de todos os gaú-chos” mas privilegia desca-radamente os dois clubes da capital que povoa o imagi-nário de nós, meros inte-rioranos. Não, não é aquele banco, não. O banco do Ca-xias e do Juventude é o de reservas. Esse mesmo. E que atire a primeira pedra quem discorda que é importante ter jogadores de qualidade para substituir os titulares.

Exemplos recentes da nossa dupla deixam bem claro que ambos têm bons jogadores no estoque. No Caxias, a lesão de Wangler,

na partida diante do Cuiabá pela Copa Pantanal, causou preocupação ao Departa-mento Médico mas abriu espaço para uma agradável surpresa: Diniz. O jogador substituiu o colega à altura e desponta como provável peça da equipe de Mauro Ovelha até a recuperação de Wangler. Tem também o Juba, que marcou um gol na final do torneio e mostra que lá na frente a briga por posições vai ser boa.

No Juventude, a parti-da contra o Cerâmica foi emblemática para mostrar as qualidades dos reser-

vas. E deixou a certeza de que, quando precisar, Luiz Carlos Martins terá à sua disposição boas peças para compor o grupo. O empate conquistado depois de estar em desvantagem de 2 a 0 se deve a João Henrique e Léo Maringá, que começaram o jogo na reserva. Sem falar em outros destaques como Francisco Alex e Marcel, de boas atuações naquela par-tida.

A expectativa agora é sa-ber se as escalações consi-deradas titulares até então serão mantidas. Opções não faltam.

O título da Copa Pan-tanal valeu para o Caxias mais do que o acréscimo de um troféu à prateleira. Foi uma oportunidade de conhecer os pontos fortes e fracos da equipe, mostrar o surgimento de novas lide-ranças em campo – como o zagueiro Micael – e gerar uma expectativa positiva para a Série C.

O ataque mostrou que é o setor mais promissor da equipe. A defesa demons-trou fragilidades que, se consertadas, podem garan-tir boas atuações na compe-tição nacional.

O Juventude, que já estava montado na cabeça do técnico Luiz Carlos Martins, aos poucos vai ganhan-do poder de fogo, tomando consistência e reforçando o conceito de equipe buscado pelo treinador. As mu-danças que conferiram mais movimentação ao meio e mais aproveitamento das chances na frente, além da boa atuação do goleiro Fernando contra o Cerâmica, mostram que o grupo tem alternativas para atingir o padrão de jogo que todos esperam no Alfredo Jaconi.

A informação do jornalista português Pascoal Sousa de que o Braga, um dos princi-pais times de Portugal, está in-teressado no atacante Vander-lei coloca ainda mais dúvidas quanto à situação do atleta no Centenário. Seria esse o mo-tivo para o jogador não estar sendo sequer relacionado para viajar com o grupo grená? De qualquer forma, o interesse é totalmente justificável. É um jogador talentoso e que mere-ce boas oportunidades.

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A Federação Russa foi pu-nida pela União das Fede-rações Europeias de Fute-bol em 120 mil euros pela confusão entre as torcidas da Rússia e da Polônia, antes da partida entre as duas seleções pela Euro-copa. Torcidas brasileiras estão fazendo escola...

Equipes sub 20 da dupla Ca-Ju estão detonan-do no estadual, dando continuidade à tradição de formar bons jogado-res na base dos clubes caxienses

A desorganização e o descaso da Confedera-ção Brasileira de Futebol (CBF) com a questão das séries C e D, marcada por reuniões improduti-vas e ações judiciais.

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Prêmio à inovaçãoNova lei da publicidade

Em vez de um arquiteto apresen-tando seu projeto, nesta edição a co-luna destaca uma empresa caxiense que conseguiu inserir seus produtos nos trabalhos de diversos arquitetos. As persianas da Persol estão com-pondo 9 ambientes da Casa Cor Rio Grande do Sul 2012, mostra reconhe-cida como o maior evento de arqui-tetura e decoração das Américas. A Casa Cor segue até o dia 24 de julho, na Av. Carlos Gomes, 1.130, em Por-

to Alegre.As cortinas da Persol foram usadas

no Living Vip, Lazer e Náutica, Dor-mitório Teen, Estar Masculino, Ta-verna do Colecionador, Dormitório Casal com Varanda, Cozinha Gour-met, Dormitório do Bebê e no Banho e Closet Casal.

No Dormitório do Bebê (foto) foi utilizada a cortina Open Roman Shade, que alia um estilo clássico e elegante ao conforto do ambiente. O

modelo tem um design delicado, que proporciona privacidade sem perda de visibilidade externa, além de fun-cionar como filtro para a luminosida-de solar não atingir diretamente os delicados olhos do bebê. O espaço foi criado pelas arquitetas Lisiane Wen-del Corrêa e Simone Bertuzzo.

No Dormitório Teen (foto), dos ar-quitetos Marcelo John e Karen Dou-trelepon Santos, o modelo utilizado foi o Rolo Double Vision.

As inscrições para a etapa nacional do Prêmio Gia, que seleciona a loja de artigos para casa mais inovadora do mun-do, já estão abertas. Em 2011, a vencedora nacional e inter-nacional do troféu foi a ca-xiense Marli Trentin. Criado para estimular a inovação e o empreendedorismo das lojas de artigos para casa, o Gia é a principal premiação mun-dial do setor. Os participantes

serão julgados em quesitos como mix de produtos, de-sign de vitrine, comunicação e técnicas de marketing. A inscrição pode ser feita no site www.grafitefeiras.com.br até o dia 15 de julho. O resultado da etapa nacional será divulgado no dia 24 de agosto, durante a 45ª House & Gift Fair South America, em São Paulo, maior evento da cadeia produtiva do setor na América Latina.

Os arquitetos precisam estar por dentro da nova lei que regulamenta a publicidade em Caxias do Sul, pro-mulgada na última semana. Os estabelecimentos co-merciais terão 18 meses para se adaptar à chamada Lei da Poluição Visual, o que não é muito considerando-se que diversos prédios necessitarão de reformas nas fa-chadas, confecção de novos painéis e até pintura. Para o lojista que já está fazendo mudanças, é imprescindível se certificar de que o arquiteto responsável está desen-volvendo um projeto de acordo com as novas regras.

Caxias na Casa Cor Rio Grande do Sul 2012

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3115.JUN.2012

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Cortina Celular | Ponto Decor | R$ 180 a R$ 220/m²

Cortina Plissada | Ponto Decor | R$ 180 a R$ 220/m²

Cortina Romana | Ponto Decor | R$ 180 a R$ 220/m²

Cortina Rolô | Ponto Decor | R$ 180 a R$ 220/m²

SIMPLICIDADEÉ a melhor esco-

lha para controlar luminosidade, prote-ção do sol e confor-to térmico. Simples, também costuma ser muito utilizada em ambientes corpora-tivos.

ESTÉTICAModerna e arrojada, a cor-

tina oferece versatilidade e elegância dando um toque di-ferenciado na decoração dos ambientes. Além das opções variadas de cores, o volume das dobras dá um efeito bacana até quando ela está recolhida.

CONFORTOFeita tanto em tecidos translúcidos

quanto em black-out, se adaptam a qualquer estilo de decoração e necessi-dade, permitindo a entrada de luz con-forme a utilidade do espaço.

TECNOLOGIAConfeccionada em não tecidos, com células na

largura de 25 ou 38 mm, a cortina reduz o calor e a absorção acústica do ambiente.

Sustentabilidade“Hoje em dia está na moda ser sus-

tentável. E nada melhor que usar na arquitetura os chamados prédios ver-des, em que a preocupação com os sis-temas, tanto de energia como de água, é grande. Fora do Brasil, existe um cui-dado com a madeira utilizada, se ela tem origem correta, e isso deveria ser aplicado aqui também.”

Conforto“Conforto tem que ser prioridade.

Uma das coisas que as pessoas não pen-sam é no lado acústico e térmico dos ambientes, que causa muito desconfor-to, mas que pode ser refeito depois do ambiente pronto.”

por Aldo Zat, arquiteto e diretor do Campus 8 da UCS

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