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FOLHA POPULAR FOLHA POPULAR Lauro de Freitas - BA Edição 26 - Maio - Junho / 13 e-mail: [email protected] Números de guerra Grupo de rap lança Novo Album Na busca de ampla visão Orooni Força e Juventude, conectados a experiência ancestral! Encontro Metropolitano de Jovens de Candomblé 08 e 09 Junho 13 Fúria Consciente O estudo intitulado “Mapa da Violência”, realizado pelo Governo Federal, aponta Lauro de Freitas como o 3º município do país em número de homicídio por armas de fogo. No ano de 2010 foram registrados 173 homicídios em nossa cidade. Dados que nos remetem a um clima de guerra com dados assustadores, que geram medo e insegurança. Invariavelmente, notícias sobre violência invadem nossas vidas, nos deixando perplexos ou, simplesmente atônitos perante a situação que paulatinamente cresce e gera números extremamente preocupantes. De forma sagaz e muito bem orquestrada, a mídia deixa de noticiar homicídios que acontecem em favelas ou em bairros periféricos, a menos que sejam chacinas. Vale salientar que também não existe uma apuração mais eficaz por parte do poder de segurança pública com o intuito de resolver a situação ou proteger as maiores vítimas dessa violência: negros, jovens e pobres. Sem dúvida, esta realidade não se vincula somente aos homicídios. Esses jovens, vitimados pela violência letal, são alvos de outras violações. Cooperam também a representação estereotipada na mídia, as imagens negativistas produzidas sobre os jovens negros, a afirmação de que as mortes violentas decorrem das drogas, a falta de acesso a equipamentos e serviços públicos essenciais. A triste realidade exposta por esta questão ainda tem o olhar conivente do Estado, que acaba referendando essa prática no agir e resolver, quando se trata de homicídios relacionados a brancos e não conseguindo o mesmo no caso dos negros, preferindo atribuir essas mortes ao tráfico de drogas ou guerras de gangues. O Estado também não admite que as polícias estão mal orientadas e totalmente equivocadas na forma de tratar o cidadão negro e morador de periferia, criando um estereótipo e perpetuando um perfil para o criminoso em potencial. Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), mais especificamente em Lauro de Freitas, essa situação tem se agravado. Nos últimos seis anos o município sempre esteve entre os dez primeiros no Estado da Bahia em situações de violência. Hoje, no mapa da violência, ostentamos a infeliz marca de ser o 3° município em mortes por armas de fogo; 2° em assassinatos; o 5° mais violento do Estado; além de, em nível nacional, estarmos na 31ª posição dos municípios mais violentos do país. Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma guerra desenfreada com dígitos absurdos e que semanalmente tem deixado inúmeras famílias de luto com um algarismo alarmante DE MORTES, que chegam a um números assustadores. Nem em países em guerra como Afeganistão e Iraque se registra tantas mortes. Aqui são cerca de 40 jovens negros mortos por mês, com média significativa de 10 a 11 jovens absurdamente assassinados. Esses são números absolutos de extermínio silencioso que vem acontecendo em Lauro de Freitas. Os bolsões de miséria e de falta de investimento têm gerado esses jovens com a mesma rapidez que os tem matado. Sem programas adequados ou uma política pública direcionada e realmente efetiva que insira, capacite, qualifique e eduque, não conseguiremos parar a matança desenfreada e sem limites. O jovem negro no Brasil de hoje está em um corredor da morte, alguns conseguem comutarem suas penas e as transformam em prisão perpetua, outros conseguem o perdão integral e refazem ou conseguem remodelar suas vidas. Essas são gotas em um oceano de sangue, enquanto o outro lado, o lado dos que morrem, representa a tsunami avassaladora que destrói, mata e humilha a todos. As mortes desses jovens já estão em nossa conta há muito tempo, mas o pior é que alguns de nós fingem não ligar, parece não ver ou sentir a bofetada na cara da sociedade que está sendo dada, cada vez que um jovem negro morre. Homicídios fazem de Lauro de Freitas o 3º município em morte por arma de fogo. Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma guerra desenfreada com números absurdos e que semanalmente tem deixado inúmeras famílias de luto com um número alarmante DE MORTES que chegam há um número de 1,4% por dia. Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma guerra desenfreada com dígitos absurdos e que semanalmente tem deixado inúmeras famílias de luto com um algarismo alarmante DE MORTES. Ordenamento dos 100 municipios com 20 mil crianças e adolescentes ou mais com as maiores taxas de homicídios (em 100 mil). Brasil. 2010. Número de homicídios e de óbitos por AF e taxas médias 2008/2010 de óbitos por AF nos municípios com mais de 20.000 habitantes. Brasil. 2008/2010. ..no final desse ano teremos cerca de 500 jovens assaninados, quantidade de jovens que daria pra ancher a Concha Acústica da cidade. O cemitério de Portão e Areia Branca tem se constituído aos longo desses anos como os únicos espaços públicos destinados à juventude negra laurofreitense uma prova inconteste da eficiencia do racismo nesse município Tels: 71 96063922 [email protected] Filmes Publicitários, Programas Televisivos, Documentários, Vídeos Institucionais, Vídeoclipes, e tudo o que você precisar com alta qualidade em Soluções Audiovisuais

Edição 26 pg 01

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Edição 26 do Jornal Folha Popular, lauro de Freitas, Bahia - Brasil

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FOLHA POPULARFOLHA POPULARLauro de Freitas - BA Edição 26 - Maio - Junho / 13 e-mail: [email protected]

Números de guerra

Grupo de rap lança Novo Album

Na busca de ampla visão

Orooni

Força e Juventude, conectados a experiência ancestral!

Encontro Metropolitano de Jovens de Candomblé

08 e 09Junho 13

Fúria Consciente

O estudo intitulado “Mapa da Violência”, realizado pelo Governo Federal, aponta Lauro de Freitas como o 3º município do país em número de homicídio por armas de fogo. No ano de 2010 foram registrados 173 homicídios em nossa cidade. Dados que nos remetem a um clima de guerra com dados assustadores, que geram medo e insegurança.

Invariavelmente, notícias sobre violência invadem nossas vidas, nos deixando perplexos ou, simplesmente atônitos perante a situação que paulatinamente cresce e gera números extremamente preocupantes. De forma sagaz e muito bem orquestrada, a mídia deixa de noticiar homicídios que acontecem em favelas ou em bairros periféricos, a menos que sejam chacinas. Vale salientar que também não existe uma apuração mais eficaz por parte do poder de segurança pública com o intuito de resolver a situação ou proteger as maiores vítimas dessa violência: negros, jovens e pobres.

Sem dúvida, esta realidade não se vincula somente aos homicídios. Esses jovens, vitimados pela violência letal, são alvos de outras violações. Cooperam também a representação estereotipada na mídia, as imagens negativistas produzidas sobre os jovens negros, a afirmação de que as mortes violentas decorrem das drogas, a falta de acesso a equipamentos e serviços públicos essenciais.

A triste realidade exposta por esta questão ainda tem o olhar conivente do Estado, que acaba referendando essa prática no

agir e resolver, quando se trata de homicídios relacionados a brancos e não conseguindo o mesmo no caso dos negros, preferindo atribuir essas mortes ao tráfico de drogas ou guerras de gangues. O Estado também não admite que as polícias estão mal orientadas e totalmente equivocadas na forma de tratar o cidadão negro e morador de periferia, criando um estereótipo e perpetuando um perfil para o criminoso em potencial.

Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), mais especificamente em Lauro de Freitas, essa situação tem se agravado. Nos últimos seis anos o município sempre esteve entre os dez primeiros no Estado daBahia em situações de violência. Hoje, no mapa da violência, ostentamos a infeliz marca de ser o 3° município em mortes por armas de fogo; 2° em assassinatos; o 5° mais violento do Estado; além de, em nível nacional, estarmos na 31ª posição

dos municípios mais violentos do país.

Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma guerra desenfreada com dígitos absurdos e que semanalmente tem deixado inúmeras famílias de luto com um algarismo alarmante DE MORTES, que chegam a um números assustadores. Nem em países em guerra como Afeganistão e Iraque se registra tantas mortes. Aqui são cerca de 40 jovens negros mortos por mês, com média significativa de 10 a 11 jovens absurdamente assassinados. Esses são números absolutos de extermínio silencioso que vem acontecendo em Lauro de Freitas. Os bolsões de miséria e de falta de investimento têm gerado esses jovens com a mesma rapidez que os tem matado.

Sem programas adequados ou uma política pública direcionada e realmente efetiva que insira, capacite, qualifique e eduque, não conseguiremos parar a matança desenfreada e sem limites. O jovem negro no Brasil de hoje está em um corredor da morte, alguns conseguem comutarem suas penas e as transformam em prisão perpetua, outros conseguem o perdão integral e refazem ou conseguem remodelar suas vidas. Essas são gotas em um oceano de sangue, enquanto o outro lado, o lado dos que morrem, representa a tsunami avassaladora que destrói, mata e humilha a todos. As mortes desses jovens já estão em nossa conta há muito tempo, mas o pior é que alguns de nós fingem não ligar, parece não ver ou sentir a bofetada na cara da sociedade que está sendo dada, cada vez que um jovem negro morre.

Homicídios fazem de Lauro de Freitas o 3º município

em morte por arma de fogo.

Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma

guerra desenfreada com números

absurdos e que semanalmente tem

deixado inúmeras famílias de luto com

um número alarmante DE MORTES que

chegam há um número de 1,4% por dia.

Nas ruas de Lauro de Freitas existe

uma guerra desenfreada com dígitos

absurdos e que semanalmente tem

deixado inúmeras famílias de luto com

u m a l g a r i s m o a l a r m a n t e D E

MORTES.

Ordenamento dos 100 municipios com 20 mil crianças e adolescentes ou mais com as maiores taxas de homicídios (em 100 mil). Brasil. 2010.

Número de homicídios e de óbitos por AF e taxas médias 2008/2010 de óbitos por AF nos municípios com mais de 20.000 habitantes. Brasil. 2008/2010.

..no final desse ano teremos cercade 500 jovens assaninados, quantidade de jovens

que daria pra ancher a Concha Acústica da cidade.

O cemitério de Portão e Areia Branca tem se constituído aos longo desses anos como

os únicos espaços públicos destinados àjuventude negra laurofreitense uma prova

inconteste da eficiencia do racismo nesse município

Tels: 71 [email protected]

Filmes Publicitários, Programas Televisivos, Documentários, Vídeos Institucionais,

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E m t e m p o s d e g l o b a l i z a ç ã o e universalização da comunicação e das ações cotidianas, quando tudo está conectado a tudo, e as fronteiras nada mais são que limites simbólicos do espaço geográfico, fica evidenciado que as ações políticas de mandatos populares e com responsabilidades sócio raciais não podem se restringir apenas à domicílios eleitorais e as fronteiras impostas por uma legislação seca, pouco humana e descontextualizada.

As afrontas, infortúnios, desrespeitos, discriminações e todas as demais formas de violência, sofridas pela população e c o m u n i d a d e s n e g r a s , p o b r e s e desassistidas estão dentro de um contexto globalizado, em constantes diálogos e interligadas no cotidiano processo de atualização, no sentido de ser cada vez mais eficazes no que tange ao objetivo de sua existência. Com isso, estamos dizendo que existe um intercambio entre a “bala perdida”, que atinge a cabeça de um jovem

negro no bairro do Nordeste de Amaralina e a “bala perdida” que atinge o peito de um jovem em Itinga, Lauro de Freitas.

Estamos dizendo, que não há limites geográficos para o projeto racista de dizimação de nossos jovens. A fronteira não impede a ação dos grupos de extermínio, que circulam entre as cidades, semeando a dor e o desespero das famílias. As demarcações territoriais não impedem que a política de sobrecarga de trabalho, adotada por uma empresa na cidade Camaçari, seja também aplicada em Candeias, em Simões Filho ou em Lauro de Freitas. Tendo essa compreensão por fundamento, é necessário que as ações dos

m o v i m e n t o s s o c i a i s e a a t u a ç ã o parlamentar, dos vereadores que carregam as bandeiras da luta social, não se limitem ao seu espaço territorial, imposto pela legislação eleitoral. Se a opressão é globalizada e desconhece fronteiras, nossa luta também não pode reconhecer esses limites.

Fica fácil para o sistema opressor universalizado suprimir a resistência f ragmentada. Somente com ações interligadas e uma luta unificada teremos chances de alcançar nossos objetivos. Nesse sentido, os mandatos petistas dos vereadores Suíca (Salvador) e Lula Maciel (Lauro de Freitas) já atuam de forma a m p l i a d a , u n i f i c a n d o a l u t a d o s t r a b a l h a d o r e s e f o r t a l e c e n d o o s m o v i m e n t o s s o c i a i s e s i n d i c a i s , promovendo o intercambio das ações, fortalecendo, ampliando e ressonando a voz popular, transpondo os limites impostos.

Pág - 02 FOLHA POPULAR Maio / junho - 13

Lauro de Freitas - Bahiawww.jornalfolhapopular.blogspot.com

[email protected] Tels: (71) 8132-8838 / 8725-2639

ResponsávelRicardo AndradeAnderson Argolo

DiretoresMichele BritoMarcelo DiopRosana Galo

Colunistas Leidiane Alves

Rilk MCEdval Gouveia

Colaboradores Apio Vinagre

Marcos RezendeRonan Paixão

Revisores Celi Carvalho

Josy Black

Fotografia José Raimundo

Posse de Conscientização e ExpressãoMovimento Hip hop

Mandatos para além das fronteirasPor: Ricardo Andrade

Fatos e FlashesNovo Cd - Banda de Rap Fúria Consciente lança seu mais novo album intitulado Em busca de ampla visão. O Cd é fruto de dois longos anos de trabalho e muita dedicação. O Fúria consciente é um dos mais importantes grupos de Rap da Bahia, seus 15 anos de formação e cultura militante lhe rendeu notoriedade nacional e internacional. O lançamento aconteceu no dia 18 no Largo do Caranguejo

Tchuca Tchuca - comprova que

compromisso de verdade está pra além

da questão eleitoral. A frente do Núcleo

de Apoio Familiar, Tchuca, Tchuca

dedica boa parte do seu tempo prestando

assistência à famílias desestruturadas

pelas drogas e pelo álcool.

Em sua incansável luta por justiça social Tchuca

encaminha jovens, adolescentes e idosos às casas que

oferecem assistência a dependentes químicos e

alcoolizados.

Segundo Tchuca, o Núcleo de Apoio Familiar possui

mais de dez casas de recuperação espalhadas por todo o

estado, prestando serviço social e a mais de quatro anos

recuperando vidas e devolvendo a paz a diversas

famílias.

CONVOCAÇÃO

Convocamos a todos os filhos,

(as) e associados do Terreiro

Mansu Dandalunda oyá Kissimbi

N'Zambi, para a Assembléia -

Geral da Associação Religiosa e

Cultural Mansu Dandalunda oyá

Kissimbi N'Zambi, para a

escolha da nova Diretoria e

ap rovação da r e fo rma do

Estatuto.

H O R A : 1 4 :0 0 h s / D ATA :

25/05/2013 / LOCAL: Rua Libra

nº 11 Jambeiro- Areia Branca. A

Diretoria. Lauro de Freitas 09 de

maio de 2013.

Duendy, Din, Dj Kiko, Jean, Yogi Nkrumah

Suíca PT, vereador de Salvador

Lula PT, vereador de L. de Freitas

existe um intercambio entre a “bala perdida”, que atinge a cabeça de um jovem negro no bairro do Nordeste de Amaralina e a “bala perdida” que atinge o peito de um jovem em Itinga,

Erramos: O vereador Alexandre Marques é filiado aoPartido Republicano Progressista e não ao PRB comopublicamos no artigo: Mulheres Ampliam a participação na Câmara de Lauro de Feitas, na Edição 25, deste Jornal.

Esse é o sentimento que predomina após a realização do O R O O N I , E n c o n t r o Metropolitano de Jovens de Candomblé que reuniu cerca de 80 pessoas num evento que aconteceu no ultimo final de semana, dias 08 e 09, no Terreiro Ilê Axé Obatalande no município de Lauro de Freitas, casa liderada pelo Babalorixá Pai Anderson de Oxalá.

O encontro que contou com a presença de autoridades políticas e religiosas foi regado a um bom debate sobre a atual conjuntura vivida por integrantes da religião candomblé, assim como, resgatou os exemplos de luta e resistência desse mesmo povo, num passado não tão distante.

Jovens de diversos terreiros de candomblé de Lauro de Freitas, Camaçari, Salvador, Candeias e Dias DÁvila apontaram os principais

desafios a serem enfrentados pela juventude de candomblé e ajustaram estratégias que possibilitem a garantis de direitos e igualdade.O Secretário Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Elias Sampaio, atestou a importância política de um encontro como OROONI, ele acredita que debates pautarão o estado na aplicação das políticas de promoção da igualdade. Quem também compareceu ao encontro foi

a Secretária de Politicas para a Juventude de Lauro de Freitas, Juliana Guimarães que em sua fala reconheceu que a juventude existentes nos terreiros está entre as mais vulneráveis e que a SEJUV apoiará outras iniciativas como esta.

Makota Valdina, do Terreiro Tanur i Junça ra e Marcos Rezende, coordenador do CEN d e r a m o t o m a o d e b a t e ,

suscitando temas e destacando a importância da organização social pautada nos exemplos de luta do povo negro no Brasil.

Quem também estava presente no OROONI fo i Marc ia Tude - secretária de cultura de Lauro de Freitas, Claudio Reis – diretor do Departamento de Promoção da Igualdade Racial , Rosemeire representando a Secretaria de Políticas para as Mulheres, Lula Maciel – Vereador.

A Associação Cultural, Beneficente e Recreativa de Itinga e

Adjacências ACREBIA, elegeu no mês passado sua nova diretoria.

Em seu novo momento, o presidente reeleito e fundador da

Associação, Pai César afirma que a ACREBIA vai ampliar seu leque

de atuação e estender suas iniciativas a outros setores como

formação, educação e desenvolvimento social.

Antigamente éramos um conselho consultivo para elaboração e

construção da Lavagem do Caranguejo, mas agora somos

associação. Essa mudança vai possibilitar uma atuação mais

autônoma e com mais solidez. Afirma.

Veja quem forma a direção da ACREBIA.

Presidente - Augusto César / Vice -Tânia Maria / 1º Sec Luiz

Avelange / 2º Sec - Ricardo Andrade / Dir. financeiro - Jaguaraci

Castro / 2º Dir. Financ. - Enedino Soares / Diretor comun. e

marketing -Alberto Cunha / Dir. Social e de Patrimonio - Jandira

Carvalho /Diretor de cultura e evento - Washinguiton Torres /

Conselho fiscal, Paulo Sergio, Jailton Tomaz, Ronaldo Melo,

Almira Alves , Orlando Sacramento, Miguel Sotero.

Pág - 03 FOLHA POPULAR Maio / Junho - 13

Orooni, a semente está plantada ACREBIA muda formato e elege nova diretoria

A mais popular e tradicional festa de Largo da Cidade (Lavagem do Caranguejo), ganha novo corpo jurídico.

Foto: Pai Cesar e Tania Maria

Projeto Agô reúne lideranças políticas e religiosas No último dia 15 de maio foi lançado

o Projeto Agô ao mesmo tempo em

que se inaugurou do Núcleo de

Museu de Lauro de Freitas. O

principal objetivo da ação é fomentar

a cultura e o turismo na região. Além

do Projeto, também estão sendo

implementadas inúmeras outras

ações como o Espaço Terminal

Turístico Mãe Mirinha de Portão. O

local ofertará serviços para a

população e contribuirá para o

fortalecimento da cultura de raízes

africanas.

O Projeto Agô, que significa “dá

licença” em Yorubá, foi pensado e

idealizado pela Secretaria Municipal

de Cultura e Turismo de Lauro de

Freitas, a partir do mapeamento e

diagnóstico sociocultural, étnico e

turís t ico do município, como

estratégia de desenvolvimento para

um crescimento econômico e

sustentável. O projeto interativo será

um marco cultural para a cidade, o

primeiro a instalar as leis 10.639 e

11.645, que garantem o ensino da

história da África, cultura afro-

brasileira e indígena nas escolas.

O evento de lançamento contou com

a presença do prefeito Marcio Paiva

(PP); o Secretário de Estado, Elias

Sampaio da SEPROMI; o Deputado

João C. Bacelar, do PTN; e a

secretária municipal de Cultura,

Márcia Tude. Márcia Short abriu

cantando Ojo Ibi, cântico sagrado aos

orixás. Os artistas Ed Ribeiro,

Marcos Vianna e Portela expuseram

seus trabalhos. Também marcaram

presença muitos Babalorisás e

Yalorisás, além de adeptos do

Candomblé, como Pai Balbino,

conhecido como Obaraiy, do Ile Axé

Opô Aganjur, e Pai Anderson de

Osálá, líder no terreiro Ile Axé Ala

Obatalandê.

O diretor do Departamento de Promoção da Igualdade Racial

e Combate ao Racismo, Cláudio Reis, juntamente com o

consultor da SEDES, Edson Costa, referendam o Projeto e

estão atentos para que as manifestações identitárias das

comunidades negras espalhadas em toda cidade. Eles

esperam que as atividades realizadas nas localidades

contempladas pelo projeto não se resumam a espetáculos

folclóricos.

Cláudio Reis destaca que a cultura laurofreitense é

eminentemente negra e que a atenção na execução de projetos

como o AGÔ são necessários. Ele destaca ainda o carnaval de

Salvador, que nasce como uma proposta popular que se

transformou ao longo do tempo num mercado fechado,

excludente que atende a interesses de grupos particulares.

Outro aspecto destacado pelo diretor é a exposição do

sagrado. Ele diz que não permitirá que os símbolos sagrados

da fé de matriz africana sejam tratados como elementos

folclóricos, entendendo que esses símbolos fazem parte de

um patrimônio identitário que reforça a presença e a legado

africano no Brasil.

Cláudio Nem,Diretor do Departamento de Promoção da Igualdade Racial e Combate ao Racismo

Por: Ricardo Andrade e Márcio Brito

SubtonadaPor: Ricardo andrade

Subtonar, na arte musical, é o mesmo que desafinar,

estar fora do ritmo ou não está em sintonia com o

conjunto. Na política, entendemos por subtonada ações

que divergem da política central ou não estão afinadas

ao projeto. Subtonar é desconsiderar a orientação do

maestro.

Assim sendo, entendemos como subtonada a ação ou

decisão política de adiamento do Encontro Municipal

de Hip Hop que aconteceria no fim do mês de abril.

Alguma peça dessa orquestra desafinou, não seguiu a

instrução do maestro e o espetáculo foi comprometido.

O Encontro Municipal de Hip Hop foi adiado e com

certeza alguns daqueles jovens vitimados pela violência

nos dias 27 e 28 abril, como consta nos boletins da 23ª e

27ª e nos registros dos Hospitais Menandro de Farias e

Jorge Novis, poderiam ter tido um final de semana bem

mais proveitoso.

Alguém nessa orquestra tem as mãos manchadas com o

sangue da violência proporcionada pela vaidade e pela

falta de compromisso com o projeto. Pois ao mesmo

tempo em que o governo investe em ações que

promovam a igualdade racial como o Projeto AGÔ e a

Casa do Hip Hop, alguém age de forma subtonada e

desafina a orquestra e compromete o espetáculo.

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A agressão sofrida pelo Babalorixá Anderson

Argolo – Pai Anderson de Oxalá, no dia 02 de

abril, no bairro de Vida Nova em Lauro de

Freitas, demonstra claramente o quanto a PM

– Polícia Militar está longe de ser considerada

uma instituição que goze plenamente da

confiança e do respeito

perante a comunidade.

A população de Vida Nova

pôde assistir, nesse dia, um

v e r d a d e i r o s h o w d e

despreparo, desrespeito,

desequilíbrio, truculência e uma tremenda

falta de capacidade de lidar com o público.

Três agentes legitimados pelo estado pra

oferecer segurança às pessoas conseguem

fazer de uma abordagem simples, um

espetáculo de horrores. Pai Anderson foi

agredido física e verbalmente. Sua cabeça foi

pressionada contra o capuz do carro quente e a

arma do policial esfregada em sua face. O

mais absurdo porém, foi o fato dos policiais

interpretarem como desacato a tentativa do

cidadão de informar que não poderia receber

tombos fortes na região abdominal por conta

de uma cirurgia renal.

Q u e m a s s i s t i u a o c r i m e

cometido pela polícia contra

u m c i d a d ã o e n t e n d e u

nitidamente que a função

daqueles agentes era gerar

pânico e constrangimento. Eles eram os

“deuses” não se podia nem sequer lhes olhar

nos olhos, pois se configurava desacato. Isso

tudo gerado por um sentimento já conhecido

nosso chamado RACISMO. Três homens

negros num bairro como Vida Nova a bordo de

um carro Megane é inconcebível na filosofia

racista da PM.

Contudo, nem tudo está perdido. A atenção

dispensada pelas autoridades, no que tange a

apuração da denuncia apresentada pelo

Babalorixá e a retratação do Estado por parte

do governador, por meio de seu secretário

mantém viva a esperança por dias melhores. O

pedido de desculpas feito pelo Secretário

Estadual de Justiça e Direitos Humanos

Almiro Sena, em nome do Governador Jaques

Wagner, revitaliza a crença nas instituições

públicas.

Pai Anderson, Babalorixá que todos os dias,

como um cidadão comum, munido dos seus

direitos constitucionais, pretende manter sua

rotina cotidiana de comprar pão na padaria e

fazer compras no mercadinho São Roque.

Pág - 04 FOLHA POPULAR Maio / Junho - 13

Secretário de estado pede desculpas a babalorixáagredido pela PM em Lauro de Freitas

Por: Ricardo Andrade

Três homens negros num bairro como Vida Nova a bordo de um carro Megane é inconcebível na filosofia racista da PM.

veja mais detalhes em:www.jornalfolhapopular.blogspot.com

O vereador Alexandre Marques firmou uma

importante parceria com o Instituto Baiano

da Paz, uma entidade não governamental

que atua nas áreas de assistência social e

direitos humanos para desenvolver

trabalhos de capacitação profissional e

assistência social a famílias de baixa renda,

que vivem em situações de risco e

vulnerabilidade social.

A ONG é presidida por Jupiraci Borges que

se dedica para que estas ações sociais sejam

realizadas em Salvador e toda região

metropolitana. Sempre em busca de

melhorias para a população de Lauro de

Freitas e observando a importância e

seriedade com que o trabalho do Instituto

Baiano da Paz é feito, Alexandre Marques

(PRP) convidou Jupiraci e sua equipe para

realizar um projeto piloto na nossa cidade.

A primeira ação aconteceu no bairro de

A r a q u i e m p a r c e r i a c o m a A M A

(Associação de Moradores de Araqui), com

a doação 200 kg de alimentos. Dando

continuidade às ações da ONG no

município,

Alexandre Marques através da Associação

Cultural Viver Melhor Vida Nova, no dia 15

de maio reuniu um grupo de beneficiárias,

com o objetivo de formar um grupo social

de mulheres fazendo assim com que o

Instituto Baiano da Paz estabeleça vínculos

com a comunidade e possa levar a essas

mulheres e suas famílias orientações sobre

os programas de proteção social básica,

além de prestar apoio psicossocial. A

atividade contou com a presença de uma

representante do Grupo de Mulheres de

Salvador que falou sobre a importância da

convivência pacífica na comunidade, da

interação e união dessas mulheres para

resolver e dividir as dificuldades e situações

de vulnerabilidade que elas enfrentam.

Jupiraci parabenizou a diretoria da

associação e ao vereador Alexandre

Marques por levarem para as comunidades

carentes de Lauro de Freitas as atividades

desenvolvidas pelo instituto. Alexandre

Marques agradeceu a confiança das

moradoras de Vida Nova e da associação e

frisou que Lauro de Freitas dará um grande

passo ao aderir aos projetos do Instituto. O

objetivo do instituto junto ao vereador

Alexandre Marques é realizar essas ações

sociais em todos os bairros de Lauro de

Freitas, proporcionando as comunidades

c a r e n t e s m a i s o p o r t u n i d a d e s e

desenvolvimento.

Vereador Alexandre Marques articula vinda de Instituto da paz para Lauro de Freitas

Seminário debaterá implemantação do Programa Juventude Viva

Comunidades de terreiros também discutem violencia e extermínio de jovens negros

É possível conhecer um pouco mais sobre as atividades da ONG no site:

http://www.abahiapelapaz.com.br Acompanhe as ações do mandato

do vereador na rede social www.facebook.com/AlexandreMarquesPolitico.

Jupiraci Borges (Presidente do Instituto Baiano da Paz) e Vereador Alexandre Marques (PRP)

Grupo de Mulheres de Vida Nova

O Departamento de Promoção da

Igualdade Racial de Lauro de Freitas,

com base no último mapa da violência,

promoverá em julho o 1º Seminário de

Combate ao Extermínio da Juventude

Negra em Lauro de Freitas. O evento,

que deseja reunir pessoas ligadas ao

assunto, deve ainda contar com a

presença da secretária nacional da

juventude, Severine Macedo.

No último dia 29 de abril, o diretor de

departamento Cláudio Reis, que já tinha

logrado êxito ajudando a rearticular o

movimento H2 na cidade, voltou a

produzir ações coletivas com a ajuda

substancial da Secretaria de Cultura, na

pessoa de sua secretária Márcia Tude.

O movimento hip hop de Lauro de

Freitas inclusive conseguiu junto ao

p r e f e i t o M a r c i o P a i v a o

comprometimento de construção da

Casa do Hip hop, um pleito da

j u v e n t u d e l o c a l . T a m b é m

c o n s e g u i n d o d i a l o g a r c o m

capoeiristas da cidade que se

encontravam totalmente fragmentados

devido a construções não tão bem feitas

no passado, mostrando a importância de

caminharem juntos para fortalecimento

do segmento, conseguiu também da

Secretaria o comprometimento com

Lauro de Freitas no sentido de implantar

o Juventude Viva nessa cidade.

Agora, em parceria com a Sepromi,

realizará o Projeto de Mapeamento da

Comunidade de Terreiro de Lauro de

Freitas. A implantação do Conselho

também é uma realidade, já com reuniões

em andamento.

Jadilson Lopez, coordenador municipal da FENACAB –

Federação Nacional do Culto Afro Brasileiro, expõe sua

preocupação com a violência e o alto índice de mortalidade em

nossa cidade. Ele entende que uma das estratégias é a cultura e

diz que os terreiros de candomblé, devido a sua localização e

forma de organização, que oferece contrapartida social, podem

ser grandes aliados na luta pela paz.

“A FENACAB vai dialogar com todos os setores da sociedade,

inclusive os religiosos, para que juntos, possamos somar forças

para conter essa sangria que segue ceifando a vida de nossa

juventude”. Afirma.