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Kaos Mc lança CD em 2015 O sistema quiassim. FOLHA POPULAR FOLHA POPULAR Lauro de Freitas - BA Edição Janeiro / 29- 15 e-mail: [email protected] Bloco Só Pra ficar grande revelação na Lavagem do Caranguejo www.jornalfolhapopular.blogspot.com Um futuro de incertezas um exército de guris podem ser absorvidos pela violência se as autoridades não atentarem para o problema que é real e pode custar muito caro. A segurança pública é uma das principais pautas na agenda política do país. Estados e municípios vivem profundas crises de violência numa escala crescente que desafia autoridades e aterroriza a população. Vivemos no Estado uma verdadeira guerra civil, que não tem dia nem hora pra acabar. Se debruçar sobre essa pauta e desenvolver políticas que combatam a violência e ao mesmo tempo preserve a vida é um “contraditório” que poucos têm condições de fazer. O debate sobre segurança normalmente é feito de forma recortada. Na percepção de alguns, o pragmatismo da política ostensiva se revela aos olhos como uma ação de resultados concretos, isso em detrimento de outro conjunto de políticas que precisam caminhar paralelas para que um resultado eficaz seja alcançado. Investir maciçamente na repressão é o mesmo que enxugar gelo, há debates muito mais profundos e que requerem mais atenção por parte de gestores e autoridades políticas. Existe um ponto cego na discussão da política que muita gente insiste em não debater, contudo ele é crucial para resolução do problema. Hoje, debater violência e não levar em consideração siglas e expressões como “êa”, “é nois”, “escorpião”, “caveira” e outras associações que são veneradas por uma massa juvenil nas periferias de nossa cidade, é discutir no vazio. A violência desemboca na política de segurança, mas nasce na ausência de várias outras políticas que deveriam está presentes no cotidiano da população. Equipar a polícia e ampliar seu potencial bélico traz sim, uma falsa sensação de segurança, principalmente para a parcela mais abastarda da sociedade que adora ver policial armado em suas ruas, mas o que na verdade ocorre, é o aprofundamento de uma crise sem precedentes. Nesse exato momento em nossas periferias, um exército de guris, que amanhã terão 17 anos de idade, estão no ócio, a disposição de uma política de inclusão e desenvolvimento social e humano, ou prontos pra serem seduzidos pelo crime e pela violência. Levando em consideração a política de custo e benefício, entendemos perfeitamente que o financiamento de urnas funerárias é mais barato que elevar um jovem a condição de cidadão. Mas a vida tem um ciclo, um ciclo que não pode ser interrompido. Um dia todo guri se torna adulto. O observatório da Discriminação Racial é um programa desenvolvido pela Prefeitura de Lauro de Freitas, através da Superintendência de Promoção da Igualdade Racial (SUPIR) com objetivo de registrar e catalogar ocorrências de Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e atos Homofóbicos, durante a festa de Carnaval. Esta será a Segunda edição do Observatório da Discriminação e contará com observadores sociais que realizarão o mapeamento de ações discriminatórias, com a distribuição de informativos e sensibilização dos foliões sobre o combate às ações de discriminações raciais, violência contra a mulher e combate à homofobia. Além de observações e coleta de informações, a SUPIR em parceria com outros órgãos, prestará atendimento jurídico e assistencial às vítimas de discriminação durante o carnaval. Para Cláudio Reis, superintendente da SUPIR, o observatório é um marco no carnaval de Lauro de Freitas. 'O carnaval de Lauro de Freitas pode ser compreendido em dois momentos, o antes e o depois da aplicação do observatório'. Afirma. O desafio da SUPIR agora é estender o programa às outras manifestações culturais da cidade a exemplo das festas de largo e micaretas. As informações e denúncias do observatório pautarão a política de financiamento dos blocos e associações culturais e carnavalescas que serão orientadas a seguir um rígido critério de qualidade musical e se enquadrarem às leis que garantem a integridade física, moral e ética dos foliões dessa festa que a cada edição se torna maior e mais bonita. Observatório racial é um marco no carnaval de Lauro de Freitas

Edição 29 pg 01

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Kaos Mc lançaCD em 2015

O sistema quiassim.

FOLHA POPULARFOLHA POPULARLauro de Freitas - BA Edição Janeiro / 29- 15 e-mail: [email protected]

Bloco Só Pra ficargrande revelação na

Lavagem do Caranguejo

www.jornalfolhapopular.blogspot.com

Um futuro de incertezas um exército de guris podem ser

absorvidos pela violência se as autoridades não atentarem

para o problema que é real e pode custar muito caro.

A segurança pública é uma das

principais pautas na agenda política do

país. Estados e municípios vivem

profundas crises de violência numa

escala crescente que desafia autoridades

e aterroriza a população. Vivemos no

Estado uma verdadeira guerra civil, que

não tem dia nem hora pra acabar. Se

debruçar sobre essa pauta e desenvolver

políticas que combatam a violência e ao

mesmo tempo preserve a vida é um

“contraditório” que poucos têm

condições de fazer.

O deba t e sob re s egu rança

normalmente é feito de forma recortada.

Na percepção de alguns, o pragmatismo

da política ostensiva se revela aos olhos

como uma ação de resultados concretos,

isso em detrimento de outro conjunto de

políticas que precisam caminhar

paralelas para que um resultado eficaz

seja alcançado.

Investir maciçamente na repressão

é o mesmo que enxugar gelo, há debates

muito mais profundos e que requerem

mais atenção por parte de gestores e

autoridades políticas. Existe um ponto

cego na discussão da política que muita

gente insiste em não debater, contudo ele

é crucial para resolução do problema.

Hoje, debater violência e não levar

em consideração siglas e expressões

como “êa”, “é nois”, “escorpião”,

“caveira” e outras associações que são

veneradas por uma massa juvenil nas

periferias de nossa cidade, é discutir no

vazio. A violência desemboca na política

de segurança, mas nasce na ausência de

várias outras políticas que deveriam está

presentes no cotidiano da população.

Equipar a polícia e ampliar seu

potencial bélico traz sim, uma falsa

sensação de segurança, principalmente

para a parcela mais abastarda da

sociedade que adora ver policial armado

em suas ruas, mas o que na verdade

ocorre, é o aprofundamento de uma crise

sem precedentes.

Nesse exato momento em nossas

periferias, um exército de guris, que

amanhã terão 17 anos de idade, estão no

ócio, a disposição de uma política de

inclusão e desenvolvimento social e

humano, ou prontos pra serem seduzidos

pelo crime e pela violência.

Levando em consideração a

p o l í t i c a d e c u s t o e b e n e f í c i o ,

entendemos perfeitamente que o

financiamento de urnas funerárias é

mais barato que elevar um jovem a

condição de cidadão. Mas a vida tem um

ciclo, um ciclo que não pode ser

interrompido. Um dia todo guri se torna

adulto.

O observatório da Discriminação Racial é um programa desenvolvido pela Prefeitura d e L a u r o d e F r e i t a s , a t r a v é s d a Super in tendência de Promoção da Igualdade Racial (SUPIR) com objetivo de registrar e catalogar ocorrências de Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e atos Homofóbicos, durante a festa de Carnaval.

Esta será a Segunda edição do Observatório d a D i s c r i m i n a ç ã o e c o n t a r á c o m observadores sociais que realizarão o mapeamento de ações discriminatórias, com a d i s t r i b u i ç ã o d e i n f o r m a t i v o s e

sensibilização dos foliões sobre o combate às ações de discriminações raciais, violência contra a mulher e combate à homofobia.

Além de obse rvações e co le ta de informações, a SUPIR em parceria com outros órgãos, prestará atendimento jurídico e assistencial às vítimas de discriminação durante o carnaval.

Para Cláudio Reis, superintendente da SUPIR, o observatório é um marco no carnaval de Lauro de Freitas. 'O carnaval de Lauro de Freitas pode ser compreendido em dois momentos, o antes e o depois da

aplicação do observatório'. Afirma. O desafio da SUPIR agora é estender o programa às outras manifestações culturais da cidade a exemplo das festas de largo e micaretas.

As informações e denúncias do observatório pautarão a política de financiamento dos b l o c o s e a s s o c i a ç õ e s c u l t u r a i s e carnavalescas que serão orientadas a seguir um rígido critério de qualidade musical e se enquadrarem às leis que garantem a integridade física, moral e ética dos foliões dessa festa que a cada edição se torna maior e mais bonita.

Observatório racial é um marco no carnaval de Lauro de Freitas

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Pág - 02 FOLHA POPULAR Fevereiro - 15

Lauro de Freitas - Bahiawww.jornalfolhapopular.blogspot.com

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Responsável DiretoresMichele BritoGabriel RochaRosana Galo

Colunistas Rilk MC

Ana Luzia

Colaboradores Marcos RezendeNilton TourinhoMárcio Santos

Revisores Élcio Gomes

Yuri SilvaSamuel Trindade

Fotografia Tom França

Posse de Conscientização e ExpressãoMovimento Hip hop

Grupo Folha

Hip Hop 2015

Intolerância religiosaUma das manifestações mais notórias

do racismo institucional pode ser destacada no tratamento dispensado às comunidades de matriz africanas (terreiros, quilombos, etc). São inúmeras as denúncias de mal atendimento e tentativas de ‘conversão’ nos espaços institucionais, provocados por servidores que professam sua fé e acreditam que os espaços institucionais que ocupam são uma extensão de seus templos religiosos.

Há também um grande questionamento por parte das lideranças religiosas de matrizes africanas, que reclamam da dificuldade do acesso a recursos públicos em detrimento de outros seguimentos, a exemplo do que segundo Cláudia Santos, ex-

conselheira de Cultura, acontece no Fundo Municipal de Cultura, onde mais de 600 mil reais foram liberados para eventos católicos e evangélicos sem a devida avaliação e aval dos conselheiros.

Na Casa Legislativa, no grande expediente e nas intervenções dos edis, percebe-se com clareza a intolerância e a falta de compreensão do que significa aquela casa e do seu papel para a sociedade. Verdadeiras pregações são realizadas durante as sessões. “A sensação que tenho é que participei de um culto e não de sessão na câmara dos vereadores”, percebeu Paulo Sacramento, conselheiro do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (CMPIR).

Mãe Jaciara e pai Anderson Argoloconduzem o alah de oxalá peloas ruas de Portão

A caminhada realizada por militantes do movimentos negro, servidores públicos, artistas, grupos culturais e autoridades

religiosas deu inicio as atividades do 20 de novembro.

As ingomas (atabaques) do Terreiro São Jorge Filhos da Goméia, saudaram e relembraram a

luta dos negros malês no bicentenário do levante do Joanes, depois todos seguiram em

marcha até o centro de referncia da cultura afrobrasileira ao som do afoxé do Korinagô.

A alvorada dos ojás reafirma a identidade

étnica de matriz africana de Lauro de Freitas

e resgata a tradição milenar que valoriza a

vida, a paz e a harmonia entres os povos.

Intolerância religiosa

O combate ao racismo institucional é um dos principais focos da política de promoção da Igualdade em Lauro de Freitas, cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS), onde as tensões raciais, a intolerância religiosa e a violência urbana se constituem no maior desafio para gestores públicos e a sociedade civil organizada.

O racismo institucional pode ser compreendido como um sistema que atua de forma difusa no cotidiano de instituições e organizações, provocando uma desigualdade na distribuição de serviços, benefícios e oportunidades aos diferentes segmentos da população do ponto de vista racial.

A forma violenta com que a polícia atua nos bairros negros, os horários da coleta de lixo, a potência das lâmpadas dos postes e as propagandas institucionais, que só utilizam modelos e artistas brancos, são exemplos cotidianos do quanto à população negra sofre com o racismo institucional.

Durante todo o ano de 2014, os movimentos sociais denunciaram diversos atos de racismo, discriminação e intolerância religiosa, fatos que justificam um maior investimento nas políticas de promoção da igualdade. O superintendente de Promoção da Igualdade Racial do município, Claudio Reis, afirma que houve importantes avanços. Cláudio destaca a decisão do prefeito Márcio Paiva de convocar todo o funcionalismo público para participar das ações do 20 de novembro e fazer do debate sobre racismo institucional a pauta do dia na agenda do governo. “Políticas de promoção da igualdade não podem ser um entendimento do prefeito e da SUPIR somente. Todos nós, funcionários públicos, temos que entender e ter a sensibilidade para essa questão que é importante pra cidade”, afirmou o prefeito durante sua fala para os mais de 200 servidores que compareceram ao auditório do Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira, em Portão.

A presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial (CMPIR), Sandra Regina, abriu as falas destacando a luta das mulheres negras, que sofrem dupla discriminação por serem negras e mulheres, e que a promoção da igualdade só se dará de fato se for constituída a partir da igualdade de gênero.

Ainda no 20 de novembro, entidades sociais e de diretos humanos lançaram em Lauro de Freitas o manifesto pelo fim dos autos de resistência, um movimento nacional que exige investigação para as mortes provocadas pelos agentes de segurança do estado: apolícia. Duendy, 1º Mc do grupo Fúria Consciente, fez a leitura do manifesto e lembrou os diversos casos de homicídios de jovens negros em que suas famílias nunca tiveram se quer acesso ao inquérito.

O foco da política racial

Ricardo AndradeDiretor de Ações AfirmativasSuperintendência de Promoção da Igualdade Racial Prefeitura de Lauro de Freitas

artistas lançam novos trabalhos

Mc Zidane lança a Mix Tape TRAP - Trabalho, Respeito, Atitude e Poder, composto por 17 faixas, gravado e produzido por ele mesmo e com participações de artistas renomados do cenário baiano. Esse é o segundo trabalho de Zidane que começou sua carreira artística há cinco anos. A música de trabalho é Tudo pela

Grana, que traz um pouco dos anseios e traduz as ambições do artista. Zidade tem uma carregada agenda de shows já marcados em Lauro de Freitas e outras cidades da região metropolitana. Na internet, a versão on line das músicas já alcançaram mais de mil download e mais de mil cópias do CD foram vendidas.

Kaos é um dos mais respeitados Mcs de Lauro de Freitas, dono de uma dicção perfeita. Tem forte presença de palco e consagra-se como um artista completo. Seu mais novo trabalho é a Mix Tape ‘O sistema quis assim’, gravado pela Fridow Som Records. Com esse trabalho, Kaos MC traz em suas músicas um recado bem objetivo pra quem acredita que o crime é a opção pra resolver os problemas do cotidiano.

A poesia forte e as relações sócio-políticas são características marcantes na carreira de Kaos e esse novo trabalho revela o que ele tem de mais legitimo: a convivência e o cotidiano da favela.

Dinexo é a voz possante do rap de Portão. MC por excelência, ele tem forte relação com a comunidade e um olhar universalizado sobre o papel da arte do hip hop no cotidiano das pessoas. O novo CD está saindo do forno, o título ainda é uma surpresa, mas sabe-se que trará 23 faixas do autentico rap laurofreitense. O vídeoclipe ‘Porrada Sonora’, que será lançado junto a Mix Tape, deve ser o carro chefe da obra. Dinexo destaca também a faixa

Morrendo de solidão’, que para ele tem um significado especial, pois aborda o tema da terceira idade. A música, que também terá um clip, fala da solidão dos idosos deixados por suas famílias em hospitais e asilos.

A poesia é o carro chefe do trabalho que está sendo desenvolvida pelos rappers Alex Versista e R.A, a dupla pretende lançar uma demo até o mês de junho. O intuito é expressar o quanto é difícil fazer música de qualidade, mantendo os ideais que alicerçam o rap. Alex e R.A estão juntos faz pouco tempo, mas o suficiente fazer com que similaridades e discordâncias direcionem-se para um ponto comum suscitando uma grande expectativa por parte do público que espera ansioso o resultado do trabalho.

Versista é fã de Marechal, R.A respira Racionais Mcs. A nova e a velha escola na percepção de dois moleques que acabaram de chegar. Vamos ver no que isso vai dar!