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Pág. 1 Vargem Grande do Sul e Região - Fevereiro de 2012 - Ano III - Nº 30 - Distribuição Gratuita

Edição 30 - Fevereiro 2012

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Edição 30 - Fevereiro 2012

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Vargem Grande do Sul e Região - Fevereiro de 2012 - Ano III - Nº 30 - Distribuição Gratuita

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EDITORIAL

EXPEDIENTEO Jornal do Produtor é uma publicaçãomensal, editado à rua Antônio Rodriguesdo Prado, 48, Bairro N. Sra. Aparecida,Vargem Grande do Sul - SP. E-mail:[email protected] - Fone: (19)3641-1392

Jornalista ResponsávelBruno de Souza - MTb 46.896Diagramação, Fotos e ArtesRicardo Falcão - Angelino Jr.

PublicidadesFernando W. Franco - (19) 9310-5700

Circulação: Vargem Grande do Sul -Aguaí - Águas da Prata - Caconde -

Casa Branca – Campinas( Ceasa) - Divinolândia - Espírito

Santo do Pinhal - Itobi – Itapetininga -Mococa - Santa Cruz das Palmeiras -Santo Antônio do Jardim - São João

da Boa Vista - São José do Rio Pardo- São Sebastião da Grama - Tambaú -Tapiratiba – Porto Ferreira - RibeirãoPreto - São José do Rio Preto. EmMinas Gerais Sacramento e Araxá.

Com o mercado de trabalho cadavez mais competitivo, a qualificaçãoprofissional é imprescindível atual-mente. Procurando garantir novasoportunidades, a prefeitura deVargem Grande do Sul conseguiu fir-mar uma parceria com o Serviço Naci-onal de Aprendizagem Rural (Senar),o que tem propiciado a realização devários cursos de qualificação na áreaagropecuária. Esta iniciativa é possívelgraças ao intermédio do Posto deAtendimento ao Trabalhador (PAT) etem o apoio do Sindicato Rural e daCasa da Agricultura.

Neste início de ano, o municípioreceberá dois novos cursos. O primei-ro é de Turismo Rural e ocorreu nodia 9 de fevereiro. De acordo com a

Vargem abre inscrições para cursosde Turismo Rural e Equideocultura

Inscrições já estão abertas e os interessados devem procurar a Casa da Agricultura

prefeitura, as vagas são limitadas nes-te módulo. O segundo curso de quali-ficação será de Equideocultura, focadona aplicação de medicamentos e va-cinas. As aulas serão entre os dias 24a 26 de fevereiro.

As inscrições já estão abertas e os in-teressados devem procurar a Casa daAgricultura, localizada na rua JoséBonifácio, nº 813, centro. Para saber maisinformações, basta contatar Antônio

Inscrições já estão abertas e os interessados devem procurar a Casa da Agricultura

Conssulin através do telefone (19) 3641-1077.

Entusiasmado com os novos cur-sos, o prefeito Amarildo Duzi Moraesdestacou a importância de proporcio-nar a qualificação profissional nos maisdiferentes setores. “Esta é mais umaoportunidade oferecida pela prefeitu-ra que visa proporcionar capacitaçãode mão de obra para os trabalhado-res que atuam no meio rural”, disse.

O Índice Quadrissemanal de PreçosRecebidos pela Agropecuária Paulista(IqPR), que mede os preços pagos aoprodutor rural, encerrou janeiro em altade 0,54%, de acordo com o Instituto deEconomia Agrícola (IEA-APTA) da Secre-taria de Agricultura e Abastecimento. Oíndice de preços dos produtos de origemvegetal subiu acima da média (3,84%),enquanto o índice de preços dos produ-tos de origem animal apresentou forqueda (8,28%). No acumulado de 12meses, o índice geral aumentou 13,43%,devido à alta de 18,68% do índice deprodutos vegetais, uma vez que o índi-ce de produtos animais caiu 1,86%.

Entre os produtos analisados em ja-neiro, oito (todos de origem vegetal)apresentaram alta nos preços, enquan-to 12 produtos sofreram redução (seisdo setor vegetal e todos os do segmen-to animal). As altas mais expressivasocorreram nos preços da batata(91,10%); do feijão (35,05%); do tomatepara mesa (24,12%) e da laranja paraindústria (5,55%).

O aumento vertiginoso no preço dabatata deve-se ao final da safra atual eà perspectiva de escassez conjunturalacirrada, em virtude das dificuldades decolheita e transporte para o mercado,ocasionadas pelas chuvas, que deixamo solo encharcado e as estradas vicinaisalagadas, conforme apontaram os pes-quisadores Luis Henrique Perez, DantonLeonel de Camargo Bini, Eder Pinatti,José Alberto Angelo e José Sidnei Gon-çalves.

Já os preços do feijão, segundo a aná-lise do IEA, vêm sendo impulsionadospela menor oferta, gerada pela quebrade safra (estimada em mais de 10% nasregiões que fornecem produtos nestaépoca do ano), e a perspectiva de queapenas o início da colheita da próximasafra irá normalizar o mercado.

No caso do tomate, as perdas ocasi-onadas pelas chuvas neste final de safrareforçaram o declínio da oferta do pro-duto, aumentando os preços recebidospelos produtores, observam os técnicosdo IEA. Por sua vez, a desvalorizaçãocambial e a entrada da entressafra ele-varam os preços da laranja para indús-tria em face das disposições contratuais.

As quedas mais relevantes foramverificadas nos preços da carne de fran-go (25,27%); dos ovos (8,86%); do amen-doim (8,36%) e da carne suína (7,41%).

Preços agrícolassobem 0,54%

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Agrishow deverá reunir mais de 760 marcas este ano

Agrishow 2012 terá 780 expositores

Com a crescente importância daagricultura para a economia brasilei-ra, a Reed Exhibitions Alcantara Ma-chado promove a Agrishow 2012 - 19ªFeira Internacional de Tecnologia Agrí-cola em Ação, que acontece de 30 deabril a 4 de maio, no Pólo Regional deDesenvolvimento Tecnológico dosAgronegócios, em Ribeirão Preto.

A feira concentra os principaisplayers da indústria mundial em umambiente de negócios profissionale inovador. Dados da Confederaçãoda Agricultura e Pecuária do Brasil(CNA), estimam que o faturamentobruto da agropecuária brasileira de-verá alcançar R$ 318,4 bilhões em2012, sendo R$ 122,1 bilhões da pro-dução da pecuária e R$ 196,4 bi-lhões dos produtos agrícolas.

A Agrishow 2012 é o principalponto de encontro para alavancarnegócios do setor. Durante os cincodias de feira, os compradores pode-rão conferir lançamentos de produ-tos e serviços, assistir as demonstra-ções de campo e participar dos test-drives oferecidos. A feira já se con-solidou como o principal evento naagenda dos profissionais, autorida-des e empresários do segmento, eeste ano deve superar os recordesde público e negócios registrados naedição passada, que atingiu R$ 1,755bilhão durante a feira em 2011.

Com o objetivo de otimizar a vi-sita dos compradores, os

Principal feira do agronegócio do Brasil e da América Latina atrai grandescompradores e apresenta tecnologias para aumentar a rentabilidade nos negócios

organizadores da feira viabilizarama entrada do evento através de duasportarias (Norte e Sul), além de con-centrar os expositores por área deatuação. Neste sentido, a configu-ração da planta foi regionalizada emdez segmentos: aviação, irrigação,ferramentas, caminhões/ônibus/transbordos, máquinas para cons-trução, agricultura de precisão, ar-mazenagem, pecuária, pneus e au-tomobilístico.

EstruturaEste ano tanto a ocupação de

área coberta como descoberta seráampliada. Os pavilhões cobertos(Oeste e Leste) estarão situados emposições estratégicas e o pavilhãoLeste terá sua área total ampliadaem 25%, totalizando 2.250 m². Tam-bém serão realizadas melhorias embanheiros e áreas comuns: “As mu-danças visam não só atender os vi-sitantes, mas os 780 expositores daAgrishow. A feira já está praticamen-te comercializada e os visitantespodem esperar muitas novidadesem soluções de tecnologia para seusnegócios.

Em virtude da crescente impor-tância do agronegócio para a eco-nomia brasileira, é grande a proba-bilidade de superarmos os volumesde negócios registrados na ediçãopassada”, afirma o diretor daAgrishow, José Danghesi. O interes-

se internacional também pode servisto pela participação de paísescomo Turquia, Portugal, Áustria, Itá-lia, Índia, Estados Unidos e Argenti-na na feira.

O eventoPromovida pela Reed Exhibitions

Alcantara Machado, o evento é umainiciativa da ABIMAQ (Associação Bra-sileira da Indústria de Máquinas eEquipamentos) em conjunto com aABAG (Associação Brasileira doAgribusiness), ANDA (Associação Na-cional para Difusão de Adubos) e SRB(Sociedade Rural Brasileira). Além dapresença das empresas de grande

porte da cadeia do setor agrícola eindustrial, a feira conta com a presen-ça de agricultores, pecuaristas, execu-tivos da agroindústria, gerentes co-merciais e de marketing, pesquisado-res, técnicos agrícolas, estudantes eprofissionais de entidades de classe.

ServiçoA venda de ingressos estará dis-

ponível a partir do mês de março epoderá ser feita pelo site do eventowww.agrishow.com.br. Acompanheas novidades e outras notícias daAgrishow 2012 através das redes so-ciais - siga o perfil da feira no twitter(@agrishowoficial)

Organização do evento espera um grande público este ano

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Várias doenças fúngicas incidem na cultura da ba-tata, comprometendo a sua produtividade, acarretan-do um aumento dos custos de produção e dos riscosassociados ao uso intensivo de fungicidas. Dentre es-tas, destaca-se a pinta-preta, causada pelo fungo Al-ternaria solani. A doença ocasiona perdas na produ-ção devido à severa destruição de área foliar, redu-zindo o número e tamanho dos tubérculos, além decausar apodrecimento desses órgãos. Outra hospedei-ra importante de A. solani é o tomate. A pinta-pretaocorre em todas as regiões onde tomateiro e batateirasão cultivados. É uma doença importante principal-mente em condições de temperatura e umidade ele-vadas.

SintomasToda parte aérea da planta pode ser afetada e em

qualquer estádio de desenvolvimento, embora plan-tas mais velhas sejam mais suscetíveis que as jovens.Em geral, os sintomas costumam ser observados apósos 40 dias do plantio. Nas folhas, ocorrem lesões par-do-escuras, geralmente circundadas por um haloclorótico. Com o aumento das manchas, são forma-dos anéis concêntricos. No caule, as lesões sãoalongadas com anéis concêntricos evidentes. Em con-dições muito favoráveis, plantas de cultivares suscetí-veis podem apresentar uma rápida queima da parteaérea. No Brasil, a ocorrência de infecção nos tubér-culos quase não tem sido observada. Quando estaocorre, se inicia principalmente por ferimentos, indu-zindo a formação de lesões escuras, circulares a irre-gulares e deprimidas.

Epidemiologia da doençaAs condições favoráveis ao desenvolvimento da do-

ença são alta umidade e temperatura entre 25 e 30oC.Geralmente, essas condições são verificadas durante overão na maioria das regiões produtoras. Os esporosdo fungo são facilmente dispersos pelo vento, batatas-sementes e pelos respingos de chuva e de água de irri-gação e ainda podem permanecer viáveis por longo pe-ríodo de tempo. O fungo sobrevive em sementes, res-tos de cultura e também em outras plantas hospedei-ras. Além do tomateiro e batateira, A. solani afeta ou-tras plantas da família Solanaceae como pimentão, be-rinjela e o jiló. A ocorrência de raças do patógeno e deespecificidade por hospedeiro ainda não estão bemesclarecidas.

ControleO controle da pinta preta tem sido baseado na apli-

cação de fungicidas protetores e sistêmicos, conforme

Ailton ReisSieglinde Brune Pesquisadores e Embrapa HortaliçasEduardo S. G. MizubutiDepto. de Fitopatologia e UFV

recomendação dos fabricantes e sob receita de umagrônomo.

Vários fungicidas estão registrados no Brasil para con-trole da pinta-preta, além dos fungicidas de contato,oxicloreto de cobre, mancozeb, clorothalonil efamoxadone, existem os fungicidas sistêmicos comoiprodione, procimidone, tebuconazole e difeconazolebem como produtos mais modernos como azoxystrobine pyraclostrobin, entre outros. Porém o uso de controlequímico deve ser feito de maneira racional.

Medidas de controle cultural, tais como rotaçãode culturas, espaçamento adequado e, ou, sistemade condução da cultura, adubação e a eliminaçãodos restos culturais, podem ser utilizadas com o ob-jetivo de controlar a pinta preta. No entanto, estaspráticas são difíceis de serem adotadas em cultivosintensivos e, por si só, não são eficientes. Aduba-ções pesadas podem colaborar para uma maior re-sistência das plantas, porém esta prática pode en-carecer ainda mais o cultivo e causar desequilíbriosna planta, tornando-a mais suscetível a outras do-enças. O controle da doença por meio da resistên-

cia é a medida mais recomendável e com maioreschances de reduzir o uso de fungicidas na cultura. Aintegração de variedades resistentes ao controle quí-mico é viável e já foi demonstrada ser capaz de redu-zir o número de aplicações de fungicidas.

Na batata cultivada (Solanum tuberosum subsp.tuberosum), fontes de resistência à doença são mui-to raras, mas há possibilidade de encontrá-las entreas espécies selvagens. Entretanto, a resistência en-contrada é do tipo quantitativa (horizontal ou parci-al) e a mesma está geralmente associada com carac-terísticas de maturidade tardia (ciclo longo).

Entre as cultivares de batata comercialmente co-nhecidas Aracy, Catucha, Eliza e Asterix são consi-deradas resistentes, Baronesa, Delta e Barakamedianamente resistentes, Atlantic e Monalisa pou-co resistentes e Bintje e Achat muito suscetíveis.

A resistência da batateira a A. solani está associ-ada com as características de maturidade etuberização. Em geral, genótipos resistentes são dematuração tardia e maior intensidade da doença éobservada a partir da tuberização.

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Desenvolver uma batata comqualidade, resistente às pragas e dealta produtividade. Está é a meta doengenheiro agrônomo PedroHayashi em Vargem Grande do Sul.Através de pesquisas, ele tem reali-zado o cruzamento de espécies e aclonagem de plantas, criando novostipos visando alcançar a perfeição dalavoura.

Tamanha dedicação e entusias-mo fazem com que Hayashi seja con-siderado um dos principais pesqui-sadores do ramo da bataticultura dopaís. Seus trabalhos de melhora-mento genético foram temas de vá-rias reportagens, como na revistaIstoÉ Dinheiro Rural e mais recente-mente no programa Globo Rural.Além disso, ele atualmente presidea Associação dos Bataticultores daRegião de Vargem Grande do Sul

(ABVGS), instituição de projeção na-cional e internacional.

Ao longo de sua trajetória,Hayashi teve a possibilidade de tra-balhar com muitas culturas, comomilho, soja, algodão, enfim todas asespécies que são plantadas na re-gião. No entanto, foi na bataticulturaque encontrou sua vocação. “Por serpouco conhecida e oferecer grandesdesafios, comecei a dedicar e estu-dar a batata, desde sua origem e his-tória até a produção”, comenta opesquisador.

Na lavoura, sua produção eravendida para grandes empresas doramo alimentício e processadoras dealimentos. No entanto, atualmenteseu trabalho é voltado unicamentepara o melhoramento genético dabatata. “Hoje posso dizer que nãocultivo batata em campo. O meu tra-

balho se restringe a produção dematerial básico, ou seja, as plantasque darão origem a batata semen-te. Isto é feito dentro de laboratórioe estufas”, explica o engenheiroagrônomo.

Parte das pesquisas ocorrem no laboratório

Bruno de Souza

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Arrancadeira de Batata

O trabalho de melhoramento genético desenvolvido porPedro Hayashi se divide em duas modalidades distintas.A primeira é a produção de material básico das varieda-des que se planta no Brasil. “Para este trabalho, precisa-mos de um laboratório de cultura de tecidos e estufas paraa produção de minitubérculos ou, como é classificada den-tro do processo de certificação vigente no país, básicaG0”, afirma.

De acordo com o pesquisador, este tipo de materialleva grande vantagem sobre o material importado. “Opreço acaba sendo inferior, pois nosso trabalhador rece-be menos que o trabalhador europeu, de onde normal-mente vem a batata semente. Além disso, temos a certe-za de que não estamos plantando sementes com doen-ças e pragas novas, que ocorrem em outros continentesde onde importamos”, relata o engenheiro agrônomo.

Outro ponto destacado por Hayashi é que uma batatasemente básica importada já passou por pelo menos seismultiplicações a campo, enquanto que os minitubérculosque produz nunca foram plantados em campo aberto.“Isto significa que além da garantia de não ter nenhumadoença, ela possui um grande vigor, muito acima da im-portada, pois cada geração feita se perde o que osfisiologistas de plantas chamam de ‘juvenilidade’, umagrande carga hormonal que pode garantir uma taxa demultiplicação muito maior, resultando em maior qualida-de e produtividade”, explica.

Hayashi mostra os minitubérculos produzidos na estufa

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Para Pedro Hayashi, a bataticultura vem sofrendo ao longo dos anos,a mesma pressão que já ocorreu com outras lavouras. “Os agricultoresmais antigos se lembram que as lavouras de arroz e algodão na nossaregião eram feitas por pequenos produtores”, afirma. “Mesmo sendopequenos e sem muito amparo técnico, eles conseguiam sobreviver nomercado”, acrescenta.

Segundo o pesquisador, algo semelhante está acontecendo com abataticultura. “Ela está deixando de ser uma lavoura de pequeno produ-tor e se transformar um negócio para grande produtor. Dá para ver emnossa região. A área de batata plantada no nosso município e seus arre-dores praticamente se mantém estável por décadas. No entanto, o nú-mero de produtores diminuiu muito, ou seja, quando um pequeno pro-dutor abandona a atividade, sua área correspondente acaba sendo in-corporada por outro, que se torna cada vez maior”, explica.

Diante deste panorama, Hayashi acredita que um desafio que estásendo obrigatório é a inovação tecnológica. “O produtor que não fizertudo para reduzir os seus custos e aumentar a produtividade está enfa-dado em desaparecer”, alerta. “Agricultores de outras regiões estão con-seguindo produtividades médias acima de 50 toneladas por hectare. Anossa ainda não chegou a 40 ha. Mesmo com preços muito baixos, comprodutividade alta é possível ter lucros e se manter no negócio. Por issonosso produtor precisa desfazer dos velhos conceitos e aceitar novastecnologias. Isto será a garantia de sobrevivência no negócio”, conclui.

O segundo trabalho que Hayashi realiza é odesenvolvimento novas variedades de batata.Para isto, ele é sócio de uma empresa que atuano ramo. “O objetivo nosso é obter variedadesde batata que se adaptem as nossas condiçõesambientais, pois todas as variedades que plan-tamos no Brasil de expressão, são de origem es-trangeira”, comenta.

De acordo com o pesquisador, para que se-jam registradas, as novas variedades de batatadevem ser testadas e comparadas com as vari-edades usuais. Ao serem aprovadas, elas sãoinscritas no Registro Nacional de Cultivares(RNC), que é vinculado ao Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “Den-tre os clones que temos, apenas um está emfase final de testes, mas vem outros pela fren-te”, anunciou o engenheiro agrônomo.

Segundo Hayashi, a inovação tecnológica é fundamental para o bataticultor

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Produtores de São Sebastião da Gramaparticipam de palestra do Agrosebrae

Evento contou com a presença de cerca de 30 cafeicultores locais.Proposta é melhorar e padronizar a qualidade do café

Na terça-feira, dia 10 de janei-ro, ocorreu o primeiro Encontroentre Produtores do município deSão Sebastião da Grama. Promo-vido pelo Programa Agrosebrae, oevento foi realizado no CentroCultural do Café e contou com apresença de cerca de 30 cafeicul-tores locais que aderiram ao pro-

grama em 2011. “O Agrosebrae éum programa diferenciado,focado principalmente namelhoria da gestão das proprie-dades, no aumento da rentabili-dade e na orientação técnica aosprodutores”, explicou o consultorClaudio D’Angieri.

O encontro foi marcado pela

Consultores do Sebrae falaram sobre a importância do programa para a cafeicultura

participação do especialista JoséAntônio Rezende da Silva “Bispo”,diretor presidente da empresaTerceira Via, especializada emagronegócio. Durante sua pales-tra, ele abordou o tema “Café deQualidade”, uma vez que o muni-cípio é destaque nacional na ca-feicultura. ”O objetivo é melho-rar e padronizar a qualidade docafé. Apresentamos aos produto-res a gestão de qualidade e mo-

dernos tipos de tecnologia, quebeneficiam a melhoria do proces-so desde o plantio ao produto fi-nal”, ressaltou o especialista.

De acordo com José Antônio,este programa promete trazermuitos benefícios aos produtoresrurais e também à região. “OAgrosebrae trará renovação,melhoria na qualidade e identifi-cação do café”, conclui opalestrante.

1 - O programa: Trata-se deuma metodologia elaboradapelo Sebrae-SP com a finalida-de de melhorar acompetitividade das proprieda-des rurais, baseada em três pi-lares: melhoria de processo,melhoria de produto e mercado.

- Melhoria de processoGestão da PropriedadePlano Coletivo de Gestão - Oficina de Controles Financeiros, Ofi-

cina de Custo de Produção e Implantação do Caderno de Campo.

- Melhoria de produtoAtividades em campoConsultoria Tecnológica SEBRAEtec - Diagnóstico e Consultoria

Tecnológica.

- MercadoAções Pontuais de Mercado - Encontros, Feiras e Missões.

2 - Quem pode participar?- Produtores na mesma atividade;- Possuir até 100 hectares de área total;- Possuir CNPJ da propriedade ou em processo de formalização;- Empresários de agroindústria- Objetivos comuns;- Disponibilidade para participar das atividades do grupo;- O empresário rural deve receber os técnicos na propriedade

e acompanhar as visitas previamente agendadas;

3 - Mais informações:Posto de Atendimento do Sebrae (PAE)Fone: (19) 36469956

Conheça o Programa Agrosebrae

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Mário Barbosaassume presidência

da ABCCRM

Divinolândia prioriza manutenção das estradas ruraisVias recuperadas facilitarão não apenas a locomoção dos

moradores como também o escoamento da produção agrícola

A nova diretoria da Associa-ção Brasileira de Criadores deCavalos da Raça Mangalarga(ABCCRM), presidida pelo exe-cutivo Mário Alves BarbosaNeto, tomou posse oficialmen-te, na manhã de 11 de janeiro,em cerimônia realizada na sededa entidade, localizada no Par-que da Água Branca, em SãoPaulo.

Durante a solenidade, Má-rio Barbosa conclamou todos osmangalarguistas a trabalharempelo desenvolvimento e valori-zação da raça no decorrer dotriênio que está começando.“Vamos, todos juntos, nos de-dicar à nossa grande paixão, oCavalo Mangalarga, que é mai-or que todos nós”, destacou onovo presidente. A cerimôniacontou ainda com a posse dosnovos integrantes do ConselhoSuperior de Administração e doConselho Deliberativo Técnico.

Já o primeiro encontro detrabalho da nova diretoria acon-teceu, nos dias 12 e 13 de janei-ro, na Fazenda São Pedro, loca-lizada em Espírito Santo do Pi-nhal e pertencente ao presiden-te da associação. Na ocasião,os dirigentes mangalarguistasparticiparam de uma série dereuniões, durante as quais es-tabeleceu-se um sólido planode trabalho para a gestão daABCCRM no triênio que está co-meçando.

Mesmo em período de chuva, aprefeitura municipal de Divinolândiaestá dando uma atenção especial àsestradas rurais. Por se tratar de ummunicípio que tem como principalfonte de renda a agricultura, a con-servação das vicinais está entre asprioridades da atual administração.“Durante todo o ano passado tra-balhamos na adequação e conser-vação das estradas rurais para que,agora que estamos em período dechuva, os agricultores consigam es-coar a produção sem nenhum tipode contratempo”, esclareceu o pre-feito Ico.

Prefeito Ico tem priorizado a manutençãoconstante das estradas rurais do município

É importante lembrarque, mesmo com as chuvas,a prefeitura continua reali-zando a manutenção cons-tante das vias de terra.

As estradas recupera-das facilitarão não apenasa locomoção dos morado-res como também o esco-amento da produção agrí-cola. Daí a necessidadedelas serem readequadase oferecerem melhorescondições de acessibilida-de e escoamento da pro-dução local.

Citrus: colheita da safra 2011/12 pode se estender até março

A colheita de laranja da safracorrente (2011/12) será finalizadamais tarde neste ano, conforme in-dicam pesquisadores do Centro deEstudos Avançados em EconomiaAplicada (Cepea). Um dos motivosé o maior volume produzido no es-tado de São Paulo.

Ao todo são 375,7 milhões decaixas de 40,8 kg, um total de 26,6%acima do colhido na temporadaanterior, segundo a Companhia Na-cional de Abastecimento (Conab) ea Secretaria de Agricultura e Abas-tecimento. Além disso, a maturaçãoda fruta ocorreu mais tardiamente.Outro motivo para o atraso na in-tensificação da colheita foi o fatode as indústrias processadoras te-rem iniciado o fechamento de con-tratos apenas a partir de junho,postergando até mesmo a colheitadas precoces. A região de Limeira,por exemplo, de acordo com pro-dutores consultados pelo Cepea, éa que ainda tem maior volume a sercolhido, com os trabalhos poden-do se estender até março.

Estado de São Paulo produzirá 375,7 milhões de caixas

Região de Limeira tem o maior volume a ser colhido

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Milho transgênico tem conquistado mercado

É crescente no Brasil a utilização doshíbridos de milho transgênico entre osagricultores. A cada safra, os produto-res de silagem confirmam a tendênciade eles são fortes aliados na produçãode alta qualidade, principalmente paraaqueles que não têm estrutura demaquinário e equipamento para pul-verização e controle de pragas.

Entre os destaques que têmganhado mercado atualmente está oRB 9308YG. Produzido e comercializadopela Riber Sementes, esta variedade éconhecida por garantir uma alta esta-bilidade de produção, oferecendo ain-da uma maior segurança nos plantiostardios de verão. Além disso, ele apre-

O produtor José Carlos Trambaiolli plantou o RB 9308YG, obtendo 58,7 toneladas de milho por hectare. O administrador de suapropriedade é José Porfírio

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senta uma boa sanidade foliar e seucolmo é resistente a antracnose, adiplódia e a fusariose.

De acordo com a Riber Sementes,em vários ensaios conduzidos por co-operativas, instituições de ensino epesquisa, o RB 9308YG confirma suacompetitividade por suas excelentes

características agronômicas. Dentre ospontos fortes do híbrido está o grandepotencial de expansão de espigas, bemcomo o ótimo rendimento na produ-

ção de silagem e a sua qualidadebromatológica e nutricional. Outro di-ferencial do RB 9308YG é sua boa adap-tação a condições adversas.

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Radar Técnico

Grande dragão chinês

Alessandro de Souza Médico Veterinário

Mais umavez ouvimos fa-lar sobre a po-tência que temse transformadoa China, paísmuito populoso,com grandeárea territorial eenorme poderioe c o n ô m i c o .

Acho que ela dominará o mundo embreve. Hoje já possuí as maiores fá-bricas dos mais variados produtos eque estão espalhados por todo omundo. Dominará o mundo porqueserá impossível concorrer com estepaís no ritmo que impõe a sua pro-dução. Hoje a maioria do que com-pramos é “made in China”, mesmoas marcas famosas, pois sai mais ba-rato produzir neste país e depois ésomente acrescentar o logotipo naetiqueta.

Os chineses conseguem baratearos custos de produção a níveis im-pressionantes, usando de suas políti-cas econômicas, trabalhistas e suaforça de produção que é a numerosapopulação. Dentro de algum tempoos países irão ver que é mais baratoproduzir na China do que no seu pró-prio território. Mas talvez esteja aí oerro número um, pois chegará o mo-mento que a China ditará o preço dasmercadorias produzidas em seu ter-

ritório, já que não haverá concorren-te a altura para disputar o mercado.

Mas o que isto tem a haver com aagricultura? Nós brasileiros podemosser alguns dos poucos países queenfrentaremos este desafio com al-gum trunfo importante: a nossa agri-cultura. Na China, a grande maioriaou quase a totalidade das áreas apro-veitadas para a pratica agrícola já es-tão ocupadas, cabendo o aperfeiço-amento da tecnologia para o aumen-to da produção. Não que isto sejadifícil para eles, mas no momentonão é a melhor estratégia para ga-nhar o mercado mundial. Já no Bra-sil a célebre frase “Celeiro do Mun-do” nunca esteve tão bem colocada.Ainda temos áreas para desenvolvi-mento de práticas agrícolas, temostecnologia para aumentarmos nossaprodução, o clima é extremamentegeneroso e possuímos dois valoresprimordiais: a capacidade e a vonta-de de produzir.

Entre tantas coisas que segurama balança comercial brasileira esta àagricultura, sempre pronta a dar asua colaboração na economia

Devemos nos preparar para istoproduzindo alimentos cada vez me-lhores, com qualidade e tecnologia, aísim neste quesito seríamos páreospara competir com o Grande Dragão(com fome) Chinês que precisa se ali-mentar para produzir.

O Diário Oficial da União de 6de fevereiro publicou emLicenciamento de Produtos Vete-rinários a aprovação, pelo Minis-tério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento (MAPA), de seisantígenos produzidos interna-mente pelo Laudo LaboratórioAvícola, em Uberlândia, MinasGerais.

Como a produção e a disponi-bilidade interna de produtos vol-tados para o diagnóstico de do-enças em aves para a aviculturatêm sido, há tempos, problemá-tica, o significado desta aprova-ção vai além. A questão é funda-mental para a avaliação do statussanitário do plantel avícola:como chegar a um diagnóstico senão há antígenos para realizá-lo?

A aprovação é importantepara o setor avícola, que se quei-xava do desabastecimento departe desses produtos, essenciaispara o diagnóstico de doençasavícolas, desde que um dos prin-cipais fornecedores do mercadobrasileiro suspendeu as importa-ções de antígenos.

Para Edison Rossi, sócio propri-etário do Laudo Laboratório, afalta de antígenos no mercado

MAPA licencia seis antígenospara diagnóstico aviário

deve-se, entre outros fatores, aum processo de produção carac-terizado como “artesanal” e que,por isso, não se encaixa na roti-na de grandes empresas.

Cita a propósito, que o Laudo– em sua essência, um laborató-rio de diagnóstico – já vinha pro-duzindo seus próprios antígenos.O “know-how” acumulado a par-tir daí levou a empresa a decidir-se por produzi-los comercialmen-te. Mas, para isso, foram neces-sários três anos de investimen-to, período no qual o Laudo cons-truiu e equipou duas novas ins-talações (área total de 1.000 m²),que atendem às exigências paraprodução e armazenagem dessetipo de insumo e que podem ser-vir também para produção de va-cinas.

Rossi também explica que ostrês primeiros produtos descritosno quadro são utilizados comotestes de triagem, enquanto osdemais têm por finalidade con-firmar ou não as reações encon-tradas nos testes de triagem. Jáos três últimos também são no-vidade no mercado, uma vez queserão comercializados pela pri-meira vez.

Antígenos são voltados para combater doenças na avicultura

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Biodisel de sebo bovino é analisadoA implantação do Programa Nacional de

Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), em2005, estimulou a produção de oleagino-sas a partir da agricultura familiar e a nego-ciação do biodiesel por leilões, impulsionan-do o desenvolvimento da indústria debiodiesel no país.

Hoje, aproximadamente 80% da produ-ção brasileira de biodiesel provem da utili-zação do óleo de soja, de 9 a 15% advêmdo uso de sebo bovino, cuja participaçãoem 2009 foi quase seis vezes superior àsoma do uso da mamona e da palma. Po-rém, a gordura bovina ainda é pouco asso-ciada à produção de biodiesel, seja pelaincipiência de um mercado organizado parao sebo ou pelas poucas informações acer-ca das transações entre fornecedores e asplantas produtoras de biodiesel.

A fim de compreender os problemasencontrados no sistema agroindustrial dobiodiesel, especialmente no que se refereao uso do sebo bovino como matéria-pri-ma, o economista Gabriel Levy, da EscolaSuperior de Agricultura “Luiz de Queiroz”(USP/ESALQ), buscou definir variáveis quepoderiam implicar maior eficiência à cadeiado biodiesel e verificar se a integração ver-tical é o regime de governança mais apro-priado para este setor. Na pesquisa, orien-tada pela professora Márcia Azanha FerrazDias de Moraes, do Departamento de Eco-nomia, Administração e Sociologia (LES), foirealizado um estudo multi-caso com oito

Pesquisa avaliou o os problemas do sistema agroindustrial

usinas de biodiesel no Brasil que utilizamsebo bovino como matéria-prima.

De acordo com o pesquisador, o fatode o Brasil possuir o segundo maior reba-nho bovino do mundo, aliado ao baixo pre-ço da matéria-prima e ao alto aproveita-mento desta na produção de biodiesel (até93%), podem explicar o desenvolvimentodessa indústria no país. Além disso, Levyafirma que a utilização desta fonte de ma-téria-prima de um lado permite a expan-são da produção sem a concorrência coma produção de alimentos, e de outro podeser uma forma ambientalmente melhor dedestinação do resíduo. “O biocombustívelrevelou-se um possível destino para o sebo,além dos cosméticos, sabões e ração ani-mal. Assim, poderia resultar na menor ge-ração de danos ambientais, como conta-minação de solos e lençóis subterrâneos

no despejo do material no ambiente”, ex-plica.

Entretanto, a produção de biodieselcom sebo bovino apresenta problemas naaquisição da matéria-prima, pela falta decoordenação na cadeia produtiva entre fri-goríficos/graxarias e usinas de biodiesel. “Afalta de um mercado organizado traz pro-blemas referentes às oscilações do preçodeste produto, bem como sobre a quali-dade da matéria-prima, constituindo-se umponto relevante, visto que um material demá qualidade pode implicar na geração decustos adicionais aos produtores debiodiesel, pela necessidade de tratamentodo sebo e purificação dos resíduos pelasusinas.

A maior consequência do problema re-ferido é a geração de um combustível demá qualidade”, afirma.

IntegraçãoA pesquisa conclui que a integração

vertical pode ser considerada a estruturade governança mais apropriada para aprodução de biodiesel a partir de sebo bo-vino, dada a falta de padronização exis-tente. Levy explica que o sebo é um ativocom especificidades técnicas e físicas, oque atesta tanto a necessidade de cria-ção de normas técnicas para a padroniza-ção da matéria-prima, como também aextensão do selo social ou criação decertificação ambiental para o sebo bovi-no a fim de melhorar a coordenação en-tre os agentes das transações por meiode políticas públicas, o que poderia esti-mular a diversidade de matérias-primasalém da possibilidade de abatimento dasemissões de gases poluentes pela ativida-de pecuária. “A verticalização represen-taria um meio de reduzir os riscos associ-ados à baixa qualidade do material, comotambém diminuir custos vinculados à in-formação sobre o produto. Neste senti-do, a questão relacionada à informaçãojustifica a percepção de que a integraçãovertical possa ser a configuração maisapropriada, uma vez que internalizaria astransações e reduziria os problemas rela-tivos ao fornecimento. Assim, não apenastraria modificações positivas para ampli-ação do uso da matéria-prima na produ-ção do biodiesel, como também possibili-taria alterações estruturais nas formas decomercialização do sebo bovino”, conclui.

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Ovinos: práticas nutricionais adequadas valorizam carneNão é novidade que para atin-

gir um bom preço no mercado, acarne ovina precisa apresentar boaqualidade. No entanto, chegar aopadrão de qualidade ideal é umprocesso complexo que envolvecuidados de manejo específicos,partindo da boa genética até umbom programa de saúde e alimen-tação. Quando o assunto é a nutri-ção, um bom planejamento de pas-to é essencial e deve estar aliado auma fonte alternativa de alimen-tos, como o uso estratégico de su-plementos. Todos os cuidados en-volvidos nesse sistema evitam a ter-minação de carcaças magras quepodem favorecer ao endurecimen-to das fibras musculares e aconsequente desvalorização doproduto. “A principal variável, emtermos de qualidade de carcaça, éo grau de acabamento do animal,o que depende do acúmulo de gor-dura durante a vida dele. Isso estáintimamente relacionado ao nívelde alimentação”, afirma RobertoSains, pesquisador da Embrapa.

Para chegar ao mercado com umproduto sadio e de boa qualidade,o produtor deve contar com ani-mais chegando ao ponto de abate

Boa genética aliada a bons programas de saúde e alimentação visam à qualidade da carcaça ovina

ainda jovens, saudáveis, com boaterminação e boa musculosidade,como diz o pesquisador. Para ele,tudo isso depende do bom atendi-mento a todos os fatores de pro-dução, começando com animais deboa genética, passando por umbom programa de saúde animal eboa alimentação. “Dado que a mai-oria dos sistemas de produção noBrasil é de tipo extensivo, com ani-mais criados a pasto, esse é um sis-

tema que está sujeito a mudançassazonais e climáticas. Portanto, oprodutor precisa levar isso em con-sideração durante a programaçãoda produção na sua fazenda”, ori-enta Sains.

Como exemplo, ele cita o plane-jamento forrageiro. É importantesaber quais são as épocas do anoquando a quantidade ou a qualida-de da forragem cai. Nesse caso, épreciso ter uma fonte alternativa de

alimentos, como o uso estratégicode suplementos. “A questão dasuplementação mineral deve ser le-vada em consideração durantetodo o ano, dependendo das defi-ciências minerais de cada região.Nesse caso, os macrominerais,como fósforo e cálcio, devem serutilizados, assim como osmicrominerais”, explica.

Ainda de acordo com o pesquisa-dor, uma carcaça muito magra sofrediversos problemas durante oprocessamento. O primeiro deles serefere ao armazenamento na câma-ra fria. Nesse caso, a carcaça sofreum choque muito rápido porque ain-da não possui o isolamento térmicoque o acabamento de gordura for-nece. Com isso, o resfriamento dacarne ocorre de forma acelerada, oque provoca o endurecimento dasfibras musculares. “Minha recomen-dação aos produtores é realizar umaboa programação, tendo atenção atodos os fatores, começando comanimais de boa genética, atendendoà questão do planejamentoforrageiro e manejo da pastagem eatentando às diferenças sazonais emque diversos tipos de suplementaçãodevem ser usados”, conclui Sains.

Quando o assunto é a nutrição, um bom planejamento de pasto é essencial