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PR/ROBERTO STUCKERT FILHO BANCO DE IMAGENS www.jornalcapital.jor.br | ANO 3 - N° 70 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | 23 A 29 DE AGOSTO DE 2011 | NAS BANCAS - RS 1,00 Arrecadação federal tem novo recorde PÁG. 8 Câmbio* Câmbio* (*) FECHAMENTO: 22 DE AGOSTO DE 2011 (*) FECHAMENTO: 22 DE AGOSTO DE 2011 MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) Indicadores* Indicadores* Atualidade Internacional Pais www.jornalcapital.jor.br O Conselho Federal de Medicina vai atualizar também as regras para publicidade de médicos e estabelecimentos de saúde no Brasil. PÁGINA 7 A DECISÃO foi anunciada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a reunião deverá acon- tecer até o próximo final de semana. PÁGINA 7 O PRÊMIO é concedido pelo Fórum Cultural da Baixada Fluminense desde 2002 e homenageia en- tidades e personalidades da região. PÁGINA 6 O relatório da CPI das Enchentes foi apresen- tado na Alerj nesta segunda-feira, dia 22. Entrega do Prêmio Baixada 2011 vai ser em Itaguaí CFM proíbe consultas por telefone ou pela internet Líbia: ONU vai convocar reunião de emergência Tragedia na Serra: CPI aponta ‘interesse eleitoreiro’ E MUITO MAIS EM NOSSO SITE Dilma ao lançar plano em São Paulo: “A miséria é o nosso principal problema” A PRESIDENTA disse que a melhor forma de o Brasil se proteger dos impactos da crise econômica mundial é combater a miséria. “O Brasil já mostrou que a melhor forma de combater e de se proteger da crise é combatendo a crise mais crônica e permanente da histó- ria humana, que é a pobreza”, disse ela, ao anunciar, em São Paulo, as ações do Plano Brasil sem Miséria para o Sudeste. PÁGINA 5 POR UMA falha na le- gislação, uma pessoa, proprietária ou sócia de uma empresa denun- ciada por corrupção, poderá criar outra em- presa, com outro CNPJ, reapresentar-se em lici- tação e conseguir novo contrato com o Poder Público. A constata- ção foi feita pela ONG Transparência Brasil. PÁGINA 2 OS DADOS são do Ca- dastro Geral de Empre- gados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho. No ano passado, 10.968 pessoas conseguiram em- prego. O setor de serviços, mais uma vez, é destaque, com ênfase na hotelaria e gastronomia. PÁGINA 2 UMA FÁBRICA que adulterava combustíveis foi fechada em Duque de Caxias pela Secretaria Estadual do Ambiente, com o apoio de fiscais do Instituto Estadual do Ambiente e de policiais do Batalhão Florestal da PM e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). PÁGINA 4 A COMPANHIA Siderúrgica do Atlântico (CSA) assinou acordo com a Secretaria Estadual do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e com associações de pescado- res da Baía de Sepetiba para financiamento de vários projetos na área pesqueira. A compensação financeira aos pescadores foi acertada durante o processo de licen- ciamento ambiental da usina, que fica na zona oeste da cidade do Rio. PÁGINA 3 DOZE MUNICÍPIOS foram atingidos pela de- cisão do TJ do Estado, por estarem em débito com o depósito anual de 1/15 referente aos precatórios judiciais. Três cidades da Baixada estão incluídas: Magé, Nilópolis e São João de Meriti. Além dos doze municípios, outras seis cidades estão na mira do TJ: Cabo Frio, Cam- buci, Carmo, Duas Bar- ras, Duque de Caxias e Valença. No início da sua gestão, em fevereiro deste ano, o presidente do TJ do Rio, desembar- gador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, de- terminou que fosse feito um mapeamento a fim de saber quais municí- pios estavam em atraso com o pagamento dos precatórios. Fraudador pode criar empresas RJ foi o 2º a gerar mais empregos Fábrica adulterava gasolina Cemitérios à beira do colapso Justiça sequestra receita de cidades do Estado do Rio CSA financiará pescadores PÁGINA 4 Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação % Dolar Comercial 1,603 1,605 0,18 Dólar Paralelo 1,590 1,730 0,00 Dólar Turismo 1,540 1,710 0,58 (U$) (U$) % Coroa Dinamarca 5,189 5,189 0,27 Dólar Austrália 1,039 1,040 0,05 Dólar Canadá 0,990 0,990 0,00 Euro 1,435 1,435 0,29 Franco Suíça 0,790 0,790 0,64 Iene Japão 76,820 76,860 0,38 Libra Esterlina Inglaterra 1,645 1,646 0,00 Peso Chile 467,800 468,200 0,21 Peso Colômbia 1.779,000 1.781,000 0,17 Peso Livre Argentina 4,160 4,200 0,21 Peso MÉXICO 12,335 12,367 0,55 Peso Uruguai 18,500 18,700 0,00 Índice Valor Variação % Ibovespa 52,440,23 0,01 IBX 17.532,37 0,27 Dow Jones 10.854,65 0,34 Nasdaq 2.345,38 0,15 Merval 2.825,38 1,57 Poupança 23/08 0,623 Poupança p/ 1 Mês 22/08 0,606 TR 22/08 0,110 Juros Selic meta ao ano 12,50 Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00 Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

Edição Nº 70

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Jornal Capital - Edição nº 70

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1CAPITAL23 a 29 de Agosto de 2011

PR/ROBERTO STUCKERT FILHO

BANCO DE IMAGENS

www.jornalcapital.jor.br | ANO 3 - N° 70 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | 23 A 29 DE AGOSTO DE 2011 | NAS BANCAS - RS 1,00

Arrecadação federal tem

novo recordePÁG. 8

Câmbio*Câmbio*

(*) FECHAMENTO: 22 DE AGOSTO DE 2011(*) FECHAMENTO: 22 DE AGOSTO DE 2011

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Atualidade

Internacional

Pais

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O Conselho Federal de Medicina vai atualizar também as regras para publicidade de médicos e estabelecimentos de saúde no Brasil. PÁGINA 7

A DECISÃO foi anunciada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a reunião deverá acon-tecer até o próximo fi nal de semana. PÁGINA 7

O PRÊMIO é concedido pelo Fórum Cultural da Baixada Fluminense desde 2002 e homenageia en-tidades e personalidades da região. PÁGINA 6

O relatório da CPI das Enchentes foi apresen-tado na Alerj nesta segunda-feira, dia 22.

Entrega do Prêmio Baixada 2011 vai ser em Itaguaí

CFM proíbe consultas por telefone ou pela internet

Líbia: ONU vai convocar reunião de emergência

Tragedia na Serra: CPI aponta ‘interesse eleitoreiro’

E MUITO MAIS EM NOSSO SITE

Dilma ao lançar plano em São Paulo:“A miséria é o nosso principal problema”

A PRESIDENTA disse que a melhor forma de o Brasil se proteger dos impactos da crise econômica mundial é combater a miséria. “O Brasil já mostrou que a melhor forma de combater e de se proteger da crise é combatendo a crise mais crônica e permanente da histó-ria humana, que é a pobreza”, disse ela, ao anunciar, em São Paulo, as ações do Plano Brasil sem Miséria para o Sudeste. PÁGINA 5

POR UMA falha na le-gislação, uma pessoa, proprietária ou sócia de uma empresa denun-ciada por corrupção, poderá criar outra em-presa, com outro CNPJ, reapresentar-se em lici-tação e conseguir novo contrato com o Poder Público. A constata-ção foi feita pela ONG Transparência Brasil.

PÁGINA 2

OS DADOS são do Ca-dastro Geral de Empre-gados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho. No ano passado, 10.968 pessoas conseguiram em-prego. O setor de serviços, mais uma vez, é destaque, com ênfase na hotelaria e gastronomia. PÁGINA 2

UMA FÁBRICA que adulterava combustíveis foi fechada em Duque de Caxias pela Secretaria Estadual do Ambiente, com o apoio de fi scais do Instituto Estadual do Ambiente e de policiais do Batalhão Florestal da PM e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA).

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A COMPANHIA Siderúrgica do Atlântico (CSA) assinou acordo com a Secretaria Estadual do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e com associações de pescado-res da Baía de Sepetiba para fi nanciamento de vários projetos na área pesqueira. A compensação fi nanceira aos pescadores foi acertada durante o processo de licen-ciamento ambiental da usina, que fi ca na zona oeste da cidade do Rio. PÁGINA 3

DOZE MUNICÍPIOS foram atingidos pela de-cisão do TJ do Estado, por estarem em débito com o depósito anual de 1/15 referente aos precatórios judiciais.Três cidades da Baixada estão incluídas: Magé, Nilópolis e São João de Meriti. Além dos doze municípios, outras seis cidades estão na mira do TJ: Cabo Frio, Cam-

buci, Carmo, Duas Bar-ras, Duque de Caxias e Valença. No início da sua gestão, em fevereiro deste ano, o presidente do TJ do Rio, desembar-gador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, de-terminou que fosse feito um mapeamento a fi m de saber quais municí-pios estavam em atraso com o pagamento dos precatórios.

Fraudador pode criar empresas

RJ foi o 2º a gerar mais

empregos

Fábrica adulterava

gasolina

Cemitérios à beira

do colapso

Justiça sequestra receita de cidades do Estado do Rio

CSA fi nanciará pescadores

PÁGINA 4

Moeda Compra (R$)

Venda(R$)

Variação %

Dolar Comercial 1,603 1,605 0,18Dólar Paralelo 1,590 1,730 0,00Dólar Turismo 1,540 1,710 0,58

(U$) (U$) %Coroa Dinamarca 5,189 5,189 0,27Dólar Austrália 1,039 1,040 0,05Dólar Canadá 0,990 0,990 0,00Euro 1,435 1,435 0,29Franco Suíça 0,790 0,790 0,64Iene Japão 76,820 76,860 0,38Libra Esterlina Inglaterra 1,645 1,646 0,00Peso Chile 467,800 468,200 0,21Peso Colômbia 1.779,000 1.781,000 0,17Peso Livre Argentina 4,160 4,200 0,21Peso MÉXICO 12,335 12,367 0,55Peso Uruguai 18,500 18,700 0,00

Índice Valor Variação %

Ibovespa 52,440,23 0,01IBX 17.532,37 0,27Dow Jones 10.854,65 0,34Nasdaq 2.345,38 0,15Merval 2.825,38 1,57

Poupança 23/08 0,623Poupança p/ 1 Mês 22/08 0,606TR 22/08 0,110

Juros Selic meta ao ano 12,50

Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

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CAPITAL 23 a 29 de Agosto de 201122

Cheque especial: remédio ou veneno?

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Colaboradores: Alberto Marques, Arthur Salomão, Geiza Rocha,Karla Ferreira, Luiz Linhares, Nestor Vidal, Priscilla Ricarte,

Roberto Daiub e Thais H. Linhares

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MOREIRA FRANCO é Ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República

Colunado Moreira

Educação fi nanceira: quem sabe tem

MESMO COM AS altas taxas de juros cobradas pelos bancos e institui-ções não financeiras, o consumidor continua a recorrer ao cheque espe-cial e ao cartão de crédito, uma modalidade de em-préstimo pré-aprovado. Segundo dados do Banco Central (BC), em junho, as concessões de crédito por meio de cheque especial e cartão de crédito represen-taram 60,8% do total para pessoas físicas, que foi R$ 75,203 bilhões.

Em junho, as concessões acumuladas de cheque especial chegaram a R$ 25,526 bilhões, contra R$ 22,781 bilhões registrados em igual mês de 2010. A média diária de concessões em junho deste ano fi cou em R$ 1,216 bilhão, contra R$ 1,085 bilhão de igual período de 2010. Já as concessões acumuladas do cartão de crédito fi caram em R$ 20,176 bilhões, ante R$ 16,983 bilhões de junho do ano passado. A média diária passou de R$ 809 milhões, em junho de 2010, para R$ 961 milhões no mesmo mês deste ano.

O vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Conta-

bilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, reconhece que o cheque especial e o cartão de cré-dito são empréstimos mais fáceis de serem tomados porque estão pré-aprova-dos e disponíveis imedia-tamente para os clientes. Entretanto, o consumidor deve considerar que o custo dessas modalidades é muito elevado. Pelos dados da Anefac, a taxa média de juros do cheque especial fi cou em 10,69% ao mês em julho. No caso do cartão de crédito, os juros chegaram a 8,27%, acima da taxa média de 6,84% e do crédito direto ao consumidor dos bancos. de 2,37% ao mês. Em algumas bandeiras, os ju-ros de refi nanciamento da parte da fatura não paga ultrapassa a cada dos 14% ao mês.

O professor de economia da Universidade de Brasí-lia (UnB) e consultor de fi nanças pessoais Newton Marques observa que, em geral, os consumidores usam cheque especial e cartão de crédito como se fosse uma renda extra e quando já não têm margem para tomar empréstimos com custo mais barato. Para Marques, os consumi-

dores devem fazer planeja-mento de suas contas, pois o uso do cheque especial e dos cartões de crédito, ao invés de remédio para uma situação provisória (a falta de dinheiro) pode se transformar num veneno e comprometera as fi nanças do consumidor por muito tempo, pelo acúmulo de dívidas e juros. O primei-ro passo para fugir dessa verdadeira armadilha das instituições fi nanceiras é analisar detalhadamente cada uma das despesas e reduzir ao máximo os gastos que não são prio-ritários. “É preciso cortar na carne.”, diz o professor Quando o endividamento é alto, o consumidor deve vender bens, como o carro, para pagar as dívidas. “A regra é não pagar juros”, destaca. O ideal é que, além de quitar as dívidas, o consumidor reserve pelo menos 10% da renda para aplicações e emergência.

Em cenário de incertezas no mercado internacio-nal e de menor ritmo de crescimento da economia brasileira, o conselho dos especialistas é evitar novas dívidas porque um menor crescimento econômico pode levar ao desemprego no setor privado e os ser-

vidores públicos a recebe-rem reajustes abaixo do esperado. “É preciso segu-rar as despesas”, completa Marques. “O trabalhador deve ter muita cautela neste momento. É preciso evitar assumir dívidas de longo prazo. Nesta crise [econômica], a cada dia, há uma notícia pior, queda das bolsas. Não sabemos qual será a extensão desta crise no Brasil”, conclui Oliveira.

A mesma recomendação se aplica a quem recorre ao empréstimo consignado, em que o desconto é feito diretamente na folha de pagamento por parte do empregador, especialmente no caso dos aposentados e pensionistas, onde proven-tos e pensões tem como teto a infl ação dos últimos 12 meses e onde não há o espectro da greve para pressionar o Governo a mudar a política econômica em relação a aposentados e pensionistas, como vimos agora no veto da Presidente Dilma Rousseff á emenda, aprovada pelo Congresso, que garantia aumento real {acima da infl ação passa-da} para os pensionistas e aposentados da Previdência Social que recebem acima do salário mínimo.

NA HORA DE COMPRAR um carro, investir em um banco o dinheiro que economizou ou adquirir um imóvel, a prudência na tomada da decisão é a principal cautela que os consumidores de-vem considerar. Assim falam os especialistas em orçamento familiar. Agora, com as notícias sobre crises econômicas estampadas nos jornais todos os dias, a recomendação volta à tona com mais destaque.

O problema é que nem todos conseguem mudar suas atitudes em relação ao dinheiro de uma hora para outra. Presos a conceitos equivocados sobre como lidar com os recursos de que dispõem, muitos acabam vítimas de si mesmos. E dão de cara com o endividamento e o grave risco de ter o nome sujo.

Uma pesquisa nacional encomendada pela Bol-sa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA) concluiu que o nível da educação financeira da população brasileira é muito baixo. Três em cada dez consumidores declararam pagar apenas o valor mínimo da fatura do cartão de crédito quando a situação aperta.

No mês passado, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio, 23,7% das famílias brasileiras tinham dívidas e contas em atraso, enquanto o número daqueles que de-clararam não ter condições de pagar as dívidas alcançava 8,1%.

O recurso primeiro e mais eficaz para enfrentar essa situação é, certamente, a educação finan-ceira. O próprio governo federal lançou uma estratégia nacional de educação financeira, por meio da qual estão sendo desenvolvidos projetos para aperfeiçoar a compreensão dos consumi-dores sobre conceitos e produtos financeiros.

Porém, mais que os governos, são as famílias que ainda têm um papel fundamental de educar os filhos para gerir bem o dinheiro. A pesquisa da Bovespa mostrou alguns aspectos positivos: 69% dos entrevistados fazem planilha para acompanhar os gastos da família e 66% guardam os comprovantes de suas compras. Aquilo que parece um hábito, pode servir de lição diária para crianças e jovens escaparem das armadilhas do endividamento.

Ponto de ObservaçãoPonto de ObservaçãoALBERTO MARQUES

O RIO DE JANEIRO foi o segundo estado a gerar mais empregos no país, em julho, ficando atrás somente de São Paulo, segundo dados do Cadastro Geral de Em-pregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho. No mês passado, 10.968 pes-soas conseguiram emprego com carteira assinada no estado, o que representa um aumento de 0,31% em relação ao mês de junho.

O crescimento aconteceu principalmente devido ao aumento da oferta de va-gas na Construção Civil. Em todo o Brasil, foram 25.632 novos postos de trabalho, sendo 3.589 no Rio de Janeiro. No estado, também foi determinante o aumento na oferta de em-pregos no setor de serviços, onde 3.452 pessoas foram contratadas no último mês. Também foram preenchidas vagas no Comércio, com

mais 1.871 pessoas em-pregadas e na Indústria da Transformação, com mais 1.278 novos empregos.

Nos últimos 12 meses, já foram gerados 214.312 postos de trabalho no es-tado. Segundo o secretário de Estado de Trabalho e Renda, Sérgio Zveiter, os grandes eventos que estão sendo preparados no estado já colaboram para o desen-volvimento econômico. “A construção civil como setor

de destaque na geração de empregos mostra que o Rio já colhe bons frutos da Copa e das Olimpíadas, com os postos de trabalho gerados na reforma do Maracanã e outros empreendimentos. O setor de serviços, mais uma vez, é destaque, com ênfase na hotelaria e gastronomia. Isso mostra que o Rio reto-mou seu lugar de principal destino turístico do Brasil e é resultado da sensação de segurança com as UPPs”.

Rio de Janeiro é o segundoestado que mais gerou emprego

POR UMA FALHA NA legislação, é possível a uma pessoa, proprietária ou sócia de uma empresa que tenha sido denunciada por corrup-ção, e até fi gure no Cadastro de Empresas Inidôneas ou Suspensas (Ceis), elabo-rado pela Controladoria-Geral da União (CGU), criar outra empresa, com outro número no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídi-ca (CNPJ), reapresentar-se em licitação e conseguir novo contrato com o Poder Público. “É uma brecha legal. Administrativamente, o Estado pode até proibir empresas de participarem de convênios e licitações. Porém, não os titulares [das

empresas]”, diz Cláudio Abramo, da organização não governamental (ONG) Transparência Brasil.

- Essa brecha decorre do fato de nós não termos ainda a responsabilização da pessoa jurídica. Uma empresa pode ser punida com base na Lei de Licitações, vai ser consi-derada inidônea, mas o sócio da empresa abre outro CNPJ e pode voltar a contratar com a administração públi-ca - confi rma a diretora de Prevenção da Corrupção da CGU, Vânia Lúcia Ribeiro Vieira. Para fechar a brecha, a CGU, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Justiça propuseram, em outubro de 2009, um projeto

de lei regulamentando a res-ponsabilidade administrativa e civil de pessoas jurídicas. O Executivo encaminhou a proposta ao Congresso Nacional em fevereiro de 2010. Em maio deste ano, a presidência da Câmara dos Deputados determinou a criação de uma comissão es-pecial para analisar o projeto de lei, que ganhou o número 6.826/2010. Nem os líderes da base aliada, nem os da oposição indicaram seus representantes na comissão.

Em julho, a Frente Parla-mentar Mista de Combate à Corrupção informou que havia 27 proposições (en-tre projetos de lei e emen-das constitucionais) pron-

tas para entrar na pauta do plenário (14 proposições principais e 13 apensadas). Para Gil Castelo Branco, do site Contas Abertas, o problema da corrupção no Brasil não está na legislação mas na impu-nidade. “Se o problema fosse de lei, era fácil: era só importar a legislação da Dinamarca, conside-rada uma das melhores do mundo.”

A CGU e a Transparên-cia Brasil criaram uma ferramenta para identifi car riscos de corrupção. A metodologia está dispo-nível no link http://www.transparencia.org.br/docs/maparisco.pdf.

Brecha na lei permite a fraudadores criar novas empresas

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33CAPITAL23 a 29 de Agosto de 2011

Direito EmpresarialDireito EmpresarialARTHUR SALOMÃO*

Cresce número de recuperações judiciais de empresas no país

(*)ARTHUR SALOMÃO É ESPECIALISTA EM DIREITO EMPRESARIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

Conversa com a PresidentaEncaminhe perguntas para a Presidenta: [email protected] [email protected]

SANDRINE REBOUÇAS DA SILVA, 28 anos, enge-nheira de Aracaju (SE) - É triste ver as estatísticas no trânsito brasileiro. Vejo que muitos morrem por estarem sem cinto de segurança. O governo não pode fazer uma campanha educativa?Presidenta Dilma – Sandrine, o governo tem feito campanhas frequentes para informar e conscientizar a população. Foi o caso da que realizamos na Semana Nacional de Trânsito de 2010, abordando especifi ca-mente o uso de cinto de segurança e de cadeirinha. No feriado de Corpus Christi deste ano, fi zemos uma campanha que resultou na redução de 35% de mortes em relação ao feriado do ano passado, mesmo com a frota de veículos tendo crescido 9,3% no período. É claro que os índices de acidentes ainda não são acei-táveis, mas nós estamos revertendo esse quadro. Nas férias de julho, lançamos a campanha Pare, Pense, Mude, veiculada em tevês, rádios, revistas, no mobi-liário urbano, em painéis, taxidoor, internet e mídias alternativas, entre outros meios. Estamos trabalhando em parceria com sindicatos de motoristas, de motoci-clistas, auto-escolas, montadoras de automóveis e de motocicletas, seguradoras, numa verdadeira cruzada contra os acidentes e mortes no trânsito. Estas iniciativas são parte do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes de Trânsito (Parada), que vai permitir o cumprimento da meta fi rmada com a Organização Mundial da Saúde: reduzir em até 50% o número de mortes causadas pelos acidentes de trânsito nos próximos 10 anos.

RICARDO HELENO JUSTUS, 58 anos, aposentado de Petrolina (PE) - Com o programa Água para To-dos, a água efetivamente virá para o nosso sertão?Presidenta Dilma – Posso assegurar a você que sim. Para nós, o acesso à água é um direito sagrado de todos os cidadãos. O programa Água para Todos, que lança-mos no mês passado, vai garantir esse direito às famílias em situação de extrema pobreza que vivem no semiárido nordestino. E o programa já está sendo implementado. Para este ano, planejamos a construção de 367 mil cis-ternas, sendo que 140 mil já estão contratadas. Nossa meta é completar a construção de 750 mil cisternas e seis mil sistemas simplifi cados de abastecimento para o consumo humano até 2014, garantindo acesso a água limpa à população do semiárido. Para a produção agrí-cola e pecuária, vamos implantar 150 mil cisternas de produção, 20 mil pequenos sistemas de irrigação e 3 mil barragens de água pluvial. Eu acho, Ricardo, que o Água para Todos vai repetir o sucesso do Luz para Todos, que está promovendo uma verdadeira revolução no campo, ao trazer 2,8 milhões de famílias das trevas do século 19 para a modernidade do século 21. Mas a garantia de acesso a água virá também de outros investimentos que estamos fazendo no Nordeste, como a integração da Bacia do São Francisco, construção de adutoras, açudes, canais de irrigação e sistemas urbanos de abastecimento de água. Este conjunto de intervenções garantirá a tão sonhada segurança hídrica no Nordeste.

LUCIENE CAVALCANTE, 49 Anos, educadora de Belém (PA) - Por que o governo federal não está mais interessado na educação de jovens e adultos? Presidenta Dilma – O governo federal está, sim, com-prometido com a educação de jovens e adultos, porque garantir acesso à educação é indispensável ao exercício pleno da cidadania. Nos últimos anos, foram ampliados consideravelmente os investimentos nessa área. Desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos, é de-senvolvido em todo o território nacional. A prioridade é para 1.928 municípios que apresentam as mais altas taxas de analfabetismo. As prefeituras recebem apoio técnico para a implementação do programa. O Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino para os níveis fundamental e médio, sobretudo da rede pública, para os que não concluíram os cursos da edu-cação básica na idade apropriada. O EJA foi incluído no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação (Fundeb), o que viabiliza a melhoria da qualidade do ensino pelos estados e municípios. Instituímos também o Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLDEJA), que distribui livros didáticos para as turmas de alfabetização do PBA e da modalidade EJA. E agora o Ministério da Educação está elaborando um novo programa de educação no campo, que terá um olhar especial para a educação de jovens e adultos e para o problema do analfabetismo, que é mais intenso no meio rural. Com esta nova ação, vamos acelerar o enfrentamento do desafi o de garantir acesso à educação para jovens e adultos brasileiros.

EM LEVANTAMENTO realizado pela Serasa Experian, constatou-se que o número de falências decretadas no Brasil vem diminuindo, enquanto o de recuperações judiciais cresce - apesar do volu-me de quebras ainda ser maior. Em 2006, primeiro ano cheio de vigência da lei, foram decretadas 1.977 falências em todo o país. Em 2010, 732. O número de recuperações deferidas, na mesma base de comparação, passou de 155 para 361.

Em 2009, ano da crise internacional, o número de recuperações bateu recorde no país: 492 pe-didos deferidos. Para o economista da Serasa,

Carlos Henrique de Al-meida, isso mostra que a legislação está cum-prindo seu objetivo de garantir a continuidade dos negócios e preservar empregos. “Mas com a perspectiva de uma nova crise, ainda que o cenário atual seja composto de consumidores mais endi-vidados do que em 2009, espera-se que esse pico não se repita”, afi rma.

O sudeste concentra o maior número de pe-didos, não só por ter um grande número de empresas, mas por con-tar com uma estrutura judicial adequada. Mas cada vez mais empresas do nordeste vêm usando o instrumento para a

reestruturação dos seus negócios. Em 2010, de acordo com a Serasa, 194 recuperações foram deferidas no sudeste. No nordeste , 17. Em 2006, foram 93 pedidos no sudeste e 11 no nor-deste. De acordo com a Serasa, pelo menos 11 empresas do sudeste já encerraram os processos de recuperação judicial e continuaram a tocar seus negócios. No nordeste, ainda não há registro de recuperação concluída. Um dos motivos seria a falta de varas especiali-zadas na região. Só há duas, em Fortaleza.

Segundo especialistas, o fato de não haver vara especializada interfere no

andamento da recuperação. Quando o magistrado não tem um conhecimento es-pecífi co sobre o tema, que geralmente envolve ope-rações complexas, demora mais tempo para decidir a questão e nem sempre de-cide da melhor forma.

Na capital paulista, há duas varas especializadas em recuperação e falên-cias. Além disso, o Estado de São Paulo é o único com uma câmara especia-lizada com desembargado-res que julgam os recursos contra decisões das varas do Estado e uniformizam o entendimento do Judi-ciário. Assim, a jurispru-dência paulista tornou-se paradigma para os demais juízos de todo o Brasil.

A COMPANHIA Siderúr-gica do Atlântico (CSA) assinou acordo com a Se-cretaria Estadual do Am-biente do Estado do Rio de Janeiro e com associações de pescadores da Baía de Sepetiba para fi nanciamen-to de vários projetos na área pesqueira. A compensação financeira aos pescado-res foi acertada durante o processo de licenciamento ambiental da usina, que fi ca na zona oeste da cidade do Rio. A CSA terá que gastar R$ 4,6 milhões em projetos como transporte de peixes, benefi ciamento do pescado e educação para os fi lhos dos pescadores da região.

A companhia siderúrgica tem sido alvo de polêmicas

desde antes de sua instala-ção. Os pescadores dizem, por exemplo, que a instala-ção da usina, no bairro de Santa Cruz, está prejudi-cando a atividade pesqueira na região. No ano passado, logo depois de sua inaugu-ração, a CSA liberou grande quantidade de fuligem na atmosfera, o que levou o Ministério Público a abrir inquérito contra a empresa, por crime ambiental. A em-presa também foi multada pela Secretaria Estadual do Ambiente.

A CSA é uma joint ventu-re que tem 90% das ações sob controle da siderúrgi-ca alemã ThyssenKrupp Steel e 10% nas mãos da Companhia Vale do Rio

Doce. O primeiro processo contra a CSA foi movido em março de 2006 pela as-sociação de pescadores da ilha da Madeira, que pedia o cancelamento da licença ambiental dada à empresa e questionava a tecnologia de dragagem usada por ela. A siderúrgica obteve uma licença preliminar da agência ambiental fl umi-nense em2007 para iniciar as obras de uma siderúr-gica com capacidade para produzir 5 milhões de to-neladas de aço por ano em Santa Cruz (zona oeste do Rio) a partir de 2009.

No fi nal de 2006, a CSA iniciou uma polêmica ope-ração de dragagem na baía de Sepetiba, para permitir

a instalação de um termi-nal de exportação de aço. A dragagem agitou resíduos de zinco e cádmio que estavam no fundo da baía desde um acidente indus-trial há cerca de dez anos. Segundo a Associação de Aqüicultores e Pescadores de Pedra de Guaratiba, as obras da siderúrgica agri-dem um criadouro natural, dentro de uma reserva, ao devastar quatro mil metros quadrados de manguezal e causar degradação no mar, revolvendo todo o lodo contaminado pela empresa mineradora Ingá Mercantil, já desativada, que deixou uma grande área poluída com metais pesados.

Siderúrgica CSA assina acordopara compensar pescadores

TRANSPARÊNCIA e agi-lidade. Estes são os moti-vos para as prefeituras do Estado do Rio de Janeiro aderirem ao sistema Regin (Registro Fácil). Desde julho, o sistema tornou-se obrigatório no processo de abertura de novas em-presas, através da internet. Atualmente, 27 municípios já estão com o sistema em funcionamento .A Junta Co-mercial do Estado (Jucerja) vem implantando o sistema Regin progressivamente no estado. A expectativa é de que o cidadão possa abrir seu negócio em poucos dias, se toda a documentação es-tiver correta. Como diversos órgãos estarão interligados, prefeituras, Secretaria Esta-dual de Fazenda, Secretaria da Receita Federal, além de outros envolvidos no regis-tro empresarial, o processo

de abertura de empresas está bem mais ágil.

Na Baixada Fluminense os municípios em funciona-mento são Magé, Nilópolis e São João de Meriti. Para as prefeituras, a integração ao novo sistema traz vanta-gens como: o recebimento da possível instalação antes da constituição da empre-sa; o gerenciamento das atividades econômicas no município; a possibilidade de agregar serviços como taxas, alvará, legislação, etc.; a atualização constante do cadastro mobiliário; e a credibilidade da base ca-dastral, através dos órgãos (Junta Comercial, Receita Federal, Secretaria de Fa-zenda e Registro Civil de Pessoa Jurídica).

O empresário se benefi cia também da desburocratiza-ção do processo de conces-

são da inscrição municipal, com a redução de prazo, documento e exigência; da integração dos órgãos municipais via sistema, como Fazenda, Vigilância Sanitária, Meio Ambiente, Educação, Obras, etc; e da fi scalização dirigida. “Cada prefeitura saberá a situação das empresas instaladas na cidade e, com isso, poderá buscar a legalização delas. A principal vantagem para o executivo municipal é o aumento do controle das atividades desenvolvidas em suas cidades, o que pode até aumentar a arrecada-ção de taxas e impostos”, assegura o presidente da Junta, Carlos de La Rocque. Acrescenta também que a Junta Comercial analisará os processos ainda que a prefeitura não esteja cadas-trada.

Cresce no Estado o número de cidades que aderem ao Registro Fácil (Regin)AS EXPORTAÇÕES su-

peraram as importações e o Brasil registrou superávit comercial de US$ 877 mi-lhões na terceira semana de agosto, informou o Minis-tério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-rior. Na semana passada, as exportações chegaram a US$ 5,829 bilhões, com média por dia útil de US$ 1,165 bilhão, enquanto as importações ficaram em US$ 4,952 bilhões, com média diária de US$ 990,4 milhões. Em agosto até a terceira semana, o superávit comercial fi cou em US$ 2,297 bilhões, com exportações de US$ 17,043 bilhões (média por dia útil de US$ 1,136 bilhão) e importações de US$ 14,746 bilhões (mé-dia por dia útil de US$ 983,1 milhões). De janeiro até a terceira semana de agosto, o superávit comer-cial está em US$ 18,383 bilhões, contra US$ 11,460 bilhões registrados em igual período de 2012.

Superávit comercial chega a US$ 877

milhões

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CAPITAL 23 a 29 de Agosto de 201144

Fórum Permanente de DesenvolvimentoEstratégico do EstadoJornalista Roberto MarinhoGEIZA ROCHA é jornalista e secretária-geraldo Fórum Permanente de DesenvolvimentoEstratégico do Estado do Rio de Janeiro ornalista Roberto Marinho. www querodiscutiromeuestado.rj.gov.br

O quinto poder

NA BAIXADA Fluminen-se, para enterrar um ente querido é preciso ter muita sorte. O problema parece ser insolúvel. A superlo-tação, má gestão e a falta de investimentos por parte do poder público parecem ser os principais fatores. Os moradores desses mu-nicípios não tem a opção de buscar o serviço em outros municípios, pois o problema é crônico e não é isolado, já se tornou comum nas principais cidades da região e na periferia. A po-pulação não sabe ao certo se as prefeituras não dispõem de meios ou não tem inte-resse algum em melhorar a situação.

O problema não se resume à falta de sepulturas, mas também de gavetas, a maio-ria improvisada no entorno da área por ele ocupada, construídas praticamente sem critérios. O abandono é um grande problema, obrigando familiares a fa-zerem mutirão para a lim-peza dos túmulos, tomados por capim e lixo. Algumas delas, por serem muito ra-sas, expõem os caixões e ossadas, sem falar nos inúmeros casos em que não se consegue nem identifi car o local correto onde estava sepultado o ente, pois a má administração impera em todos os setores da admi-nistração desses cemitérios.

PROBLEMAS CRÔNICOSNa Baixada Fluminense,

isso acontece nas principais cidades, como Belford Roxo, Magé, Nilópolis, São João de Meriti. São sepulturas des-truídas, áreas completamente abandonadas, as ruas que cor-tam as quadras dos campos

santos estão em muitos casos intransitáveis. Na hora de se-pultar seus parentes as pessoas são obrigadas a fazer verda-deiras manobras desviando de lixo, mato, buracos e es-combros, sem falar nos restos mortais que ficam expostos quando chove, e o mau cheiro é permanente. E o pior: com as chuvas mais fortes, as enxur-radas acabam levando restos mortais para as residências localizadas próximas.

Outro problema grave é a falta de fi scalização do po-der público, o que permite construções desordenadas, muitas encostadas aos cam-pos santos. Em Belford Roxo, por exemplo, tem que esperar vaga para morrer. O cemitério local é superlota-do e não tem espaço para abrigar novos mortos, só havendo vagas quando há exumações. Quando consul-tada, a prefeitura diz ter uma solução paliativa: construir 970 gavetas no entorno do terreno. Em Queimados, a situação também é crítica.

Como a prefeitura não con-segue aumentar a oferta, a prioridade é para moradores da cidade. Nilópolis é outra cidade onde a situação é dramática. Além da falta de vagas, o abandono do ce-mitério no bairro de Olinda é notório. Ali pode se ver túmulos descobertos e até restos mortais expostos a céu aberto. Em São João de Meriti, o problema maior é o abandono do Cemitério São Lázaro. O local é toma-do pelo mato que serve de esconderijo para marginais e há acumulo de detritos, além de cruzes espalhadas aleatoriamente. Quando chove forte, a água costuma desenterrar ossos, segundo os moradores vizinhos.

A falta de ampliação dos campos-santos também pa-rece ser um desafi o insupe-rável em Duque de Caxias. Atualmente, são cinco ce-mitérios administrados pela Prefeitura. Além da falta de vagas, há casos até de sumiço de restos mortais,

como aconteceu com Val-meri Moreira, sepultado no Tanque do Anil em 2006 e de onde foi retirado miste-riosamente para a colocação do corpo de uma mulher, o estado de abandono do cemitério, Nossa Senhora das Graças (Corte Oito), é motivo de queixas freqüen-tes dos usuários. A falta de vagas no município é um problema que se agravou ao longo dos anos, quando os serviços funerários e a ad-ministração dos cemitérios eram uma exclusividade da Funerária Duque de Ca-xias, cassada pela justiça. Com o fi m do monopólio, a administração dos ce-mitérios voltou às mãos da Prefeitura. A partir daí, novas funerárias se insta-laram no município, o que fez a qualidade dos servi-ços dar um grande salto e é hoje reconhecida pela população. Porém, a falta de vagas e a conservação dos cemitérios parecem agravar a cada dia.

Falta de vagas e abandono são cartões de visita dos cemitérios

ASSIM COMO NA Baixa-da, os problemas atingem também Niterói. Mato alto, ruas destruídas, lixo espa-lhado, falta de funcioná-rios, remetendo a cenas de um terremoto, tamanha a destruição e quantidade de escombros. Segundo mo-radores, falta segurança e a família tem que ajudar os coveiros pois não há equi-pe. Para contratar serviços funerário, o interessado é obrigado a procurar uma fl oricultura, onde elas fazem seus escritórios. Os carros funerários, por sua vez, estão caindo aos pedaços.

Apesar de tantos pro-blemas, a solução, ao que parece, poderá vir de lá. A cidade pode ganhar um novo forno crematório. A proposta faz parte de um relatório elaborado pela Comissão de Saúde da Câ-mara dos Vereadores após uma série de vistorias nos cemitérios municipais de Maruí (foto), no Barreto; São Francisco Xavier, em

Charitas; e São Lázaro, em Itaipu. “A capacidade dos três cemitérios está praticamente esgotada. Não existem espaços disponíveis para ampliações. Por isso, estamos sugerindo a criação do crematório”, esclarece o presidente da Comissão, vereador João Gustavo.

- Hoje temos um crema-tório particular na cidade. O serviço custa entre R$

1.800 e R$ 2 mil. Estimo que este valor caia com a construção de outro crema-tório. Além de resolver a questão do espaço, no que se refere à saúde pública, a cremação é mais apropria-da - completa o parlamen-tar. O Secretário de Saúde, Euclides Bueno, acha boa a idéia. “O município tem o maior interesse de solu-cionar as questões com a

maior brevidade possível. A ajuda da comissão de vereadores tem sido muito importante”, assinalou. A Fundação Municipal de Saúde informou que está em andamento o processo de licitação para obras de manutenção e ampliação no cemitério do Maruí. O projeto prevê a cria-ção de 300 gavetas e 2.300 nichos.

ARQUIVO

A solução dos problemas pode estar próximaBANCO DE IMAGENS

SE O GOVERNO É FORMADO pelos três poderes e a imprensa é o quarto, as redes sociais estão se tor-nando o quinto poder. Os números mundiais provam: só o Facebbok possui 695 milhões de membros (quase 10% da população mundial) e, junto com o Twitter e o Linkedin recebem 2,5 bilhões de visitas por mês. As empresas já reconheceram isso e estão buscando se relacionar com seus consumidores. E a classe política também.

Após o sucesso da campanha de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos, as campa-nhas políticas em todo o mundo passaram a incor-porar o item “redes sociais” no Orçamento. Mas estar nelas e retirar disso um resultado satisfatório não é tarefa fácil. Os desafi os para “ingressar” nesse mundo são enormes. É preciso freqüentá-las, ser um “deles”, conhecer sua linguagem e ser natural. Espontaneidade é fundamental num veículo onde se fala o tempo todo em poucas palavras. No Twitter, onde é fácil se tornar celebridade a partir do que se escreve em 140 caracteres, ser um infl uenciador demanda permanência e estar atualizado e gerar uma rede de seguidores que repliquem o que está sendo dito.

O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afi rmou em entrevista recente que o governo quer saber o que os cidadãos co-muns não engajados às tradicionais entidades de classe pensam e falam dele. Segundo ele, ao lado da militância tradicional há um grupo muito ativo que se faz presente nessas redes e é preciso ouvi-lo. O Planalto está começando a monitorar os assuntos mais comentados e criará perfi s para representar cada uma das ações do governo.

É preciso, no entanto, saber que este é um caminho sem volta. Ao abrir mais este canal com a popula-ção, o governo federal deve estar preparada para as críticas e para a ação. Se não for para “brincar”, melhor nem descer para o play.

UMA FÁBRICA DE combustível adulterado - com cerca de 10 mil litros de gasolina “batizada” estocados em galões, para comercialização imediata – foi fechada quinta-feira (1) pela Secretaria Esta-dual do Ambiente, com o apoio de fi scais do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e de policiais do Batalhão Florestal da PM e da Delegacia de Pro-teção ao Meio Ambiente (DPMA). A fábrica, loca-lizada na Av. Mascarenhas de Morais s/nº, no bairro Figueira, em Duque de Caxias, recebia cami-nhões que eram, em geral, abastecidos na Refi naria Duque de Caxias (Reduc) com combustível de boa qualidade. No terreno, ha-via grande quantidade de gasolina infi ltrada no solo, contaminando o lençol freático. Na fábrica clan-destina, o combustível era misturado com solventes e amônia para, em segui-da, ser vendido em postos de combustíveis.

No local, foi detido um menor de 16 anos, testa de ferro do dono do estabele-cimento, conhecido como “Seu Orlando”. O menor disse que recebia R$ 10

mil por mês para adminis-trar a fábrica. Nos fundos do terreno, havia outro terreno com tanques para armazenamento de 70 mil litros de água furtados da rede da Cedae. Segundo apuração policial, “Seu Orlando” é dono também de caminhões pipas.

- Isso aqui não é apenas um crime ambiental, mas um crime por furto de água e um crime contra o consumidor - afi rmou o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, que esteve no local. A ope-ração foi promovida pela Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), ór-gão da Secretaria do Am-biente. Cerca de 30 lacres falsos foram apreendidos no local. Dois fi scais da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) foram ao local para recolher amostras do combustível adulterado, para posterior análise. A DPMA abriu inquérito criminal e está à procura do responsável pela fábrica, que deverá ser processado por crimes como poluição ambiental, falta de licença ambiental e furto de água.

Fechada fábrica que adulterava combustível

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55CAPITAL23 a 29 de Agosto de 2011

PRISCILLA RICARTE, jornalista,é correspondente do Capitalem Brasília

Bastidoresde Brasília

Projeto que cria o Dia do OrgulhoHeterossexual será debatido esta semanaA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO e Justiça e Cidadania (CCJC) analisa nesta terça (23), às 14h30, um requerimento do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) que solicita a realização de audiência pública para discussão de seu projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Heterossexual. O projeto, que foi devolvido pela CCJC ao au-tor, tem causado polêmica e discussões entre os parlamentares. Cunha já apresentou um recurso contra a comissão e pretende, com o requeri-mento, que sua proposta seja submetida ao trâ-mite regular da Câmara, ou seja, que passe por todas as comissões permanentes e pelo Plenário.

- O projeto de lei em questão trata sobre tema de grande interesse e relevância fundamental para a nossa sociedade - defende o deputado. Segundo Eduardo Cunha, ao se discutir o pre-conceito homossexual, cria-se outro tipo de discriminação - contra os heterossexuais. “O objetivo aqui é a livre manifestação das famí-lias, daqueles que respeitam as opções sexuais de quem quer que seja, mas querem deixar clara a sua opção e não irão se envergonhar dela. Da-qui a pouco os heterossexuais se transformarão pela propaganda midiática em reacionários e nós queremos ter a nossa opção pela família sendo alardeada com orgulho”, argumenta o peemedebista.

Caso a proposição seja aprovada, o “Dia do Orgulho Heterossexual” será comemorado no terceiro domingo de dezembro.

A PRESIDENTA DILMA Rousseff disse que a me-lhor forma de o Brasil se proteger dos impactos da crise econômica mundial é combater a miséria. Segun-do ela, adotando medidas de combate à pobreza o país se fortalece internamente e prepara-se para o enfren-tamento de turbulências internacionais. “O Brasil já mostrou que a melhor forma de combater e de se proteger da crise é combatendo a crise mais crônica e perma-nente da história humana, que é a pobreza”, disse a presidenta. “É criar um mercado interno forte para enfrentar as turbulências monetárias e fi nanceiras que podem nos atingir”.

Dilma anunciou dia 18, em São Paulo, as ações do Plano Brasil sem Miséria

para o Sudeste, em ceri-mônia que teve a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e dos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, de Minas Gerais, Antonio Anastasia, do Rio de Janeiro, Sérgio

Cabral, e do Espírito Santo, Renato Casagrande. Em discurso, Dilma ressaltou a importância do programa para o desenvolvimento econômico do país e des-tacou a existência de uma série de programas parale-

los que também são impor-tantes para economia. Um deles é o Brasil Maior, que busca fortalecer a indústria nacional e será decisivo para a criação de empregos de qualidade, disse a presi-denta.

Dilma: Combate à pobreza é forma deproteger país dos impactos da crise

- NÃO QUEREMOS sa-lários de países pobres, só tendo economia de serviços. Precisamos da nossa indús-tria e vamos incentivá-la e favorecê-la - acrescentou. “O país precisa ter a cora-gem de combater o que é preciso. Miséria ainda é o nosso principal problema e o nosso principal desafi o”. O Plano Brasil sem Miséria,

no Sudeste, prevê, entre outras coisas, a expansão da rede de ensino técnico, além da instalação de unidades básicas de saúde e centros de assistência social. Prevê também medidas de incen-tivo à agricultura familiar na região.

A ministra do Desenvol-vimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, assi-

nou acordo com representan-tes da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) dos quatro estados do Sudes-te para a compra de produtos de agricultores familiares. “O Brasil sem Miséria é compro-misso do governo, mas é tam-bém da sociedade”, afi rmou a ministra, em discurso. “Os empresários estão atendendo ao nosso chamamento” Te-

reza também assinou acordo com a Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) para que auxiliem no cadastro de fa-mílias no Brasil sem Miséria. “Das 800 mil famílias que ainda devem ser incluídas no Bolsa Família, metade está no Sudeste”, explicou. “Va-mos juntar forças e integrar todas essas famílias.”

“Miséria ainda é o nosso principal problema”

PR/ROBERTO STUCKERT FILHO

CapitalColaboreDenuncieAnuncie:

2671-6611

A DÍVIDA PÚBLICA Fe-deral (DPF) caiu em termos nominais para R$ 1,734 trilhão em julho, informou segunda-feira (22) o Tesouro Nacional. Na comparação com junho, quando a dívida chegou a R$ 1,805 trilhão, houve redução de 3,93%. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que representa o montante em títulos, foi re-duzida em 4,03%, ao passar

de R$ 1,729 trilhão para R$ 1,659 trilhão no período. Os motivos da redução foram o reconhecimento de juros da dívida no valor de R$ 14,13 bilhões e o resgate líquido de títulos no montante de R$ 83,78 bilhões.

O reconhecimento de juros ocorre porque a cor-reção que o Tesouro se compromete a pagar aos credores é incorporada gra-

dualmente ao valor devido. Assim, um investidor que compra um título com uma determinada correção passa a ter direito a valores adi-cionais mês a mês no total do montante a ser resgatado em data futura. Em relação à Dívida Pública Federal externa (DPFe), em julho, o estoque total também caiu na comparação com o mês anterior.

Dívida Pública Federal tem queda de quase 4%OS CIGARROS poderão fi car até 20% mais caros a partir de dezembro, caso os fabricantes repassem todo o aumento do Impos-to sobre Produtos Indus-trializados (IPI) para os consumidores. Até 2015, o reajuste acumulado deve ser de 55%. A estimativa foi divulgada segunda-feira (22) pela Receita Federal, que explicou o decreto publicado no Di-ário Ofi cial da União que regulamenta as alíquotas do novo modelo de tribu-tação de cigarros. Além do reajuste de 20% no fi m do ano, os cigarros devem su-bir 12% em 2013, 13% em 2014 e 10% em 2015. O novo sistema de cobrança do IPI sobre cigarros havia sido instituído por medida provisória publicada no último dia 3. A regula-

mentação das alíquotas, no entanto, ainda dependia do decreto publicado hoje.

No sistema atual de tri-butação, o IPI varia de R$ R$ 0,764 a R$ 1,30 por maço, dependendo do tipo de embalagem e do tamanho do cigarro. No novo modelo, que entrará em vigor em dezembro, haverá dois regimes, um geral, que valerá para to-dos os fabricantes, e um opcional. No regime geral, a alíquota será 45% sobre o preço de venda no vare-jo. No regime opcional, o

IPI será cobrado de duas formas: uma alíquota per-centual mais um valor fi xo por maço ou caixa.

Com as novas alíquotas, a Receita espera praticamente dobrar a arrecadação do IPI sobre cigarros. A previsão é passar dos atuais R$ 3,7 bilhões anuais para R$ 7,7 bilhões anuais a partir de 2015. A carga tributária sobre o produto, atual-mente entre 58% e 60% em média, passará para 81% no regime geral e fi -cará entre 68% e 70%, em média, no regime especial.

Decreto aumenta IPI para cigarrosBANCO DE IMAGENS

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CAPITAL 23 a 29 de Agosto de 201166

Atualidade

Prêmio Baixada 2011 seráentregue em Itaguaí dia 26

A SOLENIDADE de entrega do Prêmio Bai-xada Fluminense 2011, homenagem concedida pelo Fórum Cultural da Baixada Fluminen-se, que acontece desde 2002, será realizada na próxima sexta-feira (26), às 19h, no Teatro Municipal de Itaguaí. Este ano, com a deno-minação “Itaguai: de porto e portas abertas para o futuro”, foram propostas 14 categorias a concorrerem ao Prê-mio: artesanato, artes cênicas, ar tes popu-lares, artes plásticas,

cidadania, ciência, co-municação, educação, historia, imagens, lite-ratura, meio-ambiente, música e produção cul-tural. A primeira sole-nidade foi em Duque de Caxias, em 2002, seguindo em 2003 para São João de Meriti, 2004 em Nilopólis, 2005 em Queimados, 2006 em Nova Iguaçu, 2007 em Belford Roxo, 2008 em Magé, 2009 em Sero-pédica e 2010 em Para-cambi. OS AGRACIADOS - Jornalistas Valcir Al-me ida (homenagem

póstuma, Nova Iguaçu) e Mauro Vasconcelos (prêmio especial, Duque de Caxias); André Luis Silva de Oliveira (Pro-dução Cultural, Duque de Caxias), André Re-dine (Ciência, Itaguaí), Antonio Carlos Amaral Nazareth - Cacau Ama-ral (Imagem, Duque de Caxias), Antonio Lacerda de Meneses (História, Nova Iguaçu), Centro de Itegração Social la Nzambi, Artes Populares, Nova Iguaçu), Charles Lopes da Silva (Meio Ambiente, Nova Iguaçu), Circo Baixada (Cidada-

nia, Queimados), Grupo Sócio Cultural Código (Artes Cênicas, Japeri), Instituto de Arqueologia Brasileira (Educação, Belford Roxo), João Cor-reia Prado (Literatura, Mesquita), Maria Celeste Concieção da Silva, Artes Plásticas, Nova Iguaçu), Maria Inês Baggio Vian-na (artesanato, Magé), Mauro da Motta Lemos (Música, Guapimirim) e Portal Baixada Fácil (Comunicação, Duque de Caxias). Também será entregue Menção Hon-rosa a várias entidades e personalidades.

AUDENIR DAMIÃO

O CENTRO DE Pes-quisas Teatrais- CPT divulgou a relação das companhias seleciona-das para a oitava edição do Festival Nacional de Teatro de Duque de Caixas. O Festival, or-ganizado em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo, vai acontecer entre 9 e 24 de setembro no Teatro Municipal Raul Cor-tez. São duas categorias - adulto e infantil - e haverá premiação em dinheiro no valor de R$ 5.000,00, R$ 2.500,00 e R$ 1.500,00 respecti-vamente para os primei-ro, segundo e terceiro lugares em ambas as categorias. Eles também receberão troféus, assim como acontecerá com o Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator. Ao todo estarão concorren-do 35 espetáculos: 20 (categoria adulto) e 15 (infantil). Durante todos os dias do Festival, a entrada será franca.

OS SELECIONADOSCategoria Adulto: A

Comédia do Abando-no - Centro de Expe-rimentação Teatro de Raízes-RJ; A Mais Forte Estruturada - Cia de Te-atro da Estrutura-RJ; A Noite que ele não veio - Nós da Baixada-RJ; Álbum de Família - Cia Guerreiro-RJ; Apareceu a Margarida - Grupo Teatral Grupo de Risco-MS; Cômodos - Cia Pigmentos-RJ; Emba-ralhadas - Cia Teatral Cararteiro-RJ; Encanta Gonzaguinha - Grupo Kinesis-RJ; Guerra de Canudos - Cochicho na Coxia-RJ; Histórias de

um Povo de Lá - Cia Atores do Brasil e Gru-po Gota, Pó e Poeira-RJ/ES; Horácio - Grupo Tarja-RJ; Meu Tom So-litário - Grupo Intrusos-RJ; Muita Mulher para Pouco Musical - As Sa-domusicistas-RJ; O Bur-guês Ridículo - Em Cena SESI-RJ; Ofélia - Grupo Curupira-RJ; S Aberratio - Grupo de Teatro-RJ; Sala, Quarto, Cozinha, Banheiro e outros Lu-gares menos Cômodos - Cia de Teatro Porão-RJ; Sete Cabeças - Grupo Código-RJ; Strangenos - Teatro Labirinto-SP; e Yerma - Cia de Teatro Coletivo-SP.

Categoria Infantil: A Bela e a Fera - Martins Franco Produções –RJ; A Incrível Viagem da Fa-mília Aço - Cia Entreato-RJ; A Princesa e a Ervi-lha - Coof Cia Teatral-RJ; Andersen Lobato e o Ônibus de Cera - Grupo Teatral Ensinoemcena-RJ; As Aventuras de Pi-nóquio - Cia Teatro Arte Dramática-RJ; Canino, o Dente Fujão - Grupo de Teatro Água na Boca-RJ; João e Maria - De quatro no ato-RJ; Jubaia – O Recanto das Cores - Grupo Teatral Louca-tores-RJ; Natureza: Uma Viagem para Salvar o Planeta - Grupo Teatral Aslucianas-RJ; O Que Podemos Contar - Trupe do experimento-RJ; Pi-cadeiro da Alegria - Cia de Atores Os Notáveis-RJ; Tarzan - Cia Teatral Terceiro Toque-RJ; Um Pé de Feijão na Mão do João - Grupo Creche na Coxia-RJ; Viveiro de Pássaros - Cia Teatrando-MG; e Yan Ran - Cia Nó de Teatro-SP.

Festival de Teatro anuncia espetáculos classifi cados

A PRIMA DO poeta Carlos Drummond de Andrade, Clores Andrade Lage, vai lançar o livro “Ecos de Outras Eras” na casa Nossa Galeria de Arte (Av. Auto-móvel Clube nº 2.384, 3º piso, Rio Ville Shopping, Vilar dos Teles), no dia 25, a partir das 19h. A data também marcará a abertura da mostra “Clores de todas as eras”, que apresentará pinturas e esculturas da artista. A exposição abrirá

o projeto “Pra Ti Meriti” que anualmente, em agos-to, trará um artista plástico notório para comemorar o aniversário da cidade. Durante a mostra, que se estenderá até 30 de setem-bro, os visitantes terão ain-da a oportunidade de ver as cartas originais que Carlos Drummond de Andrade es-creveu e dedicou a Clores. Para ele, a obra da artista é “linda como concepção e realização”.

Nas pinturas de Clores, o invisível e o visível, fi guração e abstração se entrosam no espaço da tela, questionando o real e o imaginário. Nas es-culturas, ela expressa seu amor pela natureza rea-proveitando materiais no-bres e utilizando resíduos da fl oresta, como raízes e pedras. Suas esculturas resultam da mistura de metal, granito e madeira esculpida pela nature-

za. Já o livro é fruto de quatro anos de pesquisa. Ele aborda o encontro de culturas, da genealogia dos Drummond, Andrade, Andrada, Lage, Lages e tantos outros sobrenomes de sua árvore genealógi-ca. Acompanha o livro um documentário em DVD que relata a viagem de Clores por várias cidades do Brasil e da Europa, em busca de suas raízes e identidade cultural.

Clores Andrade expõe obras e lança livro em Vilar dos Teles

NO ÚLTIMO domingo, dia 21, o Partido Comunista do Brasil promoveu um encontro no Plenário da Câmara de Duque de Caxias, ao qual com-pareceram várias lideranças políticas, entre elas a deputada estadual enfermeira Rejane e o atual presidente da Câmara, Dalmar Lírio de Almeida, o Mazinho, pré-candidato à Prefeitura pelo PDT. Ao saudar os “camaradas”, como são chamados os militantes comunistas, Mazinho citou a

importância do movimento em prol dos anseios do povo da ci-dade. “Devemos caminhar sim, ainda em que lados opostos, mas sempre colocando como prioridade o crescimento da cidade, que há anos está es-tagnado, e as necessidades do povo trabalhador, que luta por melhores condições de vida”.depois de saudar os presentes, entre eles o vice-presidente Carlos de Sá Bezerra e o pré-candidato a prefeito, Antonio Borges.

PCdoB faz encontro na Câmara de Duque de Caxias

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77CAPITAL23 a 29 de Agosto de 2011

O Valor da InformaçãoAnuncie: 21 2671-6611

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O CONSELHO Federal de Medicina (CFM) vai atuali-zar as regras para publicidade de médicos e estabelecimen-tos de saúde no Brasil, por meio de uma nova resolução divulgada sexta-feira (19) pelo Diário Ofi cial da União (DOU). As novas normas abordam também o uso de redes sociais, como Twitter

e Facebook, e deverão ser respeitadas a partir de 180 dias após a publicação do do-cumento (nº 1.974/2011). O texto acrescenta à resolução anterior, publicada em 2003, detalhes sobre a elaboração de anúncios e do relaciona-mento dos médicos com a imprensa e a sociedade. Uma das mudanças é a proibição

de consulta por telefone e internet, uma medida que busca garantir o atendimento pessoal a pacientes. Segundo a resolução, médicos não poderão divulgar endereço e telefone de consultórios, clínicas ou serviços por redes sociais.

Os títulos de pós-gradu-ação deverão ser mencio-

nados pelo profi ssional so-mente se tiverem relação com a área de atuação do profi ssional. Para o CFM, o objetivo é evitar que pacien-tes sejam levados a crer que o médico está habilitado a atu-ar em outra especialidade. O médico poderá citar cursos e outras ações de capacitação, desde que estejam ligadas à

área em que atua. Técnicas exclusivas e uso de apare-lhos não poderão mais ser destacados como vantagens de um médico, assim como títulos como “médico do ano” ou “profissional de destaque”, por terem apenas caráter promocional.

O documento também afirma que sindicatos,

sociedades e institui-ções precisam respeitar as novas regras. Com as novas normas, enti-dades sindicais e socie-dades médicas ficam proibidas de participar de anúncios de empre-sas e produtos como medicamentos, apare-lhos e próteses.

Conselho de Medicina proíbe consulta por telefone ou internet

COM O NÚMERO 55, o pedido de registro para o Partido Social Democráti-co (PSD) foi protocolado segunda-feira (22) no Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE). O secretário-geral da comissão provisória do PSD, Saulo Queiroz, afirmou que o partido conseguiu 539 mil assi-naturas, 47 mil a mais que

o mínimo de 492 mil exi-gido para a obtenção do registro. A nova legenda diz ter certifi cado as as-sinaturas em 22 Estados. “Juridicamente não existe mais problema algum. O atraso no registro ocorreu pela demora da análise das assinaturas nos car-tórios País afora, não foi por causa de ações nos

tribunais”, disse Queiroz. Ao todo, o partido deve ter 44 deputados fede-rais, dois senadores, dois governadores e seis vice-governadores. Segundo o deputado Guilherme Campos (SP), que será o líder da bancada do PSD na Câmara, a sigla quer ter candidaturas próprias nas principais metrópoles.

PSD, com o número 55, pede registro ao TSE

DUQUE DE CAXIAS FOI o primeiro município da Baixada a constituir uma Comissão Executiva Mu-nicipal Provisória, presi-dida pelo deputado Jorge Moreira Theodoro, o Dica. No Estado, segundo ele, foram obtidas cerca de 20 mil assinaturas certifi cadas,

número mais de duas vezes maior do que o necessário. “Nossa bancada na Alerj já conta com 13 deputados, devendo chegar a 15”, acrescentou o parlamentar.

Dica anunciou para o dia 16 de setembro a inau-guração da sede do PSD, na avenida Governador

Leonel Brizola (ex-Presi-dente Kennedy) número 1060, no Edifício River. A Executiva Provisória, além de Dica, conta com a vereadora Gaete (vice presidente), Coronel Van-derlei (secretário geral) e Karen Louise e Vicente de Melo (1º e 2º tesoureiros,

respectivamente). Sobre as eleições de

2012, o deputado disse estar confiante em sua candidatura à prefeitura. “As pessoas me param nas ruas e me pedem para ser candidato. Isso é muito estimulante, pois percebo que há uma necessidade de

mudança”, observou o de-putado. “Os eleitores, pelo que vemos, não querem a volta de quem saiu nem a continuação de quem vol-tou”. Dica acrescentou que a estimativa do PSD para as eleições em Duque de Caxias, em 2012, é lançar cerca de 120 candidatos a

vereador, através de coli-gação com outros 5 ou 6 partidos. A expectativa é eleger uma bancada entre 4 e 6 membros. Até o mo-mento, segundo o deputa-do, o PSD-Caxias já tem entendimentos firmados com o PRTB, o PT do B e o PSDC.

Sede do Partido em Duque de Caxias será inaugurada em setembro

ALBERTO ELLOBO

A ORGANIZAÇÃO DAS Nações Unidas (ONU) fará uma reunião extraordinária até o final desta semana para discutir exclusiva-mente a situação na Líbia. A decisão foi anunciada segunda-feira (22) pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Segundo

ele, participarão das dis-cussões dirigentes da União Africana, da Liga Árabe e de outras organizações re-gionais. “Estamos vivendo um momento de esperança, mas também de riscos”, disse Ban Ki-moon.

O secretário-geral da ONU informou que a reu-

nião será em Nova York e contará também com a participação de líderes da União Europeia e da Con-ferência Islâmica. Ban Ki-moon pediu às forças leais a Kadhafi para baixarem “imediatamente as armas”. “É crucial agora que o confl ito termine sem mais

perdas de vidas humanas”, disse o secretário-geral das Nações Unidas. “É hora de todos os líbios mirarem a unidade nacional, a recon-ciliação e uma transição sem exclusões.”

Ban Ki-moon conside-rou ainda “problemáti-ca” a incapacidade de o

presidente sírio, Bashar Al Assad, respeitar as promessas de encerrar a repressão militar à opo-sição. “O fato de não respeitar sua palavra é problemático”, disse ele.

Desde março, a Síria está em crise por causa de manifestações con-

trárias ao governo Assad. Os protestos têm sido duramente reprimidos pelas forças leiais ao go-verno. A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse hoje que a repres-são já provocou cerca de 2,2 mil mortes.

ONU convoca reunião de emergência para discutir situação na Líbia

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CAPITAL 23 a 29 de Agosto de 201188

ALÉM DE AUMENTAR a vitalidade dos produtos agrícolas, o húmus de mi-nhocas melhora também a qualidade de vida do produtor rural, porque sua utilização demanda menos esforço físico. Foi com Mário Rangel, seu vizinho em São João da Barra, que Chico do Amparo aprendeu o manejo das minhocas californianas, selecionadas para a ver-micompostagem. Agora já está preparado para utilizar o húmus e pretende dividir as minhocas da banhei-ra, formando mais duas minhocomposteiras em caixas d’água que também estão sem uso em sua pro-priedade. O próximo passo é dar matrizes de minhoca ao fi lho Carlos Henrique Rodrigues, 31 anos, tam-bém produtor rural.

- O Chico está cuidando direitinho e vai ter ótimos resultados com o húmus, assim como o vizinho. Ele quer deixar de usar agrotó-xico e diminuir a compra de adubo orgânico (esterco de boi) e está no caminho para isso - revela Luiz Fernandes, supervisor da Emater-Rio em São João da Barra e técnico executor do Rio Rural na microba-cia Canal de Degredo.

Chico trabalha junto com a mulher, Marivalda Rodri-gues, 60 anos, em menos de dois hectares, de for-ma diversifi cada e fazendo rotação de culturas. Eles plantam goiaba, banana, mamão, manga, caju, coco, abóbora, tomate, vagem, jiló, jenipapo, feijão, batata doce e quiabo, entre outras culturas. Além disso, criam aproximadamente 100 ga-linhas.

- Quando eu era criança, meus avós diziam que essas terras aqui não serviam para plantar, só para morar. Eles não tinham as técnicas que hoje temos, não alimentavam a terra. Eu faço isso, e meu desejo é buscar alternativas para me livrar de vez do agro-tóxico - disse o agricultor. Os dois criaram sete fi lhos trabalhando na terra e hoje Marivalda vende na Feira do Agricultor, em São João da Barra, o que produz com o marido. O que não consegue comercializar na feira, ela vende para terceiros, que vão à roça todos os dias bus-car os produtos da colheita. “Já trabalhei muito na Feira da Roça de Campos, na feira do Farol de São Thomé e em São João da Barra, mas agora meus braços doem, já não aguento mais tanto peso”, fi nalizou.

Programa Rio Rural incentiva a utilização de biofertilizantes

DIVULGAÇÃO/FLAVIO PIZELLI

A ARRECADAÇÃO DE impostos e contribuições federais atingiu o valor recorde de R$ 90,247 bi-lhões em julho. Segundo dados divulgados pela Re-ceita Federal quinta-feira (18), o montante repre-senta um crescimento real de 21,31% em relação ao

mesmo mês em 2010. No acumulado de 2011, o total pago pela sociedade em tributos federais chegou a R$ 555,857 bilhões (maior valor já registrado para o período janeiro-julho), com alta de 13,98% sobre 2010.

Mais uma vez, o caixa

do governo foi engorda-do com a ajuda do Refi s da Crise (programa de parcelamento de dívidas tributárias atrasadas). Os pagamentos feitos pelos contribuintes que aderiram a esse programa somaram R$ 2,264 bilhões em julho. O total havia sido de R$

6,757 bilhões em junho. Além disso, a Receita re-cebeu um reforço de R$ 5,8 bilhões na Contribui-ção Social sobre Lucro Líquido (CSLL) devido ao encerramento de uma ação judicial na qual con-tribuintes questionavam a cobrança desse tributo.

Arrecadação federal é recorde mais uma vez