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MERCADO & NEGÓCIOS Frente Parlamentar promove protesto contra a corrupção CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA Ɣ DE 04 A 10 DE OUTUBRO DE 2011 Indústria Bélica sem PIS, Cofins e IPI Flextronics vai fabricar consoles da Microsoft Intervenção para segurar alta do dólar Cabral vai procurar Dilma por royalties Estimativa do PIB Duque de Caxias aguarda verba para a saúde A sucessão na OAB-RJ Horário de verão vai começar no dia 16 Renault-Nissan montará fábrica no Estado A redução ou isenção de tributos para in- dústrias relacionadas à área de Defesa está entre os incentivos previstos em A Zona Franca de Manaus vai come- çar a produzir 17 mil consoles de videogame por semana. O produ- to, para mercado inter- P ara conter a alta do dó- lar, o Banco Central promoveu segunda-feira (3) a mais forte interven- ção no mercado futuro de câmbio desde o agrava- mento da crise financeira internacional. Foram ven- didos US$ 5,3 bilhões em contratos de swap cam- bial, que equivalem à ven- da de dólares no mercado futuro. Em comunicado no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), o BC ofereceu 106.975 contratos. Desse total, 30 mil têm vencimento em 1º de novembro de 2011; 22.375 em 2 de janeiro de 2012; e 43,9 mil em 2 de abril de 2012. O governador afirmou, durante reunião com representantes do Rio na Câmara e Senado, que vai procurar a presidente Dil- ma Roussef para que ela se declare publicamente, di- zendo que vetará projetos que alterem a distribuição dos royalties das áreas já licitadas, tanto do pré-sal como do pós-sal. ŹPÁGINA 2 D epois de oito semanas seguidas em queda, a estimativa para o cresci- mento da economia esta ano foi mantida em 3,51%. A projeção faz parte do boletim Focus, elaborado com base em pesquisa do Banco Central feita com analistas do mercado fi- nanceiro. O horário de verão começa à meia- noite do dia 16 de ou- tubro e termina no dia 26 de fevereiro de 2012. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Bra- sil devem adiantar os relógios em uma hora. Ao todo, serão 133 dias de horário de verão. A mudança ocorre sempre no terceiro domingo de outubro e termina no terceiro domingo de fe- vereiro. O horário de verão é adotado sempre nesta época do ano por causa do aumento na demanda por energia, motivado pelo calor e pelo crescimento da produção industrial às vésperas do Natal. Caxias, a melhor cidade para investimentos Baixada superando desaios O Seminário “Visões do Futuro: Poten- cialidades e Desafios da Baixada Fluminense”, que acotneceu segunda- feira (3), no Teatro do SESI de Duque de Ca- xias, organizado pela re- presentação da FIRJAN da área II da Baixada Fluminense, contou com empresários e prefeitos da região. responden- do perguntas, apontando caminhos e apresentando projetos que devem de- senvolver a região.“Aqui, já tem nossa refinaria que terá conexão com o Com- perj. O polo Gás-Quími- co do município é uma das maiores riquezas da região e já está prepara- do para desenvolver pro- dutos petroquímicos de 3ª e 4ª geração”, exaltou Lafraia, que ressaltou as vantagens de infraestru- tura em Caxias. “Temos gás, duas refinarias de petróleo, energia e água. Temos tudo que um em- presário precisa para se instalar aqui”, expli- cou. Os números falam pela cidade. “Caxias é o maior município da Bai- xada, com 40% da popu- lação, 77% do PIB e 61% dos empregos da região”, anunciou o apresentador do evento. medida provisória que a presidenta Dilma Rousseff apresentou no Palácio do Planalto. O objetivo é es- tabelecer regras e incenti- no, faz parte da platafor- ma para jogos eletrônicos Xbox 360 da companhia norte-americana Micro- soft e será montado no Brasil pela fábrica chinesa vos fiscais para a indústria de base de defesa, com a modernização das Forças Armadas brasileiras. ŹPÁGINA 3 de produtos eletrônicos Flextronics. A produção do console deve reduzir em 40% o preço para o consumidor inal. ŹPÁGINA 3 Vereador tem habeas-corpus negado Ano 3 Ɣ nº 76 www.jornalcapital.jor.br ŹPÁGINA 2 U m jantar reuniu centenas de advogados de tendências diversas em torno das elei- ções da entidade. Entre eles, o ex-presidente Octavio Gomes (foto). ŹPÁGINA 4 Indicadores / Câmbio ŹPÁGINA 3 ŹPÁGINA 5 R$ 1 Atualidade País Superávit comercial de 2011 chega a US$ 23 bilhões Atualidade Site www. jornalcapital .jor.br Alellpro Image & Design Antônio Cruz / ABr José Cruz / ABr Dolar Comercial 1,890 1,892 0,53 Dólar Turismo 1,820 2,020 1,00 Ibovespa 50.791,53 2,93 Compra Venda % FECHAMENTO: 03 DE OUTUBRO DE 2011 ŹPÁGINA 5 Bancários decidem ampliar greve A greve dos bancários manteve fechados, nesta segunda-feira (3), 7,9 mil agência e centros administrativos em todo o país, segundo a Confede- ração Nacional dos Traba- lhadores do Ramo Finan- ceiro (Contraf). O balanço foi divulgado após reunião do Comando Nacional dos Bancários, quando foi aprovada a orientação para que os sindicatos regionais se mobilizem para ampliar o movimento. Segundo a Contraf, desde o início da greve, na terça-feira da se- mana passada (27), a Fede- ração Nacional de Bancos (Fenaban) não apresentou nova proposta além da que prevê reajuste salarial de 8%, rejeitada pela categoria. CAPITAL 076 04a10out2011.indd 1 3/10/2011 22:34:48

Edição Nº 76

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Jornal Capital - Edição nº 76

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Page 1: Edição Nº 76

MERCADO & NEGÓCIOS

Frente Parlamentar promove protesto contra a corrupção

CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA ズ DE 04 A 10 DE OUTUBRO DE 2011

Indústria Bélica sem PIS, Cofins e IPI

Flextronics vai fabricarconsoles da Microsoft

Intervenção para segurar alta do dólar

Cabral vai procurar

Dilma por royalties

Estimativa do PIB

Duque de Caxias

aguarda verba para a saúde

A sucessão na OAB-RJ

Horário de verão vaicomeçar no dia 16

Renault-Nissan montará fábrica no Estado

A redução ou isenção de tributos para in-

dústrias relacionadas à área de Defesa está entre os incentivos previstos em

A Zona Franca de Manaus vai come-

çar a produzir 17 mil consoles de videogame por semana. O produ-to, para mercado inter-

Para conter a alta do dó-lar, o Banco Central

promoveu segunda-feira (3) a mais forte interven-ção no mercado futuro de câmbio desde o agrava-mento da crise financeira internacional. Foram ven-didos US$ 5,3 bilhões em contratos de swap cam-bial, que equivalem à ven-da de dólares no mercado futuro. Em comunicado no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), o BC ofereceu 106.975 contratos. Desse total, 30 mil têm vencimento em 1º de novembro de 2011; 22.375 em 2 de janeiro de 2012; e 43,9 mil em 2 de abril de 2012.

O governador afirmou, durante reunião com

representantes do Rio na Câmara e Senado, que vai procurar a presidente Dil-ma Roussef para que ela se declare publicamente, di-zendo que vetará projetos que alterem a distribuição dos royalties das áreas já licitadas, tanto do pré-sal como do pós-sal.

モPÁGINA 2

Depois de oito semanas seguidas em queda, a

estimativa para o cresci-mento da economia esta ano foi mantida em 3,51%. A projeção faz parte do boletim Focus, elaborado com base em pesquisa do Banco Central feita com analistas do mercado fi-nanceiro.

O horário de verão

começa à meia-

noite do dia 16 de ou-

tubro e termina no dia

26 de fevereiro de 2012.

As regiões Sul, Sudeste

e Centro-Oeste do Bra-

sil devem adiantar os

relógios em uma hora.

Ao todo, serão 133 dias

de horário de verão. A

mudança ocorre sempre

no terceiro domingo de

outubro e termina no

terceiro domingo de fe-

vereiro. O horário de

verão é adotado sempre

nesta época do ano por

causa do aumento na

demanda por energia,

motivado pelo calor

e pelo crescimento da

produção industrial às

vésperas do Natal.

Caxias, a melhor cidade para investimentos

Baixada superando desaios

O Seminário “Visões

do Futuro: Poten-

cialidades e Desafios da

Baixada Fluminense”,

que acotneceu segunda-

feira (3), no Teatro do

SESI de Duque de Ca-

xias, organizado pela re-

presentação da FIRJAN

da área II da Baixada

Fluminense, contou com

empresários e prefeitos

da região. responden-

do perguntas, apontando

caminhos e apresentando

projetos que devem de-

senvolver a região.“Aqui,

já tem nossa refinaria que

terá conexão com o Com-

perj. O polo Gás-Quími-

co do município é uma

das maiores riquezas da

região e já está prepara-

do para desenvolver pro-

dutos petroquímicos de

3ª e 4ª geração”, exaltou

Lafraia, que ressaltou as

vantagens de infraestru-

tura em Caxias. “Temos

gás, duas refinarias de

petróleo, energia e água.

Temos tudo que um em-

presário precisa para

se instalar aqui”, expli-

cou. Os números falam

pela cidade. “Caxias é o

maior município da Bai-

xada, com 40% da popu-

lação, 77% do PIB e 61%

dos empregos da região”,

anunciou o apresentador

do evento.

medida provisória que a presidenta Dilma Rousseff apresentou no Palácio do Planalto. O objetivo é es-tabelecer regras e incenti-

no, faz parte da platafor-ma para jogos eletrônicos Xbox 360 da companhia norte-americana Micro-soft e será montado no Brasil pela fábrica chinesa

vos fiscais para a indústria de base de defesa, com a modernização das Forças Armadas brasileiras.

モPÁGINA 3

de produtos eletrônicos Flextronics. A produção do console deve reduzir em 40% o preço para o consumidor inal.

モPÁGINA 3

Vereador tem habeas-corpus negado

Ano 3 ズ nº 76www.jornalcapital.jor.br

モPÁGINA 2

Um jantar reuniu centenas de

advogados de tendências

diversas em torno das elei-

ções da entidade. Entre eles, o

ex-presidente Octavio Gomes

(foto). モPÁGINA 4

Indicadores / Câmbio

モPÁGINA 3

モPÁGINA 5

R$1

AtualidadePaís

Superávit comercial de 2011 chega a US$ 23 bilhões

AtualidadeSitewww.jornalcapital

.jor.br

Alellpro Image & Design

Antônio Cruz / ABr

José Cruz / ABr

Dolar Comercial 1,890 1,892 0,53Dólar Turismo 1,820 2,020 1,00

Ibovespa 50.791,53 2,93

Compra Venda %

FECHAMENTO: 03 DE OUTUBRO DE 2011

モPÁGINA 5

Bancários decidem ampliar greve

A greve dos bancários manteve fechados,

nesta segunda-feira (3), 7,9 mil agência e centros administrativos em todo o país, segundo a Confede-ração Nacional dos Traba-lhadores do Ramo Finan-ceiro (Contraf). O balanço foi divulgado após reunião do Comando Nacional dos Bancários, quando foi

aprovada a orientação para que os sindicatos regionais se mobilizem para ampliar o movimento. Segundo a Contraf, desde o início da greve, na terça-feira da se-mana passada (27), a Fede-ração Nacional de Bancos (Fenaban) não apresentou nova proposta além da que prevê reajuste salarial de 8%, rejeitada pela categoria.

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Page 2: Edição Nº 76

2 モ04 a 10 de Outubro de 2011MERCADO & NEGÓCIOS

Ponto de Observação

Alberto Marques

MERCADO & NEGÓCIOS

Na internet:

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Diretor Geral: Marcelo CunhaDiretor de Redação: Josué Cardoso ([email protected])

Colaboradores: Alberto Marques, Arthur Salomão, Dilma Rousseff, Geiza Rocha, Luiz Linhares,

Moreira Franco, Priscilla Ricarte,Roberto Daiub, Rodrigo de Castro, e Thais H. Linhares

MOREIRA FRANCO é Ministro Chefe

da Secretaria de Assuntos Estratégicos

da Presidência da República

Colunado Moreira

A Lição do Igor

O Rio de Janeiro tem motivo para se orgulhar do resul-tado obtido por algumas de suas escolas no último

Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O tradicional Colégio São Bento voltou a ocupar o posto de melhor escola do país no ranking do Ministério da Educação. Essa é quarta vez nas seis edições do Enem que o São Bento se mantém no topo. O resultado merece parabéns. No entanto, gostaria de chamar atenção para o desem-penho obtido pelos alunos do Instituto de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp-Uerj). A instituição é hoje a melhor escola pública do estado e a terceira melhor no ranking nacional.

Os dirigentes, professores e pouco mais de 1 mil alu-nos não deixam dúvidas de que a excelência nos resul-tados se deve ao trabalho árduo, bem planejado, com foco, metas e métricas deinidos. O depoimento dado pelo estudante Igor Alves, de 16 anos, resume o grau de comprometimento da escola carioca: "Aqui não nos pre-param exclusivamente para o Enem, mas para todos as provas. Os professores se dedicam, não queremos fór-mulas, queremos entender o conteúdo”.

A escola do jovem Igor é uma unidade acadêmica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Seus alunos do ensino médio estudam em horário integral, das 7h às 17h10. Conta,é verdade, com modelos de gestão diferen-ciado em relação às demais escolas da rede pública. No entanto, os resultados obtidos no Enem indicam o cami-nho para as demais escolas de ensino médio e comprova, de uma vez por todas, que é possível alcançar na rede pública patamares compatíveis e até muito melhores que os obtidos nas quase sempre caras escolas privadas.

Na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) traba-lhamos para formular políticas públicas que possam es-timular o surgimentos de escolas tão excelentes quanto a CAp-Uerj. No inal de agosto, assinei com o presidente do Instituto Unibanco, Pedro Moreira Salles, um acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de estu-dos, projetos, pesquisas e avaliações na área de educação nas redes públicas do ensino médio e que será aplicado em 500 escolas de seis estados. É o primeiro passo de um trabalho grandioso, mas entendo que essa união de esforços da sociedade civil e do governo poderá dar uma contribuição importante para nivelar, por cima, a quali-dade de ensino das escolas públicas.

Nova lei dispensa o uso de documentos autenticados

O Estado do Rio deu um grande passo

na desburocratização do serviço publico, ao apro-var projeto de lei dispen-sando a autenticação de documentos produzidos no Brasil. Esta semana, a Assembléia Legislativa aprovou a Lei nº 6.052, que prevê a dispensa do reconhecimento de irma em órgãos e entidades da administração pública estadual, quando o docu-mento for assinado peran-te o servidor público. Pro-posta pelo governador a pedido da FIRJAN, a lei, de coautoria dos depu-tados Luiz Paulo, Edson Albertassi, André Corrêa e Paulo Ramos, dispensa também a autenticação de documentos produ-zidos no Brasil, quando autenticados pelo próprio interessado ou pelo ser-vidor público, mediante a apresentação das vias originais; e cria a Carta de Serviços ao Cidadão e a Pesquisa de Satisfação do Usuário do Serviço Público.

A partir de 26 de setem-bro de 2012, a lei determi-na que os órgãos e as enti-dades do Poder Executivo não poderão mais exigir a apresentação de certidões e documentos emitidos por outros órgãos da adminis-tração pública estadual, o que deverá ser obtido pela aplicação de soluções tec-nológicas. A lei garante ain-da direitos no atendimento, atuação ética, divulgação dos atos administrativos, objetividade no atendimen-to, presunção de boa-fé e eliminação de formalidades e exigências.

De acordo com a Firjan, a sugestão de projeto de lei encaminhada à Alerj tinha o objetivo de melhorar o atendimento público no es-tado. “A iniciativa é muito importante porque muda o padrão de atendimento do serviço público estadual, colocando o cidadão como um cliente que deve ser bem atendido. Além disso, contribui para desburocra-tizar a relação entre esses órgãos e os cidadãos”, res-salta a coordenadora de Assuntos Tributários do Sistema Firjan, Cheryl Ber-no. Ela acrescenta que na

Carta de Serviços ao Cida-dão deverão constar os ser-viços prestados pelo órgão e o prazo de atendimento. “Vencemos a primeira eta-pa, temos a lei. Mas, como se sabe, é preciso fazer a lei pegar para que seja efetiva. E, para isso, dependemos de um esforço de todos para a divulgação dos di-reitos e sua aplicação. Só assim mudaremos o cenário do atendimento público pe-rante o Executivo estadual. Quanto aos demais pode-res, o Legislativo e o Judi-ciário, icam para um próxi-mo passo”, diz Cheryl.

A burocrática autenti-cação de documentos, uma fonte de renda para os Car-tórios que tem exclusivi-dade nesse tipo de serviço, não garante, na prática, que o documento autenticado é, verdadeiramente, uma copia iel do original. Essa solução já foi tentada pelo indomável Helio Beltrão, idealizador do Programa Nacional de Desburocrati-zação, do início da década de 1980, que signiicou a re-tomada daqueles princípios que haviam sido enunciados de forma programática no Decreto-lei 200 , um mar-

co que até hoje vigora na administração pública. Em seis anos delagrou-se um processo de revolução da administração públi-ca, que tinha como base: a prevalência do interesse do cidadão sobre o inte-resse da administração, pois serviço público sig-niica exatamente servir ao público; o tratamento diferenciado das distintas realidades que compõem um país fortemente hete-rogêneo: todos os pobres são iguais perante a buro-cracia; o combate sistemá-tico ao formalismo, à cen-tralização e a tudo o que daí decorre, como o prin-cípio da desconiança, que orienta a relação da admi-nistração pública com os cidadãos; a desconcentra-ção da função decisória: quem melhor decide é quem está mais próximo do fato administrado e da pessoa que o requer

Só nos resta torcer para que a simpliicação do processo administra-tivo não seja obstaculi-zado por burocratas que adoram criar diiculdades para vender facilidades. E a que pré$$o!.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Pelo presente, icam convocados os associa-dos da LARV, localizada à Estrada do Tabuleiro nº 24, Xerém, Duque de Caxias, RJ, a participarem da Assembléia Geral Extraordinária, que se realizará em 13.10.2011, em sua sede, às 10hs em primeira con-vocação com quorum número legal de presentes, ou às 10:30hs com qualquer número de presentes, para deliberarem sobre a DISSOLUÇÃO da Sociedade, conforme proposta aprovada na Assembléia Geral em 30.04.2010.

Duque de Caxias, 04 de outubro de 2011Paola Di Mattia Victória - Presidente

Cabral quer declaração pública de Dilma sobre distribuição de royaltiesO governador Sérgio

Cabral airmou, nesta segunda-feira (3), durante reunião com representan-tes do Rio na Câmara e Senado, que vai procurar a presidente Dilma Rous-sef para que ela se declare publicamente, dizendo que vetará projetos que alterem a distribuição dos royalties das áreas já licitadas, tanto do pré-sal como do pós-sal. O governador airma que se a presidente falas-se publicamente algo nes-te sentido, ajudaria muito, pois tiraria a força de pro-jetos de redistribuição de recursos que estão sendo debatidos no Congresso.

Ele airmou isso em

resposta aos deputados Jandira Feghali (PC do B), Eduardo Cunha (PMDB) e Otávio Leite (PSDB), que apresentaram um clima mais pessimista que o dito até então pelos demais par-lamentares. Eles lembra-ram que, com a pauta de votação livre no Congres-so, a bancada do Rio po-deria ser surpreendida com a votação da derrubada do veto ou com a aprovação de algum outro projeto. Cabral disse que não é o caso de pedir uma audiên-cia com o presidente em exercício, Michel Temer, por acreditar que o assun-to já foi bem conversado com a presidente Dilma no

sábado. Ele lembrou que o estado não aceita nego-ciar nem um real do que já foi licitado por questão de princípio. DECISÃO - O Congresso deve votar quarta-feira (5) o veto do presidente Lula à Emenda Ibsen-Simon, o que na prática pode signii-car grande perda aos cofres do Rio. Se isso ocorrer, o estado perde em royalties e participação especial (PE), do dia para a noite, R$ 6,7 bilhões, ou 13% de sua re-ceita. Isso equivale a tudo o que é investido em edu-cação ou o dobro do desti-nado anualmente à saúde. Seria a mesma coisa que tirar do governo federal

quatro impostos relevan-tes: Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), IPI, IOF e Imposto de Importa-ção. Renato Villela, secre-tário de Fazenda do Estado, airma que sem os recursos dos royalties, o estado pode parar. Ele explica que dos R$ 6,8 bilhões que o Rio receberá este ano de royal-ties, R$ 1,5 bilhão vai para pagar o adiantamento dos royalties feito em 1999 pelo então governador Ga-rotinho, R$ 337,7 milhões são transferidos às prefei-turas, R$ 4,6 bilhões, para o Rio Previdência - cobrir o rombo das aposentadorias - e R$ 324 milhões, para o Meio Ambiente.

Chiquinho Grandão tem habeas-corpus negado

O relator ministro Ayres Brito negou, no dia 28,

habeas corpus impetrado para revogar a prisão do ve-reador Sebastião Ferreira da Silva, o Chiquinho Grandão. Preso desde 21 de dezem-bro, ele é acusado de forma-ção de quadrilha armada que atuava no comércio ilegal de botijões de gás. Na mes-ma operação, denominada “Capa Preta”, foi preso tam-bém o também vereador Jo-

nas Gonçalves da Silva, vul-go Jonas é Nós, que também é soldado reformado da PM. A ação teve como objetivo desmantelar a mais antiga e bem estruturada milícia com atuação nos bairros de Gramacho, Pantanal e São Bento. Os agentes estoura-ram também uma central clandestina de TV a cabo, no Pantanal. Os vereadores presos foram Jonas Gonçal-ves da Silva - vulgo Jonas é

Nós, que também é soldado reformado da PM - e Sebas-tião Ferreira da Silva, o Chi-quinho Grandão. Eles foram detidos em suas casas.

“Nota-se a existência de fundamentação suiciente para justiicar a custódia cau-telar, também, em razão da tendência do Paciente à prá-tica delituosa. A segregação questionada encontra-se su-icientemente fundamentada, em face das circunstâncias

do caso que, pelas caracte-rísticas delineadas, retratam, in concreto, a periculosidade dos agentes, a indicar a ne-cessidade de sua segregação, em se considerando, sobre-tudo, o modus operandi do delito e a existência de fortes indicativos de que a ativida-de criminosa era reiterada, o que demonstra, com clareza, a perniciosidade da ação ao meio social”, escreveu o mi-nistro em sua decisão.

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Page 3: Edição Nº 76

3モ04 a 10 de Outubro de 2011MERCADO & NEGÓCIOS

Conversa com a PresidentaEncaminhe perguntas para a Presidenta:

[email protected] ou

[email protected]

ANISIO WILLIBALD SCHUNKE, 54 anos, agricul-tor em Gurupi (TO) - Ano após ano perco parte da minha produção por causa das chuvas, ou da seca, ou de pragas. É difícil morar e sobreviver no cam-po. O que o seu governo pensa disso? Presidenta Dilma - Anísio, o governo federal dispõe de

vários instrumentos de proteção contra os riscos que

ameaçam a produção agrícola. Os agricultores fami-

liares que fazem empréstimos pelo Programa Nacional

de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)

contam com o Seguro da Agricultura Familiar (Seaf).

O agricultor paga 2% do valor do contrato de emprés-

timo e aciona o seguro se as suas perdas superam 30%

da produção. Outro seguro vinculado ao Pronaf é o

Programa de Garantia de Preços da Agricultura Fa-

miliar (PGPAF). Quando o preço do produto ica abai-xo do custo de produção, o agricultor tem desconto

no saldo devedor do inanciamento de custeio. Para os agricultores do semiárido nordestino, dos vales do

Jequitinhonha e do Mucuri (MG), e do norte do Espí-

rito Santo, há o Garantia-Safra. Este programa asse-

gura uma renda aos produtores de milho, arroz, feijão,

mandioca e algodão dos municípios que perderem a

metade ou mais da safra com seca ou enchentes. Para

a agricultura empresarial, temos o Programa de Sub-

venção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Nas mo-

dalidades pecuária, lorestal e aquícola (criação de peixes, crustáceos, etc.), o governo federal arca com

30% do preço do seguro rural, com limite de R$ 32 mil

por produtor, por ano. Já na modalidade agrícola, a

participação do governo vai de 40 a 70% do preço do

seguro, com limite de R$ 92 mil por produtor, por ano.

ALEXANDRE ROCHA DE CARVALHO, 48 anos, pastor em Barreiras (BA) - Aqui em Barreiras neces-sitamos de uma universidade federal e de uma dele-gacia da Polícia Federal urgente. Presidenta Dilma - Temos boas notícias para você,

Alexandre. Até 2014, nós vamos implantar duas no-

vas universidades na Bahia e uma delas será em sua

cidade, Barreiras. Será a Universidade Federal do

Oeste da Bahia (Ufoba), onde hoje é o campus da Uni-

versidade federal da Bahia (UFBA). Além da sede em

Barreiras, a Ufoba terá três campi universitários, nas

cidades de Barra, Bom Jesus da Lapa e Luiz Eduar-

do Magalhães. Estamos trabalhando para interiorizar

o ensino superior e o ensino técnico. Essa expansão

para localidades do interior do Brasil permitirá que os

nossos jovens realizem o sonho de estudar, de ter uma

proissão, sem precisar se deslocar para os grandes centros urbanos. Com isso, estimulamos o desenvol-

vimento das pequenas cidades, que podem contar com

proissionais qualiicados. Quanto à presença da Polí-cia Federal, o município já conta hoje com um Posto

Avançado da instituição, que atua nas ocorrências po-

liciais, atendendo 31 municípios da Subseção Judiciá-

ria de Barreiras.

FÁBIO JOSÉ DA SILVA, 40 anos, representante co-mercial em Goiânia (GO) - Gostaria de saber qual será ou se já existe uma política para o mercado de trabalho não excluir as pessoas acima de 40 anos.Presidenta Dilma - Nós temos trabalhado para gerar

cada vez mais empregos e oportunidades de trabalho

para beneiciar os brasileiros de todas as faixas etá-

rias. Tomamos diversas medidas que levam em con-

ta a necessidade de preservar e ampliar o número de

empregos, como o Plano Brasil Maior, para fortale-

cimento da indústria nacional, o Crescer, programa

de microcrédito para pequenos empreendedores e as

obras do PAC, só para dar alguns exemplos. Criamos

o Pronatec, que vai inanciar cursos técnicos e tecno-

lógicos para 8 milhões de pessoas, e vamos construir

208 novas escolas técnicas, 4 universidades e abrir

47 campi universitários. E temos sido muito bem su-

cedidos em nossa estratégia. Enquanto outros países

sofrem com desemprego crescente, nós criamos, de ja-

neiro a agosto, nada menos que 1,8 milhão de novos

empregos com carteira assinada. O índice de desem-

prego em agosto icou em 6%, a menor taxa para este mês desde 2002. E um fato que muito nos alegra, Fá-

bio, é que os trabalhadores de faixas etárias mais al-

tas têm sido beneiciados porque as próprias empresas estão reconhecendo o valor da experiência. Em 2003,

segundo o IBGE, 39,9% do total das pessoas ocupadas

tinham mais de 40 anos e, em 2010, esse índice tinha

chegado a 44,4%.

Renault-Nissan vai montar fábrica no Estado do Rio

Após reunião com a presidenta da Repú-

blica, Dilma Rousseff, o presidente mundial do gru-po Renault-Nissan, Carlos Ghosn, conirmou dia 1º, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, inves-timentos na ampliação da fábrica da Renaut em São José dos Pinhais, no Para-ná, e construção de uma fábrica da Nissan em Re-sende, no estado do Rio de Janeiro. Ghosn disse que a reunião com a presidenta Dilma foi para informá-la dos novos investimentos do grupo no Brasil e da atuação da Renaut-Nissan no mundo. "Explicamos o que estamos fazendo em muitos países em termos de tecnologias novas e so-bre nossa liderança no de-senvolvimento de carros elétricos", disse. Segun-do ele, a meta da aliança Renault-Nissan é dobrar a participação atual no mer-

cado brasileiro, de 6,5% (5,5% da Renault e 1% da Nissan). Essa fatia de mercado está, inclusive, abaixo dos 10% de parti-cipação da companhia nas vendas em nível mundial.

Com a ampliação da fá-brica da Renault no Para-ná e a construção de uma planta da Nissan no sul do estado do Rio, o grupo franco-japonês deve redu-zir as importações de car-ros para o Brasil. Segundo

o presidente mundial da empresa, o brasileiro Car-los Ghosn, as duas marcas pretendem aumentar o ín-dice de nacionalização dos veículos vendidos no país. O executivo disse que, atualmente, a maioria dos carros da Nissan vendidos no país são importados, principalmente do Mé-xico. Enquanto o Brasil deve se tornar, até o inal do ano, o segundo maior mercado da Renault, per-

dendo apenas para a Fran-ça, para a Nissan ainda igura como um mercado potencial. “O que quere-mos fazer é manter um mercado estratégico para a Renault, mas também per-mitir à Nissan contribuir mais com o desenvolvi-mento do mercado brasi-leiro". disse o Ghosn.

Com relação ao au-mento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre carros impor-tados, Ghosn disse que a decisão incentiva as montadoras a produzir lo-calmente. Segundo ele, o índice de 65% de naciona-lização para que o veícu-lo não pague a alíquota é baixo se comparado ao de outros países que recebem investimentos das mon-tadoras globais. A China, por exemplo, exige uma taxa de nacionalização de peças e partes de 90% e a Índia, de 95%.

José Cruz / ABr

A Zona Franca de Ma-naus vai começar a

produzir 17 mil consoles de videogame por semana. O produto, para mercado in-terno, faz parte da platafor-ma para jogos eletrônicos Xbox 360 da companhia norte-americana Microsoft e será montado no Brasil pela fábrica chinesa de pro-dutos eletrônicos Flextro-nics. O anúncio oicial foi feito dia 27 no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A produção do console Xbox 360 no Brasil deve reduzir em 40% o pre-ço para o consumidor inal. O produto já montado no Brasil começa a chegar ao

mercado nos próximos dias.Para o governo, a pro-

dução do console em terri-tório brasileiro é resultado das políticas adotadas para atrair fabricantes de tecno-logia da informação (TI), como os incentivos iscais para a instalação de fábricas de computadores em forma de prancheta (tablets). O console deverá cumprir o mesmo processo de nacio-nalização previsto para os tablets, disse o secretário de Política de Informática, Vir-gílio Almeida. O governo tem utilizado a isenção de impostos (por meio da Lei do Bem, da Lei de Informá-tica e do Programa Brasil

Incentivo à indústria bélica prevêisenção de PIS, Coins e IPI

A redução ou isenção de tributos para indús-

trias relacionadas à área de Defesa estará entre os incentivos previstos na me-dida provisória (MP) que a presidenta Dilma Rousseff apresentou dia 29, no Pa-lácio do Planalto. Segundo informou o Ministério da Defesa, a MP terá como principal objetivo estabele-cer regras e incentivos is-cais para a indústria de base de defesa, para que passe a atender à necessidade in-terna de modernização das Forças Armadas brasileiras e às demandas de outros países. O ministro da De-fesa, Celso Amorim, parti-cipou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado e dis-se que o desenvolvimento

da indústria irá fomentar a modernização das Forças. “Essa preocupação com a base industrial é muito for-te no atual governo”, disse ele. O Brasil investe 1,39% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa. A media do Brics é 2,65%. Apesar disso, Amorim reconheceu que o momento econômico não favorece o incremento orçamentário, mas que o país tem conseguido man-ter os projetos considera-dos prioritários para a área.

A MP prevê isenção do Programa de Integração Social (PIS), da Contribui-ção para o Financiamento da Seguridade Social (Co-ins) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), desde que as empre-sas demonstrem que são

estratégicas para o setor de defesa. Para isso, de-vem fabricar produtos de uso exclusivo e inal pelas Forças Armadas. O minis-tro falou ainda sobre a ne-cessidade de ampliação do orçamento do Ministério da Defesa. Segundo ele, os recursos dispensados pelo Brasil para a área são in-suicientes para as necessi-dades do país e inferiores à média dos outros países do Brics (acrônimo que repre-senta os emergentes Bra-sil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “É muito importante entender que, quando nós queremos re-cursos para a defesa nacio-nal, é preciso que haja uma compreensão da socieda-de”, disse Amorim.CAÇAS - A compra de ca-

ças para a Força Aérea Bra-sileira (FAB) é considerada fundamental e urgente pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, mas ainda não foi discutida “em profun-didade” com a presidenta Dilma Rousseff. Ele desta-cou a relevância do assunto devido ao estado dos caças Mirage que país detém e do tempo que as empresas que produzem os aviões levam para entregá-los. “Até o i-nal de 2013, nenhum dos 12 Mirages que estão em Anápolis estará em condi-ção de atuar plenamente. É algo realmente muito urgente, muito importante. A necessidade de defesa da Amazônia, das fronteiras, impõe que nós tenhamos uma aviação de caças ade-quada”, airmou Amorim.

Flextronics vai fabricar consoles da MicrosoftMaior) para o desenvolvi-mento de sistemas de infor-mática no Brasil e acenado com outros incentivos para a instalação de fábricas de circuito integrado, displays e outros componentes de microeletrônica.

Até o inal do ano, o Centro Nacional de Tecno-logia Eletrônica Avançada, empresa estatal ligada ao ministério, deverá começar a produzir, na fábrica em Porto Alegre, chips dedica-dos (circuitos integrados de aplicação especíica) para rastreamento de boi. Além da parceria com a Microsoft e a Flextronics, o governo já anunciou a instalação,

no Brasil, do novo centro de pesquisa global da com-panhia General Eletric e o funcionamento do centro de pesquisa da empresa IBM, ambas de capital norte-americano.

O déficit da balança co-mercial para os produtos de TI e de telecomunica-ções no ano passado foi de cerca de US$ 19 bilhões. O investimento em pesqui-sa e desenvolvimento no setor no Brasil é de 0,1% do Produto Interno Bru-to (PIB) - dados de 2005. Ranking global divulgado hoje aponta o Brasil em 39º lugar em competitivi-dade em TI.

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4 モ04 a 10 de Outubro de 2011MERCADO & NEGÓCIOS

GEIZA ROCHA é jornalista e secretária-geral

do Fórum Permanente de Desenvolvimento

Estratégico do Estado do Rio de Janeiro

ornalista Roberto Marinho. www querodiscutiromeuestado.rj.gov.br

Fórum Permanente de DesenvolvimentoEstratégico do EstadoJornalista Roberto Marinho

Economia eDesenvolvimento local

A retomada pelo Estado de territórios antes ocu-pados pelo tráico não gera mudanças apenas

na sensação de segurança. Ela muda a economia local. Recentemente, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário do Rio de Janeiro implantou, junto com os moradores da Cidade de Deus, o CDD, moeda social que tem o mesmo valor que o Real e tem como objetivo re-ter o dinheiro na comunidade e ajudar a impulsio-nar novos investimentos. Contendo a imagem de notáveis da localidade, a moeda agrega valores e identidade local como instrumentos para gerar uma nova economia, baseada na cooperação e na troca de produtos e competências de cada um dos que ali habitam.

Se a moeda social vai dar certo na Cidade de Deus depende de uma série de fatores. A adesão por parte dos moradores é um deles. Mas só o otimis-mo que as iniciativas complementares como o Al-vará já e ações que tem estimulado a formalização estão causando, mostra que o caminho para tornar permanente este legado passa necessariamente pela Economia. Tratamos deste tema recentemente no programa Rio em Foco em que debatemos o Co-mércio Justo (www.rioemfoco.rj.gov.br).

A liberdade de ir e vir devolveu o ânimo aos mo-radores também para ampliar negócios e tirar o sus-tento do local em que vivem. O estado chegou tra-zendo melhorias na infraestrutura e retomando os serviços que antes eram interrompidos pelo tráico. Cabe a todos nós cuidar para que este patrimônio não se perca. Para isso precisamos, antes de tudo, ajustar nosso olhar para entender as identidades que aloram daquele território e reconhecer o potencial contido ali. Com o Estado fornecendo os serviços básicos e permitindo a inclusão destes cidadãos no cotidiano da cidade ica mais fácil fazermos este exercício. Que venham outras iniciativas neste sen-tido. Para encarar o desconhecido é preciso ousar!

Jantar dá o tom de comoserá a sucessão na OAB-RJ

As eleições na Ordem dos Advogados do

Brasil no Rio de Janeiro só acontecerão em novembro de 2012. Porém, o tom da campanha parece ter sido deinido em um jantar de confraternização que acon-teceu na quinta-feira, 29, no restaurante do Clube Ginástico Português, no centro do Rio, que comple-tará 143 anos de fundação dia 31 de outubro. Cerca de 300 advogados estiveram presentes, entre eles nomes de renomados proissionais como Alcione Barreto, Nilo Batista e Octávio Gomes. De Duque de Caxias, com-pareceu a vice presidente da subseção, Marta Dantas. Os discursos foram poucos, porém contundentes.

- Não podemos icar passivos. Vivenciamos con-litos, a Ordem não vem representando os interesses do País, dos cidadãos. Ago-ra, por exemplo, os magis-trados, que não aceitam o controle externo sobre os seus atos, exigem um au-mento maior que as outras categorias de trabalhadores. Isso é inaceitável - disse o criminalista Alcione Barre-to, de 82 anos, um dos mais admirados e respeitados do Rio de Janeiro. “Quando falamos de “bandidos de toga”, como airmou a cor-regedora nacional de Justi-ça, ministra Eliana Calmon, obviamente não estamos generalizando, não estamos ofendendo. Temos sim que exigir moralização, todos tem direito, mas também

tem deveres”, acrescentou, sob demorados aplausos.

DESCALABRO - O ex-presidente Octávio Go-mes também se dirigiu aos presentes. Para ele, a atual gestão da Ordem dos Ad-vogados do Brasil no Rio de Janeiro é um “verda-deiro descalabro”. “Hoje é uma noite histórica, os advogados bravos e glo-riosos do Estado do Rio de Janeiro estão se reunindo numa demonstração de que não estão de acordo com o rumo dessa Ordem dos Ad-vogados, essa Ordem que infelizmente hoje está apa-relhada, sucateada. E esse encontro vai ser o primeiro de muitos, porque senhores, é uma questão de sobrevi-vência, não apenas da de-mocracia, mas de nossos fa-miliares, porque não temos mais nada, não temos mais a Caixa de Assistência, a Ordem virou um partido político”, disparou Gomes, que falou ainda sobre “des-caso de magistrados, que levam quatro meses, cinco meses para uma petição ser juntada”.

- Talvez os senhores não saibam, funcionários an-

tigos, concursados da Or-dem, antigos da CAARJ, foram demitidos e em seus lugares foram contratados terceirizados, ONGs. E por que será? Os senhores já sabem quando se contrata terceirizados e ONGs. Ex-presidentes, como Costa Neto, devem estar se re-torcendo no túmulo vendo imóveis da CAARJ serem vendidos, como Botafo-go, São José, De Paoli, Franklin Roosevelt, Barra da Tijuca, enim o patrimô-nio dos advogados”, obser-vou Octávio, quando um dos presentes, não iden-tiicado, completou: “Em compensação o ex- inter-ventor da CAARJ, hoje assessor do atual presiden-te, ganha um valor mensal considerável. Tem também o Dr Benjamim, diretor do jornal Tribuna do Advoga-do, que ganha valores al-tos para fazer o que fazia a vice-presidente, Dra. Carla Fontineli sem nenhuma re-muneração. E nós, pobres mortais, ganhando R$ 1 mil, 2 mil para botar leite em casa para a família, ma-tando um leão por dia”.

Depois de seu discurso,

em conversa com a repor-tagem do Capital, Octávio Gomes reairmou sua po-sição diante da atual ges-tão da Entidade no Estado, presidida por Wadih Da-mous. “Os atuais dirigentes estão dilapidando o nosso patrimônio, estão desres-peitam as nossas principais bandeiras e atuando de ma-neira como se a entidade fosse apenas deles. Não representam os interesses da sociedade, são corpora-tivistas e instrumentaliza-ram a entidade como se um partido político fosse Só defendem interesses pes-soais e se distanciam cada vez mais da sociedade.

- Temos perto de nós colegas que foram enga-nados pela atual gestão, estão aqui, indignados com tudo isso. A categoria está unida exigindo um basta, de forma a resgatar o legí-timo papel da entidade em defesa dos advogados e de suas famílias. Os advoga-dos vão continuar lutando, como sempre izeram em toda a história da Ordem. Vão fazer oposição ao atu-al presidente e vão vencer as eleições que se avizinha. Tremei, tremei todos vós, porque quem vos fala são os bravos e gloriosos advo-gados do Estado do Rio de Janeiro”, concluiu Gomes.

O advogado e ex-go-vernador Nilo Batista não chegou a falar. Devido a um compromisso de última hora, teve que se retirar do encontro logo após saudar os presentes.

Alcione Barreto e Octávio Gomes

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5モ04 a 10 de Outubro de 2011MERCADO & NEGÓCIOS

CâmbioMoeda Compra (R$) Venda (R$) Variação %

Dolar Comercial 1,890 1,892 0,53Dólar Turismo 1,820 2,020 1,00

(U$) (U$) %Coroa Dinamarca 5,639 5,642 1,49Dólar Austrália 0,952 0,952 1,48Dólar Canadá 1,053 1,053 0,35Euro 1,319 1,319 1,45Franco Suíça 0,920 0,921 1,42Iene Japão 76.570 76.600 0,64Libra Esterlina Inglaterra 1,542 1,542 1,02Peso Chile 526,150 526,650 1,00Peso Colômbia 1.959,000 1.961,000 1,61Peso Livre Argentina 4,190 4,240 0,00Peso MÉXICO 14,059 14,063 1,14Peso Uruguai 20,000 20,200 1,25

BolsaÍndice Valor Variação %Ibovespa 50.791,53 2,93IBX 17.580,62 1,01Dow Jones 10.655,30 2,36Nasdaq 2.355,83 3,29Merval 2.291,68 6,68

CommoditiesUnidade Compra US$ Venda US$ Variação %

Petróleo - Brent barril 105,900 105,920 0,00Ouro onça troy 1662,220 1663,790 0,01Prata onça troy 30,590 30,740 0,00Platina onça troy 1502,500 1512,500 0,13Paládio onça troy 583,720 589,270 0,21

IndicadoresPoupança 04/10 0,600Poupança p/ 1 Mês 30/09 0,586TR 03/10 0,060Juros Selic meta ao ano 12,00Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

(*) FECHAMENTO: 03 DE OUTUBRO DE 2011

Vereador cobra repasse do Estado para a saúde

O vereador Grande (PSDB) disse que vai

ocupar a Tribuna da Câ-mara de Duque de Caxias esta semana para cobrar do governo do Estado o repasse de mais R$ 500 mil mensais para o Hospi-tal Municipal Dr. Moacyr do Carmo, cujo convênio foi assinado no dia 29 de março último. “Até hoje o município não recebeu os recursos prometidos”, dis-se o vereador ao Capital. A diferença, segundo o acor-do, seria acrescida aos R$ 1,5 milhão que são repas-sados ao município e se-ria utilizada par ampliar a oferta de serviços de média e alta complexidade para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no hospi-tal, que foi inaugurado em 2008 com a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Segundo o vereador, a Prefeitura gasta cerca de

R$ 8 milhões por mês com a unidade. “Ali são feitos cerca de 800 atendimen-tos por dia e boa parte é de pessoas que residem próxi-mas ao município”, expli-cou Grande. “A prefeitura,

sozinha, não consegue sus-tentar tudo”, acrescentou o vereador, lembrando ainda que durante a solenida-de, realizada na Câmara, o governador prometeu transformar o 4º andar do

hospital em uma Unidade de Tratamento Intensivo, com 30 leitos e equipa-mentos de última geração, e a construção de uma ma-ternidade em um terreno ao lado do hospital.

Marcelo Cunha

Laury Villar diz que ainda aguarda solução para sua iliação ao PSDB

O ex-vereador Laury Villar revelou ao Ca-

pital que ainda não sabe sua situação dentro do PS-DB-Duque de Caxias. Ele

disse que apresentou icha para voltar ao Partido, do qual teve que se desligar porque foi “muito preju-dicado pelo grupo político comandado pelo prefeito. Fui candidato a deputado estadual e não pude parti-cipar do programa de tele-visão. Fui retirado várias vezes do programa do meu Partido porque esse grupo tinha interesses pessoais na eleição”, lembrou. “Todos os membros que integram a direção do Partido aqui, ocupam cargos na Prefeitu-ra, então tem uma ligação direta com o poder”, com-pletou.

- Depois da saída do prefeito, que foi para o PP, fui chamado algumas

vezes na Regional para conversar sobre vários as-suntos, como a nominata de vereadores, que não ha-via sido apresentada pela executiva municipal. Em um dos encontros na casa do ex-governador Marcelo Alencar, me foi feito um convite para colocar meu nome para ser candidato a prefeito em Duque de Ca-xias, porque o partido tinha resolvido lançar candidatu-ra própria. Falei que estaria à disposição desde que fos-se decisão do partido.

Segundo Laury, uma de-cisão do diretório nacional suspendeu a intervenção no diretório municipal, apesar de não ter julgado o méri-to da questão. “Dependo

Eduardo Moreira

ainda sem partido

O vereador Eduardo Moreira da Silva

está peregrinando em busca de algum partido que o aceite. Segundo o presidente da Executi-va do PCdoB-Duque de Caxias, Alcimar Targino, há mais de seis meses ele foi liberado da sigla por não se enquadrar nas normas e ideais do Par-tido e por falta de dis-ciplina. Esta semana o vereador tentou se iliar ao PT-Caxias mas não foi aceito e apelou para a Executiva Estadual, que está consultando a Exe-cutiva Caxiense.

Requerimentos de falência ocorridos na baixada luminense em setembro de 2011.

Comarca de Duque de Caxias08/09/2011 - Cartório da 4ª Vara Cível2220366-91.2011.8.19.0021 Habilitante: Glaci do Rocio da Luz da Silva e outrosHabilitado: Sitec S/A Ind. e Com.

20/09/2011 - Cartório da 4ª Vara Cível2222985-91.2011.8.19.0021 Habilitante: Maria Antonia da SilvaHabilitado: Lojas Real Rio de Utilidades Eletro Domesticos Ltda20/09/2011 - Cartório da 4ª Vara Cível2222823-96.2011.8.19.0021 Habilitante: Elaine Correa RodriguesRequerido: Massa Falida Stormy Ind. de Roupas Ltda e outros28/09/2011 - Cartório da 4ª Vara Cível2224620-10.2011.8.19.0021 Habilitante: Gerdau Açominas S/A ( E5p6c2)Habilitado: Teixeira e Filhos Representações Ltda28/09/2011 - Cartório da 4ª Vara Cível2224584-65.2011.8.19.0021 Habilitante: João José JalladHabilitado: Schiva Industria e Comercio de Roupas Ltda Me06/09/2011 - Cartório da 4ª Vara Cível2220093-15.2011.8.19.0021 Habilitante: Fabricio CampaniniHabilitado: Athos Farma Sa Distribuidora de Produtos Farmaceuticos e outros

06/09/2011 - Cartório da 4ª Vara Cível2220193-67.2011.8.19.0021 Habilitante: Carlos Cesar de Sant´annaHabilitado: Athos Farma S/A Distribuidora de Produtos Farmaceuticos e outros

06/09/2011 - Cartório da 4ª Vara Cível2220234-34.2011.8.19.0021 Habilitante: Izabela Aparecida Porto CostaHabilitado: Athos Farma Sudeste S/A e outros

06/09/2011 - Cartório da 4ª Vara Cível2220271-61.2011.8.19.0021 Habilitante: Geisa Souza PereiraHabilitado: Athos Farma S/A Distibuidora de Produtos Farmaceuticos e outros

Comarca de Nova Iguaçu27/09/2011 - Cartório da 6ª Vara Cível0145654-16.2011.8.19.0038 Requerente: Nelson Vicente FerreiraRequerido: Massa Falida de Sanno S.a.industria e Comercio

20/09/2011 - Cartório da 1ª Vara Cível0143988-77.2011.8.19.0038 Habilitante: Rogerio Mendonca da SilvaRequerido: Supermercados Alto da Posse Ltda20/09/2011 - Cartório da 1ª Vara Cível0144032-96.2011.8.19.0038 Habilitante: Fabio Caldas FernandesRequerido: Supermercados Alto da Posse Ltda20/09/2011 - Cartório da 1ª Vara Cível0144042-43.2011.8.19.0038 Habilitante: Gilson Esperanca da CostaRequerido: Supermercados Alto da Posse Ltda20/09/2011 - Cartório da 1ª Vara Cível0144066-71.2011.8.19.0038 Habilitante: Marcelo DanielRequerido: Supermercados Alto da Posse Ltda20/09/2011 - Cartório da 1ª Vara Cível0144083-10.2011.8.19.0038 Habilitante: Expedito Souza OliveiraRequerido: Supermercados Alto da Posse Ltda20/09/2011 - Cartório da 1ª Vara Cível0144093-54.2011.8.19.0038 Habilitante: Maria Aparecida Viana GomesRequerido: Supermercados Alto da Posse Ltda20/09/2011 - Cartório da 1ª Vara Cível0144110-90.2011.8.19.0038 Habilitante: Jose Joao FranciscoRequerido: Supermercados Alto da Posse Ltda20/09/2011 - Cartório da 1ª Vara Cível0144118-67.2011.8.19.0038 Habilitante: Jose Heleno de BarrosRequerido: Supermercados Alto da Posse Ltda20/09/2011 - Cartório da 1ª Vara Cível0144124-74.2011.8.19.0038 Habilitante: Manoel RibeiroRequerido: Supermercados Alto da Posse Ltda

agora da decisão sobre a intervenção para saber de minha situação no Partido, se estou iliado ou não. Esse é o primeiro ponto para que eu possa lá na frente, quem sabe, ser candidato à prefei-to”. Quanto à nominata de vereadores, Villar disse que não pode “garantir nada, porque o tempo hábil para montá-la é muito pequeno. É lamentável o que estamos passando agora, o PSDB como um grande partido, prejudicado por interesses pessoais em detrimento de interesses partidários. Eu responsabilizo o prefeito por isso, ele será candida-to à reeleição pelo PP, mas quer o tempo do PSDB na televisão”, concluiu.

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6 モ04 a 10 de Outubro de 2011MERCADO & NEGÓCIOS

Atualidade‘Rock in Rio’ mostra que cidade tem que se preparar para megaeventos

Uma festa com 700 mil pessoas e 170

atrações, numa maratona de 98 horas de música, o festival “Rock in Rio” deixa, segundo a Riotur, quase R$ 800 milhões em arrecadação nos co-fres da cidade e vários exemplos a seguir, além de lições a aprender. O sucesso, porém, não ser-viu para ofuscar a falta de planejamento da ci-dade do Rio de Janeiro para receber grandes eventos, na opinião de especialista em infraes-trutura urbana. Para eles, o Rock in Rio mostrou a necessidade de o muni-cípio se preparar melhor para ser palco de megae-ventos. De acordo com o diretor do Clube de En-genharia e conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Jaques Sherique, o projeto de circulação da cidade “precisava ser re-visto para que não per-turbe, como perturbou, toda a malha viária do

entorno. A Lagoa estava sem-pre engarrafada, assim como os acessos da Tijuca. Não teve planejamento para evitar isso”.

Sherique lamenta que re-presentantes dos governos do estado e do município não te-nham discutido, previamente, o assunto com especialistas. Para o engenheiro, que defen-de que os órgãos especializa-dos em tráfego podem con-tribuir para corrigir as falhas identiicadas durante o even-to, o Rock in Rio tem que ser-vir como lição para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpía-das de 2016. Para o professor de engenharia da Universida-de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fernando MacDo-well a falta de planejamento tem sido um problema recor-rente no Rio de Janeiro e um sinal amarelo na preparação da cidade para os jogos mun-diais de 2014 e 2016. Para ele, a melhor forma de corrigir os erros é com acompanhamento presencial das autoridades. “Você faz o planejamento, mas não acompanha. Acho que é um dos grandes erros. Os engenheiros e as pessoas que lidam com esse processo

deverem estar em campo, porque é a única maneira de se aprender e melhorar para a próxima oportuni-dade.”

MacDowell dirigiu o Departamento de Estra-das de Rodagem no Rio de Janeiro (DER-RJ), a partir de 1987. Durante a gestão, o especialista em engenharia de transporte lembra que foi responsá-vel pela organização do tráfego durante o último Grande Prêmio da Fórmu-la 1 no município do Rio, em 1989. “Fizemos todo um aparato de estaciona-mentos de automóveis. Ninguém podia ir para área, mas não tinha que andar quilômetros, porque as linhas de ônibus foram estudadas e estabelecidos intervalos curtos. Eu e vá-rios engenheiros izemos toda a movimentação da cidade nas ruas.” MacDo-well criticou problemas como a espera de mais de cinco horas a que o públi-co foi submetido para usar transporte exclusivo para o evento.

InternacionalONU: Bélgica apoia Brasil

para que ocupe cadeira permanente

O governo da Bél-gica conirmou

segunda-feira (3) que apoia o pleito do Brasil para ocupar um lugar permanen-te no Conselho de Segurança da Orga-nização das Nações Unidas (ONU) e de-fendeu a ampliação do órgão. O primei-ro-ministro belga, Yves Leterme, disse que o esforço brasi-leiro é legítimo e que a reforma do con-selho é necessária. Para o governo bra-sileiro, o Conselho de Segurança, que tem hoje 15 assentos - dos quais cinco são ixos e os demais são rotativos - deve ser ampliado para pelo menos 25 lugares. Segundo integrantes do governo, o órgão não relete o mundo atual, mas o perío-do em que foi cria-do após a 2ª Guerra Mundial.

Brasil envia navio com militares para missão de paz no Líbano

O Brasil enviará, na quinta-feira (6),

um contingente de 300 militares para a missão de paz das Nações Uni-das no Líbano, a Uniil. A fragata União, da Ma-rinha, partirá do Rio de Janeiro com marinhei-ros, mergulhadores e fu-zileiros navais, para uma missão de seis meses na costa libanesa. O Brasil participa da missão des-de fevereiro deste ano, quando o comando da Força-Tarefa Marítima da Uniil foi assumido pelo contra-almirante Luiz Henrique Caroli. Quatro oiciais e quatro praças brasileiros asses-soram o comandante na missão. Apesar disso, o Brasil ainda não tinha enviado nem navios nem grandes contingen-tes militares para a mis-são, que já conta com a participação de embar-cações e militares da Alemanha, da Grécia, da Indonésia, da Tur-quia e de Bangladesh.

A fragata União terá um helicóptero AH-11A Super Lynx, um destaca-mento de mergulhadores de combate, que poderá realizar operações espe-ciais, e um de fuzileiros navais, que será responsá-vel pela segurança do pró-prio navio. Além disso, a embarcação deverá servir como posto de comando para toda a força-tarefa. O navio brasileiro fará paradas em Recife, Las Palmas (nas Ilhas Caná-rias) e Nápoles (na Itália), antes de chegar a Beirute, no Líbano, no dia 14 de novembro. O retorno da embarcação para o Rio de Janeiro está previsto para junho de 2012.

De acordo com o con-tra-almirante, a Marinha tem condições de enviar um segundo navio, caso seja necessário substituir a fragata União, ao inal da missão de seis meses. “Nós já estamos pensando em começar a nos prepa-rar para um rodízio naque-la área.”

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7モ04 a 10 de Outubro de 2011MERCADO & NEGÓCIOS

País Frente parlamentar cobra votaçãode projetos de combate à corrupção

A Frente Parlamentar de Combate à Cor-

rupção pretende pressio-nar o Congresso Nacional para aprovar os projetos que propõem medidas para enfrentar a corrup-ção. Atualmente, há na Casa 160 propostas que tratam de temas como aumento do combate e tipiicação dos crimes de corrupção, restrições a ocupantes de cargos pú-blicos com informações privilegiadas e maior is-

calização na liberação de recursos públicos na con-tratação de obras e servi-ços.

De acordo com o presi-dente da frente, deputado Francisco Praciano (PT-AM), a prioridade é apro-var os projetos que criam varas estaduais exclusivas para crimes de corrupção e câmaras nos tribunais de Justiça, nos tribunais supe-riores e no Supremo Tribu-nal Federal para analisar processos de corrupção.

“Temos milhares de pro-cessos tramitando na Justi-ça e os que envolvem cor-rupção icam parados nessa ila”, disse Praciano.

A frente pretende con-versar com os líderes par-tidários para iniciar um movimento na Casa em favor da análise dos pro-jetos. Entre os projetos de combate à corrupção que tramitam na Casa, 23 estão prontos para votação em plenário. Alguns estão na ila de espera há dez anos,

como o de autoria do então deputado Cus-tódio Matos, que au-menta a pena para os crimes contra a admi-nistração pública. Na mesma situação está a proposta do então deputado Antônio do Valle, que estabelece que o prazo de prescri-ção da pena começa a partir do momento em que o fato se torna co-nhecido e não quando o crime foi cometido.

José Cruz / ABrBrasil pode rever Lei Geral da CopaO governo brasileiro

se dispôs a rever pontos da Lei Geral da Copa que divergem da proposta da Federação Internacional de Fute-bol (Fifa). O ministro do Esporte, Orlando Silva, disse nesta segunda-fei-ra (3) que o governo se propõe a “aperfeiçoar a redação para icar mais clara” sobre os aspectos ponderados pela Fifa. Ele disse que as suges-tões de mudanças serão enviadas ao Congresso, aos estados e municí-pios - que dispõem de legislação local sobre determinados temas.

A decisão foi toma-da durante reunião da presidenta Dilma Rous-seff com Orlando Silva, vários ministros e com o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, em Bruxelas. Os dirigen-tes da Fifa irão no dia 12 a Brasília para uma nova rodada de conver-

sas. Valcke disse ainda que entre os dias 18 e 20 deste mês a Fifa anunciará qual cidade vai sediar o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014. “Nosso governo e a Fifa estão no mesmo bar-co: [ambos] querem que o Mundial dê certo”, disse o ministro. “Faremos [o que for preciso] para manter um ambiente harmônico”, acrescentou ele. “Vamos aperfeiçoar a redação e dei-xá-la mais clara”, destacou Orlando Silva.

Para a federação, é fun-damental rever a concessão da meia-entrada para ido-sos e estudantes, a proi-bição à venda de bebidas alcoólicas nos estádios e a punição para os responsá-veis por pirataria. O gover-no insiste ser impossível negar a concessão de meia-entrada para idosos, pois o direito é assegurado pelo Estatuto do Idoso. Porém, ressaltou que outros aspec-tos questionados pela Fifa podem ser revistos.

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8 モ04 a 10 de Outubro de 2011MERCADO & NEGÓCIOS

Mudança de tributação estimula exportação de café processado

Os produtores de café ganharam um incen-

tivo para exportar grãos industrializados, que pas-saram pelo processo de tor-refação e têm maior valor agregado. Medida provi-sória (MP) publicada hoje (30) no Diário Oicial da União aumentou de 35% para 80% do valor da venda os tributos a serem devolvi-dos às empresas que expor-tam o grão processado. Em contrapartida, o crédito pre-sumido para a venda de café in natura ao exterior caiu de

35% para 10%.Segundo o subsecretário

de Tributação da Receita Federal, Sandro Serpa, a medida tem como objetivo incentivar a exportação de produtos com maior valor agregado, que passaram por alguma etapa de in-dustrialização. “Essa deci-são está dentro da política econômica de incentivar a venda de produtos mais elaborados ao exterior”. A medida só entra em vigor daqui a 90 dias e abrange somente dois tributos: Pro-

grama de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Segu-ridade Social (Coins). O modelo de tributação da cadeia produtiva do café também foi alterado.

Até agora, apenas o agricultor vendia o café com suspensão de PIS e Coins. A partir das etapas seguintes, atravessador ou indústria, a alíquota de 9,25% passava a ser cobra-da. Com a medida provisó-ria, os tributos só começa-rão a incidir na indústria,

quando o torrefador vende o café processado.

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