Edio Completa 49 Ano 10

Embed Size (px)

Citation preview

  • ISSN 0100-1485

    ENTREVISTA

    Idalina Vieira Aoki,pesquisadora doLaboratrio deEletroqumicae Corrosodo DEQ/USP

    Ano 10N 49Out/Dez 2013

    ENTREVISTA

    Ano 10N 49Out/Dez 2013

    Idalina Vieira Aoki,pesquisadora doLaboratrio deEletroqumicae Corrosodo DEQ/USP

    EM BUSCA DA PERFEIOINSPEO DE PINTURAINSPEO DE PINTURA

    EM BUSCA DA PERFEIO

    Capa49:Capa35 11/29/13 12:18 PM Page 1

  • Sumrio

    4Editorial

    O grito contido

    6Entrevista

    A nanotecnologia aplicada soluo anticorrosiva

    8ABRACO Informa

    ABRACO abre espao privilegiadopara o estudo da corroso

    14Inspeo de Pintura

    Em busca da perfeio

    34Opinio

    Seu fornecedor tambm seu parceiro?Erick Pedretti Nobre

    C & P Outubro/Dezembro 2013 3

    A revista Corroso & Proteo uma pu bli cao oficial daABRACO Asso ciao Bra sil eira de Corroso, fundada em17 de outu bro de 1968. ISSN 0100-1485

    Av. Venezuela, 27, Cj. 412Rio de Janeiro RJ CEP 20081-311Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892www.abraco.org.br

    Diretoria Executiva Binio 2013/2014PresidenteEng. Rosileia Mantovani Jotun Brasil

    Vice-presidenteDra. Denise Souza de Freitas INT

    DiretoresAcio Castelo Branco Teixeira qumica unioEng. Aldo Cordeiro DutraCesar Carlos de Souza WEG TINTASM.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta CENPESIsidoro Barbiero SMARTCOATEng. Pedro Paulo Barbosa LeiteDra. Simone Louise Delarue Cezar Brasil

    Conselho Cientfico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny LACTECM.Sc. Hlio Alves de Souza JniorDra. Idalina Vieira Aoki USPDra. Ida Nadja S. Montenegro NUTECEng. Joo Hipolito de Lima Oliver PETROBRS/TRANSPETRODr. Jos Antonio da C. P. Gomes COPPEDr. Lus Frederico P. Dick UFRGSM.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida IPTDra. Olga Baptista Ferraz INTDr. Pedro de Lima Neto UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira Univ. Grenoble FranaDra. Simone Louise D. C. Brasil UFRJ/EQ

    Conselho EditorialEng. Aldo Cordeiro Dutra INMETRODra. Clia A. L. dos Santos IPTDra. Denise Souza de Freitas INTDr. Ladimir Jos de Carvalho UFRJEng. Laerce de Paula Nunes IECDra. Simone Louise D. C. Brasil UFRJ/EQSimone Maciel ABRACODra. Zehbour Panossian IPT

    Reviso TcnicaDra. Zehbour Panossian (Superviso geral) IPTDra. Clia A. L. dos Santos (Coordenadora) IPTM.Sc. Anna Ramus Moreira IPTM.Sc. Srgio Eduardo Abud Filho IPTM.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. IPT

    Redao e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaava, 93So Paulo SP 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

    DiretoresJoo Conte Denise B. Ribeiro Conte

    EditorAlberto Sarmento Paz Vogal [email protected]

    ReprterCarlos Sbarai

    Projeto Grfico/EdioIntacta Design [email protected]

    GrficaAr Fernandez

    Esta edio ser distribuda em dezembro de 2013.

    As opinies dos artigos assinados no refletem a posio darevista. Fica proibida sob a pena da lei a reproduo total ouparcial das ma trias e imagens publicadas sem a prvia auto -ri zao da editora responsvel.

    Artigos Tcnicos

    22Procedimentos para ensaios

    de proteo catdica em campode prticas

    Por Eduardo G. B. Leitee Simone Louise D. C. Brasil

    28Influncia da solubilizao na

    resistncia corroso de revestimentotipo clad de ao inoxidvel

    AISI 904LPor Bruno Alberto R. S. Barbosa,

    Fernando B. Mainier, Juan M. Pardal eSrgio S. Maior Tavares

    Sumrio48:Sumrio/Expedient36 11/29/13 5:08 PM Page 1

  • ano de 2013 ficar marcado pelas manifestaes sociais de reivindicao. O comeo foitmido, focado contra o aumento do transporte coletivo e, da, como todos acompanharam, passoua questionar a qualidade e a quantidade de investimentos para setores cruciais para o desenvolvi-

    mento de uma nao: educao, sade, habitao e transporte pblico, alm de cobrar mais transparnciana administrao pblica em todas as suas instncias e gritar contra a corrupo e a impunidade.

    bem provvel que tenha ocorrido uma onda de inconformismo aps anos de certa letargia dasociedade, eventualmente rompida por movimentos sindicais, mas que tambm vinham perdendo capaci-dade de mobilizao. A conexo mais adequada que se faz com as aspiraes das Diretas J, cerca de trsdcadas atrs. De qualquer forma, com passar dos anos, caber aos estudiosos explicar o ocorrido e seuimpacto na sociedade.

    Agora, pode-se perguntar: como no apoiar anseios to justos de uma sociedade que exercita deveres edireitos democrticos, fazendo prevalecer a sua vontade e conscientizando toda a classe poltica da fora dovoto nas eleies? Somos todos clientes dos governos e, assim, como nos protege o Cdigo dos Direitos

    do Consumidor, tambm temos que exigir reciprocidade de quemnos representa em seus cargos polticos.

    As ofertas de emprego so compatveis com as taxas de cres -cimen to do pas, porm temos que avaliar os nmeros do ponto devista da falta de competividade da indstria nacional. Em pre ga -mos mais trabalhadores do que nos pases mais desenvolvidos paraexecutar a mesma operao. Da, a justificativa dos baixos ndicesde desemprego.

    A falta de infraestrutura adequada, que se arrasta por anos, aconcentrao dos transportes de carga por via rodoviria, que dificultam o escoamento da safra agrco-la, alm das condies pssimas das estradas, so entraves que fazem com que o Brasil onere os seus cus-tos e perca competividade em relao aos outros pases. O governo atual ensaia alguns passos de me -lhoria com a concesso de rodovias e aeroportos, por exemplo. Todavia, o sentimento de que tudo muito lento e muito oneroso para a sociedade, que v a riqueza do pas ser dilapidada por erros histri-cos replicados nas polticas pblicas.

    So grandes as chances de uma evoluo mais consistente. Por exemplo, novas tecnologias sero trazi-das pelas empresas privadas que iro operar os aeroportos. O aeroporto do Galeo, no Rio de Janeiro, seradministrado pelo Consrcio Aeroportos do Futuro, formado por Odebrecht e TransPort, com 60 % departicipao, e a operadora do grupo Changi Airport, do aeroporto de Cingapura Changi, com 40 %. Oaeroporto asitico foi eleito em 2012 pela 20 vez como o melhor do mundo, de acordo com a revistaBusiness Traveller. Que a agncia reguladora cobre do operador privado um servio com a qualidade equi -valente, tudo o que se deseja.

    Novos tempos Para 2014, ano de muita movimentao, com a realizao da Copa do Mundo e eleiespara os governos federal e estadual, espera-se uma economia mais ativa e saudvel do que a de 2013.

    Fica a torcida pela seleo e principalmente para que o Brasil seja a cada dia uma nao mais justa e queuse os recursos pblicos de maneira sbia, objetivando atender toda a comunidade. Ainda muito frus-trante saber que apenas um tero da populao tem acesso ao sistema de saneamento bsico. Vamos embusca de vitrias, no campo e na vida.

    Boa leitura!

    Os editores

    O grito contido

    Carta ao leitor

    Como no apoiar anseios to justos de uma

    sociedade que exercita deveres e direitos

    democrticos, conscientizando, toda

    a classe poltica da fora do voto?

    4 C & P Outubro/Dezembro 2013

    Editorial48:Editorial36 11/29/13 5:06 PM Page 1

  • Eventos envolvidos 34 Congresso Brasileiro de Corroso 5th International Corrosion Meeting X Congreso Iberoamericano de Corrosin y Proteccin 19 Concurso de Fotografia de Corroso e Degradao

    de Materiais 34 Exposio de Tecnologias para Preveno e

    Controle da Corroso

    O maior evento internacional decorroso realizado no Brasil

    19 a 23 de maio de 2014Fortaleza CE

    www.abraco.org.br/intercorr2014

    Inscriesat 1/3/2014 tero20 %de desconto

    Anuncio Intercorr 2014:Anuncio Intercorr 11/29/13 3:46 PM Page 1

  • A nanotecnologia aplicada soluo anticorrosiva

    Idalina Aoki est frente do Laboratrio de Eletroqumica e Corroso da USP. De l saem

    pesquisas importantes que devem nortear o futuro da proteo corroso

    Entrevista

    acharel em Qumica comAtribuies Tecnolgicasem 1977, pelo Instituto

    de Qumica da Universidade deSo Paulo (USP), Idalina VieiraAoki desenvolveu uma consis -ten te carreira como pesquisado-ra. Ainda nos anos de 1980, tor -nou-se mestre e doutora em En -genharia (1982 e 1987, respecti-vamente) pela Escola Politcnicada USP, e desde 1984 docentedo Departamento de EngenhariaQumica (DEQ) da USP, ondeleciona na graduao (na disci-plina de Corroso e Seleo deMateriais) e na ps-graduao(Cor roso e Processos de Prote -o em Materiais Metlicos).

    Responsvel pelo Laboratriode Eletroqumica e Corroso doDEQ, desde 1990, Idalina tempesquisado os seguintes temas:corroso atmosfrica, inibidoresde corroso e tratamento de su -perfcies metlicas tais como aocarbono e alumnio com polissi-lanos e revestimentos hbridos.Atu almente o foco da sua pes qui -sa est no desenvolvimento demicrocpsulas contendo agen tesde autorreparao ou inibidorespara serem aditivados em tintas etambm o desenvol vimento denanorreservat rios contendo ini -bidores de corroso obtidos pelomtodo layer-by-layer, sobre na -no partculas de slica mesoporosae mineral haloisita.

    Cotting, qumico da Escola Poli -tcnica da USP, que meu orien-tado de doutorado e foi meu orien-tado no mestrado, desenvolveuuma microcpsula de paredes depolmero poliestireno com um ini -bi dor de corroso em seu interior.Quando misturadas tinta quereveste a parte externa dos tubos ereservatrios, as pequenas cpsulasficam a postos aguardando qual-quer efeito mecnico que provoquedano na tinta e sua consequenteruptura. Quando isso acontece, ascpsulas liberam a substncia ini -bidora que retarda o processo decor roso na regio danificada datinta. Os testes feitos em laboratrioso promissores. A equipe fez a ava -liao em um conjunto de seis pla-cas, trs com a tinta aditivada e trssem. Durante cinco dias, as placasforam expostas a uma "supermare-sia", uma nvoa de composio sa -lina com concentrao de sal maiordo que a gua do mar, em contatodireto com as placas. Aps o perodo,a placa sem a tinta aditivada apre-sentou produtos de corroso na reado defeito previamente provocadono corpo de prova e corroso sob acamada de tinta aps seu destaca-mento ao passo que as placas com atinta aditivada apresentaram poucoou nenhum produto de corroso.

    Quando iniciou-se esse projeto?Idalina Quando fui procuradapela Petrobras em 2010, comea -

    Como foi feita essa pesquisa deencapsulamento dos inibidoresde corroso para tintas?Idalina Vieira Aoki Durantemuito tempo trabalhei com o usode inibidores de corroso da formaclssica. Sempre estou atenta a tu -do que acontece nesse segmento, in -clusive com acesso a todas as publi-caes, e percebi que a palavra self-healing (autorrepao) estava emevidncia. Tanto em relao ao pr-tratamento como pintura falava-se nesse efeito de autorreparao e, claro, que existem vrias formas dese ob ter esse efeito. Atualmente osini bi dores costumam ser mistura-dos di retamente com as resinas, po -rm eles sofrem reaes qumicasque im pedem sua atuao e pre -judi cam o desempenho das tintas.As microcpsulas permitem que ore vestimento das estruturas metli-cas adquira caractersticas de au -tor reparao. O inibidor utilizado uma mistura de crio (-III) e umsilanol, substncia derivada do sil-cio. Uma das principais aplicaesda tinta aditivada com as micro -cpsulas contendo o inibidor naproteo de dutos e tanques de ar -mazenamento de petrleo, o quelevou o estudo a receber o PrmioPetrobrs de Tecnologia deste ano(veja mais informaes no box).

    Como o pesquisador desen-volveu esse inibidor?Idalina O pesquisador Fernando

    6 C & P Outubro/Dezembro 2013

    Idalina V. Aoki

    Por Carlos Sbarai

    Entrevista49:Entrevista36 11/29/13 12:20 PM Page 1

  • mos a falar sobre essa questo doself-healing, que apesar de saberque existem vrias formas de au -torreparao, precisvamos buscaruma mais poderosa, que era en -capsular inibidores de corroso ouformadores de filme e colocar essascpsulas dentro da tinta para queessa propriedade de self-healing semanifestasse. Isso pode acontecercom um aquecimento, mudanade pH, a incidncia de radiaoUV, onde temos que ter algumestmulo de dano externo. Ou seja,alguma coisa que quebre essas cp-sulas ou mecanicamente ou por in -cidncia de irradiao ou mes mopela ao da temperatura. Quan -do se encapsula um formador defilme, sendo essa cpsula rompidapor algum estmulo externo ser li -berado um formador de filme.Com isso, quando o defeito ficarexposto ao ar, vai provocar o seufechamento.

    Qual o foco dessa tecnologia?Idalina O grande foco desse tra-balho trazer essa realidade para aindstria de pintura para fins in -dustriais, onde se quer que essa pro-teo atue por muito tempo. sa -bido que quando feita a pinturade uma tubulao, de um tan que,em algum momento ter que pas-sar por manuteno e com essa tec-nologia podemos re duzir significa-tivamente a frequncia de ma nu -teno. Isso gera uma grande eco -nomia para o se tor, alm de ain daampliar o tem po de ins pe o dessestanques. Ao contrrio de se fazer amanu teno a cada seis meses, porexem plo, podemos fazer a cadaano. Isso trar muitos benefcioseconmicos. Vale ressaltar que es satecnologia uma tendncia mun -dial. Recentemente apresentamoses se trabalho em um con gresso daFederao Europeia de Corro so,na Turquia, e todos fi car am muitoimpressionados com os nossos resul-tados, inclusive por que apresenta-mos os resultados de ensaios prti-

    cos, alm daqueles de ordem maiscientfica. Isso significa ainda queestamos cami nhando par a par comos maiores laboratrios do mundo.

    Quais so os prximos passosdaqui para frente?Idalina A Petrobras j contratouum segundo projeto, dando con-tinuidade a esse primeiro, objeti-vando a realizao de ensaios decampo. Como ficou tudo compro -

    C & P Outubro/Dezembro 2013 7

    va do que funciona, a ideia agora pintar alguns corpos de prova etambm tanques da prpria Pe -tro bras para saber qual ser o tem -po de manuteno, o que mos tra are al inteno da empresa em que -rer aplicar a nova tec no logia napr tica. Isso significa ainda quedentro de um ano tere mos resul-tados inte ressantes para o merca-do e in teressados em ma nutenoindustrial.

    A nanotecnologia veio para ficar e a prova disso que empresasde grande porte, como a Petrobras, vem investindo nessa nova reali-dade. Na Universidade de So Paulo USP, o qumico FernandoCotting criou um revestimento inteligente feito com microcpsulascapazes de inibir a corroso de metais quando colocadas em tintas.Uma troca de ideias com a professora Idalina Vieira Aoki me levoua trabalhar nesse sistema de revestimentos autorreparadores e da emdiante fomos desbravando o assunto e hoje somos o nico grupo aquino Brasil que trabalha exaustivamente com esse tema.

    Sua pesquisa chamou tanta ateno que ganhou o PrmioPetrobras de Tecnologia. Depois de buscar informaes em muitosartigos foi que descobrimos no setor farmacutico informaes arespeito do encapsulamento de substncias ou frmacos, o que noslevou a puxar para o segmento de corroso. O composto dessasmicrocpsulas de poliestireno tem sal de crio (elemento terra rara) esilanol, substncia derivada do silcio. A unio desses componentesdentro de microcpsulas permite que o revestimento das estruturasmetlicas adquira caractersticas de autorreparao. Uma das princi-pais aplicaes na proteo de dutos e tanques de armazenamentode petrleo, explica Cotting.

    Essas microcpsulas podem ser adicionadas tinta durante suafabricao ou serem misturadas antes da pintura. Quando a super-fcie metlica sofre algum tipo de impacto, as microcpsulas se rom -pem e a substncia inibidora exerce sua ao. Atualmente, existemos inibidores de corroso, mas, na maioria das vezes, no so com -pa tveis com as tintas, o que prejudica seu desempenho e pode atestragar sua formulao. Percebi a necessidade de aumentar a vidatil dessas tintas, que por conta de falhas durante a sua aplicao ouat mesmo por conta de algum dano mecnico, como o impacto,le vava ao incio do processo de corroso sobre o metal pintado,afirma Cotting.

    J no doutorado, o pesquisador tem planos para aplicar a tec-nologia de encapsulamento de substncias formadoras de filme asquais poderiam ser utilizadas tambm na indstria automotiva. "Emvez de encapsular inibidores de corroso, vamos tentar fazer isso coma prpria resina da tinta", explica. O resultado traria a "regenerao"da tinta em carros ou em outras estruturas. "Se o veculo sofrer umrisco, as microcpsulas seriam rompidas e se encarregariam depreencher o espao danificado ou arranhado da tinta", diz Cotting.

    INSPIRAO NA APLICAO FARMACUTICA

    Entrevista49:Entrevista36 11/29/13 12:20 PM Page 2

  • ABRACO Informa

    8 C & P Outubro/Dezembro 2013

    Inaugurado em outubro na sede da Associao Brasileira de Corroso ABRACO, o EspaoProfessor Vicente Gentil j nasceu com vocao de ser grande. Mal abriu suas portas para abrigara biblioteca da entidade e j recebeu todo o acervo do Professor Vicente Gentil, ilustre expoente dapreveno e combate corroso no Brasil.

    Durante a cerimnia da inagurao, a presidente da entidade, Rosileia Mantovani, destacou oquanto a associao vem contribuindo para o crescimento do mercado de corroso no Brasil. uma imensa alegria realizar esse evento, justamente no momento em que a ABRACO acaba decompletar 45 anos de existncia, comemora a gestora. Ao ressaltar a efetiva participao deinmeros profissionais na criao e desenvolvimento da ABRACO, ela fez questo de citar oProfessor Vicente Gentil, Aldo Cordeiro Dutra, Laerce de Paula, Gutemberg de Souza Pimenta elamentou no ter tempo para enumerar todos os outros colaboradores, instrutores e associados quecerraram fileiras para alcanar o nvel de excelncia no atendimento ao mercado. A entidade frutode um intenso trabalho em equipe, realizado por uma sucesso de diretorias que sempre se dis-puseram a investir e incentivar seu desenvolvimento, comentou.

    Apesar de toda a evoluo, Rosileia acredita que ainda h muito o que fazer. Alis, quero aproveitaresta oportunidade para informar aos presentes que estamos criando um grupo de trabalho com focoexclusivo no atendimento aos associados a fim de intensificar a participao de todos. Queremos criarum programa diferenciado para rever benefcios e melhor atend-los, revela a presi dente.

    Outro momento marcante foi, sem dvida, a apresentao de Aldo Cordeiro Dutra que brindoua todos com a histria da ABRACO desde seu nascimento at os dias de hoje. lembro-me queo brilhante professor Vicente Gentil tinha acabado de ministrar um curso, e eu, impelido pelaimportncia do tema corroso, pedi a palavra para dizer que estava na hora de termos uma associ-ao para o estudo da preveno e do combate corroso aqui no Brasil. Minha sugesto foi aprova-da unanimemente, mediante votao, por mais de 600 participantes. Ali nascia a ABRACO,relembra Dutra.

    Logo aps essa palestra, o engenheiro Laerce de Paula Nunes, relembrou, saudoso, como o pro-fessor Gentil influenciou sobremaneira sua atuao na corroso e iluminou o rumo que ele acaboutrilhando em sua vida profissional. Estava impressionado com o tema corroso quando a Petrobrasapareceu, um dia, oferecendo um curso de corroso que, naquela poca, j era ministrado pelo pro-fessor Gentil. Fiz o curso e conheci mais de perto o mestre. A alegria e a determinao com que elenos recebia me deram a certeza de que era aquilo mesmo que deveria fazer, recorda Nunes.

    Um momento de muita emoo foi a homenagem prestada esposa do professor Vicente Gen -til, Vilma Gentil. Ela lembrou o carinho que o professor nutria pela ABRACO. No tenho dvi-da de que meu marido gostaria de colocar seus livros disposio da ABRACO. Sei que havia vrios

    ABRACO abre espao privilegiado para o estudo da corroso

    Aldo Maestrelli e Aldo Cordeiro Dutra inauguram oficialmente o Espao Professor Vicente Gentil

    AbracoInforma49:AbracoInforma36 11/29/13 12:23 PM Page 1

  • C & P Outubro/Dezembro 2013 9

    pretendentes para ficar com sua biblioteca, mas, sabendo que esta entidade morava em seu corao,no poderia deixar de respeitar sua vontade, explica Vilma Gentil.

    O evento contou com a participao do organizador do primeiro curso de corroso, Aldo Maestrelli.Eu me sinto aqui como um pai que abandona um filho em tenra idade e retorna 45 anos depois paraencontr-lo adulto, forte e vigoroso. Digo isso, com muito orgulho, porque eu tambm participei doincio da ABRACO. Naquela poca, fui motivado a criar um curso de corroso quando percebi que omercado encontrava-se carente desse conhecimento, observa Maestrelli.

    Outro ponto relevante foram os comentrios unnimes referentes atuao de Gutemberg deSouza Pimenta frente da presidncia da ABRACO. Gutemberg contribuiu significativamentepara a soluo do grave problema financeiro da associao, abrindo caminho para o futuro promis-sor que vivencia hoje, com plena estabilidade econmica e lastro para seguir em busca de novosdesafios. Sua participao na organizao dos congressos da associao tambm foi enaltecido pelosdepoentes com nfase no reconhecimento da sua dedicao e abnegao em prol da ABRACO.Companheiros e amigos aguardam ansiosos seu retorno s atividades da associao.

    Os 45 anos de atividades da ABRACO foram enfatizados no evento

    Rosileia Mantovani, presidente da ABRACO, dirigiu os trabalhos de apresentao da cerimnia

    AbracoInforma49:AbracoInforma36 11/29/13 12:23 PM Page 2

  • 10 C & P Outubro/Dezembro 2013

    Uma justa homenagem tambm foi prestada ao Sr. Walter. cone da ABRACO, Walter Marquesda Silva, secretrio executivo da associao por mais de 30 anos, dedicou-se, de corpo e alma, a esta -belecer as diretrizes da entidade. Sua atuao foi marcada por sua abnegao no cumprimento do deverprofissional. Em reconhecimento sua contribuio, a Sala de Reunies da associao leva seu nomecomo lembrana perene de seu legado como guardio dos interesses da entidade.

    A histria da ABRACO estaria incompleta sem as palavras de Adalgiza Barcellos, funcionria daABRACO h 28 anos. Cheguei aqui quando a associao contava com apenas trs pessoas: o pro-fessor Walter Arno Mannheimer, a Marisa Gaspar e um office-boy. Na verdade, seria apenas para daruma fora ao 12 Senacor Semionrio Nacional de Corroso, que foi realizado em Salvador. Edesde ento, no me distanciei mais da ABRACO. E se depender de mim, ficarei por muito maistempo porque tenho um carinho muito grande pela associao, enfatiza Adalgiza.

    A biblioteca da ABRACO, segundo sua responsvel Yla Bonder, especializada em corroso, pro-teo anticorrosiva e assuntos afins. Seu objetivo auxiliar a comunidade tcnica, servindo de fonte de

    Vilma Gentil oficializa a doao do acervo do Professor Vicente Gentil

    Parte da equipe dos funcionrios da ABRACO

    AbracoInforma49:AbracoInforma36 11/29/13 12:23 PM Page 3

  • C & P Outubro/Dezembro 2013 11

    pesquisa, recuperao e disseminao da informao. Seu acervo composto por livros, peridicos, nor-mas, trabalhos tcnicos, anais de eventos e fotografias de corroso. Os servios prestados pela bibliote-ca incluem pesquisa bibliogrfica, repasse detrabalhos tcnicos / publicaes e consultalocal e virtual.

    Biblioteca fortalecidaCom a incorporao do acervo pessoal do

    Professor Vicente Gentil biblioteca daABRACO, ela passa a figurar entre as maiscompletas da Amrica Latina. Composta porlivros, principalmente das reas de Qumica,Corroso e assuntos correlatos, a bibliotecacontm colees de peridicos, apostilas decursos, anais de congressos, folhetos tcnicos,teses de mestrado e dissertaes de doutora-do. A coleo de slides e fotografias tcnicasultrapassa 3.000 exemplares, sendo riqussi-ma fonte de pesquisa.

    Sobre o contedo do acervo pessoal doProfessor Gentil, Yla Bonder explica: Trata-se de documentos, fotografias, recortes dejornais, diplomas, certificados, manuscritos,anotaes de aulas, programas de cursos, per-meando toda sua trajetria profissional,desde os tempos de estudante da EscolaNacional de Qumica, da Universidade doBrasil, relata Yla.

    Em funo da qualificao do acervo, estefoi apresentado ao Ministrio da Cincia,Tecnologia e Inovao, atravs do MAST Museu de Astronomia e Cincias Afins, que

    Diretores, funcionrios, colaboradores e convidados da ABRACO

    Parte do acervo da biblioteca da ABRACO

    AbracoInforma49:AbracoInforma36 11/29/13 12:23 PM Page 4

  • 12 C & P Outubro/Dezembro 2013

    mantm, em sua estrutura, a Coordenao de Documentao e Arquivo, responsvel pelo desenvolvi-mento de pesquisas no campo da arquivologia e da conservao preventiva de documentos referentes cincia e tecnologia.

    E, aps rigorosa avaliao, o MAST props um acordo de cooperao com a ABRACO. Oobjetivo desse acordo ser organizar a documentao pessoal de Vicente Gentil; divulgar o trabalhodo professor nas pesquisas de corroso; disseminar o estudo sobre a corroso no Brasil; e, finalmente,produzir uma biografia bsica sobre Vicente Gentil, comenta Yla.

    Prestao de contasRosileia Mantovani aproveitou o evento para relatar aos convidados as aes que a ABRACO

    executou ao longo deste ano, como, por exemplo, a compra de mais duas salas (agora so 16) e opatrocnio do livro sobre os 80 anos da Escola de Qumica da Universidade Federal do Rio de Janeiro(Fundo). Estamos revisando o estatuto.

    A ideia ampliar a abrangncia da entidade para atender melhor a comunidade. Foi realizada a audi-toria contbil e financeira da associao e recentemente oficializamos um acordo de parceria com aNACE International The Corrosion Society, objetivando o intercmbio de informaes. Outro pontorelevante refere-se ao fato de estarmos tornando mais seguro e confivel nosso sistema de informtica.Com isso, conseguimos deixar o setor de certificao totalmente independente, garantindo assim a con-fiabilidade do sistema de certificao, declara Rosileia.

    Alm disso, Rosileia comentou que a entidade continua trabalhando firme na rea de cursos eest em desenvolvimento o projeto Construindo o Futuro, a primeira iniciativa de responsabili-dade social da entidade.

    Finalmente, quero destacar, na rea de certificao, o processo de acreditao junto aoINMETRO. Estamos nos preparando para a certificao de pintor jatista, hidrojatista e proteocatdica, comenta Rosileia.

    Durante 17 anos, Mariza Gaspar Eiras de Figueiredo traba -lhou na ABRACO. Foi uma honra ter me dedicado por esse pe -rodo associao. Quero parabenizar as diretorias, colaboradorese todos aqueles que direta ou indiretamente, com esforo e dedi-cao, fizeram a ABRACO ser hoje uma instituio reconhecidamundialmente, comentou Mariza que, por outros compromis-sos, no pode participar da solenidade dos 45 anos da instituio.

    Em mensagem diretoria, Mariza reforou: Peo a Deus queos ajudem a levar o animus narrandi s futuras geraes que aestiverem, a fim de que a ABRACO possa completar 100 anos deexistncia e, qui, muito mais, fazendo histria e trabalhando fiel

    e firmemente com grande magnitude, para que seus objetivos e suas metas continuem sendo atingi-dos plenamente. Minha eterna gratido por tudo que a aprendi.

    Ex-colaboradora da ABRACO valoriza a histria da associao

    Adalgiza Barcellos Laerce de Paula Nunes Aldo Cordeiro Dutra

    AbracoInforma49:AbracoInforma36 11/29/13 12:23 PM Page 5

  • ASSOCIAO BRASILEIRA DE CORROSO

    MISSODifundir e desenvolver o conhecimento da corroso e da proteo anticorrosiva, congregando empresas, entidadese especialistas e contribuindo para que a sociedade possa garantir a integridade de ativos, proteger as pessoas e o meioambiente dos efeitos da corroso.

    ATIVIDADESCursosMinistra cursos em sua prpria sede, que conta com modernas instalaes. Tambm so realizados cursos em parceriacom importantes instituies nacionais de reas afins e cursos in company, sempre com instrutores altamente qualificados.

    EventosOrganiza periodicamente diversos eventos como: congressos, seminrios, palestras, workshops e fruns, com o objetivo depromover o intercmbio de conhecimento e informao, alm de compartilhar os principais avanos tecnolgicos do setor.

    Qualificao e CertificaoMantm um programa de qualificao e certificao de profissionais da rea de corroso e tcnicas anticorrosivas, por meiodo seu Conselho de Certificao e do Bureau de Certificao.

    BibliotecaPossui uma Biblioteca especializada nos temas corroso, proteo anticorrosiva e assuntos correlatos. O acervo compostopor livros, peridicos, normas tcnicas, trabalhos tcnicos, anais de eventos e fotografias da ao corrosiva.

    CB-43Coordena o CB-43 Comit Brasileiro de Corroso, que abrange a corroso de metais e suas ligas no que concerne terminologia, requisitos, avaliao, classificao, mtodos de ensaio e generalidade. O trabalho desenvolvido desde 2000,aps aprovao da ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas.

    ComunicaoUtiliza canais de comunicao para informar ao mercado e comunidade tcnico-empresarial todas as novidades da rea,conquistas da Associao, dos filiados e de parceiros, por meio de boletins eletrnicos, site, redes sociais e revista.

    Associe-se ABRACO e aproveite seus benefcios: Descontos em cursos e eventos tcnicos; Descontos significativos nas aquisies de publicaes na rea de corroso e proteo anticorrosiva; Descontos em anncios na Revista Corroso & Proteo; Recebimento de exemplares da Revista Corroso & Proteo; Pesquisas bibliogrficas gratuitas na Biblioteca da ABRACO; Insero do perfil da empresa no site institucional da ABRACO.E muito mais!

    Participe do desenvolvimento da rea!

    Mais informaes:[email protected]

    Sede Rio de JaneiroTel: (21) 2516-1962

    Filial So PauloTel: (11) 3719-5726Fax: (11) 3767-4036

    InstitucionalABRACO49:AnuncioABRACO 11/29/13 12:16 PM Page 1

  • FW

    Ti

    MateriaCapa49:MateriaCapa37 11/29/13 3:51 PM Page 1

  • Inspeo de Pintura

    s processos corrosivos esto presentes em todos os locais e atodo instante da nossa vida. Assim, a deteriorao de au -tomveis, eletrodomsticos, estruturas metlicas e instalaes

    industriais, so problemas com o qual nos deparamos a todo instante.A pintura industrial constitui-se no mtodo de proteo anticorrosivade maior utilizao na vida moderna. Pela sua simplicidade, a pinturatem sido o revestimento mais utilizado pelo homem para proteger assuas construes e tambm os materiais metlicos. Sua importnciapara o setor anticorrosivo levou a Revista Corroso & Proteo a tra -ar um amplo panorama sobre o tema, consultando especialistas reno-mados que comentam praticamente sobre todos os pontos que en -volvem a questo. Acompanhe.

    O gerente de treinamento tcnico da Sherwin Williams do Brasil unidade Sumar e professor do curso de inspetor de pintura nvel 1 daAssociao Brasileira de Corroso ABRACO, Celso Gnecco, explicaque a pintura industrial est sustentada por trs pilares: a tinta, o pre -paro da superfcie e o mtodo de aplicao. Como digo nos cursos,trata-se de um trip, pois nenhum item mais importante do que ooutro. Sem excelncia nas trs fases no se alcana o resultado desejado.

    Gnecco comenta que, embora a tecnologia de tintas tenha evolu-do muito nos ltimos anos, quando a pintura de muita responsabi -lidade o preparo de superfcie tem que ser o mais rigoroso possvelpara que o sistema de pintura tenha o mximo desempenho. A qua -lidade da pintura depende fundamentalmente do preparo da superf-cie. H necessidade de remoo de todos os contaminantes que pode-riam prejudicar o perfeito contato das tintas com o substrato e, aomesmo temp, criar rugosidade adequada para a aderncia das tintas emelhor desempenho dos sistemas de pintura. Esta a funo dopreparo de superfcie, argumenta.

    Para o engenheiro qumico Segehal Matsumoto, especialista empintura industrial e martima e tambm professor da ABRACO, importante considerar o layout anticorrosivo, isto , o levantamentoda presena de frestas, regies de difcil acesso, presena de metais dis-similares, entre outros que dificultam a aplicao de uma boa barreirade pintura anticorrosiva. Tambm fundamental o tratamento dosmateriais antes da preparao da superfcie. preciso quebrar as quinas,que no mercado martimo conhecido como adoamento. H aindaque se remover respingos de solda e preencher porosidades. Ou seja, apreparao da superfcie que vai receber a pintura deve atender a normaISO 8501 partes 1 e 3. Esta norma relata que o desempenho de umapintura anticorrosiva sobre o ao substancialmente afetado pelo esta-do da superfcie imediatamente antes da aplicao da tinta.

    Sobre a questo da preparao da tinta, Celso Gnecco acha ne -cessrio que o assistente tcnico do fabricante da tinta a ser utilizada,antes de iniciar os trabalhos de pintura, promova um treinamento decomo preparar as tintas mono ou bicomponente e mostre na prtica

    Especialistas traam um panorama sobre o setor de pintura, seus avanos tecnolgicos

    e a importncia da inspeo nesse processo

    Em busca da perfeio

    C & P Outubro/Dezembro 2013 15

    como seguir as instrues das fi -chas tcnicas de cada tinta a serusada. Assim, avalia Gnecco, ospintores ou os encarregados depreparao das tintas passam ater mais cincia da importnciade preparar a tinta corretamente.A ficha tcnica como se fosse abula de um remdio. L h asindicaes e contra indicaes decomo preparar a tinta, e dadosde como fazer o melhor uso doproduto para alcanar a mximaqualidade na pintura. Se a tintafor preparada de forma errada,de nada adianta todos os outroscuidados com preparao de su -perfcie ou tcnicas de aplica o.Haver necessidade de remov-la ou derrubar a tinta, comodi zem os pintores, e reiniciarto do o trabalho, gerando cus tose atra sos na obra.

    Matsumoto explica que nor-malmente as tintas utilizadas napintura anticorrosiva so de doiscomponentes como epxi e poli-uretano. Estas tintas tm rela ode mistura. Ento, no sim ples -mente misturar, mas sim atendera proporo correta e ho moge -neizar os componentes cuidado -samente. Quando se faz o inven-trio de um paiol de tin ta, conta-mos a quantidade de com ponen -te A de uma determinada tintaepxi. E quando contamos ocom ponente B co mum encon-trar quantidade me nor. Deveriater a mesma quantidade de com-ponente A e B. Isso ocorreporque quando pre para mos tintade dois componentes, no seatenta para a proporo de mis-tura. E a quantidade diferente decomponentes A e B no paiol Fo

    to: W

    eg T

    inta

    s

    MateriaCapa49:MateriaCapa37 11/29/13 3:51 PM Page 2

  • sumoto acredita que embora mais onerosa, uma especificao de pin-tura anticorrosiva deveria ter no mnimo duas demos. Especificaode pintura com demo nica de alta espessura, exige que a aplicaoseja perfeita, sem falhas ou seja, zero defeito. Um dos mtodos paraaplicao da tinta por pulverizao sem ar, tambm conhecido comopintura com pistola sem ar ou airless spray. Este mtodo de aplicaotem grande produtividade e, portanto, indicado para grandes reasco mo em navios e tanques de es tocagem por exemplo. A boa tcnicada pintura anticorrosiva exi ge a aplicao de demo de re for o oustripe coat (aplicado a trincha em reas crticas como cor des de solda,quinas e cantos pa ra reforar a espessura da tinta). Acrescenta que paraa pintura interna de tanque ou regi es imersas indicada a aplica ode dois stripe coats.

    Outro mtodo de aplicao utilizado com pulverizao com arou pistola convencional, destina-se a pequenas reas e tambm quan-do se deseja qualidade esttica na pintura de acabamento. Pintura comrolo e trincha tem seu espao em pintura de manuteno de platafor-ma, pintura de manuteno de bordo e tambm em aplicao deesquema de pintura convencional.

    Celso Gnecco concorda com Matsumoto na questo das demos,porm acrescenta que hoje em dia existem produtos que podem seraplicados em apenas uma demo, pois as tintas evoluram tanto e soto aderentes, coesas, de alta espessura e to impermeveis que a pos-sibilidade de falhas reduzida, mas mesmo assim podem ocorrer. Averificao de falhas com aparelho Holiday Detector obrigatriaquando se trata de pintura que ficar em contato, como, por exem plo,com gua doce e com gua do mar. A diminuio da ocorrncia de fa -lhas minimizada pelo emprego de esquema de pintura, com mlti-

    prova disso. Em todas as obrasdeve ter um responsvel pela pre -parao da tinta. E este prepa ra -dor de tinta deve ser treinado porum Ins petor de Pintura Certifi -ca do. A preparao de tintas uma das etapas mais importantespara o sucesso da proteo anti-corrosiva por pintura.

    AplicaesSobre a questo da aplicao,

    dos critrios e das demos, Mat -

    Celso Gnecco, gerente de treina-mento tcnico da SherwinWilliams do Brasil

    Foto

    : Ag

    ncia

    Pet

    robr

    as

    MateriaCapa49:MateriaCapa37 11/29/13 3:51 PM Page 3

  • SMARTCOATTecnologia em hidrojateamento e preocupao com meio ambiente.

    Taubat: Rua Duque de Caxias, n 331, sala 711Centro - Taubat-SP | Cep: 12.020-050TEL: +55 (12) [email protected]

    Maca: Rodovia Amaral Peixoto, N 4885, Km 183,5Barreto - Maca-RJ | Cep: 27.965-250TEL: +55 (22) [email protected]

    Somos especializados em revestimentos, com tcnicas modernas para preparao de superfcie

    por hidrojateamento e aplicao de tintas anticorrosivas, minimizando os resduos e os danos

    ambientais. Atuamos na manuteno de plataformas martimas e navios de petrleo.

    www.smartcoat.com.br

    nto eiente

    t

    et i dodernas ptcnicas mentos, com

    uque dCent

    488550

    de tintas anticorrosivas, minimiz

    a manuteno de plataformas ma

    no o inspetor que executa apintura, mas ele deve acompan-har passo a passo todo o proced-imento para que nada que sejafeito resulte em perda de tempoe desperdcio de material, emresumo, em prejuzos para aobra. Dizemos nos cursos que afuno do Inspetor no s a deaprovar ou reprovar uma pintu-ra, mas muito mais do que isso

    plas demos como o prprio Matsumoto comentou e novas tcnicasde inspeo como a dos pigmentos OAP (pigmentos opticamente ati-vados) que permitem com luz ultravioleta (UV) ir acompanhando aaplicao e verificando a ocorrncia de falhas como falta de tinta(baixa espessura), pinholes ou poros com correo imediata, enquan-to a tinta ainda no curou. Assim, a possiblidade de falhas fica reduzi-da ou at mesmo eliminada. A confirmao aps a cura, pelos mto-dos tradicionais de teste de descontinuidade com aparelho HolidayDetector garante a integridade do revestimento, sem falhas.

    A norma ABNT NBR 15218 Critrios para qualificao e certi-ficao de inspetores de pintura industrial, o item 2.11 diz: Inspeo o testemunho, avaliao e registro de todas as etapas inerentes aosservios de pintura industrial. Tanto o Inspetor de Pintura Nvel 1como o de Nvel 2 tm suas atividades de inspeo definidas nestanorma. O projeto e o contrato de execuo da pintura devem trazerprocedimentos e clusulas de como dever ser feita a inspeo e fre-quncia de realizao de testes para obter a mxima qualidade na pin-tura, tanto em obras novas como em obras de manuteno. Em qual-quer obra importante a inspeo e deve ser realizada em todas as suasetapas. A qualidade no funo s do inspetor, mas do pessoal queexecuta todos os itens da pintura, observa Gnecco.

    Para atender tal exigncia a mo de obra deve ser treinada e, prin-cipalmente, conscientizada da importncia de cada detalhe da pre -parao da superfcie, da aplicao da tinta e da seleo das tintas cor-retas para o ambiente em que iro trabalhar. Como explica Gnecco,

    Segehal Matsumoto, engenheiroqumico

    MateriaCapa49:MateriaCapa37 11/29/13 3:51 PM Page 4

  • mostrar para o pintor onde eleerrou e como fazer para corrigiro erro e aprimorar a sua tcnica.Fazendo isso, estar contribuin-do para melhorar a mo de obrae evitar que um dia tenhamosque importar pintores, diz Cel -so Gnecco.

    Espessura de proteoA pintura anticorrosiva basi-

    camente protege por barreira,isto , o filme de tinta aplicadoisola o ao carbono do meio cor-rosivo que, na zona atmosfrica,so o oxignio, a gua e os ele -trlitos contidos nesta gua. Im -pe dindo que o ao no entre emcontato com estes elementos aferrugem resultante de corrosoeletroqu mica no ocorrer. Aespecificao de pintura projetao tipo de tinta e a espessura defilme seco que deve ser aplicadacomo barreira isolante. A cadademo aplicada, mede-se a es -pes sura de filme mido e espes-sura de filme seco. O medidor deespessura de filme seco digitalde preciso micromtrica. J omedidor de espessura midamede em faixas de 25 microme -tros no mnimo, dando apenasuma ideia da es pessura que estsendo aplicada. O medidor deespessura de filme mido uminstrumento que todo pintorindustrial deve usar, explicaMatsumoto.

    Quando se mede a espessurade filme seco, a tinta est aplica-da e seca. O inspetor apenas cons -

    tata a espessura aplicada no tendo controle sobre a espessura. Na pin-tura martima, mais importante que medir a espessura de filme seco controlar o volume de tinta aplicada por rea. Esta tcnica utilizadamundialmente e conhecida como Volume Area Control. O assistentetcnico do fabricante de tinta calcula a rea do navio a ser pintada noplano de expanso de chapeamento e depois calcula a quantidade detinta a ser aplicada em cada regio. Esta quantidade funo do rendi-mento prtico de cada tinta. E depois, todos envolvidos na pinturacontrolam a quantidade de tinta aplicada, no devendo sobrar ou fal-tar para cada rea calculada.

    Como esclarece Matsumoto, o meio mais agressivo para o ao oambiente martimo que tem o sal como eletrlito presente na gua. Eproteger o ao contra este meio agressivo uma tarefa simples: bastacolocar uma barreira para que o meio agressivo no entre em contatocom o ao. Em um carro zero, a espessura da pintura na ordem de100 micrometros. Em plataforma de petrleo a espessura da pinturaanticorrosiva de 300 micro metros no mnimo. E porque a platafor-ma enferruja e o carro no? Muitos consideram o meio agressivo mar-timo o grande responsvel. A pintura aplicada comprovadamenteresistente ao meio agressivo, isto , o ambiente martimo no ataca apintura, argumenta Matsumoto.

    Ainda segundo ele, se o ao enferrujou porque houve falha nabarreira. Enfatiza que o ambiente martimo o meio mais agressivo aoao, mas no o meio mais agressivo para a pintura. Observando odia a dia da pintura, chegamos concluso que o meio mais agressivopara a pintura o prprio homem que danifica a pintura atravs dedanos mecnicos e queimas principalmente. Pensam que pinturaresiste a tudo. E quando ocorrem danos pintura, a barreira se que-bra e o meio agressivo ataca o ao que enferruja. Proteger o ao con-tra corroso uma tarefa simples porque depende de ns, profissio naisda pintura anticorrosiva. Difcil proteger a pintura que no dependede ns conclui Matsumoto.

    Avanos tecnolgicosNa opinio do engenheiro qumico e pesquisador na Eletrobras

    CEPEL, Fernando Fragata, as duas tcnicas de proteo corrosiva maisusadas para estruturas metlicas expostas na atmosfera a pintura e agalvanizao. No caso da pintura anticorrosiva tivemos muitosavanos tecnolgicos nesse setor, principalmente em funo das leis deproteo ao meio ambiente e a sade dos trabalhadores, com destaquepara a rea de tratamento de superfcie, que foram criados novosmtodos de preparao como o hidrojateamento de alta presso e coma utilizao de abrasivos. No setor de matria-prima temos avanosimportantes porque hoje existe uma preocupao muito grande paraevitar metais pesados na composio das tintas e at mesmo dos sol-ventes, que so substncias agressivas tanto para o ser humano, quan-to para o meio ambiente.

    Portanto, fazer tintas com menor teor possvel de solventes ou atmesmo elimin-lo uma tendncia mundial. Fragata comenta que,ainda no campo da tcnica de avaliao de tintas, os equipamentos demensurao que medem a eficincia de tintas evoluram muito.Antes, espervamos cerca de trs anos pelo resultado de uma pesquisapara avaliar uma tinta; atualmente temos equipamentos de laboratrioque realizam o mesmo trabalho em cerca de sete meses e temos umaposio do desempenho comparativo de uma nova tinta ou de umnovo revestimento. Hoje, por exemplo, ns temos resinas especiais

    Fernando Fragata, pesquisadorda Eletrobras (CEPEL)

    MateriaCapa49:MateriaCapa37 11/29/13 3:52 PM Page 5

    1 C & P Outubro/Dezembro 20138

  • carto de visita e sa de l com aalma lavada, porque quando apintura bem feita o resultado surpreendente. Sem dvida, es -ses setores de linha branca, auto-mobilstica e aeronaves evo lu -ram muito, comenta Fragata.

    Formao fundamentalFragata chama a ateno para

    algumas obras espalhadas pelo

    que permitem fazer tintas de espessuras elevadas por demo e combaixa viscosidade, ou seja, facilmente aplicvel pelos mtodos conven-cionais. Na rea de pintura anticorrosiva no setor industrial, como naPetrobras ou Eletrobras, onde a pintura utilizada em grandes estru-turas metlicas e a esttica no to fundamental, ocorreu uma grandeevoluo tambm, explica Fragata.

    Fragata chama a ateno para o setor da indstria automobilstica,na qual, por intermdio de um esforo conjunto, dos profissionais dasdiferentes reas das empresas se mobilizaram e conseguiram pratica-mente acabar com a corroso nesse segmento. Antigamente quando secomprava um carro usado o parmetro era o estado do veculo em ter-mos de corroso, mas hoje isso acabou. Quando o consumidor vaicomprar um carro usado ele busca saber outras variveis. Isso significaque conseguimos atingir excelncia no tratamento de superfcie e umatinta altamente sofisticada. O setor de aeronave outro que a evoluofoi muito grande. Recentemente em visita a Embraer tive a oportu-nidade de ver a excelncia que existe hoje no setor aeronutico.

    Fragata explica que a pintura de um avio tem que ser muito espe-cial, at porque a aeronave sai de solo com uma temperatura de 40 Ce em menos de vinte minutos a temperatura est 30 C. Existe umnvel de radiao ultravioleta enorme e, por isso, as tintas tm que serde altssima qualidade assim como a preparao de superfcie. Percebique na Embraer a pintura tratada com extremo cuidado e os pintoresso verdadeiros artistas. A frase mais bonita que ouvi at hoje foi ditapor um diretor da Embraer que me falou aqui a pintura o nosso

    Joaquim Pereira Quintela,consultor tcnico da Petrobras

    MateriaCapa49:MateriaCapa37 11/29/13 3:52 PM Page 6

  • pas nas quais a excelncia dapin tura no aplicada, muitoem funo do cronograma aper-tado de entrega. Quando asobras comeam a sofrer porpresso para que se cumpradeterminado prazo, normal-mente deixa a desejar sobre aquesto da pintura. Com isso asconsequncias so catastrficasporque a corroso no deixabarato, ento para evitar isso preciso entender que a pressa inimiga da perfeio na rea depintura. A pintura tem que serrespeitada e se o cronograma estatrasado o problema no poderecair na pintura. Quando umchefe de um setor industrialper gunta a seu colaborador se oequipamento est pronto e eleresponde que sim, mas s falta apintura, este demonstra clara-mente que a pintura no im -portante para ele. Esse tipo dementalidade est perdurando epreci samos entender que a pre -para o de superfcie a etapamais importante.

    Fragata diz que em pinturaanticorrosiva no existe milagre,quanto melhor o preparo da su -perfcie melhor o desempenho

    da pintura. Por isso, ele destaca a evoluo significativa na rea de for-mao de pessoal. De 27 anos atrs at os dias de hoje, quando aPetrobras comeou a exigir a presena de inspetores qualificados nassuas obras foi montado dentro da ABRACO um curso de formaode inspetor de pintura, do qual estou l desde o primeiro curso athoje, e temos detectado uma melhoria substancial na qualidade dosservios executados. Atu almente temos mais de mil inspetores qualifi-cados exercen do funes importantes. A rele vncia dessa disciplina to significativa que tanto no Brasil como nos Estados Unidos essescursos esto sempre superlotados. No por menos, pois essa aforma mais indicada para a reduo do custo da proteo anticorrosi-va. O objetivo maior o de fazer com que o revestimento dure o maiortempo possvel, conservando a qualidade e para isso necessrio umaboa pre parao de superfcie, uma aplicao adequada e consequente-mente o processo como um todo requer inspeo em todas as suas eta-pas, comenta Fragata.

    Fernando Fragata explica que com 38 anos de trabalho tem sem-pre se dedicado a divulgar as tcnicas de proteo de pintura, de formaa fazer com que a pintura seja uma tcnica bastante valorizada. Aspessoas que me conhecem sabem o quanto eu batalho para que a pin-tura seja respeitada. Recentemente ajudei a elaborar o primeiro semi-nrio brasileiro de pintura anticorrosiva, no qual vamos reunir pessoasimportantssimas do setor, inclu indo os principais formadores deopinio. Destaco o meu amigo Joaquim Quintela, a quem deixo regis -trado uma homenagem pela sua dedicao e luta para o desenvolvi-mento do setor de pintura anticorrosiva industrial no Brasil. Ele jescreveu seu nome na histria da pintura anticorrosiva. Tambm vouapresentar para a Petrobras a criao do frum brasileiro de pinturaanticorrosiva com o objetivo de solucionar rapidamente problemas,onde podemos ter duas ou trs reunies por ano sem ter que esperarnormas para que decises sejam tomadas.

    Fragata ainda destacou os cursos de formao de inspetores de pin-tura da ABRACO, onde h boas surpresas, com profissionais que

    Foto

    : Ag

    ncia

    Pet

    robr

    as

    MateriaCapa49:MateriaCapa37 11/29/13 3:52 PM Page 7

  • caso da indstria au to mobilsticao resultado perfeito porquetodos os profissio nais envolvidostraba lham em har monia. A uni odo qumico de tintas, do meta -lrgico que se le cionou o tipo dechapa, do ins petor de pinturaque controla os processos eaprovao gerencial constituemesse exemplo de sucesso.

    entram com zero conhecimento e hoje so respeitados nos mais altosnveis desse segmento de mercado. Eu sempre uso como exemplo umaaluna minha chamada Tatiana Meireles, que, apesar do nvel superior,sabia muito pouco sobre pintura. Hoje ela trabalha em uma empresa emAngra dos Reis, muito respeitada pela classe e eu sinto orgulho de tersido seu professor, alm de ver na prtica a importncia que esse curso tempara a formao de profissionais competentes para o pas.

    UsurioDo ponto de vista do usurio, o consultor tcnico da Petrobras,

    Joaquim Pereira Quintela, acredita que qualquer tipo de especificaoou tecnologia pode cair por terra e ficar sem a funo para qual ela foideterminada se no tiver uma inspeo correta. No importa otamanho do projeto, seja de pequeno, mdio ou grande porte, ele de -veria ter um profissional de pintura pelo menos nas fases iniciais parasaber exatamente como ser conduzido. Para uma plataforma, porexemplo, que um projeto grande porte, as condies climticas locaise a estrutura disponvel no estaleiro podem exigir caractersticasespecficas dos revestimentos. Hoje, no Brasil, temos estaleiros comclima predominantemente quente e mido e outros com tempera -turas no inverno abaixo de 5 C, comenta.

    Um bom exemplo comentado por Quintela foi a construo deuma plataforma em Angra dos Reis, na qual durante 130 dias do anoregistrou-se uma umidade relativa do ar na casa dos 85 %, que umn mero problemtico para a pintura. A Petrobras tem obras em vriosestaleiros no Brasil e no mundo. Tintas que podem ser ideaispara locais como Cingapura ou Bahrein, com umidade etemperatura muito elevadas, no tero o mesmo desempen-ho em outros locais como, por exemplo China e Coreia doSul, com invernos muito rigorosos (temperaturas abaixo de10 C) e umidade baixa. Diante desse cenrio, importan-tssima uma especificao tcnica correta por um profissio nalcom amplo conhecimento de qumica de tintas e equipe deinspeo atuante e conhecedora de todo o processo. Por issoque o profissional de pintura tem que estar preparado eprestar suporte tcnico desde o incio do projeto. Com issoele vai determinar a especificao de pintura correta, expli-ca Quintela.

    Para ele, depois disso, o projeto tem que montar o Paint -ing Plan (Planejamento da Pintura), baseado nas con diesclimticas, caractersticas das tintas e estrutura do estaleiro.Importante saber tambm quantas cabines (gal pes) de pin-tura ele tem, se so climatizadas, quando ser construdo, oque ser construdo em galpes, como, onde e quando serofeitas as emendas de blocos. Isso porque tinta qumica e oprofissional tem que conhecer qumica. Para Quintela pre-ciso acabar com a ideia que a pintura prejudica o andamen-to da obra, ao contrrio, uma pintura bem planejada noatrapalha a obra e aumenta muito a vida til da unidade.

    Quintela chama a ateno para o fato de que nessa reah muitas pessoas julgando que dominam o tema pintura,mas na verdade no esto preparadas. O profissional de pin-tura capacitado estabelece tais condies antecipadamente eapresenta solues adequadas s necessidades do empreendi-mento. Seguir esse raciocnio e conduzir um trabalho emequipe so princpios bsicos para a receita do sucesso. No

    Foto

    : Sm

    artc

    oat

    Tel.: (47) 3029 3484www.narus.com.br

    Inspeo e anlise defalhas em pintura naval,industrial por meio deInspetor Certificado.

    Percias sobre corroso eintegridade de estruturase equipamentos de ao.

    Elaborao deespecificaes parapintura em projetosindustriais.

    Programas demanuteno derevestimentosanticorrosivos.

    INSPEO DE PINTURA

    MateriaCapa49:MateriaCapa37 11/29/13 3:52 PM Page 8

  • 22 C & P Outubro/Dezembro 2013

    Artigo Tcnico

    Procedimentos para ensaiosde proteo catdica

    em campo de prticas

    cuito entre tubo camisa (proteomecnica) e tubo-conduo (pro-tegido catodicamente).

    AbstractIn 2009, the ABNT NBR

    15653 standard (Critrios paraqualificao e certificao de pro -fissionais de proteo catdica)has been published. Aiming toconsider the requirements of thestandard, a training center thatincorporates experiences of othercountries was built. This trainingcenter is located in CTDUT(Cen tro de Tecnologia em Dutos),in Campos Elseos, Duque de Ca -xias RJ. As the standard referspreferably to onshore structures, thetraining center has some facilitiessuch as: buried pipelines with dif-ferent coatings, an above groundstorage tank, impressed currentand galvanic anode beds, rectifiersand a system able to simulateinterference current. This paperpresents some practical proceduressuggested for study and evaluationof parameters of CP systems in thefield, according to ABNT NBR

    15653. The practical proceduresinclude: on/off potential measure-ments, evaluating the operation ofinsulation joints, interferencecheck ing between CP systemsusing impressed current and certi-fication short circuit betweenmechanic insulation tube (me -chan ical protection) and pipeline(cathodically protected).

    IntroduoA Proteo Catdica (PC)

    possui um enorme campo deaplicao e uma necessidade domercado promover a capacitaodos profissionais envolvidos comessa tcnica. No final da dcadade 60, foram publicadas normasdedicadas proteo catdica,incluindo esclarecimentos datcnica, especificao de requi-sitos bsicos e recomendaes.Em 2009, foi editada a normaABNT NBR 15653 Crit -rios para qualificao e certifi-cao de profissionais de pro-teo cat dica 1.

    Segundo o Inmetro, a certifi-cao de pessoas avalia as habili-

    Simone LouiseD. C. Brasil

    Por Eduardo G.B. Leite

    ResumoEm 2009 foi editada a norma

    ABNT NBR 15653 Critriospara qualificao e certificaode profissionais de proteo ca -tdica. Visando atender a nor -ma, foi construdo um campopa ra realizao de atividades pr -ticas que incorpora experinciasconsolidadas em outros paseson de h centros de capacitaode profissionais em proteo ca -tdica. Este campo est localiza-do no Centro de Tecnologia emDutos CTDUT, em CamposElseos, Duque de Caxias RJ.Tendo em vista que a norma serefere, preferencialmente, a ativi-dades vinculadas a instalaester restres, o campo de prticasconta com diversas instalaestais como: tubulaes enterradascom diferentes tipos de revesti-mentos, tanque de armazena-mento, leitos de anodos galvni-cos e inertes, retificadores, juntasde isolamento e sistema para si -mulao de corrente de interfe -rncia. A capacitao profissio -nal inclui treinamento e avali-aes em campo, que compemo sistema de qualificao. Nestetrabalho so sugeridas algumaspr ticas que poderiam ser adota -das para estudo e avaliao depa rmetros de sistemas de pro-teo catdica em campo, con-forme a norma ABNT NBR15653. Os procedimentos apre-sentados in cluem: medio depotenciais on/off, avaliao dofuncionamento de juntas de iso -lamento, verificao de in ter -ferncia en tre sistemas de pro-teo catdica por corrente im -pressa e avaliao de curto-cir-

    Preparation of test procedures for cathodic protection on field practices

    Figura 1 Visualizao do campo de proteo catdica CTDUT

    Eduardo49:Celia43 11/29/13 12:55 PM Page 1

  • dades e os conhecimentos de al -gumas ocupaes profissionais, epode incluir, entre outras, as se -guintes exigncias: formao a exigncia de cer -

    to nvel de escolaridade visa as -

    segurar nvel de capacitao; experincia profissional a ex -

    perincia prtica em setor es -pecfico permite maior com -pre enso dos processos envolvi-dos e identificao rpida das

    oportunidades de melhorias; habilidade e conhecimentos

    tericos e prticos a capaci-dade de execuo essencialpara atuar e desenvolver-se naatividade.

    A norma ABNT NBR156531 estabelece os requisitos ea sistemtica para qualificao ecertificao de pessoas em pro-teo catdica, visando pro-mover a capacitao de profis-

    C & P Outubro/Dezembro 2013 23

    TABELA 1 PARMETROS MEDIDOS NO RETIFICADOR 1

    Parmetros eltricos do Retificador Valores MedidosVAC (V) 217VCC (V) 3,4

    Figura 2 Planta esquemtica para demonstrao das prticas

    Eduardo49:Celia43 11/29/13 12:55 PM Page 2

  • sionais para nveis 1 ou 2. Paracada nvel, existem atribuies eresponsabilidade bsicas ineren -tes no campo da PC. Os can-didatos a profissionais, em am bosos nveis, so submetidos a exameterico e prtico de qualificaoem proteo catdica se gundoAnexos presentes na nor ma. Paraaprovao, o candidato deveobter uma pontuao superior a70 % do valor total dos exames.

    O certificado, indicando onvel para o qual o profissionalest qualificado, deve ser emitidopelo organismo de certificaode pessoal (OPC). O organismocertificador deve tornar pblico einformar, quando solicitado, asituao da certificao dos pro -fissionais. A certificao emqual quer dos dois nveis tem umprazo de validade de 60 meses(cinco anos), a contar da data deemisso do certificado.

    O presente trabalho tem co -mo objetivo apresentar procedi-mentos prticos elaborados como objetivo de estudar e avaliar pa -rmetros de sistemas de Pro te oCatdica em campo, conforme anorma ABNT NBR 156531.

    MetodologiaVisando atender a norma, foi

    construdo um campo para reali -

    zao de atividades prticas queincorpora experincias consoli-dadas em outros pases onde hcentros de capacitao de profis-sionais em proteo catdica.Este campo est localizado noCentro de Tecnologia em Dutos CTDUT, em Campos Elseos,Duque de Caxias RJ. Tendoem vista que a norma se refere,preferencialmente, a atividadesvinculadas a instalaes terres -tres, o campo de prticas incluitubulaes enterradas com dife -rentes tipos de revestimentos,tan que de armazenamento, leitosde anodos galvnicos e inertes,retificadores, juntas de isolamen-to e sistema para simulao decorrente de interferncia.

    Os procedimentos aqui su -geridos visam permitir que ospro fissionais em treinamentorea lizem prticas que abordemsituaes encontradas em cam -po. Os profissionais so treina-dos e posteriormente avaliadoscom relao aos conhecimentosadquiridos. Os procedimentosen volvem tanto a parte relativaao profissional que est sendoava liado, quanto ao instrutor/ava liador.

    A Figura 1 permite a visuali -zao do campo de prticas emproteo catdica localizada no

    CTDUT. A Figura 2 apresentauma planta esquemtica, em ter-mos de dimenses e localizaes,contendo apenas as estruturas eequipamentos utilizados nesse es -tudo. O campo prticas apresen-ta vrias instalaes, mas so menteparte do campo est re presentadanessa figura de forma a facilitar avisualizao e a di d tica das prti-cas destinadas ao projeto. Nessetrabalho foram escolhidos quatrotemas relacionados proteocatdica e, a seguir, so descritoos objetivos de cada prtica.

    Potenciais on/off Medir os potenciais naturais e

    os potencias on/off de dutos; Manusear o retificador e medir

    seus parmetros eltricos(VAC, VCC);

    Verificar a presena de falhasno revestimento a partir dospotenciais medidos.

    Junta de Isolamento Verificar os potenciais em junta

    de isolamento segundo normaespecfica2;

    Identificar defeitos na junta deisolamento.

    Corrente de interferncia Verificar os potenciais on/off

    em duto revestido com coaltar

    24 C & P Outubro/Dezembro 2013

    TABELA 2 POTENCIAIS MEDIDOS NOS PONTOS DE TESTE (ELETRODO DE CU/CUSO4)

    Ponto Estrutura Potencial Potencial Potencial off (V) Potencial off (V)de Teste medida Natural (V) on (V) Sem coupon Com coupon

    Ciclo 1 / Ciclo 2 Ciclo 1 / Ciclo 2PTE1 Duto 10 -0,64 -2,73 -1,15 / -1,14 -1,11 / -1,10PTE6 Duto 10 -0,64 -2,87 -1,14 / -1,15 -1,12 / -1,12

    TABELA 3 POTENCIAIS MEDIDOS NO PONTO DE TESTE (ELETRODO DE CU/CUSO4)

    Ponto de Medio Potencial on do lado protegido (V) Potencial on do lado isolado (V)PTE1 -2,73 -0,60

    PTE1 (aps defeito) -1,84 -1,78

    TABELA 4 POTENCIAIS MEDIDOS NOS PONTOS DE TESTE (ELETRODO DE CU/CUSO4)

    Ponto de Medio Potencial on Coaltar (V) Potencial off Coaltar (V)PTE6 (item b) -2,66 -1,15PTE6 (item d) -3,41 -2,70

    Eduardo49:Celia43 11/29/13 12:55 PM Page 3

  • d. Nos PTEs, observar o com-portamento dos potenciaison/off. Programar 12 segundoson e 3 segundos off (2 ciclos);

    e. Ligar os coupons simulandofalha nos PTEs (instrutor/avaliador);

    f. Nos mesmos PTEs, repetir averificao do potencial offprogramando o mesmo ciclodo item (d);

    Para validao da prtica, fo -ram realizadas medidas em cam -po e as Tabelas 1 e Tabela 2 apre-sentam os resultados obtidos. Asmedidas foram feitas com umeletrodo de cobre/sulfato decobre.

    Os dois valores de potencialoff, tanto no item (d) quanto noitem (f), se devem existncia dedois ciclos off realizados durantea prtica. A anlise desses resulta-dos mostra que, mesmo com a

    em presena de duto revestidocom PE3L protegido catodica-mente.

    Tubo camisa Medir potenciais naturais e

    on/off de dutos enterrados; Identificar curto-circuito entre

    tubo camisa e dutos enterra-dos;

    Verificar o funcionamento cor-reto de tubo camisa em cruza-mento de via.

    Procedimentos sugeridosOs procedimentos descritos

    foram testados em campo e, como intuito de facilitar a compreen-so do leitor, os equipamen tos/componentes utilizados em ca -da prtica esto representadospor diferentes cores na Figura 2.Sendo assim, o leitor pode acom-panhar os procedimentos obser-vando sempre a cor referida prtica. Vale, ainda, ressaltar quealguns equipamentos podemapresentar mais de uma corquan do estes forem aplicados emmais de uma prtica.

    Procedimentos prticos Potenciais on/off: Cor Azula. Medir os potenciais naturais

    de duto de 10 revestido comPE3L (polietileno tripla cama-da) em pontos de testes(PTEs);

    b. Energizar o equipamento reti-ficador RE1;

    c. Medir os parmetros eltricosdo retificador RE1 (VAC eVCC);

    presena de cupons simulandofa lhas de revestimento, os poten-ciais off mantiveram-se dentro dafaixa de proteo catdica con-siderada (-0,85 VCu/CuSO4 e- 1,2 VCu/CuSO4), o que sig-nifica dizer que a corrente aplica-da foi suficiente para a proteocatdica, mesmo em presena defalhas simuladas, considerada aose conectar o coupon ao duto.

    Procedimentos Prticos Junta de Isolamento: CorLaranjaa. Energizar o equipamento reti-

    ficador RE1 de forma a prote-ger catodicamente por corren -te impressa o duto de 10 comPE3L;

    b. Verificar se h passagem decor rente para a parte area(iso lada) da estrutura. Essa ve -rificao pode ser efetuada

    C & P Outubro/Dezembro 2013 25

    Figura 3 Componentes de uma junta isolante

    TABELA 5 POTENCIAIS MEDIDOS NOS PONTOS DE TESTE (ELETRODO DE CU/CUSO4)

    Ponto Estrutura Potencial Potencial Potencialde Medio medida Natural (V) (item d) (V) (item f) (V)

    PTE1 Duto 10 -0,64 On Off On Off-2,73 -1,15 -1,89 -0,83

    PTE2 Duto 10 -0,66 On Off On Off-2,65 -1,13 -1,33 -0,72

    PTE2 Tubo Camisa -0,56 On Off On Off-0,52 -1,23

    PTE3 Duto 10 -0,34 On Off On Off-2,78 -1,13 -1,91 -0,82

    Eduardo49:Celia43 11/29/13 12:55 PM Page 4

  • 26 C & P Outubro/Dezembro 2013

    me dindo o potencial on antese depois da junta de isolamen-to no PTE1. A diferena depotencial entre as partes maiorou igual a 100 mV indica obom funcionamento da juntade isolamento2;

    c. Efetuar um defeito na junta deisolamento para que ocorra apassagem de corrente para aestrutura (instrutor/avaliador);

    d. Executar novamente o pro-cedimento (b) na junta de iso-lamento.A Tabela 3 fornece os resul-

    tados da medio dos potenci-ais dessa prtica. Nesse caso ficaevidente que h passagem decor rente para a parte que deve-ria estar isolada pela junta, umavez que a diferena entre os la -dos protegido e isolado ,aproximadamente, de 60 mV esabe-se que, uma diferena me -nor que 100 mV entre as par -tes, indica o mau funcionamen-to da junta2. O problema doisolamento pode estar ligado aocartucho isolante, ao disco deCe leron ou arruela isolanteco mo mostra a Figura 3. Naprtica, por conta de vibra escomuns existentes nos du tos, omais provvel que ocorra odesgaste do cartucho isolante(estojo).

    Procedimentos Prticos Corrente de interferncia:Cor Verdea. Ligar o terminal negativo (-) ao

    duto de 22 revestido com co -altar e o terminal positivo (+)ao leito de anodos inertes noequipamento Retificador RE1.Energizar o equipamento;

    b. Medir os potenciais on/off(mesmo ciclo utilizado na pri -meira prtica) no ponto deteste PTE6 para o duto 22 decoaltar;

    c. O instrutor/avaliador, semconhecimento do candidato,deve ligar a junta de isolamen-to JI2 e colocar em funciona-mento contnuo o retificador

    RE2, promovendo a proteocatdica por corrente impressado duto de PE3L 10. A se -guir, o equipamento deve serenergizado;

    d. Repetir o procedimento (b);e. Medir o potencial on em todos

    os PTEs do campo de prtica.A Tabela 4 mostra os poten-

    ciais on/off medidos durante aterceira prtica. Nos valores doitem (b), observa-se que, emcon dio off, o potencial do duto22 de coaltar (revestimento debaixa eficincia) est dentro dafaixa de proteo catdica con-siderada (-0,85VCu/CuSO4 a- 1,2 VCu/CuSO4) indicando obom funcionamento do sistema.J com relao aos potenciaismedidos no item (d), o que se v uma variao drstica dospotenciais em relao ao item (b)e, alm disso, o potencial emcondio off (-2,70 V) indica asuperproteo do duto de 22 decoaltar. Essa variao dos poten-ciais, entre os itens, se deve aosurgimento de um sistema inter-ferente (duto PE3L 10) queprovocou o aumento do poten-cial no duto com coaltar, preju-dicando seu funcionamento se -guro. Vale ressaltar que o can-didato no sabe da existncia deoutro sistema de proteo cat -dica (com o uso do RE2). Ocandidato deve deduzir que osurgimento de um potencialmais negativo (-2,70 V) no item(d) pode ter surgido a partir deum sistema interferente. Logo,deve certificar-se qual o tipo desistema causador dessa interfe -rncia atravs da verificao dospotenciais on em todos os PTEs(item e) presentes em campo.Com isso descobriria que oPE3L 10 recebe uma correntecatdica proveniente de outrosistema, causando interfernciano duto com coaltar.

    Procedimentos Prticos Tubo camisa: Cor Vermelhaa. Verificar, no painel de con -

    trole, se o duto de 10 comPE3L est em curto-circuitocom o tubo camisa e, caso es -teja, deve desconectar (ins tru -tor/avaliador);

    b. Medir os potenciais naturaisdo duto de 10 com PE3L nospontos de testes (PTEs) indi-cados com cores vermelhas;

    c. Energizar o equipamento reti-ficador RE1;

    d. Medir os potenciais on/off (12segundos on e 3 segundos off 2 ciclos) do duto de 10 comPE3L e o potencial on do tubocamisa nos PTEs;

    e. Curto-circuitar o duto de 10com PE3L ao tubo camisa(instrutor/avaliador);

    f. Repetir o procedimento (d).Os potenciais medidos na

    quarta prtica esto apresentadosna Tabela 5. Observam-se que ospotenciais naturais no duto de10 com PE3L no se encon-tram em faixa de proteo, de -monstrando que o sistema prote-tor (RE1), inicialmente, no estem funcionamento. Ao energizaro equipamento retificador RE1 eaplicar o on/off (coluna do itemd), os valores dos potenciais nacondio off esto dentro da faixade proteo (-0,85 VCu/CuSO4a -1,20 VCu/CuSO4). Pelo valordo potencial on medido no tubocamisa observa-se que esse no seencontra em curto com o dutode 10 com PE3L. Cabe ressaltarque no necessrio medir opotencial off do mesmo, uma vezque a funo do tubo camisa atuar na proteo mecnica doduto protegido catodicamente.

    Por sua vez, no procedimen-to do item (f), pode-se observarque todos os potenciais do dutode PE3L 10 medidos nos pon-tos de testes, aumentaram emrelao ao item (d), a ponto doduto, na condio off, no estarprotegido catodicamente. Emou tras palavras, os potenciais offdo duto de PE3L 10 no se en -contram na faixa de proteo(- 0,85 a -1,2 V). Esse fato se

    Eduardo49:Celia43 11/29/13 12:55 PM Page 5

  • C & P Outubro/Dezembro 2013 27

    Critrios para qualificao e certifi-cao de profissionais de proteocatdica. (2009)

    2. Norma N-2801 PETROBRAS Inspeo de Sistemas de ProteoCatdica de Dutos Terrestre. (2005)

    3. Norma ISO 15589-1. Petroleum andNatural Gas Industries CathodicProtection of Transportations Systems.(2003)

    4. DUTRA, A. C. & NUNES, L. P.,Proteo Catdica: Tcnica deCombate Corroso (5 edio) Ed.Intercincia, Rio de Janeiro, 2011.

    5. GENTIL, V., Corroso, Editora LTC,6 Edio, 2011.

    6. Inmetro Mecanismo de certificao.Acesso em novembro de 2012. Site:www.inmetro.gov.br/qualidade/certi-ficacao.asp.

    de 10 com PE3L (-1,84V)com a parte isolada do duto dePE3L 10 (-1,78 V), invalidan-do o uso desta junta em termosda norma N-2801 Petrobras2.Isso comprova a grande impor -tncia do uso e manutenoperidica de juntas de isola-mento em transies de estru-turas protegidas catodi ca mente.

    Prtica 3: Diante de um sistemainterferente, o duto de 22 comcoaltar apresenta po tencial offde -2,70 V (fora da faixa de pro-teo: -0,85 VCu/CuSO4 a- 1,20 VCu/CuSO4), superpro-tegendo a estrutura. Com isso,observa-se como sistemas depro teo catdica podem terin fluncia sobre outros, cau-sando uma grande variao depotencial.

    Prtica 4: O aumento dos po -tenciais observado nesta pr -tica ao longo do duto de 10com PE3L, permite concluirque existia fuga de correntedo duto de PE3L 10 para otubo camisa, atravs do curtocircuito criado pelo instrutor/avaliador. Por esse motivo, opotencial on do tubo camisadiminuiu para -1,23 V. Nessaprtica, foi avaliada a presenade curto-circuito entre umtubo camisa e um duto-con-dutor protegido por correntecatdica. Alm disso, observa-se um complemento da prti-ca 4 na realizao da prtica 1,criando um novo dispositivo(tu bo camisa) para simular apresena de grande rea semrevestimento em conexocom o duto.

    Pode-se concluir que, emfuno da variedade dos compo-nentes e equipamentos pre-sentes, diversas condies prti-cas de sistemas de proteocatdica podem ser avaliadaspelo profissional em capacitao.

    Referncias Bibliogrficas1. Norma ABNT NBR 15653

    deve ao curto-circuito, criado pe -lo instrutor, entre o duto de 10com PE3L e o tubo camisa. Issopode ser comprovado diante dovalor do potencial on lido notubo camisa (-1,23 V). Uma ou -tra consequncia observada foi oaumento considervel do poten-cial do duto de PE3L 10 prxi-mo ao tubo camisa (-0,72 V),justificando que a parte maispre judicada do duto condutor,com o curto, foi prximo aoponto de medio PTE2.

    ConclusesA fim de cobrir a necessida -

    de do mercado de profissionaisde proteo catdica, est emim plantao o processo de trei -namento, qualificao e certifi -ca o considerando a normaABNT NBR 156531 Cri -trios para qualificao e certifi-cao de profissionais de pro-teo catdica. Visando aten-der a norma, foi construdo umcampo de prticas, localizadono Centro de Tecnologia emDu tos CTDUT, em CamposElseos, Duque de Caxias RJ.Neste trabalho, o campo deproteo catdica foi utilizadopara verificao de quatro pro-cedimentos prticos sugeridos,sobre os quais cabem os se guin -tes comentrios: Prtica 1: A prtica proposta

    permite a obteno de potenci-ais off na presena de couponssimulando falhas em revesti-mento. Como sugesto decom plementao prtica, po -de-se promover a ligao deum maior nmero de couponsno sistema, de forma a ser pos-svel verificar uma maior des -po larizao da estrutura.

    Prtica 2: O procedimentopermite avaliar juntas de isola-mento com a criao, por partedo instrutor/avaliador, de umafalha na junta isolante. Obser -va-se a aproximao dos poten-ciais na parte protegida do duto

    Contato: [email protected]

    Eduardo G. B. LeiteEng Qumico - INT, Mestrando doPrograma de Ps-graduao emTecnologia de Processos Qumicos eBioqumicos (Escola de Qumica / UFRJ)

    Simone L. D. C. BrasilEngenheira Qumica pela Escola deQumica da UFRJ, com Mestrado eDoutorado em Corroso, pelo Programade Eng. Metalrgica e de Materiais daCOPPE/UFRJ. Professora da Escola deQumica/UFRJ desde 1997.Atuao em linhas de pesquisarelacionadas ao estudo da corrosoe sistemas de proteo.

    Eduardo49:Celia43 11/29/13 12:55 PM Page 6

  • 28 C & P Outubro/Dezembro 2013

    Artigo Tcnico

    Influncia da solubilizao naresistncia corroso derevestimento tipo clad

    de ao inoxidvel AISI 904L

    fully studied with regard to micro -structure and properties changes.In this work, a clad of AISI 904Lwas applied to a ASTM A335 P9 (9 % Cr 1 % Mo) structur-al steel. The pitting corrosion wasanalyzed by cyclic polarization testin 3,5 % NaCl solution. Theintergranular corrosion of the cladwere investigated by electrochemi-cal etch and double loop electro-chemical polarization reactivationtest (DL-EPR). The material wasalso solubilized at 1100 C during2 h and its microstructural changeswere investigated. The results werecompared to the clad as receivedand AISI 904L annealed. Thesolution treatment provokes a sig-nificant increase on corrosionresistance and some changes inmechanical properties.

    IntroduoO ao inoxidvel AISI 904L

    (UNS N08904) apresenta estru-tura austentica estvel, altas con-centraes de cromo, nquel emolibdnio, sendo hoje conside -rado um super-austentico.Devido boa resistncia cor-roso, conformabilidade e eleva-da tenacidade, este material vemsendo empregado em ambientescada vez mais severos. Uma dasaplicaes do AISI 904L naforma de clad, ou seja, um reves-timento espesso aplicado sobreum material menos nobre.

    Durante o processo de fabri-cao de um tubo bimetlico deao P9 (9 % Cr 1 % Mo) comclad de ao AISI 904L dois tubosde partida so montados numaoperao de hidroconformaoon de o tubo interno de AISI

    904L levado deformaopls tica e o tubo externo e maisespesso de ao P9 deforma-seapenas elasticamente. Em segui-da, o conjunto montado co-ex -trudado a quente, sendo em se -guida, submetido a tratamentotrmico de alvio de tenses a760 C por perodos de at 12 h.Este tratamento trmico neces -srio para o bom desempenhodo ao P9, mas pode provocar al -teraes na microestrutura e pro-priedades do ao AISI 904L.

    Muitas vezes o ao pode tam-bm ser submetido a um trata-mento trmico de solubilizao,tambm chamado de recozimen-to, o qual tem o objetivo de solu -bilizar segundas fases que cau -sam efeitos deletrios s propri -edades mecnicas e/ou resistn-cia corroso.

    Ensaios eletroqumicos po -dem ser utilizados para avaliar aresistncia corroso de metaise ligas. No caso dos aos inoxi -d veis, destacam-se os ensaiosde polarizao cclica em solu -o de cloretos, para a determi-nao do potencial de pite e derepassiva o (Epite e Erp). Outroensaio mui to aplicado nos aosinoxid veis, com o objetivo dese avaliar o grau de sensitizao, o ensaio de polarizao eletro-qumica de reativao cclica(PERC ou DL-EPR doubleloop eletrochemical polarzationreativation test).

    Neste trabalho a resistncia corroso de um clad de 904Laplicado sobre um ao ao cromo-molibidnio tipo P9 pelo proces-so de co-extruso foi avaliada pordiversos ensaios eletroqumicos e

    Por BrunoAlberto R. S.

    Barbosa

    ResumoOs revestimentos tipo clad

    so uma forma econmica e efi -ci ente de proteo anticorrosiva,muito usada nas indstrias qu -mi cas e petroqumicas. Entretan -to, os processos de fabricao re -a lizados para a confeco doequi pamento cladeado mere-cem especial ateno com rela oaos seus efeitos na microes tru turae propriedades. Neste tra ba lhoum clad de ao AISI 904L aplica-do sobre o ao ao cro mo tipoASTM A335 P9 (9 % Cr 1 %Mo) foi avaliado por ensaios decorroso intergranular e por pi -tes. Utilizou-se os ensaios de po -la ri zao eletroqumica de reati-vao cclica (PERC) para quan-tificar o grau de sensitizao e,pa ra avaliar a resistncia cor-roso por pites, o ensaio de po la -ri zao cclica em soluo 3,5 %NaCl. Este material foi posteri -or mente solubilizado a 1100 Cpor 2h e alm dos testes de resis -tncia corroso, tambm foramavaliadas as alteraes microes -tru tu rais provocada pela solubili -zao. Os resultados foram com-parados com o ao AISI 904Lrecozido, condio que se obtmsuas melhores propriedades. Foiobservado que a solubilizao re -a li zada na pea cladeada provo-ca um aumento significativo naresistncia corroso e alteraesem suas propriedades mecnicas.

    AbstractStainless steel clad is an econo -

    mical solution to provide corrosionresistance to structural steels. How -ever, the fabrication processes usedto obtain clad pieces must be care-

    Influence of solution treatment on the corrosion resistance of AISI 904L stainless steel clad

    Co-autores:FernandoBenedictoMainier, JuanManuel Pardal,Srgio SoutoMaior Tavares

    Bruno49:Cristiane43 11/29/13 1:03 PM Page 1

  • comparada ao clad solubilizado a1100 C por 2 h, bem comocom o prprio AISI 904L corre-tamente recozido. Tambm fo -ram traados perfis de dureza doclad e do substrato prximo interface.

    MetodologiaUm tubo bimetlico 904L

    /P9 foi recebido com o his tricode tratamento trmico de alviode tenses a 760 oC realizadopor 12 horas. Foi tambm rece-bida uma barra forjada e solubi-lizada de ao AISI 904L paraensaios comparativos.

    Aps as realizaes dos en -saios no Clad A, este foi so lu -bilizado a 1100 C por 2 h e res-friado ao ar gerando, ento, aamostra Clad B. A tabela 1 mos -tra a identificao das amostrasproduzidas e ensaiadas.

    As microestruturas foramava liadas atravs de microscopiatica (MO) e eletrnica de var -redura (MEV). Foram realizadosdois ataques eletroqumicos pararevelar a microestrutura. Para re -velar fases intermetlicas em aosinoxidveis austenticos e duplex indicado o ataque com soluo10 % KOH (3 V, 10-15 s) 1, aopasso que para revelar a presenade carbonetos de cromo, o ata -que mais indicado feito comcido oxlico (9 V, 60-90 s) 2.

    Para a confeco dos eletrodosde trabalho para ensaios eletro-qummicos amostras de dimen-ses 10 mm x 10 mm x 5 mmforam cortadas no sentido trans-versal e, ento, fixadas a um fiode cobre revestido de maneira ase manter um contato tal queper mitisse a passagem de umacor rente atravs do conjunto.Em seguida foi feito o embuti-

    mento em resina acrlica com se -cagem a frio. Aps a secagem daresina, os eletrodos foram lixadose polidos de acordo com o pro-cedimento especificado para ca -da ensaio.

    Os ensaios de polarizao c -clica foram realizados a tempera -tura ambiente e em soluo3,5 % NaCl seguindo a normaASTM G-61 3. Aps a estabiliza-o do potencial de circuitoaber to, a varredura se iniciou apartir deste at o potencial cor -res pondente a uma densidade decorrente de 10-3 A/cm2. Nesteponto, a varredura era revertidapara o sentido catdico. A taxade variao do potencial nestesensaios foi de 0,17 mV/s. O po -tencial de pites correspondeque le em que se observa umaumento abrupto da corrente. Opotencial de repassivao aque-le no qual a curva de retorno (ca -

    tdica) intercepta a curva de ida(andica).

    O ensaio PERC (ou DL-EPR) utilizado para avaliar asusceptibilidade corroso in -ter granular, ou seja, o grau desensitizao, do material nasdiversas condies de processa-mento, seguindo a normaASTM G-108 4. Este ensaio,realizado em temperatura ambi-ente, consiste em fazer o poten-cial da amostra variar do valorde circuito aberto at cerca de300 mV (ECS) com uma taxade varredura de 1,0 mV/s, retor-nando em seguida pelo sentidocatdico at o valor inicial.

    A partir da curva obtida noensaio obtm-se o grau de sensi-tizao do material como sendoa razo entre a corrente de reati-vao (Ir) e a corrente de ativao(Ia). Quanto maior for esta ra -zo, mais sensitizado est o ma -

    C & P Outubro/Dezembro 2013 29

    TABELA 1 IDENTIFICAO DAS AMOSTRAS ENSAIADAS

    Amostra Tratamento recebidoClad A Clad com tratamento trmico de alvio de tenses a 760 C por at 12 hClad B Clad solubilizado a 1100 C por 2 h aps tratamento de alvio de tenses

    904L CR Material base sem tratamento trmico

    a b

    Figura 1 Microestrutura do Clad A atacado eletroliticamente comsoluo 10% KOH, mostrando a interface (a) e distante mais de 300 mda interface (b)

    a b

    Figura 2 Microestrutura do Clad A atacado com soluo de cidooxlico, mostrando a interface (a) e distante mais de 300 m da inter-face (b)

    Bruno49:Cristiane43 11/29/13 1:03 PM Page 2

  • No entanto, a precipitao decarbonetos de cromo no apre-sentou o mesmo comporta -men to, pois mesmo ao se afas-tar da interface, os contornosde gro continuaram bem reve-lados (fi gu ra 2 (b)). Caberessaltar que a precipitaomais intensa mos trada na figu-ra 2 (a), prxima a interface,no se trata apenas de carbone-tos de cromo, pois o ataquecom cido oxlico tambm re -ve la as fases intermetlicas.

    A figura 3(a-b) mostra ima-gens de eltrons retroespalhadosobtidas no MEV da amostra doClad A polida e sem ataque.Nota-se a presena de precipita-dos de tonalidades diferentes. Osresultados de EDS mostraramcomposies diferentes para estespontos, conforme a Tabela 2.Analisando a figura 3(b), o ponto1 apresenta um brilho maisintenso, indicando que a fase alipresente possui um n meroatmico mdio maior. De fato,este ponto apresentou mai orconcentrao de Mo e menorconcentrao de Ni, sugerindo setratar de fase chi (), J os pontos3 e 4 esto empobrecidos em Nie enriquecidos em Cr e Mo, oque sugere se tratar de fase sigma(). O ponto 2 tem composiotpica da matriz austentica.

    A figura 4 (a-b) mostra oClad B atacado com soluo decido oxlico, observando-se queprximo interface a precipi-tao diminuiu em relao aoClad A, principalmente a preci -pitao intragranular. Observa-setambm que a mais de 250 m

    sa turado foi usado como refe -rncia. Todos os ensaios foramrealizados em tri pli cata.

    Resultados e discussoAs figuras 1(a-b) e 2(a-b)

    mostram imagem do Clad A ata-cado com solues de KOH ecido oxlico, respectivamente.No ta-se, nas figuras 1(a) e 2(a),intensa precipitao intra e inter-granular e presena de gros maisfinos na regio mais prxima ainterface, sugerindo que pode terhavido uma recristalizao nestaregio. Conforme se afasta dainterface, a precipitao intra-granular diminui concentrando-se mais nos contornos dos gros.A precipitao de fases inter-metlicas diminuiu com o afasta-mento da interface (figura 1 (b)).

    terial e, consequentemente, maissusceptvel a corroso intergra -nu lar. Lopez 5 sugeriu uma solu -o, para aos duplex, contendo2 mol/L H2SO4 + 0,01 mol/LKSCN + 0,5 mol/L NaCl. Defato, aps testes preliminares foicomprovado que esta soluo eramais adequada para anlise doao AISI 904L que a soluopadro 0,5 mol/L H2SO4 ++ 0,01 mol/L KSCN, normal-mente utilizadas para aos aus -tenticos do tipo AISI 304L 6.

    Os ensaios eletroqumicosfo ram realizados em um po ten -cios tato/galvanostato, com ae -ra o natural, utilizando umac lula convencional de trs ele -trodos. Um fio de platina foiutilizado como contra eletrodoe um ele trodo de calomelano

    30 C & P Outubro/Dezembro 2013

    TABELA 2 COMPOSIO QUMICA DOS PONTOS 1, 2, 3 E 4 DA FIGURA 3(b)E A ESPECIFICAO DO 904L SEGUNDO A NORMA ASTM A240 7

    Ponto %Cr %Mo %Ni %Fe1 25,7 22,9 17,2 balano2 19,1 6,1 22,9 balano3 38,3 14,1 13,6 balano4 45,4 15,3 9,9 balano

    Especificao AISI 904L 19 a 23 4 a 5 24 a 26

    a b

    Figura 3 Imagens de MEV do Clad A (a) e no modo retroespalhado(b), prximo interface P9/904L

    a b

    Figura 4 Microestrutura do Clad A atacado eletroliticamente comsoluo 10% KOH, mostrando a interface (a) e distante mais de 300xmda interface (b)

    Bruno49:Cristiane43 11/29/13 1:03 PM Page 3

  • vista da resistncia corrosointergranular. A mdia dos resul-tados obtidos no ensaio PERCso apresentados na tabela 3.

    A figura 8 (a-b) mostra doisdos grficos obtidos no ensaio depolarizao cclica para o Clad A(a) e Clad B (b), e a tabela 4 apre-senta as mdias dos valores depotencial de pites e de repassi-vao encontrados nos ensaios.Nota-se que o processo de fabri-cao do clad diminui conside -ravelmente o potencial de pites(Epite) do material. Por outro la -do, o processo de solubilizaoao qual o Clad B foi submetidorecupera as caractersticas de re -sistncia corroso por pites domaterial, visto que os valores en -contrados se aproximam dosobtidos para o 904L CR.

    vado um aumento significativoda microdureza no Clad B, re -flexo do tratamento trmico que,para este material, funcionoucomo uma tmpera, ou seja, ge -rou martensita.

    A figura 7(a-b) mostra doisdos grficos obtidos no ensaioPERC do Clad A (figura 7a) eClad B (figura 7b). Nota-se queo Clad A apresentou um grau desensitizao diferente de zero eque o Clad B e o 904L CR tive -ram grau de sensitizao nulo.Tal comportamento mostra queo material fica sensitizado du ran -te o processo de fabricao doclad, e que o processo de solubi-lizao benfico do ponto de

    da interface a precipitao di -minui consideravelmente e queaps 400 m praticamente noforam observadas fases inter-metlicas por microscopia tica.

    A figura 5 mostra o Clad Batacado com soluo de cidoox lico, reforando o resultadoen contrado com o ataque deKOH, pelos quais uma faixa domaterial do clad permaneceucom precipitados grosseiros eintergranulares aps a solubi-lizao. O fato de a precipitaoresistir temperatura de solubi-lizao em uma faixa prxima,mas no adjacente, interface,sugere que nesta regio, devido difuso, o material do clad en -contra-se com uma composioqumica diferente, contendo,por exemplo, elementos queelevam a faixa de estabilidadeda fase sigma.

    A figura 6 mostra o perfil demicrodureza, com carga de50 gf, a partir da interface, tantodo P9 quanto do AISI 904L nasformas ensaiadas. Analisando oAISI 904L observa-se que adureza diminui conforme seafas ta do P9 e que prximo interface a solubilizao diminuia dureza, estando de acordo coma diminuio da precipitao defases deletrias, que endurecem efragilizam o material. Ao se afas-tar da interface, a microdurezado Clad B vai se aproximandoaos valores encontrados para oClad A. No lado do P9 obser-

    C & P Outubro/Dezembro 2013 31

    TABELA 3 RESULTADO DOS ENSAIOS DE PERC

    Amostra Grau de sensitizao (Ir/Ia)904L CR 0,0Clad A 0,53Clad B 0,0

    TABELA 4 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE POLARIZAO CCLICA EM SOLUO3,5 % NACL NA TEMPERATURA AMBIENTE

    Amostra Epite (V (ECS)) Erp (V (ECS))904L CR 1,06 0,858Clad A 0,506 -0,018Clad B 1,07 0,966

    Figura 5 Microestrutura doClad B atacado com soluo decido oxlico mostrando a interface

    Figura 6 Perfil de microdureza, a partir da interface, do P9 e do AISI904L nas formas ensaiadas

    Bruno49:Cristiane43 11/29/13 1:03 PM Page 4

  • maneira que AISI 904L recozi-do. O potencial de repassivaoencontrado no Clad B tambmfoi prximo ao do 904LCR,0,966 e 0,858 V(ECS) respec -tivamen te. J o clad sem trata-mento apresentou Epite (0,506V (ECS)) e Erp (-0,018 V(ECS)) mais baixos;

    O ensaio de PERC mostrouque o material quando solubi-lizado fica menos susceptvel acorroso intergranular, umavez que a amostra tratada apre-sentou grau de sensitizao nu -lo, mesmo valor encontrado noAISI 904L recozido, en quantoque o clad sem tratamentoapresentou um grau de sensiti-zao de 0,53;

    Atravs do perfil de microdu -reza traado foi possvel ob -servar que o processo de fabri-cao do clad endurece o AISI904L devido intensa precipi-tao, principalmente na inter-face P9/904L e que o processo

    ter granular de um tubo bimetli-co de P9 (9,0 % Cr 1,0 % Mo)com clad de AISI 904L. Tam -bm foram avaliadas as conse-quncias do processo de solubi-lizao, a 1100 C por 2 h, nomaterial e as principais conclu -ses so apresentadas a seguir: Durante o processo de fabri-

    cao do clad ocorre a precipi-tao de fases deletrias, comocarbonetos de cromo, as faseschi () e sigma (), e que opro cesso de solubilizao dimi -nui significativamen