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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país JOGO DO SOCIETY DOMINGO, ÀS 8h45, NA ASBAC Edição Diária 7276 | Salvador, quinta-feira, 17.08.2017 Presidente Augusto Vasconcelos CONTRARREFORMA BB precariza o atendimento Congresso da CTB debate conjuntura Página 2 Página 4 Embora a nova legislação trabalhista entre em vigor em novembro, diversos deputados e senadores bucam mudanças na lei aprovada no Congresso. Inclusive, tramitam projetos Uma esperança na Casa que visam a anulação da reforma trabalhista e da terceirização, permitindo-a apenas nas atividades meio. Nem tudo está perdido. Ainda há esperança. Página 3 A expressiva rejeição da sociedade aos projetos neoliberais e ao presidente Temer estimula a resistência dos parlamentares. No Congresso Nacional já há projetos que propõem a anulação não apenas da reforma trabalhista, mas também da terceirização

Edição Diária 7276 | Salvador, quinta-feira, 17.08.2017 Augusto … · 2017-08-16 · o bancário 2 CONDIÇÕES DE TrABALHO Salvador, quinta-feira, 17.08.2017• Com a reestruturação,

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

JOGO DO SOCIETYDOMINGO, ÀS 8h45, NA ASBAC

Edição Diária 7276 | Salvador, quinta-feira, 17.08.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

CONTrArrEfOrMA

BB precariza o atendimento

Congresso da CTB debate conjuntura

Página 2

Página 4

Embora a nova legislação trabalhista entre em vigor em novembro, diversos deputados e senadores bucam mudanças na lei aprovada no Congresso. Inclusive, tramitam projetos

Uma esperançana Casa que visam a anulação da reforma trabalhista e da terceirização, permitindo-a apenas nas atividades meio. Nem tudo está perdido. Ainda há esperança. Página 3

A expressiva rejeição da sociedade

aos projetos neoliberais e

ao presidente Temer estimula

a resistência dos parlamentares. No Congresso

Nacional já há projetos

que propõem a anulação

não apenas da reforma

trabalhista, mas também da

terceirização

Page 2: Edição Diária 7276 | Salvador, quinta-feira, 17.08.2017 Augusto … · 2017-08-16 · o bancário 2 CONDIÇÕES DE TrABALHO Salvador, quinta-feira, 17.08.2017• Com a reestruturação,

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 17.08.20172 CONDIÇÕES DE TrABALHO

Com a reestruturação, unidades são fechadase postos são reduzidosrAFAEl [email protected]

manoel porto

antônio cruz - agência braSil

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

agências do bb viram formigueiros

Informativo do Sindicato dos bancários da bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-bA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTE 4645 DrT-bA. repórteres: Ana beatriz leal - reg. MTE 4590 DrT-bA e rafael barreto - reg. SrTE-bA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

AS CONDIÇÕES de trabalho e de atendi-mento no Banco do Brasil vão de mal a pior. Consequência da reestruturação. Com o fechamento de centenas de agên-cias, o movimento se intensifica nas uni-dades restantes, que operam com quadro reduzido e funcionários sobrecarregados.

A sensação para quem olha de fora é de um grande formigueiro humano. Com a migração de milhares de contas para as agências que sobreviveram à reestrutura-ção, a demanda aumentou ainda mais e o caos é generalizado.

Para completar, existem denúncias de que algumas unidades agora atendem ape-nas pessoa jurídica, tornando ainda mais difícil o atendimento à população. Nos PAA (Postos Avançados de Atendimento) mais problemas. Os gerentes respondem pelo posto inteiro, com metas mantidas, menos funcionários e sem receber nada mais por isso. Loucura.

Queda no lucro do BanrisulO BANrISuL é mais um exemplo de como o governo Temer age com os bancos regionais e estaduais. Para sucatear as em-presas e entregar ao capital privado, o go-verno promove reestruturações nefastas.

No Banrisul, o lucro semestral de R$ 367,5 milhões representou uma retra-ção de 5,7% em relação a igual período em 2016. O ROE (Retorno sobre o Pa-trimônio Líquido) também caiu 1,1 p.p e ficou em 11,6%.

As quedas são fruto do desmonte que atinge também o quadro de pessoal. No primeiro semestre, foram cortados 780 postos de trabalho, 648 somente com o PAV (Plano de Aposentadoria Voluntá-ria). Hoje, o banco possui 10.503 empre-gados e 1.374 estagiários.

Mínimo cai para r$ 969,00 O SALárIO mínimo está ainda mais dis-tante do ideal para os brasileiros. O go-verno de Michel Temer anunciou que vai reduzir o valor de R$ 979,00, previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), para R$ 969,00, durante a elaboração do orçamento. A decisão é por conta da revi-são das projeções econômicas.

A queda na projeção de inflação pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Con-sumidor Amplo), no fim de julho, fez com que a estimativa para inflação oficial caís-se de 4,3% para 3,7%. Porém o argumento para reduzir o mínimo não convence já que só nos 13 primeiros dias de julho, o governo se comprometeu a gastar R$ 1,9 bilhão com emendas, segundo os dados do Siafi, o sis-tema de contabilidade do governo federal.

Temer sucateia a comunicação públicaCrIADA para oferecer uma visão não mer-cadológica da notícia, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) tem sido alvo de censura e sucateamento do governo Temer. O corte de 63% dos recursos faz a instituição se trans-formar em uma máquina propagandística

Comunicação pública vira governamental. Pena

do presidente. O retrocesso não é de hoje.Temer tratou de criar uma Medida Pro-

visória para destituir o Conselho Curador, órgão representante da sociedade civil na empresa no dia seguinte à posse, em 2016. Em outra canetada, também acabou com a nomeação do diretor-presidente, antes do mandato de quatro anos, agora podendo ser feita na hora que bem entender o presi-dente da República.

As rádios públicas também são despres-tigiadas. Uma pena. São comuns as mu-danças de títulos para “suavizar” as crí-ticas ao governo. Ver uma empresa com missão pública servir para beneficiar o go-verno, sem dúvidas, é lamentável. Temer desvirtua os objetivos da EBC. Governo desconta rombo nos trabalhadores

Com quantidade reduzida de funcionários, sobram clientes nas agências do bb. Faltam bancários

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 17.08.2017 3CONTrArrEfOrMA

Tramitam no Congresso projetos que contrariam a precarização do trabalhorAFAEl bArrETo [email protected]

Uma luz no fim do túnel

ApESAr da maioria dos parlamentares ser da base aliada do governo Temer e ter com-promisso com as grandes empresas, exis-tem deputados e senadores no Congresso Nacional que lutam em favor dos direitos dos brasileiros. Além da pressão pela MP prometida por Temer em razão dos inúme-ros equívocos da reforma trabalhista, ou-tros projetos estão em tramitação contra a precarização do trabalho no país.

Na Câmara Federal, os PLs 8.112/17, 8.181/17 e 8.182/17 pedem, respectivamen-te, mudanças estruturais no texto da refor-ma, a fim de reestabelecer direitos, revoga-ção por inteiro da lei da reforma trabalhista

e o retorno da possibilidade de terceiriza-ção apenas nas atividades meio.

Já no Senado, o Diap (Departamento In-tersindical de Assessoria Parlamentar) des-taca seis propostas pela revogação da re-forma trabalhista (PLS 233/17), contra a terceirização (PLS 249/17), pela revogação

do termo de quitação anual das obrigações trabalhistas (PLS 251/17), do negociado so-bre o legislado (PLS 252/17), do trabalho intermitente (PLS 253/17) e do trabalho da gestante em locais insalubres (PLS 254/17). Os projetos ainda serão avaliados por diver-sas comissões na casa revisora.

Caixa não negocia reestruturação A CAIxA continua intransi-gente quando cobrada sobre a reestruturação. A direção do banco não apresentou, durante reunião na terça-feira, nenhum detalhe novo sobre o processo e reafirmou que não vai convo-car os aprovados em concurso público, para repor as vagas abertas pelo PDVE (Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário).

Para piorar, ainda disse que, apesar de não ter a intenção de fechar agências de imediato, já estuda cerca de 100 unidades que podem passar por um pro-cesso de fusão ou extinção.

Como a Caixa demorou para ouvir os trabalhadores, outras demandas foram tra-tadas no debate. A Comissão Executiva dos Empregados en-tregou o Relatório do Conten-cioso da Funcef, que tem um grande passivo trabalhista. Os empregados querem também a instalação de um grupo de tra-balho específico, que não vai para frente porque a Fundação se nega a participar.

A CEE/Caixa cobrou ain-

da a revogação da RH 037, que trata sobre o bancário tempo-rário, e se manifestou contrá-ria a ampliação do programa GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas). Os empregados reivindicam também a contra-tação de PCDs e a prorrogação do pagamento do adicional de

insalubridade para os avalia-dores de penhor.

A Caixa se comprometeu apenas em enviar até o dia 25 um comunicado com esclare-cimentos sobre o GDP e aceitou ampliar o prazo do adicional para os avaliadores. As demais ficaram sem solução.

reforma trabalhista passa a valer em novembro. Mas, alguns deputados e senadores trabalham para reverter danos da lei

Pendências na Caixa sao muitas. Direção do banco não se compromete

A DívIDA do contencioso, que deveria ser paga aos em-pregados da Caixa, e o déficit estarão em discussão hoje, durante reunião no Sindicato com dirigentes da Funcef.

O déficit aumentou con-sideravelmente e precisa ser equacionado de novo. Além disso, os R$ 2,4 bilhões pro-visionados para o contencio-so também se referem ao pas-sivo trabalhista da empresa, e se vir à tona terá impactos consideráveis.

As ações trabalhistas, con-sideradas como perdidas pelo jurídico da Funcef subiram de R$ 7,6 bilhões em dezem-bro para R$ 8,2 bilhões em novembro de 2016. Cresci-mento de 67% em relação ao ano anterior. Se essas causas tiverem sentença de conde-nação, mais de R$ 6,35 bi-lhões entrarão no déficit da Fundação, no qual o provi-sionamento vai ser maior que R$ 8,7 bilhões.

A Funcefem debate

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 17.08.20174

SAQuE

CONGrESSO DA CTB

Evento discute o golpe do capital contra o trabalhoroSE [email protected]

Promessa de ricos debates

TENDÊNCIA A nova pesquisa do Instituto DataPoder360, que revela crescimento de Lula em seis pontos percentuais – passou de 26% para 32% - e de Bolsonaro, que subiu de 21% para 25%, aponta a tendência de consolidação das duas pré-candidaturas mais competitivas na corrida presidencial. Ao que tudo indica, a eleição do próximo ano será disputada entre as forças progres-sistas e democráticas contra o candidato da extrema direita, de orientação ideológica neofascista. Vai pegar fogo.

LuLISMO O crescimento de Lula na corrida presidencial em seis pontos percentuais, em julho, acontece mesmo com a con-denação, sem provas, na Lava Jato. Mais uma evidência de que os dois maiores cabos eleitorais do ex-presidente são mesmo o juiz Sérgio Moro e Temer. O lulismo avança, apesar de toda perse-guição política do Judiciário e da mídia.

frACASSO A cada pesquisa eleitoral fica evidente a decadên-cia do PSDB. O único presidenciável tucano que ainda aparece, mesmo assim com remotas chances, é Dória (SP), pois tem me-nos da metade da preferência de Bolsonaro e um terço de Lula. Serra e Alckmin são cartas fora do baralho. Aécio está defini-tivamente sepultado. Marina Silva (Rede) caiu de 12% para so-mente 3%. Sumiu do mapa eleitoral.

CErTEZA Se em 2002 a candidatura de Lula representou a esperança de um povo sofrido, em 2018 significa a certeza de superação das crises econômica e política, que atingem acima de tudo as camadas mais carentes da população. É o que pensa o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Ele entende que se o golpismo insistir em tentar tirar o ex-presidente da dis-puta, na força, jogará o país em uma “convulsão social” nunca vista na história brasileira.

AMArGO O fato serve para dar uma dimensão da diferença entre democracia social e neoliberalismo. O governo Lula criou o Farmácia Popular, que atendia mais de 9 milhões de pessoas das camadas mais carentes da população, a um custo de apro-ximadamente R$ 100 milhões. Mas, infelizmente, Temer, que gastou cerca de R$ 17 bilhões para escapar do processo no STF, acabou o programa. É o amargo remédio neoliberal.

A ExpECTATIvA para o 4º Congresso Nacional da CTB é grande. Pela primeira vez em Salvador, o evento, que aconte-ce entre os dias 24 e 26 de agos-to, no Gran Hotel Stella Maris, comemora também os 10 anos da Central, que hoje representa mais de 1.200 entidades e 8 mi-lhões de trabalhadores.

Mais de 1,2 mil sindicalistas de todo o mundo são esperados. Um deles, o presidente do Sin-dicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, ressalta que o congresso tem "dimensão histórica pelo grave momento

que vive o país, com ataques aos direitos dos trabalhadores e o desmonte do Estado nacional".

A CTB prepara uma ampla programação durante os três dias. O atual cenário político e econômico do país e os prejuí-zos que a agenda neoliberal do governo de Michel Temer im-põe aos brasileiros estão na pau-ta. Destaque para as reformas trabalhista e da Previdência.

Para definir os desafios do movimento sindical e traçar es-tratégias de enfrentamento ao neoliberalismo, é fundamental saber o que acontece em toda a América Latina, sobretudo os ataques sofridos pelos governos progressistas. Os assuntos tam-bém serão tratados no congres-so, que tem ainda um balanço das atividades da CTB e a ela-boração de um plano de luta.

O presidente da central,

Adilson Araújo, que também é diretor do Sindicato, destaca que com unidade movimen-to sindical, trabalhadores e as forças progressistas têm con-

dições "para relançar um novo projeto nacional de desenvolvi-mento, fundado na valorização do trabalho, na democracia e na soberania popular".

Temer corta 1,1 milhão do bolsa Família. CruelNO BrASIL dos retrocessos, mais um dado que joga na lata do lixo o esforço de mais de uma década para tirar 36 milhões da miséria extrema. De abril de 2016 a julho deste ano, 1.151.505 famílias foram cortadas do Bol-sa Família pelo governo Temer, uma redução de 8,2%.

A estimativa é de que 3,4 mi-lhões de brasileiros ficaram sem a assistência, fundamental para reduzir a pobreza no país. Mas, a tendência deveria ser justamen-te o contrário. De abril de 2016

para cá, o Brasil ganhou um mi-lhão de desempregados. Diante da política de arrocho do gover-no, o amparo para que as pesso-as não passem fome, o Bolsa Fa-mília, está sendo cortado.

Com a redução do programa social, o governo economizou apenas R$ 773 milhões. Pou-co preocupado com quem mais precisa, interessado apenas em pagar os favores às elites, por outro lado, Temer gastou bi-lhões, dinheiro público, para comprar parlamentares.

Etapa estadual preparou discussões e fundamentou pauta para o Congresso Nacional da CTb

Com corte de

Temer, 3,4 milhões de brasileiros ficam sem

o bolsa Família

manoel porto - arquivo