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PDJ EDITORIAL O nosso Jornal mudou a sua apresentação gráfica. A começar por quem nele trabalha, todos gostam que haja mudança gráfica, pois esta desperta a leitura do muito que o Jornal, mês a mês traz a público e que assim é posto nas mãos de todos os que celebram a Eucaristia do segundo domingo. No fim das clebrações é distribuído. Certamente, haverá quem não leia tudo o que nele é escrito, mas eu creio que ele é aberto e os olhos não deixarão de fixar num título, artigo ou fotgrafia. O gosto também se cultiva e a leitura nunca é imposta a ninguém. O jornal tem muita importância numa comunidade ou Paróquia, pois vai fazendo a sua história e vai assim firmando todo o edifício humano. A quando da exposição dos vinte e conco anos de vida eu pude apreciar muitas reações e, por sinal, muito positivas. É a nossa história feita escrita para não se perder, pois a história é fonte de vida. Este número foi composto seguindo a orientação da Rita Gomes, designer gráfica. A redação e os articulistas do Jornal esperam a apreciação dos seus leitores. Vivemos todos, como comunidade cristã, o tempo da quaresma, que nos conduzirá à celebração anual da Festa da Páscoa,, que é precedida pelas celebrações da Semana Santa. Claro que o cristão vive em Páscoa permanente, mas o tempo da quaresma faz despertar, leva à conversão e á reconciliação com Deus e com os irmãos. Partiu da nossa Diocese o mote : A ALEGRIA DO EVANGELHO É A NOSSA MISSÃO" baseado na exortação apostólica do Papa Francisco," teremos que a traduzir no nosso viver. A conversão será voltarmos o nosso coração e vida para Deus e também reconciliarmo-nos com Ele e com os irmãos. Seria tão belo que todos regressassem á casa de Deus de coração lavado e olhar de luz! Que o perdão seja dado e recebido e as incompreensões esquecidas, pois tudo o que desune gera constantemente as trevas e os ressabiamentos. Deixar para mais tarde é trair Deus. Haja verdadeira Páscoa. Um abraço para todos. PREÇO A VULSO 0,50€ ▪Março 2015 ANO XXVI Nº 279 S. MIGUEL DA MAIA 1

EDITORIAL - Paróquia da Maia EDITORIAL O nosso Jornal mudou a sua apresentação gráfica. A começar por quem nele trabalha, todos gostam que haja mudança gráfica, pois esta desperta

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PDJ

EDITORIAL

O nosso Jornal mudou a sua apresentação gráfica. A começar por quem nele trabalha, todos gostam que haja mudança gráfica, pois esta desperta a leitura do muito que o Jornal, mês a mês traz a público e que assim é posto nas mãos de todos os que celebram a Eucaristia do segundo domingo. No fim das clebrações é distribuído.

Certamente, haverá quem não leia tudo o que nele é escrito, mas eu creio que ele é aberto e os olhos não deixarão de fixar num título, artigo ou fotgrafia. O gosto também se cultiva e a leitura nunca é imposta a ninguém.

O jornal tem muita importância numa comunidade ou Paróquia, pois vai fazendo a sua história e vai assim firmando todo o edifício humano.

A quando da exposição dos vinte e conco anos de vida eu pude apreciar muitas reações e, por sinal, muito positivas. É a nossa história feita escrita para não se perder, pois a história é fonte de vida.

Este número foi composto seguindo a orientação da Rita Gomes, designer gráfica. A redação e os articulistas do Jornal esperam a apreciação dos seus leitores.

Vivemos todos, como comunidade cristã, o tempo da quaresma, que nos conduzirá à celebração anual da Festa da Páscoa,, que é precedida pelas celebrações da Semana Santa. Claro que o cristão vive em Páscoa permanente, mas o tempo da quaresma faz despertar, leva à conversão e á reconciliação com Deus e com os irmãos.

Partiu da nossa Diocese o mote : A ALEGRIA DO EVANGELHO É A NOSSA MISSÃO" baseado na exortação apostólica do Papa Francisco," teremos que a traduzir no nosso viver.

A conversão será voltarmos o nosso coração e vida para Deus e também reconciliarmo-nos com Ele e com os irmãos.

Seria tão belo que todos regressassem á casa de Deus de coração lavado e olhar de luz!

Que o perdão seja dado e recebido e as incompreensões esquecidas, pois tudo o que desune gera constantemente as trevas e os ressabiamentos. Deixar para mais tarde é trair Deus. Haja verdadeira Páscoa.

Um abraço para todos.

preço a vulso 0,50€ ▪Março 2015 ▪ ano xxvi ▪ nº 279

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CONSULTANDO A HISTÓRIA

Continuamos com a transcrição das orientações deixadas pelos representantes do Balio de Leça à paróquia de S. Miguel de Barreiros em agosto de 1744: “(…) e que se fação quatro alvas das quaes ao menos duas terão sua renda e que se reformem as duas novas por estarem incapazes de servir por muito curtas, e se comprem quatro cordois brancos, quatro amitos e duas sobrepelizes, duas toalhas com sua renda para o altar mór, e duas para o lavatorio da sanchristia; Item mandamos se comprem dois pares de galhetas de estanho trocandoce as velhas por estarem quebradas e incapazes e que se concerte o Missal da fabrica e se compre outro novo, e que outrosy se concerte a cruz de prata mandandoce alimpar, e endireitar, e se compre tambem hua caldeira para a agoa benta por a velha estar incapaz (…)”

VISITA PASCAL - PARÓQUIA DA MAIA. - 05 de Abril de 2015

Faço o pedido a todos os Srs. Juízes da Cruz, das várias zonas, o favor de assumirem esta missão, que já tiveram em 2014. Procurem constituir o grupo dos acompanhantes tendo em conta o testemu-nho humano e cristão de cada um, como já têm feito.

Maria Artur

1ª ZONA: Juiz da Cruz: Joaquím Alberto MarquesR. do Chantre (início na Casa Felisberto!); Rua e Trav, Manuel Felisberto M.Oliveira Júnior, Trav.Chantre; R Joaquim Ferreira da Costa; REng.Luís Eduardo Costa Almeida; Rua Álvaro Aurélio Céu Oliveira; Rua Cruzes do Monte; Rua Nazoni, Vila Ver-de; Rua Samuel Gramaxo; Praceta Eng. José Adriano M.Santos.2ª ZONA: Juiz da Cruz: Joaquim PenaR Augusto Simões (a partir dos Combonianos); Urb. Coopermaia; R. 5 de Outubro; Trav. de Carassoí, R. de S.Romão.R Cons.Campos Hennques; RJoaquim Alberto Gomes da Costa. .3ª ZONA: Juiz da Cruz: José TorresR Augusto Simões (In, Casa Vícente); Urbanização da Coopermaia, 4ª ZONA: Juiz da Cruz: Joaquim OliveiraPraça; R. Augusto Simões; Trav. dos Correios; Av.Vasco da Gama; R. de S.Miguel; R.da Lage ; R. D.João IV; Av. D.Manuel II; Plazza ..5ª Z0NA: .Juiz da Cruz : Carlos CastroRuaAugusto Simões (a partir do Dias Farinha)- Trav. Augusto Simões; Praceta Domingos Nogueira da Costa; Rua Joaquim Ferreira da Costa, Rua e Trav. das Caleiras, até à entrada da Rua Samuel Gramaxo.6ªZONA: Juiz da Cruz: Jorge CastroAv.Antônio Santos Leite; R.A.Avelino Santos Leite; R. Francisco Silva; R.António Oliveira Braga; R. Augusto Martins.R. Ar-gentat;.Rua Adélía Carvalho7ª ZONA : Juiz da Cruz. Jorge LopesRua Dr..Carlos Felgueiras (a partir do cruzamento das antigas Escolas); Rua.,Augusto Martins; Rua Adélia Carvalho, Rua Manuel Faro Sarmento; Vereda Abílio Carvalho, Rua Avelino Santos Leite.8ª ZONA:Juiz da Cruz: Carlos CostaPraça Almada Negreiros; Av.Novo Rumo; R. António Sérgio; R. António Nobre; Rua Rochdal; R Vitorino Nemésio, Rua Viana da Mota.9ª ZONA: Juiz da Cruz : Altino Coelho(A partir da Capela dos Passos) Av. Visconde de Barreiros ; Rua da Santa Casa da Misericórdia; Rua de Nossa Senhora da Maia, Praça Dr.. José Vieira de Carvalho; Tv, Dr.Carlos Felgueíras; R. do Viso.10ª ZONA: Juiz da Cruz: Francisco CoelhoRua de Recamunde;Rua P. José Pinheiro Duarte, Av. da Igreja;;R. da Estação; R. do Souto; R. António Ferreira Costa Mala, R. Nova do Souto; Av.Visconde .de Barreiros; Urb. das Pirâmides.11ª ZONA:Juiz da Cruz: Eliano BarbosaQuinta Santa Catarína, Rua do Outeiro, Rua de Recamunde; R. do Godim, Via Adelino Amaro da Costa, Rua António Rebelo Monteiro; Travessa do Godim, R. Ernesto Santos Ribeiro.12ª ZONA: Juiz da Cruz: José Maria Dias CostaR. do Marco; R da Pinta; Lar da Misericórdia; Brandinhais e Condomínio; Quinta da Boa-Vista; ; Rua Joaquim José S. Maia, Conselheiro Costa Aroso; Varandas do Outeiro; R P. José Pinheiro Duarte.13ª ZONA: Juiz da Cruz. João TeixeiraRua Deolinda Duarte dos Santos; Trave Rua Deolinda Duarte dos Santos; R Padre António; R. Simão Bolívar (Venepor); e Ruas Adjacentes.14ª ZONA: Juiz da Cruz: Quintino OliveiraR. Eng. Duarte Pacheco; R. Clotilde Ferreira da Cruz; R. da Cavada; Rua Domingos Luis Barreiros Tomé.

O “puzzle” que foi distribuído e que é preenchido em cada semana, com uma letra que nele colamos e com os no-mes dos irmãos de quem vamos ao encontro, vai servir para nos darmos conta do caminho que vamos fazendo e para, na visita pascal, podermos celebrar melhor a ALEGRIA!

Tradicionalmente, somos convidados na Quaresma ao jejum, oração e esmola. O jejum é a forma de nos liber-tarmos do que em nós é supérfluo ou prejudicial, a oração liga-nos mais intimamente ao Senhor e a esmola sintoniza--nos com as necessidades dos irmãos. Com estes três focos de atenção – Deus, os irmãos, nós – podemos converter

À semelhança do que aconteceu no tempo de Advento e Natal, tam-bém agora o nosso Bispo convidou toda a diocese a envolver-se numa mesma dinâmica, com a finalidade de a todos ajudar a viver de modo mais intenso este tempo de Quaresma e Páscoa. Assim nos sentimos mais irma-nados com toda a igreja diocesana nas 477 paróquias que a formam. É, uma vez mais, uma dinâmica para toda a comunidade paroquial e não só para a catequese; todos os grupos e todos os cristãos podem e devem aproveitá--la como ocasião de conversão.

Nesta primeira etapa, somos desafiados a fazer uma Quaresma com Páscoa, isto é, a percorrer estas sete semanas num ritmo de preparação pessoal e comunitária para o maior evento cristão: a celebração da Ressur-reição de Jesus, que é a certeza de que também em nós pode acontecer Páscoa, passagem da morte à Vida.

A proposta parte dum símbolo forte – a porta. Abrimo-la para que no nosso coração entre a Graça de Deus, mas também para sairmos ao en-contro dos nossos irmãos levando-lhes a alegria que é o Evangelho.

Para nos ajudar no caminho, temos uma palavra semanal, um imperati-vo que se traduz numa atitude sempre voltada para fora, saindo ao encon-tro detrês pessoas que entendermos ajudar:

Pró - VOCAÇÃO, por vocação

BOM DIA!

O caminho está a tornar-se difícil, porque o tempo do mundo – de todos os mundos em que andamos envolvidos – não ajuda muito. Mas, tendo em conta a felicidade que no fim vamos viver e experimentar, vale a pena o sacrifício.

Estou a referir-me à Quaresma e a pensar na Páscoa. Urge mesmo que cada um entre dentro de si para ouvir por inteiro a advertência

de Joel: “Convertei-vos ao Senhor Vosso Deus que é clemente e compassivo” ou o aviso valente de Paulo: “Nós vos pedimos, em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus”.

Estas sérias advertências são para mim, são para ti, são para todos. E vamos pô-las em prática com diligência, até porque já vamos vendo ao longe a Cruz cheia de luz.

Então, para cada um, com estes sentimentos vivos no coração, cada dia seja um

BOM DIA!

o nosso coração ao Senhor e assim abeirar-nos do Sacra-mento da Reconciliação com a determinação de acolher a Vida nova da Páscoa. Assim a nossa Quaresma não pode ser tempo de tristeza; ela é o tempo alegre de quem se prepara para acolher o Ressuscitado! Ele é para nós a Boa Notícia que nos enche de santa Alegria!

Viver esta dinâmica é uma forma de estarmos atentos à nossa vocação, àquilo a que Deus nos chama em cada dia e à necessidade de não O deixarmos sem uma resposta de vida.

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Movimento Demográfico

Mês de Fevereiro

BAPTIZADOS13 - Francisco Magalhães de Sousa Oliveira28 - Rodrigo Fernandes Lopes

ÓBITOS02 - Carminda Ferreira Gonçalves (51anos)03 - Júlio Fernando de Sousa Oliveira (59 ano11 - Celeste Gomes Moreira (83 anos) - Mª Carolina Gomes Vieira (71 anos)12 - Maria Emília da Silva Braga (85 anos)17 - Maria Augusta Teixeira Oliveira (71 anos)18 - Carlinda Rosa da Silva (92 anos) - Fernando Luís Santos Pereira (81 anos)19 - Abel da Silva Matos ( 93 anos)21 - Narciso Moreira da Silva (77 anos)22 - Arnaldina Maia dos Santos (77 anos)26 - José Teixeira ( 83 anos)

Dinâmica Quaresma-Páscoa

Equipa Paroquial Vocacional

Manuel Machado

Maria Teresa e Maria Fernanda

O Grande EncontroJosé Luís Nunes Martins apresenta-nos diferentes perspetivas de uma

mesma realidade – o ser humano e o mistério da vida. Encontramos um conjunto de reflexões em que o amor, a morte, o sofrimento e a esperança são alguns dos pontos essenciais.

São 67 textos que se desenvolvem, na sua maioria, a partir de situações concretas da própria vida do autor. Os temas abordados, escritos numa lin-guagem clara, embora com considerações filosóficas, são caminho para o

aprofundar do nosso pensamento e o crescer da nossa existência individual!

Fazemos nossas a caraterização abrangente deste livro nas palavras do autor do prefácio: “… O teor destas crónicas nunca remete para um sujeito impessoal mas aponta sempre para um caminho de conversão pessoal, de livre e responsável compromisso consigo próprio e com o mundo!...

A ascese que nos é proposta é, de facto, rigorosa, mas muito gratificante, porque se há uma alegria para o bem dos sentidos, há uma maior felicidade para quem saboreia a verdade e o amor. Na realidade, mais do que aquilo que sentimos ou sofremos, nós somos o que sabe-mos e amamos.”

Muitos dos nossos utentes, apesar das suas modestas re-formas, ainda estão a ser o amparo frnanceiro dos seus fami-liares. Daí que as famílias que os têm os aguente em casa em vez de os levar para lares ou centros de dia, mesmo que as condições sejam precárias.

Esta situação de crise que vivemos está a mudar subs-tancialmente o modo de viver de muitos portugueses, para a qual devemos estar preparados.

A actual falta de postos de trabalho exige de quem está empregado a obrigação de contribuir para a manutenção sau-dável do seu emprego, e a quem está desempregado a arte de inventar algo que dê para viver condignamente.

Com este propósito vou narrar um acontecimento do qual fui parte integrante:

No mês de Maio do ano passado, um grande amigo das minhas lides vicentinas que eu já não via há muito tempo, entrou pelo cartório paroquial adentro ao meu encontro a pensar que eu poderia dar um jeito na sua empregabilidade no nosso Lar de Nazaré, a lamentar-se que estavam desem-pregados ele e a esposa, que estava a terminar o subsídio de desemprego e que, também devido aos seus cinquenta anos, não via quaisquer hipóteses de arranjar trabalho.

Perante o dilema apresentado, perguntei-lhe o que es-tavam a pensar fazer para superar a crise, e a resposta foi de que já tinham batido a muitas portas, mas que todas se fecharam.

Eu continuei: olha ... não és velho, tens saúde e um carro que te podem ajudar muito. Vem aí o tempo de praias, vai às fábricas de gelados, pede-lhes uma mala térmica e vai vender gelados à consignação.

Ele olhou para mim, parou silenciosamente durante al-guns segundos, depois despediu-se e foi-se embora.

Desde aí deixei de ver o Ricardo durante quase meio ano, até que um dia, em pleno mês de Outubro, entrou no mesmo cartório com ar de muito animado e muito diferente do pri-meiro encontro, e disse-me: «Sabes que aquela tua ideia dos gelados foi um sucesso? Houve dias em que fui à fábrica cinco e seis vezes atestar a mala. Eu e a Madalena fizemos umas ricas praias e um bom pé de meia que vai dar para aguentar até que passe a crise.

Então aí eu voltei à carga: E agora o que vais fazer? 4 ▪ s. miguel da maia

Depois de quase um mêsInternada e em sofrimento,Eis-me de volta a casa …Será o fim deste tormento?

Orando à minha madrinha,Nossa Senhora das Relíquias,Que me protege e guiaE me inunda de luz.Aqui estou, Senhora minha,Também aos pés de Jesus.

E, no momento em que rezoCom verdade e confiança,Vou pedindo proteçãoE muita luz de esperança.

Ana Maria Ramos

Dor e Esperança

AS OCASIÕES NÃO FAZEM SÓ LADRÕES

LIVRO A LIVRO

Ele encolheu os ombros e disse: «Há que esperar até que venha o novo tempo de praias».

Mas eu continuei: ... nada disso. Vem aí o tempo das casta-nhas, arranja um carrinho e vai tentar outro modo de ganhar dinheiro a vender castanhas assadas.

Hoje mesmo, 2 de Março de 2015, no dia exacto em que escrevi este relato, o Ricardo entrou no mesmo cartório de então, muito contente e de óptimo aspecto, a dar-me conta de que também a campanha das castanhas assadas foi um su-cesso. Que arranjou um carrinho barato em segunda mão e que até já se habituou a ir para junto do estádio do Dragão, do Boavista e outros, vender também bandeiras, bonés, capas e almofadas .. Estava, portanto, integrado num outro modo de ganhar a vida honradamente.

Como diz o povo: a esperança deve ser sempre a última coisa a morrer.

EQUIPA PAROQUIAL DE PASTORAL FAMILIAR

Contactos:917373873 - 229482390 229448287 - 229486634 - 969037943 966427043 - 229416209 - 965450809 962384918 - 938086881 229482390 - 914621341 - 914874641 - 229411492 - 910839619

www.paroquiadamaia.net; - [email protected] - Navegue

Maria Luísa e José Carlos Teixeira; Jorge Lopes; Lídia Mendes; Fernando Jorge; Regina; Júlia Sousa; José Sousa; P. Domingos Jorge

E. P.P.F

A Equipa Paroquial tem em viista da sua ação tudo o que à família diz respeito. Reúne-se mensalmente para refletir e programar , bem como para rezar.

Tem sempre presente o plano da Diocese: "A alegria do Evangelho é nossa missão".

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O Cardeal Kurt Koch intervém no debate em vista do Sínodo sobre a famíliaPor Luca MarcolivioROMA, 25 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) - "Fidelidade” e “insepa-rabilidade" permanecem as condi-ções indispensáveis do casamento cristão. Isto foi afirmado pelo Car-deal Kurt Koch, presidente do Pon-tifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, durante uma conferência sobre o conteúdo do próximo Síno-do, da qual amplos trechos serão publicados na edição de amanhã do L’Osservatore Romano.Em seu discurso, o cardeal suíço toma nota da atual crise do matri-mônio e do aumento exponencial das separações e dos divórcios, identificando uma das principais razões na "incapacidade generali-zada e crescente das pessoas para tomar decisões vinculantes e defi-nitivas”.É o triunfo do que o Papa Francisco chama de "cultura do provisório", segundo a qual "as decisões defi-nitivas e a fidelidade não são mais tidas como valores primários, por-que os homens se tornaram mais inconstantes nas suas relações e, ao mesmo tempo, mais desejosos de relacionamentos”.Muitas pessoas parecem excluir a priori a possibilidade de "algo de-finitivo", prevendo já do início "a possibilidade de um fracasso". A perspectiva cristã, no entanto, é totalmente contrária e diz que a fi-delidade a um “sim” pronunciado a um outro ser humano, “não se cris-talizará, mas aprenderá de forma sempre mais profunda a abrir-se ao “tu” e, ao fazer isso, a alcançar a própria liberdade”, afirmou Koch.Em relação ao debate sinodal so-bre as possíveis condições de rea-dmissão à eucaristia para os divor-ciados novamente casados ou em coabitação, o cardeal disse que es-tava "convencido de que só é pos-sível encontrar respostas credíveis e úteis para este assunto espinho-so, se se tiver a coragem de cha-

mar pelo nome os problemas que estão na base”.A pastoral matrimonial, portanto, precisa de “uma boa preparação para o matrimônio, de um catecu-menato matrimonial como equiva-lente do velho tempo de noivado”.Além disso, o amor conjugal cris-tão “não pode limitar-se a si mes-mo e girar exclusivamente em tor-no de si mesmo, mas de sair de si mesmo através dos filhos e para os filhos; somente através do filho o matrimônio se torna família”.É imprescindível, portanto, a aber-tura à “transmissão da vida huma-na”, porque, “com os filhos, se con-fia aos pais a responsabilidade do futuro, de tal forma que o futuro da humana passa pelo da família”.A renúncia de colocar filhos no mundo é principalmente devida a um futuro que se tornou "tão incer-to que os induz a fechar-se, com preocupação, como é possível expor uma nova vida a um futuro percebido como desconhecido”, afirma Koch.Não é suficiente, então, transmitir a “vida biológica”, é preciso trans-mitir a vida “em um sentido pleno, ou seja, em um sentido que resiste à crise da vida e traz consigo uma esperança que se revela mais forte do que toda incerteza do futuro”.Considerando-se as crianças como "o bem mais valioso da família", os pais cristãos lançam um "sinal pro-fético", que responde ao declínio demográfico, “sinal de uma falta de confiança na vida e de esperança no futuro".A dignidade do homem e a dignida-de da família vão de mãos dadas e “a volta do debate da instituição da família representa também um ataque ao conceito cristão de pes-soa humana”, como observou nos anos 80 o então cardeal Joseph Ratzinger.Lembramos assim as recentes pa-lavras do Papa Francisco que, em sua viagem à Filipinas do mês pas-sado, afirmou: “"Qualquer ameaça à família é uma ameaça à própria

sociedade."Sublinhando que "com a família, o que se joga é alto para o homem e para a sociedade”, o presidente do Conselho Pontifício para a Uni-dade dos Cristãos lembrou que a próxima assembleia sinodal "vai enfrentar grandes desafios que poderá vencer só se proclamar o Evangelho do matrimônio e da fa-mília”, compreendido não como “uma ameaça ou um limite para a liberdade humana”, mas como “a sua realização mais autêntica”.Por esta razão, "se a maior possi-bilidade da liberdade humana é a capacidade de fazer escolhas defi-nitivas, então, conseguirá ser livre somente aquele que souber tam-bém ser fiel e poderá ser realmente fiel somente aquele que é livre. A fidelidade é, de fato, o preço que a liberdade paga e a liberdade é o prêmio que vence a fidelidade”, concluiu o Cardeal Koch.

"O casamento indissolúvel não é uma ameaça à liberdade humana"

Convite aos NoivosPreparação do Matrimónio

CPM - 7 a 30 de Abril (terças e quintas- feiras, 21h00, Lar de Nazaré).As inscrições serão feitas no dia 7 de

Abril (à chegada)

Maria Luisa C. M. Teixeira

AS COISAS SINGELAS SEMPRE SÃO AS MAIS BELASJá na Quaresma, e a Páscoa a aproximar-se,

mantenho ainda em cima da secretária uma pequena caixa com cartões de Boas Festas e não sei mesmo se a voltarei a guardar nos arrumos onde a encon-trei quando fui buscar as caixas com as coisas de Natal. É que, nesta pequena caixinha, eu reencon-trei lindas recordações da minha infância e juventu-de que saltitaram na minha memória umas atrás de outras à medida que fui revendo cada postalzinho guardado das minhas amigas e de alguns amigos de meus pais. Alguns destes postais passaram de livro em livro ao longo dos meus anos de estudo.

Olhando para muitos deles, recordo-me de como ficava encantada em pequenita a admirar as lindas ilustrações e, então, quando os desenhos estavam realçados por pigmentos prateados que pareciam verdadeiros brilhantes esses maravilhavam-me de tal modo que cuidava deles como se de joias se tratasse.

Eram as minhas preciosidades estes cartõezi-nhos tão singelos. A maioria tinha apenas uns 10 centímetros de altura e os envelopes também eram assim pequeninos. Fazia sempre com muita alegria a caminhada por aquelas ruas acima, até à pape-laria que ficava bem longe da casa dos meus pais, mas ia na expetativa de ver um a um a variedade que havia para comprar e de todas as vezes ficava deslumbrada com os maiores e os que tinham mais brilhantes prateados ou se desdobravam em duas ou três folhas, mas é claro, só podia comprar dos mais pequeninos pois eram os mais baratos, apesar de serem para enviar às melhores amigas não havia dinheiro para os maiores.

Por cada época natalícia a ida á papelaria podia repetir-se várias vezes sempre que havia que retri-buir os votos de Boas Festas recebidos.

Os meus pais não tinham dinheiro para se ter em casa uma reserva de postais, como agora acontece, que, de um ano para o outro, em vez de se gastarem todos pelo contrário vão-se acumulando, porque por comodidade, cada vez mais, são substituídos por emails ou mensagens de telemóvel. Mas esta como-didade não imprime às mensagens de Boas Festas o imenso significado que ficou impregnado em cada um dos postais daquela caixinha. Era quase um ri-tual que envolvia cada postal que se enviava. Era uma rotina importante do período Natalício.

Continuo a gostar muito de enviar postais com mensagens de Natal, e não deixo de guardar, todos os anos, os que recebo, mas antes disso, estão na beira da lareira para que eu possa ter mais presente todos aqueles que mos enviaram na época do ano que mais gosto e que mais alegria me dá.

Sinto no entanto que há qualquer coisa de dife-rente que pelo passar dos anos surgiu. Ou melhor tudo é diferente. Naqueles tempos era tudo tão pou-co o que se tinha, por isso, um pequenino e simples postal de Boas Festas de Natal, ou da Páscoa que também se escreviam, era acarinhado com muito

gosto e cuidado. Ao recordar a simplicidade dos gestos e da vida

de quatro ou cindo décadas atrás, sinto que me faz muito bem, sinto-me feliz, dá-me até uma profun-da paz e, deixa-me a vontade de pelo menos neste tempo de Quaresma procurar despojar-me o mais possível do que é supérfluo e me sobrecarrega im-pedindo que eu liberte o meu coração e o meu tem-po para me dedicar com mais atenção em oração, em silêncio e simplicidade a Jesus Cristo, e prepa-rar o meu coração transformando-o o mais possível para O receber Ressuscitado na mais pura alegria da manhã de Páscoa.

Às vezes, são precisamente as nossas próprias coisas, as nossas recordações, aquilo que numa ou-tra ocasião escrevemos ou fizemos com as nossas próprias mãos, que nos dão força, alegria, ânimo para viver o momento presente, e quanto mais sim-ples e até mesmo da nossa infância, maior benefí-cio nos podem proporcionar, basta que nos consi-gamos recordar com o mesmo encantamento pela sua singeleza, ou pelas emoções que nelas estão impressas, para que o nosso espírito se expanda em beleza, bondade e bem para nós próprios e para todos aqueles que com quem nos cruzamos no nos-so quotidiano.

6 ▪ s. miguel da maia

Baden- Powell – Fundador do Escutismo

Páscoa e Semana da Misericórdia

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A 22 de Feverei-ro de 1857 nasceu em Londres aque-le que viria a ser o Fundador do Mo-vimento Escutista. Robert Stephenson Smith Baden-Powell foi um militar com

uma brilhante carreira ao serviço de Inglaterra. Em Agosto de 1907, depois de terminada a sua carreira militar, juntou 20 rapazes dos 12 aos 16 anos e realizou o primeiro acampamento Escutista na ilha de Browsea onde transmitiu conheci-mentos técnicos tais como: primei-ros socorros, observação, técnicas de segurança para a vida na cidade e na floresta, entre outros. Devido aos bons resultados deste acam-pamento, Baden-Powell começou a escrever o livro "Escutismo para Rapazes" que ainda hoje serve de inspiração para os Escuteiros de todo o mundo. O Escutismo, nasci-do na Inglaterra, rapidamente che-gou a outros países, e, já em 1920, em Londres, reuniram-se num grande acampamento Escuteiros de várias nacionalidades. Foi nes-te primeiro acampamento mundial, denominado Jamboree, que 20.000 jovens aclamaram Baden-Powell

como Chefe Mundial. Depois de uma vida inteira dedicada aos Es-cutismo, Baden-Powell retirou-se para o Quénia onde faleceu a 8 de Janeiro de 1941.Deixou-nos como herança o seu exemplo humano. Esta foi a sua ultima mensagem:

Caros escuteiros:Se já vistes a peça Peter Pan,

haveis de recordar-vos de como o chefe dos piratas estava sempre a fazer o seu discurso de despedida, porque receava que, quando lhe chegasse a hora de morrer, talvez não tivesse tempo para o fazer. Acontece-me coisa muito parecida e por isso, embora não esteja pre-cisamente a morrer, morrerei qual-quer dia e quero mandar-vos uma palavra de despedida.

Lembrai-vos de que é a última palavra que vos dirijo, por isso me-ditai-a.

Passei uma vida felicíssima e desejo que cada um de vós seja igualmente feliz.

Creio que Deus nos colocou neste mundo encantador para ser-mos felizes e apreciarmos a vida. A felicidade não vem da riqueza, nem simplesmente do êxito de uma carreira, nem dos prazeres. Um passo para a felicidade é ser-

des saudáveis e fortes enquanto sois rapazes, para poderdes ser úteis e gozar a vida quando fordes homens.

O estudo da natureza mostrar--vos-à as coisas belas e maravilho-sas de que Deus encheu o mundo para vosso deleite. Contentai-vos com o que tendes e tirai dele o maior proveito que puderdes. Vede sempre o lado melhor das coisas e não o pior.

Mas o melhor meio para alcan-çar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros. Procurai dei-xar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e quando vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao me-nos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem.

Estai preparados desta manei-ra para viver e morrer felizes - ape-gai-vos sempre à vossa promessa escutista - mesmo depois de já não serdes rapazes e Deus vos ajude a proceder assim.

O Vosso Amigo

Por uma Juventude melhor,Palmira Santos

O TERÇO À DIVINA MISERICÓRDIA

Em 13 de setembro de 1935, Irmã Faustina escreve:

"Eu vi um anjo, o executor da cólera de Deus... a ponto de atingir a terra ... Eu comecei a implorar intensamente a Deus pelo mundo, com palavras que ouvia interiormente. À medida em que assim rezava, vi que o anjo ficava desamparado, e não mais podia executar a justa punição..."

No dia seguinte, uma voz interior lhe ensinou esta oração nas contas do rosário: o Terço da Misericórdia. Disse Jesus a Irmã Faustina: "Pela recitação desse Terço agrada-me dar tudo que Me pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos, encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles será feliz.' "....Quando rezarem este Terço junto aos agonizantes, Eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso".

Celebraremos a Semana da Misericórdia (rezando o terço) na Igreja de Nossa Senhora da Maia e no Santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho às 21h00

A todos os colaboradores e leitores do S. Miguel da Maia, ao Sr. Bispo D. António Francisco, a todos os Paroquianos da Maia, às Entidades Públicas (Câmara e Junta de Freguesia), enviamos votos de uma Santa Páscoa.

A Direção do Jornal

SANTA PÁSCOA

Com base no lema proposto pelo Bispo D. António para este Ano Pastoral, “A Alegria do Evangelho é a nossa Mis-são”, inspirado na exortação apostólica “A alegria do Evan-gelho”, e dando sequência à Dinâmica Comunitária proposta para a vivência dos Tempos Litúrgicos de Advento/Natal, in-titulada “Uma casa para a alegria do Evangelho”, é-nos nova-mente proposta uma Dinâmica Diocesana, destinada a todos os movimentos paroquiais das Comunidades, para a vivência desta Tempo de Quaresma/Páscoa.

João Bessa

A Porta? Que sentido?

O voluntariado, nos dias de hoje, está muito presente na sociedade. Cada vez mais gente adere, tanto jovens como adultos, mas Portugal continua a ser dos países com menor participação em atividades de volun-

tariado. Com o voluntariado, as pessoas têm a oportunidade de vivenciar os sérios problemas sociais, convivendo, assim, com uma realidade, completamente diferente do que a que achamos que é. Muitas vezes, não nos apercebemos que nos queixamos sem razão, e por vezes dizemos que a nossa vida não presta porque, simplesmente, não temos aquela camisola,

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Desta forma, a proposta passa por, “na casa construída para a Alegria do Evangelho, juntamente com a ‘porta’ do nosso coração, abrirmos as portas que nos façam entrar na Igreja (na Quaresma)e daí sair em missão (durante o Tempo Pascal)”. Como podemos constatar, a porta assume-se como o principal símbolo dinamizador da mesma. “Na linguagem da fé, a ‘porta’ é um dos símbolos com o qual Jesus se identifica: ‘Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo.’ (Jo 10,7 ss)”.

Na vivência deste Tempo Quaresmal, procurar-se-á realçar o Ato Penitencial, sendo este o momento em que a porta será aberta e apresentada a todos a palavra da semana, que estará diretamente relacionada com a atitude a que seremos desafiados a concretizar, em cada semana, no final da Eucaristia.

Durante a Quaresma, estas atitudes traduzir-se-ão em gestos concretos de conversão interior, simbolizando o movimento de “entrar”. Para posteriormente, no Tempo Pascal, sermos convidados a atravessar novamente esta “porta”, num movimento de “saída”, que se concretizará

através de gestos concretos para com os que nos rodeiam, de forma a nos aproximarmos do movimento de “Igreja em saída”.

Assim, na sequência desta proposta, e à semelhança do já realizado no início de Advento, também neste início de Quaresma, pretendemos marcar esta vivência com duas Celebrações diferentes do habitual, uma destinada à Catequese da Infância e outra à Catequese da Adolescência. Com conteúdos semelhantes entre si, mas dinamizados de forma diferente, de forma a se adaptarem às diferentes faixas etárias, pretendeu-se também aqui reforçar, com singelas dramatizações, a simbologia desta “porta”, através da qual Jesus nos vai procurando, mesmo quando não somos capazes de O reconhecer verdadeiramente.

A Quaresma é portanto um convite a abrir a porta do nosso coração à alegria do Evangelho, “para que a alegria ‘experimentada desde o interior’ assuma a ousadia do ‘sair’ e a capacidade de contagiar”, a fim de passarmos do “encontro pessoal com Jesus Cristo” “ao anúncio renovado que proporciona aos crentes, uma nova alegria na fé e uma fecundidade evangelizadora” (Papa Francisco).

Para terminar, partilho convosco um excerto de uma reflexão, adaptada de uma meditação do Padre José Tolentino Mendonça, que foi utilizado na Celebração da Adolescência.

“Quaresma, o que implica?Mudar de vida. Sorrir. Pedir e dar perdão. Acolher. Ser humilde. Servir.

Quaresma, o que é?Percorrer o Teu caminho. Aceitar a felicidade como possível. Mudar de vida. Aceitar o risco extraordinário do Amor e da Vida.

Começar hoje. AGORA! Aqui e agora. Pois é aqui que tenho de começar. É por mim que tenho de começar.”

Bom será se todos nos envolvermos nesta Dinâmica, também como uma oportunidade de gerar comunhão entre todos e com os demais.

Porque não voluntariado?

aquelas sapatilhas, aquele telemóvel, etc.. Mas se reparásse-mos no que dizemos nesses momentos, iríamos perceber o quão egoístas conseguimos ser.

Por isso, porque não tentar ser voluntário? Com apenas uma pequena contribuição (como por exemplo com um pa-cote de bolachas, massas, etc..) já estaremos a ajudar. Não fiquem a pensar que "provavelmente muita gente irá ajudar e tem mais que eu, ou seja, não preciso de ajudar". Pois qual-quer contribuição ajuda, não interessa a quantidade, apenas contribua e ajudem aqueles que precisam. Lembrem-se que hoje é outra pessoa, mas amanhã poderá ser alguém que co-nhecemos ou até mesmo nós. Rita Sá

Campeões europeus de futsalA ideia mais comum, mesmo entre os católicos, é a de que um padre é essencialmente para

presidir à Eucaristia e a qualquer celebração religiosa e acompanhar os seus paroquianos, mas…No passado dia 27, chegou ao aeroporto de Francisco Sá Carneiro a seleção nacional de

futsal de padres. Esta equipa trazia consigo o título de Campeã da Europa de Futsal, a Clerigus Cup. Esta equipa já é repetente neste Campeonato.Neste ano, participaram 16 países, com 220 sacerdotes.

Esta seleção derrotou outras seleções como a Eslováquia, a Albânia, a Bielorrússia e aHun-gria. Na final, bateu a Polónia por 1 a 0, sendo que Portugal nunca tinha sido capaz de derrotar esta seleção.

Assim, estes padres demonstram como difundir a religião de uma maneira diferente e como viver a fé de uma forma alegre. Maria Lúcia

Tendo em conta a devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho e a Nossa Senhora da Maia, fizemos várias peças que poderá adquirir nos cartórios das duas Igrejas:

PINS: Nossa Senhora do Bom Despacho; Nos sa senhora da Maia; S. Miguel Arcanjo.MEDALHAS : pequenas e com guarnição: NªSª do Bom Despacho Nª Senhora da Maia; S. Miguel (algumas duas faces);PORTA-CHAVES: Nª Sª do Bom Despacho; NºSª da Maia; S. Miguel (2 faces)TERÇOS: várias cores ; com a imagem de NªSª do Bom Despacho e da Maia e a Cruz da Igreja de Nossa Senhora da Maia.CATECISMO DA DOUTRINA CRISTÃBÍBLIA SAGRADAMedalhões alusivos à Dedicação; Coroação de NªSª como Padroeira do Concelho da Maia e Decreto da Declaração de Santuário Mariano, plo Senhor D. Armindo e pela Igreja. - Estes artigos religiosos estão á venda nos cartórios das nossas Igrejas.

Olá, bom dia. Paz e bem.

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ARTIGOS RELIGIOSOS DAS NOSSAS IGREJAS

Estamos a iniciar o tempo de Quaresma. Um tempo de renova-ção e de uma vida nova. Sim, um tempo marcado pela certeza da Páscoa, marcado pela luz da vitória de Jesus sobre o nosso egoimos que quer tornar-nos escravos do mal: “tempo de graça”

Deus não nos pede nada que não nos tenha já oferecido. Nós sa-bemos que só somos convidados cada dia a aprender a amar porque o próprio Deus nos amou primeiro

O convite que nos é lançado por Jesus, fonte de Vida e de Luz, é claro: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho (Mc 1, 15) da Alegria; este Evangelho de Jesus Cristo é uma verdadeira proposta de Deus que deseja uma verdadeira liberta-ção para toda a humanidade. Este é o tempo favorável.

Diz-nos o profeta Joel: (Joel 2, 13): "Rasgai vossos corações e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso e compassivo, len-to para a cólera e cheio de amor, renunciando a punição.”

Por sua parte, Paul convida o

crente "em nome de Cristo, [...], para se reconciliarem com Deus, para não deixar que a graça de Deus ineficaz".

Diante de tão grande bon-dade, carinho e misericórdia de Deus a atitude do homem só pode ser esta: "Eu conheço as minhas transgressões", "minha culpa", "minha ofensa". Senhor, "apaga as minhas transgressões", "lava-me", "purifica-me", "Cria em mim" um espírito firme e generoso, atento e disponível aos meus irmãos.

Por fim, o perdão e da miseri-córdia de Deus abre-nos a um fu-turo: "viverei na vossa presença e minha boca irá declarar o seu lou-vor.

Diz-nos o Papa Francisco:“A Alegria do Evangelho enche

o coração e a vida inteira daque-les que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da triste-za, do vazio interior, do isolamen-to. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria.”

Desde o Togo envio um grande abraço de amizade.

Francisco José de Sousa MachadoComboni Missionaries

P.O. Box KN 556 KaneshieACCRA (Ghana)

tel. +233-302/30.14.93Telemovel: 00.228.92122936

RETIRO DE QUARESMA PARA JOVENSOlá JovemO JIM – Jovens em Missão, organiza um retiro de jovens para ti.Dias 13 a 15 de Março nos Missionários Combonianos da MaiaVem passar um momento de calma e tranquilidade, onde podes rezar, reflectir, partilhar e conversar com deus e com

os outros, num ambiente natural e convidativo ao silêncio e à contemplação.Se tens 16 anos ou mais não hesites: é fácil, é barato e dá-te muita alegria.Inicio: sexta dia 13 às 21.30. - Termina: domingo dia 15 com o almoçoInscrições: Até dia 8 de Março para P. Jorge: [email protected] ou 916656857Custo: 10.00€ - inclui alimentação de sábado e domingo, alojamento e materiais necessários.Trazer: Saco cama, Biblia, caderno e caneta. E muita boa disposição.Mais informações em: www.jim.ptSe és jovem, esperamos por ti. Participa e convida outros, do teu grupo e/ou amigos.Se já não és assim tão jovem divulga esta iniciativa junto dos que conheces.Vem rezar connosco.

P. Jorge Oliveira

Aproxima-se a Páscoa. Preparamos desde já esse tem-po vivendo profundamente, com muito empenho e com-promisso a paixão de Cristo. Temos que preparar o coração para o embate com a morte de Cristo e sua Ressurreição.

De certo modo morremos para nós próprios, para res-suscitarmos, na Páscoa, com Cristo ressuscitado. É preciso mobilizar totalmente a nossa vida, as nossas capacidades, o nosso total empenho, para viver profundamente a morte de Cristo e a sua e nossa ressurreição espiritual. Esta pre-paração não exige que ponhamos de lado o que realmente somos, mas é preciso melhorar a nossa própria vida e o nosso compromisso com Cristo.

No limite, temos de nos empenhar com tudo o que temos e somos, sem oscilações, pequenos desvios ou dis-trações.

Preparar o coração não é esquecer ou pôr de lado o que sou ou fui até este momento, mas empenhar-me agora,

sempre e totalmente com o momento presente.Na realidade nós somos sempre uma mistura do que já

fomos e vivemos, e do que estamos a viver e viveremos no amanhã...

Neste tempo litúrgico, que é a Quaresma, cantamos um cântico da autoria do meu saudoso colega e amigo, Pa-dre Manuel Simões, que define perfeitamente este tempo litúrgico, e nos pode ajudar a preparar e viver, espiritual-mente, a morte e a Ressurreição do Senhor: “Troquemos o instante pelo eterno, sigamos o caminho de Jesus. A Prima-vera vem depois do Inverno, a alegria virá depois da cruz”. “ Passa o tempo e com ele as nossas vidas. Tal como passa o bem, passa a desgraça. Passam todas as coisas conhecidas, Só o nome de Deus é que não passa”. Vivamos esta Quares-ma mais comprometidos, para podermos viver plenamente a alegria da Ressurreição.

Mário Oliveira

A terceira e última conferência sobre a exortação apos-tólica Alegria do Evangelho realizou-se no dia vinte e quatro de fevereiro último. Desta vez o cinema do Venepor abriu as suas portas ao Sr. P.e Lino Maia, pároco de Aldoar, o orador da noite. O Sr. P.e Orlando, pároco de Gueifães e vigário da Maia foi o anfitrião desta conferência.

Mais uma vez deixo aqui esta nota ou protesto: o ci-nema do Venepor poderia ter ficado sem cadeiras vazias. Mas… ficou sem cadeiras cheias. É pena que um cristão não queira aprender sempre mais, a não ser que sinta que já sabe tudo… É triste que não queira perceber melhor o que é ser cristão e viver a sua fé mais profundamente.

Orientados pelo Sr. P.e Orlando começamos o serão por um cântico e oração. O moderador fez a introdução ao tema e apresentou o nosso orador. Após este primeiro momento o orador fez a sua própria introdução ao tema. Explicou-nos em que contexto surgiu a exortação apos-tólica Alegria do Evangelho. Descreveu-nos o interesse e importância da mesma para a Igreja e para nós. A exorta-ção foi-nos apresentada de modo ligeiro e simples, acessí-vel a todos nós. Foram identificados e lidos vários trechos da exortação e explicado cada um deles. ”Deus; Vida; Jesus; Todos; Outro; Povo; Evangelho; Cristo; Fé” são, segundo o nosso orador, as palavras que se repetem mais vezes nesta Conceição Dores de Castro

exortação. Apresentou-nos o número de vezes para cada uma delas. Foi vincada a importância da vida desde a conce-ção até à morte natural, fazendo-se notar que os recursos humanos, quando não são úteis são descartáveis. Devemos colocar os nossos recursos e nós mesmos ao serviço do bem comum, ao serviço de toda a pessoa humana.

Ficamos também a perceber o que faz Igreja: culto, Pa-lavra e ação sociocaritativa. E, no alinhamento desta ideia e na conclusão final o Sr. P.e Orlando deu a todos nós cristãos empenhados duas “dicas” importantes que devemos reter e pôr em prática: catecumenato para adultos; e aproveitando a ideia do Papa Francisco, preparar um espaço para a hi-giene dos sem-abrigo e mais necessitados. Houve também tempo para partilha e troca de ideias com a assembleia.

Gostei de ouvir, gostei do que ouvi! Nós cristãos pre-cisamos disto: mais formação e informação. Precisamos de ser mais ativos e estar mais documentados. Precisamos de, pacificamente, impor o nosso lugar neste mundo cada vez mais laicizado e cada vez mais violentamente islamizado.

E, imbuída pelo “ambiente” que se vive atualmente nesta pequeníssima aldeia global que é o nosso planeta termino este texto com um grito legítimo: “Je suis chritien!”

QUARESMA PÁSCOA

Alegria do Evangelho – mais um pouco

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Os nossos Coros dão beleza às nossas CelebraçõesA nossa paróquia da Maia, presentemente tem 4 Coros Litúrgicos:Coro Paroquial da Maia (Missa das 11h de Domingo) - Coro do Santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho( Missa

das 9h00) Coro da Catequese (Missa Vespertina das 19h00 ) e o Novo Coro (que em breve terá nome)(Missa das 19h00 de Domingo). Nas grandes Festividades formam todos um só Coro.

É bem sabido que a economia não é uma ciência exacta, por mais isso custe às correntes de pensamento que substituem a imprevisibilidade humana por uns quantos algoritmos, modelos teóricos quantitativos ou cálculos eco-nométricos…

Na verdade, a economia é na sua verdadeira raiz uma ciência social, por-quanto toda a organização e progresso material das sociedades se baseia na confiança que as pessoas têm nas suas instituições, nos seus mercados, nos seus dirigentes, nas suas perspectivas de futuro.

Arrumada esta questão de partida, eis que começam outras clivagens do pensamento económico, com conse-quências bem diferentes na concepção e gestão das políticas económicas, in-cluindo as monetárias e orçamentais. No caso concreto da actual crise fi-nanceira dos países periféricos da U.E. (que é também uma crise económica) tem-se assistido a um extremar de posições sobre a melhor forma de a enfrentar e vencer. Posições essas que, além de corresponderem a escolas de pensamento económico bem conheci-das, estão quase sempre associadas a posicionamentos politico-ideológicos.

A escola liberal corresponde à re-ceita clássica do Fundo Monetário In-ternacional (FMI). Se um país tem um grave desequilíbrio nas suas finanças públicas e está, consequentemente, em risco de se tornar insolvente, a solu-ção passa por uma cura de austeridade (leia-se um programa de reformas es-truturais com vista à redução duradou-ra de despesa pública) como condição para um empréstimo externo ao go-verno desse país (parte do qual poderá ou não ser destinado ao financiamento do sistema bancário). A racionalidade subjacente a este modelo é que com a redução da despesa pública e as finan-ças equilibradas, voltarão a ser libertos recursos para o investimento e, conse-quentemente, o crescimento económi-co e o emprego.

A escola anti-liberal (chamemos--lhe assim por simplificação) assenta as suas bases na crítica ao receituário do-seconomistas liberais, segundo o qual,a austeridade reduz o consumo público e privado e cria desemprego e pobreza.

Ou seja, a cura mata o doente. Segundo estes economistas, não há nenhuma re-gra que demonstre que os défices pú-blicos não possam ultrapassar os 3% do PIB ou mesmo que o equilíbrio orça-mental seja um bom meio para o fim o crescimento económico. Os governos deveriam, assim, fazer a despesa pública necessária para alavancar as respecti-vas economias até estas atingirem di-nâmicas auto-sustentáveis. A principal crítica a esta terapia é que se os Es-tados estão sistematicamente a gastar mais do que as suas próprias receitas, haverá um momento em que o endi-vidamento será insuportável, que mais ninguém quererá emprestar e que…os programas de austeridade serão inevi-táveis…ou então a bancarrota ….Isto é, tratar-se-ia de uma terapia tão cara que levaria o Estado à falência.

Como é bom de ver, as soluções preconizadas pela primeira destas es-colas de pensamento estão associa-das a governos de direita moderada, centro-direita e centro esquerda. Ou seja a partidos que frequentam regu-larmente o chamado arco da governa-bilidade. Enquanto que a segunda está muito ligada às ideologias de uma certa esquerda mais radical, normalmente com uma cultura de oposição ao po-der e habituada a estar nesta posição. Dentro da União Europeia, o primeiro caso de excepção a esta regra é sem dúvida o caso da Grécia, ondeum go-verno deste perfil ganhou as eleições e governa com um pequeno partido de sinal oposto. Mas, como diz o ditado, os extremos tocam-se…

Mas o mundo, bem o sabemos, nunca é a preto e branco e a verdade não mora por regra nos extremos.

A chamada solução FMI costuma resultar quando um país tem moeda própria e pode alterar a respectiva taxa de câmbio face às outras moe-das. Nesse contexto, o país com dé-fice estrutural e que tem que aplicar medidas de austeridade desvaloriza a sua moeda para ganhar competitivida-de. Ao exportar e produzir mais, cria mais riqueza, reduz o desemprego e, sem aumentar, ou mesmo diminuindo os impostos, aumenta as receitas fiscais e cria um excedente orçamental capaz não só de equilibrar o orçamento como de amortizar a dívida pública acumula-da. Neste caso, o custo do ajustamen-to estrutural, que inclui os custos da austeridade, são em parte pagos pelos países mais ricos e excedentários que importam bens dos países deficitários, visto as suas economias terem ficado menos competitiva face à dos países que desvalorizaram a sua moeda.

Ora, nos países que estão na moe-

da única o ganho de competitivida-de por essa via não é possível. O que significa que têm que ser os próprios países do ajustamento a arcar com a totalidade dos custos da austeridade, correndo o risco de esta se perpetuar num cenário de deflação, crescimento nulo e desemprego crescente.

Com o caso grego temos assistido a uma espécie de partida de ping-pong de argumentos entre os “pró-alemães” e os “pró-gregos”. Mas o que nós precisamos é que apareçam os “pró--europeus”. Era sabido que, tendo-se alinhado o euro pela moeda mais for-te da União (o ex-marco alemão), as economias mais débeis iriam sofrer. Foi por isso que com a clarividência do an-tigo Presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, se reforçaram substan-cialmente os Fundos Estruturais para permitir aos países e regiões mais atra-sados uma concentração de recursos que lhes permitisse dinamizar as res-pectivas economias, crescer a ritmos mais elevado e aproximar-se mais de-pressa das economias mais avançadas.

Com a crise que estalou na Europa e no Mundo após 2009, era de espe-rar que, para além dos mecanismos de política monetária que têm vindo a ser criados de forma algo tímida, a União Europeia reforçasse consideravelmen-te os Fundos Estruturais do actual quadro financeiro para 2014-2020 no sentido de ajudar estas economias em dificuldade a atenuar os efeitos da aus-teridade, atrair investimento e relançar o crescimento económico. Em vez dis-so, porém, reduziu-os ainda mais.

É esta reflexão sobre a resposta que a própria União Europeia tem que dar com as suas políticas, que tem que ser feita ao nível das instituições comunitá-rias. De contrário o mal estar acentuar--se-á e o futuro estará em risco. E não será só o futuro do euro. Será o de todo o projecto europeu – esse sonho que os pais fundadores da União Europeia tiveram um dia para terminar de vez com as terríveis guerras que assolaram o Velho Continente no século XX.

Arlindo Cunha

A CRISE DAS ECONOMIAS PERIFÉRICAS DA UNIÃO EUROPEIA – quem tem razão?

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Assumindo um pequeno salto nesta minha reflexão so-bre a exortação apostólica - “Evangelia Gaudium”- justifi-cada pela riqueza do tempo especial, que estamos a viver, e que precisamente por isso se distingue do tempo comum, e não apenas pela forma como o denominamos no nosso calendário litúrgico, dou continuidade a esta série de artigos dedicados à encíclica inaugural do Sumo Pontífice.

Neste tempo da Quaresma, o Papa Francisco interpela--nos directamente com uma afirmação que nos remete, in-timamente, para um exame de consciência muito profundo: -“Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quares-ma sem Páscoa…”.

Adiante, o Santo Padre, reconhece que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras.

O Papa lembra-nos que a certeza de sermos infinita-mente amados pelo Criador, é em si mesma razão trans-formadora para trazer à nossa alma, a alegria da vida que permanece em nós.

Com a Caridade Cristã que lhe reconhecemos sempre estampada no rosto, e em particular no sorriso, o Papa Fran-cisco exprime desta forma singela o seu entendimento dian-

O tempo quaresmal na exortação apostólica “Evangelium Gaudium”te os que sofrem, para lhes falar de esperança: - “...Com-preendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias…”.

Creio que se procurarmos viver este tempo quaresmal, meditando sobre todos os extraordinários mistérios que este tempo incomum encerra, quando chegarmos à Páscoa, teremos porventura compreendido melhor o pleno sentido da Esperança que nos é revelado por Jesus, na medida em que, compreendendo que Ele próprio experimentou a tris-teza, a prostração e a angústia.

Vencendo a morte na Cruz, oferece-nos a ressurreição e a vida eterna, como plena Esperança na maior de todas as alegrias, a alegria perene.

Impõe-se então que tomemos para nós, essa interpe-lação, e nos questionemos espiritualmente, que significado teria vivermos uma Quaresma sem Páscoa?...

Cabe a cada um, encontrar no silêncio meditativo, a sua própria resposta.

Victor Dias

À Procura de Deus

Deus fala-nos continuamente e nunca se cala. Mas só uma alma atenta e recolhida escuta as suas palavras. Silêncio dos sentidos, silêncio do coração.

Estamos numa luta constante na procura de encher os vazios que tantas vezes nos invade a alma, decidimos ir preencher esses vazios de uma forma muitas vezes pouco ortodoxa. Vamos ás compras enchemo-nos de roupas, brinquedos e nada nos preencher, fomos excêntricos naquela altura até tivemos sensação que o vazio tinha-nos deixado, mas não ele permaneceu em nos. Bebe-se álcool descontroladamente, fuma-se e até procura-se outro tipo de drogas ilegais, tudo para preencher aquele vazio que teima em não nos deixar, faz-se sexo sem medida trocando de parceiro constantemente sem compromisso e nada nos preenche aquele vazio.

Sempre procuramos preencher-nos com momentos fortes de grande agitação, talvez temos procurado nos sítios errados, como exemplo temos o profeta Elias, ele foi ao monte de Deus, procurou-O, veio uma tempestade de ventos fortes e nada, não houve manifestação por parte de Deus, em seguida houve um terramoto, Deus é força, mas nem sinal, houve fogo símbolo de purificação, mas nem sinal de Deus, por fim houve uma brisa suave e Deus manifestou-SE a Elias.

Por vezes procuramos Deus nas emoções fortes e andámos num rodopio constante e sentimo-nos perdidos. O vazio que sentimos é Deus lá no mais profundo do nosso coração que nos chama, aprendamos a procurá-Lo no silêncio para podermos escutar tudo o que ELE nos tem para dizer, e a vida louca de excentridades deixa de fazer sen-tido, passamos a viver com muito mais calma a dar valor àquilo que chamamos coisas pequenas da vida, mas que muitas vezes as mais importantes. Dá-mos qualidade de vida à nossa vida, pois Deus é vida e amor, com isto deixo-vos uma pequena oração.

Eu não sei quem és TU, Eu não sei como és TU, Eu não sei onde estás TU, Mas eu sei, ó Deus, que a mim me perto quando a ti não procuro. Ámen.

José Carlos Novais

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1.“Convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque Ele é clemente e compassivo, paciente e misericordioso” (cf. Joel 2, 12-18). Estas palavras do profeta Joel, na primeira leitura, sintetizam os sentimentos que aqui nos trazem e sublinham o sentido do convite que quero dirigir a todos os diocesanos, neste início da quaresma.

A quaresma é tempo favorável de graça e de bênção, para percebermos que é grande a bondade e a misericórdia de Deus e para repartirmos o bem e o perdão pelos nossos irmãos, sobretudo por aqueles que sofrem e vivem perdidos no oceano de indiferença, em que o mundo afoga os mais frágeis e asfixia os mais pobres.

Na bela e oportuna mensagem que nos dirige, o Papa Francisco apresenta a quaresma como um tempo necessário para fazermos um percurso de formação e uma experiência de conversão do coração.

Esta formação e esta conversão do coração só são possíveis pelos caminhos da oração, da caridade e da comunhão fraterna, até sermos capazes de fazer das nossas famílias e paróquias “ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença”.

2. É com este espírito e usando a imagem da “porta”, sugerida pelo Papa Francisco, que iniciamos a Caminhada da Quaresma – Páscoa, inspirada na Exortação apostólica “A alegria do evangelho” e integrada no ritmo da dinâmica pastoral proposta à diocese para este ano.

Urge abrirmos as “portas” para celebrarmos em Igreja os mistérios sagrados da nossa fé e daqui partirmos em missão, que diariamente nos deve levar a todas as pessoas e a todos os lugares da nossa diocese. Na arquitetura das igrejas, a “porta” é o elemento de passagem que projeta para o mistério no interior do espaço sagrado e envia para a missão, em campo aberto no meio do mundo.

Só saberemos abrir as portas da Igreja se primeiro abrirmos, também, as “portas” do nosso coração! Só um coração forte, pobre, misericordioso e vigilante, que se abre à oração sem orgulho, à conversão sem medo, ao jejum sem vaidade e à reconciliação serena com Deus, com a Igreja e com os irmãos, compreende o que é ser Igreja de portas franqueadas a todos e aberta para a todos receber. Assim venceremos a indiferença com o amor misericordioso e compassivo de Deus, que torna tudo diferente, abençoado e santo.

Mais do que lamentarmo-nos pelo declínio de uma civilização em fim de ciclo, que a violência, o terror, o medo e a miséria humana indiciam, devemos ser capazes de iluminar o mundo com a luz transformadora que nos vem de Deus e que nos dá fortaleza para denunciar o mal e coragem para construir o bem e edificar a paz.

Vamos transformar os apelos de

MENSAGEM PARA A QUARESMA DO SR. D. ANTÓNIO FRANCISCO, BISPO DO PORTO

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Deus, que escutarmos na sua Palavra, ao longo deste tempo de quaresma, em imperativos de conversão, para que o mundo sinta a ternura do amor de Deus e experimente o valor da comunhão da Igreja e da fraternidade dos cristãos.

Quero colocar esta mensagem no coração de cada um de vós, irmãos e irmãs, e de todas as famílias, paróquias, escolas, empresas, instituições, comunidades religiosas e movimentos apostólicos, para que em todos e em todos os lugares se reavive a bela experiência quaresmal, que nos leva, a partir do encontro com Cristo, ao encontro de quantos habitam esta mesma casa, que é a diocese do Porto.

Pela oração pessoal, familiar e comunitária queremos intuir o que Deus a cada um de nós, das nossas famílias e paróquias nos inspira e nos pede nesta quaresma. Procuraremos acolher e integrar nos nossos planos paroquiais a iniciativa 24 horas para o Senhor, proposta pelo Papa Francisco, para os próximos dias 13 e 14 de março.

Pelos sacramentos, tornaremos o nosso coração limpo e forte para acolhermos o amor de Deus, que tudo perdoa, tudo transforma, tudo purifica e tudo salva. Louvo o Senhor, nosso Deus, pelo belo testemunho de disponibilidade de tempo, de ajuda espiritual e de presença próxima e fraterna dos sacerdotes nas comunidades, mais necessárias neste tempo, em ordem à celebração dos sacramentos, concretamente da Reconciliação e da Eucaristia. São tantos aqueles que nestes momentos de graça se sentem tocados pelo amor de Deus e pela presença atenta da Igreja!

3. Conhecemos a generosidade cristã e testemunhamos diariamente como a partilha fraterna realiza e multiplica milagres, levando pão a quem dele necessita, estando presente junto de quem está só, consolando quem sofre, libertando quem vive oprimido, trabalhando em voluntariado generoso, ao jeito de quem serve sem buscar honras nem glória. É assim a caridade cristã, que percorre todos os caminhos da diocese, que traduz em ações concretas a “alegria do evangelho” e que multiplica o amor e a misericórdia de Deus em gestos de dádiva e em atitudes de generosidade, que só Ele conhece!

O Papa Francisco convida-nos a cuidar dos que estão perto e vivem connosco e a não esquecer os que estão longe! Assim queremos e vamos fazer, no Porto!

Nesse sentido vamos orientar parte da nossa Renúncia quaresmal, deste ano, para as crianças e famílias da Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo, através de um projeto de ajuda alimentar e escolar da Fundação Evangelização e Cultura (FEC), da Conferência Episcopal

Portuguesa. Outra parte da Renúncia quaresmal destinar-se-á ao Fundo Social Diocesano, para irmos ao encontro dos mais pobres da nossa diocese, em tantas frentes de missão, onde a presença solícita e pronta da Igreja do Porto continua imprescindível.

Vamos participar, ainda, nestes dias mais próximos e desde já, através da Cáritas Diocesana, com a ajuda dos Escuteiros do C.N.E., na campanha de recolha de roupas a favor das crianças refugiadas da Síria, no Líbano e na Jordânia, respondendo ao apelo de uma iniciativa conjunta do Ex-Presidente da República e antigo Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações e da Cáritas Portuguesa, a que se associaram outras instituições de cariz inter-religioso. São dois milhões de refugiados sírios nestes campos de exílio a braços com o risco iminente da morte, provocada pelo frio deste inverno rigoroso. Não podemos silenciar este crime de indiferença contra a dignidade humana e contra a paz nem podemos ficar insensíveis à urgência de uma resposta concreta, que está ao alcance de toda a sociedade civil e de cada um de nós.

Lembra-nos o Papa que “tudo aquilo que recebemos, recebemo-lo também para os outros. E, vice-versa, tudo o que estes irmãos são e possuem, mesmo na sua pobreza, é dom para a Igreja e para a Humanidade inteira”.

Faço meus os votos, os desafios e os sentimentos do Papa Francisco que conclui assim a sua mensagem da quaresma: “Asseguro a minha oração por cada crente e em cada comunidade eclesial para que percorram frutuosamente este itinerário, enquanto, por minha vez, vos peço que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!

Com afeto fraterno desejo a todos uma santa e abençoada quaresma!

Porto, Igreja Catedral, 18 de fevereiro de 2015António Francisco, Bispo de Porto

Paula Isabel

Anda por aí um velhoQue me aquece muito a almaPassos lentos. Palavras pensadasOlhar terno. Atitude calma.-Sei donde vem. E para onde vaiE tenho a honra de lhe chamar pai.

É um homem que refleteNo tempo, em si e na vidaE que nunca se esqueceuDo seu ponto de partida.-Que sempre cultivou amigosE lhe desconheço inimigos.

Foi somando anos à vidaUma vida já avançadaCulturalmente bem forteSaudavelmente cuidada.-Ele vai andando por aíNós adoramos tê-lo, aqui.

Escuta-lo é ouvir saberParecido a brisa de outroraHistórias reais do passadoEloquentes, ainda, agora.-Em cada frase ou palavraHá sempre uma beleza rara.

Um homem para ser paiTem de ter muitas qualidadesPorque assume com a mãeImensas responsabilidades.E há quem tenha pais do melhorHá os que falham. E são do pior.

Passa uma brisa primaverilCom aroma quaresmalLembrando o Dia do PaiEm comemoração anual.-Deixa tudo e também vaiDar um abraço ao teu pai…

…Quer esteja perto de tiOu porventura distanteMesmo que já tenha partidoLembrá-lo, é importante.Este poema dedicado ao paiPara todas as mães também vai.

-Ainda braço e beijo os doisE peço para me abençoarem.Escuto as palavras de meu paiMal distingo as da minha mãe.-Grato porque os dois estão aquiMas só meu pai. Anda por aí!

Estamos já a viver este tempo extraordinário que é a Quaresma. Este é um tempo de sinais fortes, de reflexão, interioridade e manifestação.

A proposta da diocese para o tempo quaresmal e tempo pascal inserida na exortação apostólica «A Alegria do Evangelho é a nossa missão», desafia a «Abrir a tua porta à alegria do Evangelho», depois de, no Advento, termos sido desafiados a «Construir uma casa para a alegria do Evangelho».

A porta assume assim um significado importante neste período. Sete são as portas que serão abertas, uma em cada semana, para permitir que sejam reveladas sete letras e sete palavras. São sete propostas de mudança. São sete atitudes para interiorizar e viver. Não deixando de ser propostas, devem ser ajustadas à vida e vivências de cada um. O sinal maior é o do abrir o coração. As portas que se abrem é o nosso coração. É a nossa vida. São as respostas à nossa adesão a Cristo. As propostas de Cristo nunca são fáceis! O ser capaz de deixar os medos e abrir as portas à ALEGRIA é um exercício de vida que põe à prova as nossas virtudes, as nossas dificuldades e a nossa fé.

A simbologia da porta permite desafios interessantes num tempo tão confuso, dilacerante e destrutivo como o tempo em que vivemos. A porta quando se abre é um espaço que possibilita o movimento de entrada e saída, «é espaço de passagem entre duas realidades, dois mundos, entre o dentro e o fora, entre o centro e as periferias, entre o conhecido e o desconhecido, entre a luz e as trevas». Sugere a abertura ao outro: «atravessá-la é um convite a partir ao encontro de outras realidades e outros caminhos que podem ser interiores ou exteriores, ao coração do ser humano ou ao fervilhar da vida de todos os lugares».

No tempo pascal, e, depois de experimentada a alegria do Evangelho, o convite torna-se ainda mais expressivo e magnânimo, pois, a proposta do Papa Francisco diz-nos para assumirmos a ousadia do «sair», a fim de passar do «encontro pessoal com Jesus Cristo ao anúncio renovado que proporciona aos crentes, uma nova alegria na fé e uma fecundidade evangelizadora».

As sete semanas do tempo pascal, levam-nos a irradiar a alegria da ressurreição. Assim, outras tantas portas se abrem para irmos em missão ao encontro do Mundo.

Esta é a proposta para uma Igreja «em estado de missão – missionária – que calcorreia a fé e quer estar nas encruzilhadas da história e dialogar com a ciência, com as culturas, com as religiões, sem medo, porque sabe que o Espírito de Deus enche o universo e é a causa de toda a novidade».

Confirma-se que o desafio é gigantesco. A tarefa hérculea. Mas, este é o desafio para nós que estamos a viver agora o tempo de uma Igreja em saída.

Páscoa feliz!

Henrique António Carvalho

Um abraço para todos os pais"Uma Igreja em saida"

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O casal Maria Luísa e José Carlos ofereceram para a Igreja de Nossa Senhora da Maia, por ocasião do Batizado da sua neta Inês, um Paramento (Casula) cor de rosa, que é para ser usado, no III Domingo do Avento (O Domingo Gaudete (da Alegria) e no IV Domingo da Quaresma ( O Domingo Laetare (da Alegria).

Todos somos chamados a prepararmo-nos para a Páscoa pela ce-lebração do Sacramento da Reconciliação (Penitência ou Confissão). Sabemos que sentimos necessidade do perdão de Deus que gera em nós tambám o perdão aos irmãos. A Confissão Anual pela Páscoa é um mandamento recebido. Sabemos que Deus perdoa-nos porque nos ama.

Para todos: Crianças (depois da 1ª Comunhão), Adolescentes , Jo-vens e Adultos são convidados para celebrarem o sacramento da Confis-são. Estarão vários Sacerdotes, às 21h00, no dia 19 de Março, na Igreja de Nossa Senhora da Maia.

OFERTA

A Paróquia agradece.

Preparação da Páscoa - Sacramento da Confissão

OFERTAS - ESTÁTUA DE SÃO JOÃO PAULO II

A Transportar ............................................................19.800,00

s. miguel da maia ▪ 15

Quem desejar fazer a sua dádiva (oferta) para o LAR DE NA-ZARÉ, por transferência bancária, pode fazê-lo usando o Balcão da Caixa do Crédito Agrícola (Maia), NIB 0045 1441 40240799373 19 ou entregar nos Cartórios Paroquiais. A Obra é nossa .

Após a transferência indique-nos o NIC para lhe passarmos o Recibo para apresentar na Decl. do IRS.

IGREJAS DE Nª Sª DO BOM DESPACHO E DE Nª Sª DA MAIA

E OBRAS PAROQUIAISEm Fevereiro recebeu-se

CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL da MAIA - LAR DE NAZARÉ

OFERTAS - FevereiroTransporte.............................................................359.468.77

Fevereiro - 2º Domingo 439,68;3º Domingo 363,53; 4º Domingo 433,12;quarta-feira de Cinzas 114,50; ; 1º Domingo Março 648,61 Vários 706,86; Sagrada Família (Cartório) 20,80; Sagrada Família (Machado) 17,48; Brilhantina Moreira Garcês 50,00;

3461 - Guido Ferreira da Silva...............................................................10,003462 - Alguém...................................................................................40,003463 - Por Maria Joaquina Barros .................................................15,003464 - In memoriam de D. Arminda Oliva Teles....................1.000,003465 - Maria Teresa Soares Fernandes Sousa ...................... 380,00 A Transportar .................................................... 360.913,77

Continuam as inscrições para as Valências :Centro de Dia

Apoio DomiciliarPode inscrever-se no Cartório Paroquial.

Tel.: 229 414 272 ; e-mail [email protected]

O LAR DE NAZARÉ

O Nosso Centro Social e Paroquial LAR DE NAZARÉ está prontinho para receber o Centro de Dia e avançar para o Centro de Apoio Domiciliar, pois já vai funcionando com o Centro de Convívio.Esperam-se inscrições. O Lar de Nazaré, como o seu nome indica, foi construído para apoio das famílias, de todas as famílias que à Paróquia pertendem e poderá também receber as da periferia. Quando o número passar da dúzia e meia, serão contactados(as) os (as) responsáveis que o irão dirigir e "fazer funcionar" em toda a linha. Já temos gente capaz para os cargos exigidos até pela Segurança Social. Gostaria que fosse quão breve possível. Tudo está pronto. Sonhemos. "O sonho comanda a vida..."

Luís Fardilha

Pela Cidade...Com a introdução dos exa-

mes nacionais nos primeiros ciclos do ensino básico, o número de “retenções” aumentou. Esta constatação levou o Conselho Nacional da Educação (CNE) a pronunciar-se sobre o tema, pela voz do seu presidente, o antigo ministro da educação David Justino. Segundo este organismo, o nosso sistema de ensino gera um excesso de reprovações, com custos financeiros estimados em 600 milhões de euros por ano. A causa imediata para o aumento

de “chumbos” verificado nos anos mais recentes é atribuída à política seguida neste sector, onde existirá uma «cultura da retenção» que atinge cerca de 150 mil alunos. Para O ex-governante e actual conselheiro do Presidente da Repú-blica, «este é o problema mais grave do sistema educativo em Portugal e que continua, agora com maior incidência, a ser um entrave a que possamos ter não só mais sucesso, mas também um sistema educativo que seja equitativo e em que o princípio de igualdade de oportunidades se possa concretizar». Assim, para além de acarretar pesados custos financeiros, a referida «cultura da retenção» é apontada como um claro «factor de reprodução das desigualdades sociais».

Esta não é a primeira vez que o tema vem à baila. Po-deremos lembrar Maria de Lurdes Rodrigues, também ela uma anterior ministra da educação, que quis combater o que considerava igualmente um exagerado número de “chumbos” no nosso sistema de ensino. Então como agora, o assunto estava enquadrado no âmbito mais vasto do combate ao abandono escolar, o qual deverá fixar-se nos 10% em 2020, de acordo com os objectivos traçados pela União Europeia. Um objectivo que é considerado muito difícil de atingir pelo nosso país, dada a ineficiência do sistema de ensino português.

Não há dúvida de que se trata de um assunto relevante que merece ser debatido amplamente e, como deseja David Justino, deve constar das agendas dos partidos e das políticas públicas. Tem, no entanto, que ser debatido aprofundada-mente, sem imediatismos ou preconceitos ideológicos e de modo a escapar ao maniqueísmo simplista que opõe o “facilitismo” à “exigência”.

Não é difícil concordar com algumas das observações feitas pelo presidente do Conselho Nacional da Educação. Quando se verifica que todos os anos 13% dos alunos do básico e do secundário ficam retidos e que 35% dos alunos portugueses já tiveram a experiência da reprovação, nin-guém duvidará de que existe um problema. Por outro lado, a acumulação de “chumbos” por alguns alunos mostra a ineficácia das medidas de remediação que têm sido aplicadas. Também se compreende bem que um aluno que permanece

no mesmo nível em anos sucessivos se desencoraja e des-motiva, ficando mais inclinado para abandonar o sistema de ensino e representando um possível factor de perturbação na comunidade escolar. Os números, na sua fria evidência, mostram que algo não está a funcionar como devia e que é preciso actuar de modo a alterar a situação existente. Não acredito que alguém defenda que um sistema que gera elevadas taxas de retenção seja virtuoso. Pelo contrário: qualquer agente educativo trabalha para alcançar o sucesso e o insucesso dos alunos é também o seu insucesso.

A dificuldade está, nesta como em muitas outras áreas, em encontrar soluções viáveis e eficazes para resolver o problema. David Justino afirma rejeitar «facilitismos ou pas-sagens administrativas», mas também condena uma política que, a pretexto da «exigência», gere situações de exclusão. Propõe, por isso, que os milhões de euros que as retenções custam ao sistema de ensino sejam aplicados na formação de pessoal docente especializado em recuperar os alunos e que as escolas sejam libertadas da carga burocrática e admi-nistrativa que lhes limita a iniciativa e a capacidade de acção.

São ideias que parecem positivas, mas manifestamente insuficientes. O que é proposto não modifica a actual or-ganização do sistema de ensino, nem altera o essencial do seu funcionamento. Os ganhos, se os houver, serão limita-dos e ficarão sempre longe das necessidades, sobretudo se quisermos ter a ambição de atingir os objectivos europeus definidos para o horizonte temporal de 2020. Por isso, seria importante vermos o tema debatido amplamente na nossa sociedade, de maneira a gerar propostas de todos os sectores sociais e a ganhar protagonismo na próxima campanha eleitoral.

Convém, de facto, avaliar seriamente o modelo do nosso sistema de ensino, discutir os seus fundamentos e objectivos, ir à raiz dos problemas e não ficar por medidas de alcance limitado ou de simples efeito cosmético. Na impossibilidade de tratarmos aqui com profundidade este tema, vejamos apenas um exemplo: talvez seja chegada a altura de levar mais a sério a diversificação da oferta formativa. O sistema “unificado” está certamente na origem do insucesso de muitos alunos, sobretudo quando se prolonga demasiado no tempo e está formatado para quem pretende prosseguir a sua formação no nível superior. Não se compreende, no-meadamente, a dificuldade que os sucessivos ministros da educação têm experimentado para desenvolver o ensino de cariz profissionalizante. Um sistema que preveja percursos diversificados poderá responder de modo mais eficiente às necessidades e interesses de um público escolar que a democratização do ensino multiplicou. Essa será, certamente, uma via para combater o crescimento das taxas de retenção. Mas há, seguramente, muitas outras. É preciso procurá-las e, depois de as encontrar, ter convicção suficiente para as pôr a funcionar no terreno.

O PESO DOS «CHUMBOS» NA EDUCAÇÃO

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director e chefe de redacção

P. Domingos Jorge

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março 2015ano xxvinº 279

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