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CHAPÉU: Educação TÍTULO: Mudou de escola. E agora? LINHA FINA: CRÉDITO: Daniela Galli Separação dos pais, mudança de bairro ou de cidade, situação financeira, não importa o motivo: para algumas famílias, mudar de escola é sempre uma situação delicada e que deve ser tratada com muito cuidado pelos pais. Qualquer início de ano letivo já pode ser considerado um território desconhecido para as crianças e adolescentes de modo geral. Muitas vezes, ainda que seja na mesma escola, é preciso se adaptar aos novos horários, novas regras, rotinas, professores e até mesmo novos amigos. A história pode ficar mais complicada quando, além de tudo isso, o ambiente for completamente diferente. Para não criar um cenário de manhas, choros e até mesmo pânico nos pequenos, os pais devem ficar atentos e cientes de que irão desempenhar um papel muito importante nesta fase para tentar amenizar o medo dos filhos e transmitir mais segurança para enfrentar a nova etapa com mais segurança. Segundo a psicóloga infantil Laiz Lima Ricci, os pais devem ficar próximos das crianças e adolescentes e agir sempre com a verdade. “Eles devem explicar os reais motivos da mudança e ouvir as indagações de seus filhos.” Ela explica ainda que a dificuldade dos pequenos em assimilar a mudança está na facilidade com que eles criam vínculos. “Quanto mais velhos ficam, mas difícil é para eles desfazerem-se de certos laços.” Uma estratégia válida na opinião da psicóloga e deixar os pequenos opinarem sobre a nova escola. “A palavra final deve ser dos pais, mas nada os impede de separar pelo menos três opções e depois tomarem juntos a melhor decisão.” Depois de feita a escolha, Laiz recomenda que seja feita uma visita à unidade. “Isso é importante para que a família conheça a coordenação, a direção, se possível alguns dos professores. Além disso a criança se sentirá mais segura se souber se localizar no espaço físico. Saber onde fica o banheiro, a cantina etc.”

EDUCAÇÃO - Adaptação à Nova Escola

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Separação dos pais, mudança de bairro ou de cidade, situação financeira, não importa o motivo: para algumas famílias, mudar de escola é sempre uma situação delicada e que deve ser tratada com muito cuidado pelos pais.

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CHAPÉU: EducaçãoTÍTULO: Mudou de escola. E agora?LINHA FINA:CRÉDITO: Daniela Galli

Separação dos pais, mudança de bairro ou de cidade, situação financeira, não importa o motivo: para algumas famílias, mudar de escola é sempre uma situação delicada e que deve ser tratada com muito cuidado pelos pais. Qualquer início de ano letivo já pode ser considerado um território desconhecido para as crianças e adolescentes de modo geral. Muitas vezes, ainda que seja na mesma escola, é preciso se adaptar aos novos horários, novas regras, rotinas, professores e até mesmo novos amigos. A história pode ficar mais complicada quando, além de tudo isso, o ambiente for completamente diferente. Para não criar um cenário de manhas, choros e até mesmo pânico nos pequenos, os pais devem ficar atentos e cientes de que irão desempenhar um papel muito importante nesta fase para tentar amenizar o medo dos filhos e transmitir mais segurança para enfrentar a nova etapa com mais segurança.Segundo a psicóloga infantil Laiz Lima Ricci, os pais devem ficar próximos das crianças e adolescentes e agir sempre com a verdade. “Eles devem explicar os reais motivos da mudança e ouvir as indagações de seus filhos.”Ela explica ainda que a dificuldade dos pequenos em assimilar a mudança está na facilidade com que eles criam vínculos. “Quanto mais velhos ficam, mas difícil é para eles desfazerem-se de certos laços.”Uma estratégia válida na opinião da psicóloga e deixar os pequenos opinarem sobre a nova escola. “A palavra final deve ser dos pais, mas nada os impede de separar pelo menos três opções e depois tomarem juntos a melhor decisão.”Depois de feita a escolha, Laiz recomenda que seja feita uma visita à unidade. “Isso é importante para que a família conheça a coordenação, a direção, se possível alguns dos professores. Além disso a criança se sentirá mais segura se souber se localizar no espaço físico. Saber onde fica o banheiro, a cantina etc.”Os pais também devem ficar atentos ao comportamento da criança frente à mudança para perceber se alguns dos problemas já não havia antes mesmo disso acontecer. “No começo o ideal é disponibilizar de um tempo para aparecer na escola de surpresa pois boa parte do comportamento diferente pode ser somente uma maneira de chamar a atenção na tentativa de resistir à mudança.”A fase de adaptação pode ser bastante curta ou duradoura e, dependendo de cada caso pode durar até três meses. Se depois deste período a resistência da criança continuar, Laiz recomenda que seja feita uma investigação mais profunda. “Vale a pena conversar com o psicólogo da escola ou ainda com a pedagoga para verificar o que vem acontecendo.”

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BOX 1: As dificuldades mais comuns que as crianças enfrentam

- Falta de entrosamento com os novos colegas;- Adaptar-se a novas regras;- A dificuldade de entender o espaço físico da nova escola;-Não conhecer os professores e funcionários e, consequentemente, não se sentir segura e amparada;- A saudade da escola anterior, sentindo falta dos colegas, professores e funcionários, inclusive do espaço físico.

BOX 2: Como os pais devem lidar com os problemas de adaptação das crianças

- Ir a escola é obrigatório. E ponto final;- Se a criança tiver mais de seis anos, deixar que resolva entre duas ou três escolas escolhidas pelos pais, isso faz com que se sintam participantes. Mas escola sempre é uma decisão final que cabe aos pais, até o final do ensino médio;- Levar a criança até o local antes do início das aulas para que ela conheça o ambiente e, se possível, os professores. Isso diminuirá o impacto do primeiro dia de aula;-Em muitos casos são os pais que não se adaptam aos novos horários, lugares, normas e acabam transferindo isso indiretamente aos filhos. Portanto, escolhida a escola é proibido falar mal dela;- Se depois de muita conversa a criança fizer manha, deixe claro que estará esperando por ela na hora da saída e trate a situação com naturalidade.

BOX 3: Ajude seu filho na adaptação da escola nova. Estimule a criança sem fazer muita pressão e deixá-la ansiosa nesta fase.

- Pare de fazer referências à escola antiga - A criança tem que viver aquele momento, conhecer a nova escola e tudo o que está sendo oferecido a ela. Lembrar a antiga escola pode levar a criança a fazer comparações desnecessárias e que dificultem o entrosamento no ambiente atual.

- Economize no discurso - É normal que a criança esteja cheia de medos, dúvidas e preocupações nessa fase. Ela não precisa de mais tópicos para ficarem martelando na cabeça. O importante mesmo é os pais transmitirem confiança, mostrando que tudo vai dar certo e que a nova escola está pronta para acolher bem seus alunos.

- Aproxime-se da professora - Geralmente as escolas realizam uma primeira reunião com os pais antes do início das aulas. Trata-se de um primeiro momento muito importante, pois os pais já vão conhecendo os professores e o trabalho que será realizado por eles.. Essas informações ajudam a familiarizar a criança com as mudanças dela no dia-a-dia.

- Deixe a criança à vontade pra fazer amiguinhos - Muitos pais ficam horas na porta da escola, tentando se aproximar de outros pais. A idéia é formar vínculos que rendam novos amiguinhos para a criança. A princípio, não há problema nisso. Mas vá com calma. A afinidade entre os pequenos tem que surgir de forma espontânea. A amizade provém de empatia, e não da proximidade entre os pais. O ideal é deixar com que a criança construa os seus elos com os

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coleguinhas de maneira bem natural. É muito importante respeitar os momentos e procurar não pular etapas durante o processo de adaptação .

- Controle as cobranças - Mesmo sem querer, muitos pais enchem as crianças de medos nessa fase de adaptação. Essa nova escola é mais exigente ou Agora você terá mais tarefas são algumas das frases comuns, que só atrapalham. Esse tipo de aviso tem efeito contrário e acaba gerando desconforto na criança, que fica ansiosa e insegura. Resultado? Rende menos nas aulas (e não por dificuldades de entendimento do conteúdo, mas pela pressão emocional a que está sujeita).

- Seja presente, mas sem sufocar - Evite ficar muito tempo junto à criança. Por mais dificuldades que ela tenha de se adaptar. Se for o caso, chegue à escola quase na hora de entrada e saída, para que seu filho não permaneça muito tempo sozinho. A criança precisa ter chances de se enturmar, e a melhor maneira de fazer isso é ficar sem um adulto por perto.

BOX 4: Confira mais algumas dicas:

- Fique ao lado (física e emocionalmente) dos filhos diante da novidade; - Seja verdadeiro e comunique os reais fatores que levaram à decisão; - Acompanhe os passos da mudança; - Encoraje os filhos diante dos primeiro temores; - Converse com os professores e solicite uma comunicação mais próxima; - Pergunte para o filho (a) sobre os desafios de cada dia; - Ajude nas primeiras tarefas, que podem parecer estranhas; - No caso das crianças, proponha um período de adaptação; - Incentive novas amizades; - Promova uma “noite do pijama” em casa e convide os novos amigos; - Não negligencie as solicitações da escola. Cumpra para a criança não ficar constrangida; - Observe a cultura escolar e siga para a criança não se sentir deslocada; - Fique sempre alerta: se os sinais de sofrimento não diminuírem, procure ajuda junto à escola.

FONTE: Ig.delas