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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM ESTUDO DE CASO DAS DEFICIÊNCIAS CURITIBA/PR 2015

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM ESTUDO DE CASO DAS DEFICIÊNCIAS

CURITIBA/PR 2015

FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ

SANDRA MARIA LANG SANCHES

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM ESTUDO DE CASO DAS DEFICIÊNCIAS

Trabalho entregue à Faculdade de Educação

São Braz, como requisito legal para

convalidação de competências, para obtenção

de certificado de Especialização Lato Sensu,

do curso de Educação Especial Inclusiva -

Com Ênfase Na Deficiência Intelectual,

conforme Norma Regimental Interna e Art. 47,

Inciso 2, da LDB 9394/96.

Orientador(a): Prof(a). Xxxxxxx Xxxxxxx

CURITIBA/PR 2015

FOLHA DE APROVAÇÃO

SANDRA MARIA LANG SANCHES EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM ESTUDO DE CASO DAS DEFICIÊNCIAS

Trabalho entregue à Faculdade de Educação

São Braz, como requisito legal para

convalidação de competências, para

obtenção de certificado de Especialização

Lato Sensu, do curso de Educação Especial

Inclusiva - com Ênfase na Deficiência

Intelectual, conforme Norma Regimental

Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.

Orientador(a): Prof(a). Xxxxxxx Xxxxxxx

Aprovada em: _____/_____/_______

Examinadores: Prof. (Esp./MSc./Dr.) ________________________________________________ Instituição: __________________________ Assinatura: ____________________ Prof. (Esp./MSc./Dr.) ________________________________________________ Instituição: __________________________ Assinatura: ____________________ Prof. (Esp./MSc./Dr.) ________________________________________________ Instituição: __________________________ Assinatura: ____________________

RESUMO

As deficiências são definidas em quatro categorias: deficiência mental, deficiência física, deficiência auditiva e deficiência visual. Os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) apresentam diferentes deficiências e a maioria deles não são alfabetizados. Este trabalho de pesquisa tem como objetivo apresentar uma análise das principais deficiências de alunos da EJA, na modalidade de Educação Especial, em uma escola especial de ensino. No desenvolvimento desse trabalho, foi realizado um estudo com objetivo de determinar as idades, o sexo e também identificar quais são as deficiências apresentadas pelos alunos que frequentam a escola especial de jovens e adultos. No estudo verificou-se que a faixa etária varia de 17 a 65 anos sendo que, a maior concentração é entre 30 e 39 anos de idade. A distribuição por sexo na escola é aproximadamente igual e a principal deficiência dos alunos é o retardo mental moderado. Dessa forma, a partir do conhecimento das deficiências apresentadas pelos alunos e acompanhado por uma equipe multidisciplinar, é possível trabalhar melhor os métodos pedagógicos permitindo assim, facilitar e permitir que o aluno com deficiência tenha um aprendizado mais eficiente e que o educador possa direcionar melhor as atividades desenvolvidas em sala de aula.

Palavras-chave: Deficiência. Educação Especial. Educação de Jovens e Adultos.

1 INTRODUÇÃO

A Educação Especial garante o atendimento educacional especializado as

pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais (NEEs). No Brasil,

principalmente a partir da década de 90, foram criadas uma série de leis e

decretos com a finalidade de estabelecer regras para este tipo de modalidade de

ensino. O ensino ofertado para jovens e adultos com necessidades especiais

permite dar oportunidades educacionais no contexto do desenvolvimento de

escolas inclusivas para todos.

As deficiências são definidas em quatro categorias: deficiência mental,

deficiência física, deficiência auditiva e deficiência visual. Além da deficiência

múltipla, quando uma pessoa possui duas ou mais deficiências.

É de grande importância conhecer as especificidades que os alunos

apresentam para que se possa estruturar melhor o trabalho pedagógico, que será

desenvolvido com esses alunos que necessitam de um atendimento educacional

especializado.

Este trabalho teve como objetivo identificar e fazer uma análise da idade e

também das principais deficiências encontradas nos alunos da Educação de

Jovens e Adultos (EJA), na modalidade de Educação Especial, em uma escola

especial de ensino de Curitiba-PR.

A pedagogia adotada pela escola é voltada para o desenvolvimento global

do educando, que respeita a sua dignidade e suas diferenças individuais, na

busca da construção de sua identidade como cidadão.

Através de uma análise das deficiências identificadas entre os alunos é

possível organizar e desenvolver um plano conjunto de trabalho através de uma

equipe multidisciplinar, formada por professores, pedagogos, assistentes sociais,

psicólogos, entre outros, na busca de alternativas para apoiar o aluno em sua

escolarização. Nesse processo pedagógico, os educadores e a família devem

priorizar estratégias que propiciem aos alunos com deficiência o desenvolvimento

de suas habilidades e sua autonomia.

No Capítulo 2 é apresentada uma breve apresentação da educação

especial na alfabetização de jovens e adultos, algumas leis nacionais vigentes e

algumas das deficiências intelectuais mais comuns identificadas nos alunos que

frequentam essa modalidade de ensino. No Capítulo 3 é apresentada a

metodologia utilizada, os resultados e as conclusões dessa pesquisa que foi

realizada em uma escola especial de jovens e adultos. Por fim, no Capítulo 4 são

apresentadas as considerações finais desse trabalho.

2 EDUCAÇÃO ESPECIAL

Nesta seção será abordada a educação especial com ênfase na

modalidade de jovens e adultos, apresentar algumas leis relacionadas ao assunto

e também discorrer a respeito de algumas das deficiências que são apresentadas

pelos alunos da escola.

2.1 Educação especial de jovens e adultos

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDBEN), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 2006), a Educação

Especial é a modalidade de ensino oferecida preferencialmente na rede regular

de ensino, para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e

altas habilidades/superdotação. A Lei apresenta também um capítulo específico

onde destaca-se a EJA como modalidade de ensino para ser incorporada no

conjunto de políticas da educação básica, e ofertada regularmente na rede

educacional de ensino público e privado. O Decreto nº 7.611, de 17 de novembro

de 2011 (BRASIL, 2011) descreve o atendimento educacional especializado

(AEE).

A partir da publicação da Declaração de Salamanca, uma Conferência

Mundial sobre necessidades educacionais especiais, organizada no anos de 1994

pelo governo espanhol em cooperação com a UNESCO, as discussões sobre a

integração/inclusão de alunos com NEEs no ensino comum foram intensificadas.

A Educação Inclusiva propõe o atendimento de alunos com NEEs em

classes do ensino regular, garantindo-lhes as especificidades necessárias.

A LDB da Educação Nacional (Lei nº 5.692/71) ressalta o tratamento

educacional diferenciado às pessoas com deficiência mental e física, que

estiverem em atraso com relação à idade regular, e também as pessoas com

altas habilidades ou superdotadas (SHIMAZAKI, 2006).

Segundo FERREIRA (2006) a grande maioria dos jovens e adultos com

deficiência não tiveram oportunidade de acesso ao ensino fundamental na idade

própria e, portanto, têm o direito de acesso à EJA, que deve ser obrigatória e

gratuita na rede pública de ensino. Deve ser garantido aos jovens e adultos o

acesso a programas de aprendizagem para que possam adquirir autonomia e

habilidades compatíveis com o desenvolvimento humano.

Os alunos da EJA apresentam diferentes deficiências, a maioria deles não

são alfabetizados e, após a escolarização, alguns conseguem ser inseridos no

mercado de trabalho, dando lhes maior autonomia e qualidade de vida.

2.2 Deficiências

A Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e

Desvantagens (CIDID), publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em

1989, definiu deficiência como toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou

função psicológica, fisiológica ou anatômica. A CIDDM-2 concebe a deficiência

como uma perda ou anormalidade de uma parte do corpo (estrutura) ou função

corporal (fisiológica), incluindo também as funções mentais (BRASIL, 2006a).

Segundo dados do IBGE do ano de 2000, no Brasil existem 24,5 milhões

de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, que correspondente a 14,5%

da população brasileira. Dessas, 4,1% apresentam deficiência física, 8,3%

deficiência intelectual, 16,7% deficiência auditiva, 22,9% deficiência motora e 48%

apresentam deficiência visual.

As deficiências são definidas em quatro categorias:

• Deficiência Mental: é uma deficiência de desenvolvimento que se

manifesta em pessoas com idade inferior a 18 anos. Caracteriza-se

pelo nível de funcionamento intelectual, medido através de testes

padrão de QI (Quociente de Inteligência), que está significativamente

abaixo da média e limitações significativas são observadas nas

habilidades da vida diária.

• Deficiência física: é uma alteração completa ou parcial de um ou mais

membros do corpo, ocasionando o comprometimento do aparelho

locomotor.

• Deficiência visual: é definida como a perda parcial ou total, congênita

ou adquirida, da visão. O nível de acuidade visual pode variar desde a

cegueira até baixa visão (ou visão subnormal).

• Deficiência auditiva: é a perda bilateral, parcial ou total das

possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis, que pode

variar de uma surdez leve até a perda total da audição.

2.2.1 Retardo mental

De acordo com CID10, o retardo mental, também chamado de deficiência

intelectual, é descrito como:

"Parada do desenvolvimento ou desenvolvimento incompleto do funcionamento intelectual, caracterizados essencialmente por um comprometimento, durante o período de desenvolvimento, das faculdades que determinam o nível global de inteligência, isto é, das funções cognitivas, de linguagem, da motricidade e do comportamento social. O retardo mental pode acompanhar um outro transtorno mental ou físico, ou ocorrer de modo independentemente." (DATASUS, 2008)

O retardo mental varia em gravidade. Existem quatro graus diferentes de

retardo mental: leve, moderado, grave e profundo. Estas categorias são baseadas

no nível de funcionamento do indivíduo. O retardo mental (transtornos do

desenvolvimento intelectual) é classificado, baseado em critérios quantitativos, em

(DATASUS, 2008):

• Retardo Mental Leve (F70): Indivíduos que possuem um Quociente de

Inteligência (QI) de aproximadamente 50 a 69 (no caso de adultos a

idade mental é de 9 a 12 anos). São educáveis, mas provavelmente

terão dificuldades de aprendizagem escolar. Sua aprendizagem é mais

lenta porém, podem frequentar o ensino regular com acompanhamento

especial. Muitos adultos podem se tornar bastante autossuficientes e

serão capazes de trabalhar, de realizar tarefas mais complexas, de

manter relacionamento social e contribuir de alguma forma para a

sociedade.

• Retardo Mental Moderado (F71): Indivíduos que possuem um QI de

aproximadamente 35 a 49 (no caso de adultos a idade mental é de 6 a

9 anos). Na infância poderão ocorrer atrasos do desenvolvimento,

porém a maioria dos pacientes são capazes de desempenhar algum

grau de autonomia pessoal e social e adquirir habilidades de

comunicação oral e acadêmica. Os adultos necessitarão de supervisão

moderada para viver e desempenhar algum trabalho.

• Retardo Mental Grave (F72): Indivíduos que possuem um QI de

aproximadamente 20 a 40 (no caso de adultos a idade mental é de 3 a

6 anos). Eles podem adquirir habilidades básicas de autocuidado e

algumas habilidades de comunicação, já que há probabilidade de

adquiri-las. Provavelmente necessitam ser assistidos continuamente,

pois não possuem grande autonomia. A linguagem oral, habilidades

psicomotoras e sociais desses indivíduos é muito pobre.

• Retardo Mental Profundo (F73): Indivíduos que possuem um QI menor

que 20 (no caso de adultos a idade mental é abaixo de 3 anos). Esses

indivíduos terão limitações graves em relação aos cuidados pessoais,

de comunicação e de mobilidade. São pessoas com uma incapacidade

total de autonomia. Eles são quase totalmente dependentes dos outros

para todas as funções e atividades.

As categorias F78 e F79 são utilizadas para Outro Retardo Mental e

Retardo Mental não Especificado, respectivamente.

2.2.2 Síndrome de Down

A Síndrome de Down (SD) foi descrita pelo médico inglês John Langdon

Down no ano de 1866. Porém, a causa genética só foi descoberta em 1959 pelo

pediatra francês Jérôme Jean Louis Marie Lejeune, que constatou que crianças

com a síndrome possuíam a anomalia cromossômica que dá origem à trissomia

21.

A SD é uma alteração genética caracterizada pela presença de um

cromossomo adicional no par 21. Nos seres humanos cada célula possui um total

de 46 cromossomos, divididos em 23 pares. O portador da SD possui um

cromossomo extra ligado ao par 21, totalizando 47 cromossomos.

Esta alteração genética, considerada a principal causa genética de

deficiência mental, afeta o desenvolvimento do individuo e acarreta atraso do

desenvolvimento das funções motoras e mentais.

A escola propicia ao portador da SD a aprendizagem da escrita, da

leitura, da matemática, como também prepara o indivíduo para uma vida

independente.

2.2.3 Paralisia cerebral

A Paralisia Cerebral (PC), também conhecida como encefalopatia crônica

não progressiva, é consequência de uma lesão no cérebro que afeta o sistema

nervoso central que pode ocorrer antes do parto (pré-natal), durante o parto (peri-

natal) ou depois do parto (pós-natal). É um dos mais importantes e frequentes

problemas neurológicos, acarretando deficiência física e/ou mental.

O indivíduo com sequela de paralisia cerebral pode apresentar disfunções

de ordem motora, mental, de percepção e de comunicação, envolvendo a

linguagem, a atenção e a memória que acaba resultando em dificuldades para

aprendizagem e para a integração com o meio (SOUZA, 2005).

2.2.4 Transtorno de humor

Os transtornos de humor abrangem um vasto leque de problemas de

humor, como o transtorno bipolar, transtorno depressivo maior e transtorno

distímico.

Transtorno de humor inclui quadros que possuem como característica

principal uma perturbação importante no humor. Os transtornos do humor são

conhecidos como psicopatologias que afetam de maneira significativa o humor e

os sentimentos do indivíduo.

Os indivíduos com transtorno de humor possuem dificuldades de

socialização e no processo de aprendizagem.

2.2.5 Transtorno do desenvolvimento psicológico

Os transtornos do desenvolvimento psicológico (CID10: F80 a F89) estão

relacionados ao desenvolvimento da fala, da linguagem, das habilidades

escolares e motoras.

Segundo Baldaçara (2015), esses transtornos têm em comum o início na

primeira ou na segunda infância, o comprometimento do desenvolvimento de

funções ligadas à maturação biológica do sistema nervoso central e a evolução

contínua.

A Organização Mundial da Saúde classifica o autismo como um

transtorno do desenvolvimento psicológico.

3 METODOLOGIA

O estudo referente a esse trabalho foi realizado na Associação de

Proteção ao Deficiente Físico e Mental, uma escola de ensino fundamental na

modalidade de educação especial, na cidade de Curitiba-PR. A escola atende

pessoas com deficiência física neuromotora e intelectual na modalidade de EJA.

A escola tem 30 anos de funcionamento e atualmente possui um total de 75

alunos matriculados em período integral, sendo quatro turmas no período

matutino divididas por níveis, quatro turmas no período vespertino e salas de

cursos livres. A escola possui apenas alunos com deficiência mental, não

possuindo atualmente nenhum aluno com deficiência física, auditiva ou visual.

3.1 Coleta de dados e análise de resultados

Dentre todos os alunos da escola, 37 deles são do sexo masculino e 38

do sexo feminino, conforme dados visualizados no gráfico abaixo (Gráfico 1).

Gráfico 1: Distribuição dos alunos por sexo

Fonte: Pesquisa de Campo

Como pode ser observado no Gráfico acima, a distribuição dos alunos por

sexo é aproximadamente igual, sendo que 49,3% são do sexo masculino e 50,7%

são do sexo feminino.

O Gráfico 2 apresenta a faixa etária dos alunos da escola. A idade mínima

identificada é 17 anos e a idade máxima é 65 anos.

Como pode ser observado no Gráfico abaixo, a maior concentração de

alunos está na faixa etária entre 30 e 39 anos (um total de 26 alunos), que

correspondem aproximadamente a um terço dos alunos matriculados, em

seguida, tem-se 20 alunos na faixa de 20 a 29 anos, seguido por 19 alunos na

faixa de 40 a 49 anos, 6 de alunos na faixa de 50 a 59 anos e por fim, 1 aluno até

20 anos e 1 alunos com idade superior a 60 anos de idade.

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Gráfico 2: Distribuição dos alunos por faixa etária de idade

Fonte: Pesquisa de Campo

O Gráfico 3, abaixo, apresenta o percentual de acordo com cada faixa

etária definida para a pesquisa, sendo 34,7% com idade entre 30 a 39 anos,

26,7% com idade entre 20 a 30 anos, 25,3% com idade entre 40 a 49 anos, 8%

com idade entre 50 a 59 anos, 2,7% com idade abaixo de 20 anos e acima de 60

anos, respectivamente.

Gráfico 3: Porcentagem de distribuição dos alunos por faixa etária

Fonte: Pesquisa de Campo

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O Gráfico 4 apresenta os percentuais de acordo com as deficiências dos

alunos da escola. Dentre as categorias, a que apresenta uma quantidade maior

de alunos é de retardo mental moderado, seguido pelo retardo moderado leve.

Gráfico 4: Deficiências por categorias

Fonte: Pesquisa de Campo

Ao analisar as deficiências dos alunos, de acordo com o Gráfico

apresentado acima, verifica-se que a maioria (ou 42,7%) dos alunos possuem

retardo mental moderado, seguido por 26,7% com retardo mental leve, 9,3% com

síndrome de Down, 8,0% com deficiências múltiplas (duas ou mais deficiências

entre retardo mental, autismo infantil, síndrome de Down, paralisia cerebral e

transtorno de linguagem), 6,7% com retardo mental grave, 2,7% com paralisia

cerebral e 1,3% possuem transtorno do desenvolvimento psicológico, transtorno

de humor e outros transtornos mentais, respectivamente.

Os jovens, adultos e idosos com necessidades especiais matriculados na

escola especial apresentam principalmente diagnóstico de deficiência mental

(leve ou moderada) e síndrome de Down.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para o desenvolvimento desse trabalho, primeiramente procurou-se

conhecer as deficiências intelectuais, mais comuns apresentadas pelos alunos

que frequentam a EJA na escola, e traçar um perfil baseado na capacidade

intelectual de cada um. Com essas informações, pesquisou-se as melhores

atividades pedagógicas, de acordo com cada uma das deficiências identificadas

nessa pesquisa de campo. Com isso, foi possível elaborar um trabalho

pedagógico interdisciplinar com os alunos, considerando suas dificuldades físicas,

motoras e cognitivas e, dessa forma, estimular o aprendizado baseado nas

principais dificuldades de cada um deles.

Cada vez mais se destaca a necessidade de um AEE para os alunos da

EJA com deficiência. A pesquisa permitiu conhecer as principais deficiências

encontradas, as faixas etárias e o sexo dos alunos que frequentam a EJA. A partir

do conhecimento desse resultado e o processo de aprendizagem desses alunos,

fazer uma identificação, de acordo com as necessidades individuais de cada

educando, e a elaboração de um plano de atendimento que permita trabalhar de

forma mais direta com grupos de alunos que apresentam as mesmas deficiências.

Na pesquisa realizada verificou-se que a faixa etária varia de 17 a 65

anos sendo que, a maior concentração é entre 30 e 39 anos de idade. A

distribuição por sexo na escola é aproximadamente igual. A principal deficiência

dos alunos é o retardo mental moderado seguido por retardo mental leve. Dentre

esses alunos, 76% deles (um total de 57 alunos), possuem algum nível de retardo

mental e apenas 14% deles apresentam outras deficiências.

Essa análise é importante para que os educadores repensem suas

práticas pedagógicas, exigindo a implantação de ações, que visem possibilidades

mais objetivas de aprendizagem.

Ao enfatizar o processo de ensino-aprendizagem, e não a dificuldade do

aluno, a escola deve buscar estratégias metodológicas e técnicas que favorecem

a aprendizagem cooperativa, efetiva e individualizada, enfrentando o desafio de

ajustar-se e atender à diversidade dos educandos.

Partindo desses princípios, a escola trabalha com salas de atividades

pedagógicas, desenvolvendo competências e habilidades nos educandos com a

finalidade de socializar, disponibilizar o contato com os conhecimentos básicos da

escolarização e incluí-lo no mundo do trabalho conforme as condições de cada

um.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Autores, 2015.

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MEC/SEESP, 2006.

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Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Editora do

Ministério da Saúde, 2006a.

_______. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011 . Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm>.

Acesso em: Ago/15.

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Relacionados à Saúde , Décima Revisão, Volume I, Ministério da Saúde,

Departamento de Informática do SUS, 2008. Disponível em:

<http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/cap05_3d.htm>, Acesso em:

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FERREIRA, Windyz Brazão, Desafios na Educação de Jovens e Adultos com

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Revista de Educação de Jovens e Adultos - Diversidade do Público da EJA,

UNESCO, n. 19, Brasília, Julho, 2006.

SHIMAZAKI, Elsa Midori, Letramento em Jovens e Adultos com Deficiência

Mental , Tese de Doutorado, Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo,

São Paulo, 2006.

SOUZA, Cleide da Câmara. Concepção do Professor sobre o Aluno com

Sequela de Paralisia Cerebral e sua Inclusão no Ens ino Regular . Dissertação

de Mestrado. Faculdade de Educação - Universidade do Estado do Rio de

Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.